terça-feira, 31 de julho de 2012

Dez observações sobre o mensalão



José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno, 3 dos 38 réus de um julgamento nem todo técnico, nem todo político, mas que trará consequências ao País, ao STF, ao Congresso, ao Governo Federal e às eleições de outubro
José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno, 3 dos 38 réus de um julgamento nem todo técnico, nem todo político, mas que trará consequências ao País, ao STF, ao Congresso, ao Governo Federal e às eleições de outubro
Muito boa esta nota publicada no blog Política & Economia na Real, do jornalista José Márcio Mendonça e do economista Francisco Petros:

DEZ OBSERVAÇÕES SOBRE O “MENSALÃO”
A partir desta semana e, provavelmente, até o final de agosto, o noticiário estará recheado de notícias sobre o julgamento dos 38 réus acusados de um esquema de financiamento eleitoral, apoio partidário, tráfico de influência e tantos outros fatos – a Ação Penal 470.
Não estamos relacionando “tipos penais”, mas traduzindo a percepção que os crimes trazem à população. A despeito da importância do julgamento, relacionamos alguns aspectos que devem ser levados em consideração na análise da política e da economia. Vejamos:
1. É muitíssimo improvável que o julgamento influencie o andamento do mercado financeiro e de capital, a economia e os negócios;
2. O governo Dilma não se envolverá em nenhum aspecto do julgamento. O Congresso se envolverá e muito. Pode haver paralisia legislativa, motivada pelas eleições e pelo mensalão;
Gilmar Mendes tem um passado de respeito ao Judiciário, Lula tem o oposto, e o ex-ministro Nelson Jobim acabou por piorar uma situação já insustentável.
Encontro entre Gilmar Mendes, Lula e Nelson Jobim ainda carece explicação
3. Nenhum dos réus que serão julgados tem atualmente influência junto ao governo Federal, exceto em certas áreas de interesses específicas, como é o caso do ex-ministro José Dirceu;
4. A credibilidade do STF será testada, mas não de uma forma especial. Já houve casos em que o STF contrariou a opinião pública e sua credibilidade não foi “testada” no sentido que alguns dão à palavra;
5. A credibilidade de alguns ministros do STF será testada, principalmente aqueles que tenham impedimentos relativamente ao caso;
6. O julgamento do mensalão não é nem essencialmente político e nem essencialmente “técnico”. Está revestido de múltiplos aspectos que lhe dão uma conotação “especial”, “mista”, o que desfavorece prognósticos razoáveis;
7. A imprensa estrangeira fará cerrada cobertura do julgamento e pautará a imagem do país mundo afora;
8. O PT sofrerá os efeitos políticos do julgamento, sobretudo por ser o partido do establishment político atual;
Outro encontro ainda inexplicado é o ocorrido entre Paulo Okamoto, ligado à Lula, com Marcos Valério, a figura-mestra no esquema de financiamento do mensalão
Outro encontro ainda não explicado é o ocorrido entre Paulo Okamoto, muito ligado a Lula, com Marcos Valério, a figura-mestra no esquema de financiamento do mensalão
9. O resultado do julgamento e sua forma de condução farão jurisprudência relevante em casos relevantes no futuro e/ou a “competência originária” do STF será revista;
10. Ainda estão sem explicações a reunião de Nelson Jobim, Gilmar Mendes e Lula antes do mensalão, bem como o encontro de Paulo Okamoto, ligado à Lula, com Marcos Valério, a figura-mestra no esquema de financiamento do mensalão.
Que influência terão no julgamento ?

J. R. Guzzo: Cinco perguntas — que deveriam ser enviadas ao Ministério de Perguntas Cretinas, pois é assim que elas são vistas pelo governo



Onde vai parar todo o dinheiro oriundo de corrupção, como esse montante, dos "aloprados"?
Onde vai parar todo o dinheiro oriundo de corrupção, como esse montante, dos "aloprados"?
(Publicado na VEJA que está nas bancas)
J. R. Guzzo
J. R. Guzzo
Pede-se às altas autoridades brasileiras, respeitosamente, a cortesia de responder às perguntas feitas nas linhas abaixo, por serem de possível interesse do público.

O que a Receita Federal faz em relação a esses
pacotes de dinheiro vivo que políticos e funcionários do governo vivem enfiando nos bolsos e bolsas? A Polícia Federal e o Ministério Público, a esta altura, já poderiam ter montado uma cinemateca inteira com os vídeos que registram essas cenas.
Nunca acontece nada de sério com os indivíduos flagrados metendo a mão na massa, é claro.
Mas como fica a sua situação perante o Fisco? Ninguém pode negar que recebeu, pois há prova filmada de que todos receberam.
O que colocam, então, em suas declarações de renda? Se não declaram nem indicam a fonte pagadora, estão praticando sonegação. Se declaram e pagam o imposto devido, a Receita poderia ser acusada de estar cometendo crime de receptação, por receber parte de bens roubados. Como é que fica?

Alguém no Itamarary poderia informar por que
o Brasil tem embaixadas no Azerbaijão, Mali, Timor-Leste, Guiné Equatorial, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, Botsuana, Nepal, Barbados e outros lugares assim? Seria possível citar algum caso em que alguma dessas embaixadas fez alguma coisa de útil para os contribuintes brasileiros?
Daria para descrever, digamos, uma jornada de trabalho do embaixador brasileiro no Mali? A que horas ele chega ao serviço – e, a partir daí, fica fazendo o quê, até voltar para casa? Seria bom, também, saber até onde o Itamaraty quer chegar.
Quando teremos uma embaixada em Tuvalu? E se tivermos, o que fará o embaixador?
Quando teremos uma embaixada em Tuvalu? E se tivermos, o que fará o embaixador?
Pelas últimas contas, parece que existem hoje 193 países no mundo, e o Brasil só tem 126 embaixadas; faltam mais 67. portanto. A dura verdade é que não temos nada, por exemplo, na Micronésia, em Kiribati ou em Tuvalu. Vamos ter?

Por que, e principalmente por ordem de quem, o dr. Juquinha, ou José Francisco das Neves, ficou oito anos inteiros, de 2003 a 2011, num cargo-chave do programa nacional de ferrovias?
Já é chato, para uma Grande Potência, como quer ser o Brasil, ter na sua alta gerência um cidadão que se faz chamar de “dr. Juquinha”. Mas o problema, mesmo, é que o homem saiu dali quase diretamente para o xadrez, acusado de acumular durante sua passagem pelo governo um patrimônio pessoal de 60 milhões de reais.
Ninguém quis saber, durante 8 anos, quis saber como o dr. Juquinha enriquecia, a ferrovia não andava e a obra ficava cada vez mais cara
"Ninguém quis saber, durante 8 anos, como o dr. Juquinha enriquecia, a ferrovia não andava e a obra ficava cada vez mais cara?"
A principal obra sob a sua responsabilidade, a “Ferrovia Norte-Sul”, pagou as empreiteiras um “sobrepreço” de 100 milhões, só no trecho de Goiás. Ninguém, durante esse tempo todo, quis saber como o dr. Juquinha enriquecia, a ferrovia não andava e a obra ficava cada vez mais cara?

Qual o destino da montanha de papel que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, obriga as 60.000 farmácias brasileiras a acumular todo santo dia?
O que a Anvisa faz com as pilhas de documentos diárias, vindas das 60000 farmácias?
O que a Anvisa faz com as pilhas de documentos diárias, vindas das 60.000 farmácias?
Basta uma continha rápida para perceber a prodigiosa quantidade de entulho que elas juntam na forma de receitas retidas, fotocopiadas, carimbadas no verso, preenchidas a mão pelo balconista etc. Sabe-se que hoje as farmácias têm de manter “livros de escrituração manual” e que há, para o futuro, a promessa de um sistema “eletrônico”.
E no momento? A Anvisa verifica, um a um, cada papel desses? O que faz com eles? Ainda no tema: como é possível, segundo informou há pouco a revista EXAME, que 1.250 pedidos de compra de equipamentos hospitalares de última geração, críticos para salvar vidas, estejam retidos hoje pela agência, que não autoriza sua entrada no Brasil?

Como a empreiteira Delta se tornou a maior construtora de obras do PAC?
Suas atividades, como se vem apontando há pelo menos cinco anos, cobrem o Código Penal de uma ponta à outra – está metida em corrupção, fraude, falsificação, desvio de verbas, superfaturamento, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, criação de empresas-laranja e por aí afora.
Só no ano passado, apesar de toda essa folha corrida, recebeu quase 900 milhões do governo federal. Será que a presidente Dilma Rousseff, nestes seus dezoito meses no cargo, nunca teve a curiosidade, nem por um instante, de saber quem era a empreiteira número 1 do seu PAC, do qual é a própria mãe?
Como a empreiteira Delta se tornou a maior construtora de obras do PAC?
"Como é que a empreiteira Delta se tornou a maior construtora de obras do PAC?"
Por que o PT e o governo fazem tanta força para que o dono da empresa, Fernando Cavendish, não seja interrogado no Congresso, como se guardasse o Terceiro Segredo de Fátima?

Estas cinco indagações, e tantas outras, deveriam ser enviadas ao Ministério de Perguntas Cretinas, pois é exatamente assim que todas elas são vistas pelo governo. Mas esse ministério só existiu na imaginação de Millôr Fernandes; está fazendo uma falta danada, entre os quase quarenta do Brasil Grande de hoje.

Céu e inferno



por Cristiana Lôbo |


Levantar R$ 100 mil reais não deverá ser um problema para Andressa Mendonça. Afinal, se conseguir vender o relógio Rolex que tem no pulso e mais algumas bolsas de grife e jóias, vai superar esta marca estabelecida pela Justiça de Goiás para pagar a fiança exigida depois da denúncia de chantagem ao juiz do caso Cachoeira, em Goiás.




A questão é outra. Depois dessa visita ao juiz Alderico Rocha Santos, a quem teria falado em um dossiê contra ele, Andressa mudou de posição do tabuleiro: de mocinha do interior, de beleza suave, ela passou a ser peça da quadrilha do bicheiro. A denúncia do juiz, apoiada pelo Ministério Público, é a de que Andressa tentou chantagear o juiz para obter a liberdade para o chefe e marido. Isso é crime.
Nas dezenas de entrevistas que concedeu à imprensa em Goiás, nas idas e vindas à Justiça, Andressa disse:
- Nós somos cúmplices…
O repórter, imediatamente, replicou a pergunta:
- Em tudo?
- E ela se esquivou:
- No amor.
Mas, agora, depois dessa denúncia de que Andressa cometeu crime de tentativa de chantagem, ela passa a ser peça na investigação. E deixa a condição de musa da CPI do Cachoeira para assumir outro papel. Um papel mais ativo na organização. Passível de punição.

Flagrantes da entrada da Venezuela no Mercosul



por Gerson Camarotti |
categoria DiplomaciaMercosul
Veja abaixo imagens do fotógrafo Orlando Brito durante a reunião de cúpula que selou o ingresso da Venezuela no Mercosul. Nos flagrantes feitos no Palácio do Planalto, chama atenção a proximidade entre os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Argentina, Cristina Kirchner.


 (Fotos: Orlando Brito)

CNJ doa a 11 Estados aeronaves apreendidas por tráfico de drogas, e helicópteros serão usados por tribunais estaduais e por Forças de Segurança Pública



Aviões que serviram ao tráfico de drogas vão ser usados para a segurança de 11 Estados brasileiros. A entrega foi feita por Eliana Calmon, corregedora de Justiça  (Foto: Wilson Dias/ABr )

A corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, entregou, nesta segunda-feira (30), 16 aeronaves de pequeno porte, apreendidas por tráfico de drogas, para uso compartilhado do Poder Judiciário e das Forças de Segurança Pública de 11 Estados brasileiros. ...

Segundo o portal G1, Acre, Bahia, Maranhão, Piauí. Paraná, Rondônia e Tocantins receberão um avião cada. Amazonas, Mato Grosso e Pará terão duas aeronaves e o Mato Grosso do Sul, três.

"Mais do que dar utilidade a bens que eram usados pelo crime organizado, a entrega dos aviões inaugura uma nova fonte de gestão", disse Eliana Calmon. Ela falou sobre a importância da parceria entre os órgãos públicos, como Anac, Infraero e Ministério da Justiça, para que as doações fossem concretizadas.

Ainda de acordo com o G1, a entrega das aeronaves faz parte do programa "Espaço Livre" que, além de agilizar a doação de aviões apreendidas pela Justiça, também visa remover dos aeroportos aeronaves que estão paradas e sucateadas, como o caso dos aviões da Vasp, que há anos estavam no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Fonte: Época.com com Agência Brasil - 31/07/2012

Construções dos Alpes suíços e italianos inspiram projeto de residência em Canela Residência de 264,29 metros quadrados de área está aninhada na mata nativa de um condomínio em Canela, ponto turístico do Rio Grande do Sul


Em uma casa confortável, o desejo de permanecer no seu interior deve ser instantâneo. Partindo dessa ideia de bem-estar, o engenheiro Libório Schlieper desenvolveu o projeto arquitetônico e a arquiteta Zaira Hoffmann Schlieper o de interiores desta residência de 264,29 metros quadrados de área, aninhada na mata nativa de um condomínio emCanelaserra do Rio Grande do Sul, com destaque para o conforto térmico.
Divulgação
Atuou no paisagismo Toni Backes, com o cuidado de preservar as araucárias nativas em seu projeto de criar um jardim de plantas esculturais. O desnível do terreno em relação à rua se manteve e facilitou a entrada lateral para carros sem interferir na fachada e na vista, um pedido dos donos.
Divulgação
Serviram de inspiração para definir o estilo arquitetônico as construções regionais de madeira aparente, telhado com caimento e beirais avançados dos Alpes suíços e italianos. Na estrutura resultante dessa vertente aplicada na Serra, as paredes externas são duplas e revestidas de chapas de poliestireno expandido entre o forro e as telhas.
Os vidros duplos e as telas anti-insetos nas esquadrias de PVC permitem que o jovem casal de proprietários desfrute da residência de lazer todo o ano. Além da calefação com caldeira à óleo, recursos como janelões e panos de vidro com orientação solar nascente permitem o aquecimento natural na maior parte do dia.
A fachada recebeu acabamento de reboco com aparência grosseira pintado de branco, que contrasta com a madeira aparente dos beirais, do deque e do segundo piso. Na chaminé da lareira, revestimento com pedra da colônia do tipo taipa, e, no telhado, sistema de telhas do tipo shingleaplicado sobre placas de compensado multilaminado naval completam o estilo serrano proposto. O toque de cor está no vermelho cereja dos espelhos do telhado.
Internamente, o coração da casa é um amplo ambiente social de 72 metros quadrados onde convivem simultaneamente sala de jantar, estar,cozinha/gourmeteria e churrasqueira. "Criamos ambientes integrados para a confraternização com familiares e amigos, mas que permitam momentos de privacidade", finaliza Zaira.
Área íntimaporcelanato foi a escolha para revestir o piso dos três banheiros das suítes da área íntima em função da durabilidade e praticidade na manutenção. Para um visualclean e suave, utilizou-se recurso de rebaixo de gesso com iluminação embutida sobre a pia e revestimentos de parede em tons como creme e fendi. Calefação com radiadores de parede e encanamento pelo chão que aquecem o piso garantem o conforto nos dias mais frios.
Divulgação

Empresas de aluguel de carros passarão por fusões


12:14, 31 DE JULY DE 2012 
FELIPE PATURY
 

As empresas de aluguel de carros passarão por um forte processo de fusão e as primeiras operações desse tipo devem ocorrer ainda neste ano.  A previsão é de Fábio Lewkowickz, presidente da Maestro, uma das duas empresas do setor a já ter recebido uma injeção de capital de terceiros. No ano passado, o fundo de investimento Stratus investiu R$ 55 milhões na Maestro. A outra empresa que recebeu capital foi a Unidas Rent a Car, que abrigou R$ 300 milhões. De acordo com Lewkowickz, a Maestro se movimenta para participar do processo de aquisições e que deve redundar na redução do número de empresas do setor. Hoje, há cerca de 2.000 operando nesse mercado.
Felipe Patury

Quanto tempo leva para se comprar uma casa no Brasil?


Por Mariana Ferronato


Compartilho abaixo um infográfico desenvolvido pela revista Exame em junho de 2012, que apresenta o tempo médio de trabalho necessário para se adquirir o imóvel mais barato do mercado. Em São Paulo, segundo a pesquisa, é necessário 23 meses de trabalho para se adquirir um imóvel no valor de U$ 38.936. Lembrando que o valor recebido deveria ir 100% para o imóvel, sem nenhum outro gasto, ou seja, o tempo é muitíssimo maior. 



Fonte: Exame

Para muito tempo


LUIZ GARCIA


No histórico julgamento em Nuremberg dos alemães criminosos de guerra, um argumento de defesa era usado por todos os réus: tinham apenas obedecido a ordens. Como alguns de nós ainda se lembram, a desculpa não colou em caso algum. 

Como devia ser. É tristemente curioso que essa defesa ainda seja usada. É o que está acontecendo em Brasília no Supremo Tribunal Federal, que no momento julga o processo do mensalão. Um dos réus, Delúbio Soares, tesoureiro do PT na época do escândalo, é acusado de administrar a arrecadação de empréstimos para pagar dívidas de campanha. Sua frágil defesa, segundo diz seu próprio advogado, é a de que ele nada decidia: apenas obedecia. 

Era o chamado mensalão. E não há qualquer dúvida que o dinheiro — mais de R$ 55 milhões — foi generosa e habilmente administrado. Isto é, pagou dívidas e fortaleceu alianças entre o PT e partidos amigos. 

Em outras palavras — mais duras e mais claras — o partido simplesmente comprou alianças no grande mercado político nacional. Alianças compradas cheiram mal em qualquer mercado. E, muito provavelmente, o partido de Lula não é o único que se entrega a essa feia prática. Mas, como é o único apanhado em delito flagrante, só dele podemos falar. E também apenas dele está tratando a Justiça, em processo que corre no STF. Imitando a defesa dos réus de Nuremberg, o advogado de Delúbio, Arnaldo Malheiros Filho, afirmou que seu cliente apenas cumpria decisões colegiadas da Executiva do PT. José Genoino, que presidia o partido no tempo do mensalão, alega, por sua vez, que só cuidava de política: questões financeiras seriam responsabilidade exclusiva de Delúbio. José Dirceu, outro manda-chuva petista, tem o mesmo argumento: cuidava de política, não de dinheiro. Acredita quem quiser. 

O julgamento do STF tem extraordinária importância. Não apenas porque levará ao seu desfecho um dos maiores escândalos políticos dos últimos tempos. Mas também porque servirá de advertência para todo o universo político brasileiro. O mensalão foi uma invenção do PT e de seus aliados — mas o financiamento de projetos políticos por meios nada recomendáveis não é pecado praticado exclusivamente por petistas. Longe disso, muito longe.
Genoino diz que só presidia. Delúbio conta que tratava das finanças. E Dirceu alega que só cuidava de política, não de dinheiro. Acredita quem quiser.
Se o Judiciário quiser — e provavelmente assim será — temos Nuremberg para muito tempo.
Publicado no Globo de hoje.

Inflação: economista explica alta do IGP-M em julho



A FGV divulgou hoje que a inflação medida pelo IGP-M apresentou alta de 1,34% em julho, acelerando em relação ao registrado em junho (0,66%) e no mesmo mês do ano passado (-0,12%). Com esse resultado, que ficou acima do previsto pelos analistas, o acumulado em 12 meses pulou de 5,14% para 6,99%, uma variação de 1,85 ponto percentual, a maior desde junho de 2008, segundo o economista Luis Otavio de Souza Leal, do banco ABC Brasil.
Ele explicou que a alta dos preços dos produtos agrícolas e industriais no atacado estão por trás desse aumento do IGP-M. No primeiro caso, a pressão vem dos grãos, como soja e milho, e por alguns alimentos in natura, como o tomate, que subiu 93,12%; no segundo caso, o aumento dos combustíveis mais que compensou a queda do IPI dos automóveis, de acordo com o economista.
- Com essas pressões, o primeiro acabou subindo 3,91%, a maior variação desde novembro de 2010, enquanto o segundo chegou a 1,05%. Para agosto, é esperada alguma descompressão do IPA agrícola, mais pela queda acentuada dos alimentos in natura do que dos grãos que, na melhor das hipóteses, vão simplesmente parar de subir. Entretanto, o IPA industrial deverá voltar a se acelerar devido ao aumento do diesel. Pelo lado do IPC, deveremos vem um resultado muito próximo dos 0,25% apurados agora, com o impacto de qualquer redução das tarifas de energia elétrica só refletindo no índice a partir de setembro - explica Leal.

O que representa a entrada da Venezuela no Mercosul



A entrada da Venezuela no Mercosul será chancelada hoje. Ontem, Hugo Chávez chegou ao Brasil com a filha. Aliás, ele está carregando a filha para todos os lados porque quer fazer dela sua herdeira política.
Do ponto de vista político, é uma fratura exposta no Mercosul, porque está desrespeitando a regra da unanimidade. Todos os membros têm de dizer sim, mas aquele que estava dizendo não, o Paraguai, foi suspenso. Esse país, aliás, desrepeitou a regra democrática, mas Chávez a desrespeita sistematicamente. Aceitar a Venezuela é uma contradição insanável.
Do ponto de vista da economia, quanto mais países entrarem no Mercosul, melhor, se não significar limitação para o Brasil. Cria-se musculatura. Seria bom fazer um grande bloco da América do Sul.
Toda a restrição que se faz à Venezuela é ao governante, que está há 13 anos, não ao país.
Nesse momento, por causa dos erros cometidos pela política econômica de Hugo Chávez, a Venezuela tem capacidade de só exportar petróleo cru, e o Brasil precisa mais de gasolina. Chávez disse que pode exportar petróleo e comprar aviões da Embraer. O Brasil, hoje, tem um comércio favorável a ele.
A Venezuela, hoje, importa muito, porque desorganizou o setor produtivo com excesso de intervenção, controle de preços, estatizações. É uma economia importadora.
É um bom negócio estar do lado da Venezuela, do ponto de vista comercial e econômico; é bom para o Mercosul, que ganhou mais membros. Mas da perspectiva da política, ficou uma fratura exposta, como será quando o Paraguai voltar? Nessa parte, a questão ficou confusa. 

Ouçam aqui o comentário feito na CBN

Muito mais que descortês, por Miriam Leitão



As declarações do ministro Aldo Rebelo sobre o fato de a ex-ministra Marina Silva ter carregado a bandeira olímpica poderiam ser apenas mais uma exibição dos maus modos do ministro, ou de suas esquisitices. Mas foi pior do que isso. Sua fala pública e a de outros nos bastidores mostram que eles confundem país com governo, o que é comum apenas em regimes autoritários.
O mal estar gerado por algo que deveria ser visto como um motivo de orgulho foi mais significativo do que pode parecer. É autoritarismo o que está implícito na ideia de que só governistas podem representar o país, suas causas, suas lutas. Era comum no regime militar essa mistura entre o permanente e o transitório, essa apropriação do simbolismo da pátria pelos governantes. É também falta de compreensão do que é o espírito olímpico: a boa vontade que prevalece sobre as diferenças. Foi por isso que os escolhidos representavam o combate à pobreza, a luta por justiça, os pacificadores, o esforço de convivência entre povos, a preservação da Terra.
Quem o ministro gostaria que fosse o símbolo da proteção da floresta? Ele e seu projeto de Código Florestal que permitia mais desmatamento? Marina dedicou a vida a essa causa, desde o início de sua militância com Chico Mendes. Esse é um fato da vida.
“A Marina sempre teve boas relações com a aristocracia europeia. Não podemos determinar quem a Casa Real vai convidar, fazer o quê?”, disse o ministro dos Esportes. Nisso revelou que desconhecia os fatos, as regras de etiqueta, a lógica da festa, o simbolismo da bandeira olímpica, o que o governo inglês pretendia com a abertura e até quem é responsável por organizar a festa. Obviamente, não é a Casa Real.
Isso é mais espantoso, porque o Brasil é o próximo país a receber uma Olimpíada e a preparação já está em andamento. Se essa pequenez exibida na declaração do ministro tiver seguidores, o Brasil fará uma festa governamental. Outro integrante do governo comparou a escolha de Marina ao desfile de um trabalhista na frente de um governo conservador. A espantosa confusão não é exclusividade do ministro, é feita por outros graduados funcionários. Outros concordaram com essa canhestra interpretação. A demonstração de desagrado do governo brasileiro foi tão evidente que o representante inglês se sentiu obrigado a lembrar aos jornalistas o óbvio: a escolha não foi política, porque este não é o momento.
O governo poderia interpretar os fatos como os fatos são. O Brasil é detentor da maior fatia da floresta com maior biodiversidade do planeta. É o segundo país em cobertura florestal do mundo. O primeiro é a Rússia, que não tem a mesma riqueza de espécies. Nem de longe. A escolha de uma brasileira demonstra esse reconhecimento de que, numa causa estratégica para o século XXI, o Brasil tem destaque.
Marina mostrou que tinha entendido exatamente o que tudo aquilo representou. Fez declarações delicadas e com noção da grandeza do momento. O incidente não é apenas uma descortesia à Marina, mas uma demonstração de falta de capacidade de compreensão do espírito olímpico por parte dos governantes do país que organizará a próxima Olimpíada.
Autoridades que falaram aos jornalistas, com o compromisso de não divulgação de seus nomes, explicaram por que estavam amuadas: não foram avisadas. Como a ex-ministra disse, os organizadores pediram que não divulgasse a informação. Ela fez isso. Até a presidente Dilma deu uma nota fora do tom ao dizer que “o Brasil fará melhor" na festa de abertura. “Vai levar uma escola de samba e abafar”. A hora era de elogiar a festa de Londres e entender a complexidade da preparação da abertura de uma Olimpíada. Não basta chamar uma escola de samba.

Crédito Imobiliário: Coldwell Banker anuncia que investirá R$ 17 milhões no Brasil



Recursos serão aplicados ao longo dos próximos cinco anos. Gigante americana do setor de franquia imobiliária chega ao país.

Na foto, os investidores portugueses
Vitor Patacas, António Lourenço e
Jorge Paulo Fernandes
(Foto: Darlan Alvarenga/G1)
  A gigante norte-americana do setor de franquia imobiliária Coldwell Banker anunciou nesta segunda-feira (30) que pretende investir R$ 17 milhões no Brasil nos próximos cinco anos. Fundada em 1906, a marca está presente em 51 países e conta com cerca de 3.100 franqueados e 85 mil corretores de imóveis no mundo.

 A rede chega ao mercado brasileiro com o objetivo de participar da expansão do mercado imobiliário no país, bem como do setor de franquias. “Acreditamos que a marca tem um grande potencial para se estabelecer no país, considerando que o mercado imobiliário brasileiro continua em franco crescimento”, diz, em comunicado, Vitor Patacas, diretor-executivo da Coldwell Banker no Brasil.

A marca inicia suas operações no país com a expectativa de gerar um volume de vendas de R$ 10 bilhões até 2017. A empresa se anuncia como a rede de franquias imobiliárias com maior volume de vendas nos Estados Unidos, com US$ 153 bilhões comercializados em 2011.

Os investidores da operação no Brasil são três sócios portugueses que adquiriram a franquia master da marca para o país. O sócio majoritário é António Lourenço, que possui negócios em Portugal e Angola, e que já atua há cerca de 5 anos no mercado imobiliário em Fortaleza e Ilhéus. “Viemos para ficar. Avaliamos que o mercado imobiliário brasileiro ainda está muito carente em termos de tecnologia e treinamento de corretores”, disse o presidente da Coldwell Banker Brasil.

Os seus parceiros no investimento são Vitor Patacas e Jorge Paulo Fernandes, que estão no Brasil desde fevereiro e atuarão, respectivamente, como diretor-executivo e diretor financeiro da empresa.

Metas de expansão


Em entrevista nesta segunda-feira, os executivos afirmaram que a meta é abrir 350 franquias no país em 5 anos. Neste fase inicial, a prioridade será encontrar parceiros locais para atuarem como franqueados regionais. Com taxa de franquia de R$ 30 mil, a abertura de uma unidade da rede tem investimento total estimado a partir de R$ 60,7 mil.

“Nossa ideia é crescer inicialmente no Sudeste e Sul, mas já temos interessados também no Nordeste”, diz Guilherme Carnicelli, diretor de expansão da marca.

No estado de São Paulo, a ideia é atuar com ao menos 8 desenvolvedores locais, que serão os responsáveis pela expansão do número de unidades. O valor do investimento para uma franquia regional sai a partir de R$ 500 mil.

O mercado de franquia imobiliária ainda é novo no Brasil e representa, segundo os executivos, menos de 1% do volume de vendas.

Para fortalecer esse mercado e conquistar tanto novos empreendedores como clientes, a Coldwell Banker aposta na força internacional da marca e nas ferramentas tecnológicas desenvolvidos pelo grupo, que permitem que a busca pelo imóvel seja feita diretamente pela internet em sistemas integrados com o Google Maps e com redes sociais.

“No Brasil, a internet já é o principal instrumento de busca de imóveis e no mundo todo o sistema de franquia imobiliária vem se mostrando como uma forma natural de evolução do mercado em termos de compartilhamento de informação e qualidsade”, diz Carnicelli.

Fonte: G1

Caso Décio Sá: Policial federal estaria ligado a agiotagem, diz Delegada que promete mais prisões



Posted: 31 Jul 2012 10:12 AM PDT
G1 MA e TV Mirante

O policial federal citado no inquérito sobre a morte do jornalista Décio Sá, ocorrida em abril deste ano, não teria ligação com o assassinato, segundo a delegada geral de Polícia Civil, Cristina Meneses.

A delegada afirmou que o policial deve ser investigado por suspeita de envolvimento com os casos de agiotagem praticados pela mesma quadrilha, que teria planejado o assassinato. Depois de quase cem dias de investigação, um relatório deve ser entregue à Justiça até a segunda semana de agosto.


As confissões do assassino Jhonatan Sousa acabarram revelando uma rede de agiotagem com atuação no Maranhão e no Piauí. De acordo com a polícia, a quadrilha emprestava dinheiro a políticos com juros bem altos e o pagamento era feito com recursos públicos.

As investigações ainda apontam para a participação de um policial federal. Quanto ao assassinato de Décio Sá, seis pessoas estão presas e ainda tem mais duas foragidas. A polícia considera o caso encerrado, tudo esclarecido. Mas em relação à rede de agiotagem, a delegada geral acredita na possibilidade de novos mandados de prisão, em um esquema que não dá pra medir o prejuízo.

OBRA-PRIMA DO DIA - CATEDRAIS BIZANTINAS Arquitetura - Catedral de São Vladimir (1882)



A Catedral de São Vladimir, em Kiev, capital da Ucrânia, é a catedral mãe da Igreja Ortodoxa Ucraniana. Erguida para comemorar os 900 anos do batizado do príncipe russo Vladimir, o Grande de Kiev, foi feita com doações de todo o povo russo.
Kiev era então uma das cidades mais importantes do Império Russo e seu santo padroeiro, São Vladimir, um santo venerado em todo o país. As doações começaram a ser captadas em 1852 e em 1859 já tinham em caixa mais de 100.000 rublos.
A planta é a tradicional das igrejas bizantinas, com três absides coroadas por sete cúpulas. A cúpula principal, onde se ergue a cruz, mede 49 metros. Mas é o interior multicolorido da igreja que mais chama a atenção. Mosaicos executados por mestres venezianos, afrescos criados por mestres-pintores, enriquecem sobremaneira a catedral.
O portão de entrada (foto acima) é ornamentado com esculturas em bronze de Santa Olga (a princesa Olga de Kiev) e de São Vladimir, contra um fundo azul.
O interior da igreja é deslumbrante. A luz difusa e o ouro nos mosaicos e nas imagens tornam o ambiente propício à meditação e à oração. Sempre imagino como seriam esses templos - de qualquer fé - antes da indústria do turismo...
O iconostasis, a parede ou biombo que separa o sacrário da nave principal, é esculpido em mármore branco de Carrara e como todos os iconostasis das catedrais russas, é o local de veneração dos santos ícones. A construção do edifício terminou em 1882, mas as pinturas só ficaram prontas em 1896.
A imagem da Santa Mãe de Deus no altar da abside principal impressiona pela austera beleza, sendo uma das obras-primas da pintura universal (foto abaixo). 
É de se notar que essa maravilha sobreviveu a duas guerras mundiais, uma longa revolução e uma guerra civil.

Kiev, Ucrânia

Qual verdade?, por Ateneia Feijó


POLÍTICA

Nestes tempos de bóson de Higgs ou “partícula de Deus”, os bate-papos cabeça sobre ciência versus religião parecem ter retornado às rodas de leigos apaixonados pela matéria. Na verdade, sempre existiu quem gostasse de imaginar partículas subatômicas a dançar na dimensão (ou dimensões?) deste mundo.
Seria para entender a “mente de Deus”? Misticamente ou como metáfora... Não importa. A curiosidade metafísica identifica o ser humano há milênios. Mesmo em épocas tenebrosas, como a vivida por Galileu no século XVII, quando a Igreja impunha o dogma de que o arquiteto divino colocara a Terra no centro do Universo.
Ainda hoje, dogmas são perigosos: religiosos, filosóficos ou políticos.
Em contrapartida, é possível encontrar gente inteligente trocando ideias sobre transcendência. Melhor ainda: de uma forma acessível a cidadãos comuns. Exemplo? O papo entre Frei Betto e o físico astrônomo Marcelo Gleiser, no livro “Conversa sobre a fé e a ciência” (lançado ano passado).
O religioso e o cientista agnóstico falam de tudo; de iniciação sexual a astroteologia. Sem deixar de reconhecer que, muito antes das ciências, as religiões já se propunham a contar a história da origem do cosmos e das pessoas.
Isso costuma confundir quem não percebe a convergência entre ciência e religião: as grandes perguntas! Mesmo que sejam cada qual com suas funções, essas perguntas são muito parecidas. Por quê? Porque todas acabam girando em torno do sentido da vida.
Além disso, bons cientistas e bons religiosos têm como objetivo eliminar o sofrimento humano. E a morte?
No livro, frei Betto confidencia que graças à fé tem esperança de sua morte não ser definitiva. Em cerimônias fúnebres, ele não usa a palavra morte e sim a palavra “transvivenciar”. Já Gleiser cita uma corrente de pensamento para a qual o envelhecimento é uma doença que pode ser curada. (Imortalidade?)
Cá com meus botões, o que somos? Um bando de moléculas, que são um bando de átomos, que são um bando de quarks e elétrons... E aí descobrem o bóson de Higgs, uma partícula fundamental para agregar matéria. O que virá daqui em diante?
Cientistas tentam desvendar os mistérios do Universo tentando desvendar o que somos e nunca se satisfazem. E os religiosos? É nas respostas que ciência e fé não se cruzam (são paralelas).
Em tempo. Andre Sznajder é o único físico brasileiro a participar da experiência do bóson de Higgs. Ah, “partícula de Deus” é apenas um apelido. Até porque o mundo não aguenta mais guerras santas.

Ateneia Feijó é jornalista

HUMOR A Charge do Amarildo




Escritório de Márcio Thomaz Bastos deixa o caso Cachoeira Está confirmada a saída de toda equipe, mas o fim do contrato ainda está sendo negociado




O ex-ministro Márcio Thomaz Bastos com Carlinhos Cachoeira, durante depoimento na CPI do Congresso Foto: Ailton de Freitas / O Globo
O ex-ministro Márcio Thomaz Bastos com Carlinhos Cachoeira, durante depoimento na CPI do CongressoAILTON DE FREITAS / O GLOBO
BRASÍLIA - O escritório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos deixa nesta terça-feira a defesa do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Foi confirmada a saída de toda equipe de advogados, mas ainda está sendo negociado o fim do contrato. O motivo não foi informado. Segundo a advogada Dora Cavalcanti, ouvida pela agência Reuters, a saída já estava combinada com a família de Cachoeira.
- Já estava acertado que nós deixaríamos a defesa depois dos depoimentos na Justiça de Goiânia - disse Dora.
Procurado, Márcio Tomaz Bastos não quis comentar o assunto:
- Não falo sobre isso –declarou.
Cachoeira prestou depoimento na 11ª Vara de Justiça de Goiás na semana passada, mas permaneceu calado. A advogada afirmou que não houve nenhum desentendimento entre o cliente e os defensores. Cachoeira, preso desde fevereiro em Brasília acusado de comandar uma rede de jogos ilegais, também é alvo de uma CPI no Congresso que apura suas ligações com políticos e empresários.
Dora Cavalcanti revelou que surpreendeu a equipe a atitude da mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, que tentou chantagear o juiz Alderico da Rocha Santos na semana passada.
- Nós ficamos surpresos com a atitude dela, mas isso não determinou a nossa saída, que já estava acertada com a família - explicou Dora.
Andressa foi detida pela Polícia Federal de Goiânia na segunda-feira para prestar explicações sobre a ameaça que fez ao magistrado. Ela teria dito ao juiz que um dossiê contra ele seria divulgado pela mídia se ele não determinasse a soltura de Cachoeira, que está preso em Brasília desde fevereiro. Por conta da ameaça, a Justiça determinou o pagamento de fiança de R$ 100 mil por parte de Andressa e a impediu de manter contato com pessoas denunciadas pela operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Com isso, ela não poderá visitar Cachoeira na prisão. A advogada não soube informar quem vai passar a compor a defesa de Cachoeira.
O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás já espera um atraso na decisão judicial sobre o caso, uma vez que a nova defesa jurídica a ser constituída por Cachoeira vai requerer um novo prazo para analisar os autos. Foram os advogados do escritório de Thomaz Bastos que participaram das audiências realizadas na Justiça Federal em Goiânia na semana passada. O processo está na fase de alegações finais, quase pronto para uma decisão do juiz federal Alderico Rocha Santos. Como os novos advogados de Cachoeira – ainda não constituídos oficialmente – terão de se inteirar sobre o processo, uma eventual sentença pode ser prorrogada.
Autoridades que atuam no caso acreditam que a saída do escritório de Thomaz Bastos pode ser mais uma estratégia do grupo de bicheiro, uma forma de ganhar tempo nesta fase final do processo em curso na Justiça Federal de Goiás. A tentativa de colocar o magistrado sob suspeição também seria uma estratégia da defesa para adiar a decisão judicial, conforme autoridades do caso