quarta-feira, 12 de abril de 2017

ORDEM DO DIA: FINGIR - por Armando Soares



Por Armando Soares

            A ordem do dia, de cada dia, dos vereadores, dos deputados federais, dos deputados estaduais, dos senadores, dos juízes, dos advogados, dos políticos, dos governantes e dos prefeitos é fingir, ocultar, inventar, fantasiar a verdade. É dissimular com astúcia a verdade. É fingir e fantasiar a verdade para os milhões de brasileiros. Entra dia e sai dia e o Brasil continua o mesmo, sem as reformas necessárias, com os mesmos vícios, sem ordem, sem segurança, com juros e impostos estratosféricos, sem oportunidade de novos empregos e outros males sociais, econômicos e institucionais. O brasileiro assiste a todo esse fingimento, a toda essa enganação teatral hipócrita e tem esperança que as coisas ainda podem melhorar com esse time de políticos e servidores públicos (os que exercem oficialmente cargo ou função pública). O povo brasileiro é do tipo ‘me engana que eu gosto’. 


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                Será que o brasileiro ainda acha que os políticos e governantes que conhecemos vão, num gesto de total arrependimento, mudar de repente seu comportamento e maneira de ser? Iriam acabar com a obrigatoriedade do voto? Acabariam com a obrigação do povo de bancar campanhas milionárias e desonestas?  Acabariam com a contribuição sindical que sustenta vagabundos e atrapalha a vida dos brasileiros? Atualizariam a constituição retirando dela o viés socialista? Aceitariam ser político apenas como encargo, como uma obrigação de prestar serviço a grandeza do Brasil abandonando o critério de profissionalização? Qual o político que iria honestamente representar a vontade popular como um encargo passageiro? Por que o povo tem que pagar altos salários a vereadores, deputados e senadores, prefeitos, governadores e presidente da república, por pessoas que não se responsabilizam pelos seus atos, quebram o país e fica tudo por isso? O povo está sendo obrigado a pagar altos salários a políticos para que eles roubem e quebrem o país? A política verdadeira é um trabalho voluntário, não é uma profissão para enriquecer ninguém. 

                Estamos, todos os brasileiros fartos de assistir tanto fingimento diariamente na TV, nos rádios, jornais e internet. Nos tribunais fingem-se que decidem, mas os ladrões continuam soltos sustentando advogados e mídia com o dinheiro roubado; na Câmara e Senado fingem-se mais e descaradamente, mas as verdadeiras e necessárias reformas não são apresentadas e votadas, pois iriam de encontro aos interesses mesquinhos dos partidos coloridos, dos sindicatos e do corporativismo malandros. A Suíça bloqueia R$ 3 bilhões em conta de suspeitos na Lava Jato, quantos bilhões roubados mais estão alimentando os bancos de outros países. Alguém ainda no Brasil tem dúvida onde está o dinheiro que falta para a resolver a crise brasileira? 

                O fingimento no Brasil é endêmico e doentio. A presidente do STF afirma que apesar de tudo as instituições estão funcionando, mas ela sabe que isso não é verdade. Como a justiça pode estar funcionando com milhões de processos parados nos gabinetes de juízes? Funciona uma justiça que leva 30 anos para resolver uma questão de inventário? Em 30 anos toda uma família morre e o Estado engole o patrimônio, isso é normal? Há explicação para essa anomalia? Como considerar que a instituição esteja funcionando a contento e com responsabilidade quando resolve entregar toda a Amazônia a índios dominados por ONGs estrangeiras permitindo assim que as fronteiras brasileiras fiquem sem fiscalização e proteção facilitando o comércio de drogas e contrabando generalizado? Como considerar que a instituição esteja funcionando a contento quando permite que a soberania brasileira seja destruída? 

                Por sua vez os militares fingem que existe democracia e ordem na república. Que democracia e república é essa? A brasileira, com certeza não é, pois, uma democracia que elege políticos e governantes com dinheiro roubado, não é uma democracia e muito menos uma república, é um prostíbulo.

                Os empresários, sejam de qualquer tamanho, fingem que é normal viver num país em que os impostos e as suas regras inviabilizam os negócios obrigando os empresários a viverem no ‘jeitinho brasileiro’, o que alimenta a corrupção e emperra o desenvolvimento.

                Os trabalhadores, instrumento dos socialistas, comunistas e pelegos, fingem que têm vantagens sobre os ‘patrões’, quando na verdade estão construindo a sua própria sepultura, destruindo a fonte geradora do emprego processo que alimenta uma instituição cancerosa que serve a advogados e juízes corporativos e estratificados, processo social que leva à formação de “camadas hierárquicas”. 

                Os pobres, na sua ignorância, fingem que os ricos são os culpados pela sua pobreza, quando são eles mesmos os verdadeiros responsáveis, atitude que os tornam presas fáceis nas mãos de piratas sociais que alimentam os sonhos dos pobres com ideologias que os transformam em escravos como prova exaustivamente a história.

                Fingem as famílias brasileiras achando que seus filhos estão recebendo boa educação nas escolas e universidades, quando na verdade estão sendo enganados por professores e escolas medíocres contaminadas por ideologias criminosas que transmitem o ódio e a discriminação que ensinam as crianças e jovens a desrespeitarem seus pais.

                Fingem irresponsavelmente os brasileiros que acham que nunca serão vítimas de bandidos assassinos que pululam em todas as ruas brasileiras, entrincheirados em favelas com armas compradas com o tráfico de drogas. Os brasileiros, apesar de alguns espasmos de resistência a viver com passeatas, preferem continuar a viver sobressaltado do que buscar num grande movimento nacional continuo a implantação de reformas políticas e de outras naturezas que lhes traga segurança permanente, moralidade e competência política e administrativa.

                Fingem os produtores rurais que podem continuar a produzir alimentos e matérias-primas perseguidos constantemente por políticas públicas nocivas como é o caso da política ambientalista-indigenista, que confisca propriedades através de decisões impatrióticas judiciais e pelo mecanismo de reserva legal que atinge 80% da propriedade, custo econômico que não é levado em consideração pelos produtores e que autofagicamente destrói a atividade e o patrimônio, ao que se soma a constante invasão da propriedade pelos bandidos que não querem reforma agrária, querem terras trabalhadas e seus animais, tudo sob a vista de governos irresponsáveis e covardes incapazes de cumprir as integrações de posse da justiça, que por sua vez cruza os braços e ainda nomeia juízes comunistas para acompanhar e apoiar os bandidos.



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                Fingem os governadores estaduais e municipais que podem governar estados e municípios sem sustentação econômica e somente através de repasses da União, recursos originados de estados e municípios superavitários e de impostos federais, o que mostra a total irresponsabilidade brasileira em criar municípios sem a mínima condição de sustentação econômica. O mais grave desse cenário é que ele se presta para o enriquecimento ilícito de administradores imorais, e para empregar amigos e parentes, anomalia que vem sendo mantida para a felicidade dos corruptos e políticos viciados. Um peso enorme e estúpido que os brasileiros carregam nas costas através da cobrança criminosa de impostos, taxas e outras porcarias estatais.  

                Os deputados fingidos e comprometidos com esquemas corporativos acabaram de mostrar toda sua inutilidade e nocividade mais uma vez, legisla contra o cidadão. Reduz a liberdade de escolha da sociedade e prejudica todos os consumidores e os trabalhadores da empresa.

                Fica difícil viver num país onde impera o fingimento, a hipocrisia e a malandragem.


Armando Soares – economista

e-mail: armandoteixeirasoares@gmail.com   


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Soares é articulista de Libertatum