sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Israel construirá 5º maior estação de energia solar do mundo


Written By Coisas Judaicas on 29/10/2013 | 10/29/2013


Israel deve começar a construir no próximo ano a quinta maior estação de energia solar do mundo. 
O principal objetivo do país é reduzir a dependência do país em combustíveis fósseis. As informações são do Mashable.
Se tudo der certo, a planta de energia solar de 1,1 bilhão de dólares será capaz de gerar 121 megawatts de eletricidade a partir de 2016. Essa quantidade é suficiente para fornecer energia para cerca de 40 mil lares no país.
Mas esta é apenas parte de um plano para construir três usinas solares para diminuir drasticamente a dependência dos combustíveis fósseis. Entregar 121 megawatts é apenas uma parte dos 250 megawatts que a estrutura completa deve fornecer. O projeto deve contribuir para o plano do país de gerar 10% de sua energia a partir de fontes renováveis ​​até 2020.
A estação funcionará com espelhos de heliostato que refletem os raios do sol em direção a torres de energia solar. As torres transformam os raios em vapor, que, em seguida, passam pelas turbinas e viram eletricidade.
A construção das usinas será feita em parceria com a empresa americana BrightSource e com a empresa francesa Alstom. A BrightSource já tem experiência na construção de grandes centrais solares. Seu maior projeto é a instalação de usina solar Ivanpah, no deserto de Mojave, na Califórnia
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O Pesadelo da Arábia Saudita

O Pesadelo da Arábia Saudita

Transcrito do site www.pletz.com

por Deborah Srour – Um evento ou melhor, um não evento durante a Assembléia Geral das Nações Unidas passou quase desapercebido pela mídia. Quando o ministro das relações exteriores da Arábia Saudita, o veterano Príncipe Saud al-Faisal, recusou a discursar no plenário pela primeira vez, seu silêncio não poderia ter sido mais eloquente.
Para a maioria dos países, uma tal recusa pode ser considerada não mais do que uma torcida de nariz, mas para a Arábia Saudita, isto tem outras implicações bem mais graves.
A Arábia Saudita sunita está numa luta de vida ou morte pelo futuro do Oriente Médio com seu arqui-rival o Irã shiita e está furiosa com a ONU por não ter tomado qualquer atitude em relação à Síria, que é apoiada por Teerã. Não só ela está fula com a China e a Russia que vetaram toda ação do Conselho de Segurança, mas pela primeira vez, está irada com os Estados Unidos. Hoje o mundo árabe está convencido que a América abandonou seus amigos com políticas que eles consideram ingênuas e fracas.
O sentimento saudita é similar ao de Israel: que Barack Obama está permitindo ao seu inimigo comum, uma vantagem que pode ser irreversivelmente fatal. Membros desta administração americana não acreditam que sua aliança com a Arábia Saudita, a monarquia islâmica – que domina o suprimento de petróleo no mundo – esteja em qualquer perigo. Mas como ocorreu há 40 anos atrás quando a OPEC puniu os Estados Unidos com um embargo de petróleo por seu apoio a Israel, a Arábia pode estar disposta a desafiar Obama em defesa de seus interesses regionais.
Estes interesses incluem o curso tomado por Obama no Egito desde a Primavera Árabe e a ajuda aos rebeldes sunitas na Síria.
O foco da ira saudita são os clérigos shiitas que pregam a revolução nos países árabes governados por sunitas. Além da omissão americana em ajudar os rebeldes sunitas na Síria, Riyadh viu com horror Obama estender sua mão a Rouhani, o novo presidente do Irã.
Robert Jordan, ex-embaixador americano em Riyadh disse esta semana que o pior pesadelo dos sauditas seria um acordo entre esta administração americana e o Irã. Um acordo que permitiria a inspeção das usinas nucleares iranianas contra uma tácita permissão para que os mullas continuem sua campanha para dominar o mundo árabe.
Abdullah al-Askar, presidente da comissão em política internacional do parlamento saudita expressou sua preocupação dizendo que se a América e o Irã chegarem a um entendimento, será ao custo do mundo árabe, dos países do Golfo e especialmente da Arábia Saudita.
Numa rara aparição na mídia e ao lado de Adly Mansour, presidente interino do Egito, o rei Abdullah condenou o terrorismo, decepção e sedição da Irmandade Muçulmana. Estas poucas palavras mostraram o tamanho da ravina existente entre a América e a Arábia nos assuntos do Oriente Médio.
Foi a retirada do apoio a Hosni Mubarak e o apoio de Obama à Irmandade Muçulmana que primeiro chocou a realeza saudita, instaurando neles uma profunda desconfiança ao ver um amigo ser abandonado por Washington desta forma. A subsequente reverência de Obama a Mohamed Morsi os contrariou ainda mais pois eles vêem a Irmandade Muçulmana como uma ameaça ao seu governo dinástico. Por isso, quando Obama ameaçou cortar a ajuda ao Egito, Riyadh ofereceu compensar a perda, de fato minando a política americana e mandando um recado que os sauditas estão prontos a seguir seu próprio caminho.
Normalmente, os sauditas não tomariam uma decisão contra os interesses americanos. Hoje, parece que passaram desta fase e se não for de seu interesse, os sauditas não se curvarão mais à América.
O conflito na Síria é visto pela Arábia Saudita como uma batalha que irá definir o Oriente Médio, entre líderes árabes pró-ocidente e o Irã não-árabe. Por mais de um ano, os sauditas pressionaram Obama a se envolver na guerra civil ou com ataques aéreos diretos ou fornecendo ajuda militar aos rebeldes sunitas. Quando centenas de civis morreram no ataque químico em agosto, os sauditas esperavam finalmente uma reação de Obama à quebra de sua própria linha vermelha. Mas o subsequente acordo negociado com a Russia, foi uma vitória para Teerã e para os sauditas um verdadeiro tapa na cara.
A Arábia Saudita e o Irã se vêem como os representantes de visões opostas do Islamismo: os sauditas, guardiões de Meca e de uma hierarquia sunita conservadora; os shiitas iranianos, a vanguarda da Revolução que se propõe “libertar” o mundo árabe supostamente oprimido.
Na última década os sauditas assistiram alarmados como as populações shiitas nos países árabes vizinhos se fortaleceram, dominando a política no Líbano e no Iraque e encenando rebeliões em Bahrain e no Yemen numa estratégia que parece querer cercar a Arábia Saudita.
Mas o Irã não parou aí. Conseguiu fomentar agitações e protestos violentos da minoria shiita na própria Arábia Saudita, membros da guarda revolucionária iraniana foram pegos planejando o assassinato do embaixador saudita em Washington, além de ter conseguido implantar uma rede de espionagem no reino saudita.
Se os Estados Unidos permitirem que o Irã ganhe a Síria, a que conclusão devem chegar os sauditas?
Os príncipes da Arábia são políticos muito hábeis. Eles não se teriam mantido no poder todo este tempo se não o fossem. Até agora, a maioria das administrações americanas, sejam republicanas ou democratas, sempre ouviram seu conselho, inclusive sobre os iranianos. Mas a divergência de hoje que começou com o Egito e se solidificou com a Síria, está empurrando os sauditas contra a política americana.
Na próxima quarta-feira será o aniversário de 40 anos do embargo árabe do petróleo que causou o caos na economia americana e mundial. Hoje um suprimento estável de petróleo é de suprema importância para os Estados Unidos e a Europa saírem da atual crise econômica mas a Arábia Saudita pode estar preparada a seguir seu próprio caminho.
Muitos analistas e diplomatas no Golfo Pérsico dizem que os Estados Unidos estão pressionando os sauditas a não entregarem armas como mísseis terra-ar para os rebeldes sírios, com medo que caiam nas mãos de militantes islamistas da Al-Qaeda.
Esta é uma área que os sauditas podem decidir contrariar os americanos. Mustafa Alani, um analista Iraquiano baseado na Arábia e ligado à família real disse que não há divergência em opinião sobre a política de Obama. Ele afirmou que não há mais um só príncipe que simpatiza com ele. Eles acham que Obama perdeu a cabeça.
E aos poucos, Obama conseguiu o que ele pretendeu desde o princípio: minar a influência americana no Oriente Médio e no resto do mundo sem se importar quem poderia ser sacrificado no processo. Ele só esqueceu que alguns sacrifícios como a Arábia Saudita e Israel não subirão ao patíbulo em silêncio.

Falhas de memória e biografias não autorizadas


Oswaldo Mendes
É estranho supor que Samuel Wainer tenha assumido um jornal sabendo que ele era, ainda que “supostamente”, ligado às tenebrosas milícias
Para se desculpar de apressadamente suspeitar do biógrafo de Roberto Carlos, a quem acusou de citar uma entrevista que ele não teria dado, mas deu, em 1992, Chico Buarque garante que nunca falou em 1970 ao jornal “Última Hora” (de São Paulo) que, segundo acusa, era “supostamente ligado a esquadrões da morte”. No mesmo pedido de desculpas, Chico diz que deu entrevista anos depois, em 1977, para a “Última Hora’ do Samuel Wainer”.
Ao amenizar o fato de discordar do amigo quanto a censurar ou não as biografias, o professor José Miguel Wisnik escreveu em “O Globo” que Chico “tem razão no que diz sobre o Última Hora’ (fui colunista em 1975 e sei bem que o jornal de 1974 era radicalmente diferente do de 1970)”.
Se o compositor e o professor tivessem o rigor dos historiadores, de biógrafos responsáveis e de jornalistas sérios, não confiariam tanto na memória, que pode ser maliciosa e leviana, e checariam fatos, datas, nomes e circunstâncias antes de ligar o ventilador e jogar farinha na biografia dos outros.
Pois eu estava na “Última Hora” (UH) em 1970 –fui registrado em outubro do ano anterior. Em 1974, passei a editor, quando Samuel Wainer assumiu a direção e abriu o jornal a jovens colunistas, entre eles, é verdade, o professor José Miguel.
Chico ignora, e o professor que “sabe bem” não o informa, que Samuel não era mais dono da UH, cuja sucursal de São Paulo ele vendera a Octavio Frias de Oliveira, do Grupo Folha, logo depois do golpe de 1964. Ao voltar do exílio em 1974, Frias, em um gesto de civilidade, ofereceu-lhe a direção do jornal.
Por conta da minha ligação com o então chamado meio artístico, Samuel me elegeu para acompanhá-lo na sua reaproximação com a vida paulistana. Por meses, depois do fechamento, saíamos pelos teatros, shows, eventos e restaurantes badalados de então. Sedutor, Samuel logo ficou amigo de todo mundo.
Mas como o professor José Miguel diz “saber bem” a diferença entre a UH de 1970 e a de 1974, gostaria que ele nos ministrasse uma aula e nos tirasse da ignorância. Para ajudá-lo, lembro que foi na redação da UH que aconteceram as reuniões que transformaram em 1971 a Associação Paulista de Críticos de Teatro em Associação Paulista de Críticos de Arte. À frente estava João Apolinário, poeta português que se exilara no Brasil fugindo da ditadura de Salazar. Ele achava que os jornalistas críticos de arte deveriam se juntar aos artistas na luta contra a censura em uma entidade forte.
Lembro ainda o professor que, na mesma época, um dos colunistas da UH era Plínio Marcos, que já não encontrava emprego em lugar nenhum e cujas peças de teatro estavam proibidas pela ditadura.
Não é estranho que um jornal dos esquadrões da morte acolhesse alguém como Plínio? Mais estranho ainda que o professor (e o compositor) imagine que Samuel tenha assumido um jornal sabendo que ele era, ainda que “supostamente”, ligado às tenebrosas milícias.
Enfim, em respeito à memória de Plínio, Apolinário e Samuel, e em respeito aos sobreviventes, esperamos que o professor nos ilumine e diga hoje o que não sabíamos na época. Éramos todos imbecis desinformados (“inocentes úteis” como se dizia)? Por que o professor e o seu amigo compositor não nos alertaram? Não aleguem falha de memória, pois ela não desculpa a leviandade de apontar o dedo a esmo sobre a biografia alheia.
OSWALDO MENDES, 67, ator e dramaturgo, foi diretor do “Última Hora” (1978-79), subsecretário
de Redação da Folha e autor de “Bendito Maldito “” Uma Biografia de Plínio Marcos”. (artigo enviado por Mário Assis)

A presença de dois Lulas - Carlos Chagas



Carlos Chagas
Recebido com tapete vermelho, loas e fanfarras em Brasília e especialmente no Congresso, o Lula emitiu com precisão uma série de conceitos sobre a Constituição e a passada Assembléia Constituinte,  mas botou tudo a perder em termos de lógica e de bom-senso quando misturou juventude, política, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e imprensa. A impressão que se teve foi de dois Lulas: um ameno, preciso  e portador de inequívocos conhecimentos e de inconteste liderança popular; outro destemperado, mesquinho e desinformado.
Na segunda parte, começou criticando a juventude, que para ele despreza a política por não haver lido as biografias de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek. Se os moços  conhecessem a História,  estariam elogiando a política. Em seguida verberou a imprensa,  “que avacalha a política”.  Acrescentou que negar a política é praticar a ditadura.
Não é nada disso.  Se os jovens desprezam a política, será por conta dos políticos, não da imprensa, que também podem desprezar. Quem “avacalha” a política não são os meios de comunicação,  mas quantos fazem da política uma gazua para assaltar o poder público. Getúlio, no período em que foi ditador, censurou a imprensa com crueldade igual à dos  militares, anos depois. Foram eles que negaram a política e praticaram a ditadura. Jamais a juventude e muito menos a imprensa.  Ressalva se faça a Juscelino, que não censurou e tornou-se grande exemplo de presidente cultor da  democracia.
A gente fica pensando sobre as causas dessa raiva permanente manifestada pelo ex-presidente contra a mídia, já que dela se valeu para chegar ao poder. Claro que sofreu injustiças por parte de jornais, revistas, rádios e televisões,  antes e depois de seus oito anos no palácio do Planalto, mas onde estaríamos caso tivesse seguido o conselho de alguns companheiros para estabelecer a censura? 
A política a que o Lula se refere será a do mensalão? Do fisiologismo a que se dedicou, herdado pela Dilma, trocando ministérios por apoio parlamentar e privilegiando nulidades?
Perdeu o primeiro-companheiro excelente oportunidade de ficar calado, abreviando suas declarações repetitivas e injustas contra a imprensa, acrescidas agora de ampla confusão a respeito da política e das ditaduras. Como falou estar pronto para concorrer em 2018, é bom tomar cuidado… 
CARTAS MARCADAS
Seis companheiros disputam a presidência nacional do PT, dos quais cinco criticam o governo Dilma e querem Lula de candidato, no próximo ano. Apenas um apóia a reeleição da presidente, precisamente aquele que vencerá a consulta, o atual presidente Rui Falcão. Tem-se a impressão de um jogo de cartas marcadas, com cinco jogando para a plateia e um  interessado em aumentar seus cacifes, tudo engendrado pelo Lula. Sempre ficará aberta uma porta, na hipótese de sobrevirem inusitados diante da conquista do segundo mandato de Dilma.
ANTES TARDE DO QUE NUNCA
Decidiu o ministro da Justiça promover ainda hoje um encontro entre os secretários de Segurança do Rio e de São Paulo, mais autoridades federais. A proposta é elaborar um plano capaz de interromper o festival de depredações encenado pelos animais do black-bloc, que apesar de repudiados pela população dos dois estados, só fazem aumentar o ritmo da bagunça. Sempre será possível prever com algumas horas de antecedência  onde esses vândalos vão aparecer, mas mesmo admitindo-se a falta de estruturas de inteligência das respectivas polícias,  fácil parece identificar os baderneiros em meio à baderna.  Mais fácil ainda, cercá-los e prendê-los. O problema é não soltá-los.

CHARGE DO ALPINO


CHARGE DO DUKE


A última sessão de cinema

Gaudêncio Torquato
“Por que queríamos chegar ao governo? Não para agir como os outros, mas para atuar de maneira diferente”. A pergunta foi feita, há poucos dias, por Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se da mais emblemática peroração do fundador do Partido dos Trabalhadores sobre os rumos que a entidade tomou em seus 33 anos de vida. Lembra os tempos heroicos de outrora, quando “parecia bonito carregar pedra”, diferentemente dos dias atuais, em que a pessoa “vai fazer uma campanha e todo mundo cobra”.
 A evocação saudosa do guia do PT, mesmo que não tenha sido essa a sua intenção, sinaliza o fim de um sonho, o mesmo que acolhe a intenção da ex-senadora do Acre Marina Silva de inaugurar, ao lado do parceiro Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, uma nova era na política.
Diante da impossibilidade de substituir uma cultura política por outra, da noite para o dia, principalmente quando não há movimentos capazes de redirecionar práticas, costumes e processos, torna-se evidente que a emblemática Marina se assemelha, em sua peregrinação, à imagem de “carregadora de pedra” do mesmo molde do empreendimento que o velho PT tentou construir, em 33 anos, e não conseguiu.
Em saudável nação democrática, 20 anos no centro do poder amarram qualquer partido numa sequoia cheia de cupins. A deterioração se instala, um ambiente acomodatício invade as cercanias do poder. No passado, cada ciclo tinha sua vitamina. A era FHC exibia a charmosa bandeira social-democrata. Tinha, de um lado, a força dos capitais privados e, de outro, os braços do Estado do bem-estar, que exigia domínio sobre os serviços públicos. O ciclo Lula, aproveitando a derrocada do choque liberal dos anos 90, revigorou o capitalismo de Estado, inaugurando o mais abrangente programa de distribuição de renda da comunidade mundial.
MODELO EXAURIDO
Hoje, esse modelo parece exaurido. Na era Dilma, a presença do Estado na economia se faz mais forte, causando certo desconforto nos investidores internacionais. O PT, por seu lado, passou a ser membro atuante no palco da velha política, disputando com apetite fatias de poder. Na floresta dos tucanos, as árvores, com cascas cada vez mais despregadas, envergam de velhice. O PSDB não se renovou. A sigla vive de lembranças de quando os governadores Franco Montoro e Mário Covas brandiam seus escopos.
O tom lamuriento de Lula e o desespero tucano para unir suas alas e amenizar querelas internas constituem inequívoca sinalização de que, em 2014, assistiremos à última sessão de cinema, encenada pelos dois maiores competidores eleitorais. PSDB e PT poderão, até, voltar a resplandecer no futuro, voltando a se espichar para cima e para baixo como uma árvore adolescente, mas esse renascimento implica profundo reencontro com ideários e valores.
Não significa que outros deverão, a seguir, tomar seu lugar. Não há indicação disso. O cenário é o de difusa disputa entre grandes e médios partidos, com foco em indivíduos, e não em ideias, sob a égide de uma modelagem eleitoral muito permissiva quanto ao uso de recursos financeiros e centrada na exuberância mercadológica.

O Enem não é a última cartada


João Batista Libânio
Toda avaliação sofre de ambiguidade de ambos os lados, quer da parte dos que a promovem, quer dos que a ela se submetem. O Enem tornou-se a maior avaliação acadêmica no fim do primeiro grande ciclo de estudos. O adolescente, antes de encetar o curso superior, passa pelo crivo dessa prova. Ao prepará-la, os professores organizam questões que visam a testar certo tipo de conhecimento e de inteligência. Nem todos os alunos cabem bem dentro de tais parâmetros.
A história humana nos mostrou casos extremos de gênios, como Einstein, que fracassaram em face de alguns exames. No mundo da teologia, K. Rahner, o maior teólogo católico do século passado, viu reprovada sua primeira tese doutoral em filosofia. Certamente, quem o fez distava dele anos-luz em inteligência e conhecimento.
Bom recordar tais fatos para que, tanto os bem-agraciados no exame, quanto os menos afortunados, não se julguem nenhum dos extremos. Quando lanço um olhar para colegas e alunos brilhantes nos anos escolares e pergunto-me pelas realizações profissionais, nem sempre ambas sintonizam. Uns brilharam alguns anos como criança e adolescente e depois se apagaram na idade adulta. Outros, no entanto, que não fulguraram nos primeiros passos, alcançaram renome em atividades importantes.
A VERDADE DO JOVEM
A inteligência em exames não revela nem de longe toda a verdade do jovem. Potencialidades e defeitos permanecem intocados. Amanhã acordam as valências positivas e o jovem, hoje menos vitorioso, desponta na idade adulta. O contrário infelizmente sucede. Alguém que triunfou no Enem acontece ter fim trágico ou perder-se na noite interior e não render para si nem para a sociedade.
Com tal duplo olhar, cabe atitude de cautela e de esperança. Cautela para o vencedor, a fim de que não se perca na ilusão da vitória e muito menos se deixe vender pela propaganda. Tantos como ele se desviaram pelos descaminhos da vida. Estão aí patinando na mediocridade não vencida. E quem for infeliz nos exames, não mergulhe na noite da depressão. Saiba que na vida, amanhã, ele mesmo pode superar esse momento de fracasso que não lhe diz nenhuma palavra definitiva sobre o destino e o futuro.
Jovens e família não se inebriem nem se frustrem com os resultados. A vitória alegra, mas não é tudo. O insucesso dói, mas não mata. Ambos têm diante de si o futuro a ser construído na constância, na ética e na saída de si para os outros.
As experiências mais belas e carregadas de felicidade não brotam da glória e do êxito que vêm de fora, dos aplausos, mesmo da própria família. Saem de dentro do coração de quem vivenciou fazer um outro feliz. Só há profunda felicidade humana quando a partilhamos com outros que também se alegram conosco. As vitórias nas disputas, na concorrência, na competição explodem no momento. Duram o tempo do pipocar do foguete. Mas aquelas que significam o encontro com o outro, a partilha mútua da própria alegria e até mesmo da tristeza pacificam bem fundo o coração humano. Qual seja o resultado do Enem, satisfatório ou não, não está jogada a última cartada que está sempre por vir. (transcrito de O Tempo)

Percentual de famílias com dívidas aumenta em outubro


fonte: CNC

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor mostra que 62,1% das famílias estão endividadas em outubro de 2013

sua prestacao artigos  : Percentual de famílias com dívidas aumenta em outubro
Crédito: Ascom CNC
Após dois meses sucessivos de queda, o percentual de famílias com dívidas aumenta em outubro de 2013. Na comparação com outubro de 2012, também houve alta. Os indicadores de  inadimplência seguiram a mesma tendência. O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso e o percentual de famílias que relataram não ter condições de pagar suas contas e dívidas em atraso apresentaram crescimento em relação a setembro de 2013, assim como na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O percentual de famílias que relataram ter dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro alcançou 62,1% em outubro de 2013, avançando em relação aos 61,4% observados em setembro, como também em relação aos 59,2% de outubro de 2012. É o que revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada hoje pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso seguiu a mesma tendência, aumentando em ambas as bases de comparação: o percentual de famílias inadimplentes alcançou 21,6% em outubro de 2013, ante 20,6% em setembro de 2013 e 20,5% em outubro de 2012. Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes, também apresentou crescimento nas comparações mensal e anual, alcançando 7,3% em outubro de 2013.
A proporção das famílias que se declararam muito endividadas aumentou ligeiramente entre os meses de setembro e outubro de 2013 – de 12,4% para 12,6% do total de famílias. Na comparação anual, também houve piora na percepção de endividamento, com o percentual de muito endividados elevando-se em 0,9 ponto percentual. Na comparação entre outubro de 2012 e outubro de 2013, a parcela que declarou estar mais ou menos endividada passou de 20,2% para 23,3%, e a parcela pouco endividada passou de 27,4% para 26,2% do total dos endividados.
cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 73,9% das famílias endividadas, seguido por carnês, para 17,9%, e, em terceiro, por financiamento de carro, para 11,5%. Para as famílias com renda até dez salários mínimoscartão de crédito, por 75,8%, carnês, por 19,5%, e crédito pessoal, por 10,3%, são os principais tipos de dívida apontados. Já para famílias com renda acima de dez salários mínimos, os principais tipos de dívida apontados em outubro de 2013 foram: cartão de crédito, para 65,9%, financiamento de carro, para 23,5%, efinanciamento de casa e crédito pessoal, para 15,0%.
Tipo de créditoTOTALAté 10SMMais 10SM
Financiamento de casa6,10%4,10%15,00%
Cartão de crédito73,90%75,80%65,90%
Cheque especial6,00%4,80%11,10%
Cheque pré-datado2,10%1,80%3,40%
Crédito consignado5,70%5,40%6,80%
Crédito pessoal11,20%10,30%15,00%
Carnês17,90%19,50%10,30%
Financiamento de carro11,50%8,80%23,50%
Outras Dívidas2,40%2,60%1,40%
Não sabe0,20%0,30%0,20%
Não respondeu0,20%0,20%0,20%
Sobre a Peic
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC a partir de janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores.
Das informações coletadas, sãoapurados importantes indicadores: percentual de consumidores endividados, percentual de consumidores com contas em atraso, percentual de consumidores que não terão condições de pagar suas dívidas, tempo de endividamento e nível de comprometimento da renda.
Fonte: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO