quarta-feira, 14 de março de 2012

Jovens e adultos jovens descrentes?



Carlos Vieira
Há algum tempo que venho observando um fato sério e curioso com relação à repercussão da minha Coluna nas redes sociais e mesmo fora delas. Quando escrevo sobre questões da subjetividade humana, ou melhor, sobre sentimentos e conflitos psíquicos, tenho uma considerável crítica e resposta do leitor. Escrever sobre ciúme, inveja, gratidão, temas relativos ao “vazio existencial”, ou seja, criar um diálogo sobre nuances da alma humana, parece que toca fundo no coração das pessoas. Outro dia, uma pessoa afirmou: “Puxa, o escrito desta semana parece que foi para mim!”.É claro que fiquei contente e feliz . Lembro-me de uma passagem em “Poesia”, um dos belos ensaios de Jorge Luis Borges, ícone da Literatura Universal, escrito em seu livro “Sete Noites” no qual ele afirma:”A poesia é o encontro do leitor com o livro, a descoberta do livro”. Eu acrescentaria que a escrita, a intuição do escritor só é arte quando o mesmo apreende fatos da experiência subjetiva do leitor, nem sempre consciente dos mesmos, e ele, leitor se vê no texto.
Acontece que quando escrevo temas de ordem política, denunciando aspectos da situação atual, corrupção; crimes das “gangues institucionais” que vociferam o dinheiro dos nossos impostos pagos com imenso sacrifício; verbas desviadas para benefício próprio dos “ homens do poder” e outras tantas perversidades governamentais e empresariais que assolam a população brasileira, exceto a classe dominante, não há ressonância nos jovens e adultos jovens que me lêem.
O que se pode depreender dessa observação? Penso que essa reação de anestesia, de total indiferença aos problemas sociais, de falta de movimentos estudantis como outrora, de descrença no “ homem político” e principalmente da perda do resgate de princípios éticos da maioria dos governantes, criam em nossos jovens uma vida egocêntrica mais do que” social-ista” É bem verdade que não estou generalizando, mas não é uma inverdade perceber a considerável alienação ideológica atual.
Onde estão os grêmios literários, os grupos de estudos sobre política, literatura, questões sociais? As escolas de primeiro e segundo o que andam fazendo no sentido de politização da juventude? O lema atual é: o melhor colégio é aquele que prepara para o vestibular! Esse sim, atende aos anseios da sociedade pós-moderna, sociedade centrada no consumo, no enriquecimento desvairado e na busca do prazer pelo prazer. Ninguém ensina princípios éticos, filosóficos, humanistas, nem nas Universidades. Pensar a condição humana, ler história, política, literatura, poesia, por exemplo, é uma grande perda de tempo. Para que? Mesmos os adultos e homens de ciência e política não se reúnem mais em Organismos para pensar as questões do nosso país. Que os jovens reflitam, pois eles serão os futuros administradores do nosso Brasil!
Termino minha escrita hoje com mais um trabalho de Jorges Luis Borges, esse homem controvertido politicamente, no entanto um escritor, poeta, pensador que viveu querendo decifrar os “labirintos” da vida humana, e graças a ele não conseguiu: deixou uma riqueza de inquietações sábias sobre todos nós. 

“O que sonhará o indecifrável futuro? Sonhará que Alonso Quijano pode ser Dom Quixote sem deixar sua aldeia e seus livros. Sonhará que uma véspera de Ulisses pode ser mais pródiga que o poema que narra seus trabalhos. Sonhará gerações humanas que não reconhecerão o nome de Ulisses. Sonhará sonhos mais precisos que a vigília de hoje. Sonhará que poderemos fazer milagres e que não os faremos, porque será mais real imaginá-los. Sonhará mundos tão intensos que a voz de uma única de suas aves poderia matar-te. Sonhará que o esquecimento e a memória podem ser atos voluntários, não agressões ou dádivas do acaso. Sonhará que veremos com todo o corpo, como queria Milton desde a sombra desses suaves orbes, os olhos. Sonhará um mundo sem a máquina e sem essa dolente máquina, o corpo. A vida não é um sonho, mas pode chegar a ser um sonho, escreve Novalis.”
Do livro “Os Conjurados”, a prosa poética – Alguém Sonhará. Jorge Luis Borges, Obras Completas III, Editora Globo, São Paulo, 1999.
Carlos A. Vieira, médico, psicanalista da Soc. de Psicanálise de Brasilia e membro da FEBRAPSI-IPA-London.

Senado vira casa mal-assombrada (Editorial)



O Globo
Outrora instituição que mantinha distância dos casos rumorosos ocorridos na Câmara, o Senado acabou contaminado pelo processo de degradação da qualidade da representação política em curso nos últimos anos.
Atingidos por escândalos e ameaçados de condenação por falta de decoro, senadores tiveram de renunciar, quebrando aquela imagem de clube de elite construída durante décadas pela Casa.
Mais recentemente, em 2009, descobriram-se centenas de atos secretos pelos quais senadores e até funcionários poderosos praticaram o nepotismo sem pudores.
Reportagens do GLOBO revelam, agora, outro desvio ético de Suas Excelências: em mais uma demonstração de descaso com o destino do dinheiro do contribuinte, pelo menos um terço dos senadores — 25 dos 85 — não teve outro cuidado ao preencher vagas em seus gabinetes a não ser o de praticar o mais deslavado empreguismo.
Seja em Brasília ou em escritórios regionais, estes senadores empregaram gente que não comparece ao local de trabalho. Há estudante no exterior, médicos e advogados que dão expediente em seus escritórios e em clínicas.
Estão, é claro, liberados pelo respectivo empregador de bater ponto, como qualquer trabalhador do setor privado. O Senado virou uma generosa residência de servidores fantasmas.
A prática é pluripartidária. Foi adotada tanto por senador do DEM (José Agripino, Rio Grande do Norte), como do PV (Paulo Davim, do mesmo estado) ou PMDB (Renan Calheiros, Alagoas). Quando se trata de privatizar, no mau sentido, o dinheiro público, muitos se nivelam por baixo.
Aumenta a sangria do Tesouro a manobra de senadores de dividir a verba de gabinete em grande número de auxiliares — como não há concurso, podem ser aparentados, cabos eleitorais etc.
A lotação normal de um gabinete seria de 12 comissionados, mas, para atender a interesses difusos — familiares, paroquiais ou o que seja —, chegam a multiplicar este número por mais de cinco vezes. Ivo Cassol (PR-RO) abriga 67 auxiliares; Clóvis Fecury (DEM-MA), 56; Fernando Collor (PTB-AL), 54, e por aí segue.
A divisão da verba entre muitos cria uma despesa adicional, a do vale-refeição. Como o benefício é pago pessoa a pessoa, o que custava R$ 7,4 milhões por ano subiu para R$ 19,1 milhões, um salto de 158%.
Mas, como é a “Viúva” que paga, ninguém em Brasília se preocupa, só no “Brasil real”, onde há fábricas, escritórios etc. cuja renda sustenta a obesa máquina pública distribuída pelos Três Poderes.
Também não há cuidado com a vida pregressa do comissionado. Se a Ficha Limpa valesse para eles — medida a ser estudada —, alguns não teriam conseguido a “boquinha”.
Espera-se, a propósito, que a declaração da constitucionalidade da Ficha Limpa, pelo Supremo, seja um marco da reversão desta degradação, incentivada pelo modelo de relacionamento em bases fisiológicas estabelecido no lulopetismo pelo Planalto com o Congresso.
Também não seria pedir demais que acabem com o “senador sem voto”, o suplente escolhido pelo titular sem consulta ao eleitor. Há, hoje, 14 destes senadores, 17% do total, tão legítimos quanto os biônicos da ditadura.
Darcy Ribeiro dizia que o Senado era como o céu, com a vantagem de não ser preciso morrer para entrar nele. Pois para o contribuinte e a sociedade em geral tem sido um inferno.

Mutuário pode transferir financiamento da casa própria de banco e pagar menos por ele


Direito é garantido por lei desde 2008. Mas instituições não informam seus clientes


Brasília - Poucos mutuários sabem, porque os bancos não informam, mas é possível pechinchar uma redução substancial de custos nos contratos antigos de financiamento da casa própria. Essa renegociação tornou-se ainda mais atrativa nos últimos meses, por conta da redução dos juros básicos da economia, que na última semana caíram à casa de um dígito (9,75%). Mas um acordo fechado entre os bancos dificulta o acesso dos mutuários à informação de que a lei garante o direito de transferir o financiamento da casa própria de um banco para outro, sem custos, da mesma forma como se pode mudar de operadora de celular mantendo o mesmo número.
O governo ajudou nesse acordo informal entre as instituições, não dando a devida publicidade à regulamentação da lei que permite, desde 2008, a transferência (portabilidade) do financiamento. Mas as normas são claras. Se o cliente encontrar uma condição melhor, pode levar o crédito habitacional para outro banco ou usar isso como barganha para reduzir a prestação do imóvel.
A tarefa nem sempre é fácil. O professor de filosofia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fernando Muniz, travou uma luta contra o Santander, por um ano, até conseguir transferir o financiamento do seu apartamento em Ipanema para o Banco do Brasil.
— Como você fica amarrado ao banco, ele impede que você tenha um benefício garantido por lei — destaca Muniz, acrescentando que, depois de finalmente concretizar a transferência, a prestação do seu financiamento caiu de cerca de R$ 3 mil para cerca de R$ 2,7 mil, com o mesmo prazo.
Um mutuário que tenha financiamento do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) pelo sistema SAC, de R$ 200 mil, à taxa de 11% ao ano, mais TR, e dez anos ainda por vencer, paga, em média, prestação de R$ 3.413,59. Se esse mutuário renegociar o financiamento por uma taxa de 9%, o valor da parcela cairá para R$ 3.108,13. E o saldo devedor ainda será reduzido em quase R$ 20 mil.
De acordo com as normas do BC, os bancos não podem cobrar taxas de quem transferir seu financiamento de instituição, nem Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), se o saldo levado for idêntico. Ao migrar, o banco tem que calcular o valor atual da dívida, descontado o juro embutido nas parcelas a vencer. Ao mutuário, só cabe arcar com os custos de cartório, que podem ficar em cerca de 1% do valor do imóvel.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Octavio de Lazari Junior, nos últimos dois anos, as taxas do SFH caíram de 12% ao ano (teto tradicionalmente cobrado) para um valor médio de 9,5% a 10% ao ano. Não há estatísticas precisas sobre os juros cobrados nesse mercado, mas a queda foi confirmada por todas as fontes ouvidas pelo GLOBO. Lazari confirma a aversão dos bancos à portabilidade, mas justifica:
— Se as migrações se tornarem frequentes, os bancos terão direito de colocar cláusulas nos contratos (futuros) prevendo que a taxa poderá subir se a condição do mercado mudar. Ou seja, os bancos podem restringir mais (o crédito imobiliário).
O diretor de uma grande instituição vai além e diz que, se um banco de menor porte adotasse uma posição mais agressiva — tentando atrair clientes antigos com juros menores —, os concorrentes poderiam se unir contra ele para fazer com que a instituição sofresse retaliação do mercado.
Com todos esses problemas de comunicação, a portabilidade ainda engatinha no Brasil. De todos os créditos — incluindo financiamento de casas, veículos e outros parcelamentos — houve uma migração de apenas R$ 4,3 bilhões em 2011. No entanto, o BC ressalta que o poder da medida é muito maior, porque, na maioria das vezes, o cliente negocia as taxas no banco onde já é cliente e acaba desistindo de migrar depois de conseguir juros mais baixos.
Essa prática é comum, segundo outros dois participantes do mercado. Os bancos não querem perder um bom pagador e os clientes levam em conta esse relacionamento, antes de mudar. Até porque, em geral, além do crédito imobiliário com a instituição, os clientes acabam adquirindo também cartões de crédito, seguros vinculados ao financiamento, entre outros serviços.
Hoje, existem menos barreiras para comprar a casa própria — esse é o tipo de crédito que mais cresce no país, 44,5% de aumento nos últimos 12 meses. Os bancos passaram a aceitar prazos mais longos e uma parcela maior de financiamento, sobre o preço do imóvel. Segundo a Abecip, o percentual médio financiado subiu de 50%, em 2007, para 63% do total do imóvel, no ano passado. Prazo de 30 anos para a quitação também é mais comum hoje do que há dois anos. Tanto que o dado mais recente do BC mostra que há R$ 205,9 bilhões em contratos em andamento no Brasil. Um recorde histórico, mas ainda pouco, se comparado a países mais desenvolvidos.
Casos em que seguro embutido nas prestações pode garantir quitação
O mutuário muitas vezes ignora algumas cláusulas do contrato de financiamento da casa própria que podem beneficiá-lo no futuro. Uma delas é referente ao seguro embutido nas prestações. Além de proteger o imóvel contra incêndios ou desmoronamentos, o seguro serve para quitar a dívida em caso de invalidez ou morte. Alguns casos de clientes com doenças graves como câncer e Aids também dão direito ao seguro — mas isso depende de uma avaliação individual.
Segundo a Caixa Econômica Federal (CEF), o direito à quitação da dívida só é válido se houver invalidez total e permanente do indivíduo. No Sistema Financeiro da Habitação (SFH), invalidez total e permanente é a incapacidade total ou definitiva para o exercício da ocupação principal e de qualquer outro tipo de trabalho por doença ou acidente.
Quem financiou e depois adoeceu precisa de um laudo de médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para conseguir o benefício. O banco ressalta que a doença precisaria ter sido declarada na proposta de seguros (DPS) ou adquirida depois da data de assinatura do contrato.
Se o financiamento não foi feito no nome de uma única pessoa, só a parte de quem faleceu ou de quem ficou doente é saldada. Mas se quem ficou inválido, na hora de assinar o contrato, havia contribuído com 100% da renda, a dívida será totalmente quitada. Se na composição da renda contribuiu com metade, terá quitada apenas essa parcela do contrato, e sua família terá de pagar os 50% restantes da prestação mensal.


Ricardo Teixeira e a janela de oportunidade



Ricardo Teixeira resignou no dia 12 de março e isto é motivo de comemoração comedida. A troca de presidente não altera as estruturas de poder que governam o esporte profissional espelho da cultura popular brasileira.
O ex-genro de João Havelange (e ainda seu protegido) renunciou ao magnânimo posto sobre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) diante de forças superiores e múltiplos ataques, incluindo a perda de espaço na FIFA e o enfraquecimento de sua posição diante da realização da Copa do Mundo de 2014; incluindo a hostilidade do Executivo, não repetindo Dilma o comportamento de Lula para com ele.
Ao analisar as correlações de força do futebol competitivo brasileiro, chegamos a algumas certezas conceituais. Uma delas trata da dominação estrutural de dirigentes semi-profissionais que terminam por fazer do maior espetáculo nacional sua forma de vida através de renda não declarada.
Outra enfrenta a passividade do governo anterior – e do atual – que emparedou o todo poderoso Teixeira em função da mídia internacional e da FIFA e não por lealdade ao programa original da campanha de 2002.
A terceira certeza afirma ser o futebol uma indústria governada de fato pelas duras regras da economia política. Nestas os agentes hegemônicos ditam os padrões técnico-produtivos, como a exigência de elenco grande para atender o calendário múltiplo; estabelecem as barreiras à entrada de novos agentes, como as verbas advindas dos direitos de transmissão, onde Corinthians e Flamengo ganham mais que os demais membros da primeira divisão; e reforçam vínculos político-institucionais que blindam os possíveis réus-cartolas.
Assim procedeu na CPI da CBF-Nike, quando até o livro que dela saíra teve a edição apreendida.
A mudança de elites dirigentes é sempre positiva quando a estrutura dominada é injusta e a alteração foi fruto de lutas prolongadas (a exemplo de paladinos como o jornalista Juca Kfouri), denúncias recentes (vindas do escocês Andrew Jennings) e nova organização social (como a Associação Nacional de Torcedores).
Mas, apenas esta alteração não muda a natureza da instituição. É preciso modificar o processo decisório e aumentar o nível de participação. Saiu Ricardo Teixeira e entra José Maria Marin, um cartola com trajetória no malufismo. Por sorte Marin não é nada legítimo diante dos pares e pode – e deve - vir a cair antes da Copa de 2014.
Talvez seja esta a janela de oportunidade tão esperada para transformar as relações de poder que governam a paixão nacional.

Bruno Lima Rocha é cientista político 

A doação de Lula ao PanAmericano



Elio Gaspari, O Globo
Imagine-se um retorno ao dia 22 de setembro de 2010, em plena campanha eleitoral. Dilma Rousseff tinha 51% na pesquisa do Datafolha e o Planalto procurava se desvencilhar das traficâncias da ex-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.
Um grupo de intelectuais tucanos lançava um manifesto “Em defesa da democracia”, denunciando o aparelhamento do Estado pelo PT.
Imagine-se a publicação da seguinte notícia naquele dia:
“O presidente Lula recebeu hoje o empresário Silvio Santos. Ele foi pedir ajuda para salvar o seu Banco PanAmericano, em cujas contas foi descoberto um rombo de R$ 2,5 bilhões. Em dezembro do ano passado a Caixa Econômica comprou metade da instituição por R$ 739 milhões e Silvio Santos recebeu cerca de R$ 200 milhões por conta dessa operação.
“Para salvar o PanAmericano, será necessária uma injeção do Fundo Garantidor de Créditos, uma instituição privada.
“Lula recebeu Silvio Santos sem que o encontro estivesse previsto na agenda. O apresentador informou que foi ao presidente para pedir uma doação para o Teleton, uma maratona de filantropia popular destinada a ajudar a Associação de Assistência à Criança Deficiente. O Teleton deste ano acontecerá nos dias 5 e 6 de novembro.”
Publicada, essa notícia, animaria a campanha eleitoral, mas tanto o empresário como o governo encobriram o verdadeiro propósito da visita.
A maratona do Teleton arrecadaria R$ 24 milhões, mas o encontro de Silvio Santos com Lula resultou em outra doação, de R$ 2,5 bilhões, da banca que sustenta o Fundo Garantidor de Crédito com o dinheiro que coleta na sua clientela.
Passados dezoito meses da reunião no Planalto, os repórteres Flávio Ferreira, Julio Wiziack e Toni Sciaretta obtiveram de Luis Sandoval, ex-presidente do Grupo Silvio Santos, o tema da conversa com Lula:
“A conversa de que o Silvio tinha ido até lá para pedir uma participação dele no Teleton foi um discurso para a imprensa. Ele foi lá pedir a ajuda do presidente.”
Em tese, Lula poderia fazer muito pouco, pois o dinheiro do FGC não era dele, nem do governo.
Os repórteres perguntaram a Sandoval: “Funcionou?”
“Quando cheguei lá, tive a sensação de que o acordo já estava pronto. Só negociei as condições.”
A empulhação convencional dos hierarcas do Planalto, do Banco Central e da direção do FGC sustentou que os R$ 2,5 bilhões foram injetados no PanAmericano a partir de critérios técnicos. Lorota.
O rombo, chamado inicialmente de “inconsistências contábeis”, não era de R$ 2,5 bilhões, mas de R$ 4,3 bilhões. Ao final, custou R$ 3,8 bilhões ao FGC.
O PanAmericano foi passado ao BTG Pactual em condições companheiras. Seu presidente, Rafael Palladino, e sete diretores estão indiciados em inquérito da Policia Federal. Todos acumularam fortunas pessoais.
Nenhum hierarca do Ministério da Fazenda, da Caixa ou do Banco Central reconheceu ter participado de uma negociação ruinosa.
Resta esperar para que se saiba como o FGC entrou na roda. As chances que isso apareça por iniciativa da oposição são nulas.
Na contabilidade do PanAmericano, a Polícia Federal descobriu consultorias de grão-petistas e R$ 300 mil em doações legais para o partido. Dinheiro ilegal para políticos, só R$ 954 mil para o tucanato alagoano.

Ministro Carlos Ayres Britto é eleito presidente do STF



Magistrado deverá comandar o julgamento do processo do mensalão, previsto para este ano

Do Portal Terra
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O ministro Carlos Ayres Britto foi eleito nesta quarta-feira (14) o novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Britto ocupará o cargo deixado por Cezar Peluso, e o ministro Joaquim Barbosa assumirá a vice-presidência.
A eleição para a presidência do STF ocorre a cada dois anos, baseado em um rodízio por antiguidade na Corte. Ayres Britto não completará o mandato, já que completa 70 anos em novembro, idade da aposentadoria compulsória. Barbosa, então, assumirá o comando do tribunal.
Com uma fala serena e conhecido pela redação de votos poéticos, Carlos Ayres Britto relatou ações polêmicas, como quando deu voto favorável à liberação de pesquisas com células tronco. Em um texto repleto de metáforas, tentou distinguir o "embrião" da pessoa humana, na tentativa de rebater os argumentos de que a Constituição garantiria direitos a partir da fecundação. "Ninguém afirma que a semente já é planta ou que a crisálida é uma borboleta", afirmou o ministro.
No julgamento da Lei da Anistia, foi voto vencido ao classificar os torturadores como "monstros". "O torturador é um monstro, é um desnaturado, experimenta o mais intenso dos prazeres diante dos mais intensos sofrimentos. É uma espécie de cascavel que morde o som dos próprios chocalhos", disse no julgamento.
Na presidência do STF, o ministro deverá comandar o julgamento do processo do mensalão, previsto para este ano.

De olho na luz para o quarto das crianças


Como gerar uma iluminação adequada para proporcionar conforto visual a ambientes infantis

Quartos de crianças e bebês exigem atenção especial quanto à iluminação, se a intenção for criar ambientes versáteis e aconchegantes. A luminotécnica Sandra Thomé explica que, além da escolha das lâmpadas, é preciso usar luminárias que evitem o ofuscamento dos olhos e criem cenários lúdicos e dinâmicos.
luminárias de criança pense imóveis
No quarto da neta Duda, Sandra projetou uma sanca com fita de LED azul e 120 pontos de fibra ótica para dar efeito de céu estrelado. Quando acionado, o lustre promove luz geral, enquanto o abajur de tecido confere luz suave sobre a cômoda.
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De vidro leitoso, com 20cm de altura, este abajur oferece luz difusa.
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Lúdica, a luminária acima tem base de plástico e cúpula de acetato com estampa da personagem Sininho.
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Com LED, a Hello Kitty de acrílico protege a tomada.
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Este miniabajur para tomada é opção para quarto de meninos.
Confira as dicas da especialista> Opte pelo uso de dimerizador para controlar a intensidade de luz.
> Use iluminação em áreas separadas para gerar cenários que propiciem diferentes atividades, como lustres, abajures e lâmpadas embutidas no forro ou marcenaria, que estimulam a hora da brincadeira ou do soninho.
> Se houver possibilidade de trabalhar o forro, crie uma sanca iluminada com fita de LED ou lâmpada fluorescente dimerizada para proporcionar luz tênue sem que a criança tenha contato visual com a fonte de luz.
> Atenção às lâmpadas. Para abajures, eleja as de baixa carga térmica que não emanem calor, como as LEDs, para prevenir acidentes com queimaduras. Dê preferência à tonalidade quente para evitar distorções de cor e dar aconchego ao espaço.
> Se optar por luminária embutida sobre o trocador, prefira as com difusor para ocultar a lâmpada e proporcionar luz suave.
> Nunca use luminária com foco dirigido sobre a poltrona de amamentação. Opte por modelos com luz de rebate para não ofuscar os olhos da mamãe e do bebê.
> Protetor de tomada com luminária é uma boa opção para iluminação noturna, pois oferece luz confortável e segurança às crianças que estão na fase de ter medo do escuro.

Investimentos na região voltam a deixar o Centro de Porto Alegre mais valorizado


Com a ascensão da classe média e obras de melhoria, empresários voltaram a investir no centro da capital gaúcha em busca de um público de maior poder aquisitivo

O centro histórico de Porto Alegre voltou a despertar o interesse de empresários, que, em busca de um público de maior poder aquisitivo, recomeçaram a investir na área. Como mostra matéria de Zero Hora, grandes redes de comércio e restaurantes que cobiçam um público de maior poder aquisitivo estão de olho na região.

A retomada do interesse no centro da capital gaúcha é fruto da ascensão da classe média e das obras de melhoria na região nos últimos anos. De acordo com o coordenador do Projeto Viva o Centro, Glênio Bohrer, desde 2005, a iniciativa liderada pela prefeitura com participação privada, rendeu investimentos ao redor de R$ 80 milhões.

Diversas inaugurações ocorreram em espaços de antigas galerias, cinemas e espaços antes ocupados por negócios populares. A Paquetá da esquina da Rua dos Andradas com a Avenida Borges de Medeiros foi feita para atender à um público mais exigente. Inaugurada em novembro de 2011, a obra teve um investimento de R$ 1 milhão.

Outro exemplo é da Lojas Renner que prepara inauguração de uma loja no antigo prédio da Livraria do Globo, na Andradas, tombado como patrimônio histórico de Porto Alegre. A estrutura do prédio foi mantida com a reforma. Foram restaurados parapeitos, paredes de tijolo à vista e tubulações aparentes em um projeto com investimento de R$ 14 milhões.

Assim como a obra da Renner, essa redescoberta do comércio do Centro se dá em harmonia com as características históricas e culturais da região.
Pontos de interesse
A ruas Duque de Caxias, Bento Martins e General Cipriano Ferreira são alguns dos endereços de destaque do Centro de Porto Alegre, devido ao sucesso de espaços de lazer na área.

A champanharia Ovelha Negra está na esquina da Bento Martins desde 2004 e foi uma das primeiras a popularizar o espumante e já mostra uma tendência. Há três meses, foi inaugurada a Six Champanheria e Charutaria, na esquina da  Cipriano Ferreira. O local tem uma sala dedicada para apreciadores para quem quiser fumar.

O Mercado Público é outro ponto de encontro no centro. Alvo predileto dos turistas na área, os temakis do sushiman Rodrigo Farias de Oliveira, o Seninha, viraram febre entre os apaixonados por comida japonesa.

A Uruguai também está na lista de ruas valorizadas. Instalado há 15 anos no local, o Café à Brasileira consolidou seu espaço, apostando na classe média e média alta.

Em breve, outra cafeteria promete virar um point do bairro. O terceiro andar da nova loja Renner da Rua da Praia será ocupado pelo Café do Porto com direito a um memorial que oferecerá interatividade entre cultura e consumo.