domingo, 25 de janeiro de 2015

Com medo, jornalista que noticiou morte de Nisman foge para Israel


Damian Pachter disse que deixou a Argentina porque seus telefones estavas grampeados e estava sendo seguido

Damian Pachter
O jornalista Damian Pachter, do Buenos Aires Herald: noites sem dormir (Twitter)
Primeiro jornalista a noticiar a morte do procurador Alberto Nisman em sua conta no Twitter, o argentino Damian Pachter, do jornal Buenos Aires Herald, confirmou que se refugiou em Israel neste domingo, segundo o jornal La Nación. O repórter, que também tem cidadania israelense, deixou a Argentina após afirmar que sua vida estava correndo perigo. Antes de chegar ao Oriente Médio, ele passou pelo Uruguai e pela Espanha. Ele publicou, neste domingo, em seu perfil no Twitter que está "a salvo em Tel Aviv".
Nos últimos dias, o jornalista vinha dizendo que seus telefones estavam grampeados e que estava sendo seguido por desconhecidos. Ele afirmou a colegas trabalho que não voltaria à Argentina "durante este governo". "Me mandaram uma indireta", disse, acrescentando que não pôde buscar "roupa nem dinheiro" em casa.
Pachter publicou também neste domingo um artigo no jornal israelense Haaretz, no qual explica os motivos da sua fuga da Argentina. No texto, ele afirma que sofreu intimidações e passou muitas noites sem dormir. "A Argentina se converteu em um lugar escuro conduzido por um sistema político corrupto", escreveu. 
Nisman foi encontrado morto com um tiro em seu apartamento em Buenos Aires, dias após denunciar a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e o chanceler Héctor Timerman por negociar um plano para garantir impunidade e "acobertar fugitivos iranianos", referindo-se aos acusados do ataque terrorista contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 18 de julho de 1994.
fonte - http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/jornalista-que-noticiou-morte-de-promotor-na-argentina-se-refugia-em-israel


Elogio à ambiguidade (o dom de iludir) - GUSTAVO FRANCO


O Estado de S. Paulo - 25/01

O grande acontecimento a desafiar explicações no início deste ano já tão repleto de temores chama-se Joaquim Levy.

Ninguém poderia antecipar que a presidente reeleita, sabidamente teimosa, irascível e centralizadora, além de (supostamente) adepta de teorias econômicas de pé quebrado, traria para o Ministério da Fazenda um Ph.D pela Universidade de Chicago, recrutado em um dos grandes bancos e de persuasão econômica contrária à sua. Parece um gabinete de coalizão, onde a Fazenda, o principal ministério, foi entregue à oposição, e sem contrapartida, um absurdo.

Enquanto Joaquim Levy circula no Fórum Econômico Mundial arrancando elogios e suspiros, inclusive de alívio - Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) o definiu, em tons românticos, como um "Davos Man" (como se tivesse nascido para aquilo) -, Dilma Rousseff foi à posse de Evo Morales e posou para uma foto com o braço erguido e punho cerrado, ela e outros líderes bolivarianos, sob a manchete (uma fala de Evo) "Aqui os Chicago Boys não mandam".

Não é possível imaginar sinais mais confusos. O que quer Dilma Rousseff?

Depois de duríssima campanha, infinitos debates, programas e exposições, onde todas as dúvidas deveriam ter sido eliminadas, verifica-se que não sabemos coisa alguma sobre o que quer a presidente reeleita.

Como confiar em líderes que fazem o contrário do que prometem?

Enquanto a perplexidade domina os corações do empresariado, em pouco mais de 20 dias de mandato, Joaquim Levy já melhorou as contas públicas em algo perto de R$ 40 bilhões, cerca de metade da estimativa de esforço fiscal necessário para alcançar a meta de superávit primário anunciada para 2015, e sem maior esforço. Não é uma meta ambiciosa (1,2% do Produto Interno Bruto), talvez mesmo dentro da zona de conforto, como é conveniente para quem precisa fazer previsões (orçamentos) e não quer falhar. Mas, em compensação, a equipe anterior deixou bombas escondidas em todos os cantos, ou seja, a herança maldita desses últimos anos de heterodoxia irresponsável era pior do que se imaginava.

Joaquim Levy prossegue arrumando a casa com surpreendente desenvoltura, plenamente atestada pela irritação que provoca nos apoiadores do ex-ministro Guido Mantega e do choque heterodoxo que impingiu ao Brasil nos últimos anos. É reconfortante ver agastados os amigos da inflação e acusando a presidente de "submissão ao mercado".

'Mercado'. Os amigos da inflação adoram implicar com o "mercado", pois assim imaginam antagonizar o "capital financeiro" e os bancos, quando na verdade estão tentando desautorizar "o que se diz por aí", ou a "rádio corredor", vozes que não se pode calar. Já estamos fartos de saber que o "mercado" é uma manifestação da opinião pública especializada, e uma expressão bem razoável do sentimento empresarial e das expectativas dos agentes econômicos numa economia de mercado moderna como o Brasil. E o mercado tomou horror de Guido Mantega e seus apoiadores, e por bons motivos.

A ideia de um antagonismo entre o "mercado" e o bem comum é uma das múltiplas arapucas retóricas de que se servem os marqueteiros para iludir. Foi com esse espírito que a presidente acusou a oposição de querer entregar o Banco Central aos bancos, do que resultaria subtrair comida da mesa do trabalhador.

Depois de vários aumentos nos juros, nos impostos, nas passagens de ônibus e na luz, não há como afastar o ilusionismo, bem capturado nesses versos de Caetano Veloso:

"Você diz a verdade

A verdade é seu dom de iludir

Como pode querer

Que a mulher vá viver sem mentir".

Antes que alguém se aborreça, não há uma questão de gênero aqui, trata-se de notar que no terreno eleitoral, como no do amor, a mentira pode ser, usando a observação de Quincas Borba, tão natural quanto a transpiração. Nesse terreno do emocional, onde prevalecem as ambiguidades, a manipulação de versões é quase um imperativo. Visto que talvez nem tudo seja falso, diz Fernando Pessoa, que nada nos cure do prazer de mentir.

Mas, dito isso, o que quer afinal Dilma Rousseff?

Só é possível refletir sobre o conforto proporcionado pela ambiguidade. É como se Dilma Rousseff vivesse uma variante da trama de Kagemusha, premiado filme homônimo de Akira Kurosawa de 1980.

O velho e respeitado líder guerreiro Shingen sabia que o poder do mito podia ser maior do que as habilidades reais de uma líder; ele já tinha chegado a essa categoria antes mesmo de encontrar seu destino, numa noite calma, quando foi discretamente ao campo de batalha ouvir uma misteriosa flauta e foi ferido mortalmente por um franco atirador. Enquanto agonizava, determinou que sua morte fosse mantida em segredo por três anos ao longo dos quais um sósia fingiria estar desempenhando suas funções, inclusive com mais pompa do que o habitual.

Mudança na direção. É claro que a ideia serve perfeitamente para um líder constrangido a reconhecer que fez tudo errado e teve de mudar a direção das coisas em seu segundo mandato. O esforço de iludir consiste em não reconhecer os erros, e assim, tornar-se uma sósia de si mesma, e manter oculta a original, a presidente heterodoxa e intervencionista que, todavia, não sabemos se continua viva.

Para evitar explicações embaraçosas, a sósia, na verdade uma figura heterônima, terá de se esforçar para permanecer todo o tempo que puder no terreno do simbólico, ou das abobrinhas, enquanto os técnicos tocam os assuntos da economia de forma completamente diferente do que antes. Como se nada tivesse acontecido.

Em algum momento posterior, com a economia andando bem, um roteirista experiente seria chamado para completar o enredo de forma positiva e engenhosa, a depender de se deslindar o mistério da economia. É cedo para especular. Só é claro que a ambiguidade é o melhor caminho, pois o silêncio contrito, acompanhado de um ar inteligente, diante de um interlocutor angustiado por uma resposta, é uma receita infalível para a consagração. Em silêncio, mesmo sem saber o que fazer, a liderança terá sempre o benefício de ver interpretações sobre suas ações que pressupõem uma inteligência muito maior do que a que realmente existe.

Não é preciso pensar muito, como indicam os versos de um outro heterônimo, Alberto Caeiro, o guardador de rebanhos:

"O que penso eu do mundo?

Sei lá o que penso do mundo!

Se eu adoecesse pensaria nisso".

LEIA ESTA IMPORTANTE ENTREVISTA DE ARMÍNIO FRAGA COM A JORNALISTA ELIANE CATANHEDE, PARA ENTENDER UM POUCO MAIS DE BRASIL

sábado, 24 de janeiro de 2015


Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo

Num estilo mais direto e crítico do que de costume, o ex-vilão da campanha presidencial, Armínio Fraga, disse ao Estado que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, “largou bem, mas é uma ilha de competência em um mar de mediocridade, com honrosas exceções”. Segundo Armínio, que foi presidente do Banco Central no governo FHC e seria o homem da economia num eventual governo de Aécio Neves, “o governo é carregado de incompetência, de ideologia e de corrupção”.


Depois de virar o vilão da história durante a campanha, como o sr. se sente agora? 
- Estou me desintoxicando da campanha. Eu não sou vilão e me irritava o baixo nível do debate e aquela verdadeira produção de mentiras e de cenas, tudo muito teatral. Eu dizia uma coisa, eles deturpavam ou tiravam do contexto. Dizia outra, eles deturpavam de novo. Então, foi tudo muito frustrante. E eu não sou desse mundo. 
- Que mundo? 
De campanha, de debate político, de confronto parlamentar. Sou uma pessoa engajada, que pensa o Brasil, que pensa política pública, mas não faço política diretamente.
- O que o sr. conclui com a experiência? 
Estamos vivendo uma enorme crise de valores e isso é gravíssimo. Nós temos exemplo para todo lado, é mensalão, é petrolão, mentiras na campanha, como se tudo isso fosse muito natural. Não é. 
- E a economia? 
Há um ciclo, desde que o presidente Lula mudou de linha na área econômica no segundo mandato, com características populistas que incluem esse tipo de discurso distorcido e muito difícil de se contradizer. Muita gente acredita que um regime populista não se derrota; ele mesmo quebra, se destrói. Então, o que o Aécio tentou na campanha, e nós todos junto com ele, foi derrotar um regime populista que tem tentáculos enormes que atingem um número imenso de pessoas.
- Baixo crescimento, inflação alta, juros altos, nada disso foi capaz de derrotar Dilma. Por quê? 
No que se refere ao ciclo econômico, as coisas às vezes demoram a acontecer. As implicações de uma desaceleração drástica do crescimento, como ocorreu no primeiro mandato dela, ainda não se fizeram sentir. Estão a caminho. E quem vai sentir mais são os mais pobres. São sempre eles, sempre, sempre, sempre.
- Pode-se dizer que a grande falha da era petista é a perda de competitividade?
Não gosto dessa palavra, competitividade. Ela tira o foco da palavra mais importante, que é produtividade. Como você chega a ser competitivo? Produzindo. Então, falta uma educação de qualidade, empresas acopladas aos melhores padrões globais, trazer para cá o que presta. O Brasil não precisa focar apenas em inovar. Em algumas áreas pode apenas imitar. E nem isso nós estamos conseguindo.
- O Levy não está indo bem? 
O Levy largou bem, mas é uma ilha de competência num mar de mediocridade no governo Dilma, com honrosas exceções, como os ministros Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Kátia Abreu (Agricultura) e Alexandre Tombini (Banco Central). Sozinho, o Levy vai até um ponto. Pode evitar ou postergar um rebaixamento do crédito do País e até acalmar um pouco as expectativas, mas o lado qualitativo que nós imaginávamos vai continuar muito prejudicado. O Brasil tem uma renda per capita que é menos de 20% da americana. Então, há um espaço enorme para crescer. O Brasil deveria crescer e pode crescer, e rápido, mas tem de arrumar as coisas de uma maneira muito ampla.
- Fundamental agora é arrumar as contas? 
É bom arrumar as contas, mas não é só arrumar as contas. O Levy já anunciou medidas para tapar metade do buraco que ele definiu como meta para o primeiro ano. Não quero entrar em detalhes, mas umas são melhores, outras são muito polêmicas, como essas das pensões. São questões tão fora da curva global que nem deveria haver discussão, mas eram proibidas, vetadas, nessa campanha completamente maluca que nós tivemos. 
- As medidas anunciadas até agora não são suficientes? 
Ele está focando mais do lado da receita do que do gasto. Em parte porque integra um governo que tem essa cabeça, que deixou essa herança aí. Num governo carregado de ideologia, de corrupção e de incompetência, não há nada para cortar? É lógico que tem muita gordura para cortar e, se houvesse um corte de 10% em todas as instâncias, a população nem ia notar. Eu até reordenaria: incompetência em primeiro lugar e depois ideologia e corrupção. Por mais gigantesca que seja a corrupção, acho que os outros dois têm até peso maior, aliás, bem maior. 
- É mesmo? Por quê? 
O impacto econômico que se tem quando o país cresce zero, em vez de quatro, é inimaginável, incalculável, gigantesco. Muito maior do que esses 3% que, aparentemente, são cobrados aí de tudo.
- O que mais é preciso fazer? 
Tem de mexer em tudo, tem de abrir e dizer: “Tudo está valendo”. Isso é que faz falta. Como o Levy vai trabalhar, se tudo o que está aí foi feito pelo próprio governo e com a própria presidente à qual ele se reporta? Então, ele trabalha numa saia-justa danada. 
- Se o Aécio Neves tivesse sido eleito, ele estaria fazendo tudo isso que a Dilma liberou o Levy para fazer? 
Não sei bem o que é “tudo isso”. Sinceramente, acho pouco. 
- O Aécio aumentaria as tarifas? Foi isso que disparou as manifestações de junho de 2013.
Num sistema no qual haja princípios, um certo realismo tarifário é essencial. É legítimo discutir para onde a conta vai, se vai para o consumidor, se vai para o contribuinte, mas para algum lugar ela vai. Do bolso de alguém sai. São decisões difíceis, mas é preciso o mercado funcionar para não haver racionamento.
- E as dificuldade políticas para fazer exatamente as mesmas coisas ou mais? CUT, MST e UNE calam com a Dilma, mas não calariam com vocês. Seria um caos? 
Talvez. Mas, de outro lado, nós teríamos um jato de ânimo, de energia na economia que colocaria as pessoas em dúvida quanto a ir para a rua fazer manifestação. Tem tanta coisa errada que um grupo de pessoas trabalhando com um bom objetivo, com visão clara do que precisa ser feito, chegando cedo e saindo tarde todo dia poderia fazer muito, muito mesmo. 
- Os críticos petistas das medidas de Dilma e do Levy dizem que a política econômica que eles estão fazendo é do PSDB, que pune trabalhadores, consumidores, contribuintes e poupa os ricos. Concorda? 
O nosso modelo é muito, mas muito mesmo, mais progressista do que esse que está aí. Lugar de empresário é na fábrica, não é em Brasília. Isso é altamente regressivo. Um sistema muito ruim, no qual empresas doam centenas de milhões de reais para as campanhas. Como pode isso? Não é possível que dentro do PT e entre simpatizantes do PT não haja um monte de gente que não veja isso, que não enxergue a loucura que é tudo isso.
- As pessoas vão ter de acordar?
O silêncio dessa base petista não é sobretudo estranho nos bancos oficiais e na Petrobrás? Acho que eles viveram o efeito do sapo na panela. Sabe como é? O sapo está lá na panela, no início a água é geladinha, depois vai esquentando devagar, ele não percebe, até que ferve e ele morre.
- A água está fervendo? 
Já ferveu. Muita gente da Petrobrás, do Banco do Brasil, da Caixa nos procurou para falar das frustrações deles. As origens do PSDB são de centro, de centro-esquerda. O Estado tem um papel importante para combater a pobreza, para promover a igualdade de oportunidades. Isso não é conservador. Conservador é ficar dando dinheiro para empresário.
- E o risco sistêmico do escândalo da Petrobrás e das empreiteiras, sobretudo no setor financeiro? 
Tira o financeiro, porque o risco é sobre toda a economia brasileira. O trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça é saudável, mas que isso gera uma certa paralisia durante um tempo, isso gera. É o preço a pagar. Certamente vale a pena.
- Recessão este ano? 
É, recessão. Na verdade, já tem recessão. O País cresceu menos de 1% no ano passado, deveria estar crescendo 4%. Vai dizer que não é recessão? Na China, quando cai de 8% para 7%, é recessão.
- E os empregos? 
É isso. Infelizmente, o desemprego vai aumentar. Primeiro, vem a insegurança, depois vem a falta de criação de postos de trabalho, e enfim vem demissão mesmo. Tudo dentro do quadro de recessão.
- O sr. trabalhou anos fora do País. Qual o efeito de tudo isso sobre a imagem externa do Brasil? 
É péssimo. Aquela euforia exagerada de 2010 passou totalmente. A percepção, então, é ruim e vem piorando. É e a percepção de um país que vem perdendo relevância. É triste.
- E a política externa? 
Sinceramente, perdeu a graça.

Falta de água: a resposta de Israel

25/01/2015
 às 13:14 \ Ciência e Tecnologia


Deserto de Negev – Israel.
“Os que creem que a culpa de nossos males está em nossas estrelas e não em nós mesmos ficam perdidos quando as nuvens encobrem o céu.” (Roberto Campos)
As terras que compõem hoje o Estado de Israel já foram descritas por Mark Twain e outros visitantes como um grande pedaço de deserto árido. De fato, o deserto de Negev ocupa um razoável espaço no pequeno território de Israel, e basta circular por lá para perceber como é um ambiente inóspito e seco. Não obstante, há, hoje, algo como 240 milhões de árvores no país, a maioria plantada uma a uma, e Israel é produtor e até exportador de frutas.
Tem, ainda, grande produção de peixes. O israelense, num deserto, consome bastante peixe, enquanto o cubano, numa ilha, não tem acesso a tal alimento, sabemos o motivo (a ditadura não permite a pesca com receio de mais fugas para a Flórida). Como pode? Como Israel conseguiu driblar a escassez de água e dar a volta por cima?
Boa parte da resposta se encontra na cultura, na postura dos israelenses. Em Start-Up Nation, os autores Dan Senor e Saul Singer tentam explicar justamente este fenômeno, o “milagre” econômico de Israel, um país que possui um setor dinâmico de tecnologia, um dos mais avançados do mundo, além desse incrível destaque na agricultura em um país geograficamente hostil a tal setor.
Para focar apenas no aspecto da água, de forma bem resumida, eis a resposta de Israel, além de muita determinação e desejo de superação: tecnologia. Enquanto muitos olham para os obstáculos e desanimam, ou observam os céus em busca de respostas, os israelenses foram lá e criaram as tecnologias que revolucionaram sua economia.
Apenas 20% da terra de Israel é arável. Mesmo assim, isso não impediu o florescimento da agricultura no país, basicamente por meio dos kibbutzim, adaptados atualmente ao mundo globalizado. Israel fatura mais de US$ 50 milhões por ano com a exportação de flores! Água é a matéria-prima da agricultura, e se estima que até 70% do consumo mundial vem desse setor. Israel tinha tudo para não ter agricultura alguma, mas superou o obstáculo natural com o uso de tecnologia.
É o país líder em reciclar água usada, por exemplo: mais de 70% é reciclado, o que representa o triplo do percentual reciclado na Espanha, o país na segunda colocação. Israel é líder ainda em agricultura no deserto, irrigação por gotejamento e dessalinização. Das quatro grandes plantas industriais de dessalinização no mundo, nada menos do que três estão em Israel. Aqui é possível conhecer melhor o “milagre” que a tecnologia de gotejamento, descoberta pelo engenheiro israelense Simcha Blass, faz até hoje na agricultura mundial, inclusive no Brasil.
Em resumo, é legítimo o governo fazer campanha pela moderação no uso da água em época de estiagem fora dos padrões históricos. São Pedro teria sua parcela de culpa. Mas, deixando de lado a responsabilidade dos governos na má administração do problema, na ocultação da verdade para fins eleitoreiros, e nas medidas tomadas que geraram distorções no mecanismo de incentivos do uso do bem escasso, o fato é que a solução para o “problema da água” está na tecnologia, não na “dança da chuva”.
Israel é o melhor exemplo de que, mesmo num deserto, o homem é capaz de inovar e driblar os obstáculos impostos pela natureza. Uma questão de atitude.
Rodrigo Constantino

OS NOSSOS INTOLERANTES RELIGIOSOS


magu

 Gabriel Mallet Meissner é editor do site Entremundos –http://www.entremundos.com.br          É autor do texto que apresentamos abaixo, e a matéria foi indicada por nosso conivente Carlos Brickmann, na linha de Je suis Charlie.


 Há poucos dias, em 21 de janeiro, comemoramos o Dia de Combate à Intolerância Religiosa. Os principais, mas não os únicos alvos deste tipo de intolerância no Brasil são as religiões de matriz africana, tais como a umbanda e o candomblé, e outras menos conhecidas, como a jurema, o jarê, o tambor-de-mina e o batuque. Infelizmente, como este é um problema com pouca visibilidade na mídia, ele parece pequeno, quase insignificante. Os inúmeros casos de intolerância que sofremos ainda são geralmente vistos como “isolados”.

Vejamos o quão isolados eles são, relembrando alguns casos ocorridos em 2014.

Incêndios e bombas – Só no ano passado pelo menos dois terreiros foram destruídos por incêndios criminosos. O terreiro da Mãe Conceição de Lissá, em Duque de Caxias, foi incendiado no dia 26 de junho. Foi o oitavo ataque que sofreu em oito anos. Antes disso, o terreiro havia sido alvo de tiros, de depredação; e dois carros da mãe de santo já foram incendiados.

Outro caso de incêndio criminoso é o do terreiro de Pai Dedo, em Goiânia, ocorrido em 1º de abril. Antes disso, os moradores do bairro já haviam feito dois abaixo-assinados exigindo que o terreiro fosse fechado, numa clara violação à liberdade de culto garantida pela Constituição.

Em Porto Alegre, no dia 11 de outubro, uma bomba caseira foi jogada no pátio do Templo da Luz Divina, terreiro de umbanda de Oriani Azevedo da Rosa. No passado, o mesmo templo já havia sido apedrejado em duas ocasiões.

Chuta, que é macumba -

Em Minas Gerais, um policial militar se deixou filmar por um colega de corporação “chutando macumba” na rua e bebendo a cachaça deixada com a oferenda. Além demonstrar desrespeito com a religião alheia (“chutar macumba” em nada difere de “chutar a santa”), ainda bebe em serviço. Pelo que me consta, ele foi afastado do cargo na época. Não tenho informações de qualquer evolução no caso e se houve alguma punição mais severa.


O vídeo pode ser visto no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=jYep6JxHVgw

“Bíblia, Sim; Constituição, não” – Um conflito iniciado em 2008 teve importante desdobramento no ano passado. Em 2008, um grupo de fiéis da Igreja Geração Jesus Cristo vandalizou o Centro Espírita Cruz de Oxalá, no Rio de Janeiro, quebrando cerca de 30 imagens religiosas. Um dos vândalos chegou a ser preso, após publicar um vídeo no Youtube defendendo o ato e lançando ofensas contra a umbanda e a Polícia Militar. O pastor da igreja, Tupirani, também foi preso, tido como mandante do crime, pelo delegado Henrique Pessoa.

Desde então, o pastor e fiéis da referida igreja têm causado problemas ao delegado e sua família, com ofensas e ameaças em redes sociais. Em 3 de setembro do ano passado, após uma audiência de conciliação, um grupo de 20 fiéis cercou o delegado na tentativa de linchá-lo. Acuado, ele foi obrigado a sacar uma arma e dar um tiro no chão, que acabou acertando um fiel no abdômen. O ferimento não foi grave e o delegado foi solto por se tratar de legítima defesa.

O lema desta igreja Geração Jesus Cristo é “Bíblia, Sim; Constituição, não”, mostrando o seu desprezo às leis do país e a qualquer contrato social que possibilite a coexistência pacífica entre os cidadãos.

Traficantes de Jesus – Nas favelas do Rio de Janeiro, traficantes convertidos a igrejas evangélicas têm sistematicamente mandado fechar terreiros e expulsar pais e mães de santo. São o que eu chamo de “traficantes de Jesus”. Por ordem deles, várias favelas da cidade já não têm mais terreiros de umbanda e candomblé e os poucos que restam correm perigo de represálias.

O fato é conhecido desde pelo menos 2008, mas só mereceu um pouco mais de atenção da mídia no ano passado, com algumas matérias em jornais de grande circulação.

E os casos que não são noticiados? – Até agora estive falando apenas dos casos que apareceram na mídia e cujos detalhes obtive em uma pesquisa rápida no Google. Mas quantos outros não aconteceram e não ficamos sabendo?

Por exemplo, ainda em 2014, o terreiro do meu amigo Diego Flores, em Mairiporã, sofreu um ato de perturbação de culto por parte do padre e dos fiéis de uma igreja católica que fica na mesma rua. Eles passaram a jogar água benta por cima do muro e a gritar para que os trabalhos fossem paralisados. O caso não foi denunciado às autoridades (deveria) e também não apareceu na mídia.

Em outra ocasião, neste mesmo terreiro, fui levar uma oferenda a uma encruzilhada nas proximidades e, tanto na ida e quanto na volta, caminhei sob os gritos e ofensas de moradores da rua, em um momento em que estava exercendo o meu direito constitucional à liberdade de culto.

Como umbandista há mais de dez anos, poderia escrever páginas e mais páginas contando casos semelhantes que presenciei ou que me foram relatados.

São casos isolados? – Apenas de memória, sem nada além de uma pesquisa rápida no Google para conferir alguns detalhes, citei neste artigo 9 casos de intolerância religiosa ocorridos em 2014. Alguns deles bastante graves (incêndios criminosos, ataque a bomba, tentativa de linchamento). E ainda estou tratando o caso das favelas do Rio de Janeiro como se fossem um só, quando na realidade se trata de um conjunto de violências.

Ainda dá para dizer que os casos de intolerância religiosa no Brasil são isolados? Será que não merecem tratamento mais detalhado da mídia em relação ao assunto?

A comunidade dos religiosos afro-brasileiros sente muita falta de apoio em relação a casos flagrantes de intolerância religiosa e violência. Infelizmente, como nossas religiões sempre foram marginalizadas, há uma tendência da sociedade em geral e do Estado em particular a não dar atenção a este assunto. Umbanda, candomblé e demais religiões irmãs não são vistas como religiões de fato, mas como piada ou coisa primitiva. Inúmeros casos de perturbação de culto e mesmo de vandalismo são registrados nas delegacias de polícia como “briga de vizinhos” ou algo parecido.
Não sei dizer que a intolerância religiosa no Brasil é crescente ou se está diminuindo. Mas sei que é uma realidade séria e grave e que não se trata de “casos isolados”.

Espero que a sociedade acorde para este problema antes que aconteça um Charlie Hebdo tupiniquim.

E SE ODEIAM COM TODO AMOR - by Carlos Brickmann


Coluna Carlos Brickmann

Carlos Brickmann

Carlos Brickmann


Lula está na muda. Silenciou quando sua invisível aliada Rose Noronha deixou de ser invisível e incomodamente apareceu no noticiário. Mais silente ficou quando viu que seus aliados no Governo foram decepados por Dilma.

Dilma está na muda. Silenciou quando teve de adotar as medidas que acusava Aécio de planejar. Mais silente ficou ao descobrir que seus caros aliados, a quem dedicou tanto carinho, confiáveis não são. E que seu próprio PT está rachado.

A Fundação Perseu Abramo, Lula desde criancinha, a acusa de aprofundar as tendências recessivas da economia com medidas conservadoras e ortodoxas – isso, em linguagem petista, é um insulto e tanto. Marta Suplicy, articuladora do movimento Volta, Lula, abriu fogo pesado contra Dilma. Maria do Rosário, que foi ministra de Dilma até outro dia, não se manifestou; mas seu marido, o também petista gaúcho Eliezer Pacheco, prefeito de Canoas, disse que Dilma enfrenta a crise achacando os assalariados, “como sempre fizeram os governos de direita”. E completa: “Sou PT, mas não sou cordeiro nem omisso (…) Não foi nisso que votamos (…) Não trairemos nosso projeto nem que a vaca tussa”.

E todos esses são petistas que, se encontrarem Lula em pessoa, terão de fazer enorme esforço para não cair de joelhos e, testa encostada no chão, voz embargada pela emoção, gritar beatificamente “Caramuru! Caramuru!”

O petista-mor José Dirceu, em seu blog, bateu duro em Dilma. Seu filho Zeca Dirceu fez pesado discurso na Câmara contra a corrupção. A vaca anda tossindo.

|Dirceu sim, Lula não

Este colunista não gosta de coincidências. Há dias, soube-se que José Dirceu está ouvindo outros grão-petistas que não gostam de Dilma e estão sem voz no Governo. O processo pode levar à criação de nova tendência interna no PT, para assumir o comando do partido, que hoje não é exercido por Rui Falcão.

Pois não é que, em seguida, o Ministério Público pede (e obtém) a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Dirceu, de seu irmão e sócio e da sua empresa? Dirceu recebeu pouco mais de R$ 3,5 milhões de três empreiteiras investigadas no caso Lava-Jato.

OK – mas se é para investigar quem prestou consultoria às grandes empreiteiras, há um profissional ainda mais famoso, cujo relacionamento com as empresas vai a ponto de usar seus jatinhos e de ajudar a fechar negócios internacionais. É o ex-presidente Lula. Ou só Dirceu interessa à investigação? E por que?

A morte é a resposta

Dois atentados terroristas em Buenos Aires, ambos sem solução, eram investigados pelo promotor federal argentino Alberto Nisman. Um, contra a Embaixada israelense, em 1992, com 29 mortos; outro, contra a AMIA, entidade beneficente judaica, matou 85 pessoas. Em ambos os casos, houve acusações a grupos terroristas iranianos. Um dos acusados chegou a ministro da Defesa do Irã, embora com prisão determinada pela Interpol. O Governo argentino preferiu deixar pra lá, e o promotor Alberto Nisman chegou à conclusão de que tanto a presidente Cristina Kirchner quanto seu chanceler, Héctor Timerman, haviam trocado a impunidade do ministro da Defesa do Irã por petróleo e financiamentos. Nisman faria a denúncia no dia em que morreu com um tiro na testa.

Há duas possibilidades, ambas terríveis: a primeira, que o promotor, mesmo com policiais guardando seu apartamento, tinha sido assassinado; a segunda, que por algum motivo, bem no dia em que concluiria um trabalho de dez anos apresentando publicamente suas conclusões, suicidou-se. Nesse caso – e lembrando a pergunta do jornalista Alberto Dines, quando os militares insistiram na tese do suicídio de Vladimir Herzog – que é que lhe fizeram para que ele preferisse se suicidar? A que ameaças e pressões terá sido submetido?

O triste caso Timerman

O ministro das Relações Exteriores Hector Timerman, apontado como um dos responsáveis pelo acobertamento do caso, tem uma história interessante. Seu pai, Jacobo Timerman, era um dos mais importantes jornalistas da Argentina. Foi sequestrado pela sinistra polícia da ditadura e desapareceu. Hector, 23 anos, procurou o auxílio do rabino Marshall Meyer. O rabino Meyer decidiu procurar diretamente o temido comissário Miguel Etchecolatz, diretor de Investigações da Polícia. Num duro diálogo, ameaçado de morte por Etchecolatz, disse-lhe que era o pastor que procurava uma ovelha de seu rebanho, e sabia que Etchecolatz era o ladrão que a tinha levado.

Final da história: a Polícia reconheceu que Jacobo Timerman estava vivo e em seu poder. Ele acabou sendo libertado e advertido de que, se ficasse na Argentina, morreria. Foi morar em Israel, que lhe deu asilo, e escreveu um livro clássico: “Prisioneiro sem nome, cela sem número”. Hector Timerman virou político e chegou a chanceler – apenas para entregar ao Irã o direito de investigar os membros de seu próprio Governo acusados da morte de 114 pessoas.

Triste destino: seu pai, corajoso ao extremo, sobreviveu à ditadura. Ele, que tentando a subida desceu, pode ser derrubado pela voz de um morto.

Sugerir não ofende

O ministro do Trabalho, Manuel Dias, prevê demissões “em alguns setores”. Que tal começar as demissões por ministros e amigos que não trabalham?

carlos@brickmann.com.br
www.brickmann.com.br
  


CHARGE DO GENILDO


Brasil é o único país do mundo que está aumentando combustíveis - by Carlos Parrini



Infelizmente a conta sempre sobra para os mais fracos. Diante de tanta roubalheira aos cofres públicos e a Petrobrás, o prejuízo tinha de ser coberto por alguém.


Muitos abestados vão dizer: Ah, só as zelites vão pagar a conta pois eles que tem carros. Mas esquecem que eles não vão trabalhar de jegue ou a pé todos os dias. Quando aumenta os combustíveis, uma cadeia é obrigada a aumentar os preços. Portanto aumenta onibus, transportes rodoviários, ferroviários, energia por causa das termoelétricas, até uma balinha vai aumentar pois que não chega as suas mãos sem que passe por algum meio de transporte.
Apesar de termos um dos combustíveis mais altos do planeta, para se aproveitarem ainda mais usam 25% de mistura de etanol.

Gente de toda espécie e gênero estão roubando a Petrobrás, sob a supervisão de Graça Foster

E o mundo vai diminuindo os preços do combustível e o Brasil aumentando. Mas aqui isso é muito fácil pois 25% da população está satisfeita com as esmolas, outros 20% acham que o PT pode aumentar porque é um Partido Honesto, José Dirceu não é ladrão e o mensalão e Petrolão é coisa do PIG, intriga da oposição ou factoides. 
Outros acreditam até hoje nas palavras de Lula e Dilma de que o Brasil é autossuficiente de Petróleo, apesar de termos de importar o ouro negro, gasolina e até etanol. Daqui a pouco também vamos importar óleo de mamona, que era outra mentira de Lulinacio de fazer do Brasil um poderio em biocombustíveis.

Encenação dos Petralhas para eleger Dilma. E conseguiram. 
Hoje sabemos que a Petrobrás importa tudo, até Etanol.

Pior é saber que roubaram e estão roubando a Petrobrás e os bandidos ainda estão no Governo. Vide Graça Foster que continua como presidenta da Petrobrás. Colocou a Estatal no buraco assim como Dilma e o PT estão acabando com o Brasil.
Mas felizmente para eles, tem os mais fracos que além de pagarem a conta, tem a capacidade de sair aos milhoes para protestar contra reajute de 10 centavos nas passagens de ônibus, mas não tem 50 mil para protestar contra a corrupção.
Pensando bem, é até bom que os fracos passem por isso pois só apanhando vão aprender.

Tomem mais essa voce que acha que não será prejudicado com o aumento dos combustíveis:

Presente de natal pago com atraso a quem acreditou nos Petralhas.
Pior do que isso é quem não votou nesses canalhas ser prejudicado.



Leiam o babado:


Correio Braziliense
23/01/2015
O Brasil é o único país no mundo que está aumentando o preço dos combustíveis. Enquanto a tendência lá fora é baixar o preço, seguindo a queda das cotações internacionais do petróleo, aqui ocorre o inverso. Atualmente, a gasolina no mercado interno está 62% mais cara que no exterior. Se o país estivesse no mesmo ritmo das demais nações, o litro do produto custaria menos de R$ 2 em Brasília. Hoje, sai por R$ 3,17, em média.
“Isso acontece porque os outros países fizeram o dever de casa, e o Brasil, não”, disse o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas. Ele explica que, enquanto o resto do mundo seguia a cotação do barril de petróleo — se aumentasse, consequentemente, a gasolina também subia —, o Brasil segurou o preço dos combustíveis nos últimos quatro anos. “Isso gerou um buraco muito grande nas contas da Petrobras, que precisa ser recuperado agora. Acabou sendo plantada uma inflação no momento errado. Ela deveria ter acontecido aos poucos ao longo dos últimos anos”, explicou o economista.
Ele acredita que uma das consequências desse controle é a dificuldade em prever reajustes, como o que acontecerá a partir de fevereiro. Gasolina e óleo diesel terão o preço elevado nas bombas porque aumentará a alíquota do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) aplicada aos combustíveis. A alta vai ser repassada ao consumidor.
A medida faz parte do ajuste fiscal conduzido pelo governo para ampliar a arrecadação e equilibrar as contas em 2015. Além disso, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que teve a alíquota zerada em 2012, vai voltar a partir de maio. Nas refinarias, o acréscimo será de R$ 0,22 na gasolina e R$ 0,15 no óleo diesel. Para o consumidor final, o valor ainda é incerto — a estimativa é que o aumento na bomba fique entre 5% e 7%.
Revolta
Anunciada no início da semana, a alta pegou muita gente de surpresa. Nos postos de gasolina, clientes aborrecidos já reclamam e buscam alternativas. “Acho abusivo”, sentenciou a analista ambiental Érica Coutinho, de 32 anos. Acostumada a andar de bicicleta, foi só no ano passado que ela resolveu comprar um automóvel. Agora, pensa em abandoná-lo. “Esse aumento foi um ótimo incentivo para eu voltar a pedalar”, brincou.
Outros fazem questão de manter o carro rodando, como a analista de licitações Marilene Paz, de 32 anos. Descontente com a notícia, ela lamentou os gastos que vai precisar cortar, a começar pelo lazer. “Os impostos aumentam o tempo todo, sem nenhuma justificativa”, reclamou.
Segundo André Braz, cerca de 3% da renda familiar dos brasileiros vai para gastos com combustíveis. Isso significa que uma família que ganha R$ 5 mil por mês gasta, aproximadamente, R$ 150 para abastecer os carros. Com o aumento previsto, esse número pode chegar a R$ 160,50 mensais.
O acréscimo foi tão inesperado que até o gerente de posto de gasolina Marcos Rangel, de 33 anos, só ficou sabendo ao ler o jornal. Até agora, ele não tem ideia de quanto será o repasse ao consumidor. “Não tenho nenhuma informação a respeito. Vamos ter que esperar para ver”, disse.
Uma das clientes do posto, Marlúcia Melo, de 33 anos, se preocupa com as consequências indiretas do aumento. “Vai afetar não só a mim, que trabalho com moto, mas ao meu patrão também. Ele vai ter que cortar gastos”, preocupou-se a motofrentista. Ela tem medo de que, entre esses cortes, acabe sendo demitida por necessidade de reduzir o quadro de funcionários.
Mais etanol na mistura
O aumento na mistura de etanol à gasolina deverá ser anunciado pelo governo federal na primeira semana de fevereiro e entrará em vigor 90 dias depois, informou a ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Ela afirmou, porém, que o novo percentual ainda não foi decidido. A mistura de etanol anidro à gasolina está atualmente fixada em 25%. Em setembro do ano passado, a presidente Dilma Rousseff sancionou lei que prevê elevação até o limite de 27,5%.

Los diálogos que revelan una diplomacia paralela con Irán - Clarin


Más escuchas entre D’Elía y ‘Yussuf’ Khalil
Se dieron a conocer 5 conversaciones más. Todas ellas cuentan los avances en el acuerdo entre ambos países.
Audio 1 - La denuncia de Nisman: se difundieron más escuchas entre D'Elía y "Yussuf" Khalil


Cinco escuchas teléfonicas difundidas ayer comprometen al dirigente kirchnerista Luis D´Elía y a Jorge “Yussuf” Khalil, señalado por el fiscal Alberto Nisman como el supuesto agente que habría servido de “nexo” entre la Casa Rosada y Teherán para desligar a los ex funcionarios iraníes de cualquier responsabilidad por el atentado a la AMIA. Las llamadas revelan parte de la dinámica de la denominada “diplomacia paralela”, que según el fiscal fallecido habrían montado ambos países para garantizar la impunidad del atentado. 
Las conversaciones, que Jorge Lanata reprodujo en su programa de Mitre, puede escucharse a D´ Elía y Khalil dialogando sobre la marcha de las negociaciones entra ambos Estados para avanzar en el Memórandum. También se deslizan órdenes que bajaban desde la Presidencia para el ex funcionario K y el cachet para la contratación de barrabravas en actos políticos.
También, reconocen que el texto del acuerdo es prácticamente el mismo que había acercado seis años atrás Fernando Esteche, líder de Quebracho, y otro de los apuntados por Nisman en su denuncia. 
Fragmentos de todas las llamadas forman parte de la acusación formulada por Nisman que se conoció el martes, dos días después de la dudosa muerte del fiscal. 
La primera es del 22 noviembre de 2012, dos meses antes de que se firmara el pacto con Irán. En esa conversación Khalil llama a D´Elía a propósito de una marcha en apoyo a Palestina, tras una nueva incursión militar de Israel en Gaza. El ex líder piquetero revela que no había asistido a la manifestación por pedido del Gobierno. “Yo tengo que hacer el juego de la Rosada. Tengo orden de no ir, soy un soldado”, asegura antes de despedirse. Khalil lamenta su ausencia: “Estaba con el iraní que te tengo que presentar, el que anda en Venezuela, el que hace todo allá”, dice sin precisiones.
La segunda conversación data del 27 de enero de 2013, el mismo día en que el canciller argentino Héctor Timerman y su par iraní, Ali Akbar Salehi, firmaron el acuerdo entre ambos países, en la capital de Etiopía. En la escucha, D´Elia y Khalil están exultantes por el Memorándum. El ex piquetero, confirma que Oscar Parrilli, entonces Secretario de la Presidencia y actual titular de la ex SIDE, le había dado la noticia del acuerdo. “Yussuf”, confirma que es prácticamente el mismo texto que había redactado seis años antes Esteche. D´Elía confirma que la propuesta es similar a la que funcionarios iraníes le habían acercado en un viaje a Teherán, en 2006. “Puro piripipí”, así define Khalil las condiciones acordadas para el conformar una comisión investigadora.
El mismo día se produce la tercera llamada. Khalil le pide a D´Elía que mantenga perfil bajo para no entorpecer las negociaciones y el ex funcionario K confirma que Parrilli le había pedido lo mismo. 
En mayo de 2013, dos meses después de que el Memorándum empezara a discutirse en el Parlamento iraní, Khalil le transmite la preocupación de las autoridades de su país por lo que consideraban una falla de la Argentina: Interpol seguía buscando a los imputados. “Me parece que el ruso este de mierda se mandó alguna”, dice Khalil, en alusión a Timerman. En la cuarta llamada queda en evidencia que Khalil ayudaba a D´Elía a movilizar gente a los actos oficialistas. El segundo asegura haberle pagado 25 mil pesos a los barras del club All Boys, donde había organizado un acto.
La última de las escuchas es del 25 de septiembre de 2013. “Tengo un mensaje urgente del Gobierno argentino para pasar para allá (a Irán), pero antes de mañana”, dice D´Elía, que asegura estar en la Casa Rosada. Al día siguiente Timerman debía reunirse con su par iraní Javad Zarif. La versión oficial es que la Argentina quería saber cómo estaba avanzando el Pacto en el Parlamento de Irán.
Según Nisman, en realidad, Cristina “buscaba obtener ciertos pronunciamientos públicos por parte de Teherán, aunque fueran falsos, porque serían funcionales al plan de impunidad”. 
Qué dicen los audios
Audio 1
Khalil: “Estuve recién en la embajada. ¿No vas a venir?”
D’Elía: “Me estoy yendo a Caracas con la Presidenta, temprano, a las 5 de la mañana. O sea que no... Además están los troskos”.
Khalil: “Nooo, está Unidos y Organizados, está La Cámpora, están todos, recién acabo de salir de ahí”.
D’Elía: “¿Pero de La Cámpora quién fue?
Khalil: “No, no sé. No vi quién. Pero estaban las banderas de La Cámpora”.
D’Elía: “La orden de acá fue no ir porque estaban los troskos, Barrios de Pie, bueno, grupos que son...
Khalil: “No, están los de siempre, La Cámpora, todos...”
D’Elía: “Bueno, voy a ir a la embajada a saludar”
Khalil: “Decime, ¿qué me querías decir hoy?”.

Audio 2
D’Elía: “Yussuf, te enteraste. ¿No sabés nada? Me llamó Parrilli recién. Se firmó el acuerdo Argentina e Irán en Etiopía”.
Khalil: “Sabía, salió en todos lados”.
D’Elía: “Estoy en babia”.
Khalil: “Firmó Timerman y Shaleji. Pero te voy a contar algo entre nos. El memorándum ese lo hemos escrito seis años atrás con una persona y cuando presentamos el memo nos dijeron que eran inviable. Hoy se firmó”.
D’Elía: “Para nosotros es un éxito político increíble”.
Khalil: “Y, fíjate, los que fustigaron siete años van a tener hacer fila para chuparte la pija. Aparte lo tuiteó la Presidenta en Facebook y el Twitter. Ella puso el memorándum”.
D’Elía: “¿En qué se basa el memorándum?”
Khalil: “Dos representantes legales por cada país, cinco veedores y un jurista que tenga garantías de comportamiento ético impecable elegido por ambos países. Esa es la comisión que va a dictaminar si es culpable”.
D’Elía: “Parecido a lo que nos propusieron en el primer viaje a Irán”.
Khalil: “Claro. Ese Memorándum lo escribió Fernando. Hoy se está firmando, pensé que sabías”.

Audio 3
Khalil: Bien, mirá, escuchame, mañana nos vamos a juntar, tenes para anotar.
D’Elía: Sí, decíme.
Khalil: Bondplan 1828.
D’Elía: 1828...
Khalil: Palermo, es Bonpland y El Salvador.
D’Elía: ¿Qué piso?.
Khalil: No, no, es una casa. Ahí vamos a almorzar. Al mediodía, ¿a la una de parece?
D’Elía: Dale, a la una estoy ahí.
Khalil: Listo, y el otro punto, escuchame, por la dudas que te llamen hoy los medios o alguno, tené perfil bajo por 10 dias por lo menos, yo se porque te lo digo...

Audio 4
Khalil: “Bien, muy bien. ¿Cómo estuvo el acto en All Boys?”.
D’Elía: “Hasta las bolas”.
Khalil: “¿Los pibes de la hinchada acompañaron?”.
D’Elía: “Sí, les tiré unos manguetes. 25 lucas les tiré”.
Khalil: “¿Se portaron bien?”.
D’Elía: “De primera”.
Khalil: “Bien, bien”.

Audio 5
Khalil: ““Hola Luis”.
D’Elía: “Yussuf”.
Khalil: “¿Cómo andás?”.
D’Elía: ““Bien, tengo un mensaje urgente del Gobierno argentino. Para pasar para allá, pero urgente, antes de mañana”.
Khalil: ““¿Antes de mañana? ¿Dónde estás?”.
D’Elía: “Estoy en Casa de Gobierno”.
Khalil: “Voy para aquellos lados”.