sexta-feira, 1 de agosto de 2014

ACADEMIA DOS POETAS MORTOS



Sylo Costa
Nesta última quinzena de julho, o Brasil e a Academia Brasileira de Letras perderam três de seus maiores vultos. Uma pena… Eu nunca tinha prestado atenção na fragilidade humana dos imortais da ABL, igual à nossa, pessoas comuns. Talvez eu estivesse querendo me convencer dessa imortalidade e só agora tenha ficado ciente de que a imortalidade é da obra literária de cada um deles, e não da pessoa. Como diz uma amiga, “no fundo, no fundo, a gente sabe disso, só que não presta atenção”. E é mesmo. Pensando bem, onde será esse fundo, que nossa teimosia torna tão profundo? Pensar pensando é bom e fácil, e eu gosto…
JOÃO UBALDO
João Ubaldo, sem aviso prévio, morreu de doença que grassa no Nordeste, uma tal de “de repente”, que ataca por motivo secreto e de surpresa. “De repente” é um mal perverso e, ao mesmo tempo, confortador, pois a passagem se dá sem sofrimento. A morte morrida em tempo prolongado é sofrença, é ruim, porque dói mais nas pessoas do seu bem-querer… Vou morrer um dia qualquer, sem saber que a morte chegou. Eu lia João sempre aos domingos. Certamente, vou ficar pensando nele, por enquanto, sem precisar dormir na praça. Quando se dorme na praça, quase sempre é pensando nela…
RUBEM ALVES
O mineiro Rubem Alves, que era uma pessoa tão discreta quanto amável, tinha aquela fisionomia que podia fazer qualquer um pensar: “Parece que conheço aquele senhor…”. Na expressão dos mais novos, da geração celular: “Conheço aquele cara…”. Rubem será lembrado não só por sua obra como educador, filósofo, psicanalista e teólogo, mas, principalmente, por sua enorme generosidade, virtude própria dos que sabem tudo da vida.
ARIANO SUASSUNA
Finalmente, mas não por último, já que ficaram vivos muitos imortais que ainda não sabem que já morreram, assinalo a partida do querido Ariano Suassuna, paraibano de nascimento e pernambucano de vivência e preferência. O povo nordestino vai sentir muita falta de suas aulas-espetáculo, forma que ele usava para divulgar cultura.
De suas obras, guardarei sempre a lembrança de Chicó, um dos personagens do “Auto da Compadecida”, história que me tocou fundo, obra-prima da cultura das terras áridas do Nordeste. Não sei por que, mas sempre achei o Nordeste do Brasil a síntese do nosso povo e do país.
Talvez porque meu querido pai fosse um cearense da gota serena… Há mais de 20 anos, sei que saudade não mata a gente. E desse naipe foram também, para a Academia do Céu, Castro Alves e o Quintana, que, em vida, assumiu ser passarinho. Fica Manoel de Barros, o pantaneiro, que pensa e escreve pelo reverso do avesso e poeta com musgo incolor do nada…
BRIGA
E, para terminar, falando de flores, é incrível que o Brasil se meta em briga de judeus e palestinos, assunto que nem Cristo resolveu. Era só o que faltava. Com razão, a resposta de Israel foi à altura da intromissão indébita: “O Brasil é um país anão”. Israel está quase certo, pois não é o país que é anão, mas a porcaria do governo petista. Falei… (transcrito de O Tempo)

Bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, coordena doação de R$ 10 milhões à reeleição de Dilma


Posted: 01 Aug 2014 03:15 PM PDT

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Exibindo a vistosa e comprida barba branca – semelhante a dos rabinos ortodoxos de Israel -, o Bispo Edir Macedo Bezerra, líder espiritual da Igreja Universal do Reino de Deus, celebrou ontem o resultado político de uma generosa doação de R$ 10 milhões de reais para a campanha releeitoral do PT. Na inauguração da suntuosa réplica do Templo do Rei Salomão, no bairro paulistano do Braz, Macedo teve a honra de posar ao lado da Presidenta Dilma Rousseff, mostrando força para seletos 10 mil convidados VIPs, entre governadores, prefeitos, senadores, deputados, ministros de tribunais superiores, desembargadores, juízes e artistas – principalmente da Rede Record, da qual Macedo é “proprietário”.

A obra custou R$ 680 milhões – que torna a doação aos petistas uma merreca. A Igreja Universal garante que tudo foi fruto de doações de seus fieis – e não dinheiro vindo de governos. No entanto, o fisco estadual e federal tiveram prejuízos com a divina construção. A 4ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) ratificou, por unanimidade, em junho, a isenção de impostos sobre os 39.009,37 m² de pedra cantaria, considerada sagrada e proveniente da cidade de Hebron, em Israel. Também vieram de lá as pedras Taltishe (para 19 mil m² de revestimento interno), Brushed Stone (para o piso) e Matabeth (para os pilares). A decisão judicial foi apenas uma prova de que o poder da Universal é pedreira...

O maçom inglês e vice-presidente da República, Michel Temer, também prestigiou a festa. Como membro ativo da Maçonaria – ordem que venera a sabedoria salomônica, Temer deve ter delirado com um dos pontos altos do grandioso evento: o ingresso no templo de uma imitação, em ouro, da famosa Arca da Aliança. O símbolo sagrado do povo de Israel foi carregado por seis sacerdotes (também barbudinhos) da Igreja Universal.

Em tempo: a doação milionária ao PT não estava ali guardada... Embora Dilma tenha recebido tratamento digno da Rainha de Sabá – lendária amiga do Rei Salomão. O único sacrifício foi ter de subir três andares, de escada, por causa de picos de luz que provocaram apagão de energia na região do templo (que apenas recebeu autorização provisória de evento, ainda sem alvará definitivo de funcionamento). Dilma aguenta tudo. É grande parceira da Igreja Universal e do projeto de poder gradual de Macedo. O partido dele, o PRB, sempre foi aliado do PT. Ganhou até Ministério da Pesca.



Passadilma

Mais uma prova de que a Oligarquia Financeira Transnacional salgou a continuidade de Dilma no Palácio do Planalto.

O Deutsche Bank da Alemanha advertiu hoje que a vitória reeleitoral de Dilma torna o futuro do Brasil incerto.

A principal crítica dos alemães é sobre a necessidade de promoção de uma reforma tributária, em uma conjuntura com tendência de inflação alta.

Os germânicos também consideram indefinido o futuro de Guido Mantega e Alexandre Tombini no Ministério da Fazenda e no Banco Central.

Remédio indicado 



Oposição banqueira

Três grandes bancos reuniram suas diretorias para analisar o problema com o Santander e as indefinições no rumo da economia.

Os banqueiros levaram a sério a ameaça de tarifaço (negada ontem por Guido Mantega).

A leitura que se faz, nos bastidores, é que o Itaú, Bradesco e Santander são contra a reeleição de Dilma.

Reformas

O Brasil precisa, urgentemente, de três reformas: a política, a tributária e a financeira.

O mais assustador da atual campanha eleitoral é que nenhum dos candidatos – nem os de oposição – apresenta soluções claras e concretas para os três temas.

Assim, vença quem ganhe, o Brasil sai da eleição tão perdido como sempre...

Cibersabotagem

Os Estados Unidos sofreram ontem um dos mais violentos ataques cibernéticos dos últimos tempos.

Por causa do problema, embaixadas norte-americanas não conseguem, desde ontem, emitir vistos para turistas.

Suspeita-se que a sabotagem tenha sido promovida por hackers russos – país berço do velho comunismo, que parece mais vivo que nunca...

Grãos de Areia



Pronto para sair



Cavalgadura



Preso ao podre poder




© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 1º de Agosto de 2014.

A HISTORIA É A MÃE DE TODAS AS VERDADES


A. Raad


 Comunicação oficial do Instituto Endireita  Brasil

1985  –  O PT é  contra a eleição de tancredo neves e expulsa  os
deputados  que votaram nele.

1988  –  O PT vota contra a nova constituição que mudou o rumo do  Brasil.

1989  –  O PT defende o não pagamento da dívida brasileira, o  que transformaria  o Brasil num caloteiro mundial.

1993  –  Presidente  Itamar Franco convoca todos os partidos para  um governo  de coalizão pelo bem do país. o PT foi contra e  não participou.

1994  – O PT vota contra o plano real e diz que a medida é  eleitoreira.

1996  –  O PT  vota contra a reeleição. hoje defende.

1998  – O PT  vota contra a privatização da telefonia, medida que  hoje nos  permite ter acesso a internet e mais de 150 milhões de  linhas telefônicas.

1999  –  O PT  vota contra a adoção do câmbio  flutuante.
1999  –  O PT  vota contra a adoção das metas de  inflação.

2000  – o pt luta ferozmente contra a criação da lei de responsabilidade  fiscal, que obriga os governantes a gastarem apenas o que  arrecadarem, ou seja, o óbvio que não era feito no  brasil. Por que  será?

2001  –  O PT  vota contra a criação dos programas sociais no  governo Fernando  Henrique Cardoso: bolsa  escola, vale alimentação, vale gás e  outras bolsas são classificadas como esmolas eleitoreiras  e insuficientes. Quase  toda estrutura sócio-econômica do brasil foi construída  no período  listado acima. O PT  foi contra tudo e contra todos.

Hoje  roubam todos os avanços que os outros partidos promoveram e  posam como os  únicos construtores de um país  democrático. Já que  o PT foi contra tudo e contra todos desde a sua fundação,  fica uma  pergunta para que os leitores  respondam:


Em 10  anos de governo, quais as reformas que o PT promoveu no  Brasil para  mudar o que os seus antecessores  deixaram?

Lembre-se  sempre: “Embora  ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,  qualquer um pode  começar agora e fazer um novo fim”.

POEMA DA NOITE Súplica a minha mãe, por Pier Paolo Pasolini


É difícil dizer com palavras de filho
aquilo a que intimamente bem pouco me pareço.
És a única no mundo que sabe o que esteve sempre
no meu coração, antes de qualquer outro amor.
Por isso tenho de dizer-te o que é horrível sabe:
é na tua graça que nasce a minha angústia.
És insubstituível. Por isso está condenada
à solidão a vida que me deste.
E eu não quero estar só. Tenho uma fome infinita
de amor, do amor de corpos sem alma.
Porque a alma está em ti, és tu, mas tu
és minha mãe e o teu amor é a minha servidão:
vivi a infância como escravo desse sentimento
supremo, irremediável, de um fervor imenso.
Era a única maneira de sentir a vida,
a única cor, a única forma: agora terminou.
Sobrevivemos: e é o caos
de uma vida que renasce fora da razão.
Suplico-te, ah, suplico-te: não queiras morrer.
Estou aqui, sozinho, contigo, num Abril futuro… 

Pier Paolo Pasolini (Bolonha, Itália, 5 de março de 1922 - Óstia, Itália, 2 de novembro de 1975) - Além de mundialmente conhecido e importante cineasta, também foi poeta, escritor, jornalista e professor. Formou-se em Literatura pela Universidade de Bolonha, pertenceu ao Partido Comunista Italiano. Combateu o Fascismo a sua vida inteira. Foi brutalmente assassinado sob condições ainda bastante polêmicas. Pasolini realizou filmes que se tornaram clássicos como 'Medeia', 'Os 120 dias de Sodoma' e 'Teorema'. Todas as traduções foram feitas por Maria Jorge Vilar de Figueiredo

Cartas de Seattle: Agora tem arco-íris pela cidade toda


Melissa de Andrade
O bairro mais famoso de Seattle pode estar perdendo sua característica principal: a diversidade.
Capitol Hill é cheia de cafés, restaurantes e sacadas de apartamento com bandeiras do arco-íris. Mas a concentração de casais do mesmo sexo que moram no bairro caiu 23% de 2000 a 2012. Praticamente todos os outros bairros de Seattle apresentaram população maior no período.
Isso pode significar três coisas. Primeiro, a especulação imobiliária não distingue orientação sexual: casais gays e casais héteros são igualmente "expulsos" do bairro pelos preços nas alturas de aluguéis e venda de imóveis. O impacto maior é, porém, é na comunidade gay, estabelecida na área desde os anos 60.
O segundo motivo pode ser a liberalidade de Seattle. Os casais homoafetivos não têm mais que se restringir a um único bairro para garantir aceitação e segurança. Desde que o casamento igualitário virou lei em Washington, onde fica Seattle, há um ano e meio, milhares de casais oficializaram a união. Faz tempo que Capitol Hill não é mais o único bairro da cidade em que é comum encontrar homens andando de mãos dadas ou mulheres cochichando romanticamente ao pé do ouvido.
O terceiro motivo é o mais prosaico. Capitol Hill é o bairro moderninho e divertido: tem as melhores baladas da cidade, as melhores noitadas, os melhores bares. Tudo parece ser festa. É um bairro de solteiros e pegação. Não é surpresa que, com o tempo, os casais se mudem mesmo de lá. Gays ou hétero.
Um em cada nove casais homoafetivos moravam em Capitol Hill em 2012, quando os dados do último censo foram coletados. Uma década antes, era um em cada seis. O mesmo censo indica que há 7.500 casais em Seattle, 50% a mais do que no ano 2000. Na Grande Seattle, o crescimento foi de 22% no período. Os números atuais devem ser bem maiores, já que esses dados são anteriores à lei do casamento igualitário.
A revolução demográfica de Capitol Hill deve ser uma combinação de fatores, mas não é um fato isolado. O socialista Amin Ghaziani explica no livro “There Goes The Gayborhood? como tradicionais redutos gays em cidades como Nova Iorque, Chicago e São Francisco estão ficando com uma população maior de heterossexuais. O estudioso diz que uma maior tolerância reduz a pressão pela existência de guetos, ao mesmo tempo em que homens e mulheres hétero não têm restrições a se mudar para essas áreas.
Se maior tolerância for a razão do novo perfil da população de Capitol Hill, um viva aos novos tempos. 

 

Melissa de Andrade é jornalista com mestrado em Negócios Digitais no Reino Unido. Ama teatro, gérberas cor de laranja e seus três gatinhos. Atua como estrategista de Conteúdo e de Mídias Sociais em Seattle, de onde mantém o blog Preview e, às sextas, escreve para o Blog do Noblat. 

Diferença de postura: o aeroporto e o mensalão


Aécio x Dilma: posturas bem diferentes diante de críticas e ataques
“A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem.” (Nelson Rodrigues)
Esse artigo seria uma retrospectiva de meuprimeiro ano de blog, após receber críticas construtivas de um leitor que respeito muito. Reconheço vários erros apontados por ele, especialmente o tom um tanto radical algumas vezes, e em alguns casos já tentei me explicar aqui, como quando disse que o PT me faz ser uma pessoa pior ou quandojustifiquei certos textos mais “populistas”.
Mas resolvi mudar um pouco o foco do texto quando li o artigo de Aécio Neves na Folha hoje. O tema central ainda é o mesmo, qual seja, a capacidade de escutar críticas e aprender com elas, de desejar realmente melhorar, mostrar-se aberto ao diálogo. O senador tucano, ao tentar se explicar minuciosamente sobre as críticas que vem recebendo sobre obras do governo mineiro em aeroporto perto da fazenda de um tio, demonstra um louvável espírito republicano. Diz ele logo no começo:
Nasci no ambiente da política e vivi nele toda a minha vida. Sei que todo homem público tem uma obrigação e um direito: a obrigação de responder a todo e qualquer questionamento, especialmente os que partem da imprensa. E o direito de se esforçar para que seus esclarecimentos possam ser conhecidos.
Em seguida, Aécio realmente rebate ponto por ponto das críticas. O leitor tem todo o direito de achar que as explicações foram insatisfatórias, mas o esforço de se explicar sem rodeios ou desculpas esfarrapadas é evidente.
Inúmeros fatos históricos, que a imprensa pode facilmente verificar, são dados como evidência de que não houve abuso de poder político, tradição conhecida nossa do velho patrimonialismo, que confunde público com privado.
Recentemente, o jornalista Elio Gaspari condenou a reação de Aécio diante das acusações, que seria “imperial”, mas esse texto claramente derruba tal rótulo. Houve humildade por parte do candidato tucano. Ele conclui:
Refletindo sobre acertos e erros, reconheço que não ter buscado a informação sobre o estágio do processo de homologação do aeródromo foi um equívoco. Mas reitero que a obra foi não apenas legal, mas transparente, ética e extremamente importante para o desenvolvimento do município e da região.
Após suas explicações, duas coisas vêm à mente: 1) se isso for tudo o que o PT conseguiu cavar de “podre” do oponente na disputa ao Planalto, então é bom os petistas realmente ficarem preocupados e começarem a preparar os currículos para, finalmente, procurar trabalho de verdade uma vez na vida; 2) a diferença de postura entre Aécio e Dilma ou Lula é gritante.
Compare-se tal reação àquela de Lula diante do escândalo do mensalão que, convenhamos, faz essa coisa de aeroporto parecer algo que precisa crescer muito para ser insignificante. O que fez Lula? Primeiro se disse “traído”, sem explicar quem o teria traído. Depois passou a negar a existência do mensalão. Por fim, ainda tentou intervir em seu julgamento, pressionando ministros de forma bem pouco republicana.
Dilma é outra que parece totalmente alheia a qualquer crítica. Todos sabem de suas grosserias e arroubos autoritários em reuniões com subalternos, postura típica de quem não se mostra disposta a reconhecer erros. De fato, a economia vive praticamente uma estagflação, incapaz de crescer apesar de alta inflação, e nem mesmo a cabeça de Mantega foi entregue como gesto para sinalizar um resquício de humildade.
Ao contrário: a presidente subiu o tom contra os “especuladores”, o PT pediu – e conseguiu – cabeças de analistas que ousaram constatar a situação real da economia, e os bodes expiatórios são sacrificados para blindar o próprio governo da sua incompetência.
Vários outros casos ilustram bem essa ojeriza do PT às críticas. O programa Mais Médicos, por exemplo, suscitou diversas questões éticas, pois o governo financia a ditadura cubana em vez de pagar diretamente aos médicos, mas o PT sequer tentou justificar tal atitude. A lista é longa.
O PT simplesmente não convive bem com críticas, e jamais se explica, nunca responde com objetividade as acusações que a imprensa traz à tona – em velocidade espantosa simplesmente pelo fato de que esse governo produz escândalos em ritmo alucinado.
Tenho minhas críticas ao PSDB, muito à esquerda do que um liberal como eu gostaria. Mas não aceito em hipótese alguma a “tese” de que são todos “farinha do mesmo saco podre”. Colocar o PT e o PSDB no mesmo nível é fazer o jogo do PT.
E não falo “apenas” da qualidade do quadro técnico, da competência infinitamente maior dos economistas tucanos, nada disso. Há um abismo moral intransponível também. O PSDB se mostra aberto ao diálogo civilizado e às críticas, e procura se defender de ataques com argumentos, ainda que nem sempre convincentes.
O PT age como um ouriço, fecha-se em seu mundo imaginário, e começa a cuspir espinhos de forma autoritária em todos os críticos, inspirado nos piores governantes que o mundo já produziu, todos camaradas dos petistas.
Rodrigo Constantino

As Contradições do Marxismo

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Posted: 31 Jul 2014 06:32 AM PDT

“Nem todos os membros da esquerda subscrevem as palavras de Danielle Mitterrand: “Cuba representa a síntese do que o socialismo pode realizar” – frase que constitui a mais arrasadora condenação socialismo jamais proferida”. (Jean-François Revel, no livro “A Grande Parada” – 2001).

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja

Os comunistas não admitem que existem contradições no marxismo e sim nos marxistas, que cometem falhas ao tentar colocar em vigor a “doutrina científica”.

Uma das manifestações mais visíveis da vassalagem explícita de todos os partidos comunistas do mundo a Stalin foi a adoção da tática das Frentes Populares, que significava uma aliança de partidos comunistas, socialistas e democrático-burgueses contra o fascismo, sancionada oficialmente pelo 7º Congresso do Komintern, em julho de 1935.

Em Cuba, todavia, como o PC – então denominado Partido Socialista Popular (PSP) – não conseguiu encontrar aliados social-democratas, liberais ou democratas, acabou apoiando o ditador Fulgêncio batista: “O Coronel Batista tornou-se um elemento importante da frente das forças progressistas (...). A reação e o fascismo unem suas forças e urdem planos desesperados para derrubar Batista” (Resolução Política do III Congresso do PSP, janeiro de 1939).

O Chile foi o único País da América Latina em que se tornou possível uma aliança desse tipo. Ali, o PC, o PS e o Partido Radical uniram-se sob a hegemonia deste último, possibilitando, em 1938, que Aguirre Cerda, líder da sua ala direita, fosse um candidato à Presidência e eleito presidente. Isso em detrimento de Marmaduque Grove, membro do PS, que havia liderado uma efêmera República Socialista, instalada no Chile durante 12 dias, em um levante militar, em 1932.

Mais tarde, em 1952, quando o PC e uma ala do PS finalmente uniram de fato, o candidato de ambos, o socialista Salvador Allende, obteve apenas 6% dos votos, só vindo a ser eleito presidente do Chile em 1970, quando se candidatou pela terceira vez.

Algumas declarações de um dos líderes do PC argentino, Gonzales Alberdi, ilustram os zigue-zagues da doutrina científica. Escreveu ele, em 1933, a respeito dos presidentes dos EUA, Franklin Delano Roosevelt: “Em Cuba, o poderoso movimento revolucionário das massas mostrou que Roosevelt é tão imperialista quanto Hoover” (“Informaciones”, outubro de 1933).

Mais tarde, em 1938, já sob a tática de Frente Popular ditada pelo Komintern, Gonzales Alberdi escreveria que “as tentativas ítalo-nazistas de promover o antiimperialismo contra os ianques fracassaram. As nações do continente compreenderam que a colaboração estreita com Roosevelt, que não pode ser considerado um representante das forças imperialistas do Norte, não diminui a autonomia de cada país e nem afeta a dignidade individual” (“Orientacion”, 15 de dezembro de 1938).

Mais adiante, em 1940, depois do pacto Molotov-Ribbentrop, Alberdi mudou de opinião mais uma vez e escreveu: “Em nome da luta contra o nazismo, o imperialismo ianque conspira contra as liberdades públicas das nações americanas” (“La Hora”, 14 de julho de 1940).

Após junho de 1941, no entanto, quando da invasão da Rússia pela Alemanha, e no contexto de uma aliança entre EUA e URSS, as análises voltaram a mudar. Então, qualquer propaganda contra o Imperialismo norte-americano passou a ser duramente criticada pelos partidos comunistas como “uma manobra a serviço do fascismo” e os críticos passaram a ser tachados de Trotskistas. “La Voz de México”, de 13 de maio de 1945, por exemplo, criticou a “demagogia antiimperialista dos trotskistas” e assinalou que “o esmagamento dos répteis trotskistas deve ser uma tarefa dos antifascistas”.

Desde essa época, denunciados como “provocadores” e “agentes do fascismo” pelos partidos comunistas, empurrados para as margens do movimento operário e internamente divididos em tendências e frações por lutas internas, os trotskistas ficaram e permanecem, até hoje, reduzidos a seitas compostas, em sua maioria, por intelectuais.

Em Cuba, embora Fulgêncio Batista tenha assumido o governo pela segunda vez, em 1952, por um golpe militar, o Partido Socialista Popular foi mantido na legalidade e seu diário, “Hoy”, continuou a sair. O ataque ao Quartel Moncada, em 26 de julho de 1953, do qual participou Fidel Castro, foi denunciado pelo PSP como “uma tentativa golpista, uma forma desesperada de aventureirismo típico dos círculos pequeno-burgueses sem princípios e envolvidos em gangsterismo” (“Carta do Comitê Executivo do PSP aos Militantes, 30 de agosto de 1953).

Apenas seis meses após o desembarque em Cuba, em 1956, dos integrantes do Movimento 26 de Julho, sob liderança de Fidel Castro, a direção do PSP voltou a manifestar-se: “É importante reafirmar que hoje, assim como ontem, rejeitamos e condenamos, e continueremos a rejeitar e condenar métodos terroristas e golpistas como ineficazes, prejudiciais e contrários aos interesses do povo” (revista “Fundamentos”, julho de 1957).

Somente em 1958, alguns líderes militantes do PSP se integrariam ao Movimento de 26 de Julho, contribuindo para o triunfo da guerrilha em 1959. Todavia, Blas Roca, Secretário-geral do PSP, em 1960, após a guerrilha ter tomado o poder, ainda escrevia: “Dentro dos limites a serem estabelecidos, é necessário garantir os lucros das empresas privadas, e seu funcionamento e desenvolvimento normais” (“Balanço do Trabalho do Partido desde a última Assembleia Nacional e o Desenvolvimento da Revolução”, Havana, 1960. Wladimiro Roca, filho de Blas Roca, é, hoje, um dissidente do regime cubano.

Após a morte de Stalin, em 1953, e o famoso discurso de Kruschev, em fevereiro de 1956, no XX Congresso do PCUS, denunciando os crimes de Stalin, foi inaugurada uma nova era para o comunismo na América Latina. Seguindo, como sempre, a orientação do PC soviético, que passou a defender uma política de coexistência pacífica, os partidos comunistas latino-americanos passaram a apoiar governos capitalistas considerados progressistas, como os de Juscelino Kubitschek e João Goulart, no Brasil.

Logo, o Partido Comunista Brasileiro buscou um fundamento teórico para essa nova linha política: “A contradição entre o proletariado e a burguesia não exige uma solução radical na presente etapa. Nas presentes condições do país, o desenvolvimento capitalista corresponde aos interesses do proletariado e de todo o povo (...). O proletariado e a burguesia se aliam em torno de um objetivo comum de luta por um desenvolvimento independente e progressista contra o imperialismo norte-americano” (“Declaração Política do Comitê Central”, Rio de Janeiro, Março de 1958).

A partir da Revolução Cubana, frente à nova tática posta em prática pelo Movimento 26 de Julho, baseada nos escritos de Che Guevara e Regis Debray, que generalizaram para toda a América Latina determinadas lições da revolução Cubana – a principal delas a chamada “Teoria do Foco Guerrilheiro” -, iniciou-se um novo período revolucionário, classificado de Castrismo ou Fidelismo, fazendo com que os ortodoxos partidos do continente entrassem em queda livre devido à sangria de militantes que, cada vez mais, optavam pela luta armada imediata.

Nesse sentido, o documento conhecido como a “2ª Declaração de havana”, em 1962, desempenhou um papel fundamental, assinalando que “o dever de todo o revolucionário é fazer a revolução. Sabemos que a revolução será vitoriosa na América e no mundo, mas é indigno de um revolucionário sentar-se à porta de sua casa e esperar que passe o cadáver do Imperialismo”.

A vassalagem, no entanto, continuou, agora ao Estado cubano, conforme relatou Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz (“Clemente”), que foi o último dos comandantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) durante os anos da Luta Armada. Em seu livro “Nas Trilhas da ALN”, teceu críticas à interferência dos cubanos na luta armada no Brasil, causadora de inúmeras mortes de militantes” e referiu-se “às evidentes contradições entre o real e a versão divulgada América Latina afora pelos cubanos”, assinalando que “o poder socialista instituiu a censura, impediu a livre circulação de ideias e impôs a versão oficial sobre a Revolução Cubana”.

Em tudo isso, não foi a monumental ignorância da doutrina científica que esteve na origem dos erros e contradições da esquerda, mas ela própria. Todavia, como o Partido  (assim, com inicial maiúscula) jamais erra, pois a doutrina é científica, a culpa nunca foi creditada á linha política, mas à sua má aplicação pelos militantes.

Nenhum partido comunista do mundo fez, jamais, uma autocrítica desses erros e dessas contradições. É como se não tivessem ocorrido...  


Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

MPF pode denunciar ministros do TCU por improbidade que livrou Dilma de responder por Pasadenagate


Posted: 31 Jul 2014 07:13 AM PDT

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Tende a se configurar em tiro pela culatra e gol contra absoluto a equivocada jogada de impedir, ao menos por enquanto, que Dilma Rousseff e demais membros do conselho de administração da Petrobras fossem obrigados a “tomar no TCU”, por causa do rombo da refinaria Pasadena, um dos mais desastrosos negócios da Petrobras.

A gíria chula usada nos bastidores políticos, jurídicos e econômicos, “tomar no TCU” ironiza o erro fatal causado por um lobby de bastidores feito pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo Advogado Geral da União, Luis Inácio Adams, para tentar poupar Dilma de mais desgaste do que já tem na antevéspera reeleitoral. Temia-se que Pasadena se transformasse em um “Passadilma”...  

Deputados do PSDB ameaçam acionar o Ministério Público Federal para pedir que os membros do “Tribunal” de Contas da União sejam enquadrados em crime de improbidade administrativa, por terem tomado a decisão política – e não técnica – de enquadrar a diretoria executiva e livrar conselho de administração da Petrobras pelo prejuízo de US$ 792 milhões de dólares na compra da refinaria Pasadena, no Texas, EUA. A bronca pode atingir os ministros Augusto Nardes (presidente), Aroldo Cedraz (vice e corregedor), Valmir Campelo, Walton Alencar Rodrigues, Raimundo Carneiro, Benjamim Zymler, Ana Arraes, José Jorge e José Múcio Monteiro Filho.

A tese contra os ministros do TCU é objetiva. Eles não poderiam ter ignorado o Estatuto da Petrobras. Nele está escrito que a responsabilidade sobre a aquisição de ativos cabe ao conselho e não à diretoria executiva. Por isso, não tem validade jurídica a decisão unânime dos conselheiros do TCU de poupar Dilma e demais conselheiros envolvidos no caso Pasadena. Desviar a culpa apenas para a diretoria foi um “gol de alemão”.

A bronca maior dos tucanos recai sobre dois membros do TCU. O relator José Jorge preferiu poupar Dilma e demais conselheiros, sendo providencialmente seguido acompanhado, na votação, pelos demais ministros. O ministro José Múcio Monteiro fez ainda pior, por ter se reunido com o ex-Presidente Lula da Silva, na véspera de o caso ser avaliado pelo “tribunal” (que não é tribunal no sentido judiciário do termo, mas apenas um órgão auxiliar de fiscalização das contas públicas, tecnicamente vinculado ao Poder Legislativo, mas cujos membros são indicados pelo Executivo, no pior estilo do Capimunismo brasileiro).

Investidores da Petrobras, insatisfeitos com a decisão pizzaiola do TCU, suspeitam que exista algo de muito sinistro por trás do caso Pasadena – que pode ser uma réplica de outros negócios estranhos e considerados “caixas-pretas” em bilionárias “sociedades de propósito específico” formadas no sistema Petrobras. Os investidores lembram o estranho recuo verbal feito pelo ex-diretor internacional da empresa, Nestor Cerveró, na audiência de cinco horas e meia de 16 de abril deste ano, na Câmara dos Deputados. Segundo Cerveró declarou, a compra de Pasadena foi decidida na Dinamarca, em uma reunião com Luiz Inácio Lula da Silva. Cerveró saiu da sala de audiência junto com o advogado e voltou, nervoso, negando o que revelara: “Não houve nenhum envolvimento do presidente Lula neste assunto. Até porque não cabia”.

Lula e Dilma só se livram dos problemas na Petrobras porque o Brasil é o Pais da impunidade. A regra é claríssima. Como a Petrobras é uma empresa controlada pela União, o Presidente da República, sua diretoria e conselheiros administrativos e fiscais são os responsáveis diretos por seu sucesso ou fracasso de gestão. Por isso, o Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva e a Presidenta Dilma Rousseff, junto com o conselho diretor da estatal de economia mista, têm de responder, individualmente, na Justiça, por prejuízos gerados por tomadas de decisão com característica de má gestão ou comprovada corrupção.

Coração apertadinho

A avaliação do caso Pasadena contou com uma equipe “multidisciplinar” da Petrobras assessorada pela Deloitte, Muse Stancil, Thompson & Knight, além da avaliação financeira do Citigroup que indicou “razoabilidade” da operação.

Mas quem anda mais preocupado com os problemas na Petrobras é o ex-conselheiro da empresa e hoje poderoso executivo do grupo Abril, Fábio Coletti Barbosa.

Investidores lembram que, desde 2005, ele foi o perito financeiro do comitê de auditoria da Petrobras, que sempre aprovou todos os negócios nos 10 anos em que figurou como “representante dos minoritários”, graças aos votos dos fundos Petros, Previ, Funcef, além do BNDES e BNDESpar – grandes acionistas da estatal de economia mista...

Perigo maior...

Fábio Barbosa, e por extensão o Banco Santander, que ele presidiu nos tempos em que atuou no Conselhão da Petrobras, têm a memória financeira daquilo que investidores apostam ser um dos mais graves problemas na Petrobras: as aplicações de mais de US$ 7 bilhões no fundo BB Millenium 6, que viraram pó, e podem se transformar em alvo de uma ação judicial na corte de Nova York.

Se, por uma desgraça do destino petralha, os investigadores da Operação Lava Jato encontrarem mais relações entre o esquema de fundos e as operações bilionárias de lavagem de dinheiro, supostamente operadas pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e seu sócio-doleiro Alberto Youssef, ambos presos, o escândalo do mensalão vai parecer roubo de galinha do vizinho.

O pânico toma conta do PTitanic, na beira do abismo e rumo às profundezas abissais.

Vade retro



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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 31 de Julho de 2014.