terça-feira, 27 de junho de 2017

PALAVRA FÁCIL - por Maria Helena R.R. de Sousa



Maria Helena RR de Souza
Maria Helena RR de Souza

NBlog de Ricardo Noblat e no Chumbo Gordo

Nós somos um povo de palavra fácil. Os estrangeiros que aqui vêm ficam satisfeitos com nossa acolhida, damos atenção, somos camaradas e gentis com nossos visitantes. Já morei fora e creio poder afirmar que isso é raro acontecer em outros países.

Ao conversar com um morador do lugar onde estamos, temos a sensação – por vezes ilusória, é verdade – de conhecer melhor o país que visitamos.

Acima do Equador é raro iniciarmos um papo num bar, numa sala de espera, num trem. Aqui,  basta às vezes uma palavra para iniciar uma relação cordial ou mesmo só uma maneira agradável de passar o tempo. Nisso o Brasil é mestre.

Mas nem sempre isso é uma qualidade. Às vezes pode ser um defeito e tanto.

Dou como exemplo a palavra fácil dos nossos togados. Andam falando demais os nossos juízes. Vejam o quanto fala o Ministro Gilmar Mendes que em muito boa hora nos recordou o grande Américo Pisca-Pisca, de quem é um lídimo representante.

Pensando nisso leio no Blog do Noblat um artigo cujo tema é “Outra forma de escolher ministro do STF”. Comenta o autor que está para ser votada uma  proposta de emenda constitucional (PEC) do senador Lasier Martins (PSD-RS) “que altera mandato e forma de escolha dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela sugere que uma comissão formada por sete importantes juristas indique, após 30 dias da abertura de uma vaga no STF, três nomes ao presidente da República para que escolha entre eles um novo ministro”.

Pouco entusiasmada com a proposta do senador gaúcho, esta autêntica representante do Reino da Palavra Fácil, sem a menor qualificação jurídica para tratar de assunto tão relevante, começa a esboçar um artigo sobre uma ideia que teve: os ministros do STF seriam escolhidos por concurso público! Animada, telefono para um grande amigo, meu afilhado de casamento, Procurador da República aposentado, e conto-lhe o que estou fazendo. Ele, como sempre paciente, ouve calado minhas palavras agitadas e depois pergunta: “Quem organizaria o concurso? Quem redigiria as perguntas? Quem corrigiria as provas e daria as notas?”.

Logo vi que não era por aí que teríamos um Supremo Tribunal Federal como já tivemos há alguns anos, com ministros calados, reservados, discretos, mais preocupados em julgar do que em serem julgados…

O que precisamos, e disso esta Palavra Fácil não abre mão, é de um Senado composto por senadores cultos, bem preparados e dispostos a uma sabatina mais preocupada com o Brasil do que com seus partidos políticos.

E tenho mais um palpite a dar: os candidatos a ministro do STF não fariam aquela romaria em busca de votos pelos gabinetes dos senadores.

O ideal é que só fossem visitar o Senado Federal no dia de sua sabatina…

Que tal? Concordam?

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Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa* – Professora e tradutora. Vive no Rio de Janeiro. Escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. Colabora para diversos sites e blogs com seus artigos sobre todos os temas e conhecimentos de Arte, Cultura e História. Ainda por cima é filha do grande Adoniran Barbosa. 
https://www.facebook.com/mhrrs e @mariahrrdesousa

Artefatos nazistas encontrados em sala secreta na Argentina


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Especula-se que eles foram trazidos para o país por altos funcionários nazistas.
A polícia da Argentina acredita ter descoberto a maior coleção de artefatos nazistas na história do país. Segundo a Associated Press, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, explicou que muitas das peças estavam acompanhadas de fotografias. "Esta é uma maneira de comercializá-las, mostrando que elas foram usadas no horror do Holocausto por Hitler. Há fotos dele com os objetos”. Disse.

As 75 peças foram encontradas em uma sala escondida na casa de um colecionador, ao norte de Buenos Aires, e indicam que pertenciam originalmente a altos funcionários do Terceiro Reich.

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Ampulheta com marcas nazistas na sede da Interpol em Buenos Aires
Os objetos ainda incluem um busto de Adolf Hitler, brinquedos de nazismo e um dispositivo médico usado para medir o tamanho da cabeça. Os nazistas eram defensores da teoria da eugenia e usaram o conceito de diferenças genéticas para avançar nas suas ideias de superioridade racial ariana. As medidas cranianas foram uma maneira pela qual os nazistas acreditavam que podiam distinguir entre raças e provar que os judeus eram inferiores.

A polícia está tentando descobrir como os objetos chegaram da Alemanha, mas tudo indica que eles foram trazidos por membros do alto escalão do partido nazista que fugiram para a Argentina no fim da Segunda Guerra Mundial.
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Josef Mengele, conhecido como o anjo da morte do nazismo, por suas experiências cruéis e mortíferas com os judeus no campo de concentração de Auschwitz, viveu na Argentina por um período após a guerra, antes de morrer no Brasil, em 1979.  Já o engenheiro do Holocausto, Adolf Eichman, foi sequestrado por agentes israelenses do Mossad, também em Buenos Aires, em 1960, e condenado à morte em 1961 sendo enforcado em Israel.

A PROVA DO CONLUIO NAZISTA-PERONISTA - por Osias Wurman


Osias Wurman
Jornalista


A descoberta em uma sala escondida de uma casa dos 75 objetos originais da Alemanha nazista volta a colocar sob escrutínio a atividade dos líderes do Terceiro Reich na Argentina. É que para as organizações judaicas e as autoridades policiais que trabalham no caso, tantas peças de significado histórico só podem ter sido trazidas para o país por pessoas confiáveis de Adolf Hitler.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, um grande número de criminosos que ocupavam altos cargos no governo e no exército fugiu da Alemanha e continuaram suas vidas normalmente, em outras partes do mundo. Muitos deles escolheram como um novo destino a Argentina, levando suas famílias e morrendo no anonimato absoluto. Outros, no entanto, conseguiram ganhar alguns anos de negligência até que, finalmente, foram capturados e julgados.
De acordo com a Comissão Esclarecimento de Atividades Nazistas que investigou durante os anos 90, acredita-se que tenham entrado no país cerca de 100 criminosos de guerra que estavam diretamente ligados ao regime. Mas uma base total de refugiados nazistas, não inferior a 10 mil pessoas, entrou na Argentina. O jornal argentino Clarin montou uma lista de oito dos líderes nazistas mais importantes que escolheram a Argentina como sua rota de fuga.

Adolf Eichmann

O SS tenente-coronel foi o ideólogo da "solução final", plano macabro para matar milhões de judeus. Ele veio para a Argentina, em 1950, com documentos falsos e conseguiu um emprego numa fábrica da Mercedes Benz e se estabeleceu-se no norte da Argentina. Um comando do Mossad encontrou-o, em 1960, e o sequestrou para Israel onde foi julgado e condenado à morte.
Joseph Mengele
Médico, antropólogo e oficial da SS alemã. Ele trabalhou no campo de concentração de Auschwitz, onde selecionou as vítimas que seriam executadas nas câmaras de gás e fez experimentos cruéis com os prisioneiros. Ele veio através de barco para a Argentina, em 1949, estabeleceu-se no norte do país e trabalhou como carpinteiro, por quase dez anos. No final dos anos 50, ele fugiu para o Paraguai, onde viveu em uma fazenda. Ele foi para o Brasil e lá ele se afogou, em 1979, depois de sofrer um derrame enquanto nadava.


Erich Priebke

Capitão da SS alemã, ele foi enviado para a Itália, em 1943, onde ele participou do Massacre chamado do Ardeatine. Lá, 335 italianos (prisioneiros na sua maioria políticos e 75 judeus escolhidos aleatoriamente) foram mortos pelos nazistas. Ele se refugiou na Argentina com sua família, logo após a Segunda Mundial Guerra, e estabeleceu-se em Bariloche. Descoberto pela imprensa, em 1995, ele foi extraditado para a Itália, onde ficou sob prisão domiciliar até sua morte, em 2013. Ele tinha 100 anos ao morrer.


Martin Bormann


Foi secretário particular de Hitler. Enquanto um estudo genético confirmou que os restos de ossos encontrados em 1972 em Berlim eram dele, há anos que acreditava-se que Bormann foi para o exílio na Argentina, depois da guerra, e permaneceu escondido na província de Missiones.


Josef Schwammberger


Austríaco, era comandante de vários campos de trabalho da SS na Polônia. De 1948 a 1987 viveu escondido em Córdoba. Depois de ser descoberto, ela foi extraditado para a Alemanha. No hospital da prisão em Hohenasperg, ele morreu em 3 de dezembro de 2004. Ele tinha 92 anos.

Walter Kutschmann

Ele era um oficial da Gestapo, a polícia secreta do nazismo, e principal responsável pelo abate de 2.000 judeus em Lviv, na Polônia, em 1941. Ele fugiu para a Argentina depois da guerra, foi chefe de compras da empresa Osram e viveu em Miramar e Vicente López, sendo preso em 1985. Ele morreu pouco depois no hospital prisão em Buenos Aires, enquanto a Alemanha tentava a sua extradição.

Eduard Roschmann
Oficial da SS e principal responsável pelo Holocausto na Letônia. Ele chegou ao país, em 1948, sob uma falsa identidade e montou uma importação e exportação de medeiras, casou em 1968 e obteve a nacionalidade argentina. Confrontado com o perigo iminente de ser capturado pelos agentes israelenses, em 1977, Roschmann fugiu para o Paraguai, onde morreu em um hospital em Assunção.

Wilfred Von Oven

Ele era um assistente do influente ministro de propaganda nazista Joseph Goebbels. Depois de chegar à Argentina, em 1951, Von Oven trabalhou em revistas e viveu uma vida relativamente tranquila: ele morreu em Buenos Aires, em 2008, depois de voltar várias vezes para a Alemanha.
Leiam nesta edição a cobertura sobre os recentes achados nazistas na Argentina.