terça-feira, 5 de agosto de 2014

CHARGE DO DALCIO

Dálcio, hoje no Diário do Povo (Campinas)

Ativistas, militantes e criminosos - CARLOS ALBERTO DI FRANCO


O ESTADO DE S.PAULO - 04/08


Prostituir as palavras, deformar a realidade e mentir. A estratégia marxista, flagrada nas ações do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e na violência black bloc, grita nas ruas e avenidas de um Brasil acuado pela covardia e leniência de seus governantes. E nós, jornalistas, corremos o risco de sucumbir ao gingado gramsciano e à instrumentalização semântica. Criminosos que bloqueiam vias públicas, invadem prédios, lançam bombas, matam um cinegrafista de TV - fatos públicos e clamorosos - vendem a imagem de "ativistas" e "militantes". Quando presos, depois de uma enxurrada de ataques ao Estado Democrático de Direito, assumem o papel de "presos políticos". E a imprensa, frequentemente refém de uma pretensa imparcialidade, acaba algemada pela inconsistência dos clichês ideológicos.

Nosso papel é informar. Nossa missão é rasgar a embalagem da propaganda e mostrar a realidade. Vamos aos fatos. O relatório final do inquérito da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre atos de violência em manifestações mostra que os black blocs têm uma hierarquia rígida. Há comissões voltadas para o planejamento de ataques, confecção e distribuição de bombas e coquetéis molotov. O jornal O Globo teve acesso ao relatório, de 2 mil páginas, sobre a investigação iniciada em setembro e que inclui o monitoramento de telefonemas e e-mails. Um dos suspeitos, por exemplo, revoltado por ter sido condenado a prestar serviços comunitários, diz que mataria um PM ao final da Copa. De acordo com o documento, uma ação de guerrilha, com uso de bombas de fragmentação, coquetéis molotov e ouriços (peças feitas com pedaços de vergalhões, destinadas a ferir PMs e furar pneus), estava sendo articulada para marcar o final da Copa do Mundo, dia 13/7, no Maracanã.

No inquérito policial sobre os black blocs, Elisa Quadros, vulgo Sininho, considerada líder do bando, é acusada de incitar seus companheiros a atear fogo na Câmara Municipal carioca durante protesto no ano passado. A "militante" também teria determinado ataques a garagens de ônibus durante a greve de rodoviários em maio. Na ocasião, 500 ônibus foram depredados. Belo serviço aos trabalhadores pobres da periferia.

A sociedade, atônita e revoltada, não assiste ao sadio idealismo da juventude que protesta contra a corrupção e a incompetência dos governos, marca registrada das manifestações de junho de 2013, mas ao recrudescimento de uma estratégia de tomada de poder que passa, necessariamente, pela destruição da democracia e pelo assassinato das liberdades. À medida que avançam, protegidos pela covardia das autoridades, grupos com o perfil do MTST e dos black blocs vão mostrando sua verdadeira face: arrogância, violência e espírito totalitário.

O MTST, hiperativo em São Paulo, começa a dizer o que realmente pretende. Guilherme Boulos, seu líder, em entrevista ao Estado, já não esconde os objetivos de suas ações. O MTST "não é um movimento de moradia", mas "um projeto de acumulação de forças para mudança social". Resumo da ópera: a proclamada luta por moradia não existe. É só uma fachada marqueteira. O objetivo é a revolução, que, por óbvio, passa como um trator por cima da democracia.

A violência é a ditadura das minorias para encurralar a sociedade. O vandalismo do MTST e a violência dos mascarados, não obstante seu discurso pretensamente libertário e confrontador do sistema vigente, são tudo menos democráticos. Os mascarados não representam os brasileiros indignados que ocuparam praças e avenidas em junho do ano passado. São água e vinho. No Rio, grupos de encapuzados queimaram a Bandeira do Brasil, semearam pânico e destruíram patrimônio público e privado. Em São Paulo, cidade maltratada por uma administração que transforma o trânsito no inferno cotidiano de todas as classes sociais, a delinquência do MTST só aumenta o sofrimento com o bloqueio constante de vias públicas. São, de fato, inimigos dos trabalhadores honrados e lutadores. Eles não têm a cara do nosso país e da nossa gente.

Cabe ao jornalismo não apenas fazer o registro e o inventário das ações criminosas. É preciso condená-las com a força da apuração de qualidade. Muitas perguntas essenciais não foram respondidas. Quem está por trás dos bandos? Quem financia a logística? Ocupar terrenos, instalar barracas com a velocidade de uma ocupação militar, transportar companheiros, alimentar a militância, tudo isso custa muito dinheiro. É preciso esclarecer. Como salientou recente editorial do Estado, há cada vez mais indícios de que os militantes vândalos podem estar atuando como uma espécie de "braço armado" de organizações que se constituíram graças à democracia, mas não têm nenhum apreço por ela.

Não se pode permitir que o autoritarismo ideológico, apoiado em milícias armadas e delinquentes, roube as legítimas bandeiras da cidadania. Os protestos de rua, pacíficos e democráticos, são legítimos e necessários. O povo, sobretudo a juventude, mais perspicaz do que se pensa, sabe que a dinheirama da corrupção está na raiz da pobreza dos brasileiros. Verbas públicas desviadas da saúde, da educação, da agricultura engordam as contas dos parasitas da República e emagrecem a vida e a esperança do povo. Se o dinheiro que circula no mercado da corrupção fosse usado para fazer investimentos públicos, mudaria a cara do Brasil e faria, de fato, a almejada justiça social.

Mas o MTST, os black blocs, Boulos, Sininho e seus seguidores não estão nem aí para isso. O que lhes interessa é o poder, e não a democracia.

Uso e abuso da máquina pública - RONALDO CAIADO


FOLHA DE SP - 04/08


Sete ministros, usando carros oficiais e no horário de expediente, acompanharam a presidente Dilma em sabatina. Constrangimento? Nenhum


O instituto da reeleição no Brasil ainda é recente na vida política do nosso país, mas já nos leva a refletir sobre sua conveniência ou não para a nossa recém-consolidada democracia.

Neste ano, depois de quatro eleições presidenciais e aos governos estaduais sob a égide da reeleição, ainda vemos um rol de abusos de alguns governadores e da presidente da República ao atropelarem a frágil legislação eleitoral e administrativa para combatê-los.

Nesta semana, sete ministros de Estado, usando carros oficiais e no horário de expediente, acompanharam a candidata-presidente na sabatina da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Constrangimento? Nenhum.

Usaram e abusaram sem vergonha da máquina pública, na função de ministros, para dar o seu apoio à petista que tenta se reeleger para continuar ocupando o mais graduado cargo da República. Péssimo exemplo!

Infelizmente, não é o primeiro caso nem será o último.

O uso de carros oficiais é rotineiro e não tem a relevância econômica de alguns outros episódios que assistimos, como por exemplo o caso da federalização da companhia de energia de Goiás, a Celg, que poderá ser efetivada no final do mandato presidencial e estadual de duas autoridades públicas que buscam a reeleição.

No apagar dos seu mandatos, a presidente Dilma Rousseff e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), tentam acertar a compra e a venda da Celg por R$ 400 milhões, apesar de um estudo da Universidade Federal de Goiás, de 2011, que estimava o valor da empresa na ordem de R$ 6,5 bilhões.

Além do disparate de preços e avaliações, o abuso se caracteriza aqui pela audácia em se alienar um patrimônio do povo goiano faltando cinco meses para terminar o mandato do governante. Em 2010, ano eleitoral, Marconi Perillo divulgou uma carta como vice-presidente do Senado criticando exatamente o governo anterior por negociar a Celg.

Por que os dois representantes da União e do Estado não se entenderam ao longo de três anos e meio? Por que realizar esse negócio às vésperas das eleições? Para reforçar o caixa de um governo estadual que, por ineficiência administrativa, vem pedindo empréstimos a outros poderes locais, aliás negados?

É um completo uso e abuso da máquina pública, como se a Celg fosse um bem patrimonial deles e não do povo goiano. Pedirei explicações ao Ministério de Minas e Energia sobre a condução dos entendimentos, o seu desfecho neste momento eleitoral e vou recorrer à Justiça se essa federalização realmente ocorrer, sempre em defesa do Estado de Goiás.

Esses casos exemplificam o motivo de eu defender o fim da reeleição no Executivo, que evitaria o uso da máquina pública e o governante teria como única opção manter o foco em seu mandato.

Revolução das periguetes - ARNALDO JABOR


O ESTADÃO - 05/08


Chega de política. Vou falar de sexo. Antes, havia a "sexpol", bandeira da política sexual dos anos 60. Hoje, temos no máximo a "polsex", ou seja, como as ideologias dançaram, só a sexualidade explica os rumos do mundo e, claro, do Brasil, nosso grande motel das ilusões perdidas. Sexo: nossos sentimentos estão canalizados para um mesmo buraco. Ando pela rua e todos os outdoors são de mulher nua - outro dia, quase bati o carro na Av. Paulista, por causa da loirinha nua da Playboy. Todas as capas de revista são uma grande feira de mulheres gostosas e homens raspadinhos. Tudo parece liberdade, mas a coisa é outra. Nos anos 60 (oh... os recentes anos remotos) o sexo era uma novidade política, depois dos caretíssimos anos 1950, quando o sexo tinha algo de crime, algo de secreto que perfumava nossas vidas com o estímulo da culpa. Não havia motéis, nem as pílulas que, depois, fizeram mais pela liberdade sexual que mil livros feministas. Nunca vi tanta publicidade movida a sexo. A propaganda nos promete uma suruba transcendental. Em nenhum lugar do mundo vemos o apelo sexual nas ruas, nas roupas de meninas - nosso feminismo resultou na revolução das periguetes. No Brasil das celebridades, o feminismo foi um mal entendido. Muitas vezes rima com galinhagem ou até com uma forma velada de prostituição. É uma mistura de liberdade com submissão à uma salada de frutas: mulher melancia, mulher melão, mulher jaca.

Hoje em dia, as mulheres foram expulsas de seus ninhos de procriação, de sua sexualidade expectante e são obrigadas ao sexo ativo e masculino. A "supergostosa" é homem; ou melhor, é produto do desejo masculino. O homem é pornográfico; a mulher é amorosa. A pornografia é só para homens.

Já expuseram o corpo todo, seios, vagina, mucosas, ânus. O que falta? Os órgãos internos? Seu ideal é serem desejadas como bons produtos. Felicidade é serem consumidas. Felizes como coisas: Uma salsicha é feliz? Um bela lata de caviar? Mas, como amar um eletrodoméstico? A grande moda do momento são mulheres penduradas em acrobáticas posições ginecológicas para raspar os pelos pubianos nos salões de beleza. Ficam balançando em paus de arara e, depois, saem felizes com um jardinzinho estreito e não mais a floresta peluda onde mora a temível "vagina dentada". Parecem uns bigodinhos verticais que me fazem pensar em Hitler.

Que querem essas mulheres? Querem acabar com nossos lares? Querem nos humilhar com sua beleza inconquistável? Elas têm de fingir que não são reais, pois ninguém mais quer ser 'real' hoje em dia.

Nos anos 60, sexo era revolução política. Tudo era político. O sexo utópico dos anos 60 era o prelúdio para outras conquistas sociais. O orgasmo para Reich era uma vitória contra a burguesia. Eu me lembro de ter dito para uma mulher amada: "Querida, nosso amor é uma forma de luta contra o imperialismo norte americano." O sexo dos 60 era um comício; queria acabar com a culpa, com o limite, com o proibido. Todas as sacanagens foram testadas, mas chegou-se ao outro lado com uma vaga insatisfação. O que faltava? Faltava o pecado. Sem o pecado ficávamos insuportavelmente livres. Em meio a tanta liberdade, nunca fomos tão solitários. Tudo era referido ao sexo, para substituir frustrações políticas e sociais.

Com a re-caretização do mundo, a liberdade aparente conquistada andou para trás . A liberdade deu lugar a "dessublimação repressiva," como nomeou Marcuse, uma "liberdade" tão ostensiva e grossa que é um louvor à proibição. Os sonhos viraram produto. Todas as conquistas viraram fetiches de consumo: revolta, igualdade, utopias, até o desespero e a angustia passaram a vender roupas e costumes.

O prazer é obrigatório no mercado. A partir dessa época, sob a aparência de grandes euforias narcisistas de gestos e risos de prazer, há um regressismo oculto no mundo de bundas e coxas lipoaspiradas, seios siliconados, bofes comedores. A anatomia virou uma das poucas portas de fuga da classe baixa, como uma saída para a miséria. Nuas, todas as mulheres são iguais: a democracia da bunda. A bunda é a esperança de milhares de Cinderelas. A mídia e a propaganda compraram a liberdade, que não é mais "uma calça velha e desbotada," mas é a superação do pudor, da intimidade. Se alguma mulher ficar famosa, tem de tirar a roupa. O strip-tease é a 'anti-burka' - igual pelo avesso. A pessoa não tem mais um corpo; o corpo é que tem uma pessoa, frágil, tênue, morando dentro dele. O corpo e a pessoa são duas coisas diferentes; a menina mostra sua bunda como se fosse uma irmã siamesa. Tanta oferta sexual angustia-nos, dá-nos dá a certeza de que nosso desejo é programado por indústrias masturbatórias, provocando tesão para vender satisfação.

A verdade é que o prazer anda de cabeça baixa, deprimido, apesar do eufórico exibicionismo em revistas de celebridades. Todos podem confessar tudo: "Sim, eu gosto de atacar nos mictórios das rodoviárias e me orgulho de minha tara!" - diz o perverso sorrindo na TV. A permissividade total esvai a tesão. O prazer precisa da proibição. Aliás, o vício solitário é bem seguro. A punheta é metafísica. A masturbação a dois existe até no grande amor romântico, onde dois narcisismos se tocam, se beijam, se arranham, mas não se comunicam.

Ninguém mais quer ser 'sujeito', apesar de afirmar o contrário. Todos querem ser "inconformistas como todo mundo." O corpo tem de dar lucro. Todo mundo quer ser coisa.

Vi um anúncio de uma boneca inflável que sintetizava o desejo secreto do homem de mercado: ter mulheres digitais que não vivam. O anúncio tinha o slogan em baixo: "She needs no food nor stupid conversation" ("Não precisa de comida nem de conversa fiada"). A liberdade de mercado produziu um estranho 'mercado da liberdade'.

POEMA DA NOITE Democratura, por Vinícius Cruz


Cinquenta anos depois, 
Feijão, arroz,
Pão e circo,
Entre o milico e o subversivo,
Mantém-se vivo o desejo por mudança,
Ainda criança, aspirando liberdade
morreu na saudade, 
Sem circo e sem pão,
Com doses diárias de lixo digital
Onde tudo é normal no umbral da influência,
ciência do desprezo,
global televisão
golpe de visão e falta de candura,
manter a ditadura através da ignorância
e transformando o inferno no país da Dona Alice,
da infância à velhice,
todos têm programação.
Com direito a pés descalços
a miséria continua,
nosso povo vai à rua 
exigir revolução,
inocente, vai a frente
pra lutar contra o vilão
sem saber que em cada lar
em cada bar, em cada vida
a liberdade é medida em polegadas de prisão.
Impossível essa missão,
Assim, distante da cultura,
Nessa tal “democratura” ninguém tem opinião
ser soldado é grito em vão, nesse chão de coronéis
Grossa manipulação, dois quadrados coloridos
Divididos entre a Copa, e os papéis da reeleição.

Vinícius Cruz tem 38 anos, é carioca, flamenguista e professor de artes marciais. Teve seu primeiro contato com a poesia no fim dos anos 90, por meio de dois grandes amigos e poetas: Sergio Gramatico Junior e Pedro Lago. Atualmente trabalha na publicação de seu primeiro livro.

Carisma



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Paulo Roberto Gotaç

Ameaçado de cassação pelo Conselho de Ética da Câmara, por envolvimento  com o doleiro Alberto Youssef, o deputado federal  André Vargas, ex-PT, atualmente sem partido, um dos mais ardorosos defensores da candidatura de Lula para as próximas eleições presidenciais, afirmou, em recente entrevista, que o ex-presidente seria imbatível em virtude de seu carisma, atributo que não vê na atual presidente, candidata à reeleição pelo PT. 

É bem possível que o parlamentar ameaçado esteja correto na sua especulação, mesmo sendo ela inspirada pela probabilidade de ter ele aumentada sua sobrevivência como político, com a volta do dinossauro petista ao poder. 

Fica, no entanto, no seio da sociedade consciente e preocupada com o futuro do país, a amarga sensação de que o eleitor brasileiro, face ao seu despreparo e falta de visão política, filha de um sistema educacional pessimamente classificado em termos internacionais, vivendo numa democracia claudicante e veladamente ameaçada, seja capaz de confiar num cidadão comprovadamente impregnado de atitudes demagógicas; dotado de ambição descontrolada pelo poder, a ponto de coordenar artifícios criminosos, sempre por ele  negados, de corrupção política visando a aprovar projetos de interesse do governo; useiro e vezeiro em colocar os interesses do partido à frente dos do país; pai de uma política externa equivocada que tira o Brasil do fluxo saudável de comércio e investimento internacionais; incentivador da divisão da sociedade, através da refirmação frequente do "nós e eles"; protagonista de escândalos dignos da decadência dos sultões no ocaso do império otomano e, não menos importante, arauto do fato de que a ascensão a partir da pobreza nem sempre é um apanágio de atitudes edificantes.  

É desalentador contar com a hipótese de que o voto possa ser instrumento de auto-imolação de um povo, sem que ele perceba, e constatar, para tornar a atmosfera ainda mais pesada, que Deus está lentamente deixando de ser brasileiro.  


Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

Deputado gasta quase R$ 400 mil com gráfica de fachada

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/deputado-gasta-quase-r-400-mil-com-grafica-de-fachada/

Desde o início da legislatura, o ex-governador Carlos Bezerra (PMDB-MT) contratou 25 vezes empresa que não tem equipamento nem funcionário para imprimir material de divulgação do mandato. Valor foi integralmente ressarcido pela Câmara

Ex-governador contratou serviços de gráfica que, no papel, funciona nesta residência
O ex-governador e deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) gastou R$ 392 mil da cota reservada aos parlamentares com gastos relacionados ao mandato com uma gráfica de fachada de Brasília. O chamadocotão é uma verba paga a deputados e senadores mediante reembolso para bancar inúmeras despesas sem licitação. Mas a Gráfica e Papelaria BSB, escolhida pelo peemedebista, não possui nenhuma impressora, bobina ou funcionário. O endereço da empresa é a residência do dono, uma casa simples no setor “P” Norte, de Ceilândia, cidade do Distrito Federal, no final de uma rua pavimentada, mas cercada por outras de terra.
Em entrevista ao Congresso em Foco, o dono da gráfica, o vendedor Edivaldo Francisco de Oliveira, disse que fez contato com uma pessoa de nome Samuel, genro do deputado Carlos Bezerra. Oficialmente, no entanto, Samuel não trabalha no gabinete.
O dono da gráfica sem maquinário afirma que não tem sócio no negócio, apenas “terceiriza” o serviço. Edivaldo Oliveira não levanta a hipótese de que isso possa encarecer o preço. Ele também não revela quais seriam as verdadeiras gráficas que imprimiram os materiais gráficos. Segundo ele, os informativos e demais impressões foram efetivamente feitos.
Em três anos, Carlos Bezerra contratou a firma de Edivaldo 25 vezes, pagando de R$ 5 mil a R$ 30 mil por nota fiscal. A última foi em fevereiro. Bezerra apresentou à Câmara uma nota de R$ 20 mil para ser reembolsado pela impressão de 140 mil informativos em cores no tamanho de uma folha A4, comum em escritórios e papelarias. A nota não informa o número de páginas do informativo, se apenas duas ou quatro páginas. O gabinete de Bezerra não retornou os contatos do site para esclarecer se os produtos foram entregues e se os preços estavam na média de mercado.
A reportagem do Congresso em Foco solicitou a três gráficas de grande porte de Brasília um orçamento de 140 mil exemplares de um informativo semelhante ao indicado na nota fiscal apresentada por Bezerra. Em formato frente e verso, com apenas duas páginas cada, os preços foram especificados em menos da metade do informado pelo deputado à Câmara: R$ 7.980, R$ 8.106, R$ 9.940.
Com quatro páginas, uma das gráficas também ofereceu orçamento menor do que o pago pelo contribuinte para imprimir os impressos do deputado Carlos Bezerra: R$ 18.340.
Último serviço contratado por Bezerra custou R$ 20 mil. Orçamentos em outras gráficas mostram preços menores

Conferência
Ao menos nos registros da Receita Federal, a Gráfica BSB existe desde 2007. Edivaldo enfatizou que todos os materiais gráficos foram produzidos, entregues aos parlamentares e tiveram uma amostra conferida pela Câmara por meio do Núcleo de Controle da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar.
A assessoria da Câmara não comentou o caso específico da gráfica, nem informou se tomará alguma providência. A assessoria disse que a responsabilidade pela legalidade dos gastos é de cada gabinete, que é quem deve atestar a entrega dos produtos e serviços contratados. “Ao apresentar a nota fiscal e solicitar o reembolso, o parlamentar assina um ato”, diz a assessoria. Com esse documento, assume a “inteira responsabilidade” pela despesa. “A Câmara analisa a regularidade fiscal e contábil dos documentos (nota fiscal, cupom fiscal, recibo).”
Mas a Casa não analisa se a empresa existe de fato. Quem faz isso, diz a Câmara, são outros órgãos. “Quanto à fiscalização das empresas que contratam com o serviço público, em todos os municípios do país, ela é realizada pelos órgãos federais de controle externo.” Para facilitar o controle social, no mês passado, a Câmara começou a publicar em seu site os fac-símiles das notas e dos recibos.
Sem retorno
Há quase duas semanas, por telefone, o genro do deputado, Samuel, disse que conversaria sobre o assunto apenas pessoalmente. Depois disso, a reportagem não conseguiu mais contato com ele. A assessoria de imprensa do deputado tentou intermediar uma entrevista, mas Samuel e o próprio parlamentar não retornaram os recados deixados com assessores.
No ano passado, série de reportagens do Congresso em Foco revelou o uso indiscriminado do cotão para pagar despesas em empresas sem sede. Algumas locadoras de veículos não apresentavam frota. As reportagens foram feitas a partir da checagem de documentos levantados pelo comerciante Lúcio Batista, o Lúcio Big da Operação Política Supervisionada (OPS). Com base na papelada, Big fez uma denúncia contra cerca de 20 parlamentares no Tribunal de Contas da União (TCU), que investiga o assunto.
Aos 72 anos, o ex-senador Carlos Bezerra está em seu terceiro mandato na Câmara. Ele também teve passagens pelo Executivo: foi governador de Mato Grosso entre 1987 e 1990. No primeiro governo Lula, presidiu o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), no qual administrou um caixa de mais de R$ 120 bilhões.
No Supremo Tribunal Federal (STF), o peemedebista é réu em ação penal 520) por peculato e violação da Lei de Licitações. O Ministério Público Federal acusa o parlamentar de ter montado um esquema que desviou, em benefício próprio e de terceiros, mais de R$ 100 milhões do INSS, em 2004, quando presidia o órgão. Segundo a assessoria de Bezerra, são questionamentos sobre atos administrativos da Dataprev e da Universidade de Brasília. “O deputado diz não ter responsabilidade”, respondeu a assessoria. É alvo, ainda, de um inquérito (Inq 3128) por crimes eleitorais. Veja os esclarecimentos dele sobre as investigações.

Vem aí o Estado Brasileiro nº 2?




http://vespeiro.com/2014/08/05/vem-ai-o-estado-brasileiro-no-2/

by fernaslm
g1
É manchete do Globo de hoje: incapaz de aplicar um “choque de gestão” na Infraero, a estatal que controla todos os aeroportos do país e está absolutamente roída pelos “diretos adquiridos” dos seus funcionários, o governo do PT está prestes a criar a Infraero 2, uma empresa com as mesmas funções da outra, só que livre do seu passivo trabalhista de 213,5 milhões que fica só para nós na empresa original.
A pressa no lançamento da Infraero 2 deve-se ao fato de o governo estar prestes a entregar aos seus novos operadores os aeroportos do Galeão e de Confins, o que reduzirá os proventos da Infraero 1.
Como de gestão o PT não entende nada parece que ele está embarcando na empreitada dois sócios estrangeiros – a alemã Fraport e a espanhola Aena – na esperanca de prove-la. Eu duvido. Como já tenho dito tantas vezes aqui, acredito cada vez mais que civilização é pouco mais que a presença da polícia e como nós continuaremos não tendo polícia – sobretudo uma polícia mandatada para prender “eles” também – o estrangeiro que a “eles” se associar estará, em dois tempos, “no Brasil, como os brasileiros”...
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Aliás não é nem de entender ou não entender de gestão que se trata. É da apropriação de todo o aparato do Estado brasileiro pelos seus supostos “servidores” que não é obra exclusiva do PT mas que se agravou substancialmente depois que ele chegou ao poder.
Como vivemos regidos pela cláusula férrea, ígnea e diamantada do “direito adquirido”, aquele que diz que quem colocou, um dia, um pé dentro do Estado, não o tira mais de lá de dentro nem morto, o que está acontecendo com a Infraero 1 é idêntico ao que acontece com todos os outros órgãos públicos brasileiros: os funcionários vão enfiando mais e mais pezinhos lá dentro até que não sobre nada para pagar a prestação dos serviços nem os investimentos necessários ao crescimento do resto da economia a cargo desses órgãos.
É isso que acontece com a educação, com a saúde, com a segurança e com a infraestrutura públicas no nosso país como um todo.
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Com essa novidade da entrega “de jure” do “Órgão 1” para os funcionários que já são mesmo seus donos “de facto” e a crição de um “Órgão 2” para ao menos dividir com o público o dinheiro dos nossos impostos investido nele, parece estar-se inaugurando uma nova fase da história do serviço público e das relações entre Estado e sociedade no Brasil que é difícil saber se devemos comemorar ou lamentar.
Seria aquele em que teremos de escolher entre aceitar a perda do Estado que já esta mesmo perdido e criar outro paralelo que nos conceda ao menos um pedaço dos seus recursos traduzidos em serviços, ou continuar sonhando que, um dia, pelo menos aqueles “direitos adquiridos” mais acintosos que nos deixam no mato sem cachorro, rodarão num “choque de gestão” capaz de remover 500 anos de entulho legislativo e judiciário acumulado, pedrinha por pedrinha, sempre a favor do mesmo “lado”. E ainda rezar para o Bom Jesus dos Inocentes para demorar mais para acontecer com o "Estado 2" o que já aconteceu com o "Estado 1"
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A segunda manchete do mesmo O Globo pode ajudá-lo a pensar esse dilema. Ela informa que os gastos do governo federal sobem continuamente desde 1997, data em que pesavam 14% do PIB e a arrecadação da União andava nos 18,1% do PIB, e hoje já chegaram a 18,8% do PIB enquanto a arrecadação (só da União) passou a pesar 25,3% do PIB, aí incluído todo o enorme crescimento do PIB ocorrido nesse intervalo.
Mesmo assim, desse novo total, 72,5% já são queimados nas despesas com “aposentadorias, transferências sociais, seguro-desemprego e abono salarial”.
Quanto aos benefícios colhidos pela população em função da apropriação dessas fatias adicionais do PIB por “eles”, nem é preciso falar: você os conhece melhor que ninguém.
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Depois de esclarecido o “caso do aeroporto”, os sherloques da imprensa especializados em mistérios da aviação civil têm tempo de sobra para investigar as viagens clandestinas de Rosemary Noronha a bordo do Aerolula

http://linkis.com/veja.abril.com.br/bl/Hog2O

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Em 2 de agosto, no noticiário sobre a escala em Montes Claros da trupe governista, a Folha de S. Paulo expôs na vitrine o lixo despejado pelo palanque ambulante e escondeu a vassoura finalmente sobraçada por um oposicionista de alta patente. “Dilma e Lula ironizam Aécio por ter feito aeroporto em terra de tio”, berrou a manchete da página A6. Três dias antes, num artigo publicado no mesmo jornal, o candidato do PSDB à Presidência admitiu ter usado quatro ou cinco vezes o aeródromo de Cláudio, reconheceu que deveria ter verificado previamente a situação legal da pista e, de novo, provou que não cometeu nenhuma irregularidade.
Alheios às explicações de Aécio, o enviado especial abriu a reportagem com a transcrição sem ressalvas do palavrório de Dilma. “Nós aumentamos a capacidade dos aeroportos em 67 milhões de passageiros e ninguém ficou com a chave desses aeroportos”, elogiou-se a supergerente que só sabe fazer puxadinhos, enxerga multidões inexistentes nos saguões, inventou a privatização com codinome, entregou a empreiteiros amigos as chaves dos principais aeroportos e mantém engavetados os 800 novinhos em folha que prometeu inaugurar ainda em 2014.
O desfile de fantasias, insultos insinuados e bazófias difamatórias prosseguiu com a reprodução de um trecho da entrevista de Lula àGazeta do Norte de Minas: “O Estado não pode ser tratado como propriedade para benefício de uma família”, provocou o ex-presidente ao comentar o “caso do aeroporto”. Mesmo para a oposição mais gentil da história  republicana, passou da conta a aula de ética proferida pelopai do Lulinha e provedor de Rosemary Noronha. Só então, pela primeira vez desde a divulgação parcial das maracutaias descobertas pela Polícia Federal em novembro de 2012, o oportunista que vive confundindo o público e o privado foi confrontado com o escândalo que protagonizou ao lado de Rosemary Noronha.
Coube ao ex-deputado Pimenta da Veiga cutucar a fratura exposta: “Misturar assuntos pessoais com assuntos de governo não é prática do PSDB”, advertiu a nota oficial divulgada pelo candidato do PSDB ao governo mineiro, antes da frase de 23 palavras que merecia virar manchete de primeira página em todos os jornais que prezam a inteligência dos leitores: “O presidente perdeu mais uma boa oportunidade para dar as explicações que o Brasil aguarda há muito tempo sobre pessoas da sua intimidade”.
Embora Pimenta da Veiga não tenha identificado pelo nome e sobrenome a larápia que o então chefe de governo transformou em segunda-dama, chefe do escritório paulista da presidência e passageira clandestina do AeroLula, a Folha tratou  de confinar o histórico revide em dois parágrafos. O Globo e o Estadão, que também destacaram o lixo, não concederam uma única e escassa linha à vassoura desfraldada por Pimenta da Veiga. Cabe ao exército de Aécio intensificar a ofensiva até que Lula já não possa fingir que nada ouviu, até que a imprensa dócil seja forçada a curar a miopia seletiva.
É hora de trocar mensagens cifradas por recados com todas as letras. Os oposicionistas sem medo precisam deixar claro que Lula deixou de ser inimputável., e que a licença para pecar ultrapassou o prazo de validade. Como registra o post reproduzido na seção Vale Reprise, faz 620 dias que o chefão da seita foge de pelo menos 40 perguntas vinculadas ao caso Rose. Faz mais de um ano e meio que a oposição e os bravos rapazes da imprensa se dispensam de perguntar-lhe o que não tem resposta.
Durante 10 dias, repórteres dos três maiores diários brasileiros exigiram que Aécio Neves revelasse quantas vezes utilizara o “aeroporto” de Cláudio. Agora que o segredo foi desvendado, os sherloques especializados em mistérios da aviação civil têm tempo de sobra para investigar o enigma muito mais relevante. Para facilitar o trabalho dos repórteres, a coluna enfileira dez perguntas que envolvem a dupla Lula e Rosemary.
1. Quantos vezes o Aerolula decolou com Rosemary Noronha a bordo?
2. Quais os motivos da inclusão de Rose na comitiva presidencial em pelo menos 20 viagens internacionais?
3. Por que foi contemplada com um passaporte diplomático?
4. Quem autorizou a concessão do passaporte?
5. Por que o nome de Rosemary Noronha nunca apareceu nas listas oficiais de passageiros do avião presidencial divulgadas pelo Diário Oficial da União?
6. Quem se responsabilizou pelo embarque de uma passageira clandestina?
7. Por que Marisa Letícia e Rose não eram incluídas numa mesma comitiva?
8. Quais eram as tarefas confiadas a Rose durante as viagens?
9. Todo avião utilizado por autoridades em missão oficial é considerado Unidade Militar. Os militares que tripulavam a aeronave sabiam que havia uma clandestina a bordo?
10. Como foram pagas e justificadas as despesas de uma passageira que oficialmente não existia?
Não é tudo. Mas já basta para autorizar a decolagem rumo a verdades que os culpados escondem desde 23 de novembro de 2012.

Decreto 8.243 – E aí, senadores? Vossas Excelências caíram na conversa de Gilberto Carvalho? Estão dispostos a ficar de joelhos diante de seus comandados?

05/08/2014
 às 15:26


Que homem notável este Gilberto Carvalho, uma figura meio sinistra que a própria Dilma Rousseff mantém a contragosto no Palácio do Planalto. É que ela não tem poder para desafiar Lula e mandar embora o seu espião. Nesta terça, ele foi ao Senado para tentar convencer os parlamentares que o Decreto 8.243, aquele, dos conselhos, não passa de um mero disciplinamento da chamada participação popular, sem maiores implicações.
É mesmo? Se assim é, por que, então, tratar da questão por meio de um decreto, que não pode ser emendado pelos parlamentares, em vez de um projeto de lei, que permite que o Congresso participe do debate? Nesta terça, Carvalho estava mansinho, falava como quem quer negociar. Há pouco mais de uma semana, afirmou que o governo iria para a “guerra”. Sim, ele empregou a palavra “guerra”. Há três semanas, anunciou um segundo decreto, aí para incluir os tais conselhos no Orçamento da União. Ou por outra: Carvalho decidiu estatizar a participação popular.
O ministro foi ao Senado com a sua conversinha de cerca-lourenço, afirmando que o texto não cria nenhum conselho novo. E daí? Isso é o de menos! Mas estabelece que os órgãos federais devem passar a operar com eles — logo, a sua criação passa a ser uma diretriz legal. O texto é de tal sorte autoritário que define o que é sociedade civil — uma definição exótica, para dizer pouco — e institui uma espécie de Justiça paralela à medida que cria uma certa “mesa de negociação” que seria encarregada de mediar conflitos que envolvam questões sociais. Invasão de propriedade privada, por exemplo? Nada de liminar de reintegração de posse! Antes, uma conversinha em que invasores e invadidos sejam postos em pé de igualdade.
O ministro tentou fazer de conta que o assunto não tem grande importância e que está sendo magnificado pelos adversários do PT. Ora, se não tem, por que tanto empenho em aprová-lo, meu senhor? Permita, então, que o Parlamento brasileiro dê a sua opinião a respeito, em vez de governar por decreto.
Carvalho quer dar o primeiro passo da República Bolivariana Brasileira, com o governo federal assaltado por milícias, disfarçadas de conselhos, que imporão no berro a sua vontade ao eleito. É uma forma de o PT se eternizar no poder mesmo sem vencer eleições, já que esses “movimentos sociais” que formam os tais “conselhos” são meras extensões do partido.
Caia na sua conversa quem quiser. Se e quando chegar a existir o esquema que Carvalho tem em mente, o Congresso brasileiro, escolhido por 140 milhões de eleitores (em 2014), perderá prerrogativas para algumas centenas de “conselheiros”, eleitos por ninguém, controlados pelo PT.
O golpe é escandalosamente explícito. Vade retro!
Por Reinaldo Azevedo

PF intima delegado que denunciou fábrica de dossiês no governo Lula

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/pf-detem-delegado-que-denunciou-fabrica-de-dossies-no-governo-lula


Robson Bonin e Felipe Frazão
APARELHO CLANDESTINO - Romeu Tuma Junior: "Recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo"
APARELHO CLANDESTINO - Romeu Tuma Junior: "Recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo" (Paulo Vitale/VEJA)
(Atualizado às 15h)
Por volta da 11 horas desta terça-feira, quatro policiais federais estiveram no escritório do delegado Romeu Tuma Júnior, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, com ordens para conduzi-lo coercitivamente à Superintendência da Polícia Federal. Tuma Júnior se recusou a acompanhar os agentes, alegando que a condução era ilegal.

Mais tarde, ele compareceu à sede da PF para prestar esclarecimentos sobre o livro Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado (Topbooks; 557 páginas), que narra os bastidores do que ele viu, ouviu e, principalmente, acompanhou de perto quando ocupou o cargo de ex-secretário Nacional de Justiça do governo Lula
Tuma Júnior afirmou que passou cerca de 40 minutos na sede da PF, mas não respondeu a nenhuma pergunta. Ele disse que já havia prestado esclarecimentos sobre o conteúdo do livro em procedimento aberto pela Delegacia Fazendária no ano passado – não há inquérito contra ele. "Hoje só registrei meu repúdio, já havia sido ouvido. Apontei minha repulsa em se conduzir um advogado coercitivamente sem comunicar à OAB. A polícia está aparelhada, a gente nunca sabe o que vai acontecer", afirmou.
Na chegada dos policiais ao escritório de Tuma Júnior, houve discussão e muito bate-boca. O delegado Fabrizio Galli, da Delegacia Fazendária, afirmou que Tuma Júnior recebeu intimações prévias, mas não compareceu para prestar depoimentos.
Em seu livro, o delegado revelou que a estrutura do governo petista era usada para produzir dossiês contra adversários políticos. Ele também teria ouvido do ministro Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula, a confissão de que o ex-prefeito de Santo André Celso Daniel teria sido assassinado depois de descobrir um esquema clandestino de arrecadação de dinheiro para beneficiar o PT. Atual secretário-geral  da Presidência da República, Carvalho, segundo o relato do delegado, teria confessado também ter transportado dinheiro de corrupção para abastecer o caixa eleitoral do PT.
Tuma Júnior se recusou a acompanhar os agentes, alegando que a condução era ilegal. Ele disse que um dos federais informou apenas que estava cumprindo “ordens de Brasília”. “Estive lá na PF um vez e nem inquérito havia”, disse o delegado. Isso é perseguição política”, afirmou.

VAMOS EXPULSAR OS CANALHAS DA POLÍTICA?

Anhangüeraooo exame


A revista Exame desta semana estampa na capa o mesmo estilo de aviso que o Banco Santander deu aos seus clientes especiais.
No site da revista, uma boa ideia, em artigo que mostra locais inusitados onde se está colocando propaganda.

Veja lá, no quarto local descrito:
“É muito difícil chamar a atenção de políticos. Parece que a única coisa que importam a eles é a própria imagem. Pois bem, o site russo Ura.ru criou uma ação onde foram pintadas caricaturas do vereador, prefeito e governador da cidade, adicionando a elas uma frase tirada de um discurso feito na candidatura em relação aos buracos e que não foi cumprido. A criação é da Voskhod.”

Seguindo a linha, senhores políticos das oposições, que tal passar vídeos com a gravação das promessas dos políticos – em locais apropriados, como junto aos buracos das estradas, ruínas da transposição do Rio S. Francisco e portas de escola e colocar cartazes com as promessas? O youtube está lotado de promessas vazias de políticos safados.
Cadê as seis mil creches prometidas?
Cadê o aumento de vagas nas escolas? Porque estamos disputando os últimos lugares do mundo em educação?
Cadê a segurança nas ruas? Como explicam o aumento da violência no País nos últimos doze anos?
Cadê a transposição do S. Francisco, prometida para 2012?
Cadê o trem-bala? Por que parou? Parou por que?
Cadê o aumento do número dos leitos de hospitais?
Por outro lado, senhores políticos: parem de fazer promessas genéricas. Prometam apenas o que sabem que poderão cumprir – com datas e prazos, e queiram cumprir aquilo que prometerem. Senão, não serão eleitos nunca mais.
Eleitores: façam anotações, gravem vídeos. Jamais votem em um político que falte com uma promessa.

E aí? Vamos expulsar os canalhas da política?

Vocês tem uma oportunidade de ouro. Dia 05 de Outubro está logo aí…

Farsa reveladora - Merval Pereira


 O Globo
Se juntarmos as pressões bem-sucedidas sobre o Tribunal de Contas da União (TCU) para retirar o Conselho de Administração da Petrobras do rol dos culpados pelo prejuízo causado pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, à denúncia de que o depoimento de ex-diretores da estatal na CPMI do Congresso não passou de uma farsa, já que eles tiveram acesso antecipado às perguntas, e foram treinados sobre qual resposta dar, temos mais um grande escândalo envolvendo o Palácio do Planalto e, pelo menos indiretamente, a própria presidente Dilma Rousseff.
Ela foi a principal beneficiária da decisão do TCU de não incluir o Conselho na relação dos culpados, pois o presidia à época em que a compra da refinaria foi aprovada. O próprio ex-presidente Lula entrou no circuito, pressionando seu ex-ministro José Mucio — e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acompanhou o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, a uma audiência com o presidente do TCU para tentar adiar a decisão.
Os demais diretores da Petrobras tiveram seus bens bloqueados e responderão a um processo, inclusive a atual presidente Graça Foster, excluída da lista inicial por um engano do TCU que será sanado ainda esta semana. A reação de vários deles foi de denunciar a responsabilidade de Dilma e de todo o Conselho na compra, o que parecem dispostos a repetir na investigação do Tribunal de Contas.
Não é à toa, portanto, que o ex-presidente José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor Nestor Cerveró, acusado por Dilma de ser o responsável por um relatório falho que teria levado o Conselho a tomar uma decisão errada, foram tratados a pão de ló pelos assessores governamentais e líderes do PT, que trataram de lhes preparar não apenas as perguntas, mas também as respostas, para que os depoimentos na CPI da Petrobras tivessem aparência de coerência.
A denúncia da revista “Veja”, com base em uma gravação clandestina feita por alguém presente em uma reunião na qual o assunto foi tratado em Brasília, mostra que o próprio relator da CPI no Senado, o petista José Pimentel, usou a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o diretor da estatal e seu ex-presidente José Eduardo Dutra para passar para os ex-diretores que iriam depor as perguntas que seriam feitas.
Na reunião gravada aparecem o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o chefe do departamento jurídico do escritório, Leonan Calderaro Filho, e um advogado da estatal, Bruno Ferreira, conversando sobre a melhor estratégia para encaminhar as perguntas.
Segundo Barrocas, as perguntas teriam sido formuladas pelo assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência Paulo Argenta; pelo assessor Marcos Rogério de Souza, da liderança do governo no Senado; e por Carlos Hetzel, assessor da liderança do PT na Casa. A participação do assessor da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência leva o escândalo para o Planalto, onde trabalha seu chefe, o deputado Ricardo Berzoini, o mesmo envolvido na eleição de 2006 no escândalo dos aloprados.
De acordo com declarações dos participantes da reunião, o senador petista Delcídio Amaral, que já foi diretor da Petrobras e é apontado como próximo a Cerveró, foi o intermediário para que chegassem a ele o que chamam cinicamente de “gabarito”, isto é, as perguntas e as respostas certas, como se tivessem conseguido antecipadamente o resultado certo de um vestibular.
Era “pule de dez”, como se diz no Jóquei quando um cavalo favorito vence o páreo, que a CPI sobre a Petrobras seria uma enganação, pois o governo, tendo a maioria, a controlaria. Mas o que não se sabia é que o caso é tão perigoso para o governo que seria necessário armar uma farsa mais ampla que a pura negligência na apuração. 
Pela reação dos ex-diretores da Petrobras acusados pelo TCU, enquanto tudo não for resolvido da melhor maneira para eles, pairará sobre o Palácio do Planalto a ameaça de revelações que até agora foram contidas por movimentos radicais como a farsa da CPI. O ex-presidente Gabrielli, que já dissera que a presidente Dilma não pode fugir “de suas responsabilidades”, está calado, mas outros diretores anunciaram que não aceitarão a culpa sozinhos.
A ousada manobra para ajudá-los na CPI do Congresso dá bem a mostra do poder de fogo que têm. E dizem que a construção da refinaria Abreu e Lima é muito mais problemática do que a compra da refinaria de Pasadena...