segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Europa: Jihadistas Levam Vantagem nos Benefícios do Sistema de Bem-Estar Social


  • Ao mesmo tempo que embolsava dinheiro dos contribuintes suíços, Abu Ramadan, conhecido salafista, pediu a introdução da Lei Islâmica (Sharia) na Suíça, urgindo os muçulmanos para que evitem se integrar na sociedade suíça. Ele também ressaltou que muçulmanos que cometem crimes na Suíça não devem estar sujeitos às leis suíças.
  • "O escândalo é tão grande que é difícil de acreditar. Aos imãs que pregam ódio contra cristãos e judeus, que criticam a depravação do Ocidente, são concedidos asilo e eles vivem confortavelmente como refugiados recebendo os proventos da assistência social. Tudo isso com a cumplicidade de autoridades covardes e incompetentes que dão carta branca aos assistentes complacentes e ingênuos do sistema de asilo e de bem-estar social". − Adrian Amstutz, parlamentar suíço.
  • Autoridades municipais em Lund continuam determinadas: elas lançaram um projeto piloto destinado a fornecer aos jihadistas suecos, que estão retornando da Síria: moradia, emprego, educação e ajuda financeira - tudo graças aos contribuintes suecos.
Um imã líbio que pediu a Alá que "elimine" todos os não muçulmanos, recebeu mais de US$600.000 em proventos de assistência social do governo suíço de acordo com a emissora suíça SRF.
Abu Ramadan chegou à Suíça em 1998, a quem foi concedido asilo em 2004 por alegar que o governo líbio o estava perseguindo por sua afiliação à Irmandade Muçulmana. Desde então Ramadan recebeu US$620.000 em proventos de assistência social, de acordo com a SRF.
Embora Ramadan esteja morando na Suíça há quase 20 anos, ele mal fala francês ou alemão e nunca teve um emprego fixo. Ramadan, de 64 anos, logo terá direito de receber uma pensão estadual suíça.
Ao mesmo tempo que embolsava dinheiro dos contribuintes suíços, Ramadan, conhecido salafista, pediu a introdução da Lei Islâmica (Sharia) na Suíça, urgindo os muçulmanos que evitem se integrar na sociedade suíça. Ele também ressaltou que muçulmanos que cometem crimes na Suíça não devem estar sujeitos às leis suíças. Em um sermão proferido por Ramadan recentemente em uma mesquita perto de Berna, ele assinalou:
"Oh, Alá, peço-lhe que destrua os inimigos de nossa religião, destrua os judeus, os cristãos, os hindus, os russos e os xiitas. Deus, peço que os destrua a todos e que devolva ao Islã sua antiga glória."
Saïda Keller-Messahli, uma ativista dos direitos humanos suiça/tunisiana realçou que Ramadan é perigoso devido à sua oposição à integração muçulmana: "não se trata de alguém que estimule abertamente a jihad, mas ele semeia em solo fértil para tanto".
Adrian Amstutz, deputado federal jogou a culpa da situação no multiculturalismo suíço:
"O escândalo é tão grande que é difícil de acreditar. Aos imãs que pregam ódio contra cristãos e judeus, que criticam a depravação do Ocidente, são concedidos asilo e eles vivem confortavelmente como refugiados recebendo os proventos de assistência social. Tudo isso com a cumplicidade de autoridades covardes e incompetentes que dão carta branca aos assistentes complacentes e ingênuos do sistema de asilo e de bem-estar social".
Beat Feurer, assessor parlamentar municipal em Biel, cidade suíça onde Ramadan vive há 20 anos solicitou às autoridades suíças que dessem início a uma investigação: "pessoalmente, sou da opinião que essas pessoas não têm nada para fazer aqui. Elas devem ser expulsas".
O escândalo de Ramadan é recorrente em países da Europa, onde potencialmente milhares de jihadistas violentos e não violentos estão usando proventos de assistência social para financiar suas atividades. O guia para os jihadistas no Ocidente - "Como Sobreviver no Ocidente" - emitido pelo Estado islâmico em 2015 orienta: "se você tiver condições de reivindicar benefícios extras de um governo, reivindique!".
Na Áustria mais de uma dezena de jihadistas amealharam proventos de assistência social para financiar suas viagens à Síria. Entre os detidos estava Mirsad Omerovic, 32, um pregador islâmico extremista que, segundo a polícia, levantou centenas de milhares de euros para ajudar na guerra na Síria. Omerovic, pai de seis filhos que vive exclusivamente às custas da assistência social da Áustria, obteve mais benefícios por intermédio da licença-paternidade.
Na Bélgica, vários dos jihadistas que participaram dos ataques em Bruxelas e Paris que resultaram na morte de 162 pessoas em 2015 e 2016 receberam mais US$59.000 em proventos de assistência social, que eles usaram para conspirações terroristas. Fred Cauderlier, porta-voz do primeiro-ministro belga, defendeu os proventos: "vivemos em uma democracia. Não temos ferramentas para checar como as pessoas usam os benefícios".
Somente na Brabante Flamengo e em Bruxelas, dezenas de jihadistas que lutaram na Síria receberam pelo menos US$150.000 em benefícios ilegais, de acordo com o Ministério da Justiça.
Anteriormente, o jornal flamengo De Standaard denunciou que 29 jihadistas da Antuérpia e Vilvoorde continuaram a receber US$1.200 por mês em benefícios do sistema de bem-estar social, apesar de terem viajado para a Síria e o Iraque para engrossarem as fileiras do Estado islâmico. O prefeito de Antuérpia Bart de Wever ressaltou: "é injusto que essas pessoas se beneficiem de programas sociais e usem, por exemplo, os proventos do seguro desemprego para financiarem sua participação na luta na Síria".
Em fevereiro de 2017, a RVA Agência Nacional de Emprego revelou que 16 jihadistas que voltaram para a Bélgica depois de lutarem na Síria receberam seguro desemprego. O porta-voz da RVA, Wouter Langeraert, salientou:
"Nós vivemos em um estado de direito. Nem todo combatente sírio que voltou está na prisão. Alguns satisfazem todos os requisitos legais: eles não estão na prisão, eles voltaram a se registrar em seu município e estão procurando emprego e assim por diante".
Na Grã-Bretanha, os contribuintes financiaram Khuram Butt, que chefiou o ataque contra a London Bridge e o Borough Market, nos quais oito pessoas foram assassinadas e outras 48 ficaram feridas.
Salman Abedi, homem-bomba de Manchester, usava o crédito educativo financiado pelos contribuintes e benefícios para financiar o atentado terrorista. Abedi recebeu pelo menos US$7.000 da Companhia de Crédito Educativo, financiada pelos contribuintes, depois de começar um curso de administração de empresas na Universidade de Salford em outubro de 2015. Segundo consta, ele recebeu mais £7.000 no ano letivo de 2016, embora ele já tivesse abandonado o curso naquela época. Acredita-se que Abedi tenha recebido auxílio moradia e uma espécie de subsídio salarial no valor de £250 por semana.
David Videcette, ex-detetive da polícia metropolitana que trabalhou na investigação dos atentados de 7 de julho em Londres, se pronunciou da seguinte maneira sobre o sistema de crédito educativo:
"é uma maneira fácil de um terrorista proceder e financiar suas atividades às custas do contribuinte. Basta ingressar em uma universidade e pronto! Muitas vezes eles nem têm a intenção de frequentar as aulas."
O professor Anthony Glees, diretor do Centro de Estudos de Segurança e Inteligência da Universidade de Buckingham, ressaltou: "o sistema britânico disponibiliza facilmente fundos aos estudantes jihadistas sem nenhuma checagem. Faz-se necessário um inquérito em relação a isso".
Enquanto isso, Shahan Choudhury, um jihadista de 30 anos de idade, de origem bengalesa, que se radicalizou em uma prisão britânica, usava dinheiro de assistência social para pagar a viagem de toda a família, incluindo três crianças pequenas, para se juntar ao Estado islâmico na Síria. A família desapareceu da noite para o dia, deixando todas os seus pertences no apartamento situado na região leste de Londres, de acordo a proprietária do imóvel.
Em 2015, veio à tona que três irmãs de Bradford que viajaram para a Síria ainda reivindicavam benefícios. Khadija de 30 anos, Zohra de 33 e Sugra Dawood de 34, que viajaram para a Síria juntamente com os nove filhos, usaram o dinheiro do programa de renda mínima e o programa de auxílio ao menor para financiar a viagem.
Mais recentemente, um pedido baseado na Lei de Liberdade de Informação revelou que Anjem Choudary, islamista que cumpre pena de cinco anos e meio por pedir apoio ao Estado Islâmico, recebeu mais de US$180.000 de assistência jurídica, dinheiro do contribuinte, pela tentativa fracassada de evitar a prisão. A cifra irá aumentar à medida que seus advogados continuarem a apresentar pedidos de indenização. A reivindicação desse pai de cinco filhos chega a US$640.000 em benefícios, aos quais ele se referiu como "subsídio de investigador da Jihad".
Choudary acredita que os muçulmanos têm direito a proventos de assistência social porque eles são uma espécie de jizya, uma taxa imposta aos não muçulmanos como lembrete de que eles são, eternamente, inferiores e subservientes aos muçulmanos.

Anjem Choudary, islamista britânico que está cumprindo pena de prisão por pedir apoio ao Estado Islâmico, acredita que os muçulmanos têm direito a proventos de assistência social porque eles são uma espécie de jizya, uma taxa imposta aos não muçulmanos como lembrete de que eles são, eternamente, inferiores e subservientes aos muçulmanos. Ele recebeu cerca de US$640.000 em benefícios, aos quais ele se referiu como "subsídio de investigador da Jihad". (Foto Oli Scarff/Getty Images)

A mídia britânica revelou que antes de seu encarceramento, Choudary estava recebendo mais de US$32.000 por ano em benefícios do sistema de bem-estar social. Entre outros auxílios, Choudary recebia £15.600 por ano em auxílio moradia para sustentar uma casa no valor de £320.000 em Leytonstone, East London. Ele também recebia £1.820 em benefícios da seguridade social, US$5.200 do programa de renda mínima e £3.120 algo equivalente ao salário família. Pelo fato dos proventos de assistência social não serem tributados, seu rendimento era equivalente a um salário de US$42.000. Em comparação, o salário anual médio dos trabalhadores em tempo integral na Grã-Bretanha era US$36.500 em 2016.
Para acessar mais exemplos de abuso em cima da assistência social por jihadistas na Grã-Bretanha clique aqui.
Na Dinamarca o Serviço de Segurança e Inteligência (PET) denunciou também que jihadistas estavam doentes demais para trabalhar, mas suficientemente saudáveis para lutar ao lado do Estado Islâmico, estavam recebendo benefícios do estado dinamarquês de aposentadoria antecipada, invalidez e doença.
Anteriormente, um documento emitido pelo Ministério do Trabalho revelou que mais de 30 jihadistas dinamarqueses continuaram recebendo proventos de assistência social, totalizando 672.000 coroas dinamarquesas (US$92.000), mesmo depois de terem se juntado ao Estado islâmico na Síria.
O Ministro do Trabalho Troels Lund Poulsen ressaltou:
"é totalmente inaceitável e uma vergonha. Isso tem que ser estancado. Se você viaja para a Síria para participar da jihad, para se tornar um combatente do ISIS, então obviamente, você não deveria ter nenhum direito de receber benefícios do governo dinamarquês".
Na França, o governo fez um corte nos benefícios do sistema de bem-estar social de cerca de 300 pessoas identificadas como jihadistas. A França é o maior exportador de combatentes estrangeiros para o Iraque e a Síria, com mais de 900 jihadistas estando no exterior.
Na Alemanha Anis Amri, tunisiano de 23 anos de idade que realizou o atentado que deixou mortos e feridos na feira natalina em Berlim, usava múltiplas identidades para receber ilegalmente proventos de assistência social. As autoridades alemãs, ao que tudo indica, sabiam da fraude, mas nada fizeram.
Enquanto isso, um jihadista residente em Wolfsburg que levou a sua esposa e dois filhos pequenos para a Síria continuou recebendo proventos de assistência social da Alemanha no montante de dezenas de milhares de euros durante um ano, depois de ter deixado o país. Autoridades locais salientaram que as leis de privacidade alemãs tornaram impraticável saber que a família tinha deixado o país.
No cômputo geral, foi constatado que mais de 20% dos jihadistas alemães, que estão combatendo na Síria e no Iraque, recebem benefícios do sistema de bem-estar social do Estado, os jihadistas também são elegíveis a receberem benefícios, de novo, após retornarem à Alemanha. O Ministro do Interior bávaro Joachim Herrmann salientou:
"Isso jamais poderia ter acontecido. O dinheiro dos contribuintes alemães nunca deveria financiar direta ou indiretamente o terrorismo islamista. Os benefícios desses terroristas parasitas devem ser eliminados imediatamente. Não trabalhar e disseminar o terror às custas do Estado alemão não é somente extremamente perigoso, também é a pior provocação e infâmia".
Na Holanda, o governo estancou proventos de assistência social de dezenas de jihadistas, depois que um combatente holandês chamado Khalid Abdurahman apareceu em um vídeo no YouTube com cinco cabeças decapitadas. Vindo do Iraque, Abdurahman vivia na Holanda às custas de proventos de assistência social por mais de uma década antes de engrossar as fileiras do Estado islâmico na Síria. Os serviços sociais holandeses atestaram que ele era incapaz de exercer qualquer atividade profissional e os contribuintes pagaram a medicação para tratá-lo de claustrofobia e esquizofrenia.
A lei para rescindir os proventos de assistência social aos jihadistas não se estendem ao crédito educativo: o vice-primeiro ministro Lodewijk Asscher realçou que a rescisão seria contraproducente, porque tornaria mais complicada a reintegração dos jihadistas que voltassem ao país.
Na Espanha Saib Lachhab, jihadista marroquino de 41 anos, residente na cidade basca de Vitoria, acumulou US$11.000 em proventos de assistência social para financiar um plano para se juntar ao Estado islâmico na Síria. A cada mês ele recebia US$750 do governo central além de US$300 do governo basco. Ele também recebia US$1.075 por mês a título de seguro desemprego.
Samir Mahdjoub, jihadista argelino de 44 anos de idade residente na cidade basca de Bilbao, recebia mensalmente US$780 a título de assistência social e US$300 em auxílio moradia. Redouan Bensbih, jihadista marroquino de 26 anos residente na cidade basca de Barakaldo, recebia proventos de assistência social de US$1.000 por mês, mesmo depois de ter sido morto em um campo de batalha na Síria. A polícia acabou prendendo cinco muçulmanos no país basco que interceptavam os pagamentos e os transferiam para o Marrocos. As autoridades bascas disseram que os pagamentos eram realizados porque elas não foram notificadas de sua morte.
Ahmed Bourguerba, jihadista argelino de 31 anos residente em Bilbao, recebia US$750 por mês em proventos de assistência social e US$300 em auxílio moradia até ele ser encarcerado por atos de terrorismo. Mehdi Kacem, jihadista marroquino de 26 anos residente na cidade basca de San Sebastian, recebia US$950 por mês em proventos de assistência social até ser preso por pertencer ao Estado islâmico.
Antes disso, um casal paquistanês residente em Vitoria foi acusado de falsificar documentos de identidade para obter proventos de assistência social fraudulentamente para dez indivíduos fantasmas. A polícia disse que o casal fraudou o governo basco em mais de US$475.000 por um período de três anos.
Na Suécia, um relatório divulgado pela National Defense University constatou que 300 cidadãos suecos recebiam proventos de assistência social mesmo depois de terem deixado o país para engrossarem as fileiras do Estado islâmico na Síria e no Iraque. Na maioria dos casos, os jihadistas usavam amigos e familiares para administrar a papelada com o objetivo de criar a ilusão de que eles ainda se encontravam na Suécia.
O muçulmano convertido Michael Skråmo, por exemplo, recebia mais de 50.000 coroas suecas (US$5.000) em proventos de assistência social depois de ter se mudado para a Síria com a esposa e quatro filhos. Foi somente um ano depois de Skråmo ter deixado Gotenburgo que seus benefícios foram cortados.
Magnus Ranstorp, um dos autores do relatório, disse que os pagamentos expuseram a ineficiência dos mecanismos de controle da Suécia:
"Durante um bom tempo Michael Skråmo foi um dos simpatizantes do Estado Islâmico mais conhecido. A polícia deve, de alguma forma, soar o alarme e informar todas as autoridades quando alguém vai para aquela região".
Enquanto isso, a agência estatal de emprego, Arbetsförmedlingen, cancelou um projeto piloto destinado a ajudar imigrantes a encontrarem emprego depois que veio à tona que funcionários muçulmanos da agência estavam recrutando jihadistas suecos. Os agentes do Estado islâmico, segundo consta, subornavam - e, em alguns casos, ameaçavam - funcionários da agência para que recrutassem combatentes da Suécia.
Autoridades municipais em Lund continuam determinadas: elas lançaram um projeto piloto destinado a fornecer aos jihadistas suecos que estão retornando da Síria: moradia, emprego, educação e ajuda financeira - tudo graças aos contribuintes suecos.
Soeren Kern é membro sênior do Instituto Gatestone sediado em Nova Iorque

FONTE -  https://pt.gatestoneinstitute.org/11024/jihadistas-beneficios-bem-estar
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MAIS UM BOM ARTIGO DO DON QUIXOTE TUPINIQUIM


magu

J. R. Guzzo

Poizé! Preservo o direito da revista vender seu peixe. Uma das bases da democracia, sem fazer furto de propriedade intelectual. Mas um artigo publicado na revista da semana passada já não é mais furo. É considerado jornal velho. Por isso, mesmo não conseguindo pegar na edição virtual, que ainda está bloqueada, escaneio a revista impressa, que já paguei na banca, e ofereço ao meus escassos leitores mais uma obra-prima (até surgir a próxima) do excelente Zéroberto Guzzo, neste incrível resumo das putarias tupiniquins.






FONTE - https://blogdogiuliosanmartini.wordpress.com/2017/09/18/mais-um-bom-artigo-do-don-quixote-tupiniquim/#respond

Especialista em água: “Israel é um exemplo”


Seth-M.-Siegelx
A falta d’água é um problema que afeta todas as regiões do planeta e pode, inclusive, gerar conflitos entre nações. Mas, se houver planejamento adequado, esta situação pode ser revertida. Essa é a opinião de Seth M. Siegel, ativista e escritor americano, autor do livro “Faça-se a Água”, lançado recentemente no Brasil pela editora Educ, que pertence à PUC de São Paulo. “O maior exemplo é Israel. O país está localizado na região mais seca do mundo e, mesmo assim, não tem problemas com água e produz todos os vegetais que consome. Confira a entrevista:
O mau uso da água é um problema global e, há muito tempo, se fala que a falta dela pode levar ao apocalipse. Sua visão é um pouco mais otimista, sem, no entanto, diminuir o tamanho do problema. Por que?
Muitas pessoas que leem meu livro esperam deparar apenas com coisas ruins. Mas a realidade é que, se planejarmos corretamente, tudo vai ficar bem. Agora, quero deixar uma coisa muito clara, podemos, sim, encarar um apocalipse. Mas também é possível nos tornarmos mais espertos, como Israel, e evitarmos o fim do mundo.
Em seu livro, o senhor aborda a questão geopolítica da água. Haverá conflitos, no futuro, relacionados a esse recurso?
É possível. Mas o oposto disso também é. Se a água for utilizada como uma forma de engajamento, ela pode ser, inclusive, um motivo para a resolução de conflitos. É o que Israel tem feito. Podemos ter guerras relacionadas à água? Claro que sim. Mas meu palpite é que não teremos.
Agora, e se os governos falharem, as empresas podem liderar esse movimento para utilizar melhor os recursos hídricos?
As empresas, sozinhas, não vão liderar. Existem muitos componentes na sociedade: governo, universidades, corporações, organizações não governamentais etc. Cada um deles tem um papel para o futuro. Trata-se de um esforço coordenado.
Quais tecnologias podem ser utilizadas nesse processo de melhorar o uso dos recursos hídricos? Elas são acessíveis a países em desenvolvimento?
Em primeiro lugar, a agricultura absorve a maior parte da água. Então, mude para um sistema de irrigação por gotejamento. Em segundo lugar, é preciso considerar que a população produz um grande volume de esgoto. Mas isso é previsível. Todo mundo faz praticamente a mesma quantidade de xixi e dá o mesmo número de descargas por dia. Então, é possível saber exatamente a quantidade de água que vai pelo ralo, que pode ser tratada em alto nível e reutilizada para agricultura. Em terceiro lugar, nas regiões costeiras, é viável dessalinizar a água. Por último, se você conserta seus vazamentos, economiza uma quantidade enorme de água. Israel, como a maioria dos países, perdia cerca de um terço da sua água dessa maneira. Hoje, a taxa de perda está em 9% e a meta é chegar a 5%.
O Brasil tem mais de 10% de toda a água potável do mundo. Mesmo assim, sofremos com a escassez e com o racionamento. O que o país está fazendo errado?
Sim, é verdade que o Brasil tem a maior reserva de água do mundo, na Amazônia. Mas o problema é que a água, muitas vezes, não está localizada onde as pessoas estão. Usar as condições climáticas como desculpa, por outro lado, é inaceitável. O motivo pelo qual escrevi o livro é por estarmos diante de um risco global. Precisamos nos preparar para a falta d’água e não adianta rezar. É preciso mudar a agricultura, construir a infraestrutura para o reuso da água, desenvolver usinas de dessalinização e usar a tecnologia para evitar vazamentos nas tubulações. Se você fizer tudo isso, é impossível ficar sem água, a menos que aconteça uma catástrofe.
Rezar para chover é o que nossos ancestrais faziam. Não parece uma boa ideia nos dias de hoje…
Não tenho nada contra rezar. Mas se você fizer apenas isso, e nada mais, irá se decepcionar.
No Brasil, as perdas por vazamento giram em torno de 40% a 50%.
Exato. Pense a respeito. Se, há cinco anos, a decisão de consertar os encanamentos tivesse sido tomada, hoje o País teria mais água do que conseguiria usar. Nesse nível de eficiência, basicamente, você está usando dois anos de estoque para dar conta de um.
Uma petroleira que perde 40% da sua produção em vazamentos é uma empresa inviável. Por que se permite esse nível de ineficiência na distribuição de água?
A diferença é que pagamos pelo petróleo. Quando colocamos gasolina no carro, queremos pagar US$ 1 por litro, e não US$ 2. A água, por sua vez, é vista como algo que obtemos de graça, como o ar. Enquanto abrirmos a torneira e a água estiver saindo, estará tudo bem. É preciso que os líderes enxerguem o problema e que o público seja educado a respeito da importância da água. É possível fazer isso no Brasil. Eu sei disso porque Israel vem fazendo há anos. O país tem a população que mais cresce no mundo, uma economia pujante e está na região mais seca do planeta. Mesmo assim, provê água para a população 24 horas por dia e produz todos os vegetais que consome. Israel chega a exportar água, sendo responsável por 10% do abastecimento da Jordânia.
Durante a recente crise hídrica enfrentada pelo Sudeste brasileiro, muitas pessoas passaram a economizar e a reutilizar a água. Mas, com a volta das chuvas e os reservatórios cheios, a preocupação arrefeceu…
Sim e, por sinal, eu garanto uma coisa: vai faltar água de novo. Haverá outra seca e, se o Brasil não usar esse tempo para se preparar, será ainda pior.
Em relação a Israel, a água também se tornou um negócio que traz lucros?
É um mercado multibilionário. É um bom negócio por duas razões: primeiramente, Israel exporta suas tecnologias para vários países. Em segundo lugar, nenhum empresário israelense precisa se preocupar com a falta d’água, que é um risco para a maioria das empresas.
Fonte: Rodrigo Caetano/Isto É Dinheiro