quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Corregedoria afasta juiz flagrado dirigindo Porsche de Eike Batista

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015



A corregedora nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, decidiu pelo afastamento imediato do juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro, das ações criminais em curso contra o empresário Eike Batista. Na terça-feira, o juiz foi flagrado dirigindo um Porsche Cayenne que havia sido apreendido na casa de Eike Batista. Na garagem do edifício do juiz, além da Cayenne, estava também uma Range Rover, e na casa de um dos vizinhos havia um piano de cauda apreendido na mansão do ex-bilionário. O despacho da Corregedoria foi publicado no fim da tarde desta quinta-feira. A Cayenne havia sido apreendida juntamente com pelo menos outros seis carros do empresário, depois que o juiz determinou o bloqueio de 3 bilhões de reais em bens do empresário. Também foram apreendidos uma Lamborghini, um Smart Fortwo e três picapes Toyota Hilux que iriam a leilão nesta quinta. Contudo, depois do episódio envolvendo o juiz, o certame foi suspenso. Souza, que determinou a apreensão dos bens de Eike Batista, foi visto na terça-feira pela manhã dirigindo o automóvel, um Porsche Cayenne turbo placa DBB 0002, no centro do Rio de Janeiro, próximo à sede do Tribunal Regional Federal. O juiz se justificou afirmando que levou Porsche Cayenne para a garagem do seu prédio, na Barra da Tijuca, zona Oeste da cidade, por falta de vagas no pátio da Justiça Federal e por causa da lotação do depósito da Polícia Federal. O juiz será alvo de uma sindicância. O processo foi instaurado pela Corregedoria Regional da Justiça Federal da 2ª Região, por determinação do corregedor regional em exercício, desembargador federal José Antonio Lisbôa Neiva. O procedimento vai investigar a conduta do juiz.


Diplomacia da picuinha - O ESTADO DE S. PAULO


A presidente Dilma Rousseff parece mesmo ter tomado como ofensa pessoal a soberana decisão do Judiciário da Indonésia de executar brasileiros condenados por tráfico de drogas. Sem conseguir entender seu papel como chefe de Estado nem o efeito de suas atitudes destrambelhadas para a imagem do Brasil no exterior, Dilma preferiu o caminho da picuinha para lidar com o governo indonésio. Somente isso explica o constrangimento público a que a presidente submeteu o novo embaixador da Indonésia, ao despachá-lo do Palácio do Planalto sem receber suas credenciais. Gestos como esse mostram que a diplomacia brasileira não atingiu o atual estado lamentável por acidente ou em razão de contingências econômicas, mas por ação deliberada de Dilma.
Na sexta-feira passada, a presidente da República deveria receber as credenciais do embaixador Toto Riyanto, entre outros embaixadores. Essa cerimônia oficializa o início do trabalho do representante diplomático no País. Não é, portanto, um ato qualquer, pois, enquanto o embaixador não entrega as credenciais, ele exerce suas funções em caráter provisório e não pode firmar acordos. Por essa razão, a entrega das credenciais é solene, manifestando a aceitação de boas relações entre os países.
Riyanto seria o primeiro embaixador a entregar as credenciais a Dilma naquele dia. Ele já estava na cerimônia quando foi informado de que a presidente não o receberia. Foi retirado pela entrada lateral do palácio, enquanto os demais embaixadores cumpriram a formalidade normalmente.
Riyanto poderia ter sido avisado com antecedência sobre a decisão de Dilma de não receber as credenciais. Essa providência não teria diminuído a descortesia da presidente, mas ao menos tiraria do episódio a sensação de molecagem, que não se coaduna com as tradições da diplomacia brasileira. A resposta da Indonésia foi à altura da ofensa: chamou de volta seu embaixador, entregou ao embaixador brasileiro em Jacarta uma nota de protesto e qualificou a atitude de Dilma como “hostil” e “inaceitável”.
Dilma está levando longe demais seu engajamento no caso dos dois brasileiros condenados à morte na Indonésia. Nunca é demais lembrar que ambos foram sentenciados porque eram traficantes de drogas. Um deles, Marcos Archer, foi executado no mês passado. Ele havia entrado no país, em 2003, com nada menos que 13 quilos de cocaína. Não é algo trivial - e as leis indonésias são claríssimas a respeito. Mesmo assim, logo depois que Archer foi fuzilado, Dilma, que pedira clemência, chamou o embaixador brasileiro em Jacarta para consultas - uma reação muito dura no mundo da diplomacia - e disse que a relação com a Indonésia estava “gravemente” afetada.
A presidente perdeu a noção de que seu papel nesse caso era o de apenas pedir clemência e respeitar a decisão soberana dos indonésios. O exagero se repete agora, com o caso de outro brasileiro que está no corredor da morte na Indonésia pelo mesmo crime, Rodrigo Gularte. Dilma mobilizou o Itamaraty para interferir no processo e adotou a patética decisão de não receber as credenciais do novo embaixador.
A presidente tentou se explicar: “Nós achamos importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil”. Traduzindo: se a Indonésia resolver cumprir suas leis e executar o outro brasileiro, há grande chance de que as relações entre os dois países caminhem para a ruptura.
Tudo indica que Dilma resolveu usar a Indonésia - um país distante, com participação pífia na balança comercial do Brasil - para exibir o que supõe ser a firmeza na defesa dos interesses brasileiros no exterior. Enquanto isso, e em meio ao brutal sucateamento do Itamaraty, assuntos mais urgentes que o destino de um traficante de drogas - como a violação sistemática de direitos humanos e a ruptura da normalidade democrática na Venezuela, que deveriam resultar em punição no âmbito do Mercosul, do qual o Brasil é o atual presidente - recebem de Dilma apenas seu mais profundo silêncio.

BRASIL ESTÁ EM ATOLEIRO, DIZ ECONOMIST EM MANCHETE DE CAPA


A revista The Economist volta a dedicar a capa para o Brasil. Na edição latino-americana que chega às bancas, uma passista de escola de samba está em um pântano coberta de gosma verde com o título "O atoleiro do Brasil". Em editorial, a revista diz que a antiga estrela da América Latina "está na maior bagunça desde o começo dos anos 1990". A capa da edição da Economist para o restante do mundo não tem o País como tema principal e dá destaque a outro assunto: o avanço dos telefones celulares.

A Economist diz em editorial que, durante a campanha, Dilma Rousseff "pintou um quadro rosa" sobre o Brasil e a campanha teve o discurso de que conquistas como o emprego, aumento da renda e benefícios sociais seriam ameaçados pela "oposição neoliberal". "Apenas dois meses do novo mandato, os brasileiros estão percebendo que foi vendida uma falsa promessa".

Para a revista, "a economia do Brasil está em uma bagunça, com problemas muito maiores do que o governo admite ou investidores parecem perceber". Além da ameaça de recessão e da alta inflação, a revista cita como grandes problemas o fraco investimento, o escândalo de corrupção na Petrobras e a desvalorização cambial que aumenta a dívida externa em real das empresas brasileiras.

"Escapar desse atoleiro seria difícil mesmo para uma grande liderança política. Dilma, no entanto, é fraca. Ela ganhou a eleição por pequena margem e sua base política está se desintegrando", diz a revista.

A Economist nota que boa parte dos problemas brasileiros foram gerados pelo próprio governo que adotou uma estratégia de "capitalismo de Estado" no primeiro mandato. Isso gerou fracos resultados nas contas públicas e minou a política industrial e a competitividade, diz o editorial. A revista cita que Dilma Rousseff reconheceu parte desses erros ao convidar Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. "No entanto, o fracasso do Brasil em lidar rapidamente com distorções macroeconômicas deixou o senhor Levy com uma armadilha de recessão".

Entre as medidas para que o Brasil retome o caminho do crescimento sustentado, a revista diz que "pode ser muito esperar uma reforma das arcaicas leis trabalhistas". "Mas ela deve pelo menos tentar simplificar os impostos e reduzir a burocracia sem sentido", diz o texto, ao citar que há sinais de que o Brasil pode se abrir mais ao comércio exterior.



O editorial termina com a lembrança de que o Brasil não é o único dos BRICS em apuros e a Rússia está em situação pior ainda. "Mesmo com todos os seus problemas, o Brasil não está em uma confusão tão grande como a Rússia. O Brasil tem um grande e diversificado setor privado e instituições democráticas robustas. Mas seus problemas podem ir mais fundo do que muitos imaginam. O tempo para reagir é agora".

Um conceito abastardado: a “burguesia” - por Ricardo Kohn



Sobre o ambiente da Burguesia
Na Idade Média o termo “burguês” referia-se aos moradores de um burgo, que eram povoados protegidos por muradas onde habitava a chamada burguesia (do francês, Bourgeoisie). Os burgos eram povoados pobres que circundavam os castelos medievais da nobreza e a Igreja.
Os burgueses eram indivíduos incultos e rústicos que começaram a produzir roupas, especiarias, artefatos artesanais, bem como prestar serviços em geral. Portanto, ao buscarem alguma independência, não foram benquistos pela nobreza que, suportada pela Igreja, era a efetiva detentora do poder no Reino.
Sendo assim, a burguesia teve origem em grupos de vassalos do poder medieval (séculos 11 e 12). Alguns deles, para não permanecerem submissos ao poder vigente e por terem iniciativa própria, dedicaram-se a atividades comerciais, criando uma fórmula real de produção que, séculos mais tarde, serviu como base para a escola do livre mercado.
As feiras livres eram os "shoppings" dos burgueses
As feiras livres eram os “shopping” dos burgueses
Em suma, os burgueses já eram a “classe média” de outrora. Sem eles, a nobreza não poderia realizar seus gastos, às vezes inexplicáveis tal como os atuais. Mas foi justamente usando o trabalho dos burgueses que a nobreza encontrou os meios para repor seu capital, através da “cobrança ostensiva de taxas para manter os dispêndios do Reino”.
Por fim, cabe ressaltar que as escolas da Idade Média eram todas de propriedade da Igreja e somente ensinavam a “devoção aos preceitos religiosos e nobres”. Foram os burgueses que criaram as primeiras escolas livres do poder do clero. Foram eles que ensinaram, construíram e divulgaram os conhecimentos ocidentais. Também foram os “burgueses classe média” que comandaram as necessárias revoluções, culminando com a Queda da Bastilha(Revolução Francesa), datada de 14 julho de 1.789, que veio a inaugurar a Idade Contemporânea.
Sobre o ambiente da Nobreza
Na Europa medieval a nobreza teve origem, essencialmente, na estrutura feudal ou senhorial dos Estados. A camada social superior era constituída pelos detentores da riqueza, sobretudo a fundiária, e do poderio militar. Durante todo esse período, os nobres mantiveram-se na condição de classe superior por seu poder econômico-político, ao lado do clero, que a este juntava “seu poder espiritual”, que alimenta a ignorância.
Cardeal Richelieu, o clero da nobreza francesa
Cardeal Richelieu, o clero da nobreza francesa
Desde o século 12, a nobreza dividia-se em “ricos-homens e fidalgos”, desfrutando todos de privilégios especiais, tais como a representação nas Cortes, a exclusiva dependência do rei, isenção tributária, imunidades especiais, etc. Contudo, a nobreza não constituía propriamente uma classe fechada, visto que o acesso a títulos nobiliárquicos era possível a um burguês que fosse detentor de grandes riquezas, mas somente após obter a concessão real (do rei). Em outras palavras, era mais fácil perder todas as riquezas que acumulara do que se tornar um nobre titulado.
Rei Luís XVI, líder da nobreza francesa
Rei Luís XVI, líder da nobreza francesa
Mantendo-se unidos por laços de “fidelidade e amizade recíprocas“, bem como de vassalagem, quando fosse o caso, os nobres asseguravam a continuidade do poder de suas famílias, transmitindo seu patrimônio e poder ao filho primogênito.
Na Idade Contemporânea a nobreza começou a definhar, em especial a partir da Revolução Industrial. Atualmente são poucos os países ocidentais que possuem dinastias e monarcas ativos. Mesmo assim, quase todos adaptados ao modo de vida capitalista, com liberdade para investir, trabalhar, produzir e gerir a nação de forma democrática.
Entretanto, a partir de século 20, no lugar de reis e monarcas elevaram-se alguns ditadores, e a tomada do poder deu-se, sobretudo, através de forças revolucionárias e guerras civis. Até agora seus resultados foram duas guerras mundiais, crimes contra a Humanidade, tensões geopolíticas crescentes, “primaveras” violentas visando à troca de ditadores, risco de mais guerras civis e regionais, disparidades econômicas, ameaça de extinção da “classe média” e povos vivendo em absoluta miséria.
Conclusões do blog
Nos dias de hoje, é um engano razoável, senão grave, importar conceitos do século 19 para julgar pessoas e comportamentos livres no século 21. Tentar manter a dicotomia “burguesia versus proletariado” é simplesmente ridículo. Por sinal, o filósofo Karl Marx provinha de família relativamente abastada, que lhe deixou boa herança patrimonial e meios de trabalho privado.
Portanto, segundo sua própria teoria (seita), pertencia à “burguesia capitalista” de sua época, mas optou por ser crítico, fundando-se na defesa de políticas socialistas e comunistas, propondo a luta de classes sangrenta e, tal como umidealista utópico, criar um mundo ideal, “limpo de classes sociais“.
Os burgueses, desde a Idade Média e através dos tempos, são os principais responsáveis pela libertação do cidadão ocidental, tanto do jugo da antiga nobreza, como de seus atuais similares políticos – ditadoresautocratas,populistas e apaniguados. Outro comportamento cidadão que deve ser atribuído às ações primitivas da burguesia, refere-se a formação e ampliação da cultura ocidental, as inovações tecnológicas ligadas à transparência da informação e a cultura do enfrentamento de ditadores-populistas, presentes em todo o planeta.
FONTE - http://ambiente.kohn.eco.br/2013/05/05/um-conceito-abastardado-a-burguesia/

O lar industrial de Kika Martinez - CASA VOGUE


Repórter do Domingão do Faustão abre a casa

19/01/2015 | TEXTO E VÍDEO MICHELL LOTT; FOTOS RAPHAEL BRIEST


Durante as tardes de domingo, a repórter Kika Martinez rouba a cena com beleza e elegância quando o apresentador Fausto Silva pede a opinião da plateia no Domingão do Faustão. Já nos dias da semana, a gaúcha faz as malas e volta para São Paulo, cidade que adotou como sua depois de rodar o mundo como modelo. É em um charmoso apartamento de 80,5 m² no bairro do Jardim América, onde mora com o namorado, o economista Marcio Hampe, que ela recebeu Casa Vogue.

“Na verdade moro aqui há 5 anos, mas o apartamento tinha uma cara muito diferente da que tem hoje", explica a ex VJ da MTV. A propriedade, comprada aos 27 anos – hoje Kika tem 32 – costumava ter outro mood. “Parecia uma casa de praia cheia de objetos, quadros, garrafinhas, xícaras, bibelôs… tudo muito feminino e colorido! Era uma bagunça de referências que não deixava a desejar no charme."
Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)
A virada para o estilo industrial aconteceu em 2013, quando Marcio se mudou para São Paulo. A profusão de objetos deu então lugar a espaços amplos, integrados e com itens bem escolhidos. "Viver junto pede que ambos se identifiquem com o lar. Quando o Marcio veio morar comigo, queria que ele se sentisse tão dono da casa quanto eu. Então decidimosreformar."

O desejo de colocar paredes abaixo já vinha de tempos, mas foi necessário o encorajamento de Hampe para que o retrofit começasse. "Meus pais fizeram várias obras enquanto morava com eles e eu fiquei meio traumatizado porque demorava muito e era horrível! Por isso, quando o assunto surgiu, falei para a Kika: se for para reformar, vamos fazer tudo de uma vez!", se diverte ele. Além de tal incentivo, o porto-alegrense também trouxe boas peças de design garimpadas na família para dar vida nova ao lar do casal: uma poltrona Jangada, assinada por Jean Gillon, e um aparador de Jorge Zalszupinadicionam perfume vintage aos ambientes contemporâneos. “Meus pais e avós não sabiam que eram peças com tanta história. E nem eu! Só descobrimos quando nosso arquiteto chegou aqui e reconheceu.”

O responsável pelo novo projeto, Paulo Castellotti, foi quem idealizou a planta do lar. Além de colocar abaixo a parede que separava o living da cozinha, criou portas de correr feitas de aço que podem separar ou não o quarto do casal da área social. Na cozinha, trouxe a ideia ecofriendly de construir armários com madeira de demolição pintada com spray – para não perder a textura do material. “Ele foi maravilhoso. Além de solidificar a ideia do estilo industrial, também foi o apaziguador das nossas discussões”, relembra Kika, com diversão. “O bom é que conseguimos chegar em um resultado que tem muito a minha cara e também a do Marcio – sem contar nas ótimas sugestões do Paulo.”

As coleções de vasos e as samambaias foram ideias dela. A parede preta, dele. E no percurso para eleger cada peça da casa, tudo foi muito bem escolhido – e discutido – em dupla. Além de contemporâneo, o espaço é cheio de histórias que eles adoram contar. “Nós apelidamos o banheiro social de lavabo do Jay Z”, conta ela sobre o cômodo coberto por pastilhas de aço escovado dourado e uma torneira que vem do teto como uma instalação de arte. “Logo no início da obra, nos apaixonamos por esse revestimento e gastamos, no impulso, uma boa parte do orçamento nele."

Enquanto a cama da suíte descansa sobre pallets de plástico reciclado, os baús antigos se transformaram em um novo sofá. “O Paulo sugeriu que não nos desfizéssemos dos móveis antigos, pois eles viriam a calhar. Muitos foram reaproveitados em um primeiro momento enquanto outros acabaram incorporados no novo lar. A nossa casa é um reflexo dessa fase da vida e provavelmente continuará mudando", explica Kika. "Em breve, quando decidirmos ter filhos, inevitavelmente teremos que nos mudar. Mas acho que conseguimos transformar o closet em um berçário por algum tempo", completa Hampe.

Agradecimento: cabelo e maquiagem Adan Mascigrande
Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

Casa Kika Martinez (Foto: Raphael Briest)

PSDB INGRESSARÁ COM MANDADO DE SEGURANÇA NO STF CONTRA NOVA "FARRA DAS PASSAGENS" NA CÂMARA


O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), anunciou esta tarde que pretende entrar com um mandado de segurança ainda nesta quinta-feira no Supremo Tribunal Federal para barrar a decisão da Mesa Diretora da Casa, que liberou o pagamento de passagens aéreas aos cônjuges dos parlamentares.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também autorizou ontem o aumento em todas as despesas dos deputados, incluindo verba de gabinete, auxílio-moradia e cota parlamentar, que dispõe sobre gastos com passagens aéreas e conta telefônica. A determinação não vale para namoradas, mas inclui parceiros de parlamentares homossexuais.

A bancada do PPS anunciou que abrirá mão das passagens destinadas aos companheiros e companheiras.

O reajuste, que passará a valer a partir de abril, representará impacto de cerca de R$ 110 milhões.

Nos últimos três dias, 220 cristãos foram sequestrados pelo Estado Islâmico na Síria


Terrorismo islâmico - Observatório Sírio dos Direitos Humanos diz que 1.000 famílias fugiram do nordeste da Síria desde segunda-feira

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou nesta quinta-feira, 26 de fevereiro, que nesses últimos três dias o Estado Islâmico sequestrou 220 cristãos na Síria.

"Pelo menos 220 assírios foram sequestrados em 11 localidades pelo grupo Estado Islâmico nos últimos três dias na província de Hasake, nordeste da Síria, perto da fronteira com Iraque e Turquia", comunicou a OSDH.

Segundo o diretor da rede assíria dos direitos humanos, Osama Edward, cerca de 1000 famílias fugiram do nordeste da Síria desde segunda-feira buscando refúgio nas cidades de Hasake e Qamichli.

O EI controla 10 vilarejos cristãos da região de Tall Tamer, de onde os moradores fogem de maneira desesperada.

Fonte: Guiame, com informações da France Presse/G1

O Eixo Cuba-Venezuela e a omissão de Obama


O Eixo Cuba-Venezuela e a omissão de Obama

Recentemente o mundo foi surpreendido pela notícia de que as relações entre os Estados Unidos e Cuba entrariam num progressivo degelo até chegarem a uma normalização completa, ou quase completa. Fruto, em boa medida, de um trabalho de bastidores com o incentivo da diplomacia Vaticana, inspirada pelo Papa Francisco.

Distorção da realidade
Mal a notícia veio a público, a artilharia publicitária progressista desatou-se por esse mundo afora, em noticiários, comentários e análises.

Curiosamente, considerável parte dessas matérias tomava o fato da anunciada reaproximação como se uma injustiça de décadas tivesse cessado. A ditadura castrista era poupada, bem como suas perseguições políticas e religiosas; e se votava um rancor aos Estados Unidos e a sua política de embargo, como se fossem eles os responsáveis pela situação de miséria, decadência e opressão a que o castro-comunismo reduziu a antiga pérola das Antilhas.

Estranhava, além disso, não se mencionar, como cláusula de tal reaproximação, a desmontagem do regime ditatorial dos irmãos Castro e a instauração de um Estado de Direito na ilha-prisão, com o devido respeito às liberdades individuais, a retomada do direito de propriedade, a liberdade de professar e pregar a religião cristã.

Tudo – de passagem seja dito – muito surpreendente, se se leva em consideração a interferência decisiva da diplomacia vaticana para tal aproximação e o subsequente silêncio de Roma a propósito desses temas capitais.

Enfim, somando e subtraindo, toda a operação diplomática e midiática mais parecia o estender de mão a um regime moribundo, para salvá-lo do soçobro.

Aliança Venezuela Cuba
Como é público e notório, durante os anos em que governou a Venezuela, o caudilho Hugo Chávez estreitou, para além de todos os limites, os laços com a ditadura castrista. Hoje são os cubanos que controlam serviços essenciais do Estado venezuelano, além de terem uma posição determinante nas Forças Armadas do País e nas forças policiais e repressivas.

Ora é estarrecedor que, na reaproximação com Cuba, o governo de Obama não tenha exigido a retirada da abusiva influência e interferência cubana na Venezuela.

Neste momento a narco-ditadura comandada por Nicolás Maduro parte para uma repressão sem precedentes contra os opositores, com prisões arbitrárias até de políticos eleitos e execuções sumárias de estudantes.

E o que faz Obama?

Convido-os a ler a perspicaz análise publicada por Héctor E. Schamis, no jornal espanhol El Pais (22.fev.2015), sob o título “Estados Unidos, Cuba y Venezuela”.

Héctor Schamis, argentino de nascimento, Ph.D. em ciência política na Universidade de Columbia, é professor no Centro de Estudos Latino-americanos e no programa “Democracy & Governance” da Universidade de Georgetown.

O texto de seu artigo é revelador, embora suscite algumas ponderações que farei ao final:

  • "Agora foi a vez de Antonio Ledezma – como antes fora a de Leopoldo López – outro peso-pesado, prefeito de Caracas e novo preso político. Cada preso faz parte precisamente dos despojos das muitas guerras que trava o regime, reféns para a negociação final. Isso não se refere apenas à oposição. Também não se trata dos inimigos dentro do próprio chavismo, como Maduro e Cabello. Em última instância as negociações para valer serão com os Estados Unidos e com Cuba. Quanto mais cedo, melhor.

    Pode-se estar indignado com Maduro e com o regime. Mas um pouco dessa indignação, ou pelo menos bastante perplexidade, deveria estar dirigida ao governo de Barack Obama, o qual novamente chega atrasado a uma crise. Por vezes tem-se a impressão de que o Departamento de Estado toma conhecimento das notícias como nós, através dos jornais. Especialmente quando você lêem os tweets de altos funcionários circulando ao mesmo tempo que os nossos, que os de seus colegas, amigos e parentes, e dizendo basicamente o mesmo. A horizontalidade das redes sociais é fantástica, mas não é a maneira mais eficaz de fazer política externa.

    Isto porque é difícil acreditar que a Venezuela não faça parte da longa lista de temas que os Estados Unidos negociam com Cuba. Custa a entender que, uma vez removido o grande obstáculo para a relação dos Estados Unidos com a América Latina – Cuba e o embargo – Obama não use esta importante injeção de capital político – leia-se, legitimidade e credibilidade – para ter uma maior, e não menor, influência na região. Num plano mais abrangente, isso poderia desbloquear essa fatídica paralisia venezuelana. Mas mesmo num plano menor, poderia ter poupado a provação a Antonio Ledezma e à sua família.

    Se Obama não se deu conta disso, e se sua gente no Departamento de Estado se esqueceu de incluir a Venezuela nas negociações com Cuba, ainda estão a tempo. A boa notícia é que Cuba é um Estado a sério, como nenhum outro na América Latina. Negociar com os cubanos é previsível, porque eles têm uma quota suficiente de centralização da autoridade e controle territorial para cumprir seus compromissos. Se não os cumprem é porque não querem, ao contrário do resto da América Latina, onde não há capacidade estatal para tornar efetivo qualquer acordo.

    Cuba quer remessas, turismo e Golden Card da American Express. Será que é tão difícil incluir o desmantelamento da inteligência Bolivariana – que Cuba controla – nessa negociação? Com o subsídio venezuelano chegando ao fim, Cuba precisa de energia e petróleo. Com o boom petrolífero dos Estados Unidos, é impossível negociar a libertação dos presos políticos? Cuba necessita conectividade sem a qual, aliás, não haverá American Express. Não ocorreu a ninguém em Washington que a desarticulação da força de choque, esses camisas vermelhas que só os cubanos podem controlar, poderia ser o preço dessa tecnologia? Além disso se tranquilizaria a oficialidade venezuelana, perturbado pela influência cubana e pela proliferação de forças irregulares.

    E assim, com muitos outros temas. É evidente que esta será uma negociação a três. No fim das contas a oposição venezuelana acabaria competindo com a própria dissidência cubana numa mesa onde os Castro vão taxar muito alto quaisquer de suas concessões. Os democratas cubanos e venezuelanos deveriam coordenar essa negociação. A próxima cimeira do Panamá seria um lugar e um momento adequados. Vale a pena lembrar que esta última crise se precipita depois, e sublinhe-se depois, de iniciadas as negociações entre os Estados Unidos e Cuba. O soft power americano talvez nunca tenha estado tão alto na região.

    Maduro sabe que está perdido, mas se antecipa e adia seu fim inevitável. Frequentemente, é desprezado pela sua falta de preparação e por sua capacidade peculiar para agredir a língua espanhola. No entanto, ele é um ator com um bom senso de estratégia. Seus movimentos quase sempre prolongam suas perspectivas de tempo, parece entender bem a lógica do gambito. Não haverá vitória do regime, sem dúvida, e uma derrota honrosa não está no DNA do chavismo. Neste momento, só os Estados Unidos e Cuba podem terminar com este jogo perverso.

    E têm que se apressar."

Se, como bem aponta o articulista, Cuba é um Estado a sério e, pela centralização do poder (leia-se despotismo) pode garantir qualquer negociação, não as cumprindo se não querem, é impossível acreditar que a presente onda de repressão na Venezuela, iniciada após as negociações com os Estados Unidos, não seja controlada ao milímetro pelo regime dos Castros.

Os sequestros de opositores, a prisão arbitrária de políticos de oposição eleitos, como Antonio Ledezma, as execuções sumárias de estudantes têm a mão da inteligência e da máquina repressora venezuelano-cubana. Como confiar, pois, na honestidade da disposição destes regimes? Estas negociações são uma porta aberta para o fim destes regimes socialo-comunistas tirânicos ou podem se tornar um esteio para o seu prolongamento no tempo? Perguntas para o Departamento de Estado e a diplomacia vaticana.