quarta-feira, 13 de junho de 2012

MENTES CRIMINOSAS - Marcelo Rezende entrevista criminoso que matou mais de cem pessoas




Pedro Rodrigues Filho, conhecido como “Pedrinho Matador” entrou para a história da criminalidade brasileira na década de 70. Ele fez sua primeira vítima quando ainda tinha 14 anos de idade; resolveu no facão um desentendimento que teve com o primo. Em entrevista exclusiva a Marcelo Rezende, o homem que assumiu ter matado mais de cem pessoas revela o que pensa e como seguiu esse caminho. O programa ainda relembra as vítimas do “Maníaco do Parque” e analisa outros casos de criminosos considerados com mentes doentias. Assista!
Esse homem matou mais de cem pessoas. ”Pedrinho matador”

Influência - chave do sucesso


Na era do trabalho com mais conexões e menos hierarquia, a capacidade de influenciar e convencer é mais importante do que a autoridade formal

Amanda Kamanchek (redacao.vocesa@abril.com.br)  12/06/2012

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Crédito: Thinkstock
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Por mais moderna que uma empresa possa parecer, sempre existe uma estrutura de poder. o problema é que esse tipo de gestão não reflete mais a dinâmica do trabalho. Mais do que mandar, o profissional precisa ter habilidade de convencer e motivar. A palavra chave nesse jogo é influência.

“Quando é visto como influente, o profissional passa a ser convidado para reuniões importantes, é mantido no circuito de informações da empresa e passa a ser procurado quando os outros querem saber o que está acontecendo”, diz Allan Cohen, professor de liderança global e diretor de empreendedorismo corporativo da escola americana de negócios Babson College. Ele é autor de Influência sem Autoridade (Editora Évora), lançado em abril no Brasil, escrito a quatro mãos com David L. Bradford, professor de liderança na Universidade Stanford. Publicado em 2005, atualmente o livro é uma das principais obras sobre o assunto.

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As técnicas para convencer


Influencie o chefe
Esqueça a relação superior subordinado para fazer seu trabalho, você não pode ver o chefe como barreira. É preciso estabelecer com ele uma relação de parceria. Como se faz isso? Colocando em jogo objetivos em comum: o desempenho da empresa ou da área. No lugar de olhar para você como uma pessoa que vê os interesses pessoais à frente, o chefe precisa perceber seu empenho para fazer o melhor para o negócio. É esse esforço que ele vai reconhecer e, se puder, premiar.

Entenda os estilos
Para influenciar, antes é necessário entender o que o outro deseja. Há pessoas que focam
nos problemas, outras, nos benefícios; há aqueles que gostam de analisar todas as opções
disponíveis, e aqueles que reduzem as opções para acelerar as escolhas. Descobre-se o estilo de cada pessoa com conversa e observação. “Com alguns precisamos ser mais exigentes, com outros mais sensíveis”, diz Glaucia Lauletta Frascino, sócia da Mattos Filho Advogados.

Torne-se altruísta
A influência nas organizações ao longo do tempo acaba sendo daqueles realmente interessados no bem-estar dos outros, aqueles que se conectam e se envolvem em intercâmbios que se mostram vantajosos para todos. “Se outras pessoas percebem que você está muito interessado em usar de influência para seu benefício pessoal, e não para o trabalho
na empresa, elas vão ser cautelosas, resistentes, ou acabam se retraindo para retaliar depois”, diz Allan Cohen.

Seja franco
Para encontrar moedas de troca, os autores do livro mostram que a primeira coisa que um profissional deve ter é clareza de seus objetivos. Se a pessoa não sabe o que pretende receber em troca, vai perder tempo em negociações inúteis. Da mesma forma, os autores recomendam compreender os desejos reais do colega ou do chefe. Só assim você poderá atendê-los efetivamente. Uma recomendação, durante essa negociação, é não forçar a barra com artimanhas, como urgência para concluir a tarefa, respeito pelo seu trabalho ou excesso de simpatia. “Seja direto, pergunte se tem algo que você está fazendo que esteja incomodando, ou diga o que o incomoda”, diz Glaucia.

Amplie o leque
Numa atividade de trabalho, é natural que a conversa seja fixada em um assunto específico. O ideal, sugere Allan, é fazer justamente o contrário. “É mais fácil descobrir possibilidades de troca se você compreender quais são os interesses da pessoa de uma maneira mais geral”, diz Allan. Assim, você abre espaço para que ela enxergue em você uma fonte de ajuda em outras situações, ainda que naquele caso específico o que você pede não interesse ao outro. “Lembre-se de dar bom exemplo e de transmitir credibilidade”, diz Madalena Mattos, especialista em comportamento humano.

Cocaína: proposta de liberação da droga aumenta risco à juventude



Milton Corrêa da Costa
A recente proposta de legalização de drogas, aí também incluída a cocaína, decisão oriunda da comissão de juristas encarregada de apresentar o anteprojeto do novo código Penal, foi também objeto de posicionamento favorável da conhecida atriz Betty Faria, no jornal O Dia, trazendo à baila novamente a polêmica questão da descriminalização e legalização de drogas ilícitas.
Disse BettyFaria, que tem quatro netos: “O problema existe porque há uma hipocrisia internacional. Se o Evo Morales fala que tem que liberar cocaína porque milhares de famílias vivem atravessando (a folha de coca) e ganhando dinheiro, tem que liberar. Cada um que plante a sua ( maconha). Não encham o saco. A cachaça não é liberada?”, compara a atriz.
Com todo respeito à talentosa atriz, mas não concordo. Em defesa de minha convicção sobre a não legalização de drogas – o infortúnio do álcool e do cigarro já são males evidentes –, vale recordar uma recente pesquisa sobre os efeitos nocivos do uso da cocaína, uma droga mortífera, causa de acidente vascular encefálico e de outros males.
“Dependência de cocaína acelera o processo de envelhecimento do cérebro”, concluíram pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. No estudo publicado no periódico Molecular Psychiatry, a equipe comparou o cérebro de usuários e não usuários de cocaína e concluiu que a droga provoca uma perda maior da massa cinzenta do órgão. “Dependentes de cocaína perdem massa cinzenta de forma significativamente mais rápida, o que poderia ser sinal de envelhecimento prematuro. E suas taxas de mortalidade são estimadas em até oito vezes maiores do que na população saudável. Alterações psicológicas e fisiológicas normalmente associadas à velhice como declínio cognitivo, a atrofia do cérebro, ou imunodeficiência também são vistos nos dependentes de cocaína.”
Explica a autora do estudo, Karen Ersche: ”Com o envelhecimento, todas as pessoas perdem volume de massa cinzenta. Essa é a região do cérebro que possui o corpo das células nervosas e abrange partes do órgão envolvidas no controle muscular, memória, emoções, fala e percepção sensorial, tais como ver e ouvir. No entanto, o que temos visto é que os dependentes de cocaína perdem massa cinzenta de uma forma significativamente mais rápida, o que poderia ser um sinal de envelhecimento prematuro.”
A prevenção, o tratamento terapêutico de dependentes e a repressão ao tráfico continuam sendo a mais eficaz e sensata estratégia de combate às drogas no mundo. Melhor que plantar e cultivar folha de coca seria se Evo Morales, por exemplo, direcionasse parte da economia de seus país para o plantio do milho, soja ou feijão.
Drogas não agregam valores sociais positivos. A busca de estados alterados de consciência é um perigoso caminho de destruição humana e familiar. Quem se ama não se droga. A legalização de drogas é uma perigosa ameaça à juventude brasileira. É preciso ter consciência disso.

OBRA-PRIMA DO DIA - PINTURA Edward Hopper - Guarda Costeira e Quarto de Hotel



Depois daquela primeira viagem à Europa, Hopper ainda lá voltou em 1910. E depois disso nunca mais. Mas há inúmeros depoimentos dele comentando que se a efervescência parisiense não o afetou, a História impregnada nas ruas, monumentos e museus que visitou em algumas capitais, foram fundamentais em sua formação.
Estudara literatura francesa e russa ainda em casa dos pais, lia muito e amava o teatro. A paixão pela poesia francesa foi uma constante em sua vida. Certa tarde, ao citar Verlaine no original e descobrir que sua futura mulher completava o verso, foi por ele descrita muitas vezes como fundamental na decisão de unir sua vida à dela.
Tempos depois ele diria que ao regressar da Europa ao seu país este lhe parecera extremamente cru e tosco. “Levei anos para superar essa sensação”. Sua pintura às vezes trazia reminiscências do que ele vira no exterior.
Muitos de seus quadros parecem um diário de viagem. Soir Bleu (acervo Whitney Museum of American Art, 1914, 91.4 x182.9, foto à esquerda) recordação de uma terça-feira de Carnaval em Paris e um dos maiores quadros que pintou, foi tela que não chamou a atenção de ninguém. Foi esse fracasso, especificamente, que o fez retornar aos temas americanos aos quais sua reputação ficou indelevelmente associada.
Nas décadas de 30 e 40 a vastidão das áreas rurais americanas, as grandes expansões de terra, as estradas que pareciam infindáveis, as pequenas cidades isoladas e desoladas, foram um manancial de ideias para os grandes escritores, cineastas e pintores.
Hopper não escapou dessa atração. Viajava muito, com sua Jo, e viveu as emoções e as decepções do viajante que viaja a esmo, sem ter destino certo. Viajar por viajar, sair, buscar nova vida já que a antiga parecia morta.
O mar sempre foi importante para ele. Passou quase todos os verões de sua vida à beira mar, sobretudo no litoral do Maine. Sua personalidade se impunha aos temas: reparem na composição que faz com a estação da Guarda Costeira (foto acima), o mar tranquilo, o dia límpido, mas não obstante o ambiente sugere possibilidades de perigo e resgate do oceano.
Apesar da intimidade com o lugar, foi só depois do casamento, encorajado por Jo, que Edward começou a pintar marinhas.
Lutou muito contra o tédio, foi uma batalha constante. Essa sensação angustiante abafava sua vontade de pintar e era isso que ele queria combater. Por isso estava sempre em movimento – sua busca por inspiração era menos dolorosa em novos e diferentes ambientes. Como muito depois ele explicou a um crítico:
Para mim, a coisa mais importante é a sensação de estar indo em frente. Você percebe como são bonitas as coisas quando está viajando.
Mas ao que parece, sua angústia o acompanhava... ou essa não é uma visão do tédio?

Guarda Costeira, Maine, aquarela, guache e carvão sobre papel, 35.2 x 50.5cm, 1927- MET, NYQuarto de Hotel, óleo sobre tela, 150 x 162.5cm, 1931 - Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid

PSICANÁLISE DA VIDA COTIDIANA A Mentira e a Verdade



CARLOS VIEIRA
“O pior de mentir é que cria falsa verdade. (Não, não é tão óbvio como parece, não é um truísmo: sei que estou dizendo uma coisa e que apenas não seu dizê-la de modo certo, aliás, o que me irrita é que tudo tem de ser de modo certo, imposição muito limitadora). O que é mesmo que eu estava tentando pensar? Talvez isso: se a mentira fosse apenas a negação da verdade, então este seria um dos modos, por negação, de provar a realidade. Mas a pior mentira é a mentira criadora. (Não há dúvida: pensar me irrita, pois antes de começar a pensar, eu sabia muito bem o que eu sabia)”. Mentir e Pensar, de Clarice Lispector em seu livro Aprendendo a viver. Ed.Rocco, 2004.
A questão da mentira está estritamente liga à verdade. C. Cantu, escritor italiano, (1804-1895) em sua obra Attenzione! XXII, escreveu que: “o oposto da mentira não é a verdade.” Mentir, falsear, diz respeito a um mecanismo psíquico contra a dor da verdade. Desde pequeno a criança inventa, imagina e transforma os fatos reais, pois não tem ainda condições de suportar as coisas como elas são. Os pais são heróis, a vida é eterna, a condição humana é isenta de qualquer aspecto que mostre limitação, impotência, falibilidade e mortalidade. Essa ilusão, essa primeira mentira, sem dúvida é necessária para que o infante possa suportar sua condição precária como ser humano. À medida que cresce e se desenvolve, a pessoa por força da realidade, ou suportar a “desilusão necessária”, ou intensifica suas “mentiras”, e com isso corre o risco de viver uma vida de “mitômano” ou delirante, psicótico franco.
É óbvio que a verdade, tanto dos fatos reais quanto da própria realidade psíquica, é uma experiência muito dolorosa. Fala-se muito de idealização, viver um mundo de ilusões, de fantasias, enfim, construir um mundo pessoal no qual não se tenha que enfrentar as verdades dolorosas. A mente humana luta ou foge de tudo que seja desprazer, desconforto, angústia, desagrado, decepção, desapontamento e dor psíquica. Entretanto, a experiência da vida mostra sempre a existência de “pares de opostos”, inevitáveis, implícitos: amor-ódio, prazer-desprazer, vida-morte, ganho-perda etc. Mentir é um recurso para negar essas dualidades, em busca de viver a completude, o “mito do paraíso”.
Um exemplo perfeito da necessidade de mentir e suas consequências no “grupo humano” é dado por uma novela que adentra as residências da população: Avenida Brasil, escrita por João Emanuel Carneiro e colaboradores. Uma trama complexa que fala todo o tempo da Mentira. As dores psíquicas de dois personagens, Jorginho e Nina, em busca de suas origens, em busca da verdade. Quero me referir hoje a esse aspecto da vida de uma pessoa - a busca de sua origem. A vida humana é cheia de mistérios, alguns decifrados, outros nunca esclarecidos. Querer saber sua origem é um direito de uma pessoa, pois a origem está ligada a um processo que culmina com a noção de Identidade. As pesquisas psicanalíticas mostram como é importante para uma pessoa ter em sua infância, “objetos de identificação”, ou seja, referências nas quais se desenvolve a noção de Identidade. Quando os pais ou aqueles que têm função materna e paterna falham, criam para a criança uma confusão mental e uma impossibilidade de ter a própria identidade. Hoje se sabe que os “distúrbios pré-psicóticos e psicóticos” nascem dessas falhas. A vida começa na necessidade de ter – espelhos – na pessoa da mãe e do pai.
João Emanuel Carneiro oferece suas observações desses distúrbios psicopatológicos em sua obra Avenida Brasil. Crises depressivas, estados de estranhamento de si mesmo, confusão mental, reações violentas, agressivas, falta de confiabilidade, descrença, estados de alcoolismo reativo, sentimentos de ódio, ressentimento e vingança, todas essas experiências psíquicas são mostradas nos personagens dramatizados por Débora Falabella e Cauã Raymond.
A novela é atual é o retrato fiel da crise que atravessa a nossa família brasileira e os grupos humanos que deveriam representar modelos de identidade pessoal e social. Mentir, sonegar, trapacear, tirar proveito do engodo, corromper, matar, comprar as pessoas para obter poder e benefício próprios, todos esses comportamentos compõem a crise ética dos tempos atuais. 
Enfim, caro leitor, a arte para ser arte precisa ter uma ação social, a novela está cumprindo essa missão e denunciando à população aspectos patológicos da família brasileira. Oxalá sirva para que as pessoas tomem mais consciência dos direitos humanos e da necessidade de uma nova ordem, individual, social e ética. Clarice tem razão: “o pior de mentir é que cria falsa verdade”.

“Tiraram tudo: agora eu me sinto envolto/ numa sombra, rodopiando por uma linha indefinida/ ouvindo o barulho mais triste de um relógio que não deixaram/ Eu sou mesmo um solitário e é verdade/ a afirmação do menino que disse chorar./ Eu estou catando o mundo,/ eu vou ficar chupando uma bala do esquecimento/ para encontrar uma definição: Eu acho que a solidão é Deus".

Versos de Álvaro Alves de Faria em “O Sermão do Viaduto”.
Carlos.A.Vieira, médico, psicanalista, Membro Efetivo da Sociedade de Psicanálise de Brasilia e de Recife. Membro da FEBRAPSI e da I.P.A - London.

Gilmar Mendes e Inocêncio Mártires: apenas uma briga feia de sócios



Elio Gaspari, O Globo
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, fez muito bem ao quebrar o sigilo da conversa que Lula teve com ele no escritório de Nelson Jobim, caitituando a postergação do julgamento do mensalão.
Também fará bem se pedir à Justiça que levante o segredo em que correu o seu litígio com o ex-sócio e ex-procurador-geral da República (1981-1985) Inocêncio Mártires Coelho.
Em 1998, os dois criaram o Instituto Brasiliense de Direito Público, “conceituado centro de estudos e reflexões sobre o Direito” que oferece cursos de graduação, especialização, extensão e mestrado.
Nesse ano ele abriu cem vagas no seu vestibular. Mendes e Coelho desentenderam-se em 2010 e levaram seu litígio à Justiça. Doze dias depois da apresentação das razões de Coelho, Gilmar solicitou e conseguiu que o processo tramitasse em segredo de Justiça. O artigo 155 do Código do Processo Civil informa:
“Os atos processuais são públicos, correm todavia em segredo de Justiça os processos:
I - Em que o exigir o interesse público.
II - Que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores.”
O repórter Leandro Fortes teve acesso a documentos do processo. Se nele há interesse público envolvido, vai na direção da transparência, não do segredo.
Mártires Coelho dirigia o Instituto e foi afastado por Gilmar. No processo, seus advogados acusam o ministro de ter exigido que “lhe fosse dada uma percentagem dos valores doados ao IDP a título de patrocínio para custear seus eventos extracurriculares, tais como congressos, seminários (...).
O motivo/razão para a cobrança desse 'pedágio' era simples, pelo menos aos olhos do cobrador: sem o seu inegável prestígio e sua notória influência, ninguém financiaria tais atividades”. Segundo o documento, o ministro se disse “cansado de ser garoto propaganda do IDP”.
Atualmente, o IDP lista 26 “instituições e empresas conveniadas”. Entre elas estão a Câmara dos Deputados, o Ministério do Trabalho, a OAB do Piauí, um Tribunal Regional do Trabalho e 15 associações e sindicatos de servidores públicos.
Empresa privada, daquelas que o dono tem que se preocupar com o balanço, nenhuma.
O processo foi extinto em setembro do ano passado, a pedido de Mártires Coelho. Ele deixou a sociedade e recebeu R$ 8 milhões.
A assessoria de Gilmar Mendes informou que irregularidades detectadas numa auditoria feita no IDP “foram sanadas”, e o dinheiro pago ao ex-sócio, obtido por meio de um empréstimo bancário.
A essa altura, com a divulgação das razões dos advogados de Inocêncio Mártires Coelho, o segredo de Justiça tornou-se um ônus para Gilmar Mendes e nunca é demais repetir o juiz Louis Brandeis, da Corte Suprema dos Estados Unidos: “A luz do sol é o melhor desinfetante.” (Sabendo que a Corte Suprema pagava pouco, Brandeis resolveu ficar rico antes de ir para lá).
Um ex-procurador-geral da República e um ministro do Supremo Tribunal não organizam um educandário comercial sem amparo nas leis. Quando esse educandário firma convênios com entidades públicas, deve ter sido achada base legal para fazê-lo.
Tudo bem, mas é mais fácil um juiz do Tribunal Constitucional da Alemanha ou da Corte Suprema dos Estados Unidos se associar a um mágico de feira do que se meter em semelhante iniciativa.

A palavra de quem entende: Osmar Serraglio lista 12 provas do Mensalão


O relator da CPI dos Correios (2005-2006), deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), foi à tribuna da Câmara nesta quarta-feira (13) para enumerar o que chamou de “a dúzia de provas” da participação do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP), no esquema do mensalão.
A CPI relatada por Serraglio investigou o esquema entre 2005 e 2006 e sugeriu o indiciamento de Dirceu, dentre outros parlamentares.
Serraglio disse estar “farto da alegação de que o mensalão é fantasia”. A gota d’água, segundo ele, foi um artigo assinado pelo produtor de cinema Luiz Carlos Barreto, publicado ontem na *Folha”, sob o “Por qué no lo matan?”, que faz a defesa de Dirceu.
“Certamente me amofina essa cantilena repetida de que o ‘mensalão’ fora uma farsa, como se a investigação não se realizou por parlamentares dos mais diversos matizes político-partidários”, discursou o deputado.
“Ainda agora assistimos José Dirceu concitando os jovens a se manifestarem diante de sua inocência”, discursou o deputado.
O deputado listou os seguintes indícios coletados tanto pela CPI quanto pelo processo do mensalão, que poderá ser levado a julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) no segundo semestre deste ano:
1) à época em que Dirceu era ministro, “nada ocorria sem o beneplácito do super-ministro, como era chamado na imprensa e nos corredores do poder”;
2) Roberto Jefferson, líder do PTB, “confessa que tratou por mais de dez vezes do mensalão com Dirceu”;
3) o publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza “afirmou que ouviu de Delúbio [Soares, ex-tesoureiro nacional do PT e da campanha presidencial de Lula em 2010], que Dirceu deu ‘aval’ aos empréstimos bancários que alimentaram o mensalão;
4) a mulher de Valério “assentou que Dirceu se reuniu com o presidente do Banco Rural no Hotel Ouro Minas para acertar os empréstimos do banco”;
5) Valério “arrumou emprego para a ex-mulher de Dirceu no [banco] BMG em São Paulo”;
6) um sócio do publicitário se “tornou ‘comprador’ do apartamento da ex-mulher de Dirceu em São Paulo”;
7) Valério “afirma que foi quem ajustou a audiência havida entre os diretores do BMG e o ministro Dirceu”;
8) segundo Valério, “Silvio Pereira [ex-secretário nacional do PT] lhe disse que José Dirceu sabia dos empréstimos junto aos bancos”;
9) a presidente do Banco Rural “declarou que Valério era um ‘facilitador’ das tratativas com o governo” e “disse mais, que ‘Dirceu foi a única pessoa do governo com quem ela falou” sobre o interesse do Rural relativo à aquisição de parte do Banco Mercantil de Pernambuco;
10) o ex-deputado Jefferson “afirmou que, por orientação de Dirceu, houve encontro no Banco Espírito Santo, em Portugal, à busca de R$ 24 milhões”;
11) o ex-tesoureiro do PTB, “Emerson Palmieri relata que todas as tratativas eram ratificadas, ao final, por Dirceu;
12) a ex-secretária de Valério na agência de publicada em Belo Horizonte (MG), Karina Somaggio, “testemunhou que Valério mantinha contatos diretos com José Dirceu”.
Serraglio disse que a CPI ajudou a “abrir o caminho” para a eleição de Dilma Rousseff, em 2010, como sucessora de Lula, ao enfraquecer Dirceu, nome natural dentro do PT, antes do escândalo, para uma eventual candidatura à Presidência.
“De fato, na época, parecia que estávamos sob sistema parlamentarista. José Dirceu, ambiciosa super-ministro, capitão do time, primeiro-ministro, inteligente e mefistofelicamente, confinava o migrante de Garanhuns [Lula] à sua dimensão sindical, tutelando-o, como se lho devesse ser o sucessor mais do que natural, inexorável, razão por que já atapetava a caminhada, fazendo-se onipresente e onisciente nas grandes decisões nacionais”.
O ex-relator disse que a “CPI dos Correios não se converterá em pizza. Nosso Judiciário não tem vocação para isso”.
Durante o discurso de Serraglio, os deputados da base aliada não apareceram para apartes –apenas dois parlamentares se manifestarem, em apoio a Serraglio.

Agnelo se enrola ao explicar compra de casa



17:21:41

Governador não comprovou origem de recursos que permitiram o negócio e o antigo dono do imóvel foi beneficiado por ato do petista à frente da Anvisa

Governador do DF Agnelo Queiroz na CPI do Cachoeira (Ueslei Marcelino/Reuters)

Apesar de negar a existência de irregularidades na compra da casa onde vive, uma mansão de 550 metros quadrados em uma área nobre de Brasília, o governador Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, se enrolou ao ano comprovar a origem dos recursos que permitiram a aquisição do imóvel. O petista, que depõe à CPI do Cachoeira nesta quarta, pagou 400 000 reais pela casa em 2007. Um ano antes, ele havia declarado à Receita Federal ter um patrimônio de apenas 224 000 reais. ...

Agnelo, que fala à CPI nesta quarta, processou os jornalistas que fizeram reportagem sobre a venda da casa. Durante o processo, o petista foi instado pela Justiça a apresentar sua declaração de imposto de renda que poderia comprovar a origem dos recursos usados na transação. O petista se negou: mostrou apenas os comprovantes de que havia entregue sua declaração do imposto de renda. "Esses extratos não demonstram sequer que a aquisição da casa foi incluída nas declarações de IR", afirmou a juíza Priscila Faria da Silva.

A magistrada condenou o governador a pagar 3 000 reais aos jornalistas. À CPI, Agnelo prometeu comprovar a origem dos recursos usados na compra do imóvel: "Isso será reparado absolutamente. Vou fazer isso", disse. Agnelo disse ter renda familiar suficiente para adquirir a casa com um ano de economias.

O antigo dono do imóvel, o empresário Glauco Santos, é dono de uma empresa que, meses depois da transação, foi beneficiada por um ato assinado diretamente por Agnelo - então diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária: o petista firmou a permissão de funcionamento da companhia de Glauco.

Agnelo não vê problema em ter referendado o ato: "É um atestado absolutamente simples", disse. Glauco Santos também se transformou em sócio da mãe e da irmã de Agnelo em franquias de restaurantes. O petista acha tudo normal. "É uma relação privada, empresarial", afirmou.

Além da falta de comprovação da origem dos recursos, a transação chama a atenção pelo valor: os 400 000 reais não são, nem de longe, suficientes para pagar um imóvel semelhante ao do petista na mesma região. Agnelo disse não saber quanto vale, hoje, a mansão. "Não sei, não sou corretor", respondeu ele, secamente, quando questionado pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP).

Depoimento -
 Mais cedo, Agnelo afirmou à CPI do Cachoeira que abre mão de seus sigilos fiscal, bancário e telefônico. O petista, convocado a prestar esclarecimentos sobre a ligação de sua gestão com a máfia comandada pelo bicheiro, começou a depor à Comissão Parlamentar de Inquérito pouco antes das 11h.

No depoimento à CPI, o governador também disse manter a confiança em Cláudio Monteiro, que era seu chefe de gabinete e deixou o cargo após escutas da Polícia Federal indicarem que ele recebia propina da quadrilha de Carlinhos Cachoeira para facilitar a infiltração da Delta no governo local. Agnelo sustentou a tese de que não houve cooptação de seu assessor porque os objetivos da quadrilha não foram atingidos: "A informação que eu tenho dele é essa e eu não tenho motivo nenhum para desconfiar disso, porque não teve nenhuma ação que favorecesse a Delta".

Agnelo admitiu ter se encontrado uma vez com Carlinhos Cachoeira ao visitar uma indústria farmacêutica do contraventor, ainda quando era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): "Eu visitei uma fábrica da Vitapan, como fiz visitas em outros estados do Brasil", afirmou. "Esse foi o único contato que eu tive com o senhor Carlos Cachoeira."

Fonte: Veja.com - 13/06/2012

Anormalidade normal!






- Peça de Maurício Ricardo, via charges.com.

Para mostrar a força da tropa, Dirceu planeja a Marcha pela Impunidade dos Bandidos


Augusto Nunes

Vencido pelo padeiro de Ibiúna em 1968, paralisado pelo medo nos anos 70, debilitado pela arrogância crescente nas décadas seguintes, José Dirceu foi definitivamente derrotado pelo tamanho do prontuário em 2005, quando se descobriu que o chefe da Casa Civil do governo Lula também chefiava a quadrilha do mensalão. Mas o revolucionário de araque está sempre pronto para perder mais uma, constatou o post publicado neste espaço em junho de 2010.
Continua o mesmo, avisa a discurseira beligerante no congresso nacional de uma certa União da Juventude Socialista. Assustado com a aproximação de 1° de agosto, quando o Supremo Tribunal Federal começará a decidir o destino dos mensaleiros, Dirceu pediu à plateia, como Fernando Collor às vésperas da queda, que não o deixe só. “Todos sabem que este julgamento é uma batalha política”, fantasiou o réu soterrado por provas que permitem condená-lo por corrupção ativa e formação de quadrilha.
Depois de tirar do armário o trabuco imaginário, declarou-se pronto para a guerra. “Essa batalha deve ser travada nas ruas também, porque senão a gente só vai ouvir uma voz, a voz pedindo a condenação, mesmo sem provas”, caprichou Dirceu na pose de inocente injustiçado. “É a voz do monopólio da mídia. Eu preciso do apoio de vocês”. O combatente que nunca lidou com balas de chumbo não se emenda.  Ele vive reprisando o blefe que inaugurou em 2005, logo depois de perder o emprego por excesso de patifarias.
”Vou percorrer o país para mobilizar militantes do PT, dos sindicatos e dos movimentos sociais”, preveniu o então deputado federal num encontro do partido em São Paulo. ”Temos de defender o governo de esquerda do presidente Lula do golpe branco tramado pela elite e por conservadores do PSDB e do PFL”. Passou as semanas seguintes mendigando socorro até aos contínuos da Câmara, teve o mandato cassado em dezembro e deixou o Congresso chamando o porteiro de “Vossa Excelência”.
Passados sete anos, o sessentão que finge perseguir o socialismo enquanto caça capitalistas com negócios a facilitar assumiu formalmente o comando do regimento de mensaleiros que luta para livrar-se da cadeia. Sempre dedilhando a lira do delírio, promete liderar mais uma ofensiva do que chama de “forças progressistas e movimentos populares”, expressões da novilíngua lulista que abrangem os pelegos da União Nacional dos Estudantes Amestrados, os vigaristas das centrais sindicais, os blogueiros estatizados e outras aberrações que só esbanjam competência no assalto aos cofres públicos.
E que ninguém se atreva a acionar os instrumentos de defesa do Estado de Direito, determina o manual do stalinismo farofeiro. Usar a polícia para conter badernas é “repressão política”. Lembrar que, por determinação constitucional, figura entre as atribuições das Forças Armadas a neutralização de ameaças à ordem democrática é coisa de golpista. No país que Lula inventou, a corrupção institucionalizada só existe na imaginação da mídia golpista.
Nesse Brasil Maravilha, Erenice Guerra é uma dama de reputação ilibada, Antonio Palocci prosperou honestamente, Dilma Rousseff é uma pensadora, Lula é o gênio da raça e o partido segue honrando a frase que Dirceu declamava fantasiado de vestal: “O PT não róba nem deixa robá”. O  mensalão, claro, é uma farsa montada pela imprensa. E os que ousam defender o Código Penal não sabem com quem estão falando.
“Como se trata de uma batalha política, mostraremos nossa força”, avisou aos velhacos da Juventude Socialista. O mais recente surto reafirma que, para o mitômano sem cura, o País do Carnaval não consegue enxergar diferenças entre fato e fantasia. Como Dirceu não para de repetir-se, faço questão de repetir-me: um ataque de tropas comandadas pelo guerrilheiro de festim só consegue matar de rir.
Qualquer torcida organizada de time de futebol mobiliza mais militantes que o PT. As assembleias sindicais são tão concorridas quanto uma reunião de condomínio. Sem as duplas sertanejas, os brindes e a comida de graça, as comemorações do 1° de Maio juntariam menos gente que quermesse de lugarejo. Os movimentos sociais morreriam de inanição uma semana depois de suprimida a mesada federal.
“Dirceu, guerreiro do povo brasileiro!”, berram os milicianos durante os palavrórios do general da banda podre. Estão todos convidados a exibir seu poder de fogo com um desfile paramilitar na Avenida Paulista. Puxada pelo revolucionário de festim e engrossada por todos os alistados no exército fora-da-lei, seria a primeira Marcha pela Impunidade dos Bandidos desde a chegada das caravelas em 1500.

Financiamento imobiliário: saiba quando vale a pena pagar um imóvel em até 35 anos



Pense Imóveis -

Um maior prazo de financiamento significa que o cliente vai pagar, no total, um valor maior de juros. Mesmo que as taxas tenham caído, o juro é calculado em função do tempo
crédito imobiliárioNa onda de redução de juros e apoio ao crédito que inundou o Brasil, a mais recente mudança nos financiamentos habitacionais pela Caixa Econômica Federal pode ser apenas uma marolinha. A partir de 11 de junho de 2012, quem for comprar imóveis terá mais uma opção para pagar menos na concretização do sonho da casa própria, pelo menos na largada. Para aqueles que puderem alargar o prazo de 30 para 35 anos, a entrada ficou menor e, em alguns casos, o preço da prestação também. Mas o consumidor precisa ficar atento: a ampliação do prazo do financiamento aumenta, necessariamente, o valor total pago pelos juros, no montante da dívida.

A mudança, dessa vez, não é para todos. Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, o imóvel dos sonhos deve valer a partir de R$ 130 mil para quem tem renda inferior a R$ 5 mil. Para quem ganha mais do que esse valor não há limite de preço do imóvel, apenas deve lembrar que sempre a prestação deve equivaler no máximo a 30% do rendimento da família. Para outros tipos de financiamentos, incluindo o Minha Casa, Minha Vida, o prazo não muda.

Para o gerente regional da Caixa, Júlio César Pavin, a possibilidade de pagar em até 35 anos beneficia aquelas pessoas que tinham o desejo de comprar determinado imóvel, mas a sua renda não era suficiente para financiá-lo. "O valor da prestação pode ficar mais baixo desde o início, então aumentam as possibilidades para o cliente."

Outra vantagem é que o comprador pode optar também por reduzir a entrada. Se o consumidor pensava em fazer um empréstimo para dar a entrada na moradia, vale a pena diminuí-la. Mesmo que as prestações do imóvel não caiam tanto, vale a pena pagar menos na largada porque as taxas de juros da habitação são as menores do mercado.

Atenção

Essas mudanças não são motivo de euforia, conforme alerta Luciane Varisco, diretora administrativa do escritório da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) em Porto Alegre. Maior prazo de financiamento significa que o cliente vai pagar, no total, um valor maior de juros. Mesmo que as taxas tenham caído, o juro é calculado em função do tempo. Assim, para gastar menos, deve-se pagar antes.

"O consumidor está acostumado a esticar os prazos dos pagamentos até o máximo, pensando apenas se a prestação cabe no salário, e os bancos estimulam isso. Mas, se a pessoa tem condições de pagar em 20 anos, por que não contratar para um prazo menor?", questiona Luciane.

Para ela, a redução na taxa de juros não é tão significativa e o alargamento no tempo de pagamento da dívida beneficia mais os bancos e financeiras do que o consumidor. Seria uma forma de compensação aos bancos que estão ganhando menos com a redução nas taxas de juros.

Outro motivo de preocupação por parte do consumidor é calcular o risco que assume ao empenhar parte da renda na compra de um imóvel. Para esse tipo de financiamento, a garantia para o banco, no caso de inadimplência, é chamada de alienação fiduciária. Isso significa que, caso o cliente fique somente três meses sem pagar as parcelas, as instituições podem imediatamente ter a posse legal do imóvel.

"Todo mundo pensa em honrar suas dívidas, mas urgências podem acontecer, como doenças ou mesmo o desemprego. Por isso orientamos os clientes a comprometerem, no máximo, 15% da própria renda e, além disso, encurtarem o prazo sempre que possível."

Santander
No dia 6 de junho de 2012, o Santander também anunciou a ampliação para até 35 anos no financiamento da casa própria. A novidade vale para contratos assinados a partir de 6 de julho de 2012.