terça-feira, 5 de junho de 2012

Marin diz que é “pra esquecer a Liga”




Foto: Reprodução/TV
Ontem, no programa “Bem, Amigos!”, da Sportv, José Maria Marin foi enfático ao ser perguntado sobre a eventual criação de uma Liga de clubes no Brasil, como existe na Inglaterra, na Espanha, na Alemanha etc.
“Esquece Liga no Brasil!”, exclamou.
E justificou, canhestramente:
“Todo mundo que fala nisso quer ser o presidente”.
E daí?
Se fosse verdade, pergunte-se novamente: E daí?
Ele não virou presidente da CBF e do COL, assim como governador biônico de São Paulo, sem nem sequer um voto, por indicação da FPF e da ditadura?
E não queria?
Se não, porque aceitou?
Simplesmente lamentáveL.
(Como vi o programa em sua página na internet, ali não consta nenhum trecho perguntando sobre o aumento de salário que ele se concedeu, mas fui alertado nos comentários que a pergunta foi feita e a justificativa foi igualmente  ridícula: disse que dobrou o faturamento da CBF em dois meses de gestão).

Número dois da Al Qaeda está morto, dizem autoridades americanas



Abu Yahia al-Libi era considerado um herói no mundo islâmico (Foto: AP)
O número dois da Al Qaeda, Abu Yahya al-Libi, está morto, disse nesta terça-feira (5) o porta-voz da Casa Branca Jay Carney à rede CNN. A morte de Al-Libi foi “um golpe sério para o núcleo da Al Qaeda”, afirmou Carney.
Nesta manhã, autoridades dos Estados Unidos informaram que al-Libi foi morto em uma operação da CIA, a agência de inteligência americana. Na ação, desencadeada na segunda-feira, pelo menos seis mísseis foram disparados de um avião não tripulado no local onde estavam membros da Al Qaeda, no noroeste do Paquistão. Há informações sobre 15 mortes.
Segundo a CNN, a morte de Al-Libi é um dos golpes mais significativos para a Al Qaeda desde que militares dos EUA mataram Osama bin Laden há um ano. Al-Libi era o segundo no comando, atrás apenas do líder Ayman al-Zawahiri, que assumiu após a morte de Bin Laden.
Al-Libi tinha conhecimentos importantes para a organização e será difícil substituí-lo, disse um oficial americano à CNN, sob a condição de anonimato. Ele “desempenhou um papel fundamental nos planos do grupo contra o Ocidente, fornecendo supervisão aos esforços em operações externas”, afirmou o oficial. Al-Libi era tido como herói no mundo islâmico por ter fugido de uma cadeia administrada pelos EUA no Afeganistão, em 2005.
O número dois da Al Qaeda estava na lista dos terroristas procurados pelos EUA, que ofereciam US$ 1 milhão por informações sobre seu paradeiro.
Amanda Polato

Caixa amplia para 35 anos prazo dos financiamentos habitacionais



Instituição estima em R$ 96 bilhões a concessão de financiamentos habitacionais neste ano

Agência Brasil
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Os mutuários que pegarem financiamentos habitacionais da Caixa Econômica Federal a partir da semana que vem terão mais cinco anos para quitarem os empréstimos. O banco ampliou o prazo do crédito habitacional de 30 anos para 35. Os empréstimos serão feitos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que opera com o dinheiro da caderneta de poupança. A instituição também reduziu as taxas de juros para essas modalidades.
Para imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), as taxas caíram de 9% para 8,85% ao ano. Para os imóveis fora do SFH, os juros caíram de 10% para 9,9% ao ano.
O banco também ampliou o prazo dos financiamentos para a construção de casas e apartamentos com recursos da poupança. A partir da próxima semana, as construtoras e incorporadoras terão 36 meses para pagarem os empréstimos. Atualmente, o prazo corresponde a 24 meses. Os juros dessas linhas também foram reduzidos de 11,5% para 10,3% ao ano.
Para a construção de imóveis comerciais, os juros efetivos caíram de 14% para 13% ao ano. Nas operações de financiamento para a construção e aquisição de imóvel para uso próprio, a empresa pagará taxa de 12,5% ao ano, ante 13,5% cobrados atualmente. Em todos os casos, as taxas finais podem ficar ainda menores se o mutuário for correntista da Caixa.
As mudanças não valem para financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que inclui o Programa Minha Casa, Minha Vida. Para essas modalidades de financiamento, o prazo continua em 30 anos. Segundo o vice-presidente de Governo e Habitação da Caixa, José Urbano Duarte, o aumento do prazo dessas linhas de crédito depende de aprovação do Conselho Curador do FGTS. “A Caixa já pediu autorização ao Conselho Curador para aumentar o prazo”.
De acordo com o vice-presidente, a Caixa estima em R$ 96 bilhões a concessão de financiamentos habitacionais neste ano, ante R$ 80 bilhões do ano passado. Até maio, o banco havia emprestado R$ 36,7 bilhões, ante R$ 25 bilhões nos cinco primeiros meses do ano passado.

Armário climatizado garante umidade ideal para charutos e vinhos



Lançado na Casa Cor 2011, o umidor possui sistema de vedação e conserva a temperatura entre 18 e 20 graus Celsius. O móvel possui espaços para assessórios e tem capacidade tem capacidade para abrigar 400 garrafas de bebidas.

Lacava, especialista em adegas personalizadas para restaurantes e residências, desenvolveu tecnologia que une duas paixões: um armário climatizado que conserva charutos e vinhos. O umidor mantém a umidade, temperatura e esterilização do ambiente em níveis ideais para manter a qualidade máxima do tabaco. As bebidas, por sua vez, também têm espaço diferenciado nos outros três módulos do móvel.

Lançado na Casa Cor 2011, o armário climatizado zela pelas características sutis de charutos e fumos. Seu sistema de vedação imantado e com portas emborrachadas conserva a temperatura entre 18 e 20 graus Celsius. O móvel possui portas de vidro isotérmico e dispositivos em aço inox para as caixas e cachimbos; também tem prateleiras e gavetas para organização dos acessórios de apreciação do tabaco.Umidor da Lacava Adegas Personalizadas
Além manter a umidade, temperatura e esterilização em níveis ideais, o umidor possui compartimentos especiais para vinhos e espumantes

"O grande diferencial do módulo é a conservação da umidade do ar em cerca de 80%, o que mantém a qualidade dos charutos", explica a diretora da Lacava, Flora Detanico. Além do módulo de charutos, o armário tem capacidade para abrigar 400 garrafas de bebidas, entre vinhos tintos, brancos e espumantes. São três diferentes tipos de compartimentos: o exclusivo sistema belga BBlock, que garante a inclinação perfeita das garrafas de vinhos tintos; um garrafeiro estruturado em aço inox, para abrigar os vinhos brancos, e um terceiro espaço, cujo design foi pensado para valorizar a silhueta das garrafas de espumantes. Contudo, o cliente pode planejar a partir de suas necessidades.

A Lacava fornece desde o mobiliário especializado até sistemas computadorizados e portáteis para adegas. Em parceria com arquitetos, também oferece o projeto especializado e a instalação completa do sistema de climatização e isolamento térmico do ambiente.
Assista ao vídeo sobre o funcionamento do umidor:

Lya Luft: “Vejo multidões consumindo, estimuladas a consumir como se isso constituísse um bem em si e promovesse real crescimento do país. (…) Isso não é subir de classe social”



Consumo desenfreado = falso crescimento econômico (Foto: Philippe Huguen / AFP)
Consumo desenfreado = falso crescimento econômico (Foto: Philippe Huguen / AFP)
(Artigo publicado na edição impressa de VEJA)
DEGRAUS DA ILUSÃO
Lya Luft
Lya Luft
Fala-se muito na ascensão das classes menos favorecidas, formando uma “nova classe média”, realizada por degraus que levam a outro patamar social e econômico (cultural, não ouço falar). Em teoria, seria um grande passo para reduzir a catastrófica desigualdade que aqui reina.
Porém receio que, do modo como está se realizando, seja uma ilusão que pode acabar em sérios problemas para quem mereceria coisa melhor. Todos desejam uma vida digna para os despossuídos, boa escolaridade para os iletrados, serviços públicos ótimos para a população inteira, isto é, educação, saúde, transporte, energia elétrica, segurança, água, e tudo de que precisam cidadãos decentes.
Porém, o que vejo são multidões consumindo, estimuladas a consumir como se isso constituísse um bem em si e promovesse real crescimento do país. Compramos com os juros mais altos do mundo, pagamos os impostos mais altos do mundo e temos os serviços (saúde, comunicação, energia, transportes e outros) entre os piores do mundo. Mas palavras de ordem nos impelem a comprar, autoridades nos pedem para consumir, somos convocados a adquirir o supérfluo, até o danoso, como botar mais carros em nossas ruas atravancadas ou em nossas péssimas estradas.
Além disso, a inadimplência cresce de maneira preocupante, levando famílias que compraram seu carrinho a não ter como pagar a gasolina para tirar seu novo tesouro do pátio no fim de semana. Tesouro esse que logo vão perder, pois há meses não conseguem pagar as prestações, que ainda se estendem por anos.
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"Somos convocados a adquirir o supérfluo, até o danoso, como botar mais carros em nossas ruas atravancadas ou em nossas péssimas estradas" (Foto: VEJA.com)
Estamos enforcados em dívidas impagáveis, mas nos convidam a gastar ainda mais, de maneira impiedosa, até cruel. Em lugar de instruírem, esclarecerem, formarem uma opinião sensata e positiva, tomam novas medidas para que esse consumo insensato continue crescendo – e, como somos alienados e pouco informados, tocamos a comprar.
Sou de uma classe média em que a gente crescia com quatro ensinamentos básicos: ter seu diploma, ter sua casinha, ter sua poupança e trabalhar firme para manter e, quem sabe, expandir isso. Para garantir uma velhice independente de ajuda de filhos ou de estranhos; para deixar aos filhos algo com que pudessem começar a própria vida com dignidade.
Tais ensinamentos parecem abolidos, ultrapassadas a prudência e a cautela, pouco estimulados o desejo de crescimento firme e a construção de uma vida mais segura. Pois tudo é uma construção: a vida pessoal, a profissão, os ganhos, as relações de amor e amizade, a família, a velhice (naturalmente tudo isso sujeito a fatalidades como doença e outras, que ninguém controla). Mas, mesmo em tempos de fatalidade, ter um pouco de economia, ter uma casinha, ter um diploma, ter objetivos certamente ajuda a enfrentar seja o que for. Podemos ser derrotados, mas não estaremos jogados na cova dos leões do destino, totalmente desarmados.
Somos uma sociedade alçada na maré do consumo compulsivo, interessada em “aproveitar a vida”, seja o que isso for, e em adquirir mais e mais coisas, mesmo que inúteis, quando deveríamos estar cuidando, com muito afinco e seriedade, de melhores escolas e universidades, tecnologia mais avançada, transportes muito mais eficientes, saúde excelente, e verdadeiro crescimento do país. Mas corremos atrás de tanta conversa vã, não protegidos, mas embaixo de peneiras com grandes furos, que só um cego ou um grande tolo não vê.
A mais forte raiz de tantos dos nossos males é a falta de informação e orientação, isto é, de educação. E o melhor remédio é investir fortemente, abundantemente, decididamente, em educação: impossível repetir isso em demasia. Mas não vejo isso como nossa prioridade.
Fosse o contrário, estaríamos atentos aos nossos gastos e aquisições, mais interessados num crescimento real e sensato do que em itens desnecessários em tempos de crise. Isso não é subir de classe social: é saracotear diante de uma perigosa ladeira. Não tenho ilusão de que algo mude, mas deixo aqui meu quase solitário (e antiquado) protesto.

Um certo “Eles Ninguém” que aposta na crise


05/06/2012
 às 18:11


Goste-se ou não do governo Dilma, uma coisa é fato: ela tem um estilo menos falastrão do que o do antecessor, e isso é uma coisa boa em si, ainda que a gestão seja fraca. Mas sabem como é a tentação… Nesta terça, a presidente fez um discurso na cerimônia que comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente. Lá pelas tantas, saiu-se com esta:
“Quem aposta na crise, como alguns apostaram há quatro anos atrás, vai perder de novo. Enfrentaremos novas dificuldades com transparência, sem esconder problemas, mas com metódica e cuidadosa ação governamental. Vamos continuar crescendo, incluindo, protegendo e conservando o meio ambiente”.
Algumas coisas, bem poucas, me dão sono. Uma é “filme de arte”; outra é discurso contra o que chamo “Eles Ninguém”. A presidente poderia renunciar a esta péssima herança deixada por Lula: atribuir dificuldades objetivas enfrentadas pelo governo a uma espécie de urucubaca ou de macumba feita pelos “inimigos”. Quem são “eles”, soberana? Quem, afinal, “aposta na crise” ou, sei lá, torce contra o Brasil?
Dilma está pressionada. Cresce a percepção no mundo de que está em curso uma reversão de expectativas no Brasil. O recente pacote de incentivo ao consumo encontra uma sociedade endividada, e é pouco provável que produza os efeitos esperados. No começo do ano, o governo falava em um crescimento de 4%. Hoje, são poucos os que apostam que possa chegar a 3%.
O governo é gastador, e isso não é segredo para ninguém. Embora a carga tributária bata sucessivos recordes (mesmo com expansão modesta da economia), as despesas se expandem sempre mais. Dilma não mudou a perspectiva meramente defensiva em relação a essa questão: “Não adianta defender políticas de ajuste, e nós sabemos disso porque sofremos isso na nossa própria pele, sem que o país cresça”. A questão, e Dilma sabe disso, não está em gastar menos ou mais, mas na qualidade desse gasto.
Por Reinaldo Azevedo

O acordo com o PR mostra que, para o PSDB paulista, a honra agora vale menos que 1 minuto e meio no horário eleitoral


Augusto  Nunes

Carlos Brickmann escreveu em sua coluna a nota que se segue. Volto no fim.
COMPANHEIRO É COMPANHEIRO
Daqui a pouco vai fazer um ano: o PSDB e o DEM pediram à Procuradoria-Geral da República que investigasse denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes, controlado pelo PR. Há a citação de alguns nomes, entre eles o deputado federal Valdemar Costa Neto e o então ministro Alfredo Nascimento.
Exatamente onze meses depois, o ex-ministro Alfredo Nascimento, em nome do PR, levou o apoio do partido a José Serra, candidato do PSDB e DEM (e vários outros partidos) à Prefeitura de São Paulo. O acordo foi articulado pelo comandante supremo e incontestável do PR em São Paulo, Valdemar Costa Neto.
O caro leitor não entendeu nada? Ainda bem.
Parafraseando Bismarck, o unificador da Alemanha, “quanto menos soubermos como são feitas a política e as salsichas, melhor dormiremos à noite”.
A coisa é um pouco pior. O PR é mais que uma quadrilha expulsa do Ministério dos Transportes graças às denúncias da imprensa independente. É o atual codinome do bando que, disfarçado de PL, ajudou a fundar o mensalão em meados de 2002, num encontro no apartamento do deputado petista Paulo Rocha em Brasília. A sigla já controlada por Waldemar Costa Neto foi representada pelo senador José Alencar. Em nome do PT, compareceram Lula, José Dirceu e Delúbio Soares. O contratato de aluguel estabeleceu que o PL receberia R$4,8 milhões para apoiar a dobradinha Lula-Alencar no duelo com o tucano José Serra.
Agora candidato à prefeitura paulistana, Serra entendeu que, por 1 minuto e meio a mais no horário eleitoral gratuito, valeria a pena considerar prescrito o acordo criminoso celebrado há dez anos ─ e fazer de conta que o PR não foi varrido do primeiro escalão por assalto aos cofres públicos. “Estou fazendo uma aliança com o partido, não com pessoas”, desconversou. Como se fosse possível juntar-se ao PT e manter distância de Lula. Como se fosse possível uma aliança com o Comando Vermelho sem o aval de Fernandinho Beira-Mar.
Em troca de 1 minuto e meio na TV, o PSDB vai andar de mãos dadas com o senador Alfredo Nascimento, despejado do Ministério dos Transportes por corrupção, fingir de conta que o deputado Tiririca é intelectual desde bebê e, sobretudo, amancebar-se com Valdemar Costa Neto, vulgo Boy. Hoje deputado federal e secretário-geral do PR, Boy é um prontuário ambulante de alta periculosidade.
Foi ele quem teve a ideia de chamar a modelo Lilian Ramos para fazer companhia ao então presidente Itamar Franco no camarote na Sapucaí. A bela jovem sem calcinha virou primeira-dama por uma noite. Um dos fundadores do mensalão, Boy tornou-se em 2005 o primeiro parlamentar a renunciar ao mandato para escapar da cassação inevitável. Recuperou o gabinete na Câmara na eleição seguinte e nunca perdeu o acesso direto aos cofres do Ministério dos Transportes.
Em julho de 2011, quando foi descoberta a mais recente safra de escândalos, achou prudente afastar-se das cenas do crime espalhadas por Brasília. Terá tempo e espaço de sobra para agir em São Paulo. Os 90 segundos na TV vão garantir-lhe o direito de infiltrar comparsas na prefeitura da capital e e no governo estadual. Geraldo Alckmin também prometeu apoio aos candidatos do PR na região de Mogi das Cruzes, berço e bunker do notório vigarista.
“Se for proibido fazer coligações com partidos que têm pessoas que estão no processo, o PT não poderia nem disputar a eleição, porque foi ele quem coordenou e comandou a organização desse chamado mensalão”, tentou sair da areia movediça José Serra. Afundou mais um centímetro ao ressaltar as semelhanças entre o PSDB e o PT num momento que recomenda aos berros que aprofunde as diferenças entre um partido e uma organização fora-da-lei.
Afundou mais dois centímetros ao referir-se à maior roubalheira da história republicano como “esse chamado mensalão”. Como o julgamento da quadrilha chefiada por José Dirceu deverá começar em agosto, a dois meses da eleição, é possível que Serra esteja ensaiando a retificação do discurso de campanha. Costa estará no banco dos réus, e não convém melindrar um parceiro de palanque. Por 90 segundos no horário eleitoral,  os tucanos paulistas se proibiram de transformar em trunfo político o mais vistoso desfile de larápios já transmitido ao vivo pela TV.
O acordo com o PR escancara, mais uma vez, o abismo que separa a oposição oficial da oposição real, formada por brasileiros que respeitam a lei, os valores morais e as normas éticas, não cedem à tentação de justificar o injustificável, não fazem concessões ao farisaísmo, à hipocrisia e à pouca vergonha, não aceitam a tese de que, em política, só é feio perder a eleição. A oposição oficial teima em ignorar que a oposição real não tem bandidos de estimação ─ e está cansada de escolher o mal menor.
O país que presta insiste em ver as coisas como as coisas são. E o que vê informa que, para o PSDB paulista, a honra agora vale menos que 1 minuto e meio na TV.

Os milagreiros que prometeram ao sertão as águas do São Francisco só apressaram a transposição da seca para as cidades


05/06/2012
 às 10:09 \ Direto ao Ponto

Augusto Nunes

Em março de 2004, no comício de lançamento da campanha Cresce, Nordeste, o presidente Lula prometeu inaugurar em meados de 2006 a transposição das águas do Rio São Francisco. “Muitas vezes a coisa pública foi tratada no Brasil como se fosse uma coisa de amigos, um clube de amigos, e não uma coisa pública de verdade”, desandou na discurseira o enviado pela Divina Providência para materializar o sonho de D. Pedro II e acabar com a seca nos sertões.
Em dezembro de 2010, depois de incontáveis adiamentos, o maior dos governantes desde Tomé de Souza jurou que as obras só não ficariam prontas em 2012 se ocorresse uma reedição do dilúvio. A chuvarada bíblica que não veio decerto teria produzido menos estragos que a ação conjunta de governantes ineptos, empreiteiros insaciáveis e intermediários corruptos. Na imagem de Nelson Rodrigues, a imensa constelação de canteiros abandonados tem a aridez de três desertos.
Em fevereiro de 2012, a presidente Dilma Rousseff informou que a inauguração prometida para este ano terá de esperar mais dois. Em 2014, pedirá mais paciência aos brasileiros e empurrará para o fim da década, ou do século, o colossal embuste que vem devorando bilhões de reais desde 2003. Mas o comício não pode parar. “Essa obra vai garantir água para todo o Nordeste”, recitou durante oito anos o candidato a D. Pedro III. “A seca vai acabar”, declama Dilma há 18 meses.
O cinismo dos pais-da-pátria só não é maior que a estupidez das plateias que continuam aplaudindo promessas que não descerão do palanque, registrou a coluna em fevereiro. Nesta segunda-feira, a grande tapeação foi escancarada pela manchete na primeira página daFolha de S. PauloNORDESTE SOFRE COM FALTA DE ÁGUA EM ÁREA URBANA.
Como comprova a reportagem de Júlia Rodrigues na seção O País quer Saber, quase todas as prefeituras da região da seca já se renderam ao racionamento. A chuva ainda vai demorar. A sobrevivência de milhões de brasileiros depende de uma frota de caminhões-pipa.
“O sertão vai virar mar”, garantiu Lula em 2005. Passados sete anos, as cidades vão virando sertão.

Petistas tentam negar a criação dos “Protocolos dos Sábios dos PT”, mas são miseravelmente desmentidos pelos fatos! Mais uma trapalhada estrelada por Lula, o Guia “Jenial” do partido do Jilmar Tatto. Ou: matando a cobra e mostrando o pau… e a cobra!


Reinaldo Azevedo

05/06/2012
 às 6:35


Flagrados numa conspirata óbvia, petistas tentam negar as digitais num documento que evidencia a intenção deliberada de criminalizar o Judiciário, a Procuradoria-Geral da República e a imprensa. Mas vocês estão aí para espalhar a verdade dos fatos. Nada além da verdade!
Na edição da VEJA desta semana, reportagem de Daniel Pereira demonstra que a cúpula do PT preparou um documento com aqueles que eram seus alvos do partido na CPI do Cachoeira: além de políticos da oposição (é de rigor!), estão na lista a imprensa, o Judiciário — na pessoa do ministro Gilmar Mendes, do STF — e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Desde o primeiro momento, pois, os petistas estavam pouco se lixando se iam ou não caçar alguns corruptos que atuavam na administração federal e nos estados. O objetivo nunca foi esse! Até porque, convenha-se, eles já demonstraram que não têm nenhuma dificuldade de princípio em conviver com pessoas de, como posso chamar?, “moral não-contabilizada”. Ao contrário até!
Tudo aquilo que aos outros pode ser condenável ou indecente assume a condição de novo farol dos costumes quando praticado por um “companheiro”. Escolham os crimes contra o erário e a administração pública, de A a Z, e será possível encontrar companheiros praticando-os alegremente. Como são quem são, enquanto afrontam artigos em penca do Código Penal, saem acusando seus adversários de corruptos. Não é que estes não possam eventualmente ser gente de má índole — às vezes, são mesmo. O diabo é que, como diria uma das personagens citadas por Padre Vieira no “Sermão do Bom Ladrão”, certos petistas parecem querer acabar com todos os ladrões do mundo para roubar sozinhos…
É um escárnio! Uma banda — ou um bando — do petismo, sob a inspiração de Lula, quis usar a CPI do Cachoeira — isso está documentado e ficará, podem apostar, tudo ainda mais claro! — para dar um rapa nas instituições e, assim, proteger mensaleiros. Isso chegou a ser uma interpretação deste escriba tão logo o movimento se desenhou, lá no comecinho. Mas, depois, tornou-se uma confissão de Rui Falcão, presidente do PT, em vídeo já tornado célebre. O que não se tinha claro e provado até a edição de VEJA desta semana é que a farsa tinha sido meticulosamente preparada. Bem, minhas caras, meus caros, a gente tem de reconhecer mérito a quem tem méritos, certo? O PT É PROFISSIONAL NAQUELAS ARTES EM QUE COLLOR E PC FARIAS ERAM MEROS AMADORES!
Ontem, a canalha da rede financiada com dinheiro público tentava desesperadamente negar a evidência dos fatos. Reportagem do mesmo Daniel Pereira, em parceria com Gabriel Castro, encarregou-se de recolocar as coisas no seu devido lugar. Vocês sabem: ladrões de dinheiro público roubam também a reputação alheia e até os pingos dos “is”. Mas a gente vai e põe de volta. Desta feita, quem resolver exercer seu “lado Jobim” foi Jilmar Tatto (SP), o líder do PT na Câmara. Pois é… Aí é preciso matar a cobra e mostrar o pau… e a cobra! Informam os repórteres o que segue.
Num esboço de reação à reportagem, o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), resolveu negar os fatos: “VEJA fala de um documento do PT, mas não está assinado, é apócrifo”, disse ele à Folha de S.Paulo. Tatto mentiu. E quem prova isso? Jilmar Tatto.
Ouvido por VEJA antes da publicação da matéria, ele confirmou que o material havia sido produzido para o uso dos parlamentares petistas na Comissão Parlamentar de Inquérito. “Todos os servidores da liderança do PT na Câmara e dos gabinetes dos 84 deputados estão à disposição do partido na CPI”, disse.
O registro eletrônico do documento mostra, de forma incontornável, os responsáveis pela elaboração do manual: Luiz Fernando Liñares e Rebeca Albuquerque. Os registros oficiais confirmam que ele trabalha na liderança do PT no Senado e ela é a chefe de gabinete de Odair Cunha, o deputado petista que é relator da CPI do Cachoeira. Tatto sabia de onde veio o documento que oficializou a estratégia malsucedida do partido na CPI. Mas preferiu mentir. Ficam, então, reestabelecidos os fatos.
No destaque, janela do sistema operacional mostra os nomes dos autores do arquivo que instrumentaliza a CPI do Cachoeira
No destaque, janela do sistema operacional mostra os nomes dos autores do arquivo que instrumentaliza a CPI do Cachoeira
Procurada nesta segunda-feira, a assessoria de Jilmar Tatto reafirmou as declarações dadas por ele à Folha de S.Paulo. Mas adotou uma interpretação diferente, segundo a qual o petista apenas desmentiu, ao jornal, ter ordenado pessoalmente a produção do documento. O líder do PT está em viagem à China, incomunicável.
ManualO guia de ação produzido pela liderança petista, ao qual VEJA teve acesso, não deixa dúvida sobre as reais intenções do grupo mais umbilicalmente ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os alvos são os oposicionistas, a imprensa, o Ministério Público e membros do Judiciário que, de alguma forma, contribuíram ou ainda podem contribuir para que o mensalão seja julgado e passe, portanto, a existir oficialmente como um dos grandes eventos de corrupção da história brasileira.
O documento foca em especial Gilmar Mendes, que Lula tentou constranger, sem sucesso, em sua cruzada para adiar o julgamento do mensalão, conforme mostrou reportagem de VEJA da semana passada. São dedicados a Mendes quatro tópicos: ‘O processo da Celg no STF’, ‘Satiagraha, Fundos de Pensão, Protógenes’, ‘Filha de Gilmar Mendes’ e ‘Viagem a Berlim’. São todas questões já levantadas pelos mensaleiros e seus defensores e que, uma vez esclarecidas, se mostraram fruto apenas do  desejo de desqualificar um integrante do STF que os petistas consideram um possível voto contra os réus do mensalão.

Reproduções de páginas do Senado confirmam: Luiz Fernando Liñares é funcionário da liderança do PT no Senado e Rebeca Albuquerque, do gabinete do deputado petista Odir Cunha, relator da CPI
Reproduções de páginas do Senado confirmam: Luiz Fernando Liñares é funcionário da liderança do PT no Senado e Rebeca Albuquerque, do gabinete do deputado petista Odir Cunha, relator da CPI