segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O operador Milton Pascowitch pagava imóveis e até despesas com jatinhos de José Dirceu, o "guerreiro do povo brasileiro"

segunda-feira, 3 de agosto de 2015



O operador Milton Pascowitch, delator da Lava-Jato, afirmou ter pago uma série de serviços pessoais ao ex-ministro José Dirceu e seus familiares como forma de repassar propina das empresas que ele representava. Segundo o Ministério Público Federal, o dinheiro de Pascowitch foi utilizado para pagar parte de um jatinho, despesas de táxi aéreo e reformas em imóveis do ex-ministro, do seu irmão e até para a compra de um apartamento para a filha de José Dirceu. O delator teria gasto pelo menos R$ 4,5 milhões com José Dirceu. Além disso, a Jamp Engenheiros, de Pascowitch, pagou R$ 1,4 milhão a José Dirceu a titulo de “consultoria” em 2011. O delator afirmou que contratou a Construtora Halembeck Engenharia para reformar o imóvel do irmão de José Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva. O serviço, em um apartamento na Rua Estado de Israel, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, custou de R$ 1 milhão a R$ 1,2 milhão. Durante as obras, Pascowitch telefonou 62 vezes a Marcelo Amaral Halembeck, dono da construtora. Pascowitch afirmou ainda ter contratado a arquiteta Daniela Facchini entre o fim de 2012 e o início de 2013 para reformar um imóvel localizado em Vinhedo, no interior de São Paulo, no mesmo condomínio onde o ex-ministro mora. A reforma custou R$ 1,3 milhão, e o imóvel, informou o colaborador, está registrado em nome da TGS Consultoria, de responsabilidade de Júlio Cesar dos Santos, ex-sócio da JD Consultoria, e que também teve prisão temporária decretada nesta segunda-feira. Ainda na lista de serviços pessoais, Pascowitch utilizou sua empresa, a Jamp, para comprar um imóvel para Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha de José Dirceu, em maio de 2012. Com isso, teria gasto R$ 500 mil. O delator disse que pagou para José Dirceu, em julho de 2011, metade de uma aeronave Cessna, modelo 560 XL, prefixo PT-XIB, avaliada em R$ 2,4 milhões. Pascowitch disse que o pagamento fazia parte de repasses devidos por ele em contratos das empresas Engevix, Hope e Personal. Outro delator da Lava-Jato, o doleiro Alberto Youssef disse que o avião seria do consultor Júlio Camargo, da Toyo Setal. Segundo Pascowitch, Julio Camargo pagava as despesas do avião. O negócio chegou a ser desfeito, segundo o delator, porque José Dirceu foi “visto por jornalistas usando a aeronave”. Em 14 de outubro de 2010 e em 26 de março de 2012,o operador teria pago fretamentos de táxi aéreo junto à empresa Flex Aéro para José Dirceu, nos valores de R$ 78 mil e R$ 54 mil, respectivamente. Pascowitch disse que recebia pedidos frequentes para fretar aviões feitos pelo escritório da JD por meio de Luiz Eduardo (irmão de Dirceu) e de Roberto Marques, o Bob, assessor pessoal do ex-ministro. Quando precisava fretar aviões para José Dirceu, o delator ligava para Rui Aquino, presidente da Flex Aéro, que faturava os valores a preços reduzidos, já que a diferença do valor “real era pago, em espécie (dinheiro vivo), com recursos que vinham das contribuições efetuadas pelas empresas Hope e Personal Service (empresas de terceirização de mão de obra com contratos junto à Petrobras). A Jamp, de Pascowitch, pagou também R$ 400 mil da entrada do imóvel onde funcionava a sede da JD Consultoria, ao lado do Parque do Ibirapuera, segundo revelou ao juiz Sérgio Moro o próprio advogado de José Dirceu, Roberto Podval. O imóvel da JD foi adquirido em maio de 2012 por R$ 1,6 milhão e a Jamp pagou a entrada de R$ 400 mil, conforme disse Podval. O restante teria sido pago em 161 prestações financiadas pelo Banco do Brasil. A Receita Federal havia considerado a movimentação financeira incompatível com as declarações de Imposto de Renda de José Dirceu, pois os R$ 400 mil não circularam por suas contas. Em 2012, José Dirceu declarou à Receita ter movimentação financeira de apenas R$ 229.121,93, insuficiente para o pagamento da entrada. No registro feito em cartório, no entanto, o Banco do Brasil avaliou o imóvel em R$ 3,03 milhões, apesar de o negócio ter sido fechado por R$ 1,6 milhão. O ex-diretor de Serviços da Petrobras, o petista Renato Duque, também recebeu propina de Milton Pascowitch por meio de serviços pessoais, imóveis e obras de arte. A reforma de um apartamento em São Paulo, que custou entre R$ 700 e R$ 800 mil, foi feita pela mesma arquiteta que reformou um apartamento de José Dirceu: Daniela Facchini entre 2012 e 2013. O imóvel fica na Rua Barão do Triunfo e está registrado em nome da Hayley, empresa também investigada pela Operação Lava-Jato, como transferidora de propina. O operador pagou cerca de R$ 800 mil para a construção de uma cobertura na Barra da Tijuca entre 2010 e 2011. A origem do repasse, segundo Pascowitch, seria a propina de contratos das empresas Hope e Personal. No prédio, aponta a investigação, a família de Renato Duque tem três apartamentos. Assim como já foi mostrado em outras fases da Lava-Jato, a propina também chegou a Renato Duque por meio da aquisição de obras de arte. Pascowitch afirmou que comprou, em setembro de 2012, uma escultura do artista polonês Frans Krajcberg. Em abril de 2013, adquiriu para Renato Duque uma quadro do pintor brasileiro Alberto da Veiga Guignard no valor de US$ 380 mil. O dinheiro também ia para o ex-diretor da Petrobras por meio de depósitos. Pascowitch afirmou que pagou R$ 1,2 milhão em propina para a D3TM Consultoria, entre 2013 e 2014, correspondente a propinas pendentes das empresas que ele representava. A Operação Lava-Jato identificou ainda um depósito de R$ 50 mil feito pelo operador na conta de Daniel Duque, filho de Renato Duque. Esses pagamentos correspondem a acertos de propina dentro do Brasil, embora a maior parte Renato Duque tenha recebido em dinheiro vivo, conforme relatos de delatores da Lava-Jato. Renato Duque teve ainda 20 milhões de euros bloqueados em contas no Principado de Mônaco.

Zé Dirceu dobra a meta: é preso novamente!


LIBERTAT

Foi terrorismo contra o Instituto Lula? Então vamos ver quem não quer uma lei antiterror! Eu quero!!!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015


A presidente Dilma Rousseff não empregou a palavra, mas sugeriu que a bomba caseira jogada na calçada do Instituto Lula, na noite de quinta, é um ato terrorista. O também petista Jaques Wagner, ministro da Defesa, não economizou: no sábado, afirmou que “o terrorismo é a pior forma de se trabalharem as diferenças”. Logo, ele pensa tratar-se de… ato terrorista!

Que gente curiosa! De junho de 2013 a esta data, sempre que as esquerdas e afins organizam protestos, os black blocs estão presentes: quebrando, depredando, incendiando e, como já vimos, até matando. Como já confessou numa entrevista, Gilberto Carvalho, então ministro de Dilma (então secretário-geral da Presidência), reuniu-se com lideranças dos mascarados várias vezes. Em vez de encaminhar uma lei contra o terror, o governo se encontrava com marginais. O que lhes parece?

Tenho escrito muito a respeito dessa questão e dos equívocos que gera. Por que o país não tem uma lei para punir terroristas? No dia 27 de maio do ano passado, escrevi a respeito. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por exemplo, participou de uma audiência Pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado para debater a reforma do Código Penal. Falou-se da necessidade de o Brasil ter uma lei contra o terrorismo. Somos uma das poucas democracias do mundo a não tê-la.

O Inciso VIII do Artigo 1º da Constituição diz que o Brasil repudia o terrorismo. O Inciso XLIII do Arrigo 5º considera a prática crime inafiançável e não passível de graça. O Brasil é signatário de tratados que o colocam como crime contra a humanidade, imprescritível. E, no entanto, até agora, o Brasil não definiu o que é terrorismo. Portanto, não há pena para ele. É preciso apelar a outras expedientes, com penas sempre brandas.

Janot falou da necessidade de o País ter uma lei. Afirmou: “Há uma dificuldade enorme de se definir o crime de terrorismo em razão das várias manifestações que se colocam, essa onda de protestos. O que se pode ter é verificar os pontos em que ele toca. Ele envolve necessariamente violência física ou psicológica. Ele se destina a provocar medo ou terror e se destina a gerar medo ou terror em larga escala, de maneira que ultrapasse em muito as pessoas envolvidas no delito praticado”.

Logo, é preciso ter a lei. Mas aí o próprio Janot se encarregou de embaralhar o debate ao afirmar que uma lei contra o terror não pode criminalizar os movimentos sociais. Pronto! Aí ficou tudo confuso! Digam-me aqui: quando alguém mete fogo em ônibus e paralisa, sob grave ameaça, o transporte público, isso é movimento social? Acho que não! Se invasores de terras ou de propriedades urbanas fazem a população refém de sua violência, isso é movimento social?

É bom não esquecer que, mundo afora, o terrorismo fala a linguagem da reivindicação. Ora, a questão não é de nome, mas de fato. É inaceitável que grupos minoritários, por mais legítimas que sejam as suas reivindicações, continuem a submeter a maioria da população a suas chantagens.

A comissão de juristas que enviou a proposta ao Senado pede punição de 8 a 15 anos para quem causar terror à população. Entre as condutas consideradas terroristas, está “Incendiar, depredar, saquear, explodir ou invadir qualquer bem público ou privado” e “sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com grave ameaça ou violência a pessoas, do controle, total ou parcial, ainda que de modo temporário, de meios de comunicação ou de transporte”.

Muito bem! A proposta parecia boa. Mas esse mesmo texto diz que “não constitui crime de terrorismo a conduta individual ou coletiva de pessoas movidas por propósitos sociais ou reivindicatórios”.

Ora, que grupo terrorista não alega propósitos sociais ou humanitários? Felizmente, o hoje governador do Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), que foi relator da comissão especial que vai propor um texto final, não abraçou essa excrescência.

Enquanto o debate ficar nessa falsa polarização e a violência for considerada, na prática, uma forma legítima de manifestação, o país continuará refém de bandidos disfarçados de defensores do bem. Por Reinaldo Azevedo

Os petistas estão querendo aplicar aqui o modelo venezuelano no trato com a oposição. Não vão conseguir!


A Venezuela do chavismo está se desconstituindo e caminha para a guerra civil. É aquele país em que, certa feita, um sábio, chamado Luiz Inácio Lula da Silva, disse “haver democracia até demais”. É aquele país saudado mais de uma vez em tempos recentes pela presidente Dilma Rousseff em fóruns multilaterais como expressão da convivência democrática. É aquele país que a governanta fez questão de abrigar no Mercosul, mesmo tendo de patrocinar um golpe no bloco, em companhia de Cristina Kirchner. Suspendeu-se o democrático Paraguai para dar guarida a uma ditadura.

Às vezes, sabem como é… Os petistas confundem alhos com bugalhos e acabam achando, a exemplo de correntes de extrema esquerda e dos blogs sujos, financiados com dinheiro público, que a Venezuela é um modelo a ser seguido. Não custa lembrar que, recentemente, um grupo de parlamentares vermelhos saiu daqui para ver de perto como funciona o regime venezuelano. Deveriam ter ficado por lá para tentar barrar no berro os saques a supermercados… Por que digo isso?

Uma das pedras-de-toque do regime bolivariano consistiu justamente em satanizar as oposições, acusando-as de golpismo e de terrorismo. Sob esse pretexto, tanto Chávez como Nicolás Maduro prenderam, exilaram e mataram. Ainda mais incompetente do que Chávez e mais truculento do que o antecessor, Maduro perdeu todo o pudor. Sob a sua gestão, aprovou-se uma lei que confere à Guarda Nacional Bolivariana a prerrogativa de atirar em manifestante para matar mesmo.

“Democracia”, diz Dilma. “Democracia até demais”, dizia Lula.

O regime chavista foi tirando, progressivamente, das oposições todos os canais de expressão que esta detinha. E transformou o simples exercício do contraditório em terrorismo, com cassação de mandatos, exílios e prisões políticas. E, podem escrever aí: a menos que Maduro seja derrubado por um levante militar — já que ele é hoje a face civil de um regime que é, na base, fardado —, o desfecho será necessariamente sangrento. Hoje, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, e membros da alta cúpula das Forças Armadas são investigados nos EUA por tráfico de drogas.

“Democracia”, diz Dilma! “Democracia até demais”, dizia Lula.

Por que faço aqui essas observações? Quando vejo a presidente Dilma Rousseff, o ministro Jaques Wagner e o presidente do PT, Rui Falcão, associar a bomba caseira jogada na calçada do Instituto Lula às manifestações de rua contra o governo e em favor do impeachment, como haverá no dia 16, só posso concluir que os petistas resolveram empregar por aqui a tática bolivariana, que consiste em tentar deslegitimar as oposições — e não apenas os partidos de oposição. Também a esmagadora maioria da população, que hoje quer Dilma fora do governo, estaria se deixando embalar pelo golpismo.

É claro que essa retórica não é exclusividade do governo. A gente a vê também na boca de colunistas alinhados com o regime, que decidiram se comportar como porta-vozes, eles sim, do ataque à democracia e ao Estado de Direito. Não há uma só força relevante no país hoje em dia que defenda a saída de Dilma apenas porque ela pratica estelionato eleitoral. Do ponto de vista ético, convenham, deveria bastar. Mas não! Os que pedem a saída da presidente o fazem, como é notório, segundo os rigores da lei e da Constituição; entendem que ela cometeu crime de responsabilidade.

Sem essa! O Brasil não é a Venezuela. Treze anos de poder petista arranharam, sim, as instituições, mas não conseguiram destruí-las, como fez o chavismo. No dia 16 de agosto, os que defendem o impeachment de Dilma — com todo o direito que lhes facultam a Constituição e as Leis — vão às ruas em paz, em ordem, levando a Bandeira do Brasil.

Quem quer que destoe desse princípio é um agente infiltrado. Tem de ser contido, sem violência, e entregue à Polícia. Tratar-se-á de um terrorista a serviço do statu quo, de um terrorista a favor.

Por Reinaldo Azevedo

CHARGE DO SPON - PF prende José Dirceu....


Resignado com a prisão, Dirceu disse a amigo estar propenso a contar o que sabe

segunda-feira, 3 de agosto de 2015



No começo de julho, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, desabafou com um amigo. Disse que estava resignado diante da possibilidade de ser preso na Lava Jato (o que se confirmou hoje), já que as tentativas de seus advogados de obter um Habeas Corpus foram frustradas. Dirceu afirmou ter feito o seguinte cálculo: se contar o que sabe, poderá estar solto em três anos. Segundo o amigo, Dirceu disse que estava propenso a "entregar todo mundo". A situação de José Dirceu na Lava Jato ficou mais complicada depois de depoimento do lobista Milton Pascowitch, preso em março na Lava Jato. Pascowitch disse que a Engevix (empresa que fazia parte do cartel da Petrobras) pagava consultorias à JD Consultoria Empresarial (empresa de Dirceu) sem que o ex-ministro prestasse qualquer serviço. Ricardo Pessôa, dono da UTC, também mencionou José Dirceu em seu depoimento. Na sexta-feira, Renato Duque, ex-diretor da Petrobras que foi indicado por Dirceu para o cargo, aceitou a delação premiada. Os investigadores acreditam que o petista Renato Duque poderá detalhar os interesses de Dirceu na Petrobras. José Dirceu tem 69 anos e cumpria prisão domiciliar em razão de sua condenação no processo do mensalão. 

Arqueólogos descobrem torre islâmica e frescos do século XV no castelo de Abrantes


Pinturas murais do século XV e uma torre islâmica do século IX foram encontradas no castelo de Abrantes, "achados únicos" que resultaram de trabalhos arqueológicos ali realizados e que vão permitir "reescrever a história" da cidade.
Em declarações à agência Lusa, o vereador da Cultura da Câmara de Abrantes, Luís Dias, disse que estes achados, que incluem, entre outros, ossadas junto de um possível templo em honra do deus Mercúrio, moedas e munições para canhões dos tempos napoleónicos, vão permitir "perceber melhor e ajudar a reescrever a história de Abrantes", cidade que está situada num morro e é banhada pelo rio Tejo.
"Estas extraordinárias descobertas, autenticadas por especialistas de várias universidades, [constituem] uma autêntica viagem no tempo para uma cidade que está prestes a assinalar o seu centenário [14 Junho de 2016] e que tem registos históricos de ocupação com mais de 7 mil anos", destacou.
As escavações arqueológicas, feitas no âmbito da terceira campanha de escavações aprovada em 2013 pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), decorreram nos meses de Junho e Julho, e tinham por objectivo obter informações sobre a ocupação proto-histórica, romana e islâmica, bem como conhecer as obras de fortificação da Idade Moderna, em trabalhos multidisciplinares desenvolvidos pelas equipas de arqueologia e património da Câmara de Abrantes e do projecto do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA).
As "pinturas raras" encontradas no interior da Capela da Igreja de Santa Maria do Castelo, templo quatrocentista classificado como Monumento Nacional localizado no interior da fortificação, (local onde D. João I reuniu o Conselho de Guerra a 6 de Agosto de 1385 para a Batalha de Aljubarrota), foram datadas como sendo da primeira metade do século XV pelos investigadores do Laboratório Hércules, e apresentam afinidades estilísticas com a pintura de S. Francisco de Leiria e a da capela do Palácio da Vila, em Sintra.
"Este é um achado extraordinariamente importante", disse à Lusa Milene Gil, investigadora do Laboratório Hércules, da Universidade de Évora, tendo destacado que as pinturas "são das mais antigas que existem em Portugal em termos de pintura mural porque datam do século XV".
"São frescos e são bons frescos porque estão em excelente estado de conservação, o que é extraordinário", frisou.
Os frescos estão localizados na parede esquerda do altar-mor, por detrás do túmulo de D. Lopo de Almeida, permitindo perceber a continuidade da decoração mural.
Outra descoberta que os investigadores e arqueólogos destacaram à Lusa foi a "confirmação e localização de uma torre islâmica em tijolo de adobe, um reforço defensivo das torres islâmicas", edificada dentro do que é hoje o castelo de Abrantes, junto da muralha proto-histórica.
"Nós já tínhamos encontrado vestígios de ocupação islâmica mas nunca elementos que provassem que aqui tivesse existido uma fortificação por eles construída", disse à Lusa a arqueóloga municipal Filomena Gaspar.
"Esta é uma novidade espectacular porque esta torre permite perceber que estiveram aqui, não só de passagem, mas o tempo suficiente, algures entre o século IX e XI, para terem construído estruturas defensivas na passagem do Tejo. Este é o local mais interior do país com uma torre deste género, feita com barro, material muito perecível, e existem muito poucas em Portugal", explicou.
Os recentes achados arqueológicos no interior e nas imediações do castelo de Abrantes deram um novo impulso à ideia da autarquia de construir um modelo de regeneração urbana com base num "centro cultural a céu aberto".
Maria do Céu Albuquerque (PS), presidente da Câmara de Abrantes, disse à Lusa que o projecto se insere no âmbito da construção do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) e que está delineado para ser implementado em diversos locais da cidade.
"É um investimento global na ordem dos 14 milhões de euros e é uma intervenção que não se pode fazer toda de uma só vez", disse, acrescentando que o mesmo "é para ir fazendo e construindo paulatinamente, à medida que se vão fazendo novas descobertas, à medida das capacidades da autarquia para o concretizar e à medida das novas oportunidades de investimento", no quadro de fundos comunitários.
Os trabalhos das equipas de investigação contaram com a colaboração de jovens voluntários abrantinos e com os apoios do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, do Centro de Pré-História do Instituto Politécnico de Tomar, do Instituto Terra e Memória de Mação, do Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo, e do Laboratório Hércules da Universidade de Évora, no âmbito das ciências físico-químicas aplicadas à arqueologia.

 Fonte: Público
Já em 2014 tinham sido descobertos frescos do século XV numa parede da igreja de Santa Maria do Castelo. As pinturas foram encontradas por baixo de um painel de azulejos mudejar que estavam a ser recuperados

FONTE - http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2015/08/arqueologos-descobrem-torre-islamica-e.html

Procuradores da Lava Jato admitem que Lula é investigado em sigilo. Risco é que Dirceu vire judas do PT



2a Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A esperada prisão preventiva de José Dirceu de Oliveira e Silva vai além do caráter simbólico. A Força Tarefa do Ministério Público Federal constatou que o ex-ministro praticamente reeditou, no Petrolão, o mesmo de que foi acusado no Mensalão - que acabou condenando-o com base na questionável "teoria do domínio do fato". Além de perder o direito à confortável prisão domiciliar, o ilustre consultor de empresas, suspeito novamente de receber propinas em dinheiro, tem tudo para complicar a vida do "amigo" Luiz Inácio Lula da Silva.

O chefão do PT teve seu nome citado, pelo menos dias vezes, na entrevista concedida por procuradores do MPF para explicar a 17a fase da Lava Jato, batizada de "Pixuleco". Perguntado se o ex-presidente Lula também poderia ser investigado, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima respondeu que, qualquer pessoa sem foro privilegiado pode ser alvo: "Nenhuma pessoa está livre de ser investigada". Questionado novamente se Lula é ou não investigado, informou: "Há investigações em andamento, grande parte em sigilo".

A grande dúvida e temor na petelândia é que José Dirceu se transforme em uma espécie de "judas" do PT. Na inteligência militar, há muito tempo já circulam informes de que Dirceu já estaria colaborando, em sigilo, com investigações da Lava Jato, em troca de abrandamento de pena. Oficialmente, não há qualquer negociação em andamento entre advogados do petista e o MPF. A certeza geral é que uma "delação" premiada de Dirceu seria fatal para a cúpula petista. Ele já recebeu a visita de um médico. Vai precisar de um pai-de-santo para se salvar...

O delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo deixou claro que considerou evidente a participação de José Dirceu no Petrolão, repetindo o esquema do Mensalão. O policial só estabeleceu uma diferença: "Agora ele se beneficiou de maneira pessoal. No mensalão foi de maneira partidária". Dirceu é apontado como o principal padrinho e beneficiário dos crimes cometidos pelos diretores Renato Duque e Paulo Roberto Costa, nas áreas de serviços e abastecimento da Petrobras.   
O delegado Anselmo revelou que existem provas de pagamentos mensais, em espécie, feitos a Dirceu e outras pessoas de sua relação. Até jornalistas, cujos nomes não foram citados pela PF e MPF, aparecem como beneficiários dos "mensalões do petrolão". Dirceu agora é investigado por corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.  O ofício da prisão de Dirceu foi encaminhado pelo juiz Sérgio Moro ao Supremo Tribunal Federal.

Lobistas de Brasília não têm certeza se Dirceu vai partir para alguma transação penal. No entanto, o mesmo não se fala do irmão dele. Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, já tinha sinalizado a amigos que "entregaria tudo" se acontecesse algo de pior (como uma prisão). Ele foi detido em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Teve decretada prisão temporária, que vence num prazo de cinco dias. O ex-assessor de Dirceu, Roberto Marques, também foi preso.

A 17ª fase da Operação Lava-Jato recebeu o nome de Pixuleco. A expressão foi revelada pelo presidente da UTC, apontado pela Força-Tarefa como o chefe do cartel de 13 empreiteiras, cujas empresas foram beneficiadas em contratos com a Petrobras, outras estatais e órgãos públicos. Pessoa revelou que pixuleco era o termo usado pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para denominar a propina paga aos beneficiários dos contratos superfaturados ou não.

José Dirceu de Oliveira e Silva, um dos ideólogos do Partido dos Trabalhadores e considerado da linha "stalinista" da agremiação chefiada simbolicamente pelo $talinácio, tem a chance história de promover sua tão sonhada revolução. Basta abra a caixinha de pandora do PT. Ele, Lula, Tarso Genro, Rui Falcão e Marco Aurélio Garcia são cardeais que têm a chave.

O jogo sujo do poder vai mudar no Brasil se Dirceu relatar quem mais se beneficiou, além dele próprio, do esquema de arrecadação montado nas estatais (e nos fundos de pensão, que são também alvo de investigação).

Leia, abaixo, a primeira edição de hoje: Só a crise econômica tira Dilma do poder

Releia o artigo de domingo: Muitos são investigados; pouquíssimos, denunciados




© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 3 de Agosto de 2015.