Brasileiros e, muito especialmente, paulistas! A canalhice que se arma contra a Polícia de São Paulo precisa ser caracterizada e denunciada. Querem um dado da equação que está sendo omitido? Se o índice de homicídios do Brasil fosse igual ao do estado, 28.302 vidas seriam poupadas por ano. Leiam o texto, façam o debate e enfrentem a canalha petralha e seus serviçais com números, com dados.
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Escrevi ontem à noite um texto sobre os números da violência em São Paulo — e alguns outros ainda antes disso por conta da histeria contra a polícia do Estado patrocinada por alguns setores — e isso inclui parcela considerável da imprensa. Ainda não se decidiu se a polícia é branda demais e permite que os bandidos atuem livremente, aterrorizando a população, ou se é violenta demais e mata demais, atingindo, de vez em quando, quem não é bandido. Na dúvida, abraçam-se as duas teses. Tudo vale a pena se é para achincalhar a polícia, atingir o governo do Estado e, no fim das contas, fazer política. Qual é a verdade? Nem uma coisa nem outra. Nem o estado está à mercê da bandidagem — isso é uma vigarice política! — nem a polícia sai matando a esmo. A divulgação dos números levou alguns tontos a imaginar que eu pudesse, sei lá, me dar por vencido. Quem sabe finalmente eu me rendesse… Por quê? Eles endossam tudo o que tenho escrito a respeito e desautorizam os terroristas e chicaneiros.
Decidi manter o texto de ontem à noite logo abaixo deste porque são complementares. Se o número de assassinatos dolosos (homicídios mais latrocínios) havidos no estado no primeiro semestre se repetir no segundo, o estado de São Paulo fechará o ano com 4.714 casos, o que representará 11,42 mortos por grupos de 100 mil. Vejam o quadro que está no post abaixo deste. Em 2010, com 13,9, São Paulo já tinha a terceira melhor marca do país. São assassinadas, em média, 50 mil pessoas POR ANO no país, o que é um escândalo! Em um ano e meio de guerra civil síria, já lembrei aqui, morreram 17 mil. O Brasil tem 190 milhões de habitantes. São 26,3 mortos por 100 mil. Eis o primeiro grande contraste: o índice nacional corresponde a 2,3 vezes o do Estado. Façam a conta: se os mortos por 100 mil do país fossem iguais aos de São Paulo, em vez de 50 mil homicídios, haveria 21.698 — seriam poupadas 28.302 vidas. Nada menos!
“Ah, mas a violência cresceu neste primeiro semestre em relação ao primeiro semestre do ano passado!” Cresceu, sim! Jamais escrevi que não — até porque não tinha os dados. Mas vejam que coisa: os latrocínios, que são os casos que mais mobilizam o noticiário e que atemorizam as pessoas — e não sem motivos — tiveram até uma ligeira queda. Não obstante, tem-se a impressão de que as pessoas estão morrendo como moscas por aí. “Então está tudo bem, Reinaldo, nada com que se preocupar???” Ora… É claro que o aumento é, sim, preocupante. Mas é preciso haver senso de proporção.
O Estadão estampa hoje na primeira página: “Homicídios crescem 47% em São Paulo”. Refere-se a números só da capital. Pior: é um dado do mês de junho na comparação com maio. Essa evolução mês a mês não quer dizer grande coisa nem quando sobe nem quando cai. Na sua coluna na Folha Online, Gilberto Dimenstein não perdeu a chance: “Vivemos uma calamidade”. Este senhor decreta a existência de uma “calamidade” no estado que deve ter hoje o segundo ou terceiro melhor índice de homicídios do país.
Não, não estou querendo dar uma de Poliana, não! Existe o aumento de ocorrências, e ele tem de ser pesquisado e demanda ações da polícia — não me atrevo a dizer quais porque não sou especialista da área. Mas daí a querer caracterizar uma situação de perda de controle? Tenham paciência! Hoje, um procurador (leiam posts abaixo) pedirá nada menos do que o afastamento do comando da PM, aí por conta das duas mortes havidas na semana passada, em duas abordagens desastradas. CONTRA OS NÚMEROS, CONTRA AS EVIDÊNCIAS, CONTRA UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA QUE TEM UM HISTÓRICO, pretende-se decretar a existência do caos — ou da “calamidade” — no estado. Hoje, na CBN, se é que já não o fez ontem, Dimenstein dará curso a seu alarmismo. Só que há uma notícia chata pra ele: EU TENHO MEMÓRIA.
Dimenstein e os fatosEu gosto que lembrem as coisas que escrevi. Eu mesmo o faço. Está chegando aí “O País dos Petralhas II”, como sabem. E também gosto de lembrar o que outros escreveram. Querem ver como são as coisas?
No dia 12 de abril de 2010 — SIM, TAMBÉM ERA UM ANO ELEITORAL —, o sr. Dimenstein escreveu isto aqui, ó, que vai em vermelho. Leiam com atenção!
Assassinos contra Serra
O slogan “Pode Mais” de José Serra é, do ponto de vista de marketing, ótimo. Um fato, porém, é capaz de arranhar a força dessa mensagem: os assassinos de São Paulo.
Tenho comentado aqui por várias vezes que a pior notícia da gestão Serra foi o aumento da violência, especialmente o roubo, que, no passado, bateu recorde. Na semana seguinte em que Serra oficializa sua candidatura presencial, sabemos que a taxa de homicídio aumentou 12% nos três primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2009.
Uma das grandes conquistas de São Paulo – e, em especial da cidade – foi a queda contínua dos homicídios, agora revertida. Diga-se que, em comparação com as grandes cidades, o índice é baixo. Mas é um tema que, certamente, vai entrar no debate sucessório, caso as estatísticas não mudem rapidamente.
Pode-se explicar, em parte, o roubo pela crise econômica –mas não a taxa de assassinato. Nesse caso, pelo menos até aqui, Serra pôde menos.
Voltei
Viram só? Dimenstein jogava a responsabilidade pelo aumento de homicídios nas costas de Serra. Na campanha eleitoral, Dilma Rousseff e Marina Silva se referiram aos números de São Paulo — que já estavam entre os melhores do país — como se fossem negativos. Sabem o que aconteceu em 2010? O ano fechou COM A MENOR TAXA DE HOMICÍDIOS DA HISTÓRIA!!! Pela primeira vez, o estado atingiu a marca de 10 homicídios por 100 mil habitantes — na capital, chegou a ficar abaixo disso. Obviamente, Dimenstein não se desculpou com Serra. Com a mesma ligeireza engajada com que escreveu a coluna de 2010, escreveu a de ontem. Serra era candidato em 2010 e é agora. E Dimenstein continua o mesmo.
Bom mesmo é governar o Rio!Não vou entrar numa guerrinha ridícula, como pretendem alguns. Até porque não acho que o Rio pertença mais aos fluminenses do que a mim. Já disse que não reconheço essas categorias. Minha pátria de verdade é a Fazenda Santa Cândida, entenderam? É lá que corre o rio da minha aldeia. Todo o resto é terra estrangeira. Mas como negar? Bom é governar o Rio!
Sim, a taxa de homicídios caiu lá também. Mas ainda é o dobro da de São Paulo — e, obviamente, não se ouve falar em calamidade! Uma policial é assassinada numa área dita “pacificada”, e o assunto merece o tratamento de exceção. Mais: a presidente Dilma Rousseff enviou uma carta à família da moça — no que fez muito bem, diga-se! — e falou na construção “da paz”. Há áreas em Niterói em que os índices de violência cresceram mil por cento por conta da migração dos bandidos que deixam as favelas “pacificadas” do Rio. Mas não se fala, em nenhum momento, em descontrole ou calamidade. A “pegada” das reportagens sempre indica um poder público no controle da situação, por mais periclitante que ela se mostre.
Mas São Paulo??? Ah, São Paulo, vocês sabem, esta à beira da desordem e da anomia. AINDA QUE OS DADOS DEMONSTREM QUE ISSO É ESTUPIDAMENTE MENTIROSO! Comecem uma contagem regressiva: vamos ver quanto tempo vai demorar para a ministra Maria do Rosário falar uma bobagem… Os blogs sujos, financiados por estatais, estão fazendo a festa, se refestelando na lama.
Concluo
Olhem aqui: houve, sim, crescimento no número de homicídios no estado. A polícia tem de tentar saber por quê, identificar as áreas, estudar as ocorrências etc. Mas não se esqueçam disto: São Paulo segue tendo uma das melhores e mais eficientes polícias do país, COMO REVELAM OS NÚMEROS. Não caiam na conversa daqueles que preferem se comportar como aliados objetivos de Marcola.
Façam o debate munidos com dados! Chutem o traseiro retórico de prosélitos e petralhas vigaristas! Ah, claro! Eu ainda voltarei a este assunto, à campanha pela descriminação da maconha na TV, à pressão dos cretinos para que o Brasil prenda menos bandidos em vez de prender mais, a todas as boas ideias que matam destes supostos humanistas de miolo mole.