domingo, 11 de novembro de 2012

O bode de plantão, por Mary Zaidan



Não falha nunca. Ao final de cada eleição, a reforma eleitoral volta à baila como essencial, inadiável. Passam-se alguns meses e ninguém mais fala disso. No máximo se faz uma maquiagem aqui, outra acolá, nas regras para o pleito seguinte, e pronto.
Em 2010, mal as urnas deram a vitória a Dilma Rousseff, Lula anunciou que se dedicaria de corpo e alma para provar que o mensalão era uma farsa e aprovar a reforma política, a mãe de todas. Só se dedicou à primeira empreitada. E sem sucesso. De reforma política nada mais falou.
Desta vez, coube a José Dirceu reavivar o tema. Réu condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, o ex-ministro saiu na defesa do financiamento público das campanhas e da inclusão da regulamentação da mídia na pauta do PT de 2013.
Assim como Lula, é pouco provável que Dirceu esteja interessado na reforma política. Quer mesmo a regulamentação da mídia, nome pomposo para controle e, consequentemente, limitações à imprensa que tanto incomoda o PT, a si e aos seus. Sem meias palavras, censura.
Aliás, chega a ser cômico um partido que considera caixa 2 crime menor, a ponto de admiti-lo diante da Corte Suprema, propor financiamento público de campanhas. E ainda fazê-lo em nome da moralização do pleito, sob o argumento de que as doações privadas são portas para a corrupção.
Em suma, candidamente, o PT culpa o sistema e não o ladrão. É como dizer: só roubei o carro do vizinho porque ele deixou a garagem aberta.
Mas partido algum tem interesse real na reforma política. Todos fingem dar importância a ela, mas tergiversam na hora do vamos ver. Na Câmara dos Deputados e no Senado, há anos o assunto passa de urgência urgentíssima para gaveta engavetadíssima.
O Parlamento deixa crescer vácuos nas regras eleitorais, obriga a Justiça a tampá-los emergencialmente em cada pleito, e depois reclama que a Justiça está ocupando os espaços legislativos.
Enquanto isso, questões como voto facultativo - já praticado e não legalizado, como se viu na ausência de 30% dos eleitores nas eleições municipais -, sistema eleitoral, voto distrital puro ou misto, regulamentação das lacunas da Ficha Limpa e outras tantas ficam no limbo. E a quem isso apoquenta? A ninguém.
Conclui-se, então, que a reforma política tem relevância menor do que a ela se atribui. Tornou-se um bom encosto para enfeitar discursos. Um bode de plantão para se tirar da sala.
Foi o que Lula fez. É o que Dirceu repete agora.

Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa, @maryzaidan

Desindustrialização, uma ameaça ao país.



Martim Berto Fuchs
Ser empresário neste nosso país é coisa para quem gosta de esportes radicais, tipo se atirar de uma ponte de 50 metros de altura, amarrado apenas com uma corda no pescoço.
Enfrentar os governos com seus impostos e sua fábrica de leis e medidas provisórias, a legislação trabalhista e a Justiça do Trabalho, os advogados que rondam as empresas atrás das suas presas, os sindicatos pelegos que mais atrapalham do que ajudam, e a ferocidade dos bancos com suas taxas de juros absurdas – tudo isso é trabalho para jovens contratados que eventualmente nada tenham à perder, que se apresentam apenas como executivos e não sócios.
Mesmo assim, não sei se sobrarão empresas nacionais da iniciativa privada para contar a história. Creio que só sobrarão aquelas, como sempre digo, que fazem parte da Corte, que quando quebram, os donos ficam mais ricos e o BNDES (nós) mais endividado.
A continuar desse modo, logo terão que pagar para que empresários mantenham suas empresas em funcionamento e não vendam para o primeiro estrangeiro que aparecer com uma bolada de dólares, que por mais papel pintado que seja, ainda vale mais do que enfrentar todo um aparato contra si e ser tratado como delinquente, ou, culpado até prova em contrário.
###
SÓ PAGANDO
Já estão pagando para que mães tenham mais filhos ? Pois acabarão pagando para que empreendedores aceitem se transformar em empresários, em vez de extorquir, como hoje, para que a geração de empregos não acabe.
Ou coloquem todos desempregados nas folhas de pagamento das Prefeituras, Estados e União, com seus milhares de departamentos fantasmas e depois passem a “sacolinha” pelos bancos internacionais à busca de grana para as folhas de pagamento. Como contra-ofensiva, quando não conseguirem pagar os bancos, e não conseguirão, coloquem a turma dos sindicatos estatais para gritar palavras de ordem: “Fora FMI”, “Fora gringos”. É o que de melhor sabem fazer.
Solução tem, tanto para as empresas como para a aposentadoria, desde que aceitem debater um novo contrato social.
http://capitalismo-social.blogspot.com.br/2012/08/510-capsoc-empresas-sociais.html

Diversidade e contradição - Tostão (O Tempo)



É absurda a demolição da Escola Pública Municipal Friedenreich, com 349 alunos, a quarta melhor da cidade do Rio de Janeiro, por causa de obras no Maracanã, para a Copa. No local, haverá a construção de duas quadras cimentadas, para aquecimento dos jogadores. Além da importância da escola, os vestiários do Maracanã são enormes, e os jogadores, geralmente, se aquecem, antes das partidas, no gramado.
Faltam ainda quase dois anos para a Copa e, por ter sido campeão do mundo, já recebi convites para participar de fan fests – encontros públicos de torcedores que não terão ingressos para ir aos estádios -, talk shows e outros eventos relacionados ao Mundial. Sempre recuso. Muitas pessoas não entendem. Não sou ex-jogador que escreve sobre futebol. Sou um cidadão, colunista, que foi jogador. Não quero que uma coisa interfira na outra.
Apesar de a maioria das pessoas se dizerem democráticas, abertas, as opiniões diferentes, mesmo com conhecimento, costumam ser ignoradas, como se contrariassem uma verdade estabelecida. Elas não escutam nem querem aprender. As que sabem menos são, geralmente, as que têm mais certeza.

PROTAGONISTAS DO MENSALÃO



Ancião
A novela policial brasileira, que ficou famosa mundialmente, uma trama que parece ter saído da criação do produtor de cinema Blake Edwards, de A Pantera Cor-de-Rosa, mostra quadrilhas organizadas, onde cada participante exerce uma função de acordo com sua capacidade operacional. Começando pelo molusco falante que exerce sua liderança, deixando a criatividade de seus subalternos se manifestar e sacramentando sua execução, tentando aparentar “não saber de nada”.Mas o resultado é pífio. Erguido apenas na base do gogó, só engana os bolsistas. O Zé maquiavélico elabora o plano de forma que suas impressões digitais e sua fala jamais sejam expostas, mas se esqueceu da astúcia do Batman no uso do domínio do fato, de longínquas origens africanas, e que já é jurisprudência firmada.  O genuíno genérico  é usado para alcagüetar seus companheiros, que estão atrapalhando os desideratos da quadrilha. O Leviatã e seu fiel escudeiro Tapolim, qual Don Quixote e Sancho Pança (magrinho), heróis da literatura mundial, escolhidos a dedo (aquele que falta ao Batráquio Supremo), estão lá apenas para evitar que haja unanimidade burra no plenário, absolvem todos os mensaleiros, de preferência os do PT.
Pena que, como nos filmes do Inspector Clouseau, papel trapalhão principal atribuído a um personagem nordestino que surgiu do agreste Caetés, sem a capa, não tem um final feliz, onde tudo acaba bem. O prejuízo foi incalculável para a incipiente democracia brasileira, que infelizmente já se transformou numa ditadura sindicalista.

NOTÍCIAS DO MINISTÉRIO DA DEFESA



Ralph J. Hofmann


Celso Amorim, Ministro de Defesa do Brasil realizou uma reunião com o alto comando das Forças Armadas para expor os planos elaborados por um grupo de trabalho de seu gabinete no sentido de reequipá-las.
Na ocasião agradeceu os esforços de seu assessor especial Sr. José Genoino que denodadamente envidou todos os esforços para que o projeto chegasse a bom termo antes de ter de retirar-se para tratar de assuntos relativos a um estabelecimento mantido pelo governo federal ao qual deverá dedicar-se 24 horas por dia, sete dias por semana por tempo a ser determinado.
Posto isto anunciou a compra de 120 aviões franceses, de um modelo já consagrado pelas vitórias em muitos combates aéreos, produzido pela SPAD (Societé Pour L’Aviation et ses Derivés) .  Esta aeronave goza de grande prestígio dado seu uso intensivo pelas forças aéreas da França, Inglaterra e Estados Unidos.
Com vistas a simplificar o processo de aquisição de novas armas silenciosas o exército receberá o armamento ilustrado abaixo. A grande vantagem é que poderá ser produzido nas próprias oficinas militares, a partir de excelente aço de molas de caminhão. Uma vantagem suplementar é que os próprios soldados poderão fabricar sua munição quando estiverem em lugares difíceis de re-suprir. 
Finalmente a marinha será equipada com navios de operação extremamente econômica e ecológica dada a possibilidade de operação com combustível renovável.
Este programa será apresentado à Presidente Dilma nas próximas semanas. Calcula-se que seu custo será por volta de 2,5 bilhões de dólares, dos quais 100 milhões para a aquisição do equipamento e o restante relativo aos custos administrativos.
O Ministro declarou que  esta a tarefa foi a mais  gratificante de sua longa carreira salvo por sua atuação na produção do filme “Os Cafajestes”.

O Obama chinês



Paulo Nogueira (Diário do Centro do Mundo)
E eis que a China passa por uma mudança no poder que acontece a cada dez anos. Tudo se dá no âmbito do Partido Comunista Chinês, que inventou uma espécie de marxismo-confucionismo-capitalismo extraordinariamente bem sucedido.
O Obama chinês Xi Jiping é o próximo governante
Nele, o Estado comanda a economia, mas, ao contrário da ortodoxia marxista, os negócios privados são não apenas aceitos mas estimulados. Por baixo de tudo, pairam os ideais de Confúcio, o grande filósofo que governa as mentes chinesas há 2500 anos. O tripé do confucionismo é: dê educação de alta qualidade aos jovens, seja leal aos amigos e cuide bem dos velhos. Com essa receita, a China nos próximos dez anos vai ultrapassar os Estados Unidos como maior economia.
É uma troca de gerações no órgão supremo de chefia na China – o Comitê Central do Politburo, composto por nove integrantes. É possível que este número seja reduzido para sete.
O Obama chinês, segundo tudo indica, será Xi Jinping, 59 anos, casado com uma famosa cantora de ópera com quem tem uma filha que, de acordo com relatos, estuda em Harvard.
Xi como que nasceu no Partido Comunista Chinês. Seu pai foi um personagem ilustre do partido e da história contemporânea chinesa. Formado em engenharia química, Xi – na China o sobrenome vem primeiro — entrou no partido em 1974, aos 21 anos.
Ocupou vários cargos, e se destacou particularmente como governador de Xangai, para onde foi deslocado em 2007 para enfrentar um escândalo de corrupção. É muito citada uma frase sua dirigida a seus liderados: “Apoiem-se em seus cônjuges, em seus parentes, em seus amigos e em seus funcionários, e jurem jamais exercer o poder para ganhos pessoais”. Isto é Confúcio em estado puro.
###
PRIVACIDADE
Como é comum na China, quase nada se conhece da vida pessoal de Xi. Sabe-se que ele gosta de basquete, como Obama, e de filmes de guerra de Hollywood.
Sua agenda poderia servir de modelo, com pequenos ajustes e adaptações, para o Brasil: criar uma “sociedade harmoniosa”, uma expressão repetida frequentemente hoje por líderes chineses.
Isso significa evitar que, em seu crescimento assombroso, a China se converta num país iníquo, em que haja uma pequena elite muito rica e uma massa enorme de pobres. Como distribuir melhor a renda está no topo das prioridades do próximo governo chinês.
Os chineses sabem que nada é mais deletério para a estabilidade de um país do que a desigualdade social em grande escala. Os crimes aumentam, os protestos se multiplicam, a insatisfação floresce etc.
“Sociedades harmoniosas” não funcionam quando 1% vive na opulência e 99% dividem os restos. A França do final do século 18, para ficar no caso clássico, era assim, e a cabeça do rei terminou num balde, exposta à turba.
Criar uma “sociedade harmoniosa” é um conceito que deveria também estar arraigado entre os líderes políticos brasileiros, e deveria ser uma bandeira brandida energicamente pela mídia em nome do interesse público.
Mas, lamentavelmente, “sociedade harmoniosa” é uma expressão rara e cara entre os políticos nacionais, e a mídia — que viu calada se erguer uma sociedade extremamente desarmoniosa — se mantém mais calada ainda, preocupada muito mais com seus próprios interesses econômicos do que com os do país.

Minha profissão é dizer o que penso



Carlos Chagas
Voltaire, dos maiores espinhos colocados no caminho da Igreja, escreveu um panfleto intitulado “As Perguntas de Zapata”, no caso, um jovem candidato a padre. O personagem indagou, entre outras questões dos bispos que o interpelavam: “Como vamos fazer para mostrar que os judeus, a quem hoje queimamos às centenas, foram durante quatro mil anos o povo escolhido por Deus?”
Em outra novela, “L’engenu”, conta as desventuras de um índio Huron, trazido da América à França e levado às práticas específicas do catolicismo. Indicaram-lhe uma passagem na Epistola de São Tiago que determinava “confessai-vos uns aos outros”. Numa capela, o aborígene cumpriu à risca a determinação, mas quando acabou de dedilhar seus pecados, arrancou o abade do confessionário, à força, ocupando seu lugar e dizendo que não sairia dali enquanto o outro não confessasse os dele…
Só esses dois episódios conduzem-nos à mesma contradição que um dia marcou a fundação do PT. Como explicar, no caso dos companheiros, que um dia tenham sido os donos da ética, críticos de todas as lambanças praticadas pelos demais partidos, e agora apareçam como mensaleiros, ocupantes de milhares de cargos em comissão, gestores de ONGs fajutas que recebem recursos do Tesouro Nacional e herdeiros do Ali Babá?
Da mesma forma, não dá para entender de que maneira os petistas condenam à fogueira montes de tucanos responsáveis pela dilapidação do patrimônio público necessário à preservação da soberania nacional e, de repente, tenham virado neoliberais de carteirinha.
###
ARENAS DA INCOMPREEN SÃO
Os dias da fundação do PT lembram cada vez mais os primeiros tempos do cristianismo, quando mártires viam-se imolados nas arenas da incompreensão, mas logo tornados senhores que acendiam as fogueiras da intolerância. Hoje, o partido que seria dos trabalhadores transmudou-se em agremiação dos donos do poder e das verdades absolutas, à espera de um grito de revolta muito parecido com “Ecrasez l’infame”. A pergunta que se faz, enquanto há tempo, é como reagirão quando a turba cercar a Bastilha? Perderão apenas as propriedades, as mordomias, as benesses e a ocupação do poder? Ou as cabeças, também?
Seria bom meditar quantas barbaridades tem sido cometidas em nome de Deus. Assim como, em nome da justiça social, verificar quantos companheiros transformaram-se em algozes dos princípios fundamentais da liberdade e da democracia.
Para terminar com o mestre François Marie Arouet, o Voltaire, seria bom responder como ele, quando indagado sobre seu modo de vida: “Minha profissão é dizer o que eu penso…”

Lições Americanas, por Marcos Coimbra



São tão diferentes os sistemas políticos de Brasil e Estados Unidos que é difícil comparar suas eleições com as nossas.
Ainda assim, muito do que acontece por lá pode ser útil para compreender os problemas que temos aqui. Pode nos ajudar a perceber em que dimensões é possível aprimorar nossa democracia.
Duas diferenças entre as culturas dos dois países ficaram particularmente visíveis no processo que levou à reeleição de Obama.
A Pluralidade
Tirando o bipartidarismo de fato, tudo, na vida política norte-americana, tende a ser muito. Tudo é múltiplo, variado, heterogêneo.
O que é bom.
Aqui, temos um multipartidarismo exagerado, com 30 partidos registrados e 28 com algum tipo de representação legislativa. Fora isso, tudo é pouco e limitado.
O que é mau.
Lá, cada estado tem suas regras eleitorais. Em alguns, aproveita-se a eleição para fazer plebiscitos e referendos. Em uns, o voto é de um jeito. Em outros, de outro.
Não existe uma rede de televisão que monopoliza a audiência. São dezenas os jornais relevantes. São várias as grandes empresas de comunicação, o que as torna mais competitivas e oferece escolha efetiva ao público.
Existem muitas empresas de pesquisa e são inúmeras as pesquisas publicadas. Não têm só um grande comprador e só um grande fornecedor.
No Brasil, o figurino institucional é imposto centralmente e a indústria de comunicação é oligopolizada. Estamos na idade da pedra em matéria de divulgação de pesquisas.
A Autonomia
A cultura política norte-americana é liberal e autonomista. Baseia-se no princípio da liberdade individual e no direito à livre escolha.
Vota quem quer, do modo que quiser. Se preferir, vota antes dos outros ou pelo correio. Qualquer cidadão pode se inscrever candidato a presidente (este ano, foram 417).
Para um americano, não faria sentido que recursos públicos fossem utilizados para ensiná-lo a votar. Uma campanha caríssima de “Vote Limpo!”, por exemplo, seria considerada ridícula.
Aqui, temos um liberalismo de fachada, usado na hora de defender privilégios e preconceitos. Mas uma cultura política fortemente baseada na noção de tutela.
As elites brasileiras não acreditam no povo e em sua capacidade de discernir. Daí que inventaram e mantém instituições para “protegê-lo”.
Não pode isso, não pode aquilo. Campanha, só depois da hora marcada.
Criamos até um braço especializado do Judiciário para “tomar conta” das eleições.
O grande problema de nossa cultura é que os monopólios e o paternalismo são faces da mesma moeda. É muito difícil enfrentar um sem cuidar do outro.
O certo é que, se não os resolvermos, ficaremos sempre aquém do que podemos ser como democracia.

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi 

O CHARGISTA SERVIDOR DE DOIS PATRÕES



Giulio Sanmartini
O dramaturgo veneziano Carlo Goldoni (1707/93), escreveu em 1745, “O Arlequim servidor de dois patrões”, que hoje sem dúvida é o mais representativo trabalho da “Commedia dell’Arte”. Na peça um casal apaixonado, cujo amor é contrariado são centro da ação. Arlequim, sem o conhecimento deles, resolve ser criado de ambos, fato que cria uma série equívocos e imbróglios, mas como de costume, na obra goldiana, tudo termina bem.
O chargista servidor de dois patrões, nada tem em comum com o Arlequim, a não ser o fato de tudo terminar bem, apesar dos patrões serem aguerridos inimigos políticos.
Trata-se do estadunidense  Daryl Cagle (1956 – foto), ele é um profissional de grande sucesso também como editor de desenhos animados.
Nas últimas eleições presidenciais em seu país, ele resolveu servir a ambos os candidatos: o democrata Barack Obama e o republicano Mitt  Romney, para os dois fez a mesma charge, que serviria caso   vencessem as eleições.
Logo que Obama venceu, seu trabalho circulou na imprensa do  mundo inteiro, Mitt derrotado, resolveu esconder a sua, mas não fez muito bem e a charge também apareceu na mídia.
Como, se a história tivesse sido escrita por Goldoni , tudo terminou bem, e melhor ainda para Cagle, que recebeu dos dois

O poder da mulher como consumidora




Compreender a importância das mulheres nas vendas é fator fundamental para o sucesso. Ela tem o poder de impactar uma decisão conjunta quatro vezes mais do que o homem, por que ela tem o controle de quatro das cinco etapas do processo de decisão, já que o quinto, o de fazer a compra efetivamente, é tomada em conjunto. Ela é o filtro das informações e portando, suas impressões são valiozíssima. 

Mesmo na compra de casa, homens e mulheres tendem a ser diferentes, de acordo com uma pesquisa nos EUA, 70% das mulheres sabiam que a casa era ideal no o dia que entrou pela primeira vez, e apenas 23% das mulheres precisou de outra visita para decidir, enquanto 32% dos homens revisitaram o local antes de tomar a decisão de compra. 

Mas esse público não é tão fácil de agradar e exige cuidados específicos. Elas não se sentem entedidas pelasempresas e prestadores de serviço o que dificulta a comunicação e desempenhando cada vez mais papeis simultaneamente na sociedade a mulher tende a ter uma visão negativa quando aqueles a faz disperdiçar tempo.

Para as mulheres, os detalhes são suculentos elas tendem a prestar atenção a aspectos de um produto que os vendedores, especialmente os que o do sexo masculino, podem considerar sem importância ou irrelevantes. Elas pouco se importam com as especificações técnicas, em vez disso se preocupam com a forma como que irá ajudá-la a preencher uma necessidade em suas vidas

A mulher tem mudado o seu perfil com o passar do tempo, estamos acostumados a ver a imagem de mãe, mas tem crescido o número das que não possuem filhos. Esse é um aspecto importante a ser levado em conta na hora de anunciar e desenvolver produtos, esse nicho tem sido deixado de fora o que represenda perda de vendas.

O sexo feminino é orientado ao relacionamento e fará isso com sua empresa, produto e serviço. As mulheres gostam de visualizar o papel que isto vai exercer em suas vidas por isso exigem honestidade, ela quer um relacionamento com a empresa e que este seja sincero.

Sabendo o poder da mulher como consumidora, o profissional de vendas que queira ser bem sucedido, deve desenvolver estratégias de marketing que supram suas necessidades e sejam efetivas na comunicação com as mesmas.

Por Adriana Riqueti – Blog Marketing e Publicidade Imobiliária 

CHARGE DO ALPINO


Cristina Kirchner ignora protestos na Argentina

DÁ-LHE GENERAL!



Giulio Sanmartini
Nesse país tropical, que foi abençoado por Deus até a chegada dos petistas, podem-se constatar coisas estranhissimas.
Por exemplo  fundador e ex-presidente do partido e também ex-deputado federral José Genoino, condenado pelo Supremo Tribunal Federal – STF, pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, quando do fato, era assessor especial do ministro da Defesa, mas logo entregou o cargo. Em princípio, pareceu aos menos avisados, que ao renunciar, Genoino tinha se valido de um pouco de dignidade que ainda lhe restava, mas não foi bem assim, dignidade é palavra desconhecida pela grande massa do Partido dos Trabalhadores. O que Genoino pretende é assumir em fevereiro o mandato de deputado federal, pois como suplenta herda a vaga que deixara em fevereiro (2013), Carlinhos de Almeida que foi eleito para a prefeitura de São José dos Campos. Portanto o salafrário, passará a gozar de imunidades parlamentares, o que não teria como assessor de porra nenhuma do mininstro também de porra nenhuma Celso Amorim.
Já nos Estados Unidos, tão criticado por brasileiros de provinciana americanofobia, a banda toca bem diferente. Vejamos um caso que aconteceu esses dias.
O general David Patraeus, com um curriculum, bem diferente daquele obscuro e medíocre de Genoino. Nascido em 1952 cresceu no estado de Nova York antes de ser aceito na academia militar de West Point, conhecida por formar a elite do Exército americano.
Ele se graduou em 1974 e serviu nas unidades de paraquedistas, infantaria mecanizada e infantaria de assalto nos Estados Unidos, na Europa e no Oriente Médio.
Em 1991, foi baleado no peito acidentalmente por um soldado durante um exercício militar e teve de passar por uma cirurgia de cinco horas. Anos depois, esteve novamente perto da morte quando seu paraquedas falhou a 18 metros do chão, durante um treinamento. O resultado do acidente foi uma fratura na pélvis.
Em 2003, ele comandou a 101º Divisão de Paraquedistas em Bagdá. Mas ficou pouco tempo em combate, já que as forças armadas iraquianas foram derrotadas com rapidez na capital.
Sua divisão foi então transferida para Mosul, onde ele recebeu a missão de treinar as forças de segurança locais e ajudar a criar condições para a reativação da economia e estabelecimento de instituições democráticas no país.
Pouco depois, Petraeus assumiu o comando da Força Multinacional do Iraque, encarregada de formar um novo Exército iraquiano e fortalecer a Polícia do país.
Ele foi designado comandante das forças no Afeganistão em 2010 e se aposentou do Exército em 2011 para substituir Leon Panetta, agora ministro da Defesa, como chefe da CIA (Central Intelligence Agency).
Nessa sexta feira dia 9 o general pediu demissão do importante cargo  ao admitir uma relação extraconjugal. “Depois de estar casado por 37 anos, eu tomei a decisão errada de iniciar um caso extraconjugal”, anunciou Petraeus. “Esse comportamento é inaceitável, tanto como marido, quanto como líder de uma organização com a nossa (CIA). E esta tarde, o presidente aceitou minha renúncia”.
O extra conjugal de Patreus chama-se Paula Broadwell, autora de uma biografia do general publicada no início do ano, vale aqui ressaltar que o título da obra é bem significativo: “All In”, ou seja, “Tudo dentro” (foto). Paula, além de ser muito bonita, tem 20 anos menos que o general.
Me perdoem as feministas, mas comparando a cara metade e a amante de Patraeus (fotomontagem), não posso deixar de dar-lhe razão, mais ainda, dou o maior apoio: DÁ-LHE GENERAL!, e a CIA que sifu.
(1) Fotomontagem: Patraeus e a esposa  e abaixo o próprio e Paula.

A fábula do país do álcool e da gasolina


(Transcrito do Blog do Celio Pezza)

Era uma vez, um país que disse ter conquistado a independência energética com o uso do álcool feito a partir da cana de açúcar. Seu presidente falou ao mundo todo sobre a sua conquista e foi muito aplaudido por todos. Na época, este país lendário começou a exportar álcool até para outros países mais desenvolvidos. Alguns anos se passaram e este mesmo país assombrou novamente o mundo quando anunciou que tinha tanto petróleo que seria um dos maiores produtores do mundo e seu futuro como exportador estava garantido. A cada discurso de seu presidente, os aplausos eram tantos que confundiram a capacidade de pensar de seu povo. O tempo foi passando e o mundo colocou algumas barreiras para evitar que o grande produtor invadisse seu mercado. Ao mesmo tempo adotaram uma política de comprar as usinas do lendário país, para serem os donos do negócio. Em 2011, o fabuloso país grande produtor de combustíveis, apesar dos alardes publicitários e dos discursos inflamados de seus governantes, começou a importar álcool e gasolina. Primeiro começou com o álcool, e já importou mais de 400 milhões de litros e deve trazer de fora neste ano um recorde de 1,5 bilhão de litros, segundo o presidente de sua maior empresa do setor, chamada Petrobrás Biocombustíveis. Como o álcool do exterior é inferior, um órgão chamado ANP (Agência Nacional do Petróleo) mudou a especificação do álcool, aumentando de 0,4% para 1,0% a quantidade da água, para permitir a importação. Ao mesmo tempo, este país exporta o álcool de boa qualidade a um preço mais baixo, para honrar contratos firmados. Como o álcool começou a ser matéria rara, foi mudada a quantidade de álcool adicionada na gasolina, de 25% para 20%, o que fez com que a grande empresa produtora de gasolina deste país precisasse importar gasolina, para não faltar no mercado interno. Da mesma forma, ela exporta gasolina mais barata e compra mais cara, por força de contratos. A fábula conta ainda que grandes empresas estrangeiras, como a BP (British Petroleum), compraram no último ano, várias grandes usinas produtoras de álcool neste país imaginário, como a Companhia Nacional de Álcool e Açúcar, e já são donas de 25% do setor. A verdade é que hoje, este país exótico exporta o álcool e a gasolina a preços baixos, importa a preços altos um produto inferior, e seu povo paga por estes produtos um dos mais altos preços do mundo. Infelizmente esta fábula é real e o país onde estas coisas irreais acontecem chama-se Brasil.

O Vendedor e o Médico



Quando se chega aos 40 gradativamente nosso corpo começa a mudar. A resistência diminue, o corpo fica mais pesado... É neste momento onde temos que reaprender viver. Deixar de lado velhos hábitos e criar novas alternativas nos garantam uma maior longevidade. Viver ao 40 é como um ex jogador que vira técnico do próprio time. Neste momento precisaremos por em prática tudo o que aprendemos ao longo da vida e converter esse conhecimento em energia para o nosso corpo.
Talvez você pergunte: E o que o médico tem a ver com o vendedor?
Como disse, quando chegamos aos 40 o processo de envelhecimento do nosso corpo se acelera e muitas peças importantes começam a dá sinal de desgastes e a presença de um médico nesta hora é de fundamental importancia.


Há alguns dias fui a um Clínico Geral. Estava bem mais achei prudente solicitar um checkup preventico. Sabia que era necessário ter a certeza da minha saúde e consequentemente seguir a vida de forma tranquila. Tudo começou numa conversa com o médico. Com paciência, ele inicio  alguns alguns exames básicos, à medida que me fazia uma série de perguntas sobre o meu cotidiano. De conversa em conversa. De consulta em consulta, o médio foi direcionando os caminhos do checkup. Foram feitos diversos exames e após um mês recebi a noticia de que o meu corpo estava quase 100%. Isso mesmo! Havia uma parte de mim que precisaria de alguns reparos. Felizmente a falha foi detectada no inicio e com tratamento adequado resolveria rapidinho. Fui atendido por um profissional que soube detectar as minhas necessidades e me ofereceu o tratamento adequado. Sem falar que além do ótimo atendimento ele soube muito bem divulgar a sua nova clinica.


Se nós já soubéssemos qual o nosso problema não haveria necessidade de irmos a um consultório médido. E a única maneira do médico entender o que seu paciente tem é CONSULTANDO, fazendo diversas perguntas, conduzindo o diálogo com profissionalismo e muita responsabilidade. Ao menos é assim que deveria ser.

Neste ítem o vendedor não se difere muito de um médico. O cliente, assim como um paciente, não que apenas sabe se está doente. Ele que o remédio para a sua cura. Hoje o mercado não aceita mais aquele vendedor tradicional, que só pensa em vender, vender e vender. O vendedor, diante de seu cliente precisa fazer o papel de médico, procurando descobrir as suas necessidades em relação ao que se vender e realmente lhe apresentar soluções que garantam tanto ao cliente quanto ao vendedor um relacionamento sólido e duradouro.


Falar de uma venda consultiva de qualidade e a sua importancia nos dias de hoje certamente tem um peso maior quando mostramos os exemplos, por isso vou anexar um texto muito interessante que baixei:

A venda consultiva é uma questão de preparação... e atitude!

A venda consultiva é uma questão de preparação... e atitude!

Por Raúl Candeloro

A pergunta que me tem feito com freqüência é: “Qual é a diferença entre um vendedor e um consultor?”. E a resposta é simples: muitas mais vendas para o consultor.

A estratégia da venda consultiva é a estratégia do século XXI para ajudar clientes e prospects a comprar. Mas cuidado: você não pode sair e mandar trocar o cargo no seu cartão de visitas. O truque é que você tem que conquistar esse ‘título’. E não será nada fácil, meu amigo. Aqui estão algumas características de um consultor em vendas, segundo Jeffrey Gitomer, presidente da Business Marketing Services:

- Um consultor faz visitas, telefonemas e vendas como qualquer outro vendedor. A diferença está na sua atitude, no seu approach e na sua dedicação.
- Um consultor está disposto a abrir mão de ganhos de curto prazo, em busca de resultados maiores a longo prazo (tanto para ele ou ela quanto para seus clientes).
- Um consultor constrói relacionamentos baseados em confiança, respeito e resultados.
- Um consultor conquista e constrói sua credibilidade. Na nossa profissão, a credibilidade vem de demonstrar consistentemente preparação, conhecimento e preocupação genuína com o sucesso do cliente, de maneira que o próprio cliente nos veja como úteis, necessários e valiosos. Você deve criar essa credibilidade. Você deve transformar-se na cabeça do cliente – de vendedor para recurso.

Você executa o processo da venda no seu nível mais alto? Analise as perguntas que você faz hoje. Liste-as. São extraordinárias? Fazem com que seu prospect pense criativamente? Se não, mude-as. Aqui estão algumas dicas de Gitomer para fazer perguntas consultivas:

- O que o faz pensar que...?
- Como você escolhe...?
- O que é mais importante para você?
- Onde você vê isso acontecendo?
- Como você já usou...?
- Quais têm sido suas experiências sobre isso?
- Se você pudesse mudar uma coisa sobre... qual seria?
- Como você acha que poderíamos melhorar isso?
- Que planos você fez em relação a isso?

Ser um consultor em vendas está para um vendedor como uma Mercedes 600 SE está para o Fusca. Os dois vão levá-lo ao baile, mas a Mercedes se vende sozinha. O Fusca é uma venda forçada. É especialmente difícil quando estão lado a lado. (Se você pudesse escolher, qual desses carros você teria?

Você é um consultor ou um vendedor? ‘Consultor!’, você deve estar gritando. “Eu sou um consultor!”. Tornar-se um consultor de vendas não é conseguido magicamente da noite para o dia. É uma disciplina que deve ser aplicada diariamente. Não é só dedicar-se a mudar a maneira como você encara a profissão de vendas, mas sim a dedicação necessária para mudar a maneira como você próprio se vê, e sobre sua habilidade de servir ao cliente e ajudá-lo a resolver seus problemas.

E lembre-se: ver-se como consultor é uma coisa. Fazer com que o cliente o perceba como consultor é outra. Vamos perguntar de novo, só que agora pensando nos seus clientes: para eles, você é consultor ou vendedor? Essa é provavelmente a resposta de um milhão de Reais.

Espero que esta postagem possa ser últil a você assim como está sendo para mim.

Sucesso e ótimas vendas.

Ivan Gomes.
 (Transcrito do blog Diário de 1 vendedor, por Ivan Gomes)

CLÁSSICOS DO MAGU



Magu
Georges Bizet, quando compôs a ópera Carmen, nem imaginava que, um dia, uma mezzo soprano da categoria de Anna Caterina Antonacci, que faz a heroína da história, existisse. Anna tem, além da voz cheia, como de contralto, apesar de ser uma mezzo soprano, tem um sex appeal extraordinário, com a pele molhada, brilhando, que a faz perfeita para a ópera. Veremos aqui a Habanera, ária de soprano, onde ela deixa cair um recado inesquecível.
Georges Bizet – Carmen: La Habanera
Bizet – Carmen – Habanera
E a ária mais bonita da ópera, que não poderia faltar, “La fleur que tu m’avais jetée”, com Jonas Kaufmann, um tenor lírico spinto.
Jonas Kaufmann ” La fleur que tu m’avais jetée” Carmen

Vereadores recebem doação de assessores do próprio gabinete



Parlamentares do DEM, PSD, PC do B, PSDB e PT estão entre os beneficiados por verba de funcionários nomeados por eles mesmos

10 de novembro de 2012 | 6h 00
Bruno Boghossian, de O Estado de S. Paulo
Vereadores de São Paulo receberam doações de funcionários de seus próprios gabinetes na Câmara Municipal para financiar suas campanhas à reeleição. O motorista de um parlamentar, que tem salário de R$ 12 mil por mês, entregou um cheque de R$ 13 mil para ajudar seu patrão na disputa.
Vereador Milton Leite recebeu R$ 13 mil de motorista de seu gabinete - Werther Santana/AE
Werther Santana/AE
Vereador Milton Leite recebeu R$ 13 mil de motorista de seu gabinete
Entre os candidatos que receberam recursos de funcionários nomeados por eles mesmos estão políticos do DEM, do PSD, do PC do B, do PSDB e do PT. Seus assessores, chefes de gabinete e motoristas fizeram repasses em dinheiro e cheque ou prestaram serviços para as campanhas como voluntários - o que precisa ser declarado à Justiça Eleitoral como doação.
Dono da campanha mais cara entre os eleitos para a Câmara Municipal, com gastos declarados de R$ 3,4 milhões, o vereador Milton Leite (DEM) recebeu R$ 61 mil em doações de nove funcionários lotados em seu gabinete, na liderança de seu partido e na garagem da Casa.
Leite afirma que as doações feitas por integrantes de sua equipe foram espontâneas. "Meus funcionários têm todo o interesse em que eu ganhe a eleição", disse.
Um dos repasses foi feito por Pedro Luis dos Santos Frade, motorista de Leite há quatro anos com salário de R$ 12,7 mil. Segundo a prestação de contas entregue pelo vereador à Justiça Eleitoral, o funcionário fez uma doação de R$ 13 mil à campanha do parlamentar em 8 de agosto.
Outro funcionário da equipe de garagem de Leite, Antonio Almir Ferreira de Oliveira, que recebe um salário de R$ 11,7 mil por mês, fez uma doação de R$ 6 mil para a campanha do chefe.
Mais sete integrantes da equipe do vereador do DEM e da liderança do partido na Câmara deram contribuições para sua campanha. Dois assessores fizeram doações de R$ 10 mil cada - entre eles, seu chefe de gabinete, Silvio Antônio de Azevedo.
Leite também recebeu doações de R$ 4 mil de três funcionários que têm salários de menos de R$ 3,5 mil por mês. Segundo a Justiça Eleitoral, pessoas físicas podem doar até 10% de sua renda bruta no ano anterior à eleição.
Cada vereador tem direito a nomear, sem concurso, até 18 funcionários para seus gabinetes, com verba máxima de R$ 106,4 mil por mês. O salário de cada parlamentar é de R$ 9.288.
Contribuições. O vereador Antonio Goulart (PSD) recebeu R$ 21 mil de três funcionários para financiar sua campanha de R$ 853 mil. Seu chefe de gabinete, Reinaldo Tacconi, contribuiu com um cheque de R$ 10 mil. Outros dois assessores fizeram doações, de R$ 7 mil e R$ 4 mil.
Netinho de Paula (PC do B), que se reelegeu com 50 mil votos em uma campanha de R$ 1,1 milhão, recebeu R$ 10 mil de sua chefe de gabinete e R$ 1.500 de um de seus assessores.
A campanha do vereador Claudinho (PSDB) teve contribuição financeira do assistente parlamentar Wilson Roberto Zago, que doou R$ 5 mil em espécie, segundo a prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral.
O vereador Antonio Donato (PT), que coordenou a campanha de Fernando Haddad para a Prefeitura e é cotado para ocupar uma secretaria no governo municipal, recebeu uma doação de R$ 2 mil de um de seus assessores.
Outros dois vereadores receberam ajuda de integrantes de seus gabinetes na Câmara durante a disputa. A campanha de Floriano Pesaro (PSDB) recebeu assistência jurídica de um de seus assessores, com valor estimado em R$ 2,7 mil. Já um funcionário de Senival Moura (PT) compôs o jingle de sua campanha. O serviço foi contabilizado como uma doação de R$ 1 mil.

CRÔNICA Cartas de Buenos Aires: 8N, a panela de pressão argentina



Buenos Aires pode ser doce ou brutal, serena ou frenética, mas, de quando em vez, pode ser infernal: sensação térmica alcançando 37 graus, cinco dias de lixo acumulado pelas ruas e, na quarta-feira, um apagão que deixou mais de 3,5 milhões de pessoas sem luz.
Para fechar a semana, uma chuva ontem deixou boa parte da cidade debaixo d’água.
Mas, não só de pequenas tragédias urbanas viveram os portenhos nessa semana. Há mais de um mês argentinos esperavam uma data que entrou na historia, pelo menos nas redes sociais.
O mega “panelaço” contra políticas do governo da Presidenta Cristina Kirchner, organizado nos fóruns de discussão na internet, aconteceu na noite de quinta-feira.
Graças à imparcialidade dos meios de comunicação do país, é difícil estimar o numero exato de participantes, mas a polícia municipal afirma que cerca de 500 mil pessoas estiveram nas imediações do obelisco e Plaza de Mayo.
O protesto chegou a outras cidades do país e teve réplicas tímidas pelo mundo, em lugares como Austrália, França, Roma, Espanha e Botafogo! Cerca de 50 argentinos levaram suas reclamações ao consulado argentino, que fica no bairro de Botafogo, no RJ.
Entre elas, em comum acordo com as da Argentina, estão as restrições à compra de dólar e à liberdade de expressão, uma possível reforma constitucional que permitiria um terceiro mandato da Presidenta, além de outras queixas econômicas e sociais. 

 

Deixando um pouco de lado as repercussões imediatas, a grande surpresa da noite ficou por conta do nascimento de uma manifestação de grandes proporções de uma maneira, assim por dizer, politicamente acéfala.
Até o arqui-inimigo da Presidenta, o Prefeito de Buenos Aires Mauricio Macri, que sempre apoiou publicamente o movimento que ficou conhecido como 8N (8 de novembro), resolveu trocar as panelas pelo rock’n roll e foi ver a banda americana Kiss no estádio do River Plate.
Um fenômeno social herdado da crise de 2001, os cacerolazos (ou panelaços) surgiram com forte respaldo político. Mas, dessa vez, foram gerados do ventre das redes sociais, de maneira espontânea, sem nenhum banner partidário, liderança clara ou proposta alternativa explicitada.
A ausência de um projeto alternativo ficou tão evidente que a própria Presidenta se defendeu das criticas usando este argumento “O verdadeiro problema é a falta de uma direção política que represente um modelo alternativo”, disse em discurso depois do panelaço.
Mas, o que ainda não ficou evidente nos protestos de quinta-feira é se a batata da Presidenta está ou não assando na panela da democracia argentina. E se este caldo vai ou não entornar...

Gabriela G. Antunes é jornalista e nômade. Cresceu no Brasil, mas morou nos Estados Unidos e Espanha, antes de se apaixonar por Buenos Aires. Na cidade, trabalhou no jornal Buenos Aires Herald, mantém o blog Conexão Buenos Aires e não consegue imaginar seu ultimo dia na capital argentina. Estará aqui todos os sábados.