sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Dirigente dos cornos de Rondônia busca vaga de vereador e tem até o projeto "habitacorno"


Porto Velho (RO)

Candidatura surge após vitória em pesquisa de opinião na internet

Pedro Soares, presidente da Ascron (Associação dos Cornos de Rondônia), tentou primeiro se lançar a prefeito de Porto Velho, após pesquisa de opinião apontá-lo como o favorito dos internautas. Contudo, seu partido (PDT) barrou a candidatura. Ele acabou saindo para vereador e entrando na galeria de políticos folclóricos do país.
Denis Armelini, Noelle Marques e Rodrigo Bertolotto
Do UOL, em Porto Velho (RO)
Não fale em fidelidade partidária com ele. Pedro Soares é corno. “De traição eu entendo. Então, não sei se vou ficar no partido se for eleito”, dispara o candidato a vereador em Porto Velho que já na campanha está desgostoso com sua legenda, o PDT. Na verdade, ele queria mesmo ser postulante à prefeitura.
A série UOL pelo Brasil, reportagens sobre as eleições municipais em todos os Estados do país, foi até a capital de Rondônia conferir mais esse capítulo do folclore político nacional.

'Corno sim, Corrupto Não' é lema de candidato em Porto Velho

Foto 1 de 47 - Pintura na parede da sede da Ascron, Associação de Cornos de Rondônia, em Porto Velho (RO) Noelle Marques/UOL
Candidatos doidivanas, nomes bizarros e slogans abilolados existem às centenas. Mas muitos se candidatam sem uma proposta. Soares tem uma: o plano “habitacorno”. Ele explica: “O corno pega chifre e não tem onde morar. O Ricardão fica no lugar dele, e o corno fica na rua da amargura. Então, vamos criar o habitacorno, que será um albergue para os galhudos, com psicólogos ou advogados para auxiliá-los.”
Ajudante-geral da Câmara Municipal de Porto Velho há 19 anos, Soares nunca pensou em ocupar uma das cadeiras de lá nem qualquer cargo político até uma pesquisa de opinião no início de 2012. Uma enquete do site Rondoniaovivo perguntou quem o internauta queria como mandatário. O presidente dos cornos venceu com 71%, batendo de longe potenciais candidatos como secretários municipais, deputados estaduais e ex-prefeitos.
“A pesquisa foi para mostrar a mesmice e a falta de clima político em Porto Velho. Mas o Pedro se empolgou e entrou na campanha. Acho difícil que ele se eleja, afinal, uma coisa é votar na internet, outra é na urna”, afirmou Paulo Andreoli, editor do site. Se os eleitores são tão infiéis quanto as mulheres, Soares só vai descobri na apuração.
Ninguém, porém, pode acusar que ele está querendo bagunçar a política local, afinal, Porto Velho, assim como Rondônia, tem um histórico de falta de planejamento, atropelos e improvisos. Um exemplo: a cidade à beira do caudaloso rio Madeira enfrenta racionamento de água. Outro é a vizinha hidrelétrica de Santo Antônio, que trouxe migrantes, carros, trânsito, inflação e especulação imobiliária à capital que não se preparou para isso.
“O transporte público aqui é muito caro [está entre os dez mais altos do país], e as ruas estão todas esburacadas. Isso quando tem asfalto, porque em geral as ruas são de terra, e é aquela poeira o dia todo”, desfila as queixas o candidato a vereador.A usina em construção gerou contrassensos, alugueis extorsivos em ruas com esgoto a céu aberto e terrenos baldios. Isso em pleno centro. A estação da antiga ferrovia Madeira-Mamoré é o principal ponto turístico de Porto Velho, mas um igarapé poluído corre ao lado dos trilhos. Apesar de estar na Amazônia, a cidade é pouco arborizada e faz lembrar o lema “o sol nasceu para todos, mas a sombra para poucos”.

Associação tem 30 anos de existência, psicólogos, advogados e desconto no comércio

A Ascron surgiu em 1982, quando Soares “pegou chifre” e teve a ideia de unir os maridos atraídos em uma associação, afinal de contas, como ele próprio diz: “corno unido é melhor que corno solitário”. Hoje, a associação tem sede própria, 7.288 membros com carteirinha, cinco advogados e três psicólogos, além de descontos em supermercados, farmácias, táxis e mototáxis. “A gente ampliou o grupo. Tem corno mulher, corno gay, corno sapatão”, explica a expansão.
Só com seus associados, Soares seria eleito como o mais votado da cidade, já que o vereador preferido em 2008 teve pouco mais de 4.000. Com 2.000 votos, a chance de ser eleito é grande. Mas, se a abstenção eleitoral for igual à inadimplência da mensalidade da associação, Soares vai ter outra dor de cabeça: metade dos integrantes não cumpre com suas obrigações financeiras. “Se eu ganhar ou perder, eu estou no lucro”, já adotou Soares com discurso para o resultado deste fim-de-semana.

O PDT não assumiu a causa dos cornos. Tenho pouco apoio financeiro. Minha campanha é no corpo-a-corpo ou no corno-a-corno

Pedro Soares, candidato a vereador pelo PDT
De qualquer forma, a iniciativa inspirou similares em todo o país, como a Associação dos Homens Mal-amados do Ceará e outros. “Na década de 1980, era normal o cara ser atraído e sair matando ou se matar. Tinha sujeito que queria pular de cima do prédio, esquecendo que não ganhou um par de asas, e sim um par de chifres. Agora a chifrada é mais aceita, e a pessoa consegue assimilar a situação”, analisa Soares. Até o humor com que eles tratam a traição ajuda a diminuir a dor.
O líder dos cornudos afirma aumentou o número de afiliados após a Lei Maria da Penha, que em 2006 criou penas mais rigorosas aos maridos agressores para tentar reduzir os índices alarmantes dos crimes domésticos. “Somos pela não violência. O cara já perdeu a honra, não deve perder a cabeça. Assumir a cornidão e entender o que aconteceu é melhor que fazer uma besteira e acabar preso”, sintetiza Soares.
Ele mesmo passou por esse processo ao descobrir a traição e fundar a associação. “Encontrei um radialista amigo meu com a minha mulher. Mas o mais sofrido é que eles quiseram me agredir na hora. Sai, fui beber, pensei em matar o safado, mas me veio a ideia de formar um grupo de traídos. Hoje, eu agradeço a Deus porque posso contar minha história.”
O jingle que toca nos alto-falantes no teto do seu carro lembra pela melodia e pela voz o do deputado federal Tiririca (PR-SP), o mais bem sucedido dos candidatos folclóricos. Resta saber se Pedro da Ascron vai se tornar sua versão rondoniense.

Lewandowski vai pedir aposentadoria e se recolher à sua insignificância. Já vai tarde...



Carlos Newton
Ao inocentar o ex-ministro José Dirceu da acusação de corrupção, o ministro revisor da Ação Penal 470, Ricardo Lewandowski, escreveu uma das páginas mais deprimentes da História do Supremo Tribunal Federal. Sua alegação foi que não há provas da participação de Dirceu na distribuição de dinheiro a políticos da base aliada ao governo entre 2003 e 2004, esquema conhecido como mensalão.
 “Só rindo…” – diz Barbosa.
“Não afasto a possibilidade de que José Dirceu tenha de fato participado desses eventos, não descarto que foi até mentor da trama criminosa, mas o fato é que isso não encontra ressonância na prova dos autos”, disse Lewandowski, que criticou o trabalho do Ministério Público Federal, classificando as imputações como “políticas muito mais que jurídicas”.
Com esse posicionamento, Lewandowski cumpriu o que prometera ao ex-presidente Lula, quase dois meses antes do julgamento, quando emitiu até uma nota oficial anunciando que seu trabalho como revisor seria se contrapor à posição do ministro relator, Joaquim Barbosa.
Com essa definição, Lewandowski inovou em matéria de Direito, pois a missão do revisor não é nem pode ser a de se contrapor ao relator. Se fosse um estudante a fazer tal afirmação, ainda poderia ser desculpado. Afinal, ainda não se aprofundou na matéria, faltou à aula ou está em recuperação… Mas um ministro do Supremo Tribunal Federal não pode dar uma declaração dessas, que na verdade foi um ato falho bem freudiano. No caso, Lewandowski estava apenas revelando que sua “missão” era a de contestar o voto do relator, que todos já sabiam ser pela condenação dos réus do mensalão.
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MISSÃO DO REVISOR
Senão, vejamos: na nota enviada à imprensa, Lewandowski afirmou que “sua missão não se resumia à revisão”, que “tinha que fazer um voto paralelo ao do ministro Joaquim Barbosa, que fosse um contraponto ao voto dele”.
Isso não é função do revisor. O que ele teria que ter feito era seguir o que está no art. 25 do Regimento Interno do STF, que determina que as funções do revisor são as seguintes:
I – sugerir ao relator medidas ordinatórias do processo que tenham sido omitidas;
II – confirmar, completar ou retificar o relatório;
III – pedir dia para julgamento dos feitos nos quais estiver habilitado a proferir voto.
Ele jamais poderia atuar, como revisor, fora do que estabelecem esses incisos. Portanto, soaram estranhas e reveladoras essas palavras anunciando que ele estava obrigado a se contrapor ao voto do relator, ministro Joaquim Barbosa, pois “contrapor” significa “atuar em oposição, em sentido contrário” ao relatório.
Como Lewandowski cumpriu o prometido e realmente fez isso no voto decisivo,  friamente atuou fora das competências determinadas para o revisor, pelo Regimento Interno do STF.
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UM PÁRIA NO PLENÁRIO
Na surpreendente sessão de quinta-feira, os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello questionaram as contradições no voto de Lewandowski, sobre a compra de apoio político nos primeiros anos do governo Lula (2003-2010).
A discussão foi provocada após o revisor afirmar que a tese de compra de votos é contraditória e que “há provas para todos os gostos” no processo.
Acontece que, com o voto de 7 dos 10 ministros, o Supremo já havia firmado na segunda-feira o entendimento de que o mensalão foi um esquema de desvio de dinheiro público para a compra de votos parlamentares e apoio político ao governo Lula.
Ao se posicionar assim, sem dúvida, Lewandowski afrontou os demais ministros e desonrou o Supremo. A partir de agora, não é mais um deles. Desdenhando o voto da ampla maioria de seus pares, tornou-se um pária no plenário, um renegado jurídico, um magistrado sem dignidade. Só lhe resta a aposentadoria, que já pode pedir, por tempo de serviço, pois vai completar 64 anos e seu futuro nada mais significa.

Obama e Romney são parte do problema dos Estados Unidos, não a solução



Paulo Nogueira (Diário do Centro do Mundo)
Fato: Obama perdeu o debate de quarta-feira em Denver, Colorado. Mitney, muito mais à vontade e inspirado que o oponente, ficou na ofensiva o tempo todo, e levou a discussão para a economia – campo em que as realizações de Obama são pífias.
 Romney se saiu bem
Questão: o quanto isso pode influir na eleição? Quero dizer: no favoritismo de Obama. Historicamente, debates têm uma influência limitada nos resultados das urnas. Quase todos os eleitores já sabem em quem vão votar. Fora isso, haverá ainda outros dois. As pesquisas pós-Denver darão uma idéia melhor do impacto do embate.
Obama parecia cansado. Os cabelos grisalhos são a testemunha visível de quanto lhe pesaram os quatro anos na Casa Branca. Romney, com seu ar de canastrão de novela, lembrou Ronald Reagan, que governou os Estados Unidos nos anos 1980, no desembaraço e na capacidade de falar platitudes como se fosse Platão.
Nos debates de quatro anos atrás, Obama era outro. Simbolizava a esperança de uma quase revolução nos Estados Unidos, depois dos trágicos dois mandatos de George W Bush.
As altas expectativas em torno dele o ajudaram então. Agora, pesam contra ele. Obama foi, numa palavra, uma enorme decepção. Na política interna, ou por impotência diante de um Congresso hostil ou por inépcia mesmo, não fez nada para mitigar a monstruosa concentração de renda nos Estados Unidos – da qual seu adversário Romney é um exemplo portentoso.
Na política externa, jogou tantas bombas nos países árabes quanto Bush. É patético que sua maior realização, aspas, tenha sido a execução a sangue frio de um Osaba bin Laden cego de um olho e desarmado por um grupo de atiradores de elite altamente armados.
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ESTRATÉGIA ERRADA
O drama americano está acima da capacidade de resolução de Obama ou Romney. Os Estados Unidos acabaram por se tornar uma superpotência que gasta muito mais do que pode para manter bases militares em todo o mundo.
Sua estratégia de hegemonia – como se vê no Oriente Médio – é à base de guerras, e isso fez os americanos serem quase que universalmente detestados e combatidos. O mito do “campeão do mundo livre” se desfez há muito tempo.
Os Estados Unidos vivem um declínio que se explica, em parte, num sistema político em que dois partidos tão diferentes, aspas, como Coca e Pepsi se revezam no poder sem que nada, no fundo, mude. Governos de ricos, por ricos e para ricos vão se sucedendo uns aos outros.
Em seu excelente livro “O Manifesto de Vermonte”, o economista americano Thomas Naylor, professor emérito da prestigiada Universidade Duke, definiu com precisão o quadro dos Estados Unidos.
Palavras de Naylor: “A única forma que a América tem de salvar a si mesma é se tornando menor, menos centralizada, menos poderosa, menos intrusiva, menos materialista, menos militarizada, menos violenta, mais democrática, e mais atenta aos interesses dos cidadãos e das pequenas comunidades. Grandes corporações, grandes partidos políticos, grandes sistemas de segurança e grandes estruturas militares, tudo isso é parte do problema. O Império está nu.”
Obama e Romney, parafraseando Naylor, são também eles parte do problema — não a solução.

A poesia singela e forte de Fernando Brant



O advogado e poeta mineiro Fernando Rocha Brant é um dos melhores letristas do país. Em “Maria, Maria” a singela beleza poética de Brant evoca uma personagem feminina de personalidade forte, chamada Maria, “que ri quando deve chorar e não vive, apenas aguenta” e que “mistura dor e alegria”.
Maria, que significa “senhora soberana” em hebraico, é um dos nomes femininos mais comuns em todo Brasil, e, portanto, a protagonista da canção pode estar representando todas as mulheres batalhadoras do país. Por outro lado, Maria é o nome da mãe biológica de Milton Nascimento, uma empregada doméstica que morreu quando ele tinha apenas quatro anos de idade, por este ponto de vista, Brant pode estar fazendo uma representação idealizada ou heróica da mesma. A protagonista da letra também pode ser uma alusão à personagem bíblica mãe de Jesus Cristo.
Originalmente, esta música não tinha letra e foi composta, em 1977, para o espetáculo de dança “Maria, Maria” do “Grupo Corpo” de Belo Horizonte (MG). A música com letra foi lançada no Lp Clube da Esquina 2, em 1978, pela gavadora EMI.
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MARIA, MARIA

Milton Nascimento e Fernando Brant
Maria, Maria é um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta
Maria, Maria é o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive apenas agüenta
Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo essa marca
Maria, Maria mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania de ter fé na vida
(Colaboração enviada pelo poeta Paulo Peres – site Poemas & Canções)

O Brasil e o protecionismo



Mauro Santayana
A Presidente Dilma Roussef voltou a enfrentar o protecionismo dos países desenvolvidos, durante o encontro da ASPA, cúpula América do Sul- Países Árabes, em Lima, no Peru.
Na segunda feira, o Brasil sofreu um ataque frontal e coordenado, da Europa, Japão, Estados Unidos e Austrália na OMC – Organização Mundial do Comércio, que reclamaram da redução do IPI só para empresas que fabriquem aqui, e da exigência de conteúdo local de 60% na implantação da plataforma 4G na telefonia celular.
O Japão é um ferrenho protecionista e os EUA perderam para o Brasil na OMC, nos subsídios aos seus plantadores de algodão e na imposição de tarifas contra as exportações brasileiras de suco de laranja.
Com a Europa ocorreu o mesmo, nos subsídios da UE à produção de açúcar, e em sua imposição de taxas sobre a importação de frangos do Brasil.
Na América Latina, a campanha contra o “protecionismo” brasileiro, tem sido movida pelo México, país a que o Brasil fixou o limite de cotas, há alguns meses, para a venda de automóveis ao Brasil.
A imprensa mexicana divulga que o Brasil assim decidiu porque a sua indústria automobilística seria mais moderna e competitiva do que a brasileira – o que não é verdade.
O México, com conteúdo “local” médio de apenas 35% em seus carros, apenas monta – devido aos seus baixos salários – peças de automóveis fabricadas em terceiros países, que o estavam usando para entrar com seus carros, sem pagar imposto, no Brasil.
E mesmo assim, só o faz – como ocorre com tudo o que “maquia” – porque conta com os EUA logo ali, do outro lado da fronteira, como destino para 90% de “suas” exportações.
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DEPENDÊNCIA
Infelizmente para nossos irmãos mexicanos, por causa de sua dependência ao mercado dos EUA, do turismo dos Estados Unidos, e das remessas de dólares de seus emigrantes, o México se transforma, cada vez mais, em extensão do espaço econômico norte-americano.
Com o Brasil, a situação é totalmente diferente. Vendemos, em parte mais ou menos iguais, de cerca de 20%, para a China, Estados Unidos, América do Sul, Europa e o resto do mundo. E somos o principal produtor ou exportador mundial de uma dúzia de commodities de primeira necessidade, e de produtos de alto conteúdo tecnológico, como aviões.
Aqui, o conteúdo local em automóveis é de 65%, na média, e o governo trabalha para que chegue a 70% até 2017. A nossa indústria automobilística não produz carros sofisticados. Produzimos carros preferencialmente para o nosso povo. Não visamos principalmente o mercado externo, como é o caso do México. Lá, como são montados carros top de linha, só uma minoria de cidadãos consegue comprar um carro zero feito em seu país.
Que os governos dessas nações posem de lobos vestidos de cordeiro, para distrair os seus povos da crise, é assunto deles. O que não se pode admitir é que brasileiros – como está ocorrendo com muitos – se deixem enganar e caíam nessa esparrela que estão querendo armar para o país

Desmotivação dos jovens em relação à política é tendência mundial, analisa cientista político



Alana Gandra (Agência Brasil)
Embora o número de eleitores aptos ao voto facultativo, com 16 e 17 anos de idade, tenha aumentado em relação à última eleição, em 2010, a percepção é que há um desinteresse dos jovens nessa faixa etária em relação à eleição deste ano. A avaliação é do cientista político Eurico de Lima Figueiredo, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Para ele, essa percepção não é só restrita ao Brasil.
“A desmotivação é mundial”, disse. “Parece que nós vivemos uma época em que os jovens encontram soluções que já estão dadas”, completou. Figueiredo acredita, no entanto, que principalmente agora, na Europa, haverá um recrudescimento da participação juvenil na tentativa de encontrar soluções para os novos problemas colocados pela crise econômica.
“A tradição mostra que são os jovens que mais reagem a situações de crise, inclusive porque eles trazem dentro de si o futuro e reconhecem nas situações críticas do presente o que não deve ser feito e o que precisa ser mudado”. No caso do Brasil, analisou que a última participação forte da juventude na política ocorreu com a geração dos “caras pintadas”, que foram às ruas pelo impeachment de Fernando Collor, da Presidência da República (1992).
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INDIVIDUALISMO
Por isso, reiterou que a desmotivação é uma tendência geral do mundo, que vive uma situação que, “para o jovem, é relativamente confortável”. Segundo o professor de pós-graduação em ciência política da UFF, há uma ideologia espalhada no ar, que se denomina pós-modernismo, onde se cultiva muito o individualismo, em vez das preocupações coletivas e sociais. E isso tudo influencia o comportamento juvenil. ”Por isso, não é de se estranhar que haja essa desmotivação”, declarou.
Vinicius de Sá Machado foge a essa regra. Morador de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, o estudante de 17 anos lamentou ter perdido o prazo para tirar o título de eleitor para poder votar no próximo domingo. Ele se definiu motivado. “Os candidatos todos despertam o interesse. Mas muitos prometem e não fazem nada”, disse à Agência Brasil. “Eu queria votar para ajudar a minha cidade”, acrescentou.

Charge do Duke (O Tempo)



Em 2012, o crescimento do PIB do Brasil só será maior do que o do Paraguai, diz Cepal



Sílvio Ribas (Correio Braziliense)
A Cepal — Comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) de pesquisa econômica e social para a América Latina e o Caribe — revisou para baixo as estimativas de crescimento na região, sobretudo do Brasil e da Argentina.
O relatório anual divulgado em Santiago do Chile, sede do órgão, previu uma expansão em 2012 de 1,6% para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas em um ano) brasileiro, a mesma anunciada na semana passada pelo Banco Central. No estudo preliminar, apresentado em junho, a alta prevista era de 2,7%. A Argentina, por sua vez, deverá fechar o ano com crescimento de 2%, ante 3,5% da previsão anterior, segundo a Cepal.
Com isso, o desempenho da economia brasileira será o segundo pior da América Latina neste ano, maior apenas que o do Paraguai, com estimativa de retração de 2%. Se incluir o Caribe, o pibinho do Brasil só ficaria à frente de cinco países em uma lista de 33.
“Estamos preocupados com os dados brasileiros e argentinos, que refletem o impacto do atual estágio da crise iniciada em 2008, com sérias perdas no comércio exterior”, comentou secretária-executiva da Cepal, Alicia Barcéna.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - Enquanto isso, no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o novo presidente Marcelo Nery, criador da classe média com renda mensal per capita de R$ 291,00, submete os índices da economia brasileira a uma espécie de tortura sistemológica, para chegar a resultado diferente e proclamar que estamos no melhor dos mundos.

Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)



No gueto, pensando



Percival Puggina
Eis que aos poucos se foi impondo em mim essa sensação de que vivo num gueto. Sim, sim, eu caminho com liberdade, circulo, falo, opino. Correspondo-me com muitos. Vocês me leem. Jornalistas me perguntam o que penso. Eu respondo. E mesmo assim, ou quem sabe por isso, habito um gueto. Somos muitos nas mesmas condições. Estamos contidos num sítio existencial bizarro, cujas bordas são tão invisíveis quanto sensíveis, onde milhões de brasileiros, provavelmente a maioria de nós, vamos perdendo relevância, minguando em cidadania e sendo suprimidos, até mesmo, do direito de expressar nossas opiniões.
A caçamba e a corda foram recolhidas. As instituições jazem no fundo do poço do descrédito. Do ministro do STF ao estudante da USP, do chanceler da República ao pagodeiro do Piauí, do ex-presidente ao menino birrento que trata a professora aos pontapés, perdeu-se a noção de limites. Mas não lhe passe pela cabeça, leitor, apontar causas para o que vê acontecer! Você acabará no gueto.
Repita então, em concordância bovina, que são sinais dos tempos. Preferivelmente, assuma a responsabilidade por tudo. Diga que foi o seu mundo que gerou esse mundo. Ataque a corrupção, mas não faça mais do que falar mal dela (ela se lubrifica com a saliva dos críticos). Toneladas de palavras, hectolitros de saliva. Mas não lhe passe pela cabeça apontar as causas. Jamais aponte causas ou ofereça critérios! Concorde prontamente quando disserem que ela sempre existiu e é igual em toda parte. Jamais mencione os vocábulos “verdades”, “princípios” e “valores”.
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IRRELEVÂNCIA
No Brasil que abre caminho no século 21, quem propuser algo relevante perderá importância. Observe os partidos políticos, por exemplo, e faça como eles. Aprenda a crescer com irrelevância. Quanto menos forem daquilo que deveriam ser, quanto menor seu conteúdo, mais importantes se tornam. Por isso estão fora do gueto. Os programas e ideários em torno dos quais se constituíram só cumprem fins higiênicos quando disponibilizados nos banheiros das sedes. Mas não ouse dizê-lo. E jamais sustente haver coisas que não se fazem porque o caminho dos princípios acaba no gueto.
As coisas de que a nação precisa são tão óbvias quanto incômodas. Por isso, a coerência se converte em vício constrangedor. O sujeito coerente é um antissocial, objeto de intrigas e maledicência. O caso do senador Demóstenes foi uma tragédia moral. Mas observe como ainda hoje ressoam gargalhadas de puro deleite. Não parecem vindas das profundezas do inferno?
Se não quiser vir para o gueto, livre-se de suas convicções. É óbvio que este país passa muito bem com pouco ou nenhum caráter, sem fé religiosa de qualquer espécie (à exceção da fé no grande demiurgo de Garanhuns), submissa à ditadura do politicamente correto, do pensamento fraco, da grosseria. É óbvio. Um país crescentemente macunaímico, cada vez mais canalha, precisa expurgar a virtude. Há que trancar a nação inteira no gueto, se isso for necessário para os arranjos do poder.
Depois que as li, ainda adolescente, jamais esqueci as palavras com que Cyrano de Bergerac defendeu o amor próprio. É uma lição inesquecível. E uma condenação. “O que queres que faça? Almoçar cada dia um sapo e não ter nojo? Trazer os joelhos encardidos? Exercitar a espinha em todos os sentidos? Gastar o próprio ventre a caminhar de bojo? Não, muito obrigado!”.

Quem é Caprilles, o adversário de Chávez



Jody McIntyre (Diário do Centro do Mundo)
A cobertura do Diário das eleições na Venezuela vai ser enriquecida com textos do jovem jornalista inglês Jody McIntyre, 21 anos. Jody, que vive atualmente em Caracas, na Venezuela, já escreveu artigos para jornais como o Guardian e o Independent, ambos ingleses.
Quem é Caprilles, o adversário de Chávez Capriles, o rival de Chávez
As eleições presidenciais são um verdadeiro evento nacional na Venezuela. Há comícios para assistir, declarações públicas e comunicados para a imprensa dos candidatos, minijornais contendo planos para os próximos 6 anos de governo e cada um tem uma opinião.
Em cada esquina, duas faces são predominantes: Hugo Chávez e seu principal adversário, Henrique Capriles Radonski. Chávez, corazon de mi patria. Coração do meu país. Capriles, feno un camino. Há um caminho. Aonde esse caminho vai nos levar, exatamente, não nos é dito.
Com apenas alguns dias para a votação, o candidato que lidera as pesquisas é Hugo Chavez, personagem maior que se tornou conhecido por suas declarações denunciando o imperialismo e a política externa dos EUA. Chávez ficou famoso por ter chamado George W Bush de “Sr Perigo” por suas políticas assassinas de invasão do Afeganistão e do Iraque.
E Capriles? A coalizão que ele representa não parece estar unida; duas semanas atrás, quatro organizações retiraram seu apoio ao candidato da oposição depois do vazamento de documentos que revelaram detalhes da agenda de sua política econômica. Mas o que são as suas principais metas políticas, e como ele irá comunicá-las ao povo venezuelano? Será que ele tem potencial para uma virada?
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CENTRO-ESQUERDA???
De acordo com artigos nos principais meios de comunicação ocidentais, Capriles pertence ao “centro-esquerda progressista”. De fato, esta parece ser a forma como ele tenta se apresentar aos eleitores. Em vez de atacar as misiones (os programas sociais) introduzidas pelo governo de Chávez para tentar resolver os problemas da saúde e educação, Capriles reconheceu a imensa popularidade que elas têm dentre os milhões de venezuelanos que a administram e se beneficiam dela. Então Capriles decidiu que, se eleito, vai mantê-las.
Se ao menos ele estivesse dizendo a verdade. Em 23 de agosto um documento interno da coalizão vazou para a mídia venezuelana. Nele, se soube que um programa social pelo qual o governo oferece produtos da cesta básica nos supermercados por uma fração de seu preço usual está sob risco; os subsídios à alimentação seriam reduzidos em 60 por cento nos próximos 3 anos. Um outro projeto governamental — construir dois milhões de casas para as camadas mais pobres — seria extinto.
Fiquei extremamente impressionado com o rápido e eficiente serviço de metrô de Caracas, no qual uma pessoa com deficiência como eu pode viajar de graça – assim como meu irmão, como alguém para me ajudar. Sob Capriles, no entanto, as viagens subsidiadas serão encerradas. Mesmo antes do vazamento dos documentos, estava difícil para os eleitores acreditarem na intenção de Capriles de manter as misiones, que nunca teriam existido sem as ações do governo Chavez.
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HISTÓRICO
Capriles tem um histórico de conflito com Chávez. Em 2002, durante o golpe que derrubou Chávez do poder por dois dias, Capriles era prefeito de Baruta, cidade de pouco mais de 300 mil habitantes que pertence à Grande Caracas. Em 12 de abril, a polícia de Baruta prendeu o Ministro do Interior de Chávez, Ramon Rodriguez Chacin. No mesmo dia, Capriles fez parte de um grupo em Baruta que atacou a embaixada de Cuba, cortando o fornecimento de água e eletricidade, destruindo veículos estacionados do lado de fora e recusando-se a permitir a saída do embaixador.
Chávez tem sido muitas vezes criticado por seus laços com o governo cubano, o que resultou em “atrocidades” como milhares de médicos cubanos oferecendo atendimento médico gratuito para os setores mais pobres da sociedade venezuelana. É claro que atacar uma embaixada de qualquer país é ilegal sob a lei internacional, mas Capriles alegou que ajudou a evitar mais violência. Depois de uma longa investigação e mais de uma prisão, ele foi anistiado pelo governo em dezembro de 2007.
Capriles está determinado a mandar sua mensagem. Hugo Chavez pode ter o Plano Carabobo, sua proposta para os próximos seis anos de revolução bolivariana, mas Capriles tem seu Plano Venezuela, e ele não parece que vai desistir sem lutar. Na verdade, é sobre isso que muitos estão preocupados.
Como uma vitória eleitoral para a oposição é improvável – uma pesquisa de opinião pública realizada entre agosto e a primeira semana de setembro deu a Chávez uma média de 51 por cento de apoio e a Capriles apenas 35 por cento -, existe entre os chavistas o receio de que a oposição pode decidir recusar-se a aceitar os resultados das urnas. Mas primeiro veremos, este domingo, o que elas – as urnas – dizem.

Dirceu não deve cumprir pena em regime fechado, diz colunista da Band News



Se for condenado no processo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não deve cumprir pena em regime fechado. As informações são da colunista da Bandnews FM, Mônica Bergamo.
Segundo o relato de um dos mais rigorosos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), Dirceu deve cumprir, no máximo, pena no regime semiaberto. Ou seja: poderia sair do presídio para trabalhar de dia e voltar para passar a noite.
A sentença não deve ultrapassar os oito anos e a legislação brasileira permite que apenas um sexto da pena seja cumprida dependendo de fatores como o comportamento do detento, por exemplo.

Charge do Sponholz



Pra que serve um vereador?


Este ano é preciso escolher um, então melhor pensar em como ele pode ajudá-lo

por César Cerqueira
Editora Globo
Créditos: Sendi Morais e O Silva
É ano bissexto, de Olimpíadas e de que mais mesmo? Ah, sim, eleições municipais. Isso significa que em 7 de outubro, além do prefeito você terá que escolher um vereador para uma das 57.429 cadeiras disponíveis nas câmaras dos municípios do Brasil. Mas se o prefeito e seus secretários planejam e coordenam toda a administração da cidade, o que sobra ao vereador, esse cargo que em 2012 será disputado por cerca de 440 mil pessoas? (Há mais candidatos a vereador do que a soma de budistas e judeus no Brasil segundo o Censo de 2010.)

A Constituição de 1988 ajudou a definir a função desses políticos, apontando suas competências genéricas. Segundo a Carta, as principais são legislar e fiscalizar. As leis que eles redigem e aprovam não podem contrariar as das esferas superiores (estadual e federal), mas podem regulamentar algumas coisas importantes, como restrições a fumo em locais fechados e regras para venda de carne moída. Mas outras nem tanto, como o nome novo daquela rua que você nem sabe que existe. Na área de fiscalização, cabe a eles acompanhar gastos do município, avaliar ações do prefeito e cobrar transparência. Além disso, eles devem atuar como administradores das próprias Câmaras, e às vezes até como juízes, ao processar e julgar o prefeito e os próprios colegas em caso de irregularidades. Isso é o que diz a lei.



No dia a dia, porém, a atividade que toma mais tempo dos vereadores é o atendimento de pedidos de indivíduos, comunidades e outros grupos de eleitores. Sabe aquelas faixas que dizem “Obrigado vereador Fulano por trazer o asfalto à comunidade da Vila Ribeirinha”? Pode ser asfalto, mas também pode ser emprego, remédio, óculos, dinheiro para pagar contas, material de construção. Ou seja, atender a demandas específicas e imediatas, sejam individuais ou coletivas. Isso é o que a maioria dos vereadores tenta fazer — até porque é justamente isso que os eleitores esperam dele.

Uma pesquisa publicada pelo Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) em 2009 mostra como um vereador da zona oeste do Rio construiu sua fama a partir da manutenção de “centros sociais” privados, com 80 funcionários cada um, que ofereciam desde cursos de lambaeróbica até consultas médicas e jurídicas. O Brasil está cheio de exemplos assim. E como essas atividades não estão proibidas em lei — ao menos fora do período eleitoral —, é complicado dizer se isso é certo ou errado.
“Medir o clientelismo, a troca de benefícios entre pessoas com diferentes níveis de poder, é muito difícil. A fronteira ética neste caso é muito borrada, porque por mais que isso possa ter uma conotação negativa, o vereador é importante como canal para resolver problemas pontuais da população”, diz Felix Lopez, cientista político do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Ele lembra que, afinal, esse é o representante político mais acessível ao cidadão comum.

“A maioria dos eleitores acha inadequado o vereador dizer: ‘Meu papel é legislar e fiscalizar e não vou fazer isso que você está pedindo’”, afirma Lopez, co-autor de um estudo que analisou em detalhes a rotina de vereadores de 12 cidades de Minas Gerais. Quando questionados sobre o que era mais importante em seu trabalho, 60% deles responderam que era “atender a pedidos individuais ou coletivos de eleitores” (veja à direita). Não por acaso, 44% deles disseram que essa era a atividade que mais ocupa seu tempo de trabalho.

No estudo, os autores apontam 3 fatores que ajudam a explicar esse perfil assistencialista do vereador. Um deles é a natureza quase amadora da gestão municipal brasileira, baseada em redes de contato pessoal. Outro seria o tamanho relativamente pequeno dos municípios do país — nos 89% com menos de 50 mil habitantes, não existe mesmo tanta coisa sobre o que legislar. Inclusive, a maior parte das câmaras nessas cidades só tem uma ou duas sessões por semana. A última explicação seria o poder reduzido desses políticos: questões importantes, como a definição do orçamento, acabam na mão dos prefeitos.


Para compensar e mostrar serviço na Câmara, os vereadores acabam sugerindo e aprovando um grande volume de leis que pouco ajudam a vida do cidadão. Uma análise dos 1.148 projetos aprovados na atual legislatura pelos vereadores de São Paulo, por exemplo, mostra que 63% deles servem apenas para mudar a denominação de ruas e logradouros ou criar datas comemorativas e homenagens.

Apesar de não afetar em nada a vida dos paulistanos — ou quem sabe até piorar a vida de quem tenta se localizar na metrópole —, isso é coisa séria na Câmara da cidade. Lá existem pelo menos 7 modalidades de honrarias: medalha Anchieta, diploma de gratidão, título de cidadão, medalha Tiradentes, diploma de reconhecimento, Salva de Prata e medalha civil municipal. Lembrando que essas homenagens também são muito úteis à manutenção de apoios políticos. Se você acha tudo isso um grande desperdício de dinheiro público, talvez seja melhor começar a pesquisar e escolher muito bem quem vai levar o seu voto de 5 dígitos.

Estudo aponta que homens carecas parecem mais masculinos



Quem aí acha que Walter White, de Breaking Bad, ficou com cara de machão depois de raspar o cabelo? // Crédito: Divulgação
Carecas, alegrai-vos! Uma nova pesquisa feita pela Universidade de Pensilvânia mostra que os pouca-telhas têm expressões mais masculinas – em outras palavras, cara de machão. Adjetivos usados para caracterizá-los foram ‘alto’, ‘dominante’ e ‘forte’. Mas antes de correr raspar a cabeleira, saiba disso: apesar de serem considerados mais masculinos, eles também foram chamados de menos atraentes.
Para chegar a essas conclusões, o cientista Albert Mannes (que, atenção, está perdendo os cabelos) conduziu três experimentos. No primeiro, 60 voluntários analisaram fotos de homens com idades próximas e que se vestiam da mesma forma – alguns com a cabeça completamente raspada, outros não. A ideia era que as pessoas apontassem quem parecia mais autoritário e dominante. Os carecas foram os campeões.
No segundo experimento, os voluntários deveriam analisar fotos de quatro homens. As imagens eram mostradas rapidamente e cada homem tinha duas fotos – uma com cabelo e a outra com as madeixas removidas pelo Photoshop. Dessa vez os carecas foram chamados não só de dominantes, mas de mais altos e mais fortes.
A última parte do estudo não usou imagens, mas descreveu personagens usando os mesmos adjetivos – só que um dos personagens era Walter White careca e o outro cabeludo. Novamente, o careca foi considerado mais durão, mesmo tendo a mesma personalidade que o outro.
Só que há uma pegadinha: os carecas durões do estudo eram aqueles que optavam por raspar seu cabelo, não aqueles que cuja ‘testa está ficando maior’. Esses, na verdade, foram considerados menos masculinos que todos. Mannes teoriza que isso acontece porque raspar seu cabelo é um ato de coragem e desprendimento. Então a dica do cientista é raspar a cabeça, mas só se você já estiver com falhas ou entradas.
E você, o que acha dos carecas? Comente! E, se você é um deles, deixe nos comentários a sua percepção sobre a reação das pessoas com quem você convive.
Estudo via io9

Ouça a música da cantora Adele para o filme 007 – Operação Skyfall



Apenas alguns dias após Adele ter anunciado que faria parte da trilha sonora do próximo longa de James Bond007 – Operação Skyfall, a MGM, a Sony e a EON Productionsdivulgaram a música-tema do 23º filme do 007.
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O filme dirigido por Sam Mendes, traz Daniel Craig como o agente secreto e ainda conta com Javier BardemBérénice MarloheNaomie HarrisRalph FiennesJudie DenchBen WhishawOla RapaceHelen McCroryTonia Sotiropoulou e Albert Finney. Enquanto 007 – Operação Skyfall não chega aos cinemas (a produção está prevista para estrear no dia 26 de outubro no Brasil), aproveite para ouvir a música gravada pela britânica Adele abaixo:
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_FonteSlash Film




Dia de não esquecer, por Miriam Leitão



Miriam Leitão, O Globo
A lógica era cortante, mas a voz traía a emoção. A palavra “infelizmente” foi repetida. A ministra Rosa Weber votou de forma implacável, mas admitiu: “A maior tristeza da minha alma.” Sua face pública estava exposta na dureza do voto; sua emoção, implícita nos gestos e voz. E assim ela condenou José Dirceu e José Genoíno por corrupção. “É como voto, senhor presidente.”
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski defendeu o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de forma mais eficiente que o próprio advogado do réu. O que atrapalhou o voto foram suas próprias palavras quando condenou outros réus ou quando escolheu argumentos que se chocavam com o que dissera minutos antes.
Rosa Weber e Luiz Fux acompanharam o voto do relator Joaquim Barbosa, que condenou oito dos réus neste capítulo. O ministro Fux disse que juntou no voto 14 “elementos probatórios” contra José Dirceu. Lewandowski rebateu um deles. O da reunião no hotel Ouro Minas entre o então ministro Dirceu e a presidente do Banco Rural, Kátia Rabello.
Fux disse que Kátia admitiu em juízo que eles conversaram sobre o Banco Mercantil de Pernambuco. Lewandowski discordou. Disse que Kátia disse em juízo que a mulher de Marcos Valério, Renilda, não dissera a verdade quando contou na CPI que na reunião se falou dos empréstimos ao PT.
Na verdade, o empréstimo era uma coisa; o Banco Mercantil era outra. Pior. Os empréstimos foram estranhos, mas o outro caso era ainda mais indevido. Por 17 vezes o publicitário Marcos Valério foi ao Banco Central pressionar por uma solução que daria aos donos do banco muito mais lucro do que o valor do crédito.
Enquanto Kátia Rabello se reunia com José Dirceu, os donos do Banco Mercantil de Pernambuco processavam o Banco Central. O Rural tinha 22% do banco em liquidação desde o Proer. O que queriam era mudar o fator de correção da dívida. Isso faria um banco quebrado virar um bom ativo.
Lewandowski condenou Marcos Valério e Delúbio Soares e vários outros. Disse que comungava com o voto do relator ao definir “o modus operandi do núcleo publicitário”, lembrou que “para a caracterização do crime basta estar na esfera de atribuição do funcionário público”. Admitiu até que “a prova da entrega da vantagem indevida ficou evidenciada”.
Para ele, o tesoureiro do partido e o publicitário cometeram crimes e distribuíram vantagem indevida. Mas José Genoíno nada soube porque era apenas o articulador político, e José Dirceu já havia “abandonado as lides partidárias”.
Lewandowski acha que as acusações feitas por Roberto Jefferson devem ser desprezadas porque ele é “inimigo figadal” de José Dirceu. Mas todos os depoimentos dos amigos foram aceitos ao pé da letra.
O ministro argumentou que “nós juízes temos que julgar de acordo com o que está aqui nos autos”. E depois usou como argumentos entrevistas concedidas aos jornais.
Lewandowski disse que a defesa demonstrou de forma torrencial que “Delúbio jamais agiu sob as ordens de José Dirceu”. Segundo ele, o chefe da Casa Civil sequer negociou a aprovação das reformas políticas, mesmo sendo o ministro político. Tudo do que se acusa Dirceu seria, na opinião do revisor, “meras ilações”.
Coube a Rosa Weber afirmar que aquela interpretação dos fatos era “implausível, com todo o respeito”. Segundo ela, as provas mostram acima de qualquer dúvida razoável que “houve conluio para a compra de votos” e que foi “decidida pelo núcleo político e executada pelo núcleo operacional”. Lamentou de novo o voto que daria, mas explicou que precisava “pôr a cabeça no travesseiro”.