terça-feira, 14 de maio de 2013

Cheia de encantos- A piscina de borda infinita tem beleza singular e oferece aos usuários uma paisagem apaixonante




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Ela se funde à paisagem criando uma bela e majestosa cena, digna de uma pintura. As piscinas com bordas infinitas são lindas, valorizam a arquitetura e criam a ilusão de que a água some no horizonte. Esse recurso é cada vez mais especificado nos projetos, tanto residenciais quanto comerciais.
Além de muito bonitas, as piscinas com bordas infinitas valorizam o imóvel e realçam a beleza do entorno, como reforça a arquiteta Adriana Morávia: “O maior benefício de uma piscina desse tipo é a vista panorâmica e o meio ambiente. Ela confunde-se com o céu, montanhas ou jardim”.

Além disso, há outras vantagens. “Elas possuem um sistema de filtragem que ajuda a bombear água, a partir do tanque de retorno para a piscina principal. O sistema de retorno da água é o mesmo usado na filtragem, por isso, é possível utilizar a mesma bomba e o filtro da piscina”, explica Adriana.

Para apreciar toda a beleza da piscina com borda infinita e tornar o lazer mais prazeroso é preciso, antes, tomar alguns cuidados. “É necessário prever no projeto onde a água vai transbordar para não molhar todos os ambientes em volta, já que nesse tipo de piscina há essa possibilidade. O ideal é especificar grelhas ou mesmo um espelho d’água junto com a piscina. Outro cuidado importante é com as crianças, se o desnível for muito grande, para evitar acidentes”, destaca a arquiteta Flávia Soares.
Segundo Adriana, as piscinas de borda infinita podem ser especificadas em terrenos que tenham no mínimo trinta metros quadrados. Os materiais usados para projetá-las são os mesmo utilizados em piscinas comuns.  Mas na construção, um detalhe é imprescindível. “É preciso instalar um tanque de retorno, em formato de calha, ao redor da piscina para que a água caia, seja coletada, e retorne para a piscina através de eletrobombas”, lembra a profissional.
Esse tipo de piscina cai bem com qualquer décor, mas Flávia dá dicas de ambientes que podem valorizar ainda mais a beleza desse recurso. “A piscina com borda infinita cai muito bem com um deck. Assim, a área de lazer fica mais aconchegante e sofisticada. Uma boa pedida também é inseri-la em terrenos mais inclinados e em pilotis”, encerra a arquiteta.
Arquiteta Flávia Soares salienta a importância de prever no projeto onde a água vai transbordar para não molhar o espaço em torno da piscina

Aluguel por temporada - Eventos impulsionam mercado imobiliário por temporada no Brasil



 

Com a proximidade de eventos como a Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo e Olimpíada, o mercadoimobiliário está de olho nas oportunidades proporcionadas por esses acontecimentos. Alguns segmentos buscam alternativas para atender quem vier ao país por um período determinado, já que em muitas cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília os hotéis não devem ser suficientes para acomodar todos os turistas. Para acolher os visitantes, existe o mercado de aluguel por temporada, uma alternativa bastante conhecida no exterior e que vem crescendo muito no Brasil.


Sinal do aquecimento do mercado, osetor imobiliário apresenta média de crescimento anual de cerca de 50% ao ano desde 2007. Os números do AlugueTemporada também acompanham a tendência de alta. O site é a maior plataforma de busca de imóveis para aluguel de temporada no Brasil. Fundado em 2001, foi comprado em 2010 pelo grupo americano HomeAway, líder global em anúncios deste tipo de imóveis. Atualmente, o site disponibiliza mais de 20 mil propriedades em todo o país e conta com mais de 20 milhões de acessos de viajantes anualmente.


Hoje, no Brasil, a demanda é muito grande. Por isso, quem tem imóvel para alugar nas cidades que irão sediar os jogos já pode se preparar para o número de turistas que irão visitar o Brasil em junho. Só no Rio de Janeiro, o AlugueTemporada conta com 2.400 imóveis disponíveis e a expectativa é que todos estejam cheios até a data do evento.Segundo a FIFA, já foram vendidos mais de 522 mil ingressos da competição, 97% deles para brasileiros: um recorde na história do torneio. O evento vai funcionar como um aquecimento para a Copa do Mundo que, segundo a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), deve receber no ano que vem mais de 600 mil turistas estrangeiros, além da movimentação interna de cerca de 3 milhões de brasileiros.

Fonte: Revista M²

Seleção: fosca, mas com esperança de brilho



14 de maio de 2013
A lista dos convocados para a Seleção Brasileira é fosca. Há poucas chances de brilho, ali. Mas de onde Felipão poderia tirar o brilho? Na coletiva, os repórteres cobraram muito a ausência de Ronaldinho. Natural: o último jogo sempre é o que vale, e Ronaldinho foi um jogador de Seleção contra o São Paulo e contra o Cruzeiro, seus últimos jogos. Porém, na Seleção ele não tem sido de Seleção. Tem sido... fosco.
Por isso, a convocação é lógica e defensável. E talvez até possa dar uma esperança de brilho futuro. Afinal, nessa lista há Neymar, há Lucas, há Bernard, há Fernando, há Oscar, jogadores jovens e que têm potencial de crescimento. Quem sabe não é esse o germinal da nova Seleção? Uma Seleção capaz de ser campeã do mundo. Quem sabe?

Davi Coimbra

Tribunal de Justiça do Distrito Federal compra R$ 2,4 mil em castanhas de caju



Posted: 13 May 2013 04:46 PM PDT

Os servidores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios vão muito além do cafezinho para se manterem acordados e atentos durante o expediente. O órgão reservou 2,4 mil para a compra de 100 pacotes de castanha de caju torrada. A oleaginosa contém o dobro de ferro do bife, o que ajuda a carregar oxigênio pelas células do sangue e faz melhorar o cansaço e a concentração. As castanhas adquiridas, da marca Vitalícia, não possuem sal, um benefício para aqueles que precisam controlar a pressão. O Tribunal Superior do Trabalho, por sua vez, empenhou R$ 5,9 mil para a aquisição de 43 pastas em couro legítimo. As bolsas terão divisões nas partes internas e contarão com o brasão da República em metal. Quarenta pastas são da cor vinho e três são pretas. Os itens custam R$ 138,00 cada e medem em média 35,5 cm x 26 cm. Com a proximidade do período de seca em Brasília, o Gabinete da Vice-Presidência da República já está providenciando maneiras de amenizar os problemas do período para os servidores do setor. A Pasta reservou R$ 5,4 mil para a compra de seis aparelhos purificadores de água. Cada purificador sairá por R$ 900,00 e tem capacidade para atender até 30 pessoas por hora, com armazenamento de dois litros. O Poder Legislativo liderou os gastos eletrônicos da semana. A Câmara dos Deputados empenhou R$ 31,4 mil para a aquisição de quatro sistemas transmissores de áudio sem fio, para uso em câmera XDCAM, com microfones, transmissores e receptores da marca Sony. Além dos aparelhos, a casa reservou R$ 22,4 mil para a compra de quatro gravadores de vídeo da Samsung, com disco rígido Seagate e monitor Philips. Novamente, a Câmara realizou empenhos para a aquisição de tablets. Desta vez, R$ 27,7 mil foram reservados para a compra de 25 unidades do aparelho pessoal. O órgão ainda empenhou R$ 254,7 mil para a obtenção de 120 poltronas giratórias com espaldar médio sem braços e 782 com braços. Cada poltrona custará de R$ 606,00 a R$ 728,00. Do outro lado do Congresso Nacional, o Senado Federal reservou R$ 80 mil para a aquisição de 20 televisores LED de 55 polegadas. As TVs da marca Toshiba são Full HD e já vêm com conversor digital. Cada uma sairá por R$ 4 mil. O Senado adquirirá ainda dois balcões domésticos que servirão como aparadores de serviço, por R$ 5,9 mil. Os móveis têm puxadores metálicos e gavetas com corrediças do mesmo material. Outro aparador de serviço, desta vez com garrafeiro, também está no carrinho de compras da Casa, ao custo de R$ 2,9 mil. Por fim, mas não menos importante, o órgão empenhou R$ 42,9 mil para a compra de 72 cadeiras sem braços para sala de jantar. Todos os móveis citados são da marca KR Móveis. É uma farra....

CNJ apura decisão polêmica de desembargadora do Pará


Posted: 13 May 2013 05:23 PM PDT

A corregedoria do Conselho Nacional de Justiça investiga a conduta disciplinar da desembargadora Gleide Pereira de Moura, fo Tribunal de Justiça do Pará, acusada de praticar irregularidade em representação protocolada pelo empresário paulista de consultoria e serviços, Gleber da Silva Maduro, residente em Brasília. A desembargadora, segundo a denúncia de Maduro, determinou o desbloqueio de R$ 1,6 milhão em favor do libanês Sleiman Saleh El Sayegh, detentor de precatórios no valor de R$ 14 milhões que tramitam no judiciário estadual, supostamente amparada em documento falso. A fraude teria sido praticada contra o Hospital Nossa Senhora de Guadalupe, de Belém, por uma ex-funcionária e mulher do advogado Mário Paiva, cujo escritório defendia ao mesmo tempo o libanês e o próprio hospital. Paiva anexou em processo julgado pela desembargadora um orçamento de despesas de internação, com o timbre do hospital, afirmando que Sayegh teria feito tratamento médico e sido internado durante um ano e efetuado despesas no montante estratosférico de R$ 3,2 milhões. A direção do hospital nega e garante que o libanês lá nunca esteve internado. O Instituto de Perícias Científicas Renato Chaves emitiu laudo, garantindo a falsidade do documento. O caso está sendo apurado em inquérito policial. Maduro alega que prestou serviços a Sayegh e a uma empresa dele, Importadora Latina Ltda e que, por força do contrato de prestação de serviços, originou-se um crédito. Após tentar receber amigavelmente o dinheiro, sem sucesso, o empresário foi obrigado a recorrer ao judiciário. Ele obteve liminar, em ação cautelar de arresto, para bloquear R$ 1.644 milhão nos autos do precatório. Por determinação do juízo da 7ª Vara Cível de Belém, o dinheiro ficaria em conta do próprio Tribunal de Justiça e sob a responsabilidade do Tribunal de Justiça até o julgamento final da ação de execução da dívida. Os advogados Mário Paiva e Paulo Borges, conseguiram com o despacho da desembargadora derrubar a decisão. A desembargadora acolheu o recurso dos advogados do libanês e determinou efeito suspensivo da decisão da 7ª Vara Cível, mandando desbloquear o dinheiro. Um dos fundamentos da decisão dela foi que Sayegh "necessitava do dinheiro para custear o tratamento de saúde" no Guadalupe. Maduro afirma que a magistrada deliberadamente ignorou a fraude e pede que o CNJ a investigue.

Financiamento com uso do imóvel é alternativa para viabilizar crédito a pequenos construtores




Conglomerado Financeiro Barigüi disponibiliza recursos, que são utilizados para pagamento de materiais e mão de obra
Enquanto os grandes construtores têm fôlego financeiro suficiente para alavancar várias obras ao mesmo tempo, os construtores de pequeno porte realizam uma obra por vez e estão encontrando no crédito com uso do imóvel a alternativa para viabilizar empreendimentos.
Esse é o caso do empresário Davi Maciel de Oliveira, dono da De Oliveira Construtora Ltda, que financiou cerca de R$ 500 mil junto ao Conglomerado Financeiro Barigüi, dando o imóvel como garantia. Ele usou os recursos para construir quatro sobrados com aproximadamente 60 metros quadrados na região do Jardim das Américas. “O dinheiro ajuda muito na compra de materiais à vista e no pagamento de mão de obra, porque dificilmente o construtor tem dinheiro durante a obra”, assinala ele.
Carência de seis meses para iniciar pagamento
Com perspectiva de vender cada sobrado a R$ 400 mil, Oliveira só vai começar a pagar o empréstimo depois de seis meses de carência, o que ajuda a acelerar a finalização do empreendimento. “Os juros do crédito imobiliário são compatíveis com o mercado, mas o mais importante é a redução da burocracia. Consigo conversar com profissionais que decidem e isso agilizou todo processo para tomar o empréstimo”, avalia o empreendedor.
Primeira empresa do Paraná a atuar com crédito imobiliário com garantida do imóvel, o Conglomerado Financeiro Barigüi traz como vantagem o prazo de até cinco anos e juros a partir de 1,49% ao mês, taxa menor se comparado a outras modalidades existentes no mercado, como Cartão de Crédito (9,37%), Cheque Especial (7,72%) e juros médios do Comércio (4,00%) – segundo pesquisa da ANEFAC (Associação Nacional dos Executivos de Finanças). Esta linha de crédito ainda é desconhecida, atualmente na empresa cerca de 16% dos clientes buscam o crédito imobiliário para construção ou reformas.

Passo a passo
Para obter o crédito, o pequeno construtor passa por um processo que inclui avaliação do perfil do cliente para a melhor opção de linha de crédito, uma vez que não é vantagem nem objetivo da instituição financeira ficar com o imóvel. Após alienação do imóvel a Barigüi, o crédito é liberado ao cliente no limite de 50% do valor do imóvel. Outro pré-requisito é comprometer a renda do cliente em até 30% de forma que ele tenha capacidade de pagamento e não apenas entre em outra dívida. O imóvel pode ser o próprio terreno a ser construído, sendo que após a conclusão da obra é possível a averbação da obra e o prazo pode chegar aos dez anos.

Evolução do Mercado
De acordo com o diretor geral do Conglomerado Financeiro Barigüi, Rodrigo Pinheiro, o Brasil de hoje é a Espanha de 1985, com o crédito imobiliário baixo em relação ao total do crédito (cerca de 10%) e juros elevados. Com o crescimento do crédito imobiliário, os juros caem, o prazo alonga e consequentemente o comprometimento da renda reduz significativamente. Com cerca de 8% das residências brasileiras alienadas, ele acredita na expansão dessa modalidade. Nos mercados desenvolvidos, o crédito imobiliário representa cerca de 55% do PIB, enquanto no Brasil chega a 6,5%.
Sobre o Conglomerado Financeiro Barigüi:
O Conglomerado Financeiro Barigüi foi fundado em 1995 e pertence ao Grupo Barigüi. Foi criado inicialmente para dar suporte de crédito a 47 unidades de negócio do Grupo. Atualmente, o Conglomerado Financeiro Barigüi funciona sob a marca Barigüi Crédito Inteligente e é formado pela Barigüi Financeira e pela Barigüi Companhia Hipotecária, atuando com Crédito Imobiliário, Crédito Consignado, CDC lojista e Investimentos.

Cisão federativa



 
Tereza Cruvinel (Correio Braziliense)

Definitivamente, algo não vai bem na Federação. A briga entre os estados pela partilha dos royalties do petróleo deu no que deu. Agora, as mudanças tributárias que significariam uma reforma, ainda que micro, caminham para o naufrágio. As bancadas do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado romperam com a proposta de alíquota única de 4%, fixando-a em 7% para os estados dessas regiões, mais o Espírito Santo.

O Ministério da Fazenda não gostou e o governo deve desistir da unificação. Ficaremos com a guerra fiscal. De onde vem isso? Dos séculos de desigualdade que as regiões mais pobres agora querem resolver na lei, mas na marra.

Let Me Try Again - Frank Sinatra



12 de dezembro de 1915 / 14 de maio de 1998: quinze anos sem 'The Voice'

O PT não gosta da democracia



Marco Antonio Villa, O Globo

O PT não gosta da democracia. E não é de hoje. Desde sua fundação foi predominante no partido a concepção de que a democracia não passava de mero instrumento para a tomada do poder. Deve ser recordado que o partido votou contra a aprovação da Constituição de 1988 — e alguns dos seus parlamentares não queriam sequer assinar a Carta.
Depois, com a conquista das primeiras prefeituras, a democracia passou a significar a possibilidade de ter acesso aos orçamentos municipais. E o PT usou e abusou do dinheiro público, organizando eficazes esquemas de corrupção.
O caso mais conhecido — e sombrio — foi o de Santo André, no ABC paulista. Lá montaram um esquema de caixa 2 que serviu, inclusive, para ajudar a financiar a campanha presidencial de Lula em 2002.
Deve ser recordado que auxiliares do prefeito Celso Daniel, assassinado em condições não esclarecidas, hoje ocupam posições importantíssimas no governo (como Gilberto Carvalho e Míriam Belchior).
Antes da vitória eleitoral de 2002, os petistas já gozavam das benesses do capitalismo, controlando fundos de pensão de empresas e bancos estatais; e tendo participação no conselho gestor do milionário Fundo de Amparo ao Trabalhador. Os cifrões foram cada vez mais sendo determinantes para o PT.
Mesmo assim, consideravam que a “corrupção companheira” tinha o papel de enfrentar o “poder burguês” e era o único meio de vencê-lo. Em outras palavras, continuavam a menosprezar a democracia e suas instâncias.
Chegaram ao poder em janeiro de 2003. Buscaram uma aliança com o que, no passado, era chamado de burguesia nacional. Mas não tinham mudado em nada sua forma de ação.
Basta recordar que ocuparam mais de 20 mil cargos de confiança para o partido. E da noite para o dia teve um enorme crescimento da arrecadação partidária com o desconto obrigatório dos salários dos assessores. Foi a forma petista, muito peculiar, de financiamento público, mas só para o PT, claro.
Não satisfeitos, a liderança partidária — com a ativa participação do presidente Lula — organizou o esquema do mensalão, de compra de uma maioria parlamentar na Câmara dos Deputados. Afinal, para um partido que nunca gostou da democracia era desnecessário buscar o debate. Sendo coerente, através do mensalão foi governando tranquilamente e aprovando tudo o que era do seu interesse.
O exercício do governo permitiu ao PT ter contato com os velhos oligarcas, que também, tão qual os petistas, nunca tiveram qualquer afinidade com a democracia. São aqueles políticos que se locupletaram no exercício de funções públicas e que sempre se colocaram frontalmente contrários ao pleno funcionamento do Estado democrático de Direito.
A maior parte deles, inclusive, foram fiéis aliados do regime militar. Houve então a fusão diabólica do marxismo cheirando a naftalina com o reacionarismo oligárquico. Rapidamente viram que eram almas gêmeas. E deste enlace nasceu o atual bloco antidemocrático e que pretende se perpetuar para todo o sempre.
As manifestações de desprezo à democracia, só neste ano, foram muito preocupantes. E não foram acidentais. Muito pelo contrário. Seguiram e seguem um plano desenhado pela liderança petista — e ainda com as digitais do sentenciado José Dirceu. Quando Gilberto Carvalho disse, às vésperas do Natal do ano passado, que em 2013 o bicho ia pegar, não era simplesmente uma frase vulgar. Não.
O ex-seminarista publicizava a ordem de que qualquer opositor deveria ser destruído. Não importava se fosse um simples cidadão ou algum poder do Estado. Os stalinistas não fazem distinção. Para eles, quem se opõe às suas determinações não é adversário, mas inimigo, e com esse não se convive, se elimina.
As humilhações sofridas por Yoani Sánchez foram somente o começo. Logo iniciaram a desmoralização do Supremo Tribunal Federal. Atacaram violentamente Joaquim Barbosa e depois centraram fogo no ministro Luiz Fux. Não se conformaram com as condenações. Afinal, o PT está acostumado com os tribunais stalinistas ou com seus homólogos cubanos.
E, mais, a condenação de Dirceu como quadrilheiro — era o chefe, de acordo com o STF — e corrupto foi considerada uma provocação para o projeto de poder petista.
Onde já se viu um tribunal condenar com base em provas, transmitindo ao vivo às sessões e com amplo direito de defesa? Na União Soviética não era assim. Em Cuba não é assim. E farão de tudo — e de tudo para o PT tem um significado o mais amplo possível — para impedir que as condenações sejam cumpridas.
Assim, não foi um ato impensado, de um obscuro deputado, a apresentação de um projeto com o objetivo de emparedar o STF. Absolutamente não. A inspiração foi o artigo 96 da Constituição de 1937, imposta pela ditadura do Estado Novo, honrando a tradição antidemocrática do PT.
E o mais grave foi que a Comissão de Constituição e Justiça que aprovou a proposta tem a participação de dois condenados no mensalão e de um procurado pela Interpol, com ordem de prisão em mais de cem países.
A tentativa de criar dificuldades ao surgimento de novos partidos (com reflexos no tempo de rádio e televisão para a próxima eleição) faz parte da mesma estratégia. É a versão macunaímica do bolivarianismo presente em Venezuela, Equador e Bolívia.
E os próximos passos deverão ser o controle popular do Judiciário e o controle (os petistas adoram controlar) social da mídia, ambos impostos na Argentina.
O PT tem plena consciência que sua permanência no poder exigirá explicitar cada vez mais sua veia antidemocrática.

Marco Antonio Villa é historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos (SP).

DRAW MY LIFE - LULA - FAROESTE CABOclo


PF intercepta conversa do governador do Acre com empreiteiro preso



A o investigar secretários de estado, empreiteiros e servidores públicos envolvidos com um grupo de sete empresas de construção civil que atuavam em conjunto para fraudar licitações de obras públicas no Acre, a Polícia Federal interceptou um telefonema do governador Tião Viana (PT) para o empreiteiro João Francisco Salomão, ex-presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fiac). O empresário foi preso pela Polícia Federal na sexta-feira (10),  juntamente com outras 14 pessoas, por ordem da desembargadora Denise Bonfim, do Tribunal de Justiça do Acre, durante a Operação G-7. ...

A reportagem obteve uma cópia da representação de 409 páginas apresentada à desembargadora pela Polícia Federal para que fossem decretadas prisões preventivas, expedição de mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva, bloqueio de bens (congelamento de conta correntes) e compartilhamento de provas da Operação G-7.

No documento, quando trata das "linhas de crédito para capital de giro para as empresas do cartel', consta o áudio e as transcrições de ligações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal com autorização judicial.

As chamadas evidenciam a proximidade que as empresas do cartel têm com o poder público estadual. Na chamada de índice 5175762 o empreiteiro João Francisco Salomão recebe ligação do governador Tião Viana informando a possibilidade de o Banco do Estado de Sergipe emprestar dinheiro sem as garantias da obra, e sem as amarras do Banco do Brasil, do Banco da Amazônia (Basa) e da Caixa.

O governador diz que fará a mediação entre Francisco Salomão, o presidente da Fieac, Carlos Takashi Sasai, e o presidente da Federação do Comércio (Fecomercio), Leandro Domingos, o secretário da Fazenda, Mâncio Cordeiro, e o presidente do Banco do Estado de Sergipe.  Tião Viana afirma que a operação se dará via Fieac, com a Secretaria da Fazenda atestando os contratos, juntamente com as secretarias de Planejamento e de Obras.  O presidente da Fieac é outro réu preso durante a Operação G-7.

A conversa aconteceu às 8h56 da manhã de 12 de janeiro e durou 2m38s. O governador, que estava passando férias com a família, diz que "aqui tá uma maravilha, estou adorando Sergipe, lugar lindo". Salomão informa ao governador que o capital de giro iria dar outro ritmo às obras. Posteriormente,  Salomão conversa  sobre o assunto com Carlos Afonso Cipriano, que também é réu preso, e diz que precisaria de uma reunião com o secretário da Fazenda e com o presidente da Fieac.

O secretário de Comunicação do governo do Acre, Leonildo Rosas, foi consultado pela reportagem, que lhe repassou o conteúdo das transcrições da Polícia Federal onde aparece o governador Tião Viana.

- Não existe qualquer ilicitude por parte do governador Tião Viana ao conversar com o governador de Sergipe em favor dos empresários que trabalham pelo desenvolvimento do Acre.  A vida do governador é uma trajetória transparente e ética. Ele não vai se curvar a qualquer tipo de chantagem. O combate à corrupção tem sido a marca principal do governo do Acre desde que ele assumiu o mandato. As ações que já foram tomadas de combate à corrupção em dois anos e cincos meses atestam a idoneidade do governador e sua equipe – disse Rosas.

Veja o teor da transcrição que a PF fez da conversa do governador Tião Viana com o empresário Francisco Salomão, que é vice-presidente da Fieac:

GOVERNADOR: SALOMÃO, tudo bem?
SALOMÃO: Bom dia governador, tudo bem?
GOVERNADOR: Tudo bem.Tudo bem? Como é que estão as coisas aí?
SALOMÃO: Tá(sic) bem.
GOVERNADOR: Eu tô(sic) de folga, tirei… treze dias de folga tô(sic) voltando quarta, aí tô(sic) em Sergipe, estava conversando com o governador aqui, eles tem uma coisa muito interessante que é o banco do Estado deles…
SALOMÃO: Hã.
GOVERNADOR: Eles emprestam dinheiro como a gente queria, sem a garantia da obra, sem necessitar daquelas amarras do Banco do Brasil, do Basa e da Caixa, lembra? Que a gente vinha tratando?
SALOMÃO: Lembro…pô governador se o senhor conseguir, o senhor dá outro ritmo…
GOVERNADOR: Então, eu já falei com o secretário da Fazenda aqui e aí, eu…segunda-feira, eu quero que você, o SASAI, aí é… e o LEANDRO conversem com… vão com o MANCIO que aí ele vai ligar pra ele eu já foi fazer a mediação dos dois…pra vocês virem aqui pra tratar da operação de crédito com ele, o secretário da fazenda e a presidente do banco, pra ver quais são…qual modelo, mas via Federação das Indústrias, né? Mediando tudo, indicando, pode ser?
SALOMÃO: Pode…
GOVERNADOR: Com a secretaria da fazenda atestando os contratos tudo (inaudível) planejamento….de obra.
SALOMÃO: Governador se o senhor vai… o senhor fazer (sic)…. se o pessoal não tá com carteira de obra e sem capital de giro, eu sei por que eu passei por …. de todo mundo.
GOVERNADOR: É, então, exatamente…
SALOMÃO: Aí vai dar outro ritmo a essas obras, capacidade os caras têm, mas… sem capital…
GOVERNADOR: Então, tu fala com SASAI e com LEANDRO que aí segunda-feira eu vou programar pra vocês sentarem juntos com MÂNCIO e o TINEL pra irem ver isso, tá(sic) bem?
SALOMÃO: Tá ótimo, muito obrigado.
GOVERNADOR: Aí eu ponho vocês na linha, vai dar certo aí, eles já estão fazendo aqui muito bem.
SALOMÃO: Tá e qualquer coisa aí, eu sou muito amigo aí do presidente, o EDUARDO…
GOVERNADOR: Exatamente, tudo já pode ir falando com ele se quiser, mas já está bem encaminhado, tá?
SALOMÃO: Eu falo com o presidente da federação, governador… sou muito amigo do EDUARDO aí, se você quiser alguma coisa aí que…
GOVERNADOR: Não aqui tá uma maravilha, estou adorando Sergipe, lugar lindo. Agora me diz uma coisa. E o Into, tá(sic) indo bem?
SALOMÃO: Tá(sic) indo bem, apesar de tá(sic) chovendo demais, mas tá(sic) avançando…inclusive até hoje, já pode vir pra cá vindo de lá, né?
GOVERNADOR: Eu… segunda-feira, quarta-feira, quinta-feira nós vamos visitar…um abraço!
SALOMÃO: Outro, até mais!
Conversa do vice-presidente da Fieac com o empresário Carlos Afonso:
CARLOS AFONSO: fala chefe.
SALOMÃO: hein Carlos.
CARLOS AFONSO: oi.
SALOMÃO: eee, só queria reforçar o seguinte. Eu não vô taí. Tô viajando de madrugada e volto na terça. E o governador me ligou. Pediu pra fazer reunião com o Mancio segunda-feira, certo!? Ee taí o Sasai né, depois ele conseguiu falar com o Sasai. O Sasai já tá sabendo. E e e saiu o Leandro. Eu acho importante você levar o Leandro né.
CARLOS AFONSO: o Leandro, o Leandro da do comércio?
SALOMÃO: é do Fecomércio.
CARLOS AFONSO: isso. Vamos fazer o seguinte. Vamos se encontrar mais tarde pra gente conversar melhor (inaudível). SALOMÃO: o problema, o problema que eu tô te passando que eu eu tô, eu tô indo pra um negócio aqui e não sei que horas que eu volto né. CARLOS AFONSO: a hora que tu voltar, a noite, a gente conversa.
SALOMÃO: tá, mas só, só só pra você ficar ciente. Então você tinha que ir com o Sasai lá e eficar em cima. Que eu vejo o Sasai meio discrente (sic) com esse negócio do governador e eu acredito que o governador tá preocupado com isso.
CARLOS AFONSO: tá.
SALOMÃO: ele pediu. Conseguiu lá ver lá lá no estado dele lá… no estado do Sergipe onde o governo éé através de um fundo dum banco ele faz o (inaudível) das empresas por obra né.
CARLOS AFONSO: hum.
SALOMÃO: então a gente tinha que bater em cima disso aí que é um negócio que a gente vembrigando o tempo todo né.
CARLOS AFONSO: tá bom.
SALOMÃO: mais tarde eu te ligo… (inaudível) a gente senta aí.
CARLOS AFONSO: tranquilo.
SALOMÃO: tá bom.
Empresas que formavam o cartel
Construterra Construção Civil Ltda, de propriedade de Adriano e Fabiano Sasai, ambos filhos do administrador de fato da empresa, Carlos Takashi Sasai, presidente da Fiec, Eleacre Engenharia Ltda, de João Francisco Salomão, ex-presidente e atual vice-presidente da Fieac; Ábaco Engenharia Construções e Comércio Ltda, de Sérgio Yoshio Nakamura; Albuquerque Engenharia Importação e Exportação Ltda, de João Braga Campos Filho; MAV Construtora Ltda, de José Adriano Ribeiro da Silva; Etenge Empresa de Engenharia em Eletricidade e Comércio Ltda, de Sérgio Tsuyoshi Murata; e Engecal Construções Ltda-EPP, de Vladimir Câmar Tomas e Jorge Wanderlau Tomas.
Além do G-7 existem indicíios, segundo a PF e a desembargadora Denise Bonfim, de que outras empresas também passaram a integrar o cartel: CIC Construção e Pavimentação, de Narciso Mendes de Assis Junior; Adinn Construções e Comércio – Eirele, de Carlos Afonso Cipriano dos Santos; Vectra Ltda -EPP, de Assurbanipal Barbary de Mesquita; e Cerâmica São Jorge, de Raimundo Nonato Soares Damasceno.
Desembargadora lista as formas de atuação da possível organização criminosa
1. Quando não vencedora do processo licitatório, procuram desclassificar a empresa vencedora pela Comissão de Licitação,
2. Mediante acertos prévios, onde um colaborado de confiança do grupo elabora as planilhas, já com ajuste prévio de qual empresa será a vencedora do certame, ou seja, aquela que apresentar menor preço,
3. Consiste no assédio realizado entre a empresa não contemplada com a empresa vencedora da licitação, para que ocorra desistência desta, situação essa que só ocorre quando não há ajuste prévio com empresas que não participam do G-7.
Lista de réus presos pela Polícia Federal
Carlos Takashi Sasai – presidente da Fieac
João Francisco Salomão – vice-presidente da Fieac
Carlos Afonso Cipriano – empresário
Assuranipal Barbari de Mesquita  (empresário e Secretário Adjunto de Desenvolvimento e Gestão Urbana de Rio Branco)
José Adriano Ribeiro da Silva (empresário)
Marcelo Sanches de Menezes (servidor público)
Sérgio Yoshio Nakamura (empresário)
Vladimir Camara Tomas (empresário)
Gildo Cesar Rocha Pinto (diretor-presidente do Departamento de Pavimentação e Saneamento do Acre, casado com prima do governador)
Wolvenar Camargo Filho (secretário de Obras)
Aurélio Silva da Cruz (ex-secretário de Habitação e ex-superintendente da Caixa)
João Braga Campos Filho (emrpesário)
Narciso Mendes de Assis Junior (empresário)
Sergio Tsuyosh Murata (empresário)
Tiago Viana Neves Paiva (diretor de Análise Clínica da Secretaria de Saúde, sobrinho do governador)
Fonte: Terra - Blog da Amazônia - 13/05/2013

CHARGE DO AROEIRA - Indeferindo

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Aroeira, hoje no O Sul (RS)

Empresas suspeitas de fraudes financiaram petistas no AC



Os irmãos Jorge e Tião Viana receberam mais de 375 000 reais para suas campanhas de empresas investigadas pela Polícia Federal

Empreiteiras suspeitas de integrarem um cartel para fraudar e repartir entre si obras de pavimentação em todo o Acre aparecem entre os maiores financiadores de campanhas de petistas na região - há catorze anos, o PT administra o estado.

Na semana passada, uma operação da Polícia Federal revelou o esquema e prendeu quinze pessoas, entre elas o secretário de Obras do governo Tião Viana (PT) e um sobrinho do governador. O Ministério Público Estadual suspeita que as empresas e os servidores envolvidos desviaram pelo menos 4 milhões de reais em seis contratos fraudados. ...

Também foram presos ou levados para prestar depoimento os donos das sete empreiteiras suspeitas de formar o cartel, chamadas pela PF de “G-7”. Seis delas aparecem como doadoras nas prestações de contas de candidatos petistas em 2010 e 2012, de acordo com registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O governador Tião Viana é um dos maiores beneficiados. Em 2010, as cinco empreiteiras suspeitas  – MAV Construtora, Construterra, Ábaco, Eleacre e Albuquerque Engenharia – doaram um total de 255 000 reais para o comitê financeiro petista para governador. A mais generosa foi a MAV Construtora, que repassou 80 000 reais. A Eleacre doou 35 000 reais – 25 000 reais foram doados em espécie de acordo com planilha do TSE.

Já o irmão de Tião, o ex-governador e primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana, recebeu 120 000 reais das empresas. A MAV aparece novamente como a maior doadora, tendo contribuído com 35 000 reais para a campanha do senador. Os empreiteiros José Adriano Ribeiro da Silva e João Francisco Salomão, da MAV e Eleacre, respectivamente, estão entre os presos da operação da PF. Entre os doadores também aparece a Ábaco, que doou 20 000 reais. A empresa pertence a Sérgio Yoshio Nakamura, ex-diretor do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre) à época em que Jorge governou o estado, entre 1999 e 2006.

Os valores não parecem altos, mas representam uma fatia significativa na arrecadação oficial dos candidatos –  em números absolutos, as campanhas eleitorais no Acre são mais baratas do que em boa parte do Brasil. Por exemplo: o valor doado pelas empresas para Jorge Viana representa 13% do total arrecadado pelo comitê petista para senador.

Doações - A generosidade das empresas não se limitou aos irmãos Viana, mas também resultaram em doações para candidatos a deputado estadual e federal e ao diretório estadual do partido. A Albuquerque Engenharia doou 40 000 reais para a direção estadual do PT e 115 000 reais para candidatos a deputado estadual e federal.  Além das cinco empresas, também aparece nessa categoria de doação a Etenge Engenharia, outra empresa suspeita de formar o cartel. De acordo com os dados do TSE, ela doou 30 000 reais para candidatos a deputado do PT.  No total, as seis empresas doaram cerca de 220 000 reais para campanhas de deputado federal e estadual do PT.

Na campanha de 2012, cerca de dois anos depois de Tião assumir o governo, as cinco empreiteiras resolveram ser ainda mais generosas com o PT acriano, mas desta vez adaptaram a estratégia de doação à natureza da eleição municipal. Nesse ano, foi a direção estadual do PT que concentrou as doações das seis empreiteiras. O total passou de 1,1 milhão de reais, que foram repartidos entre seus candidatos – a maior parte da verba acabou indo parar na campanha do atual prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT). Só a MAV Construtora foi responsável pela doação de 515 000 reais para o PT estadual. A segunda em generosidade foi a Ábaco Engenharia, que doou 250 000 reais. A Albuquerque Engenharia doou 350 000 reais – 240 000 para a campanha de Marcus Alexandre e 110 000 para o PT acriano.

Presos – Os quinze presos na operação da PF continuam detidos. A maior parte está no presídio federal de Rio Branco, apelidado de “Papudinha” – referência ao complexo de presídios próximo a Brasília. O sobrinho de Tião e Jorge Viana, Tiago Viana das Neves Paiva, recebeu a visita do tio senador no sábado.  A PF deve concluir o inquérito nos próximos quinze dias.

Por Jean-Philip Struck
Fonte: Revista VEJA - 14/05/2013

O fantástico mundo de Dilma



Propaganda em revista
A campanha de Dilma Rousseff se materializou hoje em cada um dos gabinetes da Câmara. A Presidência da República enviou uma revista com 68 páginas, impressa em papel de alta qualidade, propagandeando os feitos dos primeiros 26 meses da gestão Dilma e programas lançados entre novembro de 2012 e fevereiro deste ano.
A publicação – Destaques – março 2013 – traz o mundo encantado de Dilma, embora não contenha nenhuma foto dela, ressalte-se. Um desavisado, ao ler as reportagens – cheias de numeralhas – corre o risco de fechar a última página com a certeza de que o atual governo revolucionou o país.
Além da apresentação e de outros capítulos menos cotados, a revista foi dividida em quatorze partes principais. Entre elas: erradicação da extrema pobreza, infraestrutura, saúde, educação, segurança, grandes eventos esportivos.
Obviamente, o staff de Dilma se esforçou para apresentar basicamente o lado mais brilhante da moeda.
No capítulo “Balanço de 2012 e perspectivas para 2013″, por exemplo, o governo comemora, como se a inflação não tivesse passado de detalhe barroco: “Pelo oitavo ano consecutivo, o IPCA ficou dentro do limite da meta estabelecida pelo Banco Central”, diz o texto.
Logo abaixo, uma rápida observação sobre o aumento cavalar dos preços: “No primeiro bimestre de 2013, o índice acumula alta de 1,47%. (…) é explicada principalmente pelo comportamento dos preços do grupo ‘alimentação e bebidas”. afirma a revista. Mais simplista, impossível.
Naturalmente, a publicação do fantástico mundo de Dilma não revela que a saúde é pessimamente avaliada, que várias falcatruas foram encontradas no Minha Casa Minha Vida e exalta os supostos avanços em transportes, sem pincelar a deprimente situação dos aeroportos ou os nababescos gastos com as obras para Copa e Olimpíadas.
Por Lauro Jardim

Grupo Clarín se prepara para intervenção do governo da Argentina



  • Lei de Mercado de Capitais, aprovada no ano passado, permite designar um interventor estatal quando “forem vulnerados os interesses de acionistas minoritários”, no caso do grupo de comunicação, o próprio Estado

BUENOS AIRES - Nos últimos dias, todas as empresas do grupo de meios de comunicação Clarín, o mais importante da Argentina, reforçaram suas medidas de segurança, em meio a fortes rumores de uma eventual intervenção estatal que estaria sendo preparada pela Comissão Nacional de Valores (CNV). A decisão final ainda não foi tomada e depende exclusivamente da presidente do país, Cristina Kirchner. Nos corredores de canais de TV, rádios e jornais do grupo, a sensação é de que a intervenção poderia ocorrer em breve, mas ninguém tem certeza de nada. Nas últimas semanas, a CNV teria enviado várias intimações ao grupo, com o objetivo, segundo jornalistas locais, de armar um expediente interno que justifique uma intervenção.
Se tornar-se realidade, a medida será possível graças à aprovação da Lei de Mercado de Capitais, aprovada no final do ano passado. O artigo 20 do texto legislativo concede à CNV a faculdade de designar um interventor estatal quando “forem vulnerados os interesses de acionistas minoritários”, neste caso, o próprio Estado. Com a estatização dos fundos privados de aposentadoria, as antigas AFJP`s, em 2009, o Estado obteve ações do grupo Clarín que antes estavam em poder das AFJP´s e foram transferidas para o ANSES, o INSS local.
— Nossa sensação é de que estão montando um expediente para justificar a intervenção, mas não sabemos quando será. Só Cristina sabe — disse o jornalista Adrián Ventura, do jornal “La Nación” e do canal “Todo Notícias”, do grupo.
Para ele, “uma eventual intervenção será similar ao que fizeram na Repsol. Chegará um interventor do Estado e afastará os antigos diretores. A partir daí, tudo será possível”, até mesmo a suspensão de programas e demissão de jornalistas.
A Lei de Mercado de Capitais foi aprovada no Senado por 43 votos a favor e 19 contra. A iniciativa contou com o apoio de setores da oposição, entre eles a Frente Ampla Progressista (FAP) e foi questionada pela União Cívica Radical e o peronismo dissidente. Na época, ninguém imaginava que a nova lei poderia ser usada por Cristina para ampliar o cerco à imprensa.
No domingo, a deputada opositora Elisa Carrió enviou uma carta ao presidente da CNV, Alejandro Vanoli, pedindo que o organismo se “abstenha” de avançar numa intervenção do grupo Clarín “porque estaria violando a Constituição Nacional e a Convenção Americana de Direitos Humanos”. Na carta, a deputada afirmou que “diante da informação certeira de que a CNV está avaliando proceder com a intervenção de grupos empresariais a partir de uma estratégia nacional de aniquilar a liberdade de expressão” ela considerou sua obrigação “advertir ao organismo que está vedado para qualquer órgão estatal restringir a liberdade de imprensa”.
Há quase 3 semanas, funcionários do governo K, entre o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, participaram, de forma compulsória, de uma assembleia de acionistas do grupo. Detalhe: a delegação oficial esteve integrada, também, por Vanoli.
Expropriação da Papel Prensa também preocupa
Além dos rumores sobre intervenção do Clarín, também existe grande preocupação entre opositores, jornalistas e donos de meios de comunicação pela apresentação no Congresso de um projeto para expropriar a Papel Prensa, controlada pelo “Clarín” e “La Nación”. Paralelamente, nos últimos dias jornalistas do grupo sofreram inesperadas inspeções da AFIP (a Receita Federal local) em suas casas. Em outro incidente recente, a empresa Cablevision, principal fornecedora de TV a cabo do país, também do Clarín, foi baleada.
— O governo já controla a importação e exportação de papel (por lei), agora pretende expropriar a principal empresa que produz papel no país, algo inédito em nossa História — assegurou o gerente de comunicações do grupo, Martin Etchevers.
Para ele, “todas estas medidas buscam desviar a atenção sobre os escândalos de corrupção contra empresários e funcionários kirchneristas, além de reforçar o controle à imprensa”. O projeto de expropriação da Papel Prensa foi criticado por associações como a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), entre outras.
Às 21h, a redação do jornal “Clarin” estava reunida para discutir que medidas tomar contra a possível intervenção do governo. Felipe Herrera, filha da dona do grupo Clarín, Ernestina Herrera de Noble, também participa da reunião.


Histórias de abolição, por Ateneia Feijó



Colegas, amigos e familiares não brancos, eu os tive a vida inteira. Na escola pública, em Santa Tereza, no centro do Rio de Janeiro. Nos cursos de ensino médio, em Niterói, do outro lado da baia de Guanabara. Na universidade federal e nos locais de trabalho, do lado de cá.
E em Bonsucesso, bairro de subúrbio carioca cortado pela linha férrea Leopoldina, onde morei numa casa com quintal e jardim. (Ainda não existia o Complexo do Alemão.) Lá convivi com médicos, professores e outros profissionais negros e mulatos de classe média tradicional.
Evidentemente, relacionava-me também com famílias modestas.
Mas aqui interessa ressaltar que na década de 1960 existia uma classe média negra. Pequena, porém significativa. Era formada por pessoas bem sucedidas, que preferiam exercer suas profissões em hospitais, colégios, faculdades e empresas nos subúrbios e na zona norte.
Por quê? Para se esquivarem de preconceitos e racismo nos pontos “VIPs” da cidade.
Entretanto, ao se fortalecerem economicamente, atravessaram os túneis e se espalharam pela “elegante” zona sul. Por serem em minoria, geralmente disciplinadas e discretas, tinham pouca visibilidade. Sobressaía apenas quem se incluía no mundo artístico ou esportivo.
Nas décadas seguintes, continuaram a progredir, investindo cada vez mais em educação. Com menos filhos.


Pretos e pardos pobres sem escolaridade tornaram-se naturalmente maioria nas estatísticas demográficas. Embora nem todos se deixassem vencer por políticas perversas de exclusão social, que não são de hoje.
Há 125 anos, intelectuais negros e mulatos ilustres estavam entre os militantes da causa abolicionista, fazendo a princesa Isabel assinar finalmente a Lei Aurea. Na época já havia no Rio uma classe média de pretos e mestiços forros, livres e empreendedores. Que trabalhavam por conta própria e possuíam bens.
O que aconteceu com eles? Por que desapareceram dos livros escolares? Continuaram a existir na economia e na vida política do país.
E a população rural de escravos libertados? Foi abandonada: nada se fez para incluí-la à sociedade civil. Guerra e pobreza na Europa facilitaram a política de imigração, trazendo gente branca para formar uma nova “força” de trabalho no Brasil.
Para piorar, durante o Estado Novo, a ditadura governada por Getúlio Vargas, havia a crença abominável de que um povo mestiço atrapalhava o desenvolvimento do país. Demorou até o brasileiro se orgulhar de ser miscigenado.
A propósito, meu filho não é branco.

Ateneia Feijó é jornalista.