quinta-feira, 15 de março de 2012

O apoio de líderes cristãos libaneses a Assad, apesar dos crimes contra a humanidade




Como os libaneses cristãos vêem a crise Síria? Bom, o Patriarca Cristão Maronita, Beshara Rai, afirma que o regime de Bashar al Assad é o mais próximo da democracia na região. De acordo com a maior autoridade cristã libanesa, os seguidores desta religião correm o risco de desaparecer se o líder sírio for deposto.
“Todos os regimes do mundo árabe têm o islã como religião oficial, menos a Síria (e o Líbano). Ele (o regime de Assad) se destaca por dizer que não é um Estado islâmico. O que mais se aproxima de uma democracia no mundo árabe é a Síria”, disse o patriarca.
O presidente Michel Sleiman, também cristão, conforme mandam as leis libanesas, segue na mesma linha e apóia Assad. O mesmo se aplica a Michel Aoun, principal líder político cristão em Beirute. Ironicamente, ele ficou 15 anos no exílio por sua oposição a Damasco, mas formou uma aliança com os sírios e o Hezbollah depois da retirada das tropas sírias do Líbano em 2005.
Ao mesmo tempo, Samir Gaegea, que representa uma parcela importante dos cristãos libaneses, lamentou o posicionamento do Patriarca, do presidente e, como não poderia deixar de ser, de seu inimigo Aoun. O antigo senhor de guerra, que passou uma década em um calabouço em Beirute, afirma que Damasco é responsável pelo enfraquecimento dos cristãos libaneses. Segundo ele, o regime sírio, na época de Hafez al Assad, teria matado dois presidentes (ambos cristãos), Bashir Gemayel e Rene Mawad.
Entre a população cristã, pelo que venho conversando, o posicionamento depende de qual grupo político a pessoa segue. Os simpatizantes da 8 de Março, como é chamada a coalizão de Aoun com o Hezbollah, tendem a ser pró-Assad. Já os membros da 14 de Março, do sunita Saad Hariri, mas com a presença de cristãos como Gaegea, são contra o regime sírio.
No geral, os libaneses cristãos não se esquecem das atrocidades cometidas por Assad no Líbano ao longo das quase três décadas de ocupação. Ao mesmo tempo, especialmente entre os cristãos ortodoxos e armênios, existe uma solidariedade com os cristãos sírios, que são majoritariamente a favor do regime. Além disso, sempre existiram grupos cristãos, como o Marada, dos Frangieh, que eram aliados de Damasco.
Vale lembrar que o Líbano é o país do mundo com a maior proporção de cristãos árabes – cerca de 40%. O presidente, metade do Parlamento, do Ministério e o chefe das Forças Armadas são obrigatoriamente cristãos. Não existe lugar no Oriente Médio (e isso inclui Israel, óbvio) onde os cristãos tenham mais liberdade e mais poder do que em Beirute.

Consumidor transforma redes sociais em novo "balcão de reclamações"



O consumidor deve usar as redes para fazer a reclamação, mas não pode se esquecer de notificar os órgãos de defesa, dizem especialistas

Do Portal Terra
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A quantidade de ar em um pacote de batata frita pode se tornar um problema para uma empresa? Só se ela estiver fora das redes sociais - e pouco atenta ao que os clientes estão falando no Twitter e no Facebook. A resposta bem humorada do grupo PepsiCo, proprietário da marca Ruffles, em forma de infográfico, à reclamação “viral” de um cliente sobre o excesso de ar no pacote de batatas gerou repercussão nas redes sociais e reafirmou a marca, na visão do grupo. A resposta, foi que o ar provoca um efeito “air bag” e garante que as batatas continuem inteiras em caso de “batidas”.
As reclamações nas redes sociais se expandiram com rapidez nos últimos dois anos e garantiram respostas mais rápidas aos clientes, mas podem dificultar as análises dos órgãos de defesa do consumidor. Nessa quinta-feira, Dia do Consumidor, a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, alerta: “o consumidor deve usar as redes para fazer a reclamação, mas não pode se esquecer de notificar os órgãos de defesa. Ou apenas o problema individual será resolvido, não o coletivo”, argumenta. 
Conforme a gerente de relacionamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Karina Alfano, as empresas já assumiram que têm regras diferentes para as reclamações decorrentes das redes sociais. Enquanto o prazo para a solução de um problema proveniente de sites como Twitter e Facebook é de apenas algumas horas, a solução de questões de consumidores que procuraram os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC) tradicionais leva dias. 
“Essa prática só mostra que as empresas não estão de fato preocupadas com o consumidor, mas apenas com a imagem veiculada na mídia e em redes sociais. Esse tratamento é discriminatório e essa conduta é vedada pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC)”, diz. “É uma prática desleal para com os clientes que não tem acesso a esses meios”. 
Segundo Karina, ainda que o cliente consiga resolver o seu problema online, ele deve procurar os órgãos de defesa para permitir que a solução atinja um número ainda maior de clientes. "A formalização é importante porque só assim é possível dar uma solução coletiva ao problema e criar um banco de dados que pode vir a mudar a regulamentação ou mudar retirar um produto defeituoso do mercado", completa Maria Inês. 
Rapidez e criatividade
"A empresa que atende com rapidez á demanda do consumidor sai na frente e pode inclusive se beneficiar da exposição nas redes sociais. O cliente fica satisfeito com a resposta, e a empresa com a mídia espontânea", diz Elizangela Grigoletto, gerente de inteligência de marketing da consultoria MIti, especializada no assunto.
O Bradesco também soube tirar proveito de uma “brincadeira” de um consumidor. As rimas de um cliente que reclamou nas redes sociais foram respondidas também em formas de versos, em outra poesia. "A resposta rápida, e criativa, se propagou pelas redes sociais, o que foi muito bom para a marca, que conseguiu sair com uma imagem muito positiva", diz Elizangela. 
Menos sorte teve a marca de calçados Arezzo. "Os clientes começaram a questionar a venda de peles pela marca, e embora a empresa tenha tirado o produto de circulação, a resposta demorou", diz a gerente. 
Segundo Elizangela, bancos como o Santander e o Bradesco fizeram grandes investimentos em serviços de monitoramente das redes sociais nos últimos anos. No setor de alimentação, os grupos Pão de Açúcar e Wal-Mart também investiram alto nesse tipo de atendimento. Mas ela destaca que pequenas e médias empresas também começaram a perceber a importância das redes para se comunicar com consumidores. 
"As reclamações nas redes foram o principal fator que levou as companhias a investirem nesse segmento. No entanto, agora elas já utilizam o monitoramento para fazer ajustes nos planejamentos, verificar a viabilidade de novos produtos, ou fazer acertos em campanhas", diz. 
 
O consultor Thiago Assis, do grupo ECC, responsável por pesquisas sobre reputação online de empresas brasileiras, destaca a forte correlação entre lucratividade e qualidade de atendimento. Quanto maior a interação - e rapidez de resposta - maior o valor de mercado dessa empresa. "Companhias mais inovadoras no atendimento também tendem a se posicionar melhor no mercado", diz. 
 
A Unilever, na tentativa de atender melhor os consumidores, ampliou em 2011 o monitoramento das marcas e do SAC nas redes sociais, de acordo com a gerente de relacionamento com o consumidor, Betania Gattai. "Acreditamos que as redes sociais serão o grande canal de comunicação com nossos consumidores e, por isso, temos feito esforços sistemáticos no monitoramento e atendimento deste canal", diz. Segundo ela, os canais de relacionamento com o cliente estão vivendo um "momento da verdade." "O mais importante disso tudo é que cada vez mais o acesso do cliente à empresa se torna mais instantâneo e personalizado", completa. 
 
Para 2012, Elisângela prevê que as empresas vão amadurecer as relações com os clientes e ampliar o monitoramento. Mais do que resolver problemas, a redes devem mostrar tendências e adaptar a empresa ao gosto do consumidor. "Esse ano elas devem continuar a melhorar produtos e a qualidade de relacionamento com o consumidor, ampliando as formas de conversar com esse cliente", diz. 
 
SAC 2.0
 
Para Albert Deweik, diretor comercial da NeoAssist, que desenvolve plataformas de atendimento online para dúvidas e reclamações, nos últimos dois anos a maioria das empresas abriu perfis no Facebook e no Twitter, mas costumavam ignorar as respostas dos consumidores. Atualmente, elas passam a investir mais nessas plataformas. "Abrir um perfil e não atender a demanda é a mesma coisa que abrir uma loja e não ter vendedor, não adianta." Segundo ele, na era do SAC 2.0, como é chamada a nova modalidade de atendimento criada pela demanda das redes sociais, as corporações têm dois grandes desafios: entender o que o consumidor está buscando e fazer uma integração entre as plataformas de atendimento, telefone, e-mails e redes sociais, entre outros.
 
"É relevante dar uma solução rápida e eficiente aos problemas dos consumidores porque o impacto para as marcas é enorme. Hoje essas reclamações são a primeira coisa que um cliente vê quando faz uma busca na internet e isso prejudica principalmente quem trabalha com comércio eletrônico", diz. 
 
Tiago Baeta, organizador do maior encontro de comércio online do País, o E-Commerce Brasil, diz que a tendência é que as empresas comecem a buscar o consumidor antes que ele formalmente a procure. "Se o consumidor fala de uma empresa na internet, ela tem que procurá-lo e resolver a questão antes que a reclamação seja formalizada".
 

Conheça os tipos de planta que você pode ter em seu apartamento


Vegetais precisam ficar seis horas em local iluminado e devem ser regados uma vez por semana

Apartamento não tem jardim, mas isso não significa que não possa ser florido. Violetas, azaleias e gérberas são algumas das espécies que podem ser criadas em ambiente interno. Além delas, o técnico agropecuário Leonardo Cristiano Ávila Silveira cita também as samambaias, a palmeira fênix e a avenca.
"Essas plantas são consideradas de interior porque sobrevivem em locais fechados, não precisam de sol direto desde que recebam luminosidade por ao menos seis horas durante o dia", explica. Ele alerta para o cuidado com altas temperaturas e com choque térmico, e desaconselha a deixar as plantas em ambientes com ar condicionado.
Umidade e água Silveira destaca que violetas devem ser regadas com água sem cloro - ou seja, da chuva ou opções engarrafadas vendidas no mercado, jamais da torneira. Ele ressalta que a espécie também requer cuidados na hora de regar: a água não deve ser jogada sobre as folhas, mas por debaixo delas.
Violetas devem ser regadas com água sem cloro
Violetas: regue por baixo da folha e com água sem cloro
Para molhar outras espécies, a sugestão é usar um borrifador. O ideal é repetir o processo uma vez por semana, no inverno, e uma vez a cada cinco dias, durante o verão. A dica para saber a quantidade ideal é observar se a água está saindo por baixo do vaso e molhando o prato - se sim, a água já está suficiente.
O técnico agropecuário informa que grande parte das plantas de interiores não são tolerantes a umidade, ou seja, se pegam muita chuva ou são regadas mais do que o recomendado, ficam expostas a fungos e outros problemas - é o caso de cactos e avencas, por exemplo. A sugestão, para esses ambientes, são as minirrosas e as gérberas, mais resistentes ao excesso de água.
Minirrosas podem ser criadas em ambientes mais úmidos
Minirrosas podem ser criadas em ambientes mais úmidos
Tamanhos variados Quem tem mais espaço ou deseja plantas grandes pode optar pela samambaia rabo de peixe, que mede cerca de 1,20 metro, mas pode chegar a até dois metros.
Samambaia rabo de peixe
Samambaia rabo de peixe pode chegar a 2 metros de altura
O chifre-de-veado, assim batizado por causa do formato de suas folhas grandes, também fica com aproximadamente um metro de altura. Um pouco maior, o fícus em vaso mede por volta de 1,40 metro - "plantado na terra, com espaço para crescer, vira árvore", completa Silveira.
Chifre-de-veado tem esse nome por causa do formato das folhas
Chifre-de-veado tem esse nome por causa do formato das folhas
Fícus
Fícus, em vaso, chega a 1,40 metro
Na faixa dos 60 a 80 centímetros, o especialista cita a palmeira fênix, a avenca - que, se tiver suporte, age como trepadeira - e as samambaias pequenas.
Palmeira fênix mede entre 60 e 80 centímetros
Palmeira fênix mede entre 60 e 80 centímetros
Avenca
Avenca age como trepadeira, se tiver suporte
Silveira também fala da comigo-ninguém-pode e da coroa-de-cristo, mas adverte que essas plantas são altamente tóxicas e não devem ser escolhidas para ambientes com crianças ou animais de estimação. Quem tem alergia, ou pele muito sensível, também deve evitar as espécies.
Comigo-ninguém-pode é altamente tóxica
Comigo-ninguém-pode é altamente tóxica

Os dois e nós (por Miriam Leitão)



Os dois principais motores da economia mundial estão dando sinais contraditórios. A China continua sendo a economia mais acelerada do mundo, mas o Banco Mundial alertou recentemente que o modelo de crescimento chinês é insustentável e o governo revisou a previsão de alta do PIB para 7,5%. Os Estados Unidos estão com uma recuperação mais sólida, mas o clima ainda é de cautela porque a cada número bom corresponde uma ressalva. 

Pela primeira vez em oito anos a meta de crescimento chinês foi revista para baixo. Depois de surfar no longo período de expansão mundial dos anos 2000, das bolhas nas economias americana e europeia, os chineses resistiram no começo, mas já estão sentindo a crise. Nos Estados Unidos, o ânimo gangorra a cada número. O desemprego caiu, mas o inverno este ano foi menos rigoroso. Isso ajuda a criar empregos, mas não significa melhora nos fundamentos. Foi o terceiro mês seguido de mais criação de vagas do que se esperava. Em fevereiro, foram 227 mil. A taxa de desemprego ficou estável em 8,3%. O preço da gasolina subiu, e isso sempre tem impacto na renda disponível das famílias, como se viu no ano passado. 

— Há sinais mais sólidos de recuperação, mas nada espetacular. O mercado de trabalho, a indústria, a confiança dos consumidores tiveram melhoras. As bolsas subiram fortemente e alguns setores estão em recuperação, como o varejo, mas o setor financeiro ainda sente o impacto da crise europeia — diz o economista Raphael Martello, da Tendências Consultoria. 

O índice Dow Jones atingiu na terça-feira o valor mais alto desde 2007. O S&P chegou ao nível de 2008, e o Nasdaq superou os 3 mil pontos pela primeira vez em mais de uma década. 

Os economistas projetam alta no PIB chinês entre 7% e 9% nos próximos anos. De 2003 a 2007 ficou entre 10% e 13%. A mudança de marcha coloca os chineses mais próximos do ritmo indiano. Isso terá reflexo nos preços de vários ativos da economia mundial, como as commodities que o Brasil exporta. A queda das commodities já afetou o preço das ações das empresas brasileiras exportadoras, mesmo num ano de alta nas bolsas. 

— A recuperação da cotação das commodities em 2012 está sendo interrompida, e em alguns produtos até mesmo sendo anulada pela redução da meta chinesa — disse o presidente da AEB, José Augusto de Castro. 

O aviso de que a China crescerá menos mostra que ela foi afetada pela economia mundial, acredita o economista Paulo Bittencourt, da Apogeo Investimentos. A China projeta alta de 10% nas exportações este ano, abaixo dos 23% de 2011. Em fevereiro, o governo divulgou que houve o maior déficit comercial mensal no país desde 1989: US$ 31 bilhões. 

— Tudo funcionou muito bem enquanto o mundo estava bem. Mas o governo chinês entendeu que a economia mundial ficará um bom tempo crescendo pouco e que depender de exportações é um imenso risco. O Brasil exportou menos carne para a Europa em 2011. Imagine o que está acontecendo com os produtos manufaturados chineses — disse Bittencourt. 

A China, como se sabe, quer depender mais do mercado interno, mas a transição não é rápida. O consumo das famílias chinesas corresponde a apenas 33% do PIB, muito abaixo do de outras economias. No Brasil e nos EUA, a taxa fica em torno de 66%. 

— Para que a China cresça via consumo interno é preciso aumentar o poder de compra da população. Mas há uma preocupação sobre os efeitos dos aumentos de salário na competitividade da indústria. Se o yuan for valorizado fortemente, os exportadores perderiam duas vezes, via custo de trabalho e câmbio menos favorável — disse Rodrigo Maciel, da Strategus consultoria. 

Os estímulos que o governo chinês deu à economia em 2009, logo após a quebra do Lehman Brothers, não devem se repetir agora. Eles aumentaram os gastos públicos e a concessão de crédito, o que alimentou bolhas e elevou a inflação. 

Os investimentos em infraestrutura serão um pouco menos intensos neste novo modelo de crescimento chinês. O governo já espera uma redução no ritmo de criação da empregos nas cidades, de 12,2 milhões, em 2011, para 9 milhões em 2012, o que significa menos migrantes do que se esperava e um crescimento menor da pressão sobre a infraestrutura urbana. 

— Esse é um risco para o Brasil porque afeta o consumo de minério de ferro. As negociações de preço são trimestrais e serão um bom indicador sobre os efeitos que haverá sobre nós — disse Bittencourt. 

O Brasil tem um déficit em conta corrente de US$ 60 bilhões e uma reversão nos preços das commodities pode diminuir nosso saldo comercial e agravar ainda mais o buraco nas nossas contas externas. 

Nos últimos anos, o Brasil saiu de um superávit para déficit comercial com os Estados Unidos, porque a crise reduziu as exportações. Neste momento, é hora de fazer esforço para ocupar de novo espaço na economia chinesa e ficar atento à desaceleração que pode nos afetar. Não há o que fazer, esses dois puxam o mundo.

Supersalários e mais cargos: a farra no Senado


Ricardo Kotscho

Passou despercebida no meio do noticiário sobre as lambanças no novo concurso promovido pelo Senado, no último final de semana, a informação sobre os supersalários oferecidos aos felizardos que forem aprovados.
São de dar água na boca: os salários iniciais variam de R$ 13,8 mil a R$ 23,8 mil para funções como analista de informática, analista de suporte e enfermeiro. Só isso pode explicar que 157 mil pessoas tenham se inscrito no concurso para disputar as 246 vagas. Passar neste concurso é como ganhar na loteria todo mês para o resto da vida.
Conheço pessoas que trabalham nestas funções e nenhuma tem salário que chega sequer perto destes valores. No mercado dos simples mortais, de acordo com pesquisa que fiz na internet, os salários mais altos oferecidos variam de R$ 5 mil a R$ 9 mil para quem tem formação superior.
O concurso foi organizado pela Fundação Getúlio Vargas, a respeitável FGV, mesma instituição responsável pelo projeto de reforma administrativa do Senado que deverá ser votada nesta quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça, depois de se arrastar por mais de dois anos e receber várias modificações.
É uma farra: pela proposta original, o número de cargos comissionados para o gabinete de cada um dos 81 senadores passaria dos atuais 12 para 25. Os senadores acharam pouco: agora, o projeto que será votado prevê que cada um poderá empregar 55 servidores.
Como quem paga somos nós, eles não estão preocupados com as despesas. No ano passado, o Congresso Nacional custou aos brasileiros R$ 6,2 bilhões (um terço desta bolada foi para o Senado).
Com as novas contratações previstas, os gastos devem aumentar bastante este ano. Até o dia 2 de março, segundo a última informação oficial divulgada pela Secretaria Especial de Comunicação Social do Senado, trabalhavam lá 8.905 funcionários. Como o novo trem da alegria prevê a criação de mais 246 vagas este número passará de 9 mil.
Trabalhar, claro, é modo de dizer, porque boa parte deles não precisa bater ponto, fica à disposição dos senadores em seus Estados de origem, faz cursos no exterior ou trabalha full-time em empresas privadas.

Dez crenças que você precisa abandonar para ter sucesso profissional




Que na era da Internet as empresas estão se modernizando a uma velocidade impressionante, não é novidade. Toda mudança, porém, exige uma quebra de determinados padrões de comportamento. Alguns conceitos
ficam tão arraigados que é difícil modificar a atitude sem sentir uma pontinha de receio. Para te ajudar, conversamos com vários especialistas em carreira. Eles elaboraram uma lista com dez máximas que estão antiquadas. Sabendo disso, será muito mais fácil você se dar bem.

1. Quem estende o expediente é visto como competente e esforçado

Há algum tempo, as pessoas que cumpriam o horário à risca eram malvistas. Isso está em franca decadência, pois quem quer fazer trabalho extra pode, perfeitamente, se dedicar a isso fora do escritório e depois apresentar resultados. “Ficar até mais tarde costuma ser desnecessário e improdutivo.

O que interessa para as empresas é o resultado”, avisa Eduardo Ferraz, especialista em gestão de pessoas, negociação e vendas. O administrador de empresas e palestrante Anderson Cavalcante é radical: “Quem sempre fica até mais tarde é incompetente e desorganizado. Um bom profissional sabe que existe vida após o trabalho. Anderson diz que muitas pessoas enrolam o dia todo e depois extrapolam o horário. Os líderes modernos estão de olho nisso.

2. Rede social é brincadeira de quem não tem o que fazer

Cada vez mais profissionais estão se especializando para atuarem nas redes sociais. Dependendo do ramo, elas são tão importantes quanto o trabalho convencional. “Quem não faz parte de alguma rede social é muito mais do que um analfabeto digital: está fora do mundo”, opina Anderson Cavalcante. 

Christian Barbosa, especialista em administração de tempo e produtividade e fundador da multinacional de consultoria Triad PS, reforça que as redes sociais podem ser muito úteis para captar novos clientes, recrutar profissionais e até desenvolver novos projetos em parceria com outros internautas. “Além disso, algumas pesquisas dizem que as redes sociais, quando bem utilizadas, melhoram a produtividade". Mas ele avisa: "Acessar para pesquisas e ter novas ideias, sim. Perder tempo, não.”

3. Cursos de extensão ajudam a subir na carreira
“Quem para de estudar e de praticar fica desatualizado e não acompanha as necessidades de sua área”, avisa Paulo Kretly, presidente da FranklinCovey Brasil e autor do recém-lançado “Deixe um Legado” (Ed. Campus).

Cursos e pós-graduações são quase uma obrigação, mas há um porém. “Aquilo que muita gente possui deixa de ser um diferencial. Estudar bastante é importante, mas o que leva uma pessoa ao sucesso é a soma dos resultados que ela entrega”, avisa Eduardo Ferraz. Assim, nenhum currículo repleto de cursos é capaz de sustentar um desempenho fraco no dia a dia.

4. Devo ouvir críticas em silêncio

De jeito nenhum. Essa atitude pode soar como desinteresse, medo e até covardia. Se a crítica for pertinente, ouça e peça sugestões. Do contrário, peça mais detalhes a respeito do assunto, até que fique claro se a crítica é justa ou não. Segundo Anderson Cavalcante, que escreveu o livro “O Que Realmente Importa?” (Ed. Gente), o segredo é não agir com a emoção.

Mantenha a razão e questione. Muitas vezes ouvimos uma crítica por algo que nem percebemos que fizemos. E lembre-se sempre: você pode falar o que quiser, para quem quiser, desde que com cuidado.

5. Pessoas ambiciosas são perigosas

Para o consultor Eduardo Ferraz, autor do livro “Por Que a Gente É do Jeito que a Gente É?” (Ed. Gente), pessoas ambiciosas normalmente são mais invejadas do que malvistas, pois são claras a respeito de seus objetivos. Mas atenção: ambição é diferente de ganância.

Christian Barbosa diz que ser ambicioso é bom, fará com que você persista em buscar o sucesso. “Porém, se todas as suas tarefas estiverem relacionadas à ambição, você poderá ser malvisto”, destaca o consultor. Luciano Alves Meira, consultor da FranklinCovey Brasil, enfatiza que a ambição precisa ser compartilhada e orientada por valores. "Assim, sem dúvida, é um traço do trabalhador da era do conhecimento, a que vivemos”, diz.

6. Cumprir prazos é mais importante do que ser criativo
Depende da função e do cargo ocupados. Se os outros dependem de sua pontualidade para trabalhar, cumprir prazos é mais importante. “Se a criação de novas soluções não exige pressa, a criatividade é mais relevante”, argumenta Eduardo Ferraz.

Para Anderson Cavalcante, porém, a criatividade nunca foi amiga do prazo. “Ela parece ter vida própria, pois surge quando a gente menos espera e, dependendo da intensidade, é capaz de colocar abaixo todos os cronogramas criados”, defende.

7. Os bajuladores sempre se dão bem

Cresce na carreira quem é competente. Por essa lógica, os bajuladores às vezes se dão bem no curto prazo, mas, futuramente, quebram a cara. “Quem gosta de puxa-sacos? Claro, todos gostamos de elogios, faz bem para o ego... Mas tudo que é demais, enjoa”, diz Christian Barbosa.“Pessoas maduras não são bajuladoras, mas nem por isso precisam ser agressivas. Elas sabem tratar todos com respeito, sem deixar de dizer o que realmente pensam e de negociar sempre que necessário. Essa é a essência da maturidade”, completa Paulo Kretly.

8. Um currículo sempre deve ser curto e objetivo

Embora alguns especialistas sustentem que o recrutador do RH deve se encantar por um currículo em cinco segundos de leitura, o importante é o conteúdo. “Já entrevistei pessoas cujos currículos eram imensos e nem me dei conta de que tinha quatro páginas, tamanho interesse que me despertaram”, diz Anderson Cavalcante. “O problema não é o tamanho do currículo, mas a qualidade de tudo aquilo que você coloca nele”, explica.

9. A vida profissional não pode nem deve interferir na vida pessoal

Segundo Paulo Kretly, tudo está ligado. “O indivíduo é, como a palavra indica, indivisível. Ele carrega para onde vai aquilo que ele é. Caráter e competência são dissociáveis, pois a competência conduz ao topo e o caráter o manterá lá. Por isso, também, é muito importante equilibrar vida pessoal e profissional e cuidar bem da qualidade dos relacionamentos, em ambos os ambientes”, explica.

10. Opinião quem tem é chefe

Você acha que os colaboradores não devem dar opiniões aos seus líderes quando percebem que algo precisa melhorar? De acordo com Paulo Krelty, líderes que não recebem retorno das equipes ficam cada vez menos cientes do que precisa ser feito para alcançar o sucesso. “É essencial que os líderes se abram para receber um retorno e até o peçam”, opina. Segundo Luciano Alves Meira, também da FranklinCovey, as empresas que aprenderam esse conceito construíram culturas vitoriosas.

Autor: Heloísa Noronha
Fonte: Uol.com.br

E você, o que acha?