segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Suécia à Beira do Colapso - Ingrid Carlqvist

  • Se a onda migratória continuar, em 10 ou 15 anos os suecos serão minoria em seu próprio país. Que há de fato uma troca de populações em andamento deveria estar claro em qualquer avaliação séria.
  • "A consequência final da... política de imigração da Suécia é que a economia entrará em colapso porque, afinal de contas, quem irá pagar por tudo isso? E colapsos econômicos, quando ocorrem, sempre ocorrem com extrema rapidez". — Lars Hedegaard.
  • Nas últimas duas semanas mais de 1.000 "crianças refugiadas desacompanhadas" chegaram da Alemanha pelas balsas, mais da metade delas desapareceu e se encontra na lista de desaparecidos.
  • Nas últimas semanas, a estação central de trens da terceira maior cidade da Suécia, Malmö, foi invadida por imigrantes, e os voluntários que apareceram nos primeiros dias com comida, água e roupas, ao que tudo indica, perderam o interesse.
  • Não levará muito tempo até que os suecos percebam que o estado não irá mais cuidar deles. Há apenas 20 anos o país, que era considerado um dos mais seguros e prósperos do mundo, agora corre o perigo de se transformar em um estado falido.
A Suécia está se aproximando rapidamente do colapso total. Mais e mais municipalidades estão soando o alarme alertando que se os migrantes continuarem chegando nesse ritmo, o governo não será capaz de garantir o funcionamento normal dos serviços aos seus cidadãos. Além disso, declarações nefastas proferidas por autoridades do governo estão deixando os suecos apreensivos quanto ao dia de amanhã. Se a onda migratória continuar, em 10 ou 15 anos os suecos serão minoria em seu próprio país.
Em uma entrevista coletiva à imprensa concedida em 9 de outubro, o Primeiro Ministro Stefan Löfven disse que a Suécia se encontra em estado de crise. Quando lhe pediram para esclarecer o que ele queria dizer com isso, Löfven não foi capaz de elaborar uma única frase coerente.
Três ministros apareceram à entrevista coletiva à imprensa ao lado do primeiro-ministro, convocada às pressas, logo após uma reunião extraordinária do governo. Ao que tudo indica o objetivo da entrevista coletiva era transmitir dois recados:
  1. explicar ao mundo e ao povo sueco que a Suécia está diante de "uma das maiores iniciativas humanitárias da história sueca".
  2. que não há mais moradias disponíveis e que os migrantes terão que aceitar morar em tendas.
Na entrevista coletiva, logo após os discursos dos ministros, o jornalista Tomas Ramberg da Rádio Estatal Ekot fez a seguinte pergunta: "o senhor diz que a Suécia está se preparando para uma situação de crise, o que o senhor quer dizer com isso"?
A resposta de Stefan Löfven foi incompreensível:
"sim, bem, antes da mais nada, estamos diante do que eu levo muito a sério quando digo, quando me expresso, um grande obrigado a todos pelo seu belíssimo trabalho, porque se trata de uma iniciativa humanitária, é exatamente o que o Ministro da Justiça e Migração acaba de dizer. O que nós estamos fazendo na realidade é salvar vidas de pessoas que estão fugindo das bombas, de, de matanças, da opressão, suas vidas estão destruídas. Nós, nós os ajudamos e isso é uma, é uma grande iniciativa humanitária, e obviamente agora que podemos ver o número de pessoas que dependem dela, que procuram proteção, portanto se trata de uma das maiores iniciativas humanitárias. E quanto à situação de crise que estamos enfrentando, isso acontece em parte porque eu, nós estamos delineando hoje que também estamos nos preparando para uma situação em que talvez tenhamos que alojar pessoas em tendas, isso porque defendemos a política humanitária para refugiados, direito a asilo, mas também podemos agora perceber que não podemos fechar os olhos para o fato de estarem vindo mais refugiados do que nunca, em espaço de tempo tão curto, e que temos que providenciar um teto para essas pessoas. Consequentemente, é possível que sejam necessárias outras medidas".
Entretanto, o simples fato do governo estar conjecturando alojar migrantes em tendas, pode ser um sinal que a Suécia, apesar de tudo, não deseja mais estar na linha de frente da batalha "humanitária". A perspectiva de passar o gélido inverno sueco em uma tenda pode fazer com que os migrantes escolham outros países em vez da Suécia. Caso contrário, o sistema sueco estará diante de um iminente colapso.
Em 2014, o analista social e historiador dinamarquês Lars Hedegaard observou, de maneira profética no livro "Farliga ord" (Palavras Perigosas), que a ruptura da economia de uma nação sempre ocorre de maneira rápida e inesperada:
"se há uma lição a ser tirada da história, é que aquilo que se acredita que não irá acontecer, acontece. E acontece o tempo todo. A consequência final da política de imigração do Ocidente e acima de tudo da Suécia é o colapso da economia porque, afinal de contas, quem irá pagar por tudo isso? E colapsos econômicos, quando ocorrem, sempre ocorrem com extrema rapidez".
Agora mesmo, o governo sueco está tomando dinheiro emprestado do exterior para bancar a imigração. Esse montante, no entanto, não é o suficiente. Esse montante, no entanto, não é o suficiente. Em média o imposto de renda municipal já se encontra na casa dos 32%, isso sem falar do Imposto de Renda Federal, também pago por muitos suecos. Um aumento de 2% na alíquota de imposto significará 15.000 coroas suecas ($1.825) a mais em impostos a cada ano para uma família média.
Autoridades e políticos do primeiro escalão confirmam que a situação é extremamente grave. Em 1º de outubro o Ministro para Assuntos Internos Anders Ygeman disse que a atual onda de imigrantes irá causar "gigantescas pressões econômicas" e alguns dias depois o Diretor Geral do Serviço de Imigração Anders Danielsson explicou que "considerando a estrutura do sistema que temos, estamos nos aproximando do fim da linha". Ninguém nunca ouviu declarações dessa natureza na Suécia, principalmente em relação à "sagrada" questão da imigração. Até agora, os suecos foram incessantemente doutrinados a acreditarem que eles vivem em um país rico, que não apresenta nenhuma dificuldade em acomodar todos os candidatos a asilo que desejarem vir a este país.

O Primeiro Ministro da Suécia Stefan Löfven (esquerda) disse na semana passada que a Suécia se encontra em estado de crise. À direita imagem de distúrbios em um subúrbio de Estocolmo, dezembro de 2014.

Na esteira dos 1,5 milhões de migrantes esperados este ano na Alemanha, o maior país da União Européia (81 milhões de habitantes), uma torrente de migrantes também está chegando na bem menos populosa Suécia. Geograficamente a Suécia é um país extenso, porém formado por florestas e descampados, com menos de 10 milhões de pessoas residindo no país. Até 2010 a Suécia acolheu cerca de 25.000 migrantes por ano. Entretanto, em 2010 o então Primeiro Ministro Fredrik Reinfeldt fez um acordo com o Partido Verde (Miljöpartiet), pró-imigração, que ele próprio admitiu, com o objetivo de punir eleitores por terem permitido o ingresso do Partido Democratas Suecos (Sverigedemokraterna) no parlamento.
O acordo de Reinfeldt abriu as comportas da imigração. Em 2014, 81.000 pessoas procuraramasilo na Suécia, sendo que 33.500 receberam a concessão do benefício. Contudo, tendo em vista que muitos imigrantes subsequentemente trouxeram seus parentes, o número aumentou drasticamente. No ano passado foi concedido o status de residente a 110.000 pessoas na Suécia. É necessário adicionar a esse número os inúmeros estrangeiros ilegais.
Já se fala de 180.000 candidatos a asilo ingressando na Suécia em 2015. Esse número é mais do que o dobro do ano passado. Se a metade deles receberem a concessão de asilo e se cada um deles trouxer três parentes, estaremos falando em cerca de 270.000 novos imigrantes na Suécia, isso em apenas um ano. Mais de 8.000 pessoas chegaram semana passada, 1.716 delas eram as assim chamadas "crianças refugiadas desacompanhadas".
Os suecos que acompanham somente os noticiários através da grande mídia têm a impressão de que todos os migrantes são refugiados de guerra da Síria, mas na realidade o número de sírios constitui a metade desse total: semana passada 2.864 pessoas alegaram ser da Síria. 1.861 disseram ser do Iraque e 1.820 do Afeganistão. Indubitavelmente muitas pessoas de países que não estão em guerra estão se arriscando, aproveitando-se da situação, requisitando asilo na Suécia, mas isso é uma coisa que a grande mídia não considera ser adequado informar a seu público.
O fato de haver uma troca de populações em andamento deveria estar claro em qualquer avaliação séria. O economista sueco Tino Sanandaji (de descendência iraquiano-curda e por isso mesmo mais duro do que a maioria dos suecos, que ao criticarem a política de imigração são imediatamente acusados de racismo), assinala em seu blog que os suecos logo poderão ser minoria em seu próprio país:
"de 1.000 a 1.500 candidatos a asilo por dia, durante 15 anos equivalem 5,5 a 8,2 milhões de candidatos a asilo. No final de 2014, o Departamento Central de Estatística SCB, calculou que 21,5% da população sueca eram de descendência estrangeira: 2,1 milhões de um total de 9,7 milhões. O número de pessoas de descendência sueca, isto é, nascidos na Suécia com pai e mãe também nascidos na Suécia, tem se mantido estável em cerca de 7,7 milhões e espera-se que se mantenha estável ou que aumente ligeiramente por conta do excedente de nascimentos. Caso haja um aumento de cerca de 5,6 milhões no número de descendentes de estrangeiros, eles se tornarão maioria".
Trelleborg (população de 43.000 habitantes), localizada no sul da Suécia, é uma das cidades que recebeu uma avalanche de migrantes. Mais de 100 " crianças refugiadas desacompanhadas" chegaram da Alemanha de balsa, em um dia comum. Nas últimas duas semanas mais de 1.000 desses jovens foram registrados, mais da metade deles desapareceu e se encontra na lista de desaparecidos. Ninguém sabe a razão deles terem sumido ou para onde foram. Some a esse número 13.000 adultos candidatos a asilo.
Foram criados alojamentos temporários improvisados em centros esportivos, ringues de patinação no gelo e no hotel do aeroporto de Sturup, só para mencionar alguns locais.
Trelleborg enviou uma desesperada carta de apelação solicitando ajuda do governo, assim como já o tinha feito em vão, há poucas semanas o governo municipal de Örkelljunga. O prefeito e o diretor municipal de Trelleborg, que assinaram a carta em 1º de outubro, assinalaram o seguinte:
"no passado, muitos candidatos a asilo se dirigiam pela rota através da Dinamarca para Malmö, mas isso mudou há cerca de duas semanas. De 10 de setembro até a madrugada de 1º de outubro, 14.100 candidatos a asilo chegaram em Trelleborg pelas balsas. Não há nenhum indício que o ritmo esteja diminuindo, muito pelo contrário, ele está aumentando sem parar. Na segunda-feira, 22 de setembro, Trelleborg recebeu um comunicado do Serviço de Imigração informando que a cidade onde as crianças e jovens aportam, é por lei a autoridade responsável em providenciar alojamentos, assistência e despesas com manutenção até que o Serviço de Imigração decida em qual cidade eles serão abrigados. ... Rapidamente Trelleborg se encontrou em uma situação em que os serviços corriqueiros à comunidade correm o risco de serem afetados. ... O propósito dessa carta é chamar sua atenção para a enorme pressão que estamos enfrentando".
Desde então, pelo visto, o Ministro da Justiça e Migração Morgan Johansson, tem estado em contato com o prefeito de Trelleborg, por telefone, para encontrar as possíveis soluções. Em 9 de outubro o Serviço de Imigração decidiu que Trelleborg estaria dispensada de ser cidade designada para crianças desacompanhas. Entretanto, não está claro como isso irá aliviar a pressão sobre Trelleborg no que tange à chegada de novos migrantes. A única ajuda de fato, até o presente momento, veio de cidades vizinhas, que abriram suas dependências para que alguns dos migrantes, ora em Trelleborg, pudessem ser alojados.
Malmö, a cerca de 29 km de Trelleborg, também está passando por momentos difíceis. Nas últimas semanas, a estação central de trens da terceira maior cidade da Suécia foi invadida por imigrantes, e os voluntários que apareceram nos primeiros dias com comida, água e roupas, ao que tudo indica, perderam o interesse. O diário Sydsvenska Dagbladet resumiu a situação desesperadora em Malmö, onde até a cadeia vazia da cidade foi cogitada (e rejeitada) como possível abrigo para crianças refugiadas. Agora cogita-se que a cadeia poderá ser utilizada para abrigar refugiados adultos.
Recentemente o Prefeito de Filipstad, do Partido Social Democrata, também soou o alarme assinalando que sua cidade de 6.000 habitantes não será capaz de proporcionar escolas e assistência à infância para 1.100 requerentes de asilo agora alocados para a sua cidade.
A resposta do Ministro da Justiça e Migração Morgan Johansson para esse pedido de socorro foi a seguinte: "se necessário for, Filipstad terá que expandir suas operações".
A falta de sensibilidade de Johansson nessa declaração fez com que o prefeito da cidade vizinha de Årjäng Daniel Schützer rodasse a baiana. Ele postou no Facebook o seguinte sobre seu companheiro de partido:
"perdoe o meu francês, mas Morgan Johansson é um maldito idiota no último.Expandir diz ele. Não se trata de malditos tijolos e tábuas, o que está faltando são professores!!!!"
O Serviço de Imigração, cuja tarefa é analisar a razão da imigração dos candidatos a asilo, está compreensivelmente abarrotado de trabalho. Mesmo antes da última "crise de refugiados" e apesar do fato de 1.200 novos funcionários terem sido contratados no ano passado, o staff continua se debatendo. O sindicato dos empregados já está soando o alarme em relação ao constante crescimento de incidentes de violência, vandalismo e tentativas de suicídio, no corrente ano (até agosto), foram registrados 1.021 incidentes desse tipo.
"As condições de trabalho nos órgãos responsáveis são extremamente tensas. A pressão é gigantesca. O ambiente de trabalho se deteriorou drasticamente", assinalou Sanna Norblad, presidente local do sindicato ST, ao diário Norrköpings Tidningar.
Enquanto tudo isso acontece, grandes parcelas da população sueca assistem horrorizadas, à distância, e se perguntam quando irá ocorrer o inevitável colapso. Ao mesmo tempo, uma parcela surpreendentemente grande de cidadãos ainda acredita, de forma exagerada, que o "Papai Estado" irá resolver tudo. É o modo sueco de ver as coisas, como os desejos das crianças, que Peter Santesson, dirigente do instituto de pesquisas Demoskop, explica em seu Website Dagens Opinion. Santesson diz que os suecos acreditam, de maneira bastante incomum, na ordem social e que eles estão convencidos de que "em algum lugar no escalão mais acima, sempre haverá alguém mais inteligente, mais bem informado, que irá assumir a responsabilidade e garantir que tudo irá funcionar como manda o figurino". Se as autoridades do governo se mostrarem incapazes de resolver o caos dos refugiados que eles próprios criaram, a consequência poderá ser desastrosa. Santesson continua,
"Tomadores de decisão responsáveis precisam ponderar sobre a confiança que o povo depositou neles e eles precisam tratar com cuidado essa confiança, nessa crise tão complicada. Se a confiança do povo for traída por eles, ou seja, se não forem capazes de resolver a situação, se a Suécia não aparecer com uma cura milagrosa e a crise se tornar incontrolável, o resultado poderá acarretar consequências políticas e sociais que irão muito além do problema da imigração".
O blogueiro Johan Westerholm, um Social Democrata, crítico ao governo, destaca em uma entrada no blog de 7 de outubro intitulada "Infarto no sistema, no Sistema de Imigração", que além daqueles que já se encontram na Suécia, é necessário incluir aqueles que tiveram seu pedido de asilo negado na Noruega e Finlândia e que consequentemente serão enviados de volta ao último país em que estavam, a Suécia. Considerando que a Finlândia rejeita 60% dos pedidos de asilo, é plausível supor que nas próximas semanas o caos irá se agravar ainda mais.
Westerholm assinala que a situação em Malmö está "fora de controle" afirmando: nós não temos a mínima ideia de quem são essas pessoas que estão chegando à Suécia:
"um enorme grupo de administradores (no Serviço de Imigração) não sabe sequer quais são as organizações designadas como terroristas, fora isso, também há os simpatizantes, pessoas que por princípio jamais denunciarão alguém ao departamento de segurança do Serviço de Imigração, por razões ideológicas. Outro grupo considerável está amedrontado e se mantém em silêncio. Em uma organização marcada pelo medo e estresse, não fazer nada é um meio infalível de não perder o emprego. E quando, mesmo assim, uma suspeita vem à tona, normalmente não acontece nada. Se a vida ou a saúde de um terrorista é ameaçada, o que ocorre com frequência, ele consegue obter a concessão para permanecer no país. Inicialmente lhe é concedido permissão para residir temporariamente, o que na prática se transforma em residência permanente".
Os 152 candidatos a asilo reportados ao Serviço de Segurança até agora, somente no ano em curso como possíveis ameaças à segurança nacional, são provavelmente só a ponta do iceberg.
Os suecos que já perderam a fé nas autoridades e nos políticos estão se preparando para o inimaginável, que a sua sociedade segura de outrora está à beira do colapso. No Website72timmar.se, a Agência de Contingenciamento Civil informa o público sobre as "nossas cinco necessidades básicas: água, comida, aquecimento, dormir e segurança". Os leitores são instruídos a armazenarem água e enlatados em casa e assegurarem o aquecimento da residência.
"Precaução" está se tornando mais comum na Suécia. No verão passado, o diário Svenska Dagbladet publicou uma matéria sobre a primeira loja sueca online para os precavidos e o interesse foi gigantesco. De acordo com o instituto de pesquisa Sifo, até recentemente sete em cada dez suecos estavam totalmente despreparados para enfrentarem uma crise capaz de causar um apagão, consequentemente bagunçando a infraestrutura. O proprietário da loja online Fredrik Qvarnström, contou ao jornal que segundo sua estimativa, a população sueca é a menos preparada do mundo para enfrentar uma crise:
"muito se fala sobre o efeito estufa e a crise econômica. Parece que as pessoas estão conscientes de que há problemas, mas eu acredito que elas não sabem o quão vulneráveis nós realmente estamos. Confiamos que o estado cuidará de nós, como tem sido no passado".
Não levará muito tempo até que os suecos percebam que o estado não irá mais cuidar deles. Há apenas 20 anos o país, que era considerado um dos mais seguros e prósperos do mundo, agora corre o perigo de se transformar em um estado falido.
Ingrid Carlqvist,é uma jornalista radicada na Suécia e Ilustre Colaboradora Membro do Gatestone Institute.

ANGELA MERKEL (UM EXEMPLO PARA O BRASIL) - Marcus Vinicius Motta




Marcus Vinicius Motta – 01.08.2015

Marcus Vinicius Motta

Marcus Vinicius Motta

Outro dia eu li uma excelente reportagem da New Yorker sobre a chanceler alemã Angela Merkel, onde o jornalista buscava entender as razões para o seu sucesso – chega a ser chamada de “mutti” (mãe) pelos alemães – num país que tomou aversão por cultos à personalidade.

Desde a sua juventude até o atual período como comandante da nação, uma característica é sempre presente: a monotonia. Sim, Angela Merkel é uma mulher comum, uma pessoa “sem graça”, no entanto é justamente isso que faz seu sucesso, porque as pessoas podem saber o que esperar dela e a enxergam como uma delas.

Em 1991 o fotógrafo Herlinde Koelbl começou uma série de fotografias chamada “Traços do Poder” onde retratava políticos alemães e observava como mudavam ao longo de uma década. O fotógrafo conta que homens como o ex-chanceler Gerhard Schröder ou o ex-ministro das relações exteriores Joschka Fischer pareciam cada vez mais tomados pela vaidade, enquanto Merkel, com seus modos desajeitados, não passava nenhuma idéia de vaidade, mas de um poder crescente que vinha de dentro.

A vaidade é subjetiva enquanto a ausência desta é objetiva, daí que Merkel é tão eficiente enquanto outros políticos parecem se perder nas liturgias e rapapés do poder.

Essa normalidade é vista em vários outros países – ainda que exista a vaidade, que é de cada pessoa – como no caso de deputados suecos que moram numa espécie de república tal qual a de estudantes e lavam e passam a própria roupa.

Certa vez vi uma reportagem de um jornal britânico analisando uma foto do primeiro-ministro David Cameron lavando a louça na cozinha. A reportagem não se espantava com o fato do primeiro-ministro lavar a própria louça, já que Tony Blair fazia o mesmo e Margaret Thatcher cozinhava para o marido, mas observava uma tábua de cortar carne com a expressão “calma, querida” num canto.

A própria Angela Merkel mora no mesmo apartamento de sempre com o marido e a única mudança que houve em relação ao seu tempo fora do poder é a presença de um guarda na porta do prédio. Eles compram entradas para assistir ópera com o próprio cartão de crédito e entram no teatro junto com todos, sem nenhum esquema especial.

Daí partimos para o Brasil, onde um simples governador de estado possui jatinhos, helicópteros, ajudantes de ordem e comitivas com batedores de moto que param o trânsito para que ele passe. Pessoas que vivem em palácios, como se ainda fosse alguma corte real. Empregadas, arrumadeiras, garçons, equipes de cozinheiros, serviço de quarto, motoristas, inúmeros seguranças, esquemas especiais para entrar ou sair de algum lugar.

Essa é a diferença: a normalidade do poder, a noção de que um servidor público é apenas um servidor público, seja um escriturário ou o presidente/primeiro-ministro da nação. Eles continuam sendo homens e mulheres, maridos e esposas, pagadores de impostos, trabalhadores e cidadãos.

Cidadania é isso.

Táxi voador já é realidade em Israel


04/11/15 Posted by Coisas Judaicas
Táxi voador já é realidade em Israel

Israel é o primeiro país a utilizar o “SkyTran” - um monotrilho de levitação magnética desenvolvido com tecnologia da NASA. 

O sistema emprega pequenos veículos em forma de cápsulas, para quatro passageiros, e não necessita de condutor, pois o movimento é automatizado. 

Eles circularão a 100 km/h. Os monotrilhos estarão a seis metros acima das ruas, com paradas de embarque a cada 400 metros. Ao aproximar-se de uma estação, o táxi passará por uma plataforma secundária, sem interromper o tráfego. No projeto inicial, cada cápsula é alimentada com energia elétrica. Posteriormente, será equipada com painéis solares.

Os designers asseguram que os passageiros poderão pedir o táxi por meio de uma página na Internet ou de um aplicativo de celular, o preço da passagem será mais barato que o de um táxi convencional e que, com a implantação de painéis solares, ele se tornará o meio de transporte mais ecológico do mundo. 
Táxi voador já é realidade em Israel

Segundo os responsáveis, os sistemas de transportes subterrâneos podem custar entre US$ 100 milhões/Km, enquanto que o SkyTran custa cerca de US$ 8 milhões/Km.

Doutrinação descarada e vergonhosa


Ministério da Educação propõe a "esquerdização oficial" definitiva para o ensino de História. A coisa é tão grave (e exageradamente descarada) que até alguns petistas ficaram contra.

A agenda esquerdista é uma constante deste governo que fracassa em todas as frentes – seja econômica, política ou mesmo ética; e toda e qualquer brecha é aproveitada para emplacar a ideologia do partido (sim, até nisso não sabem diferenciar governo e militância). Os casos são inúmeros e incluem postagens nas redes sociais, discursos, projetos de lei, provas do ensino médioquestões do ENEMetc.
Agora, talvez já rasgando a fantasia de vez (ou o que dela tenha sobrado), o Ministério da Educação propõe uma mudança radical no ensino oficial de história no país. Em suma, como analisam Demétrio Magnoli e Elaine Senise Barbosa, as crianças brasileiras deixarão de aprender os fatos relevantes da história ocidental europeia para focar nas tradições indígenas e história da África.
A ELIMINAÇÃO da história europeia (que, afinal, nos formou e está a nos formar) não é uma medida com base didática ou coisa que o valha. É a mais pura e deplorável doutrinação atingindo os bancos escolares agora em caráter oficial – talvez já não esteja funcionando bem colocar apenas aquele professor que impõe militância na cabeça da gurizada.
Para se ter ideia da gravidade da coisa (e sobretudo do quanto exageraram no descaramento), são contrários a isso Aloizio Mercadante (é sério…) e até mesmo Renato Janine Ribeiro, que foi demitido do MEC por Dilma pelo telefone, para que a gerenta colocasse mais peemedebistas em seu ministério.
De todo modo, ainda creio que a contrariedade dos petistas tem menos a ver com a ideologização e seja mais uma contrariedade tática diante da total falta de tato nessa implantação. Seja o que for, temos de pressionar governo e parlamentares para que vetem integralmente esse tipo de coisa. Quanto ao mais, segue a recomendação fundamental a todos: APOIEM A ESCOLA SEM PARTIDO! Antes que seja mesmo tarde demais…
Lulinha e O Globo
O jornal O Globo desculpou-se por um erro grave: ao contrário do que fora publicado, não houve comprovação de doação/ajuda à esposa de Lulinha em delação constante da Operação Lava Jato. Uma “nora” é citada, mas não há mais sobre o caso. Ok, claro, um erro feio, que mereceu “errata” logo na capa. Mas aí – CLARO – a rapaziadinha trezefonfirma já tentou fazer a bola na trave virar gol contra.
Lulinha
Não faltou gente misturando alhos e bugalhos, supondo ser possível jogar fumaça também sobre o outro filho de Lula, estecitado na Operação Zelotes.
Claro que esse caso é outro. E a investigação continua.
FHC, Lula e Odebrecht
Circula nas redes sociais uma “análise de linguagem”, obviamente feita por um militante de vocês-sabem-qual-partido, dizendo que a imprensa protege FHC. O motivo? Duas matérias, numa mesma página, tratando de doações da Odebrecht, uma ao Instituto Lula e outra ao de FHC. Segundo a premissa, tratam um “mesmo fato” de forma diferente.
Bobagem, claro. E, nesse caso, nem dá para alegar burrice. É má-fé pura e simples (ok, muita gente espalhou sim por burrice, mas a essência da elaboração ali não é coisa de gente burra, bem ao contário).
FHC Lula
Mas vale explicar a quem não pegou o básico da coisa: não são doações iguais. Quanto a Lula, a acusação é de lobby; ou seja, atuaria em favor da Odebrecht para que a empresa conseguisse contratos – também beneficiados por verbas ou empréstimos do governo – e em seguida ele próprio receberia doações e contratos polpudos da construtora.
O problema, portanto, não é receber doação ou ser contratado pela Odebrecht, mas sim a CONTRAPRESTAÇÃO que pode ou poderia ter havido. Colocar uma lista de institutos ou afins que recebem/receberam da construtora é, antes de tudo, um jeito de gerar aquela ladainha do “viu? todo mundo recebe” – centralizando o “erro” em receber, não no FAVOR que teria sido prestado.
Desse modo, toda aquela análise sobre a teoria da comunicação, com direito a observações de semiótica, já nasce errada. Em suma: pouco importa quem recebeu patrocínio ou coisa que o valha, o problema é quem fez isso em troca de favor prestado pelo governo. Essa é a chave de tudo – ignorada por quase todos que compartilharam a tal análise (alguns, de fato, mais por burrice que por má-fé).
O país onde mais matam…
Isso é algo cíclico: de quando em vez, surge algum estudo estatístico segmentando o número de homicídios no país entre determinada faixa da população. Aí chega-se à conclusão de que é no Brasil onde mais matam X, Y ou Z – e aí alegam que o problema central seria a morte de X, Y e Z, não o altíssimo número de homicídios.
Com 64 mil assassinatos ao ano, nosso país tem o vergonhoso recorde de ter o MAIOR NÚMERO DE HOMICÍDIOS por país do mundo. É onde mais se matam pessoas de qualquer gênero, cor da pele, religião etc.
O problema maior, portanto, não é o ímpeto de matar apenas pessoas de determinado grupo, mas sim a quase total impunidade. De cada 100 homicídios, apenas 8 são solucionados. Querem resolver o problema de todos (e, portanto, também de cada grupo)? Combatamos a impunidade.
cadeia
Sim, punir resolve. Prova disso é que o país com mais mortes do mundo seja também aquele em que os assassinos raramente são punidos. Ao contrário do que prega a esquerda, o problema não será resolvido apenas com textão ideológico em rede social e “campanha de conscientização”.
É preciso fazer algo que ainda não testamos, mas vem dando certo em muitos outros lugares do mundo: investigar, julgar e mandar assassinos para a cadeia. Que tal arriscar esse método para ver o que acontece? Suspeito que atenuaria um bocado a atual calamidade.
FONTE - http://www.implicante.org/blog/coluna-do-gravz/doutrinacao-descarada-e-vergonhosa/

Como perder um cliente para sempre - Diego Andreas




capa-como-perder-um-cliente-em-dez-dias
Certa ocasião precisei comprar um carregador de celular e dirigi-me a uma loja próxima de minha residência. Era loja de boa aparência e ambiente agradável. Atendeu-me uma simpática e bonita balconista mastigando um belo e formoso chiclete.
Disse-lhe: “Estou precisando de um carregador da marca Nókia (com acento no ó), você tem?
No momento estamos em falta desse modelo da Nokía (ela enfatizou o acento no í) que o senhor precisa, mas temos outros tipos”, respondeu ela.
Então, invadiu-me a curiosidade e perguntei à moça: “Me explique: a pronúncia certa é Nókia ou Nokía?”
Claro que é Nokía, pois é produto japonês”, disse ela convicta. Tive ímpetos de dizer-lhe que o produto é finlandês e que a pronúncia correta é Nókia, mas achei melhor não contradizê-la.
“Então, qual desses outros modelos você me aconselha comprar?” perguntei.
“Ah, temos vários” respondeu ela. “Esse aqui, por exemplo, é bom e é bem mais barato”, colocando o carregador sobre o balcão.
“E por que é tão mais barato?”, indaguei.
“É porque é chinês, né?”, replicou.
Nesse meio tempo, enquanto estávamos conversando entrou um cliente na loja e, “abandonando-me”, a vendedora foi atendê-lo. Enquanto ela atendia o outro cliente, examinei o carregador e li, na plaqueta, que o produto era “made in China” fabricado sob licença da Nokia cumprindo todas as exigências de qualidade da matriz finlandesa.
Pouco depois a balconista voltou a atender-me, ainda mastigando o chiclete. Então resolvi testar suas habilidades de atendimento ao cliente e, instigando-a, perguntei-lhe: “Este é bem mais barato, mas ele é bom?”
“Bem, você sabe, né? É chinês!”, querendo com isso dizer, talvez, que o produto não fosse confiável devido à procedência. Dito isso ela ficou me olhando, sem esboçar qualquer outra ação de sua parte.
Então resolvi fazer a minha parte de consultor e, brincando, disse-lhe: “Já que, aparentemente, você não está fazendo nenhum esforço de vender-me a mercadoria, então eu vou vendê-la para mim mesmo. Sabe o que eu diria?”, perguntei sorrindo para a vendedora que me olhava surpresa.
Se eu fosse vender o carregador eu diria ao cliente: ‘Não temos o modelo Nókia original que o senhor quer, mas temos um idêntico, da própria Nókia, fabricado na China, e com o mesmo padrão de qualidade da matriz. O preço é mais barato do que o original, porque o custo de fabricação na China é bem menor o que permite um preço diferenciado’. Pronto, acabei de vender o carregador para mim mesmo, e prometo não ficar com a tua comissão”, disse em tom de brincadeira para a atendente que me fitava com ar de espanto.
Adquiri o dispositivo, e ao sair da loja fiquei pensando com meus botões:
“Quantas vendas e quantos clientes são irremediavelmente perdidos por causa de atendentes mal preparados, seja em vendas, recepção ou atendimento em geral.”
Nos poucos minutos em que ela me atendeu cometeu inúmeros erros.
Para começar, ela cumprimentou-me mecanicamente – só para cumprir a obrigação – e apresentou-se mastigando chiclete. Quando entrou outro cliente a moça deixou-me esperando sozinho, sem pedir permissão para fazê-lo, só retornado minutos depois. Quanto ao carregador, ela demonstrou total falta de conhecimento da mercadoria como, pronúncia correta, patente de origem (Finlândia) e o fato de ser fabricado na China sob licença da Nokia. Também demonstrou inabilidade em argumentar e saber vender um produto de facílima vendagem.
E aqui vai uma pergunta: De quem é a culpa por colocar diante do cliente uma atendente tão despreparada: da loja ou da própria vendedora?
Resposta: A culpa é de ambos. Da loja, por não recrutar a pessoa certa, ou de não treiná-la adequadamente antes de colocá-la frente ao cliente. A atendente também tem sua dose de culpa por não buscar conhecer melhor o produto ou serviço com o qual trabalhava, e não procurar aperfeiçoar suas técnicas de vendas (se é que tinha alguma) e de atendimento ao cliente.
De nada adianta montar uma bela loja se, quem atende, não tem o devido preparo em lidar com clientes. É plantar em solo árido.
Falhas como essas, infelizmente, repetem-se diariamente aos milhares em nosso país, ensejando serviços de má qualidade e perdas constantes de clientes insatisfeitos com o mau atendimento.
Não lembram que, por ser a primeira pessoa a ter contato com o cliente, o (a) profissional de atendimento é o cartão de visita da empresa e que, aos olhos do cliente, representa a imagem personificada da própria companhia.
Por isso mesmo é da maior importância ter pessoas habilitadas para prestar um serviço de qualidade porque delas depende, significativamente, o sucesso das empresas.

Alemanha: "20 Milhões de Muçulmanos até 2020"

  • "Estamos importando o extremismo islâmico, antissemitismo árabe, conflitos nacionais e étnicos de outros povos, bem como diferentes entendimentos de como funciona uma sociedade e o estado de direito". — De um documento vazado da inteligência alemã.
  • "Precisamos deixar bem claro que deve haver limites e cotas para a imigração, não temos condições de salvar o mundo inteiro". — Markus Söder, Ministro da Fazenda da Baviera.
  • "A crise da migração tem em si o potencial de desestabilizar governos, países e todo o continente europeu. ... Nós não estamos diante de uma crise de refugiados. Trata-se de um movimento migratório constituído de migrantes econômicos, refugiados e combatentes estrangeiros" — Primeiro Ministro da Hungria Viktor Orbán.
  • "Enquanto isso, os refugiados continuam se dirigindo para a Alemanha, a uma taxa de cerca de 10.000 refugiados a cada dia. ... A década que se seguiu depois que a Chanceler Merkel tomou posse em 2005 agora parece ter sido um período abençoado para a Alemanha, no qual o país usufruía de paz, prosperidade e respeito internacional, mantendo, ao mesmo tempo, os problemas do mundo a uma distância segura. Agora essa era dourada acabou". — Gideon Rachman, doFinancial Times.
Estima-se que nos próximos cinco anos a população muçulmana da Alemanha irá quadruplicar atingindo o assombroso número de 20 milhões de habitantes, de acordo com uma previsãodemográfica realizada por legisladores bávaros.
O governo alemão espera receber 1,5 milhão de candidatos a asilo em 2015 e provavelmente ainda mais em 2016. Considerando os cálculos sobre a reunificação de familiares, com base na suposição de que os indivíduos cujos pedidos de asilo serão aprovados irão subsequentemente trazer em média quatro membros da família para a Alemanha, esse número crescerá exponencialmente. Isso fora os 5,8 milhões de muçulmanos que já residem na Alemanha.
De acordo com o presidente da Associação das Municipalidades Bávaras (Bayerische Gemeindetag) Uwe Brandl, a Alemanha está a caminho de contar com "20 milhões de muçulmanos até 2020". A multiplicação desenfreada da população muçulmana na Alemanha representa uma guinada demográfica de proporções épicas, guinada esta que irá mudar para sempre a fisionomia da Alemanha, "e nós estamos inertes, vendo tudo isso acontecer".
Discursando em uma exposição de grande porte em Nuremburg em 14 de outubro, Brandl alertou que a livre migração irá acarretar pesados custos para os contribuintes alemães e também poderá levar à agitação social. Ele disse o seguinte:
"uma família de refugiados composta de quatro pessoas recebe até 1.200 euros por mês a título de transferência de pagamentos. Fora alojamento e alimentação. Agora veja um pai de família alemão, desempregado, que trabalhou talvez durante 30 anos e que juntamente com sua família recebe um pouquinho a mais do que isso. Essas pessoas perguntam a nós políticos se consideramos isso justo e correto".
Brandl disse que isso também se aplica ao cartão de saúde eletrônico, que proporciona aos candidatos a asilo os mesmos benefícios disponibilizados aos alemães que pagaram para o sistema de seguro saúde por anos a fio. Dizer que isso é injusto "não tem nada a ver com racismo ou extremismo de direita".
As preocupações de Brandl ecoaram em um documento da inteligência, vazado, alertando que a entrada no país de mais de um milhão de migrantes provenientes do mundo muçulmanos no corrente ano, levará ao aumento da instabilidade política na Alemanha.
O documento, cujos trechos foram publicados em 25 de outubro no diário Die Welt, revela o crescente alarme nos mais altos escalões do sistema de segurança e inteligência da Alemanha sobre as consequências da política de portas abertas para a imigração da Chanceler Angela Merkel.
O assim chamado não-documento (o autor do documento permanece no anonimato) alerta que a "integração de centenas de milhares de migrantes ilegais será impossível, dado o enorme número de pessoas envolvidas e as já existentes sociedades paralelas de muçulmanos na Alemanha". O documento acrescenta:
"estamos importando o extremismo islâmico, antissemitismo árabe, conflitos nacionais e étnicos de outros povos, bem como diferentes entendimentos de como funciona uma sociedade e o estado de direito. As agências de segurança da Alemanha são incapazes de lidar com esses problemas de segurança importados e as consequentes reações da população alemã.
Um agente de segurança do primeiro escalão, que preferiu permanecer no anonimato, disse o seguinte ao diário Die Welt:
"a entrada em massa de pessoas dos mais diferentes cantos do planeta levará nosso país à instabilidade. Ao permitir essa migração desenfreada, estamos criando extremistas. A sociedade inserida no contexto da maioria da população está se radicalizando pelo fato do grosso da nação não querer a migração, que está sendo imposta pelas elites políticas. No futuro muitos alemães darão as costas para o estado de direito".
Os alertas surgem em meio às crescentes críticas à Chanceler Merkel, cuja decisão de 4 de setembro de abrir as portas para os migrantes acantonados na Hungria acabaram exacerbando ainda mais a crise.
O Primeiro Ministro da Baviera Horst Seehofer, que também encabeça a União Social Cristã (CSU), partido irmão da União Democrata Cristã (CDU) de Merkel, emergiu como um dos críticos mais veementes de Merkel. "Estou convencido que a chanceler escolheu outra visão para a Alemanha", disse ele. "A atitude dela é um equívoco que nos dará o que fazer por muito tempo. Não vejo como colocar o gênio de volta na lâmpada", acrescentou ele.
Em uma entrevista concedida à revista Bild, Seehofer assinalou:
"acreditamos, da forma mais clara possível, que a imigração tem que ser controlada e limitada se a Alemanha desejar lidar com ela. A gravidade da situação está ficando mais clara a cada dia que passa. A população não quer mais frases de efeito ou visitas inconclusivas a este ou àquele local. Ela quer medidas"!
Após passar meses atacando os críticos da política de imigração de Merkel como sendo xenófobos de direita, o Vice-Chanceler Sigmar Gabriel e o Ministro das Relações Exteriores Frank-Walter Steinmeier reconheceram que a crise migratória ameaça despedaçar a sociedade alemã. Em um artigo conjunto publicado pela revista Der Spiegel, ambos assinalam: "não temos condições de absorver e integrar indefinidamente mais de um milhão de refugiados a cada ano".
O Ministro da Fazenda da Baviera Markus Söder disse o seguinte: "precisamos deixar bem claro que deve haver limites e cotas para a imigração, não temos condições de salvar o mundo inteiro. A entrada de refugiados não será interrompida se não fiscalizarmos nossas fronteiras e enviarmos um sinal inconfundível de que nem todos podem vir para a Alemanha".
O Ex-Ministro do Interior Hans-Peter Friedrich (CSU) descreveu a política de imigração de Merkel como um "erro crasso de política, sem precedentes" que terá "consequências devastadoras de longo prazo". Ele disse que a tarefa da política é planejar além do presente e tomar decisões visando o futuro. Tendo em vista a espantosa entrada de migrantes na Alemanha sem qualquer fiscalização, Friedrich conclui o seguinte: "perdemos o controle". E acrescenta:
"é uma irresponsabilidade total permitir a entrada de dezenas de milhares de pessoas no país de maneira tão descontrolada sem qualquer registro, além disso somos capazes de tão somente estimarmos, sem nenhuma confiabilidade, quantas delas seriam combatentes do Estado Islâmico ou islamistas pertencentes a células adormecidas. Estou convencido que nenhum outro país do planeta seria tão ingênuo e deslumbrado a ponto de se expor dessa maneira a um risco dessa magnitude".
Michael Stübgen legislador do CDU diz o seguinte: "a divergência (com Merkel) é fundamental. Nosso potencial está exaurido e ninguém se preocupa com a possibilidade do sistema implodir se não recuperarmos o controle das nossas fronteiras. Entretanto, a chanceler discorda e a divergência continua".
Em 21 de outubro mais de 200 prefeitos da região do Reno, Norte da Westphalia assinaram uma carta aberta à Chanceler Merkel, na qual eles alertam que não há mais condições deles abrigarem mais migrantes. A carta diz o seguinte:
"estamos extremamente preocupados com o nosso país, com as cidades e distritos que nós representamos. A razão é a seguinte: a gigantesca e, na maioria das vezes incontrolada entrada da migrantes na Alemanha, em nossas cidades e nossos distritos.
"A capacidade de alojamento está extremamente sobrecarregada, incluindo tendas e contêineres de navios. Gerir abrigos de imigrantes consome tanto tempo que o nosso staff não tem mais condições de cuidar das demais responsabilidades municipais".

De acordo com a estação pública de transmissão de rádio e TV Deutsche Welle, o centro de refugiados de Berlim, mostrado acima, recebeu até 2000 pedidos de asilo por dia somente em agosto último, antes do aumento descomunal da entrada de migrantes. (imagem: captura de tela de vídeo da Deutsche Welle)

Discursando perante uma assembléia do Partido Popular Europeu em Madri em 22 de outubro, o Primeiro Ministro da Hungria Viktor Orbán fez um alerta sobre as consequências da política de imigração da Chanceler Merkel. Ele disse o seguinte:
"estamos enfrentando problemas gravíssimos. A crise da migração tem em si o potencial de desestabilizar governos, países e todo o continente europeu...
"Nós não estamos diante de uma crise de refugiados. Trata-se de um movimento migratório constituído de migrantes econômicos, refugiados e combatentes estrangeiros. É um processo descontrolado e não-regulamentado... Eu também quero realçar que há uma fonte inesgotável de pessoas, uma vez que seguindo os sírios, paquistaneses, iraquianos e afegãos, os africanos também já estão se deslocando para cá. A dimensão e o volume do perigo estão bem acima das nossas expectativas...
"Nossa responsabilidade moral é enviar essas pessoas de volta para suas casas e para os seus respectivos países. Nosso objetivo não pode ser o de proporcionar a eles uma nova vida no estilo europeu. O direito à dignidade humana e à segurança são direitos fundamentais. Porém, nem o modo de vida alemão, nem austríaco, nem húngaro são direitos fundamentais de todos os povos do planeta. É um direito somente àqueles que contribuíram para a sua formação. A Europa não tem condições de receber todo mundo que deseja melhorar de vida. Nós devemos ajudá-los a retornarem às suas próprias vidas com dignidade, devemos enviá-los de volta aos seus próprios países...
"Não podemos nos esquivar de falar sobre a qualidade das nossas democracias. Trata-se realmente de liberdade de expressão e informação quando a mídia mostra corriqueiramente mulheres e crianças, quando na verdade 70% dos migrantes são jovens do sexo masculino e que mais se parecem com um exército? Como é possível que o nosso povo sinta que a sua opinião não seja levada em consideração? Além disso temos que verificar se o nosso povo realmente está de acordo com o que está acontecendo. Temos a autorização do nosso povo para permitir a entrada de milhões de migrantes em nosso continente? ... Não, ilustres representantes, não temos.
"Não podemos esconder o fato da esquerda européia ter uma agenda muito clara. Ela apóia a migração. Na realidade ela importa para a Europa futuros eleitores de esquerda sob a fachada humanista. É um truque antigo, eu só não consigo entender porque temos que aceitar isso. Eles (da esquerda) consideram o registro de migrantes e a proteção das fronteiras como coisa burocrática, nacionalista e contra os direitos humanos. Eles alimentam o sonho de uma sociedade mundial construída politicamente sem tradições religiosas, sem fronteiras, sem nações. Eles atacam os valores mais importantes da nossa identidade européia: família, nação, subsidiariedade e responsabilidade".
Em uma coluna no Financial Times de 26 de outubro intitulada "O Fim da Era Merkel Está ao Alcance da Vista", Gideon Rachman assinala:
"a crise dos refugiados que se abateu sobre a Alemanha provavelmente augurará o fim da era Merkel. Com o país prestes a receber mais de um milhão de candidatos a asilo somente este ano, a ansiedade pública está se avolumando, bem como as críticas à Sra. Merkel, vindas de seu próprio partido. Aliados políticos próximos a ela reconhecem que está clara a possibilidade da chanceler ter que deixar o cargo antes das próximas eleições gerais de 2017. Ainda que ela fique no cargo até o fim do mandato, a simples noção de uma quarta administração Merkel, amplamente debatida há alguns meses, agora parece mais improvável do que nunca...
"O problema é que é incontestável que o governo da Chanceler Merkel perdeu o controle da situação. As autoridades alemãs endossam publicamente as declarações da chanceler: Somos Capazes de Triunfar. Mas o pânico está a ponto de explodir: os preços não param de aumentar, os serviços sociais estão patinando, os índices de aprovação da Chanceler Merkel estão desabando e a violência da extrema-direita está aumentando.
"À medida que a superfície tranquila da sociedade alemã começa a ser importunada, os argumentos sobre os impactos positivos da imigração na economia e na demografia começam a perder força. Temores sobre o efeito político e social de longo prazo de abrigar tantos recém-chegados, principalmente do Oriente Médio, ora implodindo, estão ganhando cada vez mais terreno. Enquanto isso, os refugiados continuam se dirigindo para a Alemanha, a uma taxa de cerca de 10.000 refugiados a cada dia. (Em contrapartida, a Grã-Bretanha aceita receber 20.000 refugiados sírios em um período de quatro anos)...
"Há eleitores que acreditam que a Mutti (a forma carinhosa alemã de se referir àmãe) pirou, por ela escancarar as fronteiras da Alemanha para os miseráveis do planeta...
"A crise dos refugiados marca um divisor de águas. A década que se seguiu depois que a Chanceler Merkel tomou posse em 2005 agora parece ter sido um período abençoado para a Alemanha, no qual o país usufruía de paz, prosperidade e respeito internacional, mantendo, ao mesmo tempo, os problemas do mundo a uma distância segura. Agora essa era dourada acabou".
Soeren Kern é colaborador sênior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter. Seu primeiro livro, Global Fire, estará nas livrarias no início de 2016.