quinta-feira, 13 de junho de 2013

Garçons caçam rato em churrascaria


 Um vídeo publicado no YouTube exibe imagens de garçons caçando um rato no meio do salão de uma churrascaria famosa. O roedor causou o maior alvoroço no restaurante e ninguém tem certeza se ele é pego. O responsável pela publicação afirma que o incidente ocorreu no dia 23 de maio passado. Chamem a Vigilância Sanitária!

ARQUITETURA CARIOCA - Vende-se o Hotel Glória

Jorge Antonio Barros 


Como se sabe, o empresário Eike Batista não está mais na lista dos 200 mais ricos do mundo e talvez por isso começa a se desfazer de projetos e negócios. Deu no "Valor Econômico" de hoje que Eike vai vender o Hotel Glória, uma joia da arquitetura carioca, que sua empresa mexeu um pouco a partir de 2008. Construído para a famosa exposição do centenário da Independência, em 1922, o hotel marcou uma época de glamour da cidade nos anos 50.
Resta a lembrança de uma das suítes preservadas pela família Tapajós na foto feita por Joaquim Nabuco. No quarto ficou ninguém menos que Albert Einstein, em 1925. A modelo gaúcha Tainara Silveira foi fotografada ali em 2007 numa belíssima cadeira. Mas, com todo respeito, que cadeira?


TCU comete recorrentes ilegalidades, diz Barbosa ao citar auxílio-alimentação


  • Presidente do STF ironiza Corte após concessão de benefícios a juízes


MinistroJoaquim Barbosa durante julgamento no SupremoTribunal Federal
Foto: O Globo / Jorge William
MinistroJoaquim Barbosa durante julgamento no SupremoTribunal Federal O Globo / Jorge William
BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Joaquim Barbosa, criticou o Tribunal de Contas da União (TCU) em razão da liberação de pagamentos retroativos de auxílio-alimentação, inclusive aos próprios ministros do TCU. Primeiro, Barbosa ironizou e disse que o TCU existe para autorizar benefícios como esse. Depois, o presidente do STF apontou recorrentes “ilegalidades” e “inconstitucionalidades” por parte do tribunal.
As críticas foram feitas durante a votação da liminar que suspendia o pagamento do auxílio retroativo em Tribunais de Justiça de oito estados, em sessão plenária do CNJ na última terça-feira. Por oito votos a cinco, o CNJ derrubou a liminar e liberou os depósitos retroativos nos oito tribunais, que gastarão R$ 101 milhões.
Barbosa considera os pagamentos ilegais. Ele afirmou que porá em votação no próximo semestre, já com uma nova composição do CNJ, proposta para derrubar a resolução do colegiado que permitiu o pagamento do auxílio a juízes.
— Parece que foi o Tribunal de Contas que mandou pagar ou instigou o pagamento. É para isso que serve o Tribunal de Contas — ironizou Joaquim durante a votação da liminar.
Quando os conselheiros discutiam se a resolução do CNJ era constitucional ou não, o presidente do STF voltou a criticar o TCU:
— Normalmente, esse tipo de argumento é utilizado fazendo-se uso do Tribunal de Contas da União. “Ah, paguei porque o tribunal disse que é legal.” Só que o Tribunal de Contas da União, nós sabemos, incorre, com muita frequência, em ilegalidades e inconstitucionalidades. Depende da conveniência.
O presidente em exercício do TCU, ministro Aroldo Cedraz, informou que não vai comentar as declarações de Joaquim. Os ministros relatores dos acórdãos que permitiram os pagamentos retroativos no Judiciário e no TCU — Walton Alencar, Valmir Campelo, José Múcio e André Luis — não quiseram conversar com O GLOBO sobre o assunto. Reservadamente, eles comentaram com colegas que os integrantes do TCU foram os últimos a receber o benefício. Para o ministro Raimundo Carreiro, os pagamentos são legais. O ministro José Jorge foi o único que falou mais abertamente sobre as críticas do presidente do STF:
— Todo mundo que toma uma decisão vai gerar um fato que pode ser considerado ilegal ou inconstitucional. Aqui não é diferente. O CNJ foi o primeiro a tomar decisões sobre o auxílio-alimentação. As outras decisões vieram depois.

E um, e dois, e três a zero!, por Ana Carolina Peliz


Se você mora ou já morou na França depois de 1998, o título deve ter recuperado em sua memória amargos souvenirs. Este é o grito de guerra dos franceses em cada jogo de futebol da seleção francesa contra o Brasil e, claro, faz referência à final da Copa em que fomos arrasados e humilhados por eles, de goleada.
Lembrou? Pois imagine como é dolorido para os brasileiros que moram na França ouvir isso a cada vitória francesa contra nossa seleção. E o pior é que não foram poucas. O Brasil, que ganhou da França por 3 a 0 em um amistoso no último domingo, não ganhava dos bleus desde 1992. Isso fez com que eles perdessem completamente o respeito por nós.
Na Copa da Alemanha, em 2006, eu estava em um casamento na Alsácia no dia do jogo Brasil x França – como diria meu marido, que é francês, “quem pode se casar em um dia como este?” – e era a única brasileira da festa. Após nossa derrota, um convidado veio me consolar e disse, “o Brasil também é muito bom no futebol”. “Também?”, respondi eu, “meu senhor, nós somos o país do futebol”, e ouvi um, “sim, e nós ganhamos do país do futebol”.
Depois dessa, resolvi me calar. E foram derrotas atrás de derrotas. Viramos fregueses! Como explicar? Quando jogávamos com nações com maior tradição de futebol como Itália ou Argentina, eu sabia que tínhamos chances, mas contra a França, parecia um tipo de impedimento psicológico, ou pura e simples “urucubaca”.
Em fevereiro de 2011 fui assistir ao amistoso no Estádio de France, achando “agora vai, não tem mais Zidane”! Perdemos de novo! Os franceses já nem comemoravam. Diziam sem complexo que a França tinha jogado feio, que poderia ter ganho por mais.
Dia de jogo contra a França passou a ser dia de sofrimento. De se trancar em casa para não ouvir o famoso “et un, et deux et trois zéro”. Fazer o quê? Se resignar e voltar sempre, como bom freguês.
Por isso, no domingo passado, quando comecei a assistir o amistoso Brasil x França, achei que parecia um roteiro repetido de outras derrotas, sem muito interesse. Aí o Brasil fez o primeiro gol. Não confiei. Ainda era possível virar.
No segundo gol pensei: “só mais um, só mais um” e... gol! Aí, a frase que queria tanto ser pronunciada, saiu naturalmente: “et un, et deux, et trois zéro!”. Todos meus amigos brasileiros que moram na França encheram suas páginas das redes sociais com o grito de guerra que antes era francês.
Para o resto do mundo, pode ter sido apenas um amistoso. Mas para os brasileiros da França, foi uma esperada revanche.

Ana Carolina Peliz é jornalista, mora em Paris há cinco anos onde faz um doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação na Universidade Sorbonne Paris IV. 

Tipo Palocci, por Carlos Alberto Sardenberg,

O Globo

A presidente Dilma tem uma saída tão simples quanto eficiente para escapar da confusão em que se meteu: basta chamar o Palocci, nomeá-lo chefão de toda a área econômica e dizer, na posse, que ele tem plena liberdade para aplicar um poderoso ajuste nas contas públicas. Sou capaz de apostar uma garrafa de vinho (selecionada pelo Renato Machado) que o risco Brasil e os juros cairiam no mesmo dia.
Não seria um gesto assim tão fora de propósito. Na verdade, Dilma estaria simplesmente repetindo o que fez seu mentor, Lula, no começo do primeiro mandato, em 2003. Lembram-se? Palocci, então ministro da Fazenda, produziu um superávit primário maior que o obtido no governo de FHC. O Banco Central, com Henrique Meirelles, elevou a taxa básica de juros, tudo isso criando as bases para um bom ambiente macroeconômico.
Verdade que deram uma enorme sorte. O mundo desandou a crescer e a China multiplicou por 40 suas importações do Brasil. Mas se a casa aqui não estivesse em ordem teria sido impossível aproveitar a bonança externa. Como, aliás, a presidente Dilma não aproveitou a enxurrada de capitais e o bom momento dos emergentes nos últimos anos — mamata que está acabando.
Mas sabemos das dificuldades. Começa que a presidente Dilma não admite haver problemas em sua política econômica. Ainda ontem voltou a dizer que está tudo em ordem, inflação controlada, país crescendo e tudo o mais.
Deve ser, entretanto, só da boca para fora. Não é possível que não estejam vendo os dados que mostram PIB para baixo e preços para cima, mais o dólar escalando e o aumento do déficit externo. Não é possível que acreditem mesmo nas lambanças contábeis que fazem as contas públicas parecerem equilibradas.
Notícias de debates dentro do governo têm vazado para os jornalistas. Enfim, é evidente mesmo para os economistas mais próximos do governo que algo precisa ser feito. E algo mais profundo do que, por exemplo, a simples retirada do IOF para aplicações estrangeiras em títulos do governo — estimulando aquilo que antes chamavam de especulação.
Esse algo só pode ser um forte ajuste nas contas públicas — ou seja, corte severo de gastos — anunciado com credibilidade. Daí a necessidade do Palocci. Ele já fez isso, já propôs uma política de longo prazo para zerar o déficit geral do governo e tem a confiança do mercado.
Ocorre que essas virtudes transformam-se, dentro do governo Dilma, em pecados neoliberais. A própria presidente já detonou essas ideias de ajuste. Ela precisaria, portanto, mudar de ponto de vista. Não seria necessário ajoelhar no confessionário, pedir perdão e mudar por convicção. Basta a necessidade, como foi, aliás, no caso de Lula no primeiro mandato. Até hoje ele não gosta de ter assinado a Carta ao Povo Brasileiro, nem de ter deixado Palocci fazer o que fez. Mas foi flexível diante das circunstâncias.
É certo, por outro lado, que Lula nunca foi de ter algo como uma doutrina, um pensamento econômico. Dançava no vai da valsa.
Já Dilma, economista formada, tem convicções — que se mostram equivocadas. Para ela, mudar é mais difícil.
Outro problema é que Palocci está com a reputação abalada. O mercado, os agentes econômicos continuam tendo saudades dele. Já no ambiente político, a rejeição é óbvia.
Mas esse obstáculo também poderia ser driblado. Não pode o Palocci? Pois arranjem um “tipo Palocci”. E já estando com a mão na massa, poderiam buscar também um “tipo Meirelles” para o Banco Central.
Não vamos aqui citar nomes, até para não queimá-los, mas o perfil está dado: experiência, capacidade comprovada na gestão pública, credibilidade no ambiente econômico e a convicção sincera de que a variável-chave no Brasil de hoje é um superávit primário enorme, caminhando para até 5% do PIB, de modo a zerar o déficit público, medido sem truques, é claro.
Complementos: uma alta forte na taxa básica de juros para derrubar as expectativas inflacionárias; ampla privatização de infraestrutura; reformas micro para tornar o ambiente de negócios mais favorável ao empreendedor privado. Mas só precisaria anunciar mesmo o tal ajuste fiscal.
Neoliberal! — gritam. Pois é, mas a alternativa desenvolvimentista de Dilma — juros para baixo, dólar para cima e gasto público acelerado — deu em inflação alta e crescimento baixo. Se nada for mudado, daqui a pouco vem mais desemprego e mais inflação, como na Argentina.
A escolha, pois, se dá entre “tipo Cristina” e “tipo Palocci”.

Carlos Alberto Sardenberg é jornalista.

Ao fiador as batatas - DORA KRAMER


ESTADÃO - 13/06

É bem mais fácil falar sobre uma possível substituição da presidente Dilma Rousseff pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva na eleição de 2014 do que fazer essa ideia acontecer.

Entre outros motivos porque a troca seria consequên­­cia do fracasso do atual governo e ainda há muita água para rolar até que se desenhe uma percepção negativa do eleitorado ou que se delineie no horizonte a recuperação do terreno rumo ao êxito na reeleição.

Mas, como é o próprio PT que dissemina a versão sobre a candidatura de Lula dando a entender que o partido está insatisfeito com o governo e acha que o eleitorado pensa o mesmo, vamos ao exame da situação com o olhar fixado na realidade.

Esta nos fornece dados indicativos das dificuldades. Primeiro deles: Lula não tem na pesquisa do Instituto Datafolha índice de intenção de votos muito superior ao de Dilma (ele 55%, ela 51%) e em São Paulo perderia a eleição estadual para o governador Geraldo Alckmin por 26% a 42%.

Não está, portanto, com essa bola toda. Não se confirma o mito de que seria alvo de amor eterno e indissolúvel por parte do eleitorado; sofre os efeitos das circunstâncias como qualquer outro político.

Mas, até aí é o de menos. Se resolvesse entrar em campanha poderia revelar- se mesmo imbatível. A dificuldade maior é de outra natureza. Nada a ver com possível resistência da presidente em ceder o lugar, pois ela o faria se assim fosse pedido alegando razões de ordem pessoal para não concorrer.

O obstáculo aparentemente intransponível decorre do fato de que Lula é avalista de Dilma. E, como todo fiador, é o responsável pelo pagamento da conta. No caso de fracasso Lula seria o sócio majoritário.

Para construir uma candidatura como salvador da lavoura teria de partir do princípio de que a safra foi um fiasco e se apresentar ao público como o único capaz de fazer o país voltar à situação que tanta saudade provoca. Isso não se faz só com “estilo”. Requer propostas concretas e diversas.

Precisaria necessariamente se apresentar como antagonista de sua criatura, o que além de uma contradição em termos na prática trata-se de uma impossibilidade.

As imagens de Lula e Dilma fundidas no último comercial do PT concebido pelo marqueteiro João Santana falariam mais que as palavras se estas também não tivessem sido mescladas na forma de discurso único: um começava a frase, outra a completava e vice- versa.

A fórmula funciona na bonança; na adversidade volta-se na forma de prejuízo ao criador.

Mal maior

Com outras palavras o ministro Aloizio Mercadante disse dias atrás que um pibinho à toa não dói, se o poder de compra está preservado e o emprego garantido.

Não levou em conta que baixo crescimento econômico faz doer o bolso do cidadão que transfere a dor à parte mais sensível do organismo governamental: a avaliação de desempenho com reflexo nas intenções de votos.

Meia-volta

O apoio do PSDB ao pedido de perda do mandato do vice-governador Guilherme Afif, em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo, é sinal de que passou a prevalecer no partido ideia de impor o máximo de desgaste possível ao ex-prefeito Gilberto Kassab.

Ao alimentar o questionamento ao acúmulo do cargo de vice com o posto de ministro da Micro e Pequena Empresa, o PSDB quer mostrar que a adesão do PSD ao governo federal rende mais custos que benefícios.

Até então, tucanos ligados a José Serra defendiam o direito de Afif à dupla função. Nos últimos dias, porém, o partido passou a se conduzir conforme concepção do presidente Aécio Neves que não vê Kassab como santo de sua devoção.

Cafeteria cool na sede do Facebook


Industrial e nostálgico se unem na sede da firma

17/12/2012 | POR REDAÇÃO; FOTOS: DIVULGAÇÃO
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  (Foto: Divulgação)
Com o nada despretensioso nome Epic Cafe, o novo refeitório da sede do Facebook, em Menlo Park, Califórnia, tem uma atmosfera cool, com décor e mobiliário que mesclam o industrial e o (falso) nostálgico. O escritório responsável pela decoração do espaço é o hypado Roman & Williams, que assina projetos como o descolado Ace Hotel, em Nova York. Fato é que o casal Robin Standefer e Stephen Alesch conseguiu imprimir uma atmosfera antiga à cantina sem ligá-la a qualquer estilo específico do passado. O The New York Times apelidou o estilo de “escola de design do Benjamin Button”. Trata-se de um passado imaginado, perfeito para os domínios de Mark Zuckerberg, cheios do virtual, de criatividade e de inovação.

Se o conjunto de edifícios do Menlo Park foi escolhido e decorado de modo a recriar um ambiente urbano, onde cada funcionário é livre para alterar sua sala ou baia, o Epic Cafe foi pensado para funcionar como o ponto de conversão social desta “cidade”. A ideia é que o restaurante fosse um espaço não apenas de alimentação, mas também de encontro. O ambiente é bastante informal, com piso de concreto, os sistemas construtivos de apoio expostos, vários tipos de luminárias industriais, mesas de madeira sem tratamento e a sinalização pintada no piso, em grande escala. Sendo no Facebook, talvez fosse aceito que um funcionário cravasse seu nome em uma cadeira. Mas, em se tratando de uma obra de Roman & Williams, tal ação seria um sacrilégio.
O restaurante-cafeteria lembra ao mesmo tempo um refeitório de colégio e uma construção interminada. Ou seja, ainda que a escolha dos móveis e objetos tenha sido cuidadosa, os arquitetos se esforçaram em aplicar à arquitetura a fala disseminada pelo criador do Facebook: “Nossa empresa está 1% pronta – ainda há muito espaço para desenvolver e criar”.
Diferente do projeto de refeitório do Google, cheio de inteligência estatística – que, por exemplo, estabeleceu as mesas de oito lugares como ideias para estimular amizades e conversa, minimizando a formação de grupos fechados –, o projeto do Facebook possui uma cultura mais empírica. Os diferentes tamanhos de mesa, por exemplo, visam apenas proporcionar espaços mais ou menos reservados, possibilitando tanto um grande agrupamento descontraído quanto uma reunião séria de trabalho entre duas pessoas durante o expediente. As mesas maiores também servem para promover o encontro de funcionários que ainda não se conhecem, segundo Alesch.
  (Foto: Divulgação)

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Studio O+A cria os escritórios do futuro

TAMANHO DO TEXTO
Interiores - 06h10 - Atualizado as 09h28


Sedes do Facebook e da Microsoft estão entre eles

12/03/2013 | POR MARIANA KINDLE; FOTOS CESAR RUBIO E JASPER SANIDAD
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   (Foto: Jasper Sanidad)
Coloridos, divertidos e desenhados segundo um novo conceito de produtividade, os escritórios das grandes empresas de tecnologia, como o Facebook e a Microsoft, há tempos, intrigam os meros mortais que passam a maior parte de suas vidas em baias padronizadas, dentro de espaços onde a palavra decoração raramente é ouvida. Um dos escritórios que vêm se dedicando à tarefa de revolucionar o design de interiores corporativo é o norte-americano Studio O+A – responsável pelo projeto das sedes de ambas as empresas citadas no início. Quando fundado, nos anos 1990, o estúdio de Primo Orpilla e Verda Alexander aspirava levar design urbano e sofisticado ao Vale do Silício, principalmente às start-ups que já pipocavam por ali. Hoje, podem se orgulhar de terem ido muito além, Estados Unidos adentro.
A lista de clientes do O+A é extensa e engloba empresas jovens e outras já há muito estabelecidas no mercado. Entre elas, estão AOL, Samsung, eBay, MTV, Yelp!, LiveJournal e DreamHost. Cada escritório tem sua personalidade – os arquitetos desse estúdio não acreditam na modulação e na pasteurização do design corporativo. No entanto, as sedes produzidas por eles compartilham muitos conceitos. Algumas das principais características do novo modelo são: espaços com ar doméstico ou caseiro; diferentes áreas para diferentes usos (coletivos e privados); intensa mobilidade para os funcionários; e incentivo ao lazer e relaxamento.
“Na O+A, acreditamos que os devidos espaços para o trabalho crescem naturalmente a partir da cultura empresarial do cliente. Nosso foco é compreender o funcionamento interno da companhia e traduzi-lo em termos estéticos”, explica um dos diretores do estúdio. Novas teorias sobre produtividade sugerem que os espaços de trabalho sem identidade visual resultem em funcionários menos eficientes e engajados. Do mesmo modo, um cenário homogênio numa firma é prejudicial à criatividade. O ideal é que os ambientes corporativos sejam pensados de modo a incentivar os empregados a comunicar-se entre si, mover-se e rearranjar-se ao longo da semana ou do mês.
  (Foto: Cesar Rubio e Jasper Sanidad)
Do mesmo modo que antigos aspectos rígidos da jornada vêm sendo flexibilizados, como a troca do “bater cartão” por um sistema simples de metas e prazos, o uso dos escritórios vem mudando. Em muitas firmas, não há mais lugares fixos. O funcionário tem a totalidade das áreas comunais – que dominam a maior área dos projetos – e privadas para se estabelecer. A interatividade entre colegas é intensamente incentivada. Os animais são bem-vindos. Além disso, os ambientes são dinâmicos, cheios de movimento de passantes e de decorações alegres e lúdicas. “Nossos designs apostam na ideia de misturar trabalho e lazer, diversão com inovação e inovação com desenvolvimento”, esquematiza o sócio.
“Reconhecemos que forças econômicas e sociais têm transformado o modo como as pessoas trabalham e vivem – há uma crescente indistinção entre a casa e o trabalho, devido à mobilidade concedida pelas novas tecnologias”, aponta. O conforto e uma sensação geral de aconchego são essenciais nesse novo modo de trabalhar. Trata-se da aplicação em termos físicos dos conceitos de Domenico De Masi, criador da teoria do Ócio Criativo. A proposta é transformar o trabalho num lazer, sem hora para começar e terminar. Se há um amolecer da fiscalização vertical, há pressão redobrada em termos de resultados. Trabalha-se em casa. Brinca-se no trabalho. Todo ócio é permitido, contanto que gere frutos criativos.
  (Foto: Jasper Sanidad)

  (Foto: Jasper Sanidad)

  (Foto: Jasper Sanidad)

  (Foto: Jasper Sanidad)

  (Foto: Jasper Sanidad)

  (Foto: Cesar Rubio e Jasper Sanidad)

  (Foto: Cesar Rubio e Jasper Sanidad)

  (Foto: Cesar Rubio e Jasper Sanidad)

  (Foto: Jasper Sanidad)

  (Foto: Jasper Sanidad)

  (Foto: Jasper Sanidad)

  (Foto: Jasper Sanidad)

  (Foto: Jasper Sanidad)

As casas de Oscar Niemeyer


Tão vitais como os palácios foram as residências

06/12/2012 | POR REDAÇÃO; FOTOS ALAN WEINTRAUB

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   (Foto: Alan Weintraub )
Oscar Niemeyer há de ser lembrado para sempre como arquiteto de edificações monumentais – palácios, catedrais, museus, parques –, mas seu vasto legado atesta que não só o grandioso o interessava. As mesmas curvas e formas sinuosas que ele usou para levar o modernismo a um patamar inimaginável foram aplicadas em diversos projetos residenciais, com o mesmo espírito livre e revolucionário. Muitas vezes até antecipando características que apareceriam depois nos edifícios públicos.
A mais conhecida, claro, é a Casa das Canoas, projetada para ser sua própria morada no bairro carioca de São Conrado, e uma das grandes responsáveis pelo sucesso de Niemeyer fora do Brasil. Mas há uma extensa lista de residências no currículo do arquiteto, nomeadas de acordo com os respectivos proprietários: Juscelino Kubitschek; Cavalcanti; Francisco Pignatari; Darcy Ribeiro; Anne e Joseph Strick; e Orestes Quércia. Em todas elas, o arquiteto priorizou a perfeita implantação na topografia e sua integração com a paisagem. Várias possuem painéis e jardins de gente do calibre de Athos Bulcão e Burle Marx.

  (Foto: Alan Weintraub)
Niemeyer nunca deu às casas que projetou o mesmo valor das construções públicas, fruto, talvez, de sua declarada orientação política comunista, em que obras pensadas para o coletivo são sempre mais importantes do que aquelas feitas para indivíduos. Arquitetonicamente, no entanto, casas oferecem um terreno mais livre para experimentações. E foi experimentando que Niemeyer forjou seu estilo – do modernismo aprendido com Le Corbusier à mistura com as influências do período colonial brasileiro, que culminou na supremacia da curva feita de concreto.
“Tudo começou quando iniciei os primeiros estudos de Pampulha – minha primeira fase –, desprezando deliberadamente o ângulo reto e a arquitetura racionalista feita de régua e esquadro para penetrar corajosamente nesse mundo de curvas e retas que o concreto oferece”, disse o mestre numa antiga entrevista. “Devo confessar também que, quando comecei os meus projetos em Brasília (1956), eu já estava cansado de dar tantas explicações. Eu sabia que tinha experiência para ser livre, e não me importavam as críticas inevitáveis contra meus projetos.”
São incontáveis os livros já escritos sobre o trabalho de Niemeyer. O primeiro a tratar exclusivamente das casas, porém, foi lançado nos Estados Unidos há apenas seis anos – e há poucas semanas ganhou versão brasileira. Casas, aqui publicado pela editora GG Brasil, tem textos editados por Alan Hess e centenas de fotografias de Alan Weintraub (as que ilustram esta página foram gentilmente cedidas pela editora). A obra comprova a importância vital dos projetos residenciais na carreira de Niemeyer.
  (Foto: Alan Weintraub)

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  (Foto: Alan Weintraub)

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  (Foto: Alan Weintraub)

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  (Foto: Alan Weintraub)

  (Foto: Alan Weintraub)