segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O sobradinho do vovô - RUY CASTRO


FOLHA DE SP - 09/12

RIO DE JANEIRO - Deu no jornal: a casa da família da presidente Dilma Rousseff em Uberaba (494 km de Belo Horizonte) foi declarada patrimônio histórico. É uma construção de 1938, de porta, janela e varanda com escadinha, como tantas. Em solteira, a mãe de Dilma morou ali com os pais. Casou-se com Pedro Rousseff e os dois se mudaram para Belo Horizonte, onde Dilma nasceu, em 1947. A menina só conheceu a casa nas vezes em que voltou à cidade para visitar o avô. Deve ter rabiscado seu nome a lápis em algumas paredes, não mais.

Para um imóvel se tornar patrimônio histórico, submete-se a um processo que o considere de utilidade pública. Daí é tombado e desapropriado, pagando-se ao proprietário um valor arbitrado por um órgão oficial. A casa, vazia e em mau estado, ainda pertence à família de Dilma. A ideia é transformá-la num memorial dos presidentes brasileiros, com os recursos do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) e do Ministério da Cultura.

O prédio não tem qualquer interesse arquitetônico ou histórico, mas o prefeito de Uberaba é aliado político de Dilma e capaz de envolver órgãos federais nesse ato de puxa-saquismo explícito. Houve quem se revoltasse ao ler a notícia, mas prefiro vê-la por um ângulo otimista.

Se há dinheiro para salvar o sobradinho do vovô, não deverá faltar para recuperar, por exemplo, as magníficas edificações da antiga Universidade do Brasil, na Praia Vermelha, construídas por d. Pedro 2º, em 1852. A Reitoria era originalmente o Hospital dos Alienados, onde Lima Barreto foi internado em 1914 e 1919. A cultura brasileira deve muito ao complexo por inteiro. Na Faculdade de Arquitetura, aconteceu em 1959 o primeiro grande show de bossa nova.

Ao passar por ali, hoje, a sensação é de abandono. Mas o MinC parece ter outras prioridades em matéria de patrimônio histórico.

Cinemas de calçada - MARTHA MEDEIROS


ZERO HORA - 08/12

Os cinemas em shoppings possuem um conforto e uma qualidade técnica que só confirma a evolução do setor, mas atire a primeira pipoca quem não sente saudades dos cinemas de bairro.

Como passei dos 11 aos 25 anos morando na D. Pedro II, o Astor era o mais perto de casa. Situado na esquina da Benjamim com a Cristóvão, tinha uma fachada imponente e era vizinho do cineteatro Presidente (onde nunca vi filmes, só shows). Foi no Astor que assisti Laranja Mecânica e E.T.

E havia o cine Colombo ali perto, acho que um dos primeiros a fechar, pois só recordo de ter ido lá quando criança, em turma, fazendo uma bagunça na primeira fila que atordoava os adultos sentados atrás de nós. Mas o que adultos faziam assistindo aos filmes do J.B.Tanko, como Som, Amor e Curtição?

Teve a fase do Coral, em frente ao Parcão, com sua imensa escadaria que nos reconduzia à realidade ao deixarmos a sala escura. Foi lá que assisti, aos 14 anos, meu primeiro filme proibido para menores de 18. Minha mãe me emprestou seus óculos escuros e cruzei o saguão feito uma Jackie Onassis mirim para assistirmos juntas a Nosso Amor de Ontem, com Barbra Streisand. E na véspera de um aniversário, quando bateu meia-noite e passei dos 16 para os 17 anos, estava dentro do Coral também, assistindo ao The Last Waltz, antológico show de despedida da The Band, filmado por Martin Scorsese. Bem melhor do que ouvir Parabéns a Você.

Difícil imaginar que houve um tempo em que eu ficava facilmente acordada à meia-noite, ainda mais dentro de um cinema. Como esquecer as sessões da madrugada no ABC, na Venâncio? Woodstock e Blade Runner foram vistos lá. Assisti Blade Runner apenas uma vez, sou um caso a ser estudado pela ciência. Na época, quem assistia menos, assistia quatro ou cinco vezes.

Perto do ABC tinha o Avenida, na João Pessoa, onde fui introduzida pela primeira vez à obra de Pedro Almodóvar com seu hilário Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos.

O Vogue, na Independência, era meu reduto depois das aulas da faculdade. Foi lá que assisti obras políticas como Sacco & Vanzzetti, A Batalha de Argel e todos os do Costa Gavras, e foi lá também que assisti ao primeiro filme com o primeiro namorado (Jonas, que Terá 25 Anos no Ano 2000 – nome do filme, não do namorado).

No Centro, tinha o Imperial e o Cacique, lado a lado. Difícil lembrar em qual deles assisti, recém liberado pela censura, a O Último Tango em Paris ao lado do meu irmão, na única vez em que fomos ao cinema juntos depois de virarmos gente grande (eu com 18, ele com 16). E foi no Cine Victória, na Borges, que me encantei com A Marvada Carne, que segue na lista dos meus filmes nacionais preferidos.

Nunca fui ao Capitólio.

Por fim, a dobradinha Baltimore e Bristol, na Oswaldo Aranha. O Bristol era cult, com sua pequeníssima sala no segundo andar, alcançável por uma escada estreita onde nos espremíamos em filas para assistir aos ciclos do Godard. Já o Baltimore tinha uma programação mais comercial. Foi onde assisti a Uma Linda Mulher, já que filme cabeça todo dia não dá.

Qual o mais inesquecível dos cinemas? Na verdade, ficava a 200km de Porto Alegre: era o da SAPT de Torres, onde assisti desde os filmes do Roberto Carlos até 2001, Uma Odisseia no Espaço, sempre batendo com os pés no chão antes do início, fazendo barulho no assoalho de madeira para marcar aqueles anos que não voltariam mais.

Imóveis lançados em 2014 podem ser ainda mais compactos


Comitê acadêmico especializado em mercado imobiliário divulga suas perspectivas para os preços e características dos lançamentos de imóveis no ano que vem

SXC.Hu
Prédio em construção
Prédio em construção: preços no Rio e São Paulo continuarão pressionados em relação às demais cidades
São Paulo – Em 2014, a alta nos preços dos lançamentos residenciais deve se manter no mesmo ritmo deste ano, e os apartamentos lançados podem ficar ainda mais compactos nos grandes centros urbanos. Esta é a visão do Comitê de Mercado, formado por professores e pesquisadores do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (NRE-Poli-USP), e de empresários e executivos do mercado imobiliário ouvidos pelo próprio comitê.
As conclusões do Comitê e as ideias dos profissionais que atuam no mercado de lançamentos imobiliários residenciais foram reunidas em um documento que traz as perspectivas para esse mercado em 2014. No geral, a visão dos empresários e executivos está em linha com a visão do Comitê. Veja a seguir quais as principais perspectivas para os lançamentos deimóveis residenciais no ano que vem, de acordo com o documento:
1 Os preços dos imóveis lançados estão caindo em algumas capitais
Segundo o Comitê, há evidências de quedas de preço em capitais com estoques de imóveis muito altos em relação à demanda orgânica, como Manaus e Salvador. Em algumas dessas cidades onde os preços caem, há um fator adicional para isso: algumas construtoras estão abandonando esses mercados e liquidando estoques. É o que ocorre em Brasília, Vitória e algumas cidades do Centro-Oeste.
2 Imóveis lançados em 2014 devem manter o mesmo perfil em cada cidade, mas podem ficar ainda menores nas capitais e cidades de maior destaque
Para 97% dos consultados e também para o Comitê, os tipos de imóveis prevalentes em cada área urbana devem permanecer os mesmos em 2014, com eventual redução das áreas privativas das unidades. No entanto, segundo o relatório, o Comitê acentua que esse modelo de reduzir a área das unidades para fazê-las caber no bolso dos compradores pode estar se esgotando.
3 Cidades-satélites e cidades-dormitórios devem continuar abrigando os lançamentos maiores e mais confortáveis
Nas cidades que ficam em torno dos grandes centros, portanto, deve continuar o movimento de lançamentos de imóveis maiores e a demanda aquecida de pessoas que trocam a moradia perto do trabalho por moradias mais confortáveis, como é o exemplo de Guarulhos, em São Paulo.

4 Os preços em São Paulo e Rio devem continuar pressionados em 2014
Os preços dos lançamentos nas cidades de São Paulo e Rio devem continuar sofrendo pressão por conta de fatores particulares dessas capitais. Em São Paulo, por conta do aumento dos preços dos terrenos e do novo patamar de valor da outorga onerosa (autorização para construir acima dos limites definidos pelo Plano Diretor mediante pagamento à Prefeitura). E no Rio por conta da escassez de áreas para novos empreendimentos, o que deve encarecer os preços dos terrenos e, consequentemente, dos imóveis lançados.
5 Tirando talvez Rio e São Paulo, os preços em 2014 devem subir de forma semelhante a 2013
Segundo 86% dos empresários e executivos do mercado imobiliário, os preços dos lançamentos em 2014 no resto do Brasil devem variar a taxas equivalentes ou ligeiramente inferiores às deste ano. Isto é, sem altas estrondosas ou desvalorizações significativas em relação a 2013. A pressão maior sobre os preços deve ocorrer no Rio e em São Paulo, pelos motivos já descritos no item anterior.
Para 78% dos consultados pelo Comitê, a variação média dos preços dos lançamentos em 2014 deve ficar um pouco acima da inflação oficial (IPCA) e mais próxima do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), índice de inflação do setor de construção civil. As expectativas do Comitê de Mercado do NRE-Poli-USP estão alinhadas com ambas as visões.
6 Os preços dos lançamentos fora do eixo Rio-São Paulo devem variar a taxas menores que esses dois principais mercados
Como a pressão sobre os preços nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro deve continuar no ano que vem, 68% dos consultados esperam que em outras capitais as altas dos preços dos lançamentos sejam inferiores às altas dessas duas grandes cidades. Segundo o relatório, isso se deve à liquidação de estoques que vai ocorrer em alguns mercados, onde já são ofertados imóveis a preços inferiores aos custos de reprodução. Encerrado esse efeito, é possível que os mercados se harmonizem, acreditam os especialistas.

CHARGE DO ALPINO

O DECOTE DE FERNANDA LIMA NO SORTEIO DA COPA


ESTÃO DEFENDENDO UM JOSÉ DIRCEU DO PASSADO, QUE NÃO EXISTE MAIS. QUANTO A GENOINO E DELÚBIO, SEM COMENTÁRIOS.


Carlos Newton
É impressionante, na internet, o bombardeio de artigos e notas defendendo José Dirceu, José Genoino e até inexpressivo Delúbio Soares, mas não se registra o mesmo fenômeno em relação a outros personagens da mesma novela, como Roberto Jefferson, Valdemar Costa Neto, Pedro Henry, Bispo Rodrigues e Marcos Valério.
Essa defesa massiva na mídia eletrônica é algo jamais visto aqui no Brasil, desfechada simultaneamente em sites, blogs, e-mails e redes sociais, com argumentos que chegam ao ridículo, ao considerar que Dirceu, Genonio e Delúbio estariam literalmente atravessando “uma via crucis”, o que significa compará-los com Jesus Cristo, vejam a que ponto de fanatismo político chegamos, e justamente na época de Natal.
Nessas mensagens que inundam a internet brasileira, os três destacados petistas são considerados como “presos políticos”, ao invés de “políticos presos”, o que é um belo jogo de palavras. Mas como podem ser presos políticos, se o regime é comandando pelo próprio PT e o Supremo tem ampla maioria de ministros  nomeados pelos próprios governos petistas?
NÃO SÃO OS MESMOS…
Seus defensores esquecem que, hoje, Dirceu, Genoino e Delúbio nada têm a ver com o que foram antes. Dirceu, por exemplo, tornou-se um homem muito rico, por usar indevidamente seu prestígio político para conduzir negócios e negociatas junto governantes petistas nos âmbitos federal, estadual e municipal. Deveria ser execrado por isso, mas no PT a prática de dar esse tipo de “consultoria” é vista como atividade normal e regular.
Dirceu não é exceção, mas pode ser considerado o maior exemplo de sucesso como “consultor”, a mesma atividade exercida hoje pelo ex-ministro Antonio Palocci e pela também ex-ministra Erenice Guerra, todos fazendo fortuna com “consultorias” e festejados pelo antigamente “partido mais ético do país”, no dizer de seu fundador Lula.
PIMENTEL E DELÚBIO
O ainda ministro Fernando Pimentel também fez o mesmo. Abriu uma consultoria em Belo Horizonte e chegou à perfeição – receber o dinheiro sem prestar os serviços. Foi um escândalo, um vexame nacional, mas a presidente Dilma Rousseff o manteve no cargo, alegando que os “malfeitos” foram cometidos antes de o companheiro Pimentel ser nomeado ministro, um desculpa realmente criativa e patética.
Para não ficar para trás, Delúbio Soares, que era um modesto professor de Geografia no ensino básico, também se tornou um bem-sucedido “consultor de empresas” em Goiânia, intermediando negócios com a prefeitura do petista Paulo Garcia, vejam só que coincidência.
E Genoino mostra agora todo o seu caráter. Aposentado na Câmara com 20 mil mensais, pede nova aposentadoria por invalidez, para elevar o pagamento para 27 mil, além de sua Bolsa-Ditadura. Como diz Silvio Santos, é tudo por dinheiro, nesse falso guerrilheiro, que delatou os companheiros sem ter sido torturado, conforme relato do coronel Licio, que o prendeu no Araguaia, e Genoino não o desmentiu.
Traduzindo: esses falsos petistas não são mais os mesmos, e o PT, também não. Sua direção prepara uma seção de desagravo a Dirceu, Genoino, Delúbio e o resto da quadrilha. Mas o que esperar do PT? O que esperar da política brasileira? Existe algum partido verdadeiramente nacionalista e que defenda os interesses da população? A resposta é o silêncio. Nossa geração politicamente fracassou.

O MAL DO ADIAMENTO



Heron Guimarães
De todos os males que assombram as gestões públicas no Brasil, a procrastinação é, depois da corrupção, a que mais prejudica o cidadão e, por consequência, os próprios governos que não fazem nada para evitá-la ou, pelo menos, reduzi-la. Deixar para depois acaba com qualquer planejamento, desmotiva a melhor das equipes, torna uma administração tão ineficiente que chega a comprometer um trabalho inteiro e pode derrubar políticos que conseguiram fazer uma campanha eleitoral exemplar e manter um discurso coerente e bem-intencionado.
O mal de adiar atinge todos os que dependem do serviço público, como em uma epidemia. Como é uma praga que se hospeda em pessoas, ela também afeta setores privados, mas, pela facilidade de trocar as peças e de acompanhar resultados sem ter a necessidade de satisfazer compromissos políticos, às vezes, ela é contida.
No serviço público, é diferente. A procrastinação é tolerada e, em muitos casos, estimulada. Afinal, para muitos governantes ou líderes públicos, é melhor deixar o tempo resolver. Porém, o tempo, “senhor da vida”, pode trabalhar contra.
ZUMBIS DE CORREDORES
Assim, sem tomar decisões, vão-se embora rios de dinheiro, trabalhos inteiros e ideias são jogadas ao vento. As vítimas desse adiamento contumaz se transformam em zumbis de corredores, lotando, sem eficiência alguma, prefeituras, câmaras, ministérios, tribunais e tudo o que se pode chamar de repartição pública. Ver esses fantasmas nos cafezinhos, esparramados de frente para suas mesas de MDF, usando seus estiletes afiados para apontar lápis ou simplesmente passando o tempo com fofocas em redes sociais ou jogando paciência é angustiante.
A incompetência, apesar de ser a principal responsável por deixar tudo para depois, não é a única a contribuir com essa patologia. Também tem a acomodação, a tal zona de conforto que vem de apadrinhamentos, a ausência de bons gestores e, por fim, a força do hábito. Essa última casualidade é, pela dificuldade de ser erradicada, a mais nociva, pois é altamente contagiosa. Propaga-se no vácuo e transforma mentes ansiosas por resultados em uma espécie de consciência paquidérmica generalizada.
O irritante sossego da procrastinação parece uma doença incurável. Pessoas esforçadas e competentes, em outros ambientes de trabalho, anulam-se no setor público, contribuindo com o estado de letargia total que assola o Brasil dos tempos de internet de alta velocidade. Elas, até sem saber, contribuem com um Estado inativo, ineficiente e prejudicial ao desenvolvimento humano e econômico.
A solução para essa chaga se resume em uma só palavra: meritocracia. Mas fazer valer o mérito é algo ainda inalcançável pelos padrões brasileiros de administração pública. (transcrito de O Tempo)

Um resort, uma galeria, uma casa


Materiais rústicos e amplitude em lar africano

07/06/2013 | POR REDAÇÃO; FOTOS SAOTA & ADAM LETCH



  (Foto: SAOTA e Adam Letch)
Julgando apenas pelas fotos, alguém poderia facilmente confundir a casa De Wet 34 com um magnífico hotel litorâneo com ares de galeria de arte. No entanto, a propriedade situada em um local paradisíaco, sobre uma das encostas de Lion’s Head, com vista para a baía de Bantry, na Cidade do Cabo, é uma mera residência. Apenas.
O projeto do escritório local Saota teve como orientação o pedido dos proprietários de que se criasse um lar majestoso, mas simples o suficiente para inspirar uma sensação de tranquilidade. Como fazê-lo? A solução foi desenhar espaços extremamente amplos, que se distribuíssem em quatro andares de dimensões diferentes. Para favorecer a nobre vista, abusou-se do vidro. Na sala de estar, por exemplo, duas paredes envidraçadas e a ausência de caixilhos abrem o ambiente completamente a um gramado, de um lado, e à vista do oceano, do outro.
Os materiais empregados na construção - pedra, madeira e concreto - mantêm uma aparência crua, fato que proporciona uma integração com a natureza do entorno. Em cada espaço, ao menos uma dessas texturas se encontra em algum formato ou acabamento diferente, o que cria um jogo de contrastes capaz de expor a dualidade entre a estética e o conforto na casa. Um exemplo: o piso bruto de pedra da sala tem seu oposto – o teto – revestido por tábuas de madeira, o que aquece o ambiente. Outra ideia por trás do revestimento do projeto em materiais crus era, com o tempo, a formação de uma pátina que emprestasse ao lar um look ainda mais rústico.
  (Foto: SAOTA e Adam Letch)
Assinada pela Okha Interiors, a decoração da De Wet 34 foi pensada para ressaltar a essência orgânica da construção. Assim, nada melhor do que o branco para permitir que os materiais brilhassem por eles mesmos. A cor se estende a quase todos os móveis da casa, sendo as pinturas praticamente as únicas fontes de cor. Outras obras de arte incluem esculturas imponentes. De alguns ângulos, a presença dessas peças, em conjunção com o concreto e a amplitude dos espaços, cria a atmosfera de uma verdadeira galeria de arte.
Apesar da predominância do branco, figuram elementos de visual marcante, que roubam a cena onde se encontram – é o caso da luminária preta em forma de arco, na sala, e do quadro de uma mulher acima da cama de casal. A harmonia com a natureza chega até ao décor em alguns cantos, como em uma luminária que remete a galhos no living, ou nos ramos de árvore que escalam o espelho no banheiro da suíte principal.
Para dar o toque final, um espelho d’água se estende atrás de um sofá na sala, e uma piscina infinita parece se fundir ao mar, criando a ilusão de ótica de que este está no mesmo nível da casa. Um projeto que expõe um mundo de possibilidades.
  (Foto: SAOTA e Adam Letch)

  (Foto: SAOTA e Adam Letch)

  (Foto: SAOTA e Adam Letch)

  (Foto: SAOTA e Adam Letch)

  (Foto: SAOTA e Adam Letch)

  (Foto: SAOTA e Adam Letch)

  (Foto: SAOTA e Adam Letch)

  (Foto: SAOTA e Adam Letch)

  (Foto: SAOTA e Adam Letch)

  (Foto: SAOTA e Adam Letch)

  (Foto: SAOTA e Adam Letch)

Marketing sensorial: faz sentido?




Aparentemente abandonadas, as ações focadas nos cinco sentidos avançam para marcar a memória do cliente, influenciar na decisão e revelam experiências de fortalecimento do relacionamento

07/12/2013 12:02





Com os clientes cada vez mais exigentes e as empresas investindo na percepção deles, todas as ações que criem um vínculo com a marca é válido para tentar fidelizar. O caminho é explorar todas as armas para conquistar esse cliente e ter um bom relacionamento. Mas, nem todos sabem exatamente como se diferenciar diante de tantas ações e formas de encantar o consumidor. Entre elas está o marketing sensorial, que apesar de muitas empresas não aproveitarem dos seus benefícios, outras investem com tudo nos cinco sentidos do cliente para garantir a experiência. O tato, paladar, visual, olfato e audição, são grandes aliadas para criar diferenciação e se destacar na memória do consumidor. Eles têm o poder criar uma conexão emocional do cliente com as marcas, que influencia diretamente na aproximação entre as partes. 

Para Valéria Rodrigues, sócia diretora da Officina Sophia Retail, o varejo é o segmento que mais tem se dado bem com essas estratégias sensoriais, isso porque o espaço dos pontos de venda proporciona inúmeras possibilidades para essa experiência. "A vantagem é que na loja física tudo pode acontecer. É aí que o marketing sensorial ganha relevância: um cenário onde os consumidores podem interagir de diferentes formas com os produtos", afirma. Um exemplo disso é a Kopenhagen, que investiu em várias ações na unidade da Oscar Freire, que conta com um painel gigante em LED, com imagens sobre a empresa; caixas de sons que convidam os clientes a terem uma experiência; aroma de chocolate baunilhado ao entrar na loja, além de disponibilizar produtos para degustação. "Os clientes recebem de forma surpreendente essas ações e ficam fascinadas com toda a atmosfera da loja. Uma marca como a nossa não vende chocolates, e sim presentes, e os sentidos fazem parte do nosso negócio", comenta Orlando Glingani, gerente de inovações do Grupo CRM, detentor da marca Kopenhagen.

Outro exemplo é a Tintas Coral, que proporcionou ao cliente a possibilidade de fazer testes de textura e cor da tinta antes de decidir a compra. A empresa identificou a necessidade do consumidor em conhecer mais o produto, para fechar o negócio com certeza da cor que queria. Por isso, a Coral passou a disponibilizar nos pontos de venda matérias expositores. "A maioria das pessoas pintam a cada três anos ou cinco anos, e ela não tem uma experiência de tinta. Então, no momento em que ela está ali, propensa a comprar a tinta, se você proporciona esse tipo de experiência, a pessoa se motiva, se sente mais segura e compra a tinta", conta Eduardo Castro, gerente de trade marketing da Tintas Coral. Mesmo que haja todas as informações do produto, é importante esse contato com o cliente para que marque a memória do cliente, segundo comenta Marcelo Murin, sócio-diretor da Sollo Direto ao Ponto. "Utilizando ferramentas que mexam com os sentidos do consumidor, a chance de capturar sua atenção e deixar algum interesse, é muito maior, já que é muito mais fácil gravar na memória situações vividas do que informações textuais", diz o executivo.


EXPERIÊNCIA NO PÓS VENDA
Seguindo o caminho do uso dos cinco sentidos como ferramenta para fortalecer o relacionamento, a Gafisa identificou que os clientes do setor imobiliário estão inseguros e insatisfeitos com a postura distante das construtoras após a entrega do imóvel. Com o objetivo de suprir essa necessidade, a empresa investiu em ações no pós venda para se diferenciar no mercado, como por exemplo, o ´Gafisa no Pedaço´. Nesta ação, os clientes são surpreendidos com uma pizza no dia da mudança, um momento que é bem corrido para os mesmos. "A mala direta dessa ação é enviada com um aroma de pizza", conta André Luiz Chagas Pereira, gerente de relacionamento com o cliente da Gafisa. 

Além disso, a empresa também realiza a ´Open House´, para clientes que já receberam o imóvel há alguns meses da entrega, que consiste em uma festa exclusiva totalmente produzida e custeada pela empresa, e a ´House Up´, para clientes que já receberam o empreendimento há algum tempo, que é uma promoção para a ´redecoração´ em um dos ambientes do apartamento. "Nossa ideia é criar um vínculo emocional entre o produto e o consumidor e fazer com que ele tenha sensações em diferentes sentidos e experiências inesquecíveis", conclui.

Fonte: Cliente S/A

CHARGE DO PATTER


SENSACIONAL!!! Observe como os assaltantes sincronizam os atos com a música.




Assalto durante um concerto.
Um dos vídeos mais inteligentes destes últimos anos... É de torcer pelo sucesso dos ladrões, todos com formação musical...
O Maestro da "quadrilha" é maestro mesmo.
Abra o som porque a música é imprescindível. O vídeo é uma obra prima.


Colaboração de Ester Menda

Quem foi que disse que panfletagem não dá retorno?


by Felipe R. Magalhães
Navegando pela internet, encontrei o artigo "O pior da propaganda - entregar panfletos de imóveis". Confesso que não concordo. Ok, é a mídia mais óbvia, menos criativa, isto sem contar o problema ambiental dos panfletinhos jogados fora, e o trabalho quase "escravo" que algumas empresas submetem sua equipe, mas não concordo que não traga resultado. Quem foi que disse que para ser eficaz tem que ser uma mídia criativa? Já presenciei diversos empreendimentos 100% comercializados com um único investimento em mídia: A panfletagem.
O problema maior em relação ao resultado, é o vicio de muitos gestores em replicar fórmulas bem sucedidas em todos os empreendimentos que comercializam. A panfletagem deu certo em um caso? Teremos panfletagem em tudo daqui para frente. Agindo assim, é óbvio que ela não trará o retorno esperado.
- Panfletagem em dias muito quentes? Cuide. Muitas pessoas andam com os vidros fechados devido ao ar condicionado (a maioria não abrirá o vidro para pegar o panfleto).
- Panfletagem no final de semana, no verão? Cuide. Muitas pessoas vão à praia, e as grandes cidades ficam vazias. Em lugares onde é verão o ano inteiro, a regra vale independente da estação.
- Entrega em caixa de correio? Muitas residências não possuem acesso direto até as caixas de correio, tendo o promotor que entregar o material para o zelador ou guarda do prédio. (certo que ele colocará fora)
- O barato sai caro: Não adianta você contratar a empresa mais barata de panfletagem e exigir o melhor serviço. A qualidade está diretamente ligada ao preço que você pagará. Esteja ciente dos valores cobrados pelas empresas. Depois não reclame que a menina que está ganhando R$ 20,00 por 8 horas de trabalho está fazendo "corpo mole" na hora de entregar os seus panfletos.
- Cuidado com o material: Seu material precisa ser atrativo o suficiente para que a pessoa não o coloque automaticamente fora. Recebemos tantos materiais durante o dia que colocar no lixo sem nem analisá-lo já virou rotina. Desperte a curiosidade do impactado.
Acompanhe abaixo alguns cases que demonstram que mesmo na panfletagem é possível se diferenciar SIM!
Meninas floristas: Moças vestidas com um avental e com uma cesta repleta de panfletos que se assemelhavam a buquês de flores. Realização Incortel / Cyrela no Espírito Santo

Doutores Imobiliários: "Agre - oferece apartamentos sem contra-indicação por que é doutora no assunto." Ação realizada em Salvador.
Catu Residence: Os promotores armaram rede de vôlei e tênis no semáforo (infraestruturas existentes no empreendimento em questão). Ação realizada em Fortaleza, pela Brookfield.
Algumas empresas utilizam "recursos" um pouco mais "óbvios". Cuidado, ao descaradamente atingir o público masculino. Não se esqueça que a mulher é a principal decisora da compra de um imóvel, e que mulheres não tem boa receptividade com moças, digamos, um pouco insinuantes.

Fonte: marketingimob

Relatório do Ministério da Previdência aponta que os fundos estariam sendo usados para desvio de recursos mediante pagamento de propina

Fundos de pensão têm prejuízo de R$ 528 milhões


No primeiro semestre, o déficit da Previdência somou 22,83 bilhões de reais, com alta de 1,2% ante a primeira metade de 2009
Irregularidades colocam em risco o Regime Próprio de Previdência (Folha Imagem)
Fundos de pensão de servidores públicos estaduais e municipais acumularam prejuízo de 528,17 milhões de reais em aplicações feitas de 2009 a 2013, conforme levantamento do Ministério da Previdência. Esquemas criminosos e adoção de práticas que não observam regras do Conselho Monetário Nacional ou do Banco Central potencializam o rombo. Essas e outras irregularidades colocam em risco o Regime Próprio de Previdência (RPP), segundo documento do ministério.
O relatório aponta que, neste ano, auditorias conduzidas pela pasta identificaram que "fundos estariam potencialmente sendo utilizados para desvios de recursos" e "colocando em risco a solvência de todo o sistema". Os nomes desses fundos não foram divulgados.
O levantamento do prejuízo nominal acumulado feito pelo ministério revela que as perdas apuradas pela pasta são dez vezes maiores do que o investigado na Operação Miqueias, desencadeada pela Polícia Federal em meados de setembro tendo como foco desvios ocorridos em quinze municípios. Esse valor abrange apenas três estados - Rio Grande do Norte, Tocantins e Roraima - e 72 municípios, com aplicações feitas entre 2009 e 2013.
Os auditores chegaram a esse valor estimando qual deveria ser atualmente o patrimônio desses fundos com base em suas aplicações originais, levando em consideração a oscilação da economia no período.
Entre as irregularidades identificadas nos RPPs estão o direcionamento de investimentos para fundos criados apenas para explorar a conta do estado ou município, aplicação de mais recursos do que o permitido pelas regras do mercado financeiro e a utilização de fundos considerados de alto risco.
Do ano passado até agora, o ministério encaminhou 200 relatórios à PF, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central, Ministério Público e Tribunais de Contas Estaduais (TCEs). A lista de investimentos suspeitos e outras irregularidades aponta o envolvimento dos RPPs com: apropriação indébita, pagamento indevido de benefícios, falsidade ideológica, utilização indevida de recursos, improbidade administrativa, investimentos que causaram prejuízos e até a inclusão de ocupantes de cargos de livre nomeação entre os beneficiários.
Com base em parte desse material, a PF descobriu a atuação de um esquema criminoso que tinha como foco direcionar investimentos dos RPPs. Ou seja, dinheiro da aposentadoria de servidores municipais e estaduais estava sendo aplicado em determinados fundos não com base em critérios técnicos, mas mediante o pagamento de propina.
Prejuízo - Essas perdas se concentram em seis fundos de investimento. Em comum, todos tinham papéis de bancos liquidados pelo BC nos últimos dois anos: BVA, Panamericano, Rural e Schain. O FI Diferencial, fundo de renda fixa de longo prazo, tinha papéis do Rural, BVA e Panamericano. A perda nominal para os 42 RPPs que aplicaram recursos aí foi de 258,2 milhões de reais.
A PF descobriu que o fundo estava no portfólio da Invista, consultoria financeira do esquema criminoso que corrompia agentes públicos e políticos em troca de investimentos em várias partes do país.
O RPP do estado do Tocantins, por exemplo, investiu nesse e em outros fundos suspeitos pela PF e registrou prejuízo de 153 milhões de reais, o maior valor entre os demais regimes próprios que também tiveram perda.
Um dos problemas identificados pelo ministério é a aplicação de recursos em porcentual maior do que o permitido pelas regras do Conselho Monetário Nacional e do BC. Conforme a investigação da PF, quanto mais os RPPs investiam, mais propina era paga aos gestores e políticos.
"O grande problema é que alguns RPPs se entusiasmaram e foram aplicando mais do que podiam. Sabendo que tem um limite, por que investiram a mais? O limite é uma forma de proteção dos fundos", afirmou Otoni Gonçalves Guimarães, diretor do Departamento dos Regimes de Previdência no Serviço Público (DRPSP), vinculado ao Ministério da Previdência, e responsável pelas auditorias.
Entre as irregularidades encontradas estão, ainda, aplicações de RPPs em fundos de investimento que têm alta concentração em apenas um papel. É o caso do NSG Varejo de Participação, que tem 98,3% dos ativos concentrados na Brasil Foodservice Group S/A - holding controladora do restaurante Porcão. E também do Conquest Fundo de Investimento e Participações, que tem 83,06% da carteira aplicada em ativos de emissão da Sala Limpa Serviços e Comércio S.A., uma empresa de lavanderia.
Mas nesses casos, segundo o ministério, não houve prejuízos financeiros. "A preocupação é a concentração que, dependendo da empresa, talvez não dê a resposta que o fundo deseja", afirmou Guimarães.
As auditorias do ministério indicaram mudanças no perfil das aplicações dos RPPs nos últimos anos. Eles trocaram investimentos em fundos cujas administradoras faziam parte de conglomerados dos bancos de primeira linha por aquisição de cotas de fundos geridos por entidades de pouca representatividade.
Em 2011, observou-se que as RPPs passaram a aplicar em fundos de investimento em crédito privado, sem efetuar uma análise apropriada dos riscos envolvidos nestas aplicações.
Punição – As irregularidades nos fundos de previdência são punidas pelo Ministério da Previdência com o bloqueio de repasse de verbas federais, por meio da não concessão do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP). Os auditores da pasta descobriram, contudo, que alguns ministérios repassaram recursos do orçamento a municípios e estados punidos, em desacordo com as normas vigentes.
Relatórios de auditoria elaborados pelo DRPSP do ministério apontam cinquenta casos em que houve transferência irregular de recursos federais a municípios e estados. Na maioria dos casos, os recursos eram liberados mesmo sem o CRP em época de festa junina, especialmente de emendas parlamentares destinadas à região Nordeste e do Ministério do Turismo.
O Ministério da Previdência informou à Controladoria-Geral da União (CGU) sobre a irregularidade, o que teria motivado o órgão a criar um sistema para identificar diretamente esses repasses em desacordo com a lei, antes captados apenas pela Previdência. Procurada por e-mail, na sexta-feira, a CGU não se manifestou sobre o que foi feito com os casos identificados pelas auditorias nos últimos anos.
As auditorias dos fundos de previdência dos estados e municípios são feitas mediante análise dos dados encaminhados pelos RPPs ao ministério, mas também podem ser presenciais. Os dados são analisados por auditores fiscais cedidos ao Ministério da Previdência.
Gestores – O BNY Mellon, responsável pelos fundos Diferencial e Vitória Régia, informou que "atua como administrador" dos fundos, "não sendo responsável pela decisão de investimento que cabe exclusivamente aos seus gestores", e que comunicou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) "as provisões feitas para perdas registradas em razão da deterioração da capacidade financeira dos seus emissores, Banco Rural S.A. e Banco BVA S.A., nos termos dos fatos relevantes".
Sobre a investigação da PF, o BNY disse não ter "conhecimento de qualquer envolvimento de fundos sob sua administração na citada operação [Miqueias]".
A diretora da área de compliance da Adinvest, Vivian Scovinovvo, afirmou que a rentabilidade negativa do fundo Adinvest Top FI RF deveu-se à oscilação das taxas da NTN-C e à intervenção do Banco Central nos Bancos BVA e Rural.
"O administrador do fundo é obrigado a colocar, nesse caso, o ativo como zerado. O que provoca uma queda momentânea. No longo prazo, acaba-se recuperando os ativos." Vivian observou que os ativos que compõem essa carteira foram adquiridos dentro das regras do mercado financeiro e com baixo risco de crédito, e que a Adinvest não faz captação de clientes. "Somos uma empresa que tem história e um nome a zelar", afirmou.
Procuradas, a BRL Trust Serviços, que administra o Patriarca Private Equity FIP, e a NSG Capital Serviços financeiros, do Roma FI RF CP Previdenciário, não responderam aos questionamentos da reportagem.
Em nota, o estado do Tocantins afirmou que tomou conhecimento de "aplicações temerárias" com recursos do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado (Igeprev) e determinou medidas saneadoras, entre elas a assinatura de dois Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério da Previdência e a Advocacia-Geral da União. Tais medidas resultaram no reenquadramento de onze dos catorze investimentos em condições irregulares.
"Desde maio de 2012, o Igeprev apresenta à Previdência Social relatório de todas as ações realizadas para atender às exigências dos TACs. Não há nenhuma ação do Igeprev que não tenha o conhecimento da Previdência Social." 
(Com Estadão Conteúdo)