Rodrigo Constantino
A esquerda sempre gostou de divulgar a tese de que a criminalidade era filhote da miséria. Tese, diga-se de passagem, ofensiva a maioria imensa de pobres, que não pratica crimes. Agora temos a nova tese, divulgada pela governadora Roseana Sarney e inspirada na presidente Dilma: a riqueza é que gera a violência.
Seria o caso de perguntar como anda a insuportável violência na Suíça, Dinamarca ou Noruega, enquanto a Venezuela deve viver em uma paz enorme agora que fica cada vez mais pobre. Assim são as teses esquerdistas: sem pé nem cabeça, voláteis como o vento, feitas sob medida para encaixar na necessidade populista do momento.
E nada de a esquerda falar da impunidade. Isso já é coisa de liberal (ou conservador) chato e insensível. Foi a mensagem de Reinaldo Azevedo em sua coluna de hoje na Folha. Sobre o ensurdecedor silêncio das autoridades acerca da escalada da violência em lugares que tiveram crescimento mais acelerado de renda nos últimos anos, o jornalista diz:
E por que esse silêncio? É que os fatos sepultaram as teses “progressistas” sobre a violência. A falácia de que a pobreza induz o crime é preconceito de classe fantasiado de generosidade humanista. A “intelligentsia” acha que pobre é incapaz de fazer escolhas morais sem o concurso de sua mística redentora. Diminuiu a desigualdade nos últimos anos, e a criminalidade explodiu. O crescimento econômico do Nordeste foi superior ao do Brasil, e a violência assumiu dimensões estupefacientes.
Em seguida, Reinaldo Azevedo faz o que faz melhor: esfrega os dados na cara de pau de seus detratores. Mostra, por A + B, que mais prisões e polícia nas ruas são políticas públicas que reduzem a taxa de criminalidade. São Paulo, para desespero do PT e seus aliados, tem 36% dos presos do país, para 22% da população, e tem índice de violência bem menor do que outros estados que prendem bem menos em termos relativos, como Rio ou Bahia.
Prender bandido ainda é algo eficaz. Compare-se a isso o que o esquerdista Brizola fez no Rio, blindando as favelas da ação policial e ajudando a criar verdadeiras fortalezas do crime. Quantos esquerdistas condenam o “caveirão”, a presença ostensiva policial nas “comunidades”? A esquerda prefere idealizar Amarildo e cuspir na polícia, entidade “fascista”. Prefere enaltecer os black blocs enquanto aplaudem a quebradeira impune.
O crime, fenômeno complexo, não tem uma única causa, naturalmente. Mas sem dúvida não é fruto da miséria, muito menos da riqueza. É a impunidade o maior convite ao crime, não resta dúvida. Reinaldo Azevedo fecha com chave de ouro:
Estudo quantitativo do Ipea (bit.ly/1gll0rL) evidencia que “prender mais bandidos e colocar mais policiais na rua são políticas públicas que funcionam na redução da taxa de homicídios”.
Isso afronta a estupidez politicamente correta e cruel. Em 2013, o governo federal investiu em presídios 34,2% menos do que no ano anterior – caiu de R$ 361,9 milhões para R$ 238 milhões. Para mais mortos, menos investimento. Os progressistas meio de esquerda são eles. Este colunista é só um reacionário da aritmética. Eles fazem Pedrinhas. Alguém tem de dar as pedradas.
Boas pedradas, Tio Rei! Essa gente merece
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