quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A cereja podre no bolo de Dilma - PEDRO LADEIRA



O descrédito já nos custava caro fazia tempo, cortesia de Dilma Rousseff. Na prática, já havíamos sido rebaixados quando os donos do dinheiro grosso sentiram o cheiro de queimado da besteirada econômica e passaram a cobrar mais para emprestar ao país.



Vai custar algo mais. A gota d'água suja foi o "Orçamento transparente" de 2016, na verdade roto e furado de deficit, causa imediata do rebaixamento da nota de crédito do Brasil mesmo segundo a "ala ortodoxa" dos economistas do governo.
Vai haver mais estragos. De óbvio e imediato: real ainda mais desvalorizado, juros algo mais altos, recessão mais longa ou profunda. Dúvida maior é o que será da política.
Vai começar o período da Regência? Dilma Rousseff vai entregar a rapadura, se não de direito, pelo menos de fato? A quem? A Joaquim Levy, segundo a versão do burburinho palaciano da noite de ontem? Será uma regência trina provisória (Levy, Temer, Congresso)? O PMDB vai antecipar a fritura final da presidente?
Como um governo ainda mais desmoralizado será capaz de coordenar um acordo entre lideranças políticas e sociais para dar um jeito mínimo nas contas públicas? Até agora, não era capaz de coordenar nem mesmo sua desordem intestina, a barafunda palaciana que cria mixórdia política e desbarata qualquer programa econômico coerente e durável.
O descrédito começou bem antes que nos dessem nota vermelha, a medalhinha de potencial caloteiro, como o fez a S&P ontem (aliás, o que será da endividada Petrobras?). Mesmo assim, foi inesperado levar agora o rótulo de "investimento especulativo", grau "caloteiro mirim", "especulativo, mas nem tanto". Imaginava-se, governo e "mercado", que seria possível enrolar até janeiro, por aí.
Por que a S&P rebaixou o país? Porque o crescente tumulto político reduziu "a capacidade e a vontade do governo de elaborar um Orçamento coerente" com as promessas do início de Dilma 2. Porque o governo baixou de novo a meta de superavit "seis semanas depois de ter cortado a meta anterior", seguindo o método confuso de desempenho reverso, o método Dilma Rousseff (não tem meta e, quando piora, dobra a meta degradada). Porque se previa um triênio de deficit primário.
A dívida crescerá, na avaliação da S&P, pois o deficit nominal será de 8% tanto em 2015 quanto em 2016, com a economia encolhendo 2,5% e 0,5%, respectivamente. Na média do quadriênio 2014-2017, o deficit seria de 7% em média. Um desastre.
Pode piorar já no ano que vem. A nota de crédito pode cair mais devido à possibilidade relevante ("33%") de que o deficit cresça mais, dada a inércia causada pelo tumulto político, ou ao risco de desordem econômica ainda maior do que a esperada agora, diz a S&P.
Sim, essas agências já foram negligentes, ineptas e mesmo cúmplices de desastres, como na crise de 2008. Sim, seguem o bonde de euforias dos mercados financeiros, dão alertas tardios, quando não apenas comparecem para matar os feridos depois da batalha. Mas, apesar de vexames e erros, tais empresas contam porque suas notas orientam, mesmo legalmente, muita decisão de investimento.
Desta vez, porém, para nosso vexame e miséria, até as agências de classificação de risco estão certas. 

Parabéns, PT: o governo dos “decretos” que conseguiu tirar nosso grau de investimento - LUCAS BERLANCA

SOBRE O AUTOR

Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Acadêmico de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, na UFRJ, e colunista do Instituto Liberal. Estagiou por dois anos na assessoria de imprensa da AGETRANSP-RJ. Sambista, escreveu sobre o Carnaval carioca para uma revista de cultura e entretenimento. Participante convidado ocasional de programas na Rádio Rio de Janeiro.

Extremistas islâmicos tentam recrutar refugiados sírios na Alemanha


Os jihadistas foram aconselhados a convencer os refugiados com presentes e doações

 - Atualizado em 
Refugiados chegam à estação de trem de Frankfurt, na Alemanha 06/09/2015
Refugiados chegam à estação de trem de Frankfurt, na Alemanha 06/09/2015(FRANK RUMPENHORST/AFP)
Grupos de extremistas islâmicos na Alemanha estão tentando recrutar refugiados sírios para a sua causa, informou a segurança doméstica do país nessa quinta-feira. O aviso veio após um dos mais conhecidos pregadores islâmicos da Alemanha publicar uma lista de sugestões sobre as melhores maneiras de se aproximar e convencer os refugiados. Pierre Vogal, antigo lutador de boxe que se converteu ao islamismo, aconselhou seus seguidores a levarem presentes e doações até os abrigos de refugiados e se voluntariarem para trabalhar pela causa, informou o jornal britânico Telegraph. Caso as ofertas sejam recusadas, eles devem ir atrás dos refugiados recém-chegados em mesquitas.
Os serviços de segurança locais temem que os extremistas estejam tentando privar os refugiados de interagir com a sociedade alemã. Um porta-voz do Escritório para a Proteção da Constituição (BFV, na sigla em inglês) disse ao jornal local Welt que estão trabalhando de perto com o pessoal dos abrigos para deixá-los cientes do problema. A maioria dos incidentes aconteceu na região da Vestfália, no Estado da Renânia do Norte, o mais populoso da Alemanha. "Ainda não é um fenômeno em massa," Jörg Rademacher, porta-voz do governo do estado, afirmou a uma agência de notícias locais.
Descrito como "o pregador salafista [movimento reformista radical islâmico] mais influente da Alemanha", Vogel nega qualquer ligação com grupos jihadistas. Contudo, em junho desse ano, a polícia alemã invadiu a casa onde o religioso morava e prendeu um suspeito de terrorismo que estava escondido. Os discursos públicos do pregador foram proibidos pelas autoridades locais diversas vezes. Em 2011, ele tentou organizar orações fúnebres públicas para Osama bin Laden.
(Da redação)
FONTE - http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/extremistas-islamicos-tentam-recrutar-refugiados-sirios-na-alemanha?utm_source=redesabril_veja&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_veja&utm_content=feed&