quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Charge do Sponholz



CHARGE DO ALPINO - Dizendo ser “marido” de Dilma, mulher tenta subir a rampa do Planalto



Economista que inventou uma nova classe média (que não existe) ganha de recompensa a presidência do Ipea.



Carlos Newton
Em matéria de prestação de serviços, Marcelo Neri é uma espécie de Dias Toffoli em assuntos econômicos. Como chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele ganhou notoriedade com a criação do estranho e contestado conceito de “nova classe média”, para denominar a população que teria milagrosamente saído da pobreza no governo Lula.
 Neri, um bajulador recompensado
Indicado pelo ministro Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos), Neri teve o aval do ministro Guido Mantega (Fazenda) para comandar o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o mais importante órgão de doutrina econômica ligado ao governo.
Colunista da Folha, Neri atua na FGV do Rio de Janeiro e tem formação na escola liberal – fez graduação e mestrado na PUC-RJ. Como a nomeação dele, o Ipea anda para trás e sofre um retrocesso em sua orientação política. Neri é um bajulador do governo petista. Seu servilismo chegou ao ponto de considerar como integrante da classe média qualquer família que tenha renda mensal de R$ 1.064,00, o que na época de sua genial constatação, significava cerca de dois salários mínimos (hoje, R$ 1.244,00).
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FALSA CLASSE MÉDIA
Repetindo: na visão complacente de Neri, uma família de seis pessoas que ganhe R$ 1,2 mensais seria classe média. É uma piada de mau gosto, um escárnio para essa gigantesca massa de brasileiros (cerca de 34 milhões de pessoas) que na realidade vivem numa miséria atroz, mas para Neri já conquistaram espaço na classe média, vejam até onde vai a postura servil desse tipo de “intelectual”.
Neri sucede ao ex-presidente do Ipea Marcio Pochmann, afastado para concorrer à Prefeitura de Campinas pelo PT. Ao contrário de Neri, Pochmann sempre se comportou como um economista independente, jamais fez concessões ao governo, em sua gestão o Ipea publicou diversos estudos mostrando os pontos fracos da economia brasileira.
Neri é um falso intelectual, que usa a estatística da pior maneira possível, torturando os números até que eles confessem o que ele pretende provar. É desalentador ver um alquimista como ele ganhando de presente o principal laboratório do governo, para manipulá-lo exclusivamente em benefício dos detentores do poder, ao invés de fazê-lo em defesa do real interesse público.

Charge do Duke (O Tempo)



A Ópera dos Malandros



Jacques Gruman
Minhas mais antigas memórias políticas vão completar meio século. Era a campanha pelo fim do parlamentarismo, imposto pelos golpistas civis e militares em 1962 para que Jango tomasse posse após a renúncia de Jânio. Houve intensa participação popular e o rádio teve papel destacado. O presidencialismo ganhou fácil e o estancieiro reformista governou, com plenos poderes presidenciais, durante pouco mais de um ano. Prelúdio em dor maior.
Uma segunda lembrança, na véspera do golpe militar, foi Jango no Automóvel Clube, centro do Rio, como convidado de honra numa festa promovida pela Associação de Sargentos e Suboficiais da Polícia Militar. Num discurso inflamado, radicalizou a defesa das Reformas de Base, prometidas no grande comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964, e denunciou as manobras golpistas. Entregou de vez o pescoço aos carrascos.
Direita e esquerda disputavam espaço, verbalizando as posições de classe de uma sociedade que exigia mudanças e era assediada pelo clima sombrio da Guerra Fria. Olhando para trás, vejo o desnível abissal entre os políticos de então e os de hoje. Começo com Carlos Lacerda, comunista na juventude e golpista profissional desde o início dos anos 50. Jornalista e orador brilhante, chegava a intimidar seus adversários políticos quando discursava, pela extraordinária capacidade que tinha para improvisar. O Corvo, como Lan o desenhou para ilustrar matéria de Samuel Wainer, não era fácil.
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MEDIOCRIDADE
Discordo de cada pedaço de sua trajetória de udenista antidemocrático, de suas articulações antipopulares, mas sou forçado a reconhecer que ele está a anos-luz da mediocridade dos políticos que andam pedindo nosso voto. A direita também tinha seu brilho. Uma historinha do Corvo. Viajou alegre a Paris para “explicar” o golpe de 1964. Numa entrevista coletiva, um jornalista francês ironizou: “Por que as revoluções sul-americanas são sempre sem sangue ?”. Lacerda nem pestanejou: “Porque são semelhantes às luas-de-mel francesas”.
Uma Câmara de Vereadores lotada para ouvir discursos de um político. Nem o mais delirante dos místicos, o mais descontrolado surrealista, imaginaria uma cena dessas. E, no entanto, meus caros, isso já aconteceu. Aparício Torelly, o Barão de Itararé, foi vereador no então Distrito Federal pelo PCB. Eleito em 1946, usou slogans inesquecíveis na campanha. Um deles: “Mais água e mais leite, mas menos água no leite !”. Muita gente ia à Câmara só para ouvi-lo. Quando forças reacionárias conseguiram, em 1947, a cassação do partido, ele se despediu com um discurso antológico, em que terminava dizendo: “Saio da vida pública e entro na privada”. Grande Barão !
Em outubro, elegeremos prefeitos e vereadores. A época dos grandes comícios ficou no passado. Hoje, as ferramentas mais usadas para convencer o eleitorado são os meios eletrônicos e a linguagem planejada/enganosa dos marqueteiros. A preços monumentais. A eleição do prefeito de São Paulo, por exemplo, pode custar RS 40 milhões ao vencedor. A cereja do bolo é o chamado horário eleitoral gratuito das televisões. O nível geral é deplorável.
Acompanhei, por duas semanas, a propaganda dos candidatos a vereador. É um choque brutal, mas reflete muito bem em que se transformou a atividade política. Valeu a pena e compartilho minhas reflexões. Com exceções moleculares, as siglas deixaram de ter qualquer significado. Projetos ideológicos deram lugar a uma gelatina indiferenciada, não raro demagógica e oportunista. Ao invés de educar politicamente os eleitores, os candidatos repetem, mecanicamente, frases vazias e propostas incompreensíveis. Eliminaram a fronteira entre esquerda e direita.
Há uma enxurrada de religiosos candidatos e apoiadores de candidatos. Nada tenho contra quem tem fé, mas o lugar para o exercício dela não seriam os templos ? Será que estão nos oferecendo um Estado clerical ?  Oportunismo barato, mas que ganha votos em grotões e currais, numa população habituada a desconfiar dos polítcos “profissionais”.
Estão querendo reeditar as capitanias hereditárias. Há pais e mães reivindicando votos para seus filhos queridos. É o voto DNA. O Neguinho da Beija-Flor está pedindo votos para sua esposa, que concorre pelo PT. O neto do Brizola apela para o ectoplasma do avô. Que radicalizem e defendam de uma vez a volta da monarquia. Serviço completo.
Nomes e apelidos, digamos, exóticos, enfeitam (ridicularizam ?) o quadro. Dudu Bodinho, Chapisco, Cabeção, Palhaço Seboso, Carlinhos Míssil, Chico Mé, Renata do Bole-Bole (epa!), Panela, Hélio do Alho. A lista não tem fim. Seria charmoso, pitoresco, mas apenas serve para ofuscar o principal: nenhum deles parece ter a menor ideia do que é ser legislador público.
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FARSA GROTESCA
Participam de uma farsa grotesca, reedição maquiada da Lei Falcão da ditadura. Têm alguns segundos para balbuciar meia dúzia de palavras. Os menos afortunados apenas sorriem, levantam o polegar. Nada que se assemelhe a um debate sério. É o MERDA – Método Enéas de Rajadas Discursivas Apopléticas em ação.
No mais, há doutores paramentados com seus jalecos e estetoscópios (ah, nossa velha e renitente tradição bacharelesca), mentirosos (como o cidadão que disse ter acabado com os sequestros no Rio), artistas decadentes, diretores do Flamengo (que não se envergonham de usar a popularidade do time de futebol para enganar os eleitores; afinal de contas, trata-se de campanha para a Câmara de Vereadores, não para gerente de clube ou de estádio de futebol), tios e tias (recreadores de festas infantis).
Nas ruas, apenas gente alugada para fazer propaganda. Militância orgânica ? Onde ? As esquerdas que não desistiram da proposta socialista têm, infelizmente, baixa capilaridade social e poucos recursos para usar com eficiência os meios de comunicação de massa. Resultado: poucos votos. Se a revolução não passa pela televisão, bem, aí a conversa é outra.
A esse teatro burlesco chamam democracia.

A prótese do PT no Supremo



Guilherme Fiuza
Os ministros do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli são a prova viva de que a revolução companheira triunfará. Dois advogados medíocres, cultivados à sombra do poder petista para chegar onde chegaram, eles ainda poderão render a Luiz Inácio da Silva o Nobel de Química: possivelmente seja o primeiro caso comprovado de juízes de laboratório. No julgamento do mensalão, a atuação das duas criaturas do PT vem provar, ao vivo, que o Brasil não precisa ter a menor inveja do chavismo.
 Batman e Robin?
Alguns inocentes chegaram a acreditar que Dias Toffoli se declararia impedido de votar no processo do mensalão, por ter advogado para o PT durante anos a fio. Participar do julgamento seria muita cara de pau, dizia-se nos bastidores. Ora, essa é justamente a especialidade da casa. Como um sujeito que só chegou à corte suprema para obedecer a um partido iria, na hora h, abandonar sua missão fisiológica?
A desinibição do companheiro não é pouca. Quando se deu o escândalo do mensalão, Dias Toffoli era nada menos do que subchefe da assessoria jurídica de José Dirceu na Casa Civil. Os empréstimos fictícios e contratos fantasmas pilotados por Marcos Valério, que segundo o processo eram coordenados exatamente da Casa Civil, estavam portanto sob as barbas bolivarianas de Dias Toffoli. O ministro está julgando um processo no qual poderia até ser réu.
A desenvoltura da dupla Lewandowski-Toffoli, com seus cochichos em plenário e votos certeiros, como na absolvição ao companheiro condenado João Paulo Cunha, deixariam Hugo Chávez babando de inveja. O ditador democrata da Venezuela nem precisa disso, mas quem não gostaria de ter em casa juízes de estimação? A cena dos dois ministros teleguiados conchavando na corte pela causa petista, como super-heróis partidários debaixo de suas capas pretas, não deixa dúvidas: é a dupla Batman e Robin do fisiologismo. Santa desfaçatez.
Já que o aparelhamento das instituições é inevitável, e que um dia seremos todos julgados por juízes de estrelinha na lapela, será que não dava para o estado-maior petista dar uma caprichada na escolha dos interventores? Seria coincidência, ou esses funcionários da revolução têm como pré-requisito a mediocridade?
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NADA DE CONCURSOS
Como se sabe, antes da varinha de condão de Dirceu, Dias Toffoli tentou ser juiz duas vezes em São Paulo e foi reprovado em ambas. Aí sua veia revolucionária foi descoberta e ele não precisou mais entrar em concursos – essa instituição pequeno-burguesa que só serve para atrasar os visionários. Graças ao petismo, Toffoli foi ser procurador no Amapá, e depois de advogar em campanhas eleitorais do partido alçou voo à Advocacia-Geral da União – porque lealdade não tem preço e o Estado são eles.
É claro que uma carreira brilhante dessas tinha que acabar no Supremo Tribunal Federal.
O advogado Lewandowski vivia de empregos na máquina municipal de São Bernardo do Campo. Aqui, um parêntese: está provado que as máquinas administrativas loteadas politicamente têm o poder de transformar militantes medíocres em grandes personalidades nacionais – como comprova a carreira igualmente impressionante de Dilma Rousseff. Lewandowski virou juiz com uma mãozinha do doutor Márcio Thomaz Bastos, ex-advogado de Carlinhos Cachoeira, que enxergou o potencial do amigo da família de Marisa Letícia, esposa do bacharel Luiz Inácio.
Desembargador obscuro, sem nenhum acórdão digno de citação em processos relevantes, Lewandowski reuniu portanto as credenciais exatas para ocupar uma cadeira na mais alta esfera da Justiça brasileira.
Suas diversas manobras para tumultuar o julgamento do mensalão enchem de orgulho seus padrinhos. A estratégia de fuzilar o cachorro morto Marcos Valério, para depois parecer independente ao inocentar o mensaleiro João Paulo, certamente passará à antologia do Supremo – como um marco da nova Justiça com prótese partidária.
O julgamento prossegue, e os juízes do PT no STF sabem que o que está em jogo é a integridade (sic) do esquema de revezamento Lula-Dilma no Planalto. Dependendo da quantidade de cabeças cortadas, a platéia pode começar a sentir o cheiro dos subterrâneos da hegemonia petista.
Batman e Robin darão o melhor de si. Olho neles.
(Transcrito da revista Época)

DOENÇA PALACIANA: surdez fdp.



Walter Marquart
A mãe pede, gesticula e chora;/ O pai vai à luta e não vence nenhuma;/ O filho se esforça, mas, dizem, falta-lhe experiência;/ Inexperiente sim, que a vontade neutralizaria.
Aduz outras “doenças”, apenas para os fdp valorizarem-se;/ Deve estudar e preparar-se, pois o mercado tornou-se exigente;/ Mas aos que estudaram também faltam postos de trabalho!/ A mãe já sente estar sozinha, mesmo assim implora;/ O pai, frustrado, voltou da repetida luta, cansado e derrotado;/ O filho se preparou, estudou e, que azar, comprovou;/ O tal de mercado é filho bastardo do egoísmo dos sindicalistas casados com as altas remunerações;/ Leis anti-sociais que os políticos denominam de sociais./ Querendo levar vantagem, malandros introduziram o jeitinho;/ Nasceram leis fdp. Com a cara e trejeitos, em tudo se parecem com aqueles “pais da pátria”, “maracuteiros” beneficiários das “maracutaias”.
Leis trabalhistas, dizem que sociais, que ironia, acabou com o trabalho. Leis protetoras dos humildes e eles, antes poucos, hoje sessenta por cento. Leis amamentadoras das MEs para blindar a sonegação;/ para os grandes sentirem-se blindados também, foram criados muitos tipos de incentivos fiscais.
A própria Constituição tornou-se chapa blindadora:/ Protege os corruptos com prerrogativas e cargos, garante remunerações e garantias que coram a vergonha, impõe imunidades criminosas, direitos adquiridos e para os criminosos, Bolsa prisão.
Em Brasília a cópula inconseqüente continua, gestores públicos atarefados em recolher verba não contabilizada;/ o levar vantagem sente-se feliz com o introduzido jeitinho;/ doença palaciana, a surdez e cegueira fdp;/ nada vê, não escuta e nada ouve. Estranho! A cópula é na sala principal, com todos reunidos;/ Na maior mesa e dela participam os “maiorais”;/ a República e as leis dos bacharéis nunca haviam visto suruba igual. Brasília tornou-se a cama ideal para praticá-la.
Força inesgotável, o levar vantagem indagou para o jeitinho: como? Onde encontrar tanto vigor? Bah! Sonho e sigo bebendo e comendo milhões de ciallis, sempre pensei em amparar os meus, e só;/ Afinal! Somos filhos da suruba fdp, não? Porque deixar algum no caixa?
Nunca o povo havia tomado conhecimento das estranhas atitudes.
E 70% do povo chegou a pensar;/ eles se amam, lutaram 28 anos para chegar ao poder;/  agora, casados com usos e costumes de Brasília, passam o tempo todo copulando. E o povo gemendo, na ingênua atitude ainda diz:: o que fazer? Pior, em troca da Bolsa, cala.
Mais ingênuo ainda é entregar-se ao primeiro beato, metalúrgico ou não, apregoado como santo. Mais um brasiliense fdp.
Parodiando Monteiro Lobato: Mudem-se as atuais leis e com urgência;/ Para que elas não acabem com o Brasil./ Que doença indigna e maldita;/        esta tal de surdez palaciana;/ um Primeiro Ministro, respingado de 1964, bradando na TV: este governo não rouba e não deixa roubar;/ na outra sala, denominada Valdomiro Diniz, ordena aos capangas, estipula e exige dízimo de 20% para a verba partidária não contabilizada, comissão de 30% para o ministro repartir e vergonha zero %. E os fdp, empreiteiros ou não, obedecem.
Que merda! Petulantes que se intitulam professores de deus;/ asseveram e comprova terem sido capacitados, laureados e premiados, pelas Universidades de Cuba, KGB e do Sindicato.
Indiscutível: professores laureados e premiados, sim, mas professores fdp. A ESPERANÇA ESTÁ NAS MÃOS DO STF (Supremo Tribunal Federal).

Como fazer da primeira abordagem o ponto de partida para fechar a venda



Olá! Você já abordou um cliente hoje? Esta pergunta deveria fazer parte de qualquer manual de boas práticas em vendas. Trata-se de um passo importante para quem deseja fechar negócios com êxito. Um deslize na hora de abordar o cliente e a venda não será concretizada. A pergunta é: Como garantir que sua abordagem tenha sucesso?

O primeiro passo é colocar a comissão em segundo plano. Você deve estar se perguntando: Como assim? Esse cara enlouqueceu? Sei que grande parte doscorretores pensa primeiro na comissão e é aí que mora o perigo. Não entendeu? Vou explicar:

Quando pensamos somente no resultado de nossas ações e não mantemos a atenção na estratégia para atingir os objetivos que traçamos, perdemos o foco. É como querer o pódio sem disputar a corrida. Neste primeiro momento da abordagem o seu pensamento deve estar voltado para a satisfação do cliente.

O diferencial está em ser relevante. Um dos componentes da abordagem eficaz é a informação. Você precisa conhecer tudo sobre o seu cliente, pois só assim terá êxito em sua estratégia. Informação é o que torna você competitivo frente aos demais concorrentes.

Em um primeiro contato com o cliente, atente-se para ouvir mais do que falar. Deixe que o cliente fale sobre suas necessidadese escute atentamente o que ele diz. Tenha paciência e não espere fechar o negócio no primeiro momento. Não se arme de artimanhas de vendas, apenas ouça com o coração e deixe o cliente perceber que você realmente está interessado nele.

Lembre-se de que imóveis é um venda de alto valor e que movimenta muito mais do que grandes quantias em dinheiro. Além do valor monetário do negócio, você estará lidando com sonhos, emoções e expectativas por parte do cliente. Sendo assim, a concretização do negócio só será possível se o cliente pensar em você como um profissional em que pode confiar.  

A sua preparação, tranqüilidade e disposição para resolver o problema do cliente é o que vai definir os rumos da negociação, portanto é imprescindível que você conheça sobre o produto que vai vender e o cliente que vai atender. Um forte abraço e boas vendas!


Quer treinar seus corretores? André Vinícius é palestrante de vendas, especialista no mercado imobiliário. Envie um e-mail para andre@andrevinicius.com ou ligue (47) 9907-8410 e solicite uma proposta para o workshop: Corretores de Alta 

Marta, política para a política cultural?



Marta Suplicy, a nova Ministra da Cultura.
A Cultura muda de mãos. O que se espera é que a concepção seja repensada, que o conceito de cultura se amplie e reflita nas ações do Ministério. Que volte a política para a cultura. Logo dirão (já disseram) que nada mudará, pois a tão esperada mudança, foi apenas um movimento político, apenas?  Isso já é um debate, que o debate e o conceito se amplie. De Ana para Marta.
Marta veio de uma experiência no Ministério da Cultura não tão triunfante, mas o contexto enche a sua indicação de esperança. Esperança não é o bastante para a Cultura neste momento, a Cultura precisa de política, ainda que demonizem a política.
Ana de Holanda decepcionou desde o seu discurso de posse. Menos por imperícia, do que por compromisso. Os compromissos eram claros. E foram ainda mais clareados a medida das passagens no Ministério. Instalou-se um debate polarizado: de um lado os os defensores dos avanços da gestão Gil/Juca e de outro os defensores da zona cinzenta.
Zona cinzenta que não define o quê, mas zona tão clara para atingir seus objetivos. Zona cinzenta que despolitiza.
Ana de Holanda é apenas um nome que representa a cultura do século vinte, de um momento específico do século vinte, a década de 70. Para garantir o direito do autor, do conteúdo, menos do artista, mas da industria. Obsoleto. Nada tira a certeza de que foi um acordo pensado. Ana apenas fez seu papel.
O corolário de mancadas e declarações estapafúrdias foram o grifo pessoal da irmã do “Vai Passar”. Ana passou. Dilma não se manifestou nunca de forma clara. As colunas da cultura se indignaram. Mesmo os defensores do estado mínimo reclamavam da imperícia no Ministério. Despolitizador.
As mulheres no protagonismo. Vão e vem. Chega Marta. Ana vai, quase aliviada.
Claro que quem reclamava apenas para apontar as “fraquezas” do Governo Lulodilmista, continua reclamando. A política de novo.
Marta, segundo os hermeneutas, recebeu o MINC num toma lá da cá, para compensar a perda da candidatura à prefeitura. Fisiologismo acusado num caso onde o partido que esta no poder dá um cargo a um parlamentar do próprio partido. O jornalismo militante é criativo, cria conceitos absurdos, surrealistas.
Marta assume o MINC com promessa de orçamento polpudo para o próximo ano. Vamos aguardar. Mas ainda falta a política.
Que Marta ouça as vozes caladas, que reacenda as conferencias temáticas e regionais, que volte à lógica pública e a inversão de sinais de prioridade, que coloque a Lei Rouanet na berlinda, e repense a relação entre cultura e propriedade que a transforma em caduca. Nada de negar propriedade, mas de perceber as propriedades que a Cultura contém. Política cultural.
E não ceda a lobbies pretensamente “simpáticos” e os já conhecidos “antipáticos”.
Cultura não é simpatia, não é antipatia. Cultura é a prova dos nove.
As mulheres no poder, Ana no passado, Marta no presente, Dilma, tomara, no futuro.
O debate esta aberto. Política na política cultural.

Goiânia, 25 anos depois: 'Perguntam até se brilhamos', diz vítima



O maior acidente radioativo do Brasil completa 25 anos e ainda é um estigma para suas vítimas

Do Portal Terra
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O tempo não foi um aliado das vítimas do césio 137. Após 25 anos do maior acidente radioativo do Brasil, as pessoas que tiveram contato direto ou indireto com a cápsula contaminada ainda sofrem. Vivem marcadas pela expectativa sempre presente de desenvolver doenças decorrentes à exposição ou pelo estigma perante à sociedade, nunca superado. "A gente sofre preconceito até hoje. As pessoas sempre perguntam se o fato de se estar perto de nós, ou se ao nos tocar, não estaríamos contaminando elas, se não é perigoso. Ou até mesmo se é verdade que nós brilhamos à noite. Perguntas desse tipo", afirmou Odesson Alves Ferreira, 57 anos, presidente da Associação das Vítimas do Césio 137.
 
Por causa disso, quem foi exposto ao material ou teve contato com contaminados prefere não falar sobre o assunto. "Quando vão ao hospital, por exemplo, muitas, ao invés de contar suas histórias, se calam, porque têm medo de falar", disse o presidente da associação.
Odesson disse que teve cerca de 50 pessoas da sua família envolvidas direta ou indiretamente no acidente. Ele é irmão de Devair Ferreira, dono do ferro-velho onde a cápsula foi aberta. No ano do acidente, Devair perdeu a cunhada Maria Gabriela e a sobrinha Leide, filha de outro irmão, Ivo Ferreira. Todos em decorrência da contaminação radioativa. Ele próprio teve sequelas nas mãos, ao manusear fragmentos de césio durante uma visita à casa de Devair. Ficou três meses confinado com outras vítimas para tratamento. Teve um dedo amputado na mão direita e um outro dedo atrofiado na mão esquerda. Seus dois filhos, com 12 e 14 anos na época, também foram afetados pela radiação.
 
Caminhoneiro e motorista de ônibus aposentado aos 32 anos por causa das sequelas nas mãos, Odesson diz que o preconceito o impediu de voltar a trabalhar. "Quando voltei na empresa que trabalhava, para tentar ocupar outra função, o médico da empresa não quis nem pegar o documento do INSS que eu levava. Aí eu percebi que a coisa era grave", disse. Odesson lembra que, antes do acidente, era fã de filme de ficção científica. "Mas jamais achei que aconteceria comigo. E não foi ficção, foi uma dura realidade."
 
Problemas psicológicos
 
Odesson acredita que o acidente provocou um problema social por ter afetado psicologicamente as vítimas. Para ele, muitas delas, mesmo que não tenham falecido de doenças diretamente relacionadas à exposição ao césio, acabaram consumidas pela tragédia. "Nós não podemos fazer nexo causal, porque, infelizmente a ciência não nos garante isso. No atestado de óbito do Devair, por exemplo, consta como causa da morte cirrose hepática. Mas o que levou ele a beber quatro garrafas de cachaça por dia? Ele mesmo dizia que tinha provocado o acidente, se sentia culpado por aquilo. Ele se suicidou. Temos outras vítimas que tentaram suicídio, mais de duas vezes", relatou. Odesson lembrou também do outro irmão: "O Ivo morreu de efizema pulmonar, mas algo o levou a fumar seis maços de cigarro por dia. Ele se sentia culpado por levar fragmentos do césio e entregar para a filha", afirmou.
 
O presidente da associação disse que a dificuldade de comprovar mortes ou doenças em decorrência da contaminação agrava a situação das vítimas. Mas, para ele, não há como ignorar a herança do césio. "Um dos indícios é a ocorrência de cinco ou seis doenças ao mesmo pleito, ou desencadeamento de doenças precoces. Dentro do grupo tem gente que desenvolve osteosporose e pressão alta com 20 anos. Isso não é normal", apontou.
 
A associação que Odesson comanda foi criada em 13 de dezembro de 1987, por moradores da rua 57, onde a cápsula de césio 137 começou a ser desmontada. "O pessoal vinha e tirava mesas, cadeiras e outros móveis da casa deles e jogavam fora e eles não conseguiam ter acesso às autoridades para serem ressarcidas. A saída foi criar uma instituição para ter força jurídica", disse.
 
Hoje, a associação tem 1.194 inscritos, aceitos sob alguns critérios, como comprovação de que foi vítima direta ou indireta do acidente, ou ter morado em uma das localidades afetadas, ou, ainda, ser descendente de vítima direta. Mesmo sem ter sede própria, a associação provê assistência jurídica e outros serviços aos afetados. "Nosso maior desafio é garantir a assistência integral. Eu já nem luto por indenização, mas se a associação decidir, vamos lutar por isso também", destacou. Segundo ele, só os parentes das quatro pessoas que morreram comprovadamente por contaminação direta com o césio receberam indenização do Estado. "No caso do meu irmão Ivo, deu para ele comprar na época uma carroça e uma égua", disse. Nos cálculos da associação, 960 pessoas ainda tentam receber indenização nos últimos 25 anos. "Isso em um universo de 1.600 que foram afetadas direta ou indiretamente", contou.
 
Odesson, atualmente, dá palestras pelo Brasil sobre o acidente radiológico de Goiânia, mas acredita que há muito despreparo ainda sobre o tema. "O Brasil não está preparado para outro acidente, a Cnem (Comissão Nacional de Energia Nuclear) nunca fez outro treinamento e nem oficina para discutir o que foi feito em Goiânia. Muitos técnicos que atuaram na época já se aposentaram. Tudo está caindo no esquecimento", lamenta. Por fim, questionado de quem seria a culpa do acidente, Odesson culpa a negligência dos donos do IGR, a clínica onde a cápsula foi abandonada, a vigilância sanitária e o Cnem. "Quem foi o mais culpado eu não sei, mas eu condenaria os três."
 
Os detalhes da tragédia
 
No dia 13 de setembro de 1987, no Centro de Goiânia, dois catadores de lixo descobrem um aparelho de radioterapia abandonado. Com a intenção de vender o metal, a dupla leva até um ferro-velho localizado na rua 57 do Setor Aeroporto. O dono do estabelecimento, Devair Alves Ferreira, compra o material e, naquele noite, abre a cápsula e encontra um pó que emitia um brilho azul. Maravilhado com a coloração, ele leva para dentro de casa e mostra para a mulher, Maria Gabriela Ferreira, e para o restante da família. Sem ter noção do que tinha nas mãos, ele passou dias mostrando para amigos, vizinhos e parentes, o seu achado. Alguns até levaram porções do pó para casa, como o seu irmão Ivo. Nesse meio tempo, Devair e sua família começam a apresentar os sintomas da radiação, como tonturas, náuseas e vômitos.
 
Alertada por vizinhos, a mulher de Devair desconfiou que os problemas de saúde tinham origem na cápsula. De ônibus, ela levou o material até a Vigilância Sanitária. Os doentes, que já apresentavam queimaduras, eram tratados no Hospital de Doenças Tropicais. Somente no dia 29 de setembro foi constatado que o produto levado por Maria Gabriela era radioativo e se tratava do césio 137, uma substância que não existe na natureza e é resultado da queima do Urânio 235 dentro de um reator nuclear.
 
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) foi acionada. O pânico se espalhou por Goiânia. A Cnen monitorou os níveis de radioatividade de mais de 110 mil pessoas, no Estádio Olímpico. Encontrou radiação em 271 delas, sendo que 120 tinham rastros em roupas.
 
No dia 1º de outubro daquele ano, 14 pessoas, em estado grave, foram levadas para o Hospital Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Poucas semanas depois, quatro delas morreram. A primeira foi Leide das Neves Ferreira, 6 anos, a sobrinha do dono do ferro-velho e que se tornou o maior símbolo da tragédia. No mesmo dia, Maria Gabriela Ferreira, 37 anos, perdia a vida também. Morreram ainda outros dois jovens, Israel Batista dos Santos, 22 anos, e Admilson Alves de Souza, 18 anos. Os quatro foram os únicos mortos segundo dados oficiais. A Associação das Vítimas do Césio 137, no entanto, aponta que nesses 25 anos 104 pessoas tenham morrido e cerca 1,6 mil tenham sido afetadas de forma direta.
 
Os responsáveis pela tragédia foram condenados por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar e cumpriram penas brandas. Em fevereiro de 1996, quase dez anos depois do acidente, os médicos Carlos Bezerril, Criseide Castro Dourado e Orlando Alves Teixeira e o físico hospitalar Flamarion Barbosa Goulart foram senteciados a três anos e dois meses de prisão em regime aberto. Os médicos e o físico tiveram que prestar serviços à comunidade. A decisão foi do Tribunal Regional Federal de Brasília, que modificou as penas impostas pela Justiça de Goiânia. Em 1992, todos os envolvidos tinham recebido penas mais brandas, mas um recurso impetrado junto ao TRF alterou toda a situação.
 
Sócios na Clínica de Radiologia de Goiânia, Carlos, Criseide e Orlando foram considerados os principais responsáveis pelo acidente. Eles deixaram, na sede da clínica, uma bomba radioativa. Com a retirada de telhas, portas e janelas, o prédio ficou desprotegido e a bomba acabou chamando a atenção de catadores. O ferro-velho e outras residências da região foram destruídas, assim como os pertences das famílias envolvidas, gerando toneladas de rejeitos radioativos. Um depósito foi construído em Abadia de Goiás, cidade ao lado de Goiânia. Em 1987, quando os rejeitos foram levados para lá, Abadia de Goiás ainda não era um município.

O revisor heterodoxo, por Merval Pereira


POLÍTICA


Merval Pereira, O Globo
Graças à reação imediata do relator Joaquim Barbosa, não prosperou ontem a insinuação do revisor Ricardo Lewandowski de que o julgamento do mensalão estaria se desenrolando de uma maneira “pouco ortodoxa”.
Como se sabe, essa é a nova versão que os petistas ligados ao ex-ministro José Dirceu estão espalhando, já para justificar uma condenação que ele próprio parece estar aguardando, segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”.
Ironicamente, foi o próprio Lewandowski que introduziu no julgamento prova hetedoroxa para justificar sua decisão de absolver a ré Geiza Dias dos Santos: uma entrevista recente do delegado Luís Flávio Zampronha, que presidiu o inquérito policial que resultou na Ação Penal 470.
Joaquim Barbosa irritou-se, chamando de “bizarra” a situação, afirmando que o delegado deveria ter sido “suspenso”. E o ministro Gilmar Mendes disse que existiam provas suficientes nos autos para formar convencimento “sem que seja preciso avocar ‘provas’ em entrevistas à imprensa”. Ambos classificaram de “heterodoxa” a posição do revisor.
Foi então que Lewandowski comentou que “este não é o julgamento mais ortodoxo já realizado nesta Corte”. O novo bate-boca teve origem, portanto, em uma provocação de Lewandowski, que, não recebendo apoio de qualquer dos membros do plenário, tratou de recuar e voltou aos seus longos votos, que ele insiste que está reduzindo.
Os críticos do modo como o STF está julgando o mensalão, principalmente os advogados dos réus e setores do PT, alegam que os ministros estão condenando sem provas, sem atos de ofício, levando em consideração circunstâncias e indícios que seriam “provas tênues”.
Mas o próprio Lewandowski está utilizando os mesmos critérios impressionistas para absolver réus. Todos os ministros alegam, inclusive o revisor, que usam dados circunstanciais para consolidar as provas que estão nos autos.
No primeiro voto pela absolvição de Ayanna Tenório, funcionária do Banco Rural, em sessão anterior, Lewandowski valorizou tanto as circunstâncias vivenciadas pela acusada que chegou a dizer que, sendo uma diretora novata, não tinha condições de recusar a assinatura de empréstimos que se mostraram fraudulentos.
Ontem mesmo ele voltou ao tema que já havia levantado no início do julgamento, quando absolveu Ayanna: a análise das denúncias à luz da frase de Ortega y Gasset “Eu sou eu e minhas circunstâncias”.
Segundo alegou, “a Justiça criminal é orteguiana, temos que julgar a pessoa inserida em sua situação”. Com isso, ele queria dizer que suas decisões levavam em conta a situação real em que cada um dos réus se encontrava na ocasião da consumação dos crimes.
A certa altura, quando defendia a inocência de Geiza, declarou: “Muitos aqui podem estar perplexos, mas eu falo de fatos da vida…”, adotando método de análise diverso do que defendeu nas primeiras intervenções, quando afirmou que só poderia se guiar pelos autos, lembrando um velho ditado jurídico que diz que “o que não está nos autos não está na vida”.
Em outra ocasião de seu voto de ontem, Lewandowski, mesmo depois de ter se referido à entrevista do delegado Zampronha, ressaltou que nos seus votos não levaria em consideração “nada que não esteja abrigado no conjunto que consta dos autos”.
Para absolver Geiza, que exercia “mera função burocrática e subalterna”, ele leu três e-mails para provar “uma certa candura dessa senhora”, o que, segundo ele, é possível reconhecer-se “de maneira intuitiva, até do conhecimento humano”.
Diante da risada em tom alto de Barbosa, Lewandowski chegou a comentar: “Sei que não é do agrado do ministro relator, mas são fatos da vida”.
A disputa entre os ministros Barbosa e Lewandowski reflete bem a tensão que existe entre duas posições que estão bastante claras até o momento. A majoritária acompanha o procurador-geral da República e o relator Barbosa, enquanto Lewandowski e Dias Toffoli permanecem em posição minoritária na maior parte das votações.
Até o momento, apenas na acusação de lavagem de dinheiro contra o deputado federal João Paulo Cunha houve quatro votos de absolvição, o que permitirá que ele recorra.
As demais votações foram largamente favoráveis aos ministros que acompanham a acusação. Se permanecer desse modo, só restarão aos advogados dos réus embargos de declaração, para esclarecer pontos da decisão final.

OBRA-PRIMA DO DIA - PINTURA O rigor e o sentimento em José Malhoa



José Malhoa foi pintor profícuo. Tinha suas preferências mas não se deteve em nenhum tema. O que lhe interessava, isso fica muito claro em toda a sua obra, era registrar a vida em sua terra.
Apesar de nascido no campo, foi para Lisboa muito cedo, aos 12 anos. Interessa-se pela História de Portugal e é convidado, como já mencionamos aqui, para pintar murais e afrescos sobre os grandes feitos portugueses. Gosta do tema, mas ainda prefere pintar as gentes de todo dia...


Em 1891 pinta Os Músicos (foto acima), obra encantadora. Esse quadro foi leiloado em 2007 pela Casa Christie’s, de Londres, por soma expressiva, para um colecionador particular.
Já no século XIX, dois de seus quadros provocam grande polêmica : Os Bêbados(1907) e O Fado (1910) (foto abaixo). São de um naturalismo audacioso e avançado para a época, o que provocou muitas críticas. Mostram o ambiente das tavernas como era, não o tornam mais respeitável... Mas são obra de um grande artista e como tal vencem todo preconceito.


Disse um crítico francês que o pincel de Malhoa era rigoroso, que ele não enfeitava a realidade, não a tingia com as cores do sentimentalismo, mas que isso não impedia que seu coração estivesse naquilo que pintava. 
Passa largas temporadas em Figueiró dos Vinhos e, naturalmente, a vida campestre e a paisagem exuberante do interior de Portugal o estimulam a pintar mais e mais. Deixo com vocês Outono, de 1918.


Venda de imóveis cresce 15% em Porto Alegre no primeiro semestre


De janeiro a junho, foram vendidos 2,1 mil imóveis na capital gaúcha.
Aumento da oferta e também dos preços acompanhou a alta nas vendas.

Do G1 RS

A desaceleração da economia brasileira parece não ter atingido o mercado imobiliário gaúcho. Em Porto Alegre, o número de imóveis vendidos no primeiro semestre de 2012 aumentou cerca de 15%. O setor comemora os bons resultados e não quer ouvir falar em crise, conforme reportagem do RBS Notícias (veja o vídeo).
De janeiro a junho deste ano, foram vendidos 2,1 mil imóveis na capital gaúcha, 300 a mais do que no mesmo período do ano passado. E a oferta também é grande. O número de empreendimentos oferecidos pelas construtoras também cresceu cerca de 28%.
Para o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/RS), 2012 é o ano dos investimentos. “Dos imóveis que estão à venda na cidade de Porto Alegre, em torno de 40% estão em planta e outros 40% estão em obras”, diz o presidente do sindicato, Paulo Vanzetto Garcia.
Os preços, até 30% mais caros, não atrapalham os negócios, favorecidos pelas facilidades nos financiamentos. Só uma imobiliária da capital gaúcha vendeu em menos de um mês 900 unidades de um único empreendimento.
“A gente vai atrás do cliente. Para determinados produtos, a gente tem campanhas mais agressivas. Oferecemos móveis planejados para determinados empreendimentos, descontos, parcelamento de entrada”, explica o gerente de produto, Thiago Medeiros.
O consultor empresarial Carlos Alberto dos Santos Jr. acaba de comprar um apartamento na planta. “Hoje em dia, com as facilidades que são oferecidas, se o financiamento for aprovado, tem que investir”, recomenda.Os apartamentos que lideram as ofertas são os de dois dormitórios. São imóveis de aproximadamente 60 metros quadrados, que custam entre R$ 200 e R$ 500 mil, em bairros novos da cidade.


 

Construtoras se mobilizam para equilibrar mercado de trabalho


CONSTRUÇÃO CIVIL Notícia da edição impressa de 10/09/2012
JORNAL DO COMÉRCIO-PORTO ALEGRE-RS

Conrado Esber
MARCELO G. RIBEIRO/JC
Rotatividade alta é um problema a ser atacado, afirma Garcia, do Sinduscon-RS
Rotatividade alta é um problema a ser atacado, afirma Garcia, do Sinduscon-RS
Quando uma nova obra ou reforma está para começar e é chegado o momento de encontrar funcionários da construção civil disponíveis, há problemas à vista. Este é o drama de quem vive da entrega de obras: construtoras, empreiteiras e incorporadoras. As razões passam por diversas pendências, desde a falta de uma melhor educação básica para as classes mais baixas, de onde normalmente são recrutados esses funcionários, até a estagnação econômica brasileira dos anos 1980 e 1990, que levaram muitos profissionais do setor a abandonar martelos, colheres de pedreiro, prumos e outros equipamentos.

“Esse trabalhador que deixou a construção civil não está voltando, ele procurou outra função para garantir sua subsistência. Durante muito tempo, não se investiu em escolas profissionalizantes, não tinha mercado de trabalho também”, explica Valter Souza, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre. O resultado da grande debandada é que, quando a atividade no setor se intensificou, em 2005, as empresas tiveram que contratar pessoas sem experiência e formá-las em meio às obras.

Se já é complicado ensinar alguém durante o trabalho, a tarefa torna-se ainda mais difícil quando o novo funcionário tem pouca instrução. O operário da construção civil, na maioria dos casos, tem baixo grau de escolaridade e não é comum encontrar funcionários com dificuldade para ler e escrever. “Recordo de um pedreiro que me dizia que sabia todas as letras, só não conseguia juntá-las. Espero que o Brasil possa melhorar a sua educação básica, porque a construção civil vai seguir contratando pessoas de menor escolaridade, mas já teremos um patamar melhor do que o de hoje”, considera Paulo Garcia, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS).

Outra dificuldade enfrentada pelas empresas é manter o quadro de funcionários. A rotatividade é altíssima. O setor contrata cerca de 1,5 milhão de novos trabalhadores por ano, mas dispensa outros 1,5 milhão por ano também. “É praticamente um por um”, indica Paulo Garcia. Esse troca-troca de capacetes acontece por vontade dos próprios operários, que pedem para ser dispensados ou forçam uma demissão. Uma vez livre, o trabalhador se torna apto a receber benefícios do governo, como o seguro-desemprego e pode, ao mesmo tempo, procurar “bicos” para aumentar o orçamento. “O bom trabalhador pede para ser demitido prometendo voltar para a empresa num futuro próximo. O mau trabalhador começa a faltar, deixa de produzir e acaba dispensado também. A legislação trabalhista brasileira é antiquada e induz para isso”, salienta Garcia.

Melnick Even oferece cursos de profissionalização para enfrentar escassez de mão de obra

Em parceria com o Senai e o Sinduscon, a construtora Melnick Even resolveu deixar de lidar apenas com o problema e passou a enfrentá-lo. Desde 2009, a empresa oferece cursos de profissionalização a operários interessados em aumentar suas chances no mercado. Do início das atividades até agora, já se formaram 200 novos pedreiros, ferreiros, carpinteiros, entre outras especialidades. “Há, no mercado, uma escassez de mão de obra muito forte. Então, nós adotamos uma solução que chamamos de Empreiteiro Parceiro, e uma das etapas desse projeto inclui cursos de capacitação aos funcionários da construção civil”, explica Alexandre Moretto, gerente de suprimentos da Melnick Even.

Participam das aulas os operários menos qualificados, aqueles que normalmente trabalham limpando os canteiros de obras ou ajudando algum profissional, o chamado “servente”. Em cerca de dois meses - os cursos tem em média 80 horas -, eles saem com um diploma reconhecido pelo Senai, sem custo algum. Basta ter disposição para aguentar três horas a mais longe de casa, de segunda a quinta-feira.

O agora carpinteiro da Melnick Even, Arno José Carvalho, soube aproveitar a chance. Ele é um dos muitos funcionários que ingressaram no mercado da construção civil quando as vagas e oportunidades apareceram aos montes, há cinco anos. Até então, ele trabalhava com pinturas de caminhões. “Eu fiz dois cursos ano passado, um de pedreiro e outro de carpinteiro. Para mim foi bom até demais. Quem está qualificado tem chance de crescer mais rápido, e quem não aproveitar as oportunidades pode se dar mal, porque é uma preparação para sempre”, alerta.

Carvalho orgulha-se em dizer que tem duas filhas cursando faculdade particular de Contabilidade.  E salienta que, agora, recebendo já como carpinteiro profissional, ele pode contribuir no pagamento do estudo de suas filhas. “Minha família reconhece o meu esforço, mesmo que no começo minha mulher tenha ficado chateada por eu ter ficado quatro meses chegando tarde por causa dos cursos. Mas, quando eu apresentei o primeiro diploma, todo mundo ficou feliz por mim”, entusiasma-se.

As inscrições nos cursos oferecidos pela parceria entre Melnick Even, Senai e Sinduscon são abertas a qualquer interessado, independentemente de onde ele esteja trabalhando. “Escolhemos algum canteiro que tenha espaço e com uma van recolhemos os alunos que estão em outros canteiros de obras. Nós oferecemos uniforme, lanche, treinamento e deixamos eles no ponto de ônibus depois da aula”, indica Alexandre Moretto. Até o final do ano devem ser formadas mais seis turmas de 20 alunos.

Engenheiros já saem empregados da faculdade

Assim como os operários de construção civil, os engenheiros também tiveram que se adaptar durante o longo período de estagnação do setor. Muitos passaram a atuar na área financeira, fugindo da sua área de formação. “Nas últimas duas décadas, o desejo de cursar uma faculdade de engenharia estava num segundo plano, porque a construção civil não estava na sua plenitude. As pessoas que se formavam não conseguiam se sustentar no
mercado de trabalho”, ressalta Carlos Alberto Aita, diretor administrativo da incorporadora gaúcha Nex Group e integrante da comissão técnica da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul.

Com o grande aumento da demanda, os engenheiros que se mantiveram na profissão no período em que havia pouco emprego estão valorizados. Mas eles são poucos para atender à necessidade do mercado. Por isso, as empresas estão recrutando estagiários recém-aceitos na faculdade para contratá-los logo após a formatura já com experiência. “Na década de 1970, quando eu fiz faculdade, eu já sabia que iria me formar empregado. E agora isso voltou”, indica Aita.

No segundo semestre de 2011, o mercado da construção civil desacelerou, embora continue extremamente aquecido na comparação com a demanda de seis anos atrás. E agora, além do mercado imobiliário, há planos de governo que garantem emprego para engenheiros de diversas áreas. “Obras de saneamento, estradas, pontes e até ferrovias no País garantem novos mercados para o engenheiro desenvolver o seu trabalho”, conclui Carlos Alberto Aita.