sexta-feira, 8 de novembro de 2013

CHARGE FRANK


Esta charge do Frank foi feita originalmente para o

Ação dos Black Blocs é reprovada por 93% da população - Mas o direito às manifestações é defendido por 82% dos entrevistados.



BRASÍLIA - Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) à MDA Pesquisa e divulgada ontem indica forte rejeição da população aos protestos violentos de ruas: 93,4% declararam que não apoiam a ação dos black blocs nas últimas manifestações no Rio de Janeiro e em São Paulo. De acordo com o levantamento, 91,5% acreditam que a forma de protesto dos mascarados não é legítima. Apesar disso, 81,7% defendem o direito às manifestações. 

Dos entrevistados pela pesquisa CNT/ MDA, 53,8% acham que é necessário fazer uma reforma política e 83% estão muito preocupados com a corrupção — assuntos que mobilizaram as primeiras manifestações de ruas por todo país, em junho. O setor que mais precisa de melhorias, na opinião de 87,4% dos entrevistados, é a Saúde. Um percentual maior, de 91,5%, afirma grande preocupação com a violência. 

A pesquisa avaliou ainda outros assuntos. Um dos trunfos eleitorais da presidente Dilma Rousseff, o programa "Mais Médicos", que trouxe profissionais de outros países para atuar no Brasil, é apoiado por 84,3%. Em setembro, esse percentual era de 73,9%. Ao lado do Bolsa Família, o Mais Médicos teve destaque na última propaganda de TV do PT e deve ser utilizado não só para alavancar a reeleição de Dilma, mas também a campanha do ministro Alexandre Padilha (Saúde) ao governo de São Paulo. 

Apesar da polêmica com as entidades médicas, como o Conselho Federal de Medicina, 66,8% acreditam que os profissionais estrangeiros estão capacitados para atender a população brasileira, mas 46% acham que o programa está cumprindo apenas em parte seus objetivos. Dos entrevistados, 90,6% afirmaram não conhecer ninguém que já foi atendido por um profissional estrangeiro do "Mais Médicos". 

Foram entrevistadas 2.005 pessoas, em 135 municípios de 21 unidades da federação, das cinco regiões, entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro. A margem de erro da pesquisa é de 2,2%.(Fernanda Krakovics).
Publicado no Globo de hoje.

Gastos Públicos - A blindagem de Ideli


09:17:17

Planalto se cala sobre a investigação do MP que apontou 52 acidentes em Santa Catarina nos dias em que a ministra de Relações Institucionais utilizou o helicóptero da Polícia Rodoviária Federal. Procurador terminará inquérito em até 20 dias.

 
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que tem por ofício o dever de punir desvios de conduta do alto escalão do governo federal, ainda não se posicionou sobre a utilização pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, do único helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Catarina, utilizado prioritariamente para resgate de vítimas graves. Na próxima segunda-feira, o colegiado se reúne, no entanto, não há nenhuma garantia de que o caso será analisado. O Correio mostrou que investigação em andamento do Ministério Público Federal em Joinville apontou 52 acidentes com 73 feridos e dois mortos nas rodovias de Santa Catarina em pelo menos três dias em que Ideli, pré-candidata do PT ao Senado, utilizou a aeronave para visitar suas bases eleitorais e reforçar a imagem pública. Leia mais

Fonte: João Valadares e Paulo de Tarso Lyra - Correio Braziliense - 08/11/2013

O camarote é um lixo - UIRÁ MACHADO


FOLHA DE SP - 07/11

SÃO PAULO - Alexander de Almeida, 39, é um personagem sem noção. Gasta até R$ 50 mil em baladas paulistanas, considera obrigatório usar roupas de grife e gosta de tomar vodca, mas pede champanhe por uma questão de status.

Tornou-se um dos assuntos mais comentados nas redes sociais graças a uma reportagem da revista "Veja São Paulo", mas, sobretudo, pelo vídeo em que aparece como o "rei do camarote". Assustou-se com a notoriedade adquirida, encerrou contas na internet, comprou logo dois carros blindados e, esquecendo-se de que quem não deve não teme, diz ter ficado com medo da Receita Federal.

Paulo Henrique, 9, é uma criança sem recursos. Vive em um barraco "um pouco apertado" --num único ambiente, uma cama de casal e dois colchões de solteiro abrigam o sono de oito pessoas. Sua mãe, faxineira, recebe R$ 200 por mês.

Tornou-se conhecido graças a uma fotografia do "Jornal do Commercio", reproduzida pela Folha, na qual seu corpo desaparece na água imunda de um canal do Recife. Em meio ao esgoto, o garoto catava latas para ajudar a família com no máximo R$ 10 por dia. Quando crescer, quer ser policial, "para pegar bandido". Sua história teve pouca repercussão nas redes sociais.

No Brasil desigual, Alexander é tão caricato que poderia ser fictício; mas, se fosse invenção, não soaria implausível e poderia ser real. O rei do camarote, no fundo, é uma metáfora de certa elite brasileira. Seus hábitos são extravagantes, suas preocupações são burlescas. O país seria melhor sem pessoas nessa condição?

Paulo Henrique representa outro tipo social. Apesar de sua miséria grotesca, a ninguém ocorre que seja ficção; dá-se de barato sua existência verdadeira. O menino do lixo escancara uma pobreza que ainda campeia Brasil afora, violenta, rotineira. O país certamente seria melhor sem pessoas nessa condição.

Qual deles merecerá suas retuitadas, compartilhadas e curtidas hoje?

A máquina de fazer pobres - CORA RÓNAI


O GLOBO - 07/11

Não há horizonte para quem está na miséria; na pobreza, há luz no fim do túnel


Imaginem um programa social que diminui o índice de internação de crianças doentes em 90%, aumenta a sua frequência escolar em 92% e praticamente dobra a renda familiar dos seus pais. Pois foi isso que três pesquisadores da Universidade de Georgetown encontraram aqui no Brasil, quando decidiram estudar os efeitos a médio e longo prazo do Saúde Criança, uma ONG carioca especializada em transformar miseráveis em pobres, na perfeita definição da sua fundadora.

Parece um jogo de palavras espirituoso, mas fala de dois universos onde o tudo e o nada seguem rumos separados. A diferença entre a miséria e a pobreza é praticamente intransponível para quem está na miséria; não há horizontes ou esperança nesse mundo. Na pobreza, contudo, já se permitem sonhos e, eventualmente, realizações. Na pobreza há luz no fim do túnel; na miséria, só trens vindos em direção contrária.

Vera Cordeiro descobriu essa fronteira quando trabalhava no Hospital da Lagoa. Crianças eram internadas, tinham alta, iam para casa — e logo estavam de volta ao hospital, em condições ainda piores, num ciclo vicioso que, quase sempre, só terminava com a morte dos pequenos pacientes. Claro: ir para casa significa voltar para as condições insalubres que os tinham feito adoecer. Significava falta de medicação, de cuidados, de comida. Ela chegou à conclusão de que era virtualmente impossível tratar das crianças sem tratar das suas famílias e do seu entorno. E foi à luta.

Trabalhando com voluntárias, correndo atrás de donativos e de parceiros, ela traçou um plano de ação e passou a atacar a miséria em várias frentes: dando remédios e alimento para as crianças, mas também reformando os seus barracos infectos, ensinando um ofício às mães e, muitas vezes, obtendo documentos para famílias inteiras que não existiam oficialmente.

Deu tão certo que hoje o Saúde Criança — que começou como Renascer, mas mudou de nome no meio do caminho para não ser confundido com a famigerada igreja — virou franquia social, e está presente em sete estados brasileiros, sendo que, em Minas Gerais, virou política de governo. A organização ganhou todos os prêmios mundiais do setor, é exemplo no mundo inteiro e chamou a atenção de Muhammad Yunus, o banqueiro bengali que ganhou o Prêmio Nobel da Paz pela concepção do conceito de microcrédito.

Dentro deste quadro de sucesso, faltava calcular, em números concretos, o efeito a longo prazo da atuação do Saúde Criança. Não é segredo para ninguém que a metodologia funciona; afinal, as voluntárias e voluntários ficam ligados às famílias que atendem, e volta e meia têm notícias delas mesmo depois que se desligam do programa. Mas haveria como medir o seu impacto?

Sim, havia. Há três anos, os pesquisadores Daniel Ortega Nieto, James Habyarimana e Jennifer Tobin, da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, passaram a acompanhar e comparar 127 famílias assistidas pelo SC com outras tantas que não foram beneficiadas. O resultado do seu trabalho, divulgado no mês passado, foi surpreendente. O tempo médio de internação hospitalar das crianças caiu de 62 dias por ano para nove. A renda familiar per capita passou de R$ 566 para R$ 1.087. Houve também um aumento notável na porcentagem de adultos empregados, de 54 por cento na entrada para 70 por cento até cinco anos após a participação no programa. Esse índice é atribuído aos cursos profissionalizantes promovidos pelo Saúde Criança.

A percepção de bem-estar das famílias é eloquente: ao entrar no programa, 56 por cento definiam a sua situação como ruim ou muito ruim. Passados três anos, esse índice caiu para pouco mais de 15 por cento — enquanto 51,2 por cento passaram a se achar em situação boa ou muito boa, contra os 9,6 anteriores.

Como disse uma das mães atendidas:

“Quando você chega aqui você está triste, abatida, sem esperança. Aqui eles ensinam a gente a andar com a cabeça erguida.”

Pois é.

Isso também é Brasil, mas no meio de tantas notícias ruins protagonizadas por elementos torpes, nem sempre nos lembramos dos pequenos milagres que acontecem todos os dias, promovidos por brasileiros que honram o seu país.

* * *

E agora, os nossos comerciais: o Saúde Criança está participando do “Skoll Foundation social entrepreneurs challenge”, um desafio internacional para arrecadação de recursos online promovido pela Fundação Skoll, que investe em empreendedores sociais ao redor do mundo.

Entre as 57 instituições escolhidas, há apenas duas brasileiras (a outra é o CDI, o Comitê para Democratização da Informática, muito bem colocado graças à doação de um trabalho do Vik Muniz). O Saúde Criança está em sétimo lugar, e precisa melhorar a posição para garantir uma parte no prêmio de 250 mil dólares que será repartido entre as ONGs que mais arrecadarem.

O desafio termina no próximo dia 22 de novembro. Até lá, é só ir ao site, que fica em crowdrise.com/SaudeCrianca, e fazer a sua doação. Doe o valor de uma manicure, por exemplo, ou de um jantar: não vai fazer falta a você, e vai ajudar muito a uma causa que é nobre e digna de apoio.

Estrita confiança - EDITORIAL ZERO HORA


ZERO HORA - 08/11

Repete-se no Senado mais um episódio da novela do empreguismo no serviço público. O presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), assumiu comprometido com o corte de custos na folha de pessoal e anunciando a nomeação de servidores apenas por concurso. O que está ocorrendo é justamente o contrário: o Senado já tem mais servidores admitidos por apadrinhamento do que por mérito. Atualmente, conta com 3.241 funcionários comissionados, nomeados por indicação, e 2.991 concursados. O Ministério Público Federal agiu rápido ao decidir investigar os excessos. Ainda assim, quando a situação atinge um grau de descalabro tão evidente, é difícil imaginar uma perspectiva de mudança se a sociedade não pressionar com rigor e de forma permanente.
Há um mês, quando optou pela apuração de evidências de loteamento partidário nas nomeações de comissionados no Senado, o Ministério Público valeu-se da constatação de um “número exacerbado” de indicados, em “prejuízo aos cofres públicos”. Nessa iniciativa, o organismo baseou-se numa orientação clara, no sentido de que menos da metade dos cargos seja ocupada por pessoas de livre nomeação. Na prática, porém, os R$ 3 bilhões despendidos por ano com a folha de pagamentos da Casa estão indo parar mais nos bolsos de apadrinhados políticos _ em alguns casos com aptidão no mínimo discutível para ocupar o cargo _ do que nos de servidores admitidos por concurso _ avaliados de forma objetiva por seus méritos, sem qualquer interferência de políticos.
O agravante é que, em fevereiro, ao assumir o cargo, o presidente do Senado prontificou-se a reduzir custos e a folha de pagamentos. No âmbito de pessoal, porém, o único gesto concreto foi a suspensão, até outubro, da nomeação de selecionados por meio de concurso. A brecha para a contratação de pessoas indicadas por partidos políticos, porém, continuou aberta. Com isso, acirrou-se uma deformação que não tem como ser tolerada no setor público, muito menos num poder que deveria dar o exemplo pelo fato de ter a competência da fiscalização, como é o caso do Legislativo.
Diante dessa realidade, preocupam justificativas do Senado como a de que as nomeações atendem a conveniências e necessidades. Em nota, a instituição garante que as atividades de assessoramento técnico e secretariado são preenchidas por critérios de “estrita confiança”. A insistência em nomeações por critérios políticos e não por mérito, porém, ajuda a explicar o fato de a população, que paga a conta, devotar a parlamentares e governantes “estrita desconfiança”.

Estratégia para tomar o Congresso - LUIZ CARLOS AZEDO


CORREIO BRAZILIENSE - 08/11


O problema de Lula é combinar com os caciques do PMDB, principalmente o presidente do Senado, Renan Calheiros

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a operar uma estratégia eleitoral com o objetivo de controlar as duas Casas do Congresso a partir das eleições de 2014, o que garantiria ao PT a consolidação de sua hegemonia. Para isso, preserva as candidaturas próprias do PT nos estados de maior colégio eleitoral — como o Rio de Janeiro —, nos quais poderia eleger mais deputados federais, e entrega a cabeça das chapas para o PMDB e outros aliados na disputa dos governos de estados menores, que elegem menos deputados, mas três senadores, como os grandes colégios eleitorais.

Lula faz juras de amor ao governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que tenta viabilizar o vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), como sucessor, ao mesmo tempo em que garante a legenda para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que desafia o candidato oficial. No Espírito Santo, Lula tenta convencer o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) a abrir a vaga do Senado para o ex-prefeito de Vitória João Coser (PT) e concorrer ao Palácio Anchieta contra o governador Renato Casagrande (PSB), que pleiteia a reeleição.

Essa estratégia foi parcialmente executada nas eleições passadas, quando Lula conseguiu desalojar do Senado a maioria dos seus desafetos pessoais na oposição, como os senadores Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), Heráclito Fortes (ex-DEM-PI), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Jorge Bornhausen (ex-DEM-SC). Agora, o ex-presidente da República tenta matar dois coelhos com uma só cajadada: garantir uma posição mais confortável para o Palácio do Planalto nas relações com o Congresso, cujo controle absoluto passaria do PMDB para o PT, e reduzir as tensões entre as duas legendas na montagem dos palanques de 2014.

É mais ou menos como naquela história do Mané Garrincha, à véspera do jogo entre Brasil e União Soviética na Copa de 1958. O técnico Vicente Feola levou Garrincha para o canto da concentração e explicou o que ele deveria fazer em campo: “Mané, você pega a bola e dribla o primeiro beque. Quando chegar o segundo, você dribla também. Vai até a linha de fundo e cruza forte para trás, para o Vavá marcar”. Malicioso, Garrincha respondeu: “Tudo bem, seu Feola, mas o senhor já combinou com os russos?” O problema de Lula é combinar com os caciques do PMDB, principalmente o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), cuja reeleição para o cargo, em 2015, subirá no telhado se a estratégia de Lula for bem-sucedida.

Como se sabe, no Rio de Janeiro, no Ceará, em Pernambuco, na Bahia, no Maranhão, no Paraná e no Rio Grande do Sul, as relações entre as duas legendas são ruins. São estados com muito poder na convenção nacional do PMDB, que poderia até retaliar o avanço petista na suas bases com um veto à coligação com a presidente Dilma Rousseff. O PMDB também tem sérias contradições eleitorais com o PT em Mato Grosso do Sul, em São Paulo, em Minas Gerais, em Roraima e no Acre. O que garante a aliança do PMDB com Dilma, hoje, são estados de menor colégio eleitoral, como Santa Catarina, Espírito Santo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Tocantins, Amapá e Rondônia, além de Pará e Amazonas, que abrigam o grosso do eleitorado nortista.

Como o PMDB depende da manutenção de suas posições nos estados para manter a hegemonia no Congresso e preservar a influência no governo federal — que passa pela confirmação do vice-presidente Michel Temer (PMDB) na chapa da reeleição —, a estratégia de Lula é arriscada e exige muita precisão. Qualquer descuido pode pôr a perder a reeleição de Dilma. O que não falta no Congresso é gente predisposta a traições, principalmente quando a própria sobrevivência corre perigo.

Miscelânea
Pesquisa / A pesquisa CNT-MDA divulgada ontem mostra a presidente Dilma Rousseff em posição confortável, mas em ponto morto do ponto de vista da corrida eleitoral: a aprovação do governo melhorou pouco (39% de positivo, 37,7% de negativo e 22,7% de regular) e a da presidente da República manteve praticamente o mesmo patamar (58,8% de aprovação e 38,9% de desaprovação). No cenário principal, a petista seria eleita no primeiro turno, com 43,5% dos votos, contra Aécio Neves, com 19,3%; e Eduardo Campos (PSB), com 9,5%. Quando entra na simulação no lugar de Eduardo Campos, Marina Silva (PSB) arranca 22,5% dos votos, contra 40,6% de Dilma e 16,5% de Aécio. Ou seja, leva a eleição para o segundo turno. É aí que mora o perigo: Marina pode transferir votos para Eduardo Campos e embananar a reeleição.

Diplomacia/ Em baixa nas pesquisas, o presidente socialista da França, François Hollande, aguarda, sem sucesso, a confirmação da visita ao Brasil, prevista para dezembro. Quem cuida do assunto é o assessor especial Marco Aurélio Garcia, que anda enrolando o novo embaixador francês Denis Pietton. Apesar das críticas do governo francês à espionagem norte-americana no Brasil, Dilma empurra a visita com a barriga por causa da novela dos novos aviões de caça que a Força Aérea Brasileira pretende adquirir, assunto pelo qual Holland tem grande interesse

Fraude do ISS: entre atitudes e fatos mal explicados - ROBERTO FREIRE


BRASIL ECONÔMICO - 08/11

Acompanhando as notícias sobre o desbaratamento do esquema de corrupção que estava funcionando na Secretaria Municipal de Finanças e que resultou na prisão da quadrilha formada por auditores fiscais, pela cobrança de propina para emissão de comprovante de recolhimento do ISS abaixo do valor devido, facilitando a obtenção do “habite-se”— licença concedida pela prefeitura para a liberação do imóvel—não há como não concluir que atuação do Ministério Público Estadual que vinha investigando o caso está sendo exemplar.

Entretanto, o que chama a atenção é a postura do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Como é que ele permitiu que se nomeasse diretor financeiro de uma empresa importante como a SPtrans, um sujeito que estava sendo investigado por suspeita de corrupção? Carece ainda de explicação, por que motivo sua gestão ignorou o resultado das apurações iniciadas pelo então corregedor, Edilson Mougenot Bonfim, cujas declarações dão conta de que, ainda que preliminares, as informações por ele levantadas seriam suficientes para que o ex-subsecretário municipal de Finanças, Ronilson Bezerra Rodrigues, a quem a chefia da quadrilha vem sendo atribuída, não fosse nomeado.

Que o prefeito petista fique tentando imputar a responsabilidade totalmente a Kassab, que tanto tem feito para ajudá-lo, também é algo que não pega nada bem, porém, o que interessa de fato, é a apuração, com resultados concretos. Ao invés de bancar o “detetive”, pagando aluguel do próprio bolso e montando “QG” para investigar a quadrilha, bastaria que o prefeito tivesse tido bom senso e responsabilidade para levar adiante as investigações iniciadas na gestão anterior e cujos desdobramentos, surpreendentemente só apareceram recentemente, coma gestão de Haddad propalando sua “paternidade”.

Houve quem dissesse certa vez, que São Paulo não era para principiantes. Está correto. Comandar a maior cidade do país requer pulso e maturidade. Depois de passado tanto tempo que a quadrilha vem atuando livremente – o prejuízo à sociedade, estimado pela própria prefeitura está em torno de R$ 200 milhões a R$ 500 milhões, o que se espera é que haja uma investigação independente e séria, coma apuração das devidas responsabilidades e punições efetivas, com o ressarcimento aos cofres públicos, da quantia desviada e sem que haja qualquer tipo de operação visando, “tapar o sol coma peneira”.

No rol das dúvidas e mal explicados há, por exemplo, a denúncia de que o secretário de governo de Haddad, Antonio Donato tenha recebido doações de um dos auditores envolvidos no esquema de corrupção e mais tarde, o teria indicado ao cargo na empresa municipal de transportes, fato que não causaria surpresa, afinal, o modus operandi petista é adepto ao malfeito.

Mas tal fato como também as estreitas relações de um outro envolvido na corrupção com a família Tatto, tão influente no lulopetismo paulistano não são apreciadas pelo Prefeito/ Detetive que sobre tais assuntos nada diz ou desconversa. Que Haddad, batizado à época da campanha à prefeitura com a alcunha nada lisonjeira de “poste”, como sua colega de partido, a presidente Dilma Rousseff, não caia no mesmo erro de vestir a fantasia de “faxineiro”, pois foi desmoralizada em Brasília e pelo andar da carruagem será aqui também em São Paulo.

7 evidências que distinguem pessoas bem sucedidas de todo o resto



O que tornou pessoas como Richard Branson, Bill Gatese Warren Buffet tão extraordinárias? Eles viviam de acordo com 7 princípios estratégicos de empreendedorismo

O novo livro de Lewis Schiff, Business Brilliant (Trabalho Brilhante), é baseado em pesquisas de opinião que encontrou 7 princípios fundamentais de trabalho e de construção de riqueza que pessoas super bem sucedidas praticam, mas que pessoas comuns evitam.
Aqui estão as histórias dos mais bem sucedidos homens de negócios de todo o mundo para ilustrar cada um desses princípios.

#1. “Faça o que você ama, mas siga o dinheiro”, Guy Laliberté

Guy Laliberté era um palhaço de circo em Quebec, quando convidou alguns artistas para iniciar o Cirque du Soleil.
Apesar de subsídios governamentais, patrocinadores indulgentes e o trabalho duro de Laliberté, o circo mal sobreviveu durante anos, enquanto era um circo tradicional.
O golpe de mestre de Laliberté foi mudar o status do circo de sem fins lucrativos para fins lucrativos (sendo ele mesmo proprietário de 1/3 das ações). Hoje, ele vale 1,8 bilhões de dólares.
Até mesmo a palhaçada pode ser uma grandiosa carreira, contanto que você seja o proprietário.

#2. “Poupe menos, ganhe mais”, Suze Orman

Suze Orman fez fortuna dizendo as pessoas para aumentar suas riquezas através da frugalidade, apesar de não ter experiência no assunto.
Quando Suze estava em seus 30 anos, ela sonhou alto, mas estava atolada em dívidas. Ela não cortou os luxos, em vez disso, ela trabalhou para resolver o problema.
Ela fez o que amava, aproveitou as oportunidades financeiras, e hoje está em uma condição de gastar mais de 300 mil dólares por ano viajando pelo mundo em jatos particulares.
No final, seu tempo é muito melhor gasto aproveitando as oportunidades do que contando seu dinheiro.
Poupe menos, ganhe mais.
Poupe menos, ganhe mais.

#3. “Imite, não inove”, Bill Gates

Bill Gates construiu uma das maiores fortunas do mundo segundo a Forbes, pelo licenciamento de sistema operacional para a IBM.
Na realidade, o Windows foi concebido a partir de outros códigos, de outros sistemas operacionais. A Microsoft não tinha capacidade de inovação para escrever do zero e, por isso investiu na compra de um software de uma outra empresa, por 25 mil dólares.
Quando Gates apresentou o software de segunda mão para a IBM, dentro do prazo, o código tinha tantos bugs que os engenheiros da IBM teve que reescrevê-lo completamente.
Hoje, 33 anos depois, ninguém se lembra ou se importa com isso. A inovação raramente é tão importante quanto a execução de uma imitação adequada, no tempo certo.

#4. “Know-how é bom, mas know-who é melhor”, Warren Buffet

Warren Buffet chegou à sua filosofia de investimento mais experiente quando ele era mais jovem, mas o seu know-how­ era quase inútil, porque ele não tinha capital suficiente para fazer grandes movimentações no mercado.
Buffet não ficou rico até que ele superou a sua timidez e recrutou pessoas para espremer o desempenho das ações de gestores corporativos. Ninguém fica rico sozinho.
Know-how é bom, mas know-who é melhor.
Know-how é bom, mas know-who é melhor.

#5. “Ganha-ganha é o caminho certo para perder”, Adam McKay

Adam McKay é um dos produtores e diretores de maior sucesso de Hollywood. Ele se juntou com Will Ferrel em Talladega NightsStep BrothersThe Other Guys eAnchorman.
Mas a sua carreira no cinema poderia nunca ter acontecido se ele não tivesse negociado um acordo para produzir curtas-metragem enquanto estava na equipe de roteiristas doSaturday Night Live.
O segredo para conseguir o acordo? Ele não tentou jogar o jogo ganha-ganha de negociação. Em vez disso ele disse ao SNL que ter a sua própria equipe de filmagem era o seu preço para entrar no show, e ele estava pronto para ir embora sem isso.

#6. “Difunda o trabalho, espalhe a riqueza”, Richard Branson

Sir Richard Branson sofre de dislexia grave, mas ele veio considerar o problema como a sua maior força. Branson dirige o Virgin Group como um fundo de capital de risco que faz suas apostas em empreendedores com ideias brilhantes que se encaixam na estratégia do grupo.
Ele nunca tentou microgerenciar qualquer uma das empresas do grupo, porque ele não pode. Ele garante que, se pudesse ler um balanço, não teria realizado nada na sua vida.
Em suma, trabalhe em seus pontos fortes e leve as outras pessoas a trabalhar os pontos fortes deles.
Difunda o trabalho, espalhe a riqueza.
Difunda o trabalho, espalhe a riqueza.

#7. “Nada tem tanto êxito quanto a falha”, Steve Jobs

Steve Jobs teve uma visão nos anos 90, de um processador de imagens 3D que iria revolucionar a indústria. Ele estava errado sobre isso, e perdeu milhões de dólares antes de encerrar a produção do Pixar Imaging Computer em 1991.
Na época, a única unidade rentável da Pixar era uma pequena equipe de animadores que usavam o software para fazer comerciais de TV. Essa mesma equipe viria a formar o estúdio Pixar, que produziu Toy Story.
Quando Jobs morreu, em 2011, mais de 70% de sua fortuna vinha da sua participação doPixar Studios, uma indústria que nunca teve nenhuma intenção de entrar.
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Este artigo foi adaptado do original, “7 Traits That Distinguish Super Successful People From Ordinary Ones”, da Inc.

Autor

Enrico Cardoso – escreveu  posts no Jornal do Empreendedor.
Enrico Cardoso trabalha com storytelling para construção de marcas. Acredita que toda empresa tem uma única oportunidade de se transformar em uma grande marca: contando histórias.

UM TIRO NA ASA DE ANA AMÉLIA LEMOS

sexta-feira, 8 de novembro de 2013


Um importante membro da nomenklatura petista do Rio Grande do Sul, com cargo dentro do Palácio Piratini, em conversa com outro personagem, não petista, deixou escapar que está em curso uma nova operação político-policial, do gênero daquelas em que o partido se especializou. Desta vez o objetivo seria a senadora Ana Amélia Lemos, tida por 9 entre 10 gaúchos como a grande favorita para ganhar a eleição para o governo do Estado no próximo ano. Disse o alto membro da nomenklatura petista: "Tem um tiro preparado para a Ana Amélia". Ele comentou isso quando foi contraditado de que as chances de reeleição do peremptório petista Tarso Genro são quase nulas devido a seu desastroso governo. A senadora Ana Amélia Lemos e o PP sul-riograndense devem se cuidar, são a bola da vez.

Enviesamentos e atitudes que geram perdas em Negociação – O Oculto e Irracional Negociador que também há em nós


negociação
Caro leitor, este artigo encerra uma série de cinco sobre Negociação, publicados nos últimos meses no Clube das Vendas. A sua leitura pode ser feita por si só, embora venha na sequência dos quatro anteriores.
Pretendo neste último abordar alguns enviesamentos perceptivos e atitudinais que, subliminarmente, e muitas vezes sem que tenhamos consciência, nos levam a adoptar comportamentos desadequados em negociação, em particular quando solicitamos e realizamos cedências.

Mito da Soma Fixa
O primeiro enviesamento é o do mito da soma fixa. Já falámos muito sobre este assunto nos artigos anteriores. Este mito consiste na crença de que o que está em jogo na negociação é algo que se pode dividir, mais ou menos, ao meio. Implica que entendamos que aquilo que podemos ganhar está na justa medida daquilo que o outro pode perder, e vice-versa. O seu pressuposto, sempre falacioso, é a crença de que é possível haver algo de absolutamente igual valor para duas pessoas ou entidades diferentes. Ou seja, significa ignorar totalmente o potencial integrativo do que está a ser negociado e agir no pressuposto de que a única estratégia possível e adequada de negociação é a distributiva; De natureza competitiva, portanto.
Sobre este tema reenvio o leitor para os artigos anteriores desta série, em particular para os dois primeiros.

Presunção em Relação a Perdas e Ganhos
Um outro enviesamento é o da presunção de que o outro tem a mesma atitude que nós em relação ao risco e às perdas e ganhos. No fundo, é a crença de que o nosso interlocutor tem uma personalidade igual à nossa, já que é essencialmente a traços personalísticos que me refiro. Por exemplo, há personalidades que se focam mais em estratégias que visam, sobretudo, minimizar eventuais perdas, e há personalidades que se concentram na maximização de ganhos, mesmo que isso implique um maior risco de elevadas perdas. Não há grande coisa a fazer perante estes traços. Sobretudo, não devemos presumir que o outro tem a mesma personalidade que nós, ou pretender “obrigá-lo” a ter a mesma atitude e estratégia de fundo quanto, por exemplo, a perdas e ganhos. Vamos dar-nos mal. É melhor aceitar a sua atitude de base, e tê-la em conta nas propostas e contra-propostas que lhe fazemos.
É como no futebol. Há umas equipas que, culturalmente, jogam sobretudo à defesa, arriscando pouco, quase nunca perdendo, empatando muitas vezes, e ganhando menos vezes e quase sempre por poucos golos. Há outras que arriscam muito, ganham algumas vezes por grandes goleadas, raramente empatam, e por vezes perdem por grandes diferenças.

Síndrome do Jogador de Golf
A um outro enviesamento podemos chamar síndrome do jogador de golf. Diversos estudos no âmbito da economia comportamental dão indicações muito seguras sobre uma nossa tendência generalizada quanto ao esforço e investimento que estamos dispostos a realizar para evitar perdas ou obter ganhos, de igual monta e probabilidade de acontecerem. Do ponto de vista da negociação, isto implica que, de uma forma geral, tenderemos a ceder mais em troca de evitar ou de diminuir as probabilidades de perder algo, do que em troca de conseguir ou de aumentar as probabilidades de ganhar algo de igual valor e igual probabilidade de acontecer. Em síntese, e simplificando, valorizamos mais as perdas do que os ganhos, tendendo investir mais esforço e cedências para evitar as primeiras do que para conseguir os segundos. Por outras palavras, existe em nós uma forte tendência assimétrica quanto aos esforços que realizamos perante a possibilidade de perdas – mais esforços – ou perante a possibilidade de ganhos – menos esforços.

Excesso de Confiança
Mas há mais enviesamentos perceptivos e atitudinais. Um outro é o excesso de confiança. Consiste, simplesmente, em alimentar expectativas e aspirações desajustadas quanto aos resultados da negociação. Por exemplo, esperar do outro propostas e cedências que estão completamente fora do seu alcance, mesmo que as desejasse. Isto resulta em fazer exigências que só podem ter como resultado bloqueios e rupturas, ou acordos altamente incertos quanto à sua efetiva implementação.
Por vezes iludimo-nos e caímos neste erro porque o outro faz cedências excessivas por pura ignorância ou, até, inépcia. Devemos saber atuar nessas circunstâncias. Acordos que não vão ser implementados porque o seu cumprimento não está, simplesmente, ao alcance das possibilidades do outro, ou porque este vem a descobrir mais tarde que realizou inadvertidamente um acordo altamente desfavorável, não interessam.

Ignorar o Ponto de Vista da Outro
Um outro enviesamento consiste em inferir os interesses do nosso interlocutor a partir dos nossos interesses. Significa presumir que o outro tem os mesmos objectivos que nós, ou que valoriza o que está em questão exatamente da mesma forma.
Na prática, isto é ignorar o ponto de vista da outra parte. É uma forma de cegueira. Consiste em atribuir ao outro os nossos desejos, e resulta em expectativas goradas porque esperamos que ele aceite as nossas propostas que, no entanto, exclusivamente se centram nos nossos interesses, embora possamos não o saber ou reconhecer.

Escalada Irracional
Por fim, gostaria de me referir à escalada irracional. Esta é a tendência para reincidir num erro na expectativa de recuperar, ou de justificar, perdas anteriores.
O leitor já ouviu falar no síndrome do jogador? A este enviesamento também se pode chamar síndrome do jogador perdedor. Consiste, em poucas palavras, na aversão ao risco quando se peorspectivam ganhos, e na atração pelo risco quando se perspectivam perdas de igual monta e probabilidade.
Tentarei clarificar… Para isso, lanço-lhe uma pergunta, caro leitor: Qual é a razão que a maioria dos doentiamente dependentes de jogos a dinheiro apresentam aos outros, e a si próprios, que justifica, a seus olhos, uma imperiosa necessidade de continuar a jogar?
Uma resposta possível poderá ser esta: Porque não conseguem largar o jogo, o vício…
Sim, eu compreendo essa resposta, mas, com a minha pergunta, pretendo saber qual é a justificação – a racionalização – que esses jogadores se apresentam a si próprios, e aos outros, que os “obriga” a continuar a jogar? Que justifica – até, porventura, moralmente! – a necessidade, o dever, até, de prosseguir com o hábito.
O leitor concordará comigo que, muitas vezes, esses jogadores dizem a si próprios que não podem deixar de jogar porque, tendo perdido muito, têm que recuperar. Acontece que, tendo já perdido muitíssimo, só mesmo com um golpe de sorte ao jogo, altamente improvável, é que virão a recuperar tudo o que perderam. Aliás, o mais provável, é continuarem a aumentar o prejuízo…
Em negociação podemos ser vítimas de algo semelhante, e entrar em escalada, por exemplo, competitiva. Por vezes já perdemos e cedemos tanto que já não somos capazes de conceber a hipótese de não se chegar a um acordo. Para isso, continuamos a ceder e a perder cada vez mais, sempre na ânsia de recuperar. E, por vezes, entramos a alimentamos esta escalada apenas com o fito de gerar no outro perdas idênticas às nossas, acentuando-se deste modo o ciclo vicioso através da introdução de questões pessoais de natureza puramente emotiva. Neste ponto, sem nos apercebermos, abdicamos da defesa dos nossos interesses do ponto de vista estrito da racionalidade.
Perguntará o leitor: E como devemos agir se nos virmos em tal situação? Quase todos nós já teremos caído em circunstâncias algo semelhantes, uma ou outra vez… Embora sempre, ou quase sempre, sem consequências muito graves.
Antes de tudo mais, é preciso aceitar de uma vez por todas que há negociações que não terminam, aliás, que não devem terminar num acordo. Ou, dito de outra forma, que devem terminar num acordo sobre o não acordo. Tão só. Isto porque a restante gama de compromissos ainda disponíveis e possíveis não nos interessa.
Por outro lado, é preciso aceitar que por vezes já perdemos tanto que já não é possível recuperar o que foi perdido, pelo menos integralmente. Ou seja, as perdas estão garantidas e a única coisa que há a fazer é minimizá-las.
Compreensivelmente, aceitar isto é mais difícil para aqueles tipos de personalidade, de que falámos atrás, que se focam sobretudo na maximização dos ganhos. A justificação subjacente nesses negociadores poderá ser expressa pelo conhecido aforismo, que podemos dramaticamente apelidar de suicida: Perdido por cem, perdido por mil!
Caro leitor, espero ter contribuído um pouco para o seu auto-conhecimento quanto a possíveis atitudes negociais perdedoras resultantes de enviesamentos perceptivos dos quais possa não estar sempre consciente. Desafio-o a fazer o uso que entender útil.
Até à próxima e racionais e profícuas negociações, é o que lhe desejo!
Gonçalo Coutinho Rodrigues é autor de:

Construtora deve arcar com juros de obra por atraso no “Habite-se”


30/10/13


Liminar concedida pela 2ª Vara Cível de Campo Grande determinou que imobiliária e construtora paguem mensalmente à autora a taxa de juros da obra no valor de R$ 483,01 até a expedição e entrega do “Habite-se”.
Narra a autora que, para obter o imóvel, realizou um financiamento bancário com a Caixa Econômica Federal no valor de R$ 113.488,90, sendo pago como entrada o valor de R$ 8.112,99, ficando um saldo final de R$ 102.033,11. Afirmou ainda que as amortizações do saldo devedor estão vinculadas a expedição do “Habite-se”, a qual estava prevista para o dia 30 de abril de 2012.
Alega a dona do imóvel que a previsão de entrega do bem estava prevista para 30 de junho de 2012. No entanto, a autora informou que, além de ter sido prorrogado o prazo da entrega do imóvel, foi entregue de maneira irregular, pois a fase de acabamento não estava concluída e também sem o “Habite-se”.
Afirma assim que teve que pagar os custos de acabamento do imóvel no valor de R$ 4.021,25, em razão da demora na expedição do “Habite-se”. Além disso, a autora teve que arcar com o pagamento da taxa de juros de obra. Por isso, a autora pediu na justiça o ressarcimento dos valores pagos mensalmente indevidamente referente à taxa de juros e demais regularizações do imóvel.
O juiz titular da vara, Marcelo Câmara Rasslan, analisou que o atraso injustificado na entrega do “Habite-se” causou prejuízos para a proprietária do imóvel e que posteriormente não conseguiu a regularização com o banco, pois “ não há dúvida de que a cobrança da taxa de evolução da obra aliada a impossibilidade de amortização do saldo devedor, por atraso na entrega do Habite-se, resulta em ônus excessivo para a requerente”.
Processo nº 0833024-22.2013.8.12.0001
Fonte: TJM
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