quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

MARCO MAIA ESTÁ QUERENDO APARECER



Giulio Sanmartini
Não é raro, que os representantes do poder legislativo brasileiro, entrem  no caminho do surrealismo, muito próximos àquele perigoso da galhofa.
Eles próprios se dividem em duas categorias, pelo  valor : do grande e do pequeno clero, tomei a liberdade de juntar mais uma, è a da ordem dos mínimos, ou seja os que na são absolutamente nada, se morrerem não merecerão nem uma linha da mídia.marco-maia
Pois é, num passados recente, por motivos misteriosos,  vimos dois desses mínimos atingiram a presidência da Câmara dos Deputados, que os colocou em segundo lugar na linha de sucessão presidencial.
Essas duas “aves raræ” são o Severino Cavalcanti (PP-PE), que ocupou a presidência da Casa ao derrotar o candidato petista Luiz Eduardo Greenhalgh. Todavia, ficou pouco tempo no cargo, para não ser cassado por corrupção, renunciou não só ao cargo mas também a mandato de deputado. Ficou algum tempo na geladeira e hoje é prefeito da cidade pernambucana de João Alfredo. A ironia nessa história que que seu antecessor na presidência da Câmara, João Paulo Cunha, que atualmente está condenado à cadeia como mensaleiro.
O outro é o atual presidente Marco Maia (PT-RS), metalúrgico, que se tornou sindicalista, apesar de ter-se filiado ao PT  em 1985, somente em 2006 conseguiu leger-se deputado federal, sendo reeleito em 2010. Seu único feito notável foi, demonstrando total falta de ética, ter usado  aviões particulares para viajar nos fins de semana pelo País.(agosto de 2011).
Agora  esse pascácio, teve a ousadia de ameaçar o Supremo Tribunal Federal, sobre a cassação dos deputados condenados à prisão, no julgamento do mensalão ((João Paulo Cunha, do PT-SP; Valdemar da Costa Neto, do PR-SP; e Pedro Henry, do PP-MT). Na segunda feira (10) ele afirmou:  “Pode não se cumprir a medida tomada pelo STF. E fazendo com que o processo [de cassação] tramite na Câmara dos Deputados, normalmente., como prevê a Constituição. Isso não é desobedecer o STF. É obedecer a Constituição. Espero – e defendo essa tese – que o parlamento não se curve a uma decisão dessa natureza.”
Mas o ministro Marco Aurélio Mello respondeu na bucha: “Há uma ordem jurídica que tem de ser observada, e ela advém da Constituição. O guarda maior da Constituição não é o presidente da Câmara, não é o Poder Legislativo, não é o Poder Executivo. E aí vinga o primado do Judiciário. No dia em que uma decisão da Suprema Corte não for observada nós estaremos muito mal”.
Marco Maia está às vésperas de deixar o cargo de presidente da Casa, e como voltará à mediocridade, de onde jamais deveria ter saído, esta querendo aparecer para deixar uma grande impressão final. Caso seja isso, o aconselho a enfiar um espanador nas partes baixas de seu corpo, e ficar subindo e descendo a rampa do Planalto, tenho certeza que esse feito será lembrado e falado por séculos.

TRATADO GERAL DA BUNDA



Magu
Jorge Malaquias dos Santos é o nosso conhecido filósofo do Engenho da Rainha (RJ) amigo do editor, que com freqüência o cita em suas histórias pouco críveis. Malaca fica sabendo de suas citações no blog através de um sobrinho que é um Internet-maníaco. Este tinha que mandar uma mensagem do tio para o Giulio, mas enganou-se e a enviou para mim. Como o assunto me pareceu do maior interesse, especialmente para esta agremiação de delinqüentes geriátricos, felizes apreciadores de assuntos retaguardísticos, como diria o Hélio, o email me chegou sem título. Nas minhas ilações e devaneios pretenciosos, eu a chamaria de TRATADO GERAL DA BUNDA, porque o Malaca é grande amante e especialista do assunto. Ele as classifica em 5 categorias, por ordem de grandeza. Por motivo de espaço, não podemos mostrar toda a classificação. Por isso, ilustramos apenas a superlativa.caroço
1 – Bundinha - Fazem parte dessa categoria aquelas marcadas pela discrição (1) no tamanho. Existem porque é algo que todos tem, mas não chamam a atenção. Todavia,  quando são vistas ao natural, sem cobertura, mostram perfeição de traços. Se apresentam exclusivamente em moças miúdas e de tenra idade, mas já aptas a poder usá-la como variação prazeirística ao parceiro.
2 – Pêra – Ligeiramente superior, completamente formadas, de bom tamanho e aspecto saudável.
3 – Lomba – Essa já é daquelas que causam torcicolo aos homens. A ponto de provocar um laivo de saliva na comissura dos lábios, discretamente limpo pelos casados, para não tomar porrada da esposa, se estiver ao lado.
4 – Puta Lomba – Aspecto superior, mais projetadas, tornando suas donas o sonho de consumo da maioria dos homens.
5 – Caroço – Um superlativo exagêro de ostentação da natureza. O caroço é a única que nas caminhadas libidinosas das proprietárias podem bater glúteos, como se estivessem a bater palmas. É o caso da nossa ilustração que, por motivos óbvios, comparece coberta, de frente e perfil.

(1) Característica de discreto, pouco aparente.

POEMA DA NOITE O beco - Fernando Py



a Carlos Drummond de Andrade
Que se passa naquele beco 
onde nunca estive? 
Vislumbro o muro de passagem: 
sombras, manchas, rastros 
de existência.
Quem o habita, se é que o habita 
alguém, se é que o beco 
existe como existem 
seres e coisas que vejo?
Quem derra nesse recanto do universo 
o sinal de vida, a marca indelével 
da matéria organizada?
O que existe fora do meu 
alcance de vista? Quem brinca 
de esconder quando relembro 
o muro caiado, a rua esquecida?
O que não vejo, pressinto: 
existe mesmo ou é extinto 
para mim, ignorado 
como esse beco aonde nunca fui?

Fernando Antônio Py de Mello e Silva, nasceu no Rio de Janeiro no dia 13 de junho de 1935. É poeta e colunista litrerário do Diário de Petrópolis, cidade onde hoje habita. Fernando é membro da Academia Petropolitana de Letras, ocupando a cadeira 14, cujo patrono é Raimundo Corrêa. Seus livros publicados são Aurora de Vidro (1962), A Crise e a Construção (1969), Vozes do Corpo (1981), Chão da Crítica (1984), Sol Nenhum (1998) e Antiuniverso (1994). Py traduziu todo "Em busca do tempo perdido" de Marcel Proust. 

Internacional inaugura Casa do Torcedor nesta quinta feira


Foto: Divulgação/PMPA
Espaço será aberto ao público a partir de sexta-feira e terá acesso gratuito
Espaço será aberto ao público a partir de sexta-feira e terá acesso gratuito
Será inaugurado, nesta quinta-feira, 13, às 15h, o Centro de Visitantes do Estádio Beira-Rio. O espaço, que está localizado ao lado do portão de entrada da avenida Padre Cacique, será aberto ao público a partir de sexta-feira, 14, e terá acesso gratuito. As visitas às obras poderão ser feitas em grupos de até 25 pessoas e devem ser agendadas previamente. O clube divulgará posteriormente os horários e o processo que deve ser feito para que os agendamentos sejam feitos.

A ideia da criação da Casa do Torcedor surgiu a partir do exemplo de outros estádios que estão sendo construídos para a Copa e abriram suas portas para que os torcedores possam acompanhar o andamento das obras. Serão realizadas visitas guiadas para que os colorados possam conhecer os trabalhadores responsáveis pela reforma do local, que será palco de cinco partidas do Mundial.

Mercado Imobiliário brasileiro é o mais Valorizado do Mundo.


imoveis



Preços no País tiveram a maior alta mundial em 12 meses, mostrou pesquisa.




O Brasil tem o mercado imobiliário mais efervescente do mundo
segundo apontou uma pesquisa da consultoria imobiliária Knight Frank.

O Global House Price Index, índice de preços imobiliários no mundo produzido pela empresa, apontou que
 os preços no Brasil subiram 15,2% nos 12 meses até o terceiro trimestre do ano, maior alta global. 

Em seguida, ficaram os mercados de Hong Kong, com alta de 14,2% nos preços, e Turquia, com valorização
de 11,5% nos imóveis. Embora os números do Brasil sejam os mais altos em 12 meses, o ranking muda em 
um período mais curto, de seis ou três meses.

Já na ponta contrária do ranking (55º), a Grécia, em crise, registrou as maiores quedas nos preços, perdendo 
11,7% no valor dos imóveis em 12 meses. Confira o ranking da Knight Frank dos 10 Paises, com maior 
Valorização dos Imóveis:

mercado imobiliario















FONTE: Jornal do Imóvel

Fundos-Imobiliários


fundos imobiliarios



Essa forma de investimento viabiliza o acesso de pequenos e médios investidores ao Mercado Imobiliário. 




Os fundos juntam os recursos captados e investem em um ou mais empreendimentos imobiliários, que compõem sua carteira. Trata-se, assim, de investimento imobiliário envolvendo recursos captados via mercado de valores mobiliários.

O fundo é constituído sob a forma de condomínio fechado, onde o resgate de quotas não é permitido. O objetivo do fundo é auferir ganhos mediante locação, arrendamento ou alienação das unidades do empreendimento adquirido pelo fundo. São comuns as locações de escritórios, shopping centers e pontos comerciais em geral. 

O arrendamento gera receitas por meio da cobrança de valor correspondente a um percentual do lucro auferido pela empresa arrendatária, ou pelo pagamento de uma porcentagem do valor total do imóvel arrendado, podendo os dois critérios serem adotados concomitantemente. Caso o objeto do fundo seja obter ganhos por meio da alienação dos imóveis adquiridos, o rendimento será resultado da venda dos referidos imóveis por valor superior ao dependido para a sua aquisição. 

Quem Pode Investir:

Qualquer pessoa pode investir desde que possua recursos no montante mínimo para o investimento. O investidor adquire quotas do fundo que, por sua vez, adquire em nome próprio os imóveis que pretende explorar comercialmente, indicados para compor sua carteira de ativos. O quotista passa, então, a ter direito ao recebimento de uma parte nos rendimentos que o fundo vier a obter. 

Vantagens de Investir em Fundos Imobiliários:

Acesso ao Mercado Imobiliário: 

fundos imobiliarios
O Fundo de Investimento Imobiliário permite a formação de uma carteira composta de empreendimentos imobiliários, os quais, pelo volume de recursos envolvidos, não estariam ao alcance de investidores individuais, especialmente os de menor capacidade financeira, aumentando, assim, a quantidade de alternativas de investimento disponíveis. 


Ganhos de Escala. 

Ao aplicar em um Fundo de Investimento Imobiliário, é possível para o pequeno investidor obter condições semelhantes às oferecidas aos grandes investidores, uma vez que a soma de recursos proporciona ao fundo maior poder de negociação. Ademais, os custos da administração dos investimentos do fundo são diluídos entre todos os quotistas, na proporção de suas participações. 

Diversificação. 

Os Fundos de Investimento Imobiliário representam uma oportunidade de diversificação de aplicações para o investidor, pois os rendimentos de suas quotas estão atrelados ao mercado imobiliário. Em suma, o Fundo de Investimento Imobiliário agrega vantagens do mercado de valores mobiliários ao investimento em imóveis. 

Simplificação. 

O investidor não precisa se preocupar pessoalmente com procedimentos referentes a certidões, escrituras, recolhimento do Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), entre outras, pois tais assuntos são de responsabilidade do Administrador. É importante lembrar que o Administrador sempre utilizará recursos do fundo para fazer frente a quaisquer despesas relacionadas com o cumprimento destas obrigações. 

Possibilidade de Fracionar o Investimento. 

Caso o investidor necessite utilizar parte dos recursos aplicados, não precisará, como no investimento direto em imóveis, liquidar todo o seu investimento, podendo vender no mercado secundário apenas a quantidade de quotas suficientes para suprir a sua necessidade. 

Fatores de risco desse tipo de Investimento:

Mercado Financeiro. 

fundos imobiliarios
Os fundos podem ser afetados pelos mesmos riscos que atingem o mercado financeiro e cada tipo de empresa, observados os ramos negociais específicos. 

Em alguns casos, os eventos podem afetar somente os fundos que detêm determinados tipos de imóveis, ou imóveis localizados em região geográfica específica. 


Taxa de Ocupação Imobiliária. 

A retração do crescimento econômico pode ocasionar redução na ocupação dos imóveis. A redução da taxa de ocupação pode não só reduzir a receita de um fundo de investimento pela vacância de seus imóveis, mas também gerar redução nos valores dos aluguéis. 

Liquidez Reduzida.

Pelo fato de os fundos sempre serem constituídos na forma de condomínios fechados, ou seja, sem admitir resgate de suas cotas, os titulares podem ter dificuldade em realizar a venda de suas quotas no mercado secundário. 

Taxas, Patrimônio e Rendimento:

Taxas. 

fundos imobiliarios


A taxa de administração é um encargo cobrado pelo administrador do fundo como remuneração pela prestação dos serviços de administração do fundo e gestão da sua carteira. 




Além da taxa de administração, podem estar previstas no regulamento as taxas de ingresso, de saída e de performance, desde que explicitados os critérios de sua aferição e as condições de pagamento. 

Patrimônio do Fundo. 

Na maioria dos casos, o fundo já é criado para investimentos em um imóvel específico. Hotéis, grandes conjuntos de escritórios, até mesmo shopping centers estão entre os tipos de imóveis mais comuns. 

O fundo deve aplicar no mínimo 75% de seus recursos em bens e direitos imobiliários. O restante pode ser destinado à aplicação em outros ativos de renda fixa, para fazer face às despesas ordinárias necessárias à manutenção do fundo. 

Rendimento. 

Existe disposição legal obrigando que o Administrador do fundo distribua a seus quotistas, no mínimo, 95% do lucro eventualmente auferido pelo fundo. Os ganhos estão sujeitos a tributação do Imposto de Renda, à alíquota de 20%.


MEMÓRIA - O Círculo


Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
12.12.2012
 | 18h03m

Pouco após o início da década de 60 um grupo de amigos, jovens de 25/26 anos, resolveu criar uma associação voltada para as Artes à qual deu o nome de Círculo. Éramos poucos, uns oito ou dez, dos quais quatro eram arquitetos.
Sempre voltada para a palavra, fui nomeada secretária e como tal encarregada das atas das reuniões. Não era nada fácil redigir as atas... Todos falavam de tudo ao mesmo tempo!
Mas realizar o sonho era nosso objetivo e isso nos ajudou a acertar o passo e resolver quando, onde e como inaugurar o Círculo.
Ninguém sofria de modéstia. Sonhamos alto: um coquetel no salão principal do MEC (hoje Palácio Gustavo Capanema), um de nós exporia o "esplêndido" programa do Círculo, e depois ouviríamos umas palavras de ninguém menos que Oscar Niemeyer.
Tudo resolvido, o salão às ordens, a data acertada, só faltava o principal: convidar o mestre, de quem ninguém ali era íntimo, e pedir-lhe que fosse nosso padrinho.
E não é que ele recebeu os dois “embaixadores” carinhosamente, aceitou o convite e compareceu à festa?
Só não falou de Arquitetura. Falou de como era bonito ver um grupo de jovens pensando Arte, que valorizássemos sempre a amizade e a fraternidade, e que viver era mais importante que tudo o mais.
Na hora da saída e dos abraços ele perguntou o que fazia cada um de nós. E foi indo de um em um. E eu apavorada: “o que é que eu vou dizer, Cristo da Abadia. Me ajude!”.
Estava em pleno desenrolar de uma paixão daquelas de deixar o apaixonado cego para qualquer coisa que não fosse o objeto de sua paixão. O Círculo era quase uma imposição dos amigos que me queriam bem e que achavam que eu tinha que sair um pouco do transe...
Chegou a minha vez. E à pergunta respondi com a verdade: "Sou apaixonada".
Pois era o que eu era.
A resposta do mestre foi uma gargalhada daquelas de ecoar pelo imenso salão. Ganhei um abraço e um “Maravilha! Ma-ra-vi-lha!”.


Chame o ladrão, por Leandro Fortes



Leandro Fortes, CartaCapital
Em meados dos anos 1990, eu era repórter da sucursal de Brasília de O Globo, então chefiada pelo jornalista Franklin Martins.
Por intermédio de um amigo de um amigo, eu havia conseguido uma entrevista exclusiva com José Carlos Alves dos Santos, ex-assessor da Comissão do Orçamento do Congresso Nacional.
Estopim do chamado “Escândalo dos Anões do Orçamento”, José Carlos estava preso num quartel da PM, em Brasília, acusado de ter matado a própria mulher, Ana Elizabeth Lofrano, a golpes de picareta.
Pelo crime, além de ter participado do esquema de corrupção no orçamento, ele pegou 20 anos de xadrez.
Eu fui à cadeia falar com ele, onde passei uma manhã inteira ouvindo aquela besta-fera jogar todo tipo de merda no ventilador.
Além dos conhecidos participantes do esquema, José Carlos Alves dos Santos envolveu mais um bando de gente, sobretudo políticos graúdos àquela altura com cargos importantes no segundo governo Fernando Henrique Cardoso.
Quando voltei à redação, relatei a entrevista a Franklin que, imediatamente, mandou que eu jogasse a entrevista no lixo.
– São acusações, sem provas, de um bandido.
Eram outros tempos, pois.
É preciso que se diga que essa matéria do Estadão repercutida na íntegra até por concorrentes é, do ponto de vista técnico, correta. Se, de fato, os repórteres tiveram acesso a um depoimento sigiloso de Marcos Valério, isso é notícia. Não se discute esse aspecto.
O que se deveria discutir é se, do ponto de vista ético, vale a pena acreditar no depoimento feito depois de Valério ter sido condenado no processo do mensalão.
Trata-se de uma estratégia mais do que previsível de um réu apavorado diante da perspectiva de voltar para a prisão onde, segundo consta, sofreu todo tipo de extorsão e violência, inclusive sexual.
Marcos Valério esperou sete longos anos para revelar que, após se reunir com José Dirceu e Delúbio Soares, no Palácio do Planalto, foi ao gabinete presidencial receber um “ok” de Lula.
Um réu desesperado por dizer isso, é um direito dele, é um ato de humanidade aceitá-lo como tal. Mas acreditar numa coisa dessas, para qualquer repórter que tenha passado mais de seis meses em Brasília, é quase inacreditável.
Mas, de repente, Marcos Valério, o bandidão que financiava o PT, passou a ser uma fonte altamente confiável. O depoimento tardio de um condenado, sem base documental alguma, passou a ser mais uma prova da participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no “maior escândalo de corrupção da história do Brasil”, quiçá de toda a civilização ocidental, desde sempre.
O depoimento de Marcos Valério foi dado à subprocuradora Cláudia Sampaio, mulher do procurador-geral Roberto Gurgel, casal responsável pelo engavetamento da Operação Vegas, da Polícia Federal, que em 2009 detectou as ligações criminosas entre o ex-senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
O marqueteiro João Santana, o inesquecível Patinhas dos meus tempos de foca no Jornal da Bahia, talvez tenha cometido um terrível erro ao aventar a possibilidade de Lula sair candidato ao governo de São Paulo, em 2014.

O Supremo não poderia julgar o mensalão sem a presença de Lula como acusado. Agora não pode investigar e julgar o ex-presidente de maneira alguma.



Helio Fernandes
Em 2005, na Tribuna impressa e massacrada, levantei a questão. Lula tinha que estar sendo julgado junto com os outros 37 acusados. Como o procurador-geral e o relator sabiam que não existiam provas, deixaram o então presidente de fora.
 Na Era do “domínio do fato”…
Nem imaginavam que podiam condenar sem provas, nem no reino do imponderável admitiam condenar sem provas, a Era do “domínio do fato” não existia nem como ficção. Muitos ainda se lembravam do julgamento do ex-presidente Collor, absolvido por FALTA DE PROVAS.
Collor sofreu o primeiro impeachment da História do Brasil, recorreu ao Supremo, ganhou, ficou apenas com os direitos suspensos por oito anos. Se tivessem utilizado contra ele o “domínio do fato” (a condenação sem provas, não esqueçam) quantos anos de cadeia, em regime fechado, teria amargado?
Estava visível, naquela época, que Lula sabia de tudo. Mas não existiam documentos, provas, nada, nada. O próprio Roberto Jefferson, que explodiu tudo, como se fosse um extremista do Oriente Médio, afirmou num discurso extraordinário: “Alertei o presidente Lula do que estava acontecendo, era preciso tomar providências”.
Mas os fatos não podiam ser comprovados, era a palavra de um deputado contra a de um presidente da República. O procurador-geral fez uma acusação implacável contra 37 cidadãos, mas não teve coragem de incluir o presidente Lula. Por quê? Covardia? Irresponsabilidade. Tudo isso e a certeza de que, com Lula no banco dos réus, as coisas não andariam. Mas Lula tinha de estar lá, tão sem provas quanto os outros.
Temos que ressaltar, repetir e exigir: o procurador e o relator ainda não vestiam a toga do heroísmo jurídico, se consideravam juízes que julgavam de acordo com as provas. Agora abre-se um capítulo que tem como protagonista principal um réu condenado a 40 anos de prisão, que
naturalmente tem como objetivo se livrar da pena inteira ou pelo menos uma parte dela.
O que esse réu oferece como negociação? Exatamente a cabeça do ex-presidente, nenhum trunfo maior do que esse. Só que, como digo no título, o ex-presidente Lula deveria ter sido arrolado ANTES e não AGORA ouAMANHÃ.
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PS – Não favoreço ninguém, não sou contra nem a favor. Quando considerei que Lula era RÉU, escrevi isso. Como estão querendo arrolá-lo insensatamente, mostro a indecência que querem praticar.
PS2 – Se denunciarem o ex-presidente, estarei aqui na trincheira para defendê-lo. Em 2005, quando contrariei o então presidente, a indenização da Tribuna da Imprensa estava longe de ser concluída. E escrevendo contra o presidente, só prejudicava o processo. Agora, com a indenização decidida, sigo a linha de toda a minha vida, defendendo alguém que pretendem crucificar.

Falta de diálogo entre o boquirroto e o ranzinza



Carlos Chagas
É coisa para os doutos de vasto saber jurídico e de ampla experiência política discutir sobre quem tem razão no confronto entre o Supremo Tribunal Federal e a Câmara dos Deputados. Aqui na planície, apesar de morarmos no Planalto Central, resta verificar, de início, que falta razão à Constituição, quer dizer, os culpados pela crise atual são os constituintes de 1988. Afinal, como inseriram no texto dois artigos conflitantes? Ou os condenados por sentença transitada em julgado, a pena de reclusão superior a quatro anos, e que são deputados, perdem automaticamente seus mandatos, ou os mandatos só podem ser cassados depois de votação secreta e por maioria absoluta da Câmara e do Senado.
Fica demonstrada a impossibilidade de convivência entre os dois dispositivos. Ou o Supremo pode cassar ou essa é prerrogativa exclusiva do Congresso. A vigência da contradição só poderia dar no que deu: impasse caracterizado por conta do mensalão, 24 anos depois de promulgada a Constituição.
Ficaram de braços cruzados todo esse tempo o Judiciário, ao qual cabe interpretar a Constituição, e o Legislativo, que poderia ter usado o poder constituinte derivado para dirimir a duvida. Agora, sofrem ambos.
A falta de bom-senso por parte de Marco Maia, presidente da Câmara, põe mais gasolina no fogo. Não poderia ter convocado a imprensa para dizer que vai desobedecer a decisão do Supremo, aliás, a ser confirmada hoje com o voto do ministro Celso de Mello. Afinal, no plano das possibilidades, quem garante que o plenário da Câmara degolará os três deputados mensaleiros? A votação é secreta e eles poderão estar agindo para demonstrar inocência, por mais incrível que pareça. Não sendo cassados, mas já condenados pela mais alta corte nacional de Justiça, exercerão seus mandatos na cadeia? Os condenados a prisão aberta sairão do plenário às 18 horas para recolher-se ao cárcere?
A desmoralização de nossas instituições está a um passo de ser formalizada, quando tudo poderia ter-se resolvido pelo diálogo entre os presidentes Marco Maia e Joaquim Barbosa. Como um é boquirroto e outro, ranzinza, aí está a consequência.
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A LEI E OS LENÇÓIS
Ninguém está acima da lei, mesmo estando debaixo dos lençóis. Dona Rosemary Noronha está indiciada pela Polícia Federal pela prática de formação de quadrilha, tráfico de influência, nepotismo, participação na venda de pareceres administrativos e outros crimes. Ainda que sob a proteção do PT, poderá parar na cadeia, até preventivamente. Suas relações íntimas com o ex-presidente Lula não a eximem de responder perante a lei. Mesmo escondida sob lençóis…
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BARRO NO VENTILADOR
Ontem foi dia de barro no ventilador, esgotando-se em poucas horas a edição de O Estado de S. Paulo, com revelações de estarrecer. É reproduzido o depoimento de Marcos Valério à Procuradoria Geral da República, em setembro, envolvendo o ex-presidente Lula, José Dirceu, Delúbio Soares, Antônio Palocci e outros.
Ninguém é obrigado a acreditar nas denúncias do operador do mensalão, que procura livrar-se da pesada sentença de 40 anos de reclusão. Seu relato, porém, tem começo, meio e fim, ainda que se tenha referido apenas a uns poucos episódios do escândalo. Terá o esquema criminoso de recolhimento de recursos ilegais contribuído para pagar despesas pessoais do Lula, ainda que com a modesta quantia de cem mil reais, quando os mensaleiros amealharam centenas de milhões?
O que dizer da chantagem que um empresário de Santo André teria desenvolvido contra o ex-presidente, contra José Dirceu e outros auxiliares, em torno do assassinato do prefeito Celso Daniel? Dá para acreditar que Valério, no gabinete presidencial do palácio do Planalto, tenha ouvido do Lula estímulos aos empréstimos do Banco Rural ao PT? Ou que o ex-presidente tenha atuado para pedir à Portugal-Telecom a liberação de milhões para o partido dos companheiros, através de seus fornecedores? Por último, terá mesmo Valério sido ameaçado de morte pelo mais chegado assessor do Lula, Paulo Okamoto, caso não se comportasse e mantivesse o bico calado?
São gravíssimas as acusações, ainda que o acusador deva comprová-las. Mesmo assim, falta uma palavra dos acusados. Não adiantará mais botar a culpa na imprensa ou na oposição. O país inteiro aguarda a palavra que salva ou o gesto que mata.

Caso Marcos Valério: Ainda não é tarde



Fernando Rodrigues
Há uma boa forma de avaliar o peso do depoimento concedido em setembro pelo empresário Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República. Basta pensar no que teria acontecido se tais declarações tivessem sido dadas em 2005.
Há sete anos, Marcos Valério e todos os envolvidos tinham algo em comum: preservavam, de alguma maneira, o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Agora, condenado a mais de 40 anos de prisão, Valério resolveu falar, como mostraram ontem em detalhes os repórteres Alana Rizzo, Fausto Macedo e Felipe Recondo. Revelou ao Ministério Público que teria se encontrado com Lula uma vez dentro do Palácio do Planalto. Que tratou com José Dirceu diretamente do sistema de empréstimos fraudulentos que irrigaram o mensalão. Afirmou ainda, em meio ao seu destampatório, que dinheiro do esquema serviu até para bancar despesas do então presidente da República.
É muita coisa. Essas acusações todas em 2005 poderiam ter precipitado um pedido de impeachment de Lula durante as investigações.
Procurados, os envolvidos ou citados repeliram as novas acusações de Marcos Valério, ou negaram-se a comentá-las. No petismo, a estratégia foi desqualificar a fonte. Como acreditar em um condenado a mais de 40 anos de cadeia?
O PT tem razão. As afirmações de Marcos Valério devem ser matizadas. Assim como deveriam ter sido tomadas com cautela em 2005, época em que o empresário preferia proteger a reputação de Lula. À época, como se sabe, o petista se dizia traído, mas nunca apontou o traidor.
Uma investigação formal, hoje, sobre esse episódio poderá esclarecer pontos obscuros do mensalão. Atestará a inocência de Lula ou provará o seu envolvimento no esquema. Ainda não é tarde para tudo ser explicado aos eleitores brasileiros.
(Artigo transcrito da Folha)

Vídeo muito bacana de "Como trabalhar em equipe" através de pequenos vídeos.


Uma dúvida: a presidente Dilma realmente extinguiu o Gabinete que Lula criou para agradar a companheira Rosemary Noronha?



Carlos Newton
Sobre a Operação Porto Seguro e o romance secreto envolvendo o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha, surgem várias perguntas que exigiriam resposta num país mais sério, onde as normas da legislação e a ética realmente fossem respeitadas pelos governantes.
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Lacerda, a amiga de Dilma
Por exemplo: os jornais noticiaram que a presidente Dilma Rousseff, assim que irrompeu o escândalo, teria mandado demitir Rose e extinguir o Gabinete da Presidência da República em São Paulo, por ser desnecessário. Mas isso aconteceu mesmo?
No site da presidência da República, até hoje nada consta sobre a extinção do Gabinete. Ao contrário: o site diz que continua em vigor o Decreto 6.188, baixado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 17 de agosto de 2007. Este decreto (ainda não revogado) dispõe sobre a  existência de  Gabinetes da Presidência em três  capitais: São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre.
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ANENCÉFALO E ACÉFALO
Com a demissão de Rose, portanto, o Gabinete de São Paulo está acéfalo (antes, era anencéfalo). E o  Gabinete de Porto Alegre, segundo o jornal Zero Hora, também está acéfalo e nunca funcionou, pois até o imóvel já vem sendo ocupado por outra repartição.
Já o Gabinete de Belo Horizonte continua funcionando, ocupado por Sônia Lacerda Macedo, que vem a ser uma amiga de infância e companheira de luta armada de Dilma Rousseff. As duas entraram juntas para o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).
“Fui para o Rio, ela para São Paulo. Ela ficou presa em São Paulo, eu no Rio. Perdemos o contato desde a clandestinidade. Quando Dilma foi solta, veio a Belo Horizonte, nos reencontramos”, conta. E não se largaram mais. Sônia trabalhou no Ministério da Casa Civil até julho de 2010, participou da campanha e agora mudou de mala e cuia para a cidade onde ambas nasceram.
Então, surgem várias perguntas. A presidente Dilma vai ou não vai extinguir os Gabinetes? Se os Escritórios de São Paulo e Porto Alegre estão acéfalos e não existem órgãos semelhantes em outras grandes capitais, como Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza ou Manaus, por que esse privilégio para beneficiar exclusivamente a amiga de infância e companheira de lutas? Qual é a explicação?