quarta-feira, 17 de junho de 2015

CHARGE DO PATER - e as contas


CHARGE DO NICOLIELO - e as aposentadorias...


O FANTÁSTICO ESTILO DE PAUL CÉZANNE

http://remiltonroza.blogspot.com.br/2015/04/o-fantastico-estilo-pos-impressionista.html


Após uma fase inicial dedicada aos temas dramáticos e grandiloqüentes próprios da escola romântica, Paul Cézanne criou um estilo próprio, influenciado por Delacroix. Introduziu nas suas obras distorções formais e alterações de perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o volume e peso dos objetos. Concebeu a cor de um modo sem precedentes, definindo diferentes volumes que foram essenciais para suas composições únicas.

Paul Cézanne (Aix-en-Provence, 19 de janeiro de 1839 - 22 de outubro de 1906) foi um pintor pós-impressionista francês, cujo trabalho forneceu as bases da transição das concepções do fazer artístico do século XIX para a arte radicalmente inovadora do século XX. Cézanne pode ser considerado como a ponte entre o impressionismo do final do século XIX e o cubismo do início do século XX. A frase atribuída a Matisse e a Picasso, de que Cézanne "é o pai de todos nós", deve ser levada em conta.

Cézanne não se subordinava às leis da perspectiva e sim, as modificava. A sua concepção da composição era arquitetônica; segundo as suas próprias palavras, o seu próprio estilo consistia em ver a natureza segundo as suas formas fundamentais: a esfera, o cilindro e o cone. Cézanne preocupava-se mais com a captação destas formas do que com a representação do ambiente atmosférico. Não é difícil ver nesta atitude uma reação de caráter intelectual contra o gozo puramente colorido do impressionismo.
Sobre ele, Renoir escreveu, rebatendo o crítico de arte Castagnary: Eu me enfureço ao pensar que ele [Castagnary] não entendeu que Uma Moderna Olympia, de Cézanne, era uma obra prima clássica, mais próxima de Giorgione que de Claude Monet, e que diante dele estava um pintor já fora do Impressionismo.
Cézanne cultivava, sobretudo, a paisagem e a representação de naturezas mortas, mas também pintou figuras humanas em grupo e retratos. Antes de começar as suas paisagens estudava-as e analisava os seus valores plásticos, reduzindo-as depois a diferentes volumes e planos que traçava à base de pinceladas paralelas. Árvores, casas e demais elementos da paisagem subordinam-se à unidade de composição. As suas paisagens são sutilmente geométricas. Cézanne pintou, sobretudo, a sua Provença natal (O Golfo de Marselha e as célebres versões sucessivas de O Monte de Sainte-Victoire).
Nas suas numerosas naturezas mortas, tipicamente compostas por maçãs, levava a cabo uma exploração formal exaustiva que é a terra fecunda de onde surgirá o cubismo poucos anos mais tarde. Entre as representações de grupos humanos, são muito apreciadas as suas cinco versões de Os Jogadores de Cartas. A Mulher com Cafeteira, pela sua estrutura monumental e serena, marca o grande momento classicista de Cézanne.

Em Paris, Cézanne conheceu o impressionista Camille Pissarro. Inicialmente, a amizade feita em meados dos anos 1860 era a de um mestre e mentor - Pissarro exercendo uma influência formativa sobre o jovem artista. Ao longo da década seguinte, as excursões para pintar em Louveciennes e em Pontoise levaram a um trabalho colaborativo entre iguais.
Nos primeiros trabalhos, Cézanne se preocupava com a figura na paisagem. Nesse período incluem-se várias pinturas de grupos de figuras grandes e pesadas na paisagem, pintadas a partir da imaginação. Mais tarde, ele passa a se interessar mais em trabalhar a partir da observação direta, e, gradualmente, desenvolveu um estilo de pintura mais leve e arejada, que iria influenciar imensamente os impressionistas. Não obstante, nos trabalhos de maturidade de Cézanne, percebe-se o desenvolvimento de um estilo solidificado, quase arquitetural de pintura.
Durante toda a sua vida, esforçou-se para desenvolver uma observação autêntica do mundo através do método mais acurado possível para representá-lo em pintura. Ordenava estruturalmente tudo o que percebesse em formas e planos de cor simples. A sua afirmação “Eu quero fazer do impressionismo algo sólido e duradouro, como a arte dos museus”, e sua declarada intenção de recriar Nicolas Poussin acentuou seu desejo de unir a observação da natureza à permanência da composição clássica.

Cézanne tinha interesse na simplificação das formas naturais em seus essenciais geométricos; ele queria “tratar a natureza pelo cilindro, pela esfera, pelo cone” (um tronco de uma árvore pode ser considerado um cilindro, e uma cabeça humana como uma esfera, por exemplo). Além disso, a atenção concentrada com a qual ele registrava suas observações da natureza resultou em uma profunda exploração da visão binocular, o que resultou em duas percepções visuais simultâneas ligeiramente diferentes, e nos providencia uma percepção de profundidade e um conhecimento complexo das relações espaciais. Nós vemos duas vistas diferentes simultaneamente; Cézanne empregava este aspecto da percepção visual às suas pinturas em graus variados. A observação deste fato, junto com o desejo de Cézanne em capturar a verdade de sua própria percepção, muitas vezes o levou a modelar as linhas básicas das formas para tentar exibir as vistas distintamente diferentes do seu olho direito para o olho esquerdo. Assim, a obra de Cézanne aumenta e transforma os antigos ideais da perspectiva, em particular da perspectiva de ponto único.

As pinturas de Cézanne foram exibidas na primeira mostra do Salon des Refusés (ou o Salão dos Recusados) em 1863, exibindo obras que não foram aceitas pelo jurado do oficial Salão de Paris. O Salão rejeitou as obras de Cézanne por todo o período de 1864 a 1869. Cézanne continuou a tentar apresentar suas obras ao Salão até 1882. Naquele ano, por intervenção do seu colega e artista Antoine Guillemet, Cézanne exibiu o Retrato de Louis-Auguste Cézanne, pai do artista, lendo ‘L’Evénement’, a sua primeira e última obra aceita no Salão.
Antes de 1895, Cézanne apresentou suas obras duas vezes com outros impressionistas - na primeira mostra impressionista de 1874 e na terceira, de 1877. Nos anos seguintes, algumas pinturas suas foram exibidas em vários locais, até que, em 1895, o marchand parisiense Ambroise Vollard deu ao artista a sua primeira mostra individual. Mesmo com o crescente reconhecimento público e o sucesso financeiro, Cézanne optou por trabalhar em isolamento, usualmente no Sul da França, em sua amada Provença, bem longe de Paris. Ele se concentrava em alguns temas e era bastante incomum que artistas do final do século XIX fossem igualmente proficientes em vários gêneros: naturezas mortas, retratos, paisagens e estudos de banhistas. Neste último, Cézanne foi obrigado a desenhar a partir de sua imaginação, pois havia poucos modelos nus disponíveis. Assim como as paisagens, os seus retratos eram desenhados a partir do que ele tinha familiaridade, e, por isso, não apenas sua esposa e seu filho, mas também os passantes locais as crianças e seu empresário artístico serviam como modelos. As suas pinturas de natureza morta são decorativas, pintadas com superfícies grossas e planas, mas ainda lembram as de Courbet.
Embora as imagens religiosas aparecessem menos freqüentemente nas últimas obras de Cézanne, ele permaneceu devoto do catolicismo romano, e dizia: “Quando eu preciso julgar uma arte, levo minhas pinturas e as deixo próximas a um objeto feito por Deus, como uma árvore ou uma flor. Se os dois lados combatem, elas não são arte.”.

Vários períodos foram definidos na vida e na obra de Cézanne. Cézanne criou centenas de pinturas, algumas das quais alcançaram altos preços no mercado de arte, nos últimos anos. Em 10 de maio de 1999, o quadro Rideau, Cruchon Et Compotier foi vendido por $60.5 milhões - o quarto maior preço já pago por uma pintura até aquele ano. Em maio de 2006, o quadro foi considerado como a pintura de natureza morta mais cara já vendida em leilão.


Em 1863, Napoleão III criou por decreto o Salão dos Recusados, onde as pinturas que foram rejeitadas para mostra no Salão da Academia de Belas Artes eram exibidas. Entre os artistas proprietários das obras rejeitadas, estavam os jovens impressionistas, considerados revolucionários. Cézanne foi influenciado pelo estilo dos impressionistas, mas a sua dificuldade de relacionamento social – ele parecia rude, tímido, às vezes furioso e dado à depressão – resultou em um período caracterizado pelas cores escuras e o grande uso do preto. As obras desse período diferem muito de seus rascunhos e aquarelas dos tempos da Escola Especial de Desenho de Aix-en-Provence (1859) ou de seus trabalhos subseqüentes. Entre as obras do período negro, está pinturas como O Assassino (cerca de 1867-1868).

Um dia, Cézanne trabalhava em campo aberto quando foi surpreendido por uma tempestade. Só foi para casa após trabalhar duas horas na chuva. No caminho caiu, foi socorrido por um motorista que passava e o ajudou a ir para casa. Cézanne recuperou a consciência após ser tratado. No dia seguinte, pretendia continuar o seu trabalho, mas estava muito fraco e acabou por desfalecer. Foi colocado numa cama, de onde nunca mais se levantou. Morreu alguns dias após o acidente, em 22 de outubro de 1906, de pneumonia. Foi enterrado num antigo cemitério de sua amada cidade natal, Aix-en-Provence.

Após a morte de Cézanne em 1906, as suas pinturas foram exibidas em Paris em uma retrospectiva de grande porte, em setembro de 1907, no Salon D’Automne. A mostra causou um grande impacto na direção da vanguarda parisiense, tornando-o um dos artistas mais influentes do século XIX e o responsável pelo advento do cubismo.
As explorações de simplificação geométrica e dos fenômenos óticos inspiraram Picasso, Braque, Gris e outros, que passaram a experimentar múltiplas visões, mais complexas, de um mesmo objeto chegando, finalmente, à fratura da forma. Cézanne, assim, abriu uma das mais revolucionárias possibilidades de exploração artística no século XX, influenciando profundamente o desenvolvimento da arte moderna.

A cultura do desrespeito


Washington parece outro planeta. O motorista sorri. A cidade funciona. A vida flui. Gentileza gera gentileza

RUTH DE AQUINO
É cada vez mais deprimente voltar ao Brasil, depois de uns dias em cidade civilizada no exterior. A falta de educação nas grandes cidades brasileiras torna o cotidiano uma batalha diária. Isso para não falar na falta total de segurança. Física e econômica. O desrespeito das prefeituras e dos governos estaduais com as necessidades básicas do cidadão e do contribuinte – saúde, educação, moradia e transporte – contribui para provocar um êxodo, não só para fora do país. Casais de jovens, com ou sem filhos, começam a se mudar para cidades pequenas. Buscam relações mais humanas, gastos mais baixos, menos estresse, menos poluição, menos barulho, menos tempo no trânsito, menos risco de morrer atropelado, esfaqueado ou com um tiro no ponto de ônibus, no parque ou na praia. “Cansamos”, dizem.

“Não aguento mais abrir um jornal”, ouço falar. O problema não é o jornal, mas a realidade estampada na imprensa. Os exemplos do “Rio que dá certo” ou da “São Paulo que dá certo” são raros. Sem contar a devassidão moral e ética de nossos políticos, incomoda perceber que “o brasileiro cordial” não passa de um mito.

Não é o nível de escolaridade que conta. As festas no playground de meu prédio no bairro do Leblon são um retrato da falta de educação e civilidade da tal elite. Barulho absurdo, contra a convenção, e o lixo de garrafas, latas e gordura – para o porteiro limpar. No condomínio pequeno de Búzios onde tenho casa, ameaço chamar a polícia porque o som de funk e batidão eletrônico na piscina, misturado a gritos femininos de ca$*&#ralho, não deixa a neta dormir. Resposta: “Mas aqui na festa só tem delegado e policial”.

Estive em Washington em abril e me senti num “retiro espiritual”. As pessoas sorriem para você na rua. Do nada. Pedestres felizes, confiantes e desarmados. Como assim? No metrô, cede-se lugar a crianças. Não se empurra ninguém. Já os brasileiros... a moda agora é nem esperar a pessoa sair do elevador. Ao entrar numa farmácia ou pagar no caixa em Washington, você escuta: “How are you doing today?”, acompanhado de um sorriso. Os grandes supermercados são limpos, imaculados! Os produtos têm qualidade. Vinho francês Mouton Cadet a US$ 9,99. Carnes, peixes e frutos do mar frescos. Enorme oferta de orgânicos.

Impossível comparar os preços de carros com o Brasil. Dá inveja o esquema de leasing. Não existe Detran em Washington, já pensou que maravilha? Não há obrigação de vistoria. Ninguém é refém de cartório. Caramba. Por que infernizam tanto a nossa vida?

Ninguém fecha e xinga no trânsito nem ousa trafegar pelo acostamento ou acelerar no sinal amarelo. Não há policiais de trânsito. Se existe um cruzamento sem sinal, a prioridade é do pedestre. O carro para no meio da rua ao enxergar um ser humano a pé. O motorista sorri para você. Parece outro planeta. A cidade funciona. A vida flui. Gentileza gera gentileza.

Ao usar o celular, ninguém olha para os lados com medo de assalto seguido de morte. Ao andar na calçada, ninguém é atropelado por ciclistas que teclam o celular! Isso não existe. Bicicletas não disputam espaço com pedestres, crianças, idosos. No Brasil, tiram fino, em velocidade.

Posso falar com mais propriedade do carioca, já que nasci em Copacabana e sempre amei esta cidade. Era bem melhor. O Rio virou uma selva. Selva não, tadinhos dos animais. Virou uma zona. Para isso, conta também a arrogância de prefeito, governador e suas equipes.

Noticiário da semana no Rio, apenas? Uma nadadora, medalhista pan-americana, morre atropelada por um bêbado veloz no ponto de ônibus, que foge e está solto. Banalidade. Taxista mata bandido após ser roubado e sequestrado. Favelas expandem e desmatam em todos os bairros, muros ecológicos são abandonados pela prefeitura por demagogia e omissão. Delegacias fecham de madrugada “por falta de segurança”. Ciclistas buscam a natureza na Floresta da Tijuca, mas são assaltados e ameaçados de morte. No centro e no Aterro do Flamengo, assaltantes atacam com facas e porretes. Em Santa Teresa, as obras do bondinho estão paradas, prejudicando moradores e comerciantes. Trem descarrila na hora do rush e, sem plano de contingência, trabalhadores andam pelos trilhos.

E o metrô? O temível tatuzão da Linha 4 não deixa dormir, moradores ficam um mês sem telefone, água e internet. O metrô abre trincas em prédios e, “por movimentação do solo”, derruba concreto em cima de pedestre em praça de Ipanema. A Justiça proíbe ruídos entre 22 horas e 7 horas, mas o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, não pode parar as obras porque terminar o metrô “é um compromisso olímpico internacional”. Ninguém planeja ou calcula antes? O compromisso olímpico de despoluir a Baía de Guanabara foi para as cucuias.

E se o Brasil incluísse no currículo escolar a disciplina do respeito à cidadania?

Como sair desse buraco

fonte - http://vespeiro.com/2015/06/17/como-sair-desse-buraco-3/


by fernaslm
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Artigo para O Estado de S. Paulo de 17/06/2015
O que assusta mais é a desproporção entre a quantidade e a qualidade do alarme e o tamanho do desastre. A unanimidade dessa alienação é inquietante. A fronteira hoje é o mundo e já passamos longe o limite a partir do qual não se cabe mais no mercado global. Os tempos dos verbos em uso em Brasília estão defasados. Não é que a conta vai estourar. A conta já estourou. A indústria nacional já está cataléptica. Ninguém – fora os barões do BNDES – consegue andar com as próprias pernas. Os empregos estão sumindo em velocidade vertiginosa. A inflação que se vê é só a primeira onda do tsunami que vem vindo.
O estado tende geneticamente ao absolutismo e democracia é a única barreira capaz de impedi-lo de ocupar todos os espaços. Nos períodos de imunodepressão institucional -- quando a "razão de estado" impõe-se sobre os direitos individuais e os demais poderes são avassalados pelo Executivo – o estado incha, a segurança jurídica acaba, a produção e o emprego minguam e a inflação dispara.
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Já vimos esse filme. O estado brasileiro saiu do regime militar maior que nunca e, como consequência, a desorganização da economia foi ao paroxismo, passando dos 80% de inflação ao mês. Mas havia, então – ao menos na imprensa – a consciência de que era disso que se tratava e nenhuma barreira auto-imposta à crítica do regime. Graças a isso, apesar da feroz oposição do PT à desmontagem da obra econômica da ditadura com as 540 estatais que o partido tratava de colonizar, foi possível fazer a estatização recuar até o ponto a que a trouxe o governo FHC.
Trinta anos de progressiva ocupação do sistema educacional e dos “meios de difusão ideológica da burguesia” por um discurso único eficiente o bastante para, na contramão do mundo, “criar mercado” para 30 e tantos partidos políticos, todos “de esquerda”, e ao fim de outros 12 de ódio ao mérito, truculência regulatória, agressões à aritmética e aparelhamento do estado e até da economia "privada" para “um projeto de poder hegemônico", o fosso que se havia estreitado ganha as proporções de uma falha tectônica.
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O efeito prático é essa combinação aberrante: apesar da renda per capita de Brasília, onde nada é produzido, ter passado a ser o dobro da do Brasil e 1/3 maior que a de São Paulo, síntese precisa do sistema de castas em que nos transformamos, os temas do tamanho do estado, da privatização, do privilégio e da desigualdade perante a lei estão quase completamente ausentes do debate; tudo que se discute é como o "ajuste" vai tomar mais do país para dar mais ao estado.
Para que a trajetória volte a ser ascendente é o contrário que tem de acontecer. Será preciso recuar até o ponto anterior àquele em que a economia parasitária passou a consumir mais do que a economia produtiva é capaz de repor. A questão é que o PT não é hoje muito mais que a representação política dos “servidores” do estado de modo que reduzir o tamanho do estado significa reduzir o tamanho do PT (e de todos os “caronas” que, até segunda ordem, ele admite carregar na boléia da “governabilidade”). O tema oficial do 5º Congresso Nacional do PT – “Um partido para tempos de guerra” – nos dizia do grau de mobilização dessa casta na defesa dos seus privilégios. O tom só abrandou porque ninguém está desafiando o status quo. Mas a impossibilidade matemática de mantê-lo e ao mesmo tempo evitar o desastre econômico e a conflagração social que vem com ele não é um bom presságio para a democracia no Brasil.
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Mesmo assim, nem imprensa, nem "oposição" parecem se dar conta disso.
Nas votações do única parte do “ajuste” em que as propostas reuniam o legalmente possível ao justo e ao desejável, com ligeiro constrangimento do desperdício no setor público, o PSDB, fiel depositário de metade das esperanças da nação, simplesmente oficializou a sua condição de não existência. Renegou bandeiras históricas para assumir-se como nada mais que a imagem invertida do PT. Tudo que tem a propor como alternativa ao que está aí é que seja ele a presidir a festa.
A reforma política, sem a qual não há esperança de romper a blindagem que veda qualquer forma de redução do peso do estado, é outro atoleiro. Sempre que pressionados os políticos sentem-se confortáveis para jogar na arena as surradas “propostas do costume" pela simples razão de que nem os mais agressivos “es bravios” do nosso "jornalismo watchdog" resistem a esses “biscoitinhos”. “Fim da reeleição” em pleno início de um quarto mandato por interposte pessoa? “Financiamento de campanha” em face de uma economia nacional inteira destruída para comprar votos? Mais leis anti-corrupção no país dos foros especiais? Enquanto os eruditos da irrelevância se distraem debatendo infindavelmente o que quer que se lhes atire, os “jabutis” que aumentam o tamanho do problema passam ao largo gargalhando.
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Ao fim de cinco séculos levando com a porta das reformas na cara sem conseguir iniciar uma que fosse, já era tempo de aprendermos que pouco importam as firulas e as beiradinhas conceituais desses preciosismos em que adoramos nos dividir e nos perder, o que é imprescindível é abrir finalmente essa porta e mantê-la aberta daí por diante.
É do mais elementar bom senso e da experiência pessoal de todos nós a noção de que, em qualquer estrutura hierárquica, manda quem tem o poder de contratar e demitir; manda quem tem a prerrogativa da última palavra nas discussões.
O Brasil terá de se reconstruir de alto a baixo para voltar a caber na arena global. E não há “pacote” de reformas que possa incluir tudo que é necessário para tanto. As mudanças terão de se dar num processo, ou seja, num movimento que começa e não se detém mais.
É exatamente isso que proporciona o sistema de voto distrital com recall, a reforma em que são os eleitores que mandam, que começa e não acaba nunca e que, sendo assim, inclui todas as outras.
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TUDO SOBRE VOTO DISTRITAL COM RECALL
COMO O POVO CONTROLA O JUDICIÁRIO NOS EUA

Lobista do Petrolão do PT pagou a sede da empresa do bandido petista mensaleiro José Dirceu e a compra de imóvel para sua filha

quarta-feira, 17 de junho de 2015



O lobista Milton Pascowitch, preso em maio na 13ª fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal, pagou parte da sede da JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro e bandido petista mensaleiro José Dirceu, apontada pelos investigadores do Petrolão do PT como um dos possíveis propinodutos para lavar dinheiro desviado da Petrobras. A empresa Jamp, de propriedade de Pascowitch, pagou 400.000 reais dos 1,6 milhão de reais utilizados na aquisição do imóvel que sediava a JD, em São Paulo. Mais: uma empresa de Milton Pascowitch também comprou um imóvel em nome de Camila, filha do bandido petista mensaleiro José Dirceu, no bairro da Saúde, na capital paulista. O Ministério Público Federal investiga há meses a empresa de fachada Jamp Engenheiros Associados, ligada a Pascowitch e usada para lavar dinheiro do escândalo do Petrolão do PT. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, o vice-presidente da Engevix, Gerson Almada, disse que o bandido petista mensaleiro José Dirceu fazia "lobby internacional" em nome da empreiteira, enquanto Pascowitch atuava como mediador das "relações partidárias" da construtora. A Engevix pagou pouco mais de 1 milhão de reais à JD Assessoria e Consultoria, empresa de José Dirceu. Pascowitch já havia sido detectado também na lista de supostos clientes da "consultoria" de José Dirceu. No rol de contratantes compilados pela Receita Federal, aparece a Jamp - ela pagou 1,457 milhão de reais para José Dirceu. No caso do pagamento de 400.000 reais para a aquisição da sede da JD, a defesa de José Dirceu diz que o repasse de dinheiro fazia parte de um contrato de consultoria celebrado entre a Jamp e o ex-ministro, embora a Receita Federal investigue o pagamento como um indício de lavagem de dinheiro, já que não há rastro dos 400.000 reais na conta bancária ligada à empresa do petista. "Dentre as prestações decorrentes do contrato celebrado entre a JD e a Jamp, o montante de 400.000 reais não foi depositado em conta, mas sim pago diretamente ao então representante do espólio do imóvel adquirido por José Dirceu, conforme autorizado no contrato", disse a defesa de José Dirceu em documento enviado nesta quarta-feira ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba. A ofensiva dos advogados de José Dirceu é uma tentativa de enfraquecer argumentos que possam levá-lo, no futuro, a responder novamente a uma ação penal, desta vez no Petrolão do PT - e, no limite, ser condenado por participação no esquema de fraudes em contratos da Petrobras. Condenado no julgamento do Mensalão do PT por corrupção ativa, o bandido petista mensaleiro José Dirceu é alvo de inquérito na Lava Jato. Ele teve os sigilos fiscal e bancário quebrados em janeiro após o Ministério Público, em parceria com a Receita Federal, ter feito uma varredura nas empreiteiras investigadas na lava Jato em busca de possíveis crimes tributários praticados pelos administradores da OAS, Camargo Correa, UTC/Constran, Galvão Engenharia, Mendes Junior, Engevix e Odebrecht. Os investigadores já haviam concluído que as empreiteiras, que unidas em um cartel fraudaram contratos para a obtenção de obras da Petrobras, utilizavam empresas de fachada para dar ares de veracidade à movimentação milionária de recursos ilegais. Mas foi ao se debruçar sobre os lançamentos contábeis das empreiteiras, entre 2009 e 2013, que o Fisco encontrou o nome da consultoria de José Dirceu como destinatária de "expressivos valores" das empreiteiras Galvão Engenharia, OAS e UTC. Em documento enviado ao juiz Sérgio Moro, o advogado Roberto Podval, que integra a defesa do ex-chefe da Casa Civil, detalha a relação entre a JD Consultoria e a Jamp para tentar mostrar que o contrato para "prospectar clientes e contratos no Exterior" se refere a serviços efetivamente prestados. O criminalista diz que pagamentos da Jamp à empresa de José Dirceu durante o julgamento do Mensalão do PT também são legais, já que o ex-ministro, enquanto respondia ao processo, não tinha impedimentos para trabalhar. "O julgamento terminou somente no final de 2013, ocasião em que foram expedidos os mandados de prisão e o peticionário apresentou-se para dar início ao cumprimento de sua pena. Até então, José Dirceu não tinha qualquer restrição profissional e, assim, permaneceu à frente da empresa JD Assessoria e Consultoria Ltda, prestando serviços de consultoria e realizando inúmeras viagens ao Exterior", alega ele.

A FIANÇA NOS CONTRATOS DE LOCAÇÃO COM PRAZO INDETERMINADO

http://ogestorimobiliario.blogspot.com.br/2015/06/a-fianca-nos-contratos-de-locacao-com.html


Recentemente, o país desfrutou de um avanço imobiliário considerável, em diversas áreas, tanto em locação residencial e comercial quanto na compra e venda de imóveis. Dentre as variadas modalidades de contrato, o de locação merece nosso enfoque, pois foi o mais celebrado e no que tange as modalidades de garantia, a fiança é a que destaca-se por ser uma garantia fidejussória, pessoal e acessória da obrigação principal.

O conceito de fiança e a figura do fiador são muito questionados nas relações locatícias, tendo em vista que muita informação difundida é errônea e distorcida, causando insegurança jurídica às partes celebrantes do contrato.

Os contratos de locação, em regra, são celebrados em forma escrita e por prazo determinado, porém se no término do contrato o locador não se opuser prorroga-se a locação por prazo indeterminado, nas mesmas condições já avençadas incluindo as obrigações do fiador e seu cônjuge, se houver. Decorre daí, os questionamentos a respeito da prorrogação da fiança e a responsabilidade do fiador até a efetiva devolução do imóvel.

Anteriormente a lei do inquilinato e o Código Civil entendiam que em caso de prorrogação, por tempo indeterminado do contrato de locação, o fiador desobrigava-se da fiança, chegando esse entendimento a ser consubstanciado na Súmula 214 do Superior Tribunal de Justiça, que assentou que o fiador não ficaria obrigado a responsabilidade que não anuiu expressamente.

A mudança de entendimento do STJ, primeiramente, ocorreu num julgamento de um recurso especial, pelo Ministro Luis Felipe Salomão, que entendeu que se no contrato de locação constar que o fiador fica responsável pelo obrigação até a efetiva entrega das chaves, prevalecerá então esta manifestação expressa. Ou seja, a responsabilidade solidária não se encerra juntamente com o fim do contrato, mas sim até a devolução efetiva do imóvel e consequentemente o fiador fica obrigado a arcar com os encargos principais e acessórios da locação.

Com a sanção da Lei 12.112/2009, alterando a lei do inquilinato, trouxe entre outras, uma novidade no caso específico da fiança, no artigo 39, que passou a vigorar no sentido de que: salvo disposição ao contrário, qualquer garantia no contrato de locação estende-se até a efetiva devolução do imóvel, mesmo que tenha sido prorrogado por prazo indeterminado. Portanto, a lei consolida o entendimento que vinha sendo adotado pelo Superior Tribunal de Justiça.

Assim o fiador permanece responsável juntamente com o locatário até a efetiva entrega do imóvel, inclusive no tocante aos débitos principais e acessórios da locação, desde que não conste o contrário em cláusula contratual.

Entretanto, a lei trouxe alteração importante quando instituiu que o fiador pode desobrigar-se da fiança, desde que notifique o locador. Essa desobrigação somente é absoluta após 120 dias da ciência do locador. E a partir de então, esse por sua vez, notificará o locatário para que em até 30 dias apresente novo fiador ou nova modalidade de garantia, sob pena de descumprimento contratual e consequente desfazimento da locação.

Portanto, o contrato de locação prorrogado por prazo indeterminado, se não existir cláusula expressa ao contrário, persiste a obrigação do fiador até a efetiva entrega das chaves e devolução do imóvel, devendo ser responsabilizados, locatário e fiador, solidariamente, pelos eventuais débitos locatícios e demais acessórios da locação decorrentes do contrato de locação.

Pâmella Batista Del Preto - Advogada militante nas áreas cíveis, trabalhistas e previdenciárias.
Fonte: Artigos Jus Navigandi

17 de Junho de 1885: A Estátua da Liberdade chega a Nova Iorque

http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2015/06/17-de-junho-de-1885-estatua-da.html

O navio francês Isère, partindo do porto de Rouen em Abril de 1885 chega dois meses mais tarde, no dia 17 de Junho, a Nova Iorque, tendo a bordo a estátua chamada de “A Liberdade iluminando o mundo”, símbolo da amizade entre os Estados Unidos e a França desde a independência norte-americana. Esta estátua de bronze de 46 metros de altura é obra do escultor Frédéric Auguste Bartholdi, a sua estrutura de ferro foi concebida por Gustave Eiffel, construtor da Torre Eiffel. O pedestal, a cargo dos norte-americanos, não estando ainda acabado, levou a que a estátua só fosse inaugurada em Outubro de 1886.


Originalmente conhecida como “A Liberdade Iluminando o Mundo”, a estátua foi proposta pelo historiador francês Edouard Laboulaye para comemorar a aliança franco-americana durante a Revolução Americana. Desenhada pelo escultor francês Frederic Auguste Bartholdi, tem a forma de uma mulher com o braço direito erguido empunhando uma tocha. Em Fevereiro de 1877, o Congresso em Washington aprovou a utilização de um local na ilha de Nova Iorque, Bedloe, que havia sido sugerido por Bartholdi.


Em Maio de 1884, a estátua foi terminada nos ateliers franceses e três meses depois os norte-americanos lançaram a pedra fundamental do pedestal em Nova Iorque. As diversas partes de bronze da estátua foram sendo montadas e a última  foi ajustada em 28 de Outubro de 1886, pouco antes da cerimónia de inauguração a cargo do presidente dos Estados Unidos, Grover Cleveland.


No pedestal há uma inscrição "The New Colossus," um famoso soneto da poeta norte-americana Emma Lazarus que dá as boas vindas aos imigrantes que chegavam de todas as partes do mundo que assim dizia: "Give me your tired, your poor, Your huddled masses yearning to breathe free, / The wretched refuse of your teeming shore. / Send these, the homeless, tempest-tossed to me. / I lift my lamp beside the golden door." 
 

Seis anos depois, a ilha Ellis, adjacente à ilha Bedloe, abriu como a estação central para a entrada de imigrantes nos Estados Unidos. Nos 32 anos que se seguiram mais de 12 milhões de imigrantes foram recebidos no porto de Nova Iorque sob as vistas da ‘senhora liberdade”. Em 1924, a Estátua da Liberdade foi consagrada como monumento nacional.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)


Projecto patenteado por Frédéric Auguste Bartholdi 
 
A construção do pedestal
Pormenor da cabeça da estátua

Análise da obra:" Impressão, nascer do sol", de Claude Monet

http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2013/07/analise-da-obra-impressao-nascer-do-sol.html

Impression, soleil levant, em português, Impressão, nascer do sol, é a mais célebre e importante obra de Claude Monet. É um óleo sobre tela, datado de 1872 (mas provavelmente realizado em 1873), que representa o nascer da manhã no porto de Havre, com uma névoa cerrada sobre o estaleiro e os barcos e as chaminés ao fundo da composição. O título da obra acaba por denominar o grupo dos pintores impressionistas.O termo impressionismo surgiu quando foi feita uma crítica  a esta tela pelo pintor e escritor Louis Leroy: "Impressão, nascer do Sol” – eu bem o sabia! Pensava eu, justamente, se estou impressionado é porque há lá uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha." A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e os seus colegas adoptaram a designação  de Impressionistas.
Em Impressão, nascer do sol, Monet interessa-se pela luz e os seus efeitos na natureza, pinta as coisas como as vê, e não como as imagina ou pressente, e privilegia a rapidez e espontaneidade do traço, em detrimento da precisão do contorno. As cores complementares – tonalidades de azul e laranja, são privilegiadas por Monet. Para os impressionistas, as cores  influenciam-se  mutuamente, e tons complementares dispostos lado a lado têm um maior realceAs pinceladas não apresentam contornos definidos, as formas são mais sugeridas do que representadas. Em “Impressão – Nascer do Sol”, as pinceladas são rápidas, pois a luz muda depressa e  a referência visual  perde-se. Os impressionistas, como Monet, evitam pintar de memória. Apesar  da névoa encontramos representados, elementos do porto, como guindastes e navios. Os reflexos mostram o movimento das águas, que estão crispadas. A composição de “Impressão – Nascer do Sol”, plana e bidimensional, é influenciada pela arte japonesa. A obra encontra-se no Museu Marmottan-Monet em Paris ,depois de ter sido roubada em 1985 e recuperada em 1990.
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wikipedia (Imagens)
Impressão, nascer do sol - Claude Monet
Ficheiro:Claude Monet, Impression, soleil levant, 1872.jpg

Ficheiro:Claude Monet 1899 Nadar.jpg
Claude Monet

Segundo o judiciário, petista usou rede de órgão público para atacar adversário


Foram usadas as redes do Ministério da Fazenda e do Serpro para difundir ataques a Aécio Neves, acusando-o de usar e traficar drogas.

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Segue trecho de reportagem da Folha, por Daniela Lima, voltamos depois:
Redes do Ministério da Fazenda e do Serpro, estatal responsável pelo sistema de tecnologia da informação de todo o governo federal, foram usadas por um petista que a Justiça diz ter disseminado mensagens com acusações de que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) traficava e consumia drogas. As informações estão em dados entregues pelo Twitter ao judiciário de São Paulo, após processo aberto pelo tucano contra usuários do site. O perfil do responsável pelas postagens nesses órgãos é o do chefe da divisão de “projetos e tecnologias educacionais” do Serpro em Belo Horizonte, Márcio de Araújo Benedito.” (grifos nossos)
Pois é. O referido sr. é filiado ao PT e usou a estrutura pública para desferir ataques políticos – algo que se torna ainda mais grave pelo teor acusatório. Todos vimos a campanha de ódio que vem de alguns anos: acusações de consumo e tráfico de cocaína desferidas contra Aécio Neves.

É preciso que mais e mais processos desse tipo sejam movidos. Embora seja inadmissível o uso de computadores e/ou conexões públicas para a realização de ataques partidários, isso infelizmente acontece muito mais do que se imagina.

Caindo Dilma, quem assume?


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves de Oliveira

Essa é a discussão que anda na boca de todo o mundo. Ninguém sabe ao certo no que dará. Estão presentes tanto motivos para a Intervenção Militar, prevista no art.142 da Constituição, quanto para o Impeachment  (impedimento), por crime de responsabilidade, contra a Presidenta. Os “jogadores” começaram as suas apostas , estudando táticas e estratégias para ganhar, disso tirando algum proveito.

O julgamento das “pedaladas” fiscais, conforme o resultado, poderia dar motivo para indiciar Dilma em crime de responsabilidade, passível de impeachment. Mas também não se pode desprezara hipótese de que nessa guerra de vale-tudo, sem limites, uma vez que está em jogo o poder, haja uma legítima intervenção constitucional, não com armas, mas com a “lei”.

À luz da Constituição do Brasil, artigos 79 e seguintes, e da Lei Nº 1.709 , de 1950, que “define os crimes de responsabilidade”, a matéria não tem  grande complexidade, apesar dos legisladores e do próprio constituinte de 88 terem feito uma enorme confusão, não sei até que ponto proposital, a respeito da matéria, colocando  disposições  que seriam da alçada da lei ordinária na constituição e vice-versa.

É preciso, portanto, que se fique de “olho vivo” nos acontecimentos que estão por vir. Um pequeno passeio sobre impeachment, pela lei especial e pela constituição talvez ajude.

O crime de responsabilidade está nos artigos 79 e seguintes da Constituição. Esse artigo contém a regra geral que o Presidente da República será substituído, no caso de impedimento (impeachment), pelo Vice-Presidente da República, que também o “sucederá” na hipótese de “vaga”. O impedimento e a “vaga” se distinguem. O primeiro decorre do julgamento e procedência de crime de responsabilidade; o segundo de afastamento por qualquer outra causa (morte, incapacidade, renúncia, etc).

O artigo seguinte (80) da CF preceitua que no eventual impedimento do Presidente e do seu Vice, serão chamados a ocupar a cadeira presidencial, nessa ordem, o Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal.

O artigo 81 da CF fixa a regra geral que na vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á ELEIÇÃO sessenta dias depois de aberta a última vaga. O parágrafo primeiro deste artigo (81), ordena que se a vacância ocorrer nos dois (2)últimos anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos (Presidente e Vice) será feita 30 dias depois da última vaga, pelo CONGRESSO NACIONAL. Já pelo parágrafo desse artigo,”em qualquer dos casos, os eleitos, deverão completar o período dos seus antecessores”.

O artigo 85 da CF define quais são os crimes de responsabilidade. E o 86 exige o quórum de 2/3 (dois terços) da Câmara dos Deputados para que  haja o indiciamento do Presidente da República por crime de responsabilidade, perante o  Senado Federal.

Para que se continue na análise das implicações legais do impeachment, teremos que voltar 65 anos no tempo, mais precisamente, ao ano de 1950, época em que entrou em vigor a Lei Nº 1.079/50, em plena vigência.

Essa lei dá um maior detalhamento do processo por crime de responsabilidade. No artigo 34, por exemplo, ela determina que “proferida a sentença condenatória, o acusado estará ipso facto, destituído do cargo”.

Mas também temos aí uma certa incoerência legislativa. Enquanto a Constituição exige que 2/3 dos deputados federais aprovem o indiciamento do Presidente da República, no Senado é preciso somente a maioria  absoluta (metade, mais um) para que se declare a procedência da acusação, afastando-se, nesse mesmo momento (ipso facto) o Presidente indiciado.

Resumidamente, podemos concluir, à luz da Constituição e da legislação infraconstitucional respectiva,que se o afastamento da Dra. Dilma se desse  por impeachment, ou vacância, por qualquer outro motivo, quem deveria  assumir  a sua vaga seria o Vice-Presidente, em qualquer tempo do curso  do mandato.

A Constituição vai além. Na hipótese de impedimento (impeachment) do Presidente e Vice, por crimes de responsabilidade, serão chamados  a  ocupar a presidência o Presidente da Câmara Federal, do Senado, e do Supremo Tribunal Federal. E no caso de “vacância” dos cargos de Presidente e Vice, deve ser feita nova eleição dentro de 60 dias depois de aberta a última vaga (se for nos dois primeiros anos do mandato), e no prazo de 30 dias, pelo Congresso Nacional, se a última vaga se deu na segunda metade da duração do mandato.

Mas tudo o que foi exposto pressupõe acontecimentos dentro da legislação hoje existente. Poderia ficar diferente numa nova legislação. O perigo reside no fato de que seria necessário uma grande maioria no Congresso para tirar Dilma do seu trono. E quem tem esse poder, também o teria  para alterar toda a legislação e mesmo a Constituição Federal, pois seria só mais uma “emenda constitucional”, dentre tantas outras que já foram feitas.

É evidente que seria um escancarado GOLPE, porém com a roupagem da legalidade, que sempre engana bem.


Sérgio Alves de Oliveira é Sociólogo e Advogado OAB-RS 5.348.