terça-feira, 9 de outubro de 2012

IMPREVISÍVEL?



Ancião
Os leitores devem ter em mente que Jorge Serrão é um jornalista muito bem informado. Tem lá suas boas fontes e, na maioria das vezes, seus informes em artigos mostram-se sempre reais, se não em seguida da publicação, algum tempo depois se confirma. A única coisa que pode não se realizar é que os condenados do mensalão, que o estão sendo, não cumprirão cadeia. Afinal, estamos no Brasil, e sabe-se como as coisas são no país dos petistas. Este artigo merece ser lido.
“O Exército escalou seus mais confiáveis e melhores oficiais de inteligência, lotados na Abin, para dar proteção ao ministro Joaquim Barbosa – relator do processo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal. Ao montar esquema especial para dar segurança a Barbosa – que sempre foi avesso a isto -, empregando seus homens lotados na Agência Brasileira de Inteligência, o EB atropelou o Palácio do Planalto e a cúpula da Polícia Federal ligada aos esquemas petralhas de poder. Apenas como contraponto: os ministros Ricardo Lewandowski e José Dias Toffoli também contam com proteção intensa. Só que de agentes da Polícia Federal – e não da turma verde-oliva lotada na Abin. A proteção a Barbosa não é só física. Tudo que se fala dele e sobre ele, nos ambientes de poder, também é monitorado.
Além disso, todo o sistema telefônico da residência e de seu gabinete no STF foi alterado e passa por uma constante ação de pente fino. A iniciativa de proteger Barbosa tão intensamente gera uma crise. A Presidenta Dilma Rousseff, como Comandante-em-chefe das Forças Armadas, sequer foi consultada sobre a medida. A blindagem ao Barbosa foi decidida entre alguns integrantes do Alto Comando do Exército e o General José Elito (foto), do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.

UM DIA ISSO TUDO SERÁ TEU



Ralph J. Hofmann
No final da década de setenta transferi-me para Santa Catarina onde trabalhei em indústrias  grandes que tinham “Trading Companies”.
Uma das missões das “tradings” era promover as exportações de terceiros, às vezes empresas de médias a pequenas evitado-lhes o custo de desenvolvimento de uma equipe de comércio exterior treinada ou uma filial no exterior.
Para isso visitei um grande número de empresas de muitos ramos. Passei bastante tempo no saguão dessas empresas, esperando ser atendido por alguém com capacidade decisória não raro o presidente/proprietário da empresa e/ou um de seus filhos.
Descobri que algum sujeito empreendedor havia passado por todo o estado e vendido a mesma coisa para cada um dos empresários. Tratava-se de uma imensa placa (pelo menos 1,60 x 2,40 m) montada no saguão, com uma vista aérea da indústria e superposta uma foto do proprietário e do seu filho primogênito com o texto:  “Cuida bem do que construí para ti.”
Os anos passaram e recentemente estive no Norte e Nordeste de Santa Catarina. Conversando com ex-colegas perguntei sobre o destino de muitas dessas firmas. Em quase todos os casos ou fecharam, ou foram vendidas por terem ficado além da capacidade administrativa dos proprietários. Na maioria dos casos a década de setenta foi o grande momento de suas carreiras, as empresas pareciam robustas e o pessoal achava que tudo sempre continuaria como nos anos em que haviam feito fortuna.
Mais ou menos como o pai e filho da foto abaixo. O pai deixou todo o patrimônio para o garoto.  O filho decidiu morar nas Bahamas. O patrimônio derreteu.

CLASSE MÉDIA VOTA

Walter Marquart
Mesmo para os amigos do Rei posto, deve ser confrangedor ver o animal falando ao povo, nas praças públicas ou na TV. É patético ver e ouvir o Lula querendo exercer influência para que a “classe média” paulistana vote no Haddad: “Vocês que passaram (no meu governo) para a classe média, agora podem comer um bife e nunca mais vão querer ficar sem ele”.
Vejamos o que estes pilantras inventaram para iludir os trouxas: o Sr. Marcelo Neri, Presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), atendendo as ordens do Ministro Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República), determinou que pertence à classe média, todo aquele que tiver renda per capita mensal acima de R$ 291,00 até RS$ 1.019,00. Isto nos leva a descrer que a classe rica tem renda acima de R$ l.020,00. Por decreto todos passarão à categoria de ricaços. E os sacripantas, com cabeça de hiena, os mais indignos e inconseqüentes seres, não possuem a menor vergonha de se ufanarem pelos feitos. Fala sério! O feliz detentor da faixa que o considera classe média já pode até pensar em comprar um carrinho (de pedreiro), se a Cx. Econômica financiá-lo em 88 meses, sem entrada e com carência de 18 meses. Lula, você deve parar de se divertir com o sofrimento do pobre; você já é considerado um dos homens mais ricos do mundo e também almeja o título do Rei da Burla?
O teu disfarce traiçoeiro ficou conhecido por quase todos, faltando poucos inocentes, que você escravizou com o vício de mentir. Fico a imaginar dos porquês de até há pouco, ilustres como Moreira Franco, se prestaram a obedecer ordens do jaez exposto acima, a nova orientação política que levou a corrupção ao Palácio da Alvorada, disseminou-a a todos os órgãos públicos, com adesões pela maioria do Congresso Nacional, que sem nenhuma vergonha na cara quiseram que caixa dois e verbas não contabilizadas não é crime. E fizeram tudo com ordens e abono do Rei Lula, agora o morto Lula Ladrão da Silva. Lula, ao passar o governo para a sua obediente discipul(a),  sua atenta estudant(a), só o fez, ficou claro, com a certeza de que ela devolveria as chaves do Palácio. Os vícios que o alimenta, a mistificação que o ensinou, a ideologia engajada que o guia e a opressora vontade de acabar com todos os opositores políticos, eliminá-los mesmo, retrata a sua falta de ensinamentos democráticos. Você Lula, nunca se tornará um eminente ser humano, não receberás a comenda de insigne, terás que se contentar com os diplomas de Honoris Causa, todos pagos com muito dinheiro público. A República Federativa do Brasil alimentou uma corja que se intitulou nobre, exigiu tratamento fidalgo, com custos maiores do que dez mil famílias Orleans e Bragança. Essa nobre família que não se divorciou da dignidade.

DOUTOR EM FROUXOS DE RISO



Giulio Sanmartini
No domingo das eleições, o bravateiro Lula, escancarou seu esgoto de dizer besteiras. Ele que até agora evitara falar do mensalão, tentou minimizar os efeitos negativos que o maior escândalo da história da República, poderá causar nos candidatos do Partido dos Trabalhadores PT, afirmando o seguinte: “O povo não está preocupado com isso (o julgamento do mensalão). Está preocupado se o Palmeiras vai cair para a segunda divisão ou se o Fernando Haddad (candidato petista à prefeitura de São Paulo) vai ganhar”.
Todavia, como sói a realidade mostra que ou ele está desinformado, ou está mentindo ou está fazendo ambas as coisas.
O PT, nesse primeiro turno elegeu o prefeito em uma só capital, Paulo Garcia (reeleito). em Goiânia. Disputará o segundo em outras 6, mas precisará vencer  todas para igualar o mesmo número que possui hoje.
Comparado com o grande rival PSDB, mostra que decaiu e poderá piorar. Os tucanos também elegeram um  prefeito, Rui Palmeira, em Maceió. O partido, porém, obteve resultado superior ao PT quanto ao número de candidatos classificados para o segundo turno: são 8. Portanto o PT visivelmente perdeu terreno.
A professora Maria do Socorro Souza Braga (ciência políticas da USP), discorda de Lula, e diz que a piora do desempenho do PT certamente foi devido ao mensalão.
A provável condenação de figuras chave do partido, como José Dirceu e José Genoino, prejudicou a imagem do PT perante seus eleitores tradicionais.
“Levará tempo até que o partido reconstrua sua imagem”, diz Braga.
Segundo ela, em algumas capitais brasileiras, as últimas eleições já haviam mostrado uma tendência de rejeição maior ao partido. “Com esse julgamento, o movimento ganhou dimensão nacional”.
Não será surpresa se Lula dentro de seu “modus operandi”, colocar em dúvida o parecer da professora Maria do Socorro, valendo-se do argumento, que mesmo tendo “uma preguiça disgramada de ler”, recebeu de uma dezena de universidades o título de doutor em honoris causa, enquanto ela é somente uma professora.
Oh! Lula, vá procurar tua turma.
(1) Fotomontagem: Cartaz de propaganda eleitoral de Lula em 2002.
(2) Texto de apoio: João Fallet.

Inspire-se na primavera e renove sua decoração




Posted: 08 Oct 2012 08:11 AM PDT
É durante a primavera que as árvores e flores se renovam, mudando de cores e aparência. A estação, além de ser a mais bonita do ano para muitas pessoas, pode também servir de inspiração para renovar a decoração de sua casa. Veja as sugestões do Agente Imóvel e aproveite o poder decorativo da primavera.
Como é de se imaginar, a primavera pede cores e flores. Por isso, uma alternativa válida é investir em arranjos florais. As opções podem variar bastante: desde vasos espelhados pela casa até um minijardim instalado na entrada, basta escolher a flor com a qual você mais se identifica e dispô-las em diferentes cômodos, na mesa da sala de jantar ou na mesa de centro da sala de estar, por exemplo.
As cortinas de tecidos leves e fluídos que permitam a entrada da luz também são boas alternativas, para criar o efeito de leveza e frescor, que caracterizam a estação.
Além disso, acessórios que remetam à natureza, como mandalas e quadros com motivos florais, por exemplo, deixam qualquer ambiente mais primaveril. Boas opções são os itens e móveis confeccionados em materiais naturais, como madeira e argila.
E se objetivo for utilizar a primavera como motivo decorativo em todas as estações, dois estilos de decoração, que são tendência, são responsáveis por eternizar a época mais florida do ano em sua casa.
Com o uso flores, de peças mais brutas em madeira pura, como caixote, e recorrendo a materiais reutilizáveis, como vidros de conserva, é possível criar uma decoração campestre | Foto: La Calle Florida.
O primeiro deles é o campestre, cuja marca principal são os ares bucólicos. Todos os elementos lembram ou estampam flores, árvores e frutos. As cores são mais sóbrias, como o marrom e o verde musgo, enquanto os móveis podem ser menos elaborados, dando a impressão de que não receberam acabamento, o que deixa tudo mais natural.
Uma dica barata para criar uma decoração campestre é utilizar caixotes de madeiras, que podem ser usados de diferentes maneiras. Por exemplo, um caixote na entrada da casa com diferentes arranjos de flores alegra o ambiente.
Já o estilo provençal que tem como marca as cores mais suaves e românticas, dentre as quais se destacam o azul bebê e o rosa pálido. Este motivo decorativo mescla ainda elementos rústicos, como o vime e a palha, com tecidos nobres como a seda, garantindo requinte e sofisticação para todos os ambientes da casa.
Dessa forma, sua casa fica mais primaveril, bonita e alegre!

"Às vezes eu acho um drible bonito mais bonito do que um gol"
Dener Augusto de Sousa
As glorias parcas, o extase inconcluso, vida  interrompida bruscamente, a obra inacabada. São diversos os lugares comuns para expressar a vida de um talento que morre cedo. São diversos os exemplos que correm a história. A arte, a habilidade, a expressão que se cala pela morte prematura.
Dener Augusto de Sousa começou jogando futebol de salão ainda criança, logo após foi jogar no infantil da Portuguesa aos onze anos em 1982, interrompeu e voltou aos campos de grama algumas vezes. Jogava futebol de salão por cachê, hábil e rápido. Quem viu Dener jogar com a bola pesada já vislumbrou o craque que encantaria o Canindé, o Maracanã, o Olímpico. Em 1988 estava no elenco dos juniores da Lusa.
Dener levou a Lusa ao título da Taça São Paulo em 1991, eu tava lá no Pacaembu, Portuguesa x Grêmio, Dener fez o primeiro da goleada, 4 x 0, Lusa campeã. Ele foi várias alegrias em dribles e golaços. Dener foi o jogador que me encantou no estádio, que fazia o jogo não ser um dilema de perde e ganha. Espalhava a chama nos dribles, nas soluções rápidas, incendiava o vazio da lógica competitiva.
O campo de futebol tem grama, riscos de cal retos e semi-círculos, bandeiras que o limitam e o objetivo trave que finaliza. Mas existem os atalhos, os atalhos não são vistos por todos. A maioria não vê atalho algum. E são nesses caminhos herméticos que os craques acham as soluções que a trigonometria não resolve. Os atalhos.
Dener inaugurou vários atalhos no Canindé, mostrava e os escondia depois, como moleque mágico que reina nas brincadeiras para depois esquecê-las no amadurecimento. Esquece de mentira. Dener não amadureceu, foi Rimbaud da bola, mas não abandonou a poesia, abandonou antes a vida.
Lusa x Inter de Limeira, 1991, jogo embaçado, truncado, Lusa avizinhando a área da Inter, a bola ficava pingando nos pés da intermediária, o perigo não era perigo. Num instante Nilson, centroavante domina a bola no meio circulo e dá um tapinha para Dener, ele corre que não vemos o pé, Nilson se posiciona para receber de novo, no meio do caminho desiste, Dener seguia a cavalgada do gol, sozinho. Deixa zagueiros para trás, aplica uma meia lua, contorna o segundo, vem o goleiro e ele finaliza. Gol de placa, gol de placa não se descreve.
O frio do Canindé se abriu e eu estava lá, privilégio, no pensamento firmava a certeza de que o meu time tinha um craque. Era Dener, nome que mãe usou para homenagear o famoso costureiro dos anos 70, Dener era craque.
Tarde de sábado, 1992, não vou precisar se foi o primeiro ou segundo gol, vou me destemperar na inexatidão da memória, Lusa x Santos. Dener, inquieto, errara alguns passes, foi então que ele dominou uma bola passada por Bentinho, deu uma caneta no lateral Indio, progrediu para área, tirou mais um zagueiro, fintou o goleiro e completou pro gol. O sábado parou para ver o gol e voltou logo depois ainda sábado. Gol de placa, gol de placa não se descreve, como também não se descrevem os atalhos, atalhos não se enxergam sem a lupa da genialidade.
Dener achava rápidos os seus atalhos. Rápido demais.
Foi embora da Lusa, primeiro emprestado para o Grêmio, voltou uma temporada, após foi emprestado para o Vasco de Eurico Miranda. O bairrismo cantava, raiva, levaram o Dener. E foi num dos momentos dessa migração que Dener pegou um atalho errado (me desculpem a forçosa metáfora), o craque genial não driblou o acidente, tava dormindo no carro, faleceu numa avenida do Rio de Janeiro, Dener.
A marca que sua carreira rápida deixou foram os dribles, as corridas com a bola carinhosa colada nos pés, as soluções arguidas nos milímetros dos campos. Os gols que ele, Dener, nem valorizava tanto quanto os dribles. Esses gols talvez fossem adorno final,  mero relevo das pinturas do drible, do caminho, do fazer, da arquitetura aprendida com a bola pesada, nos imitados espaços do futebol de salão. O drible era o gol sem traves.
Posso dizer que Dener, foi o homem da casa dez que eu vi, o Pelé, talvez Rivelino, inconcluso das tardes e noites do Canindé, Dener do drible, Dener do olho vivo de menino, Dener que foi cedo, Dener dos atalhos.

10 Coisas que você precisa para ter uma empresa em casa



Você teve uma ideia para abrir uma empresa de sucesso em casa e está prestes a contar para o mundo. Que bom!

Eu com certeza não quero atrasá-lo enquanto você tenta se unir aos milhões de pessoas que atualmente gerenciam empresas de sucesso no conforto de suas casas. Mas reserve um tempinho para ler esta lista. São as dez coisas de que você precisa (além de clientes) para começar seu negócio com o pé direito.

1. Em primeiro lugar, um mercado para seus produtos e serviços. Se você ainda não se preocupou com isso, não siga em frente. “Este é um primeiro passo fundamental e é impressionante quantas pessoas montam um negócio sem ter mercado para isso”, conta Jane Applegate, autora e colunista que escreve sobre pequenos negócios. Mesmo conversas podem ajudar a responder muitas perguntas, ela afirma. “Se você quiser decorar bolos em casa, converse com 50 pessoas que você conhece e veja se elas comprariam com você. Converse com as pessoas nos locais que você frequenta. Certifique-se de que há quem queira comprar o que você tem para vender.”

2. Um espaço separado para o seu escritório. Sim, um quarto à parte seria bom. Não é obrigatório. Mas você precisa de uma área que seja inconfundivelmente seu local de trabalho e que possa ser fechada e isolada do resto da casa por divisores, cortinas ou até uma cortina de chuveiro, se é tudo o que você tem. “Você precisa de algum tipo de fronteira”, aconselha Applegate, “para que, de um lado você diga ‘este é o meu trabalho’ e, do outro, ‘esta é minha casa’”. Não use a mesa de jantar como escrivaninha, aconselha Jeff Berner, autor e consultor que trabalha em casa há mais de 35 anos. “Você nunca vai consegui-la de volta para as refeições.” Ah, mas se você quase nunca usa a mesa de jantar para comer, pode ir em frente, argumenta Lisa Kanarek, especialista em escritórios domésticos e guru da organização. “Eu transformei minha sala de jantar, tirei o lustre e coloquei portas para torná-la meu escritório”, ela conta.

3. Uma boa estação de trabalho para usar o computador e o laptop. Se você fosse Azriela Jaffe, famosa autora que escreve sobre escritórios em casa, gastaria quase tanto dinheiro em uma cadeira confortável quanto em um computador. “Anos sentando na cadeira errada podem deixá-lo com problemas físicos e má postura”, ela diz. “Eu acho válido o investimento em uma cadeira.” Ela pensa o mesmo a respeito do mouse. “Você precisa de um mouse que não sobrecarregue o seu pulso. Um barato e básico não adianta.” Computador de mesa ou laptop? Como quiser. Atualmente, muitos dos laptops têm os mesmos recursos de um computador, mas com mais mobilidade. Você fica sujeito a um teclado menor e, em muitos casos, não tem mouse. Porém, se você viaja ou fica fora do escritório muito tempo, um laptop pode ser a escolha certa. Se puder, pode ser útil ter o laptop e o computador de mesa.

4. Uma linha de telefone (ou duas) à parte e um bom modem. Seus clientes vão gostar de ter as ligações atendidas por você, seu assistente ou uma mensagem profissional, não seu filho, com o cachorro latindo ao fundo. Uma linha telefônica exclusiva para a sua empresa é fundamental. Consiga um sistema de mensagem de voz também, em vez de uma secretária eletrônica, diz Applegate, porque as gravações têm melhor qualidade e o sistema é mais confiável. Você precisa de conexão rápida com a internet? Com certeza, responderá a maioria dos profissionais que trabalham em casa. “Depende do quanto vale seu tempo”, explica Kanarek. “Se você passa o dia todo na internet, pode valer a pena investir em uma boa conexão.”

5. Uma conta bancária à parte. Isso é importante porque não é bom misturar o dinheiro dos negócios com o dinheiro pessoal. Ter uma conta bancária no nome da sua empresa é a coisa certa a fazer, diz Applegate. Ela também recomenda um programa de finanças para acompanhar as finanças da empresa. Baixe aqui uma planilha para ajudá-lo na tarefa de acompanhar suas contas.

6. Formalização da empresa. Muitas empresas vão querer ver seu registro antes de fecharem negócios com você, avisa Applegate. Ter CNPJ é importante. Consiga um. Saiba mais sobre enquadramento tributário da sua empresa e a opção de ser um microempreendedor.

7. Um site e uma conta de e-mail com o nome da empresa. Sim, você precisa de um site para os negócios e para a publicidade. E precisa de um endereço na internet que corresponda ao nome da sua empresa, não uma confusão de letras e símbolos que ninguém memoriza. O mesmo acontece com o endereço de e-mail, uma conta de um servidor de internet. Você não apenas quer parecer profissional, mas quer promover a sua marca. Definitivamente, seu site ajuda sua empresa. Você recebe e-mails do mundo todo. Provavelmente, é a melhor ferramenta de marketing que você pode adotar.

8. Cartões de visita, material de escritório e, sim, um fax. Os aparelhos de fax são coisa do passado? “Estão se tornando”, pondera Applegate, “mas ainda é necessário algum recurso para mandar fax.” Ela prefere programas de fax, para poder enviar fax pelo computador. Jeff Berner prefere um aparelho de fax padrão, para não precisar escanear os documentos para o computador. Os dois acham boa a ideia de comprar um aparelho multifuncional com recursos de cópia e fax.

9. Seguros de saúde e contra terceiros. Se você largar seu emprego para cuidar da empresa, estará sozinho. Não terá dias fixos para receber o salário. Não terá férias remuneradas. E será responsável por encontrar uma cobertura de seguros. O seguro de saúde é provavelmente o maior espinho para proprietários de pequenas empresas. É caro e, às vezes, difícil de conseguir. Uma das melhores formas de conseguir o seguro de saúde é por meio de organizações comerciais. Você também precisa pensar em um seguro para a empresa.

     10. Horas de trabalho regulares e uma vida fora do escritório. Para muitas pessoas, abrir uma empresa em cada significa uma mistura da vida profissional com a pessoal. Donos de empresas em casa com experiência dizem que definiram horários de trabalho regulares e os mantêm. Quando não estão trabalhando, eles fecham as portas do escritório e saem. Da mesma forma, não permitem que as crianças brinquem dentro do escritório quando estão tentando trabalhar. Você estará enganando a si mesmo se achar que pode resolver seus assuntos com um bebê no colo. “Você precisa ser disciplinado”, afirma Applegate. “Você precisa dizer aos seus familiares que só o interrompam se a casa estiver pegando fogo.” Ao mesmo tempo, donos de empresas em casa podem exagerar e se isolar do resto do mundo. “Não se esconda em um casulo”, diz Berner. Mantenha sua rede de amizades e encontre formas de fazer novos amigos, ele aconselha. “Procure outros profissionais que trabalhem com algo parecido para pedir orientação. Saia para almoçar com outras pessoas sempre que for possível.” Isolar-se em seu escritório não apenas destrói sua vida social, mas é ruim para os negócios. Confira algunas dicas para equilibrar vida pessoal e profissional aqui.

Por Monte Enbysk

O ACM do Maranhão



Sebastião Nery
Em maio de 1978, o general Golbery, chefe da Casa Civil do presidente Geisel, ligou para o governador Nunes Freire, do Maranhão:
- Governador, precisamos conversar.
- Ministro, às suas ordens. Mas, se é para tentarem conquistar o apoio ao senador José Sarney para governador, não desejo conversar com ninguém.
Golbery desligou e queixou-se ao ministro da Justiça, Armando Falcão. Falcão, amigo de Nunes Freire, ligou para ele:
- Você foi indelicado com o ministro Golbery. Sem saber o que ele queria, foi se adiantando e dizendo que não falava sobre a candidatura do senador Sarney a governador. E se não era sobre isso que ele queria falar?
- Ora, Falcão, eu sei que era sobre isso. Como sei que você só ligou para falar do Sarney. E sobre o Sarney nem Deus me fala, Falcão. Nem Deeeeeus!!!
Falcão desligou. Mas lhe ficou no ouvido o eco distante do grito:
- Nem Deeeeuss!
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SARNEY
Em outubro de 77, poucos dias antes de morrer, o velho senador Vitorino Freire, já bem doente, pediu ao general Orlando Geisel para dizer ao presidente Ernesto Geisel que ia morrer certo de que no ano seguinte Sarney não seria nomeado governador do Maranhão. Apesar do apelo dramático de Vitorino, em maio de 78 Sarney, vice-líder da Arena no Senado, estava escolhido governador. Foi a São Luis, gravou uma mensagem ao Estado na TV de Magno Bacelar, voltou para Brasília e ficou esperando a comunicação do Palácio do Planalto.
De Recife, o general Potiguara, do IV Exército, ligou para o Planalto:
- Esse, não!
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JOÃO CASTELO
No dia D, desde cedo, os amigos começaram a chegar ao apartamento da SQS 309: Alexandre Costa, Edson Lobão, João Castelo, Luis Rocha, José Reinaldo Tavares, Airton Rocha. Às 10 horas, o general Moraes Rego, chefe do Gabinete Militar, disse ao jornalista Oliveira Bastos, amigo de Sarney:
- O governador é o Edson Lobão (colunista do “Correio Braziliense”).
Meio-dia em ponto, tocam a campainha. Era um coronel,que ficou de pé:
- Senador, trago uma mensagem do general João Batista Figueiredo (chefe do SNI, já escolhido sucessor de Geisel na Presidência da República). Infelizmente, o senhor não vai ser o governador. Indique dois nomes.
Sarney pegou um papel e escreveu: João Castelo (deputado federal) e Alexandre Costa (senador).
O coronel saiu, Sarney sentou-se na rede, fez-se um silêncio na sala e começaram todos a chorar baixinho, inclusive Sarney. Uma hora da tarde, o Planalto anunciou João Castelo. Alexandre Costa “brigou” com Sarney por ter sido incluído em segundo lugar.
Quase 25 anos depois, Sarney nem apresentou candidato a prefeito de São Luís. Apoiou o candidato do PT, que chegou em quarto lugar (ou penúltimo). É o fim do ACM do Maranhão.

Que alguém responda à pergunta que não quer calar: Qual é a utilidade das pesquisas eleitorais?



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FALTA DE DEMOCRACIA
Robert. C. Silva
Estas pesquisas eleitorais deveriam ser banidas do cenário eleitoral, pois induzem as pessoas a votar em candidatos que estão à frente. É um absurdo que a Justiça Eleitoral ainda não tenha se posicionado a respeito desta falta de democracia.
Obviamente, um povo que se contenta com baile funk e vota em Verônica Costa é de doer, são as pesquisas que provocam no povo o já ganhou. Então, para que votar? Foi por isso que anulei meu voto, depois de mais de 40 anos votando em candidatos.
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DEVIAM SER PROIBIDAS
Carlos Newton
Concordando com Robert. C. Silva, digo que há anos e anos escrevo a mesma coisa: as pesquisas eleitorais deviam ser proibidas. Em função da expectativa do chamado “voto útil”, as pesquisas induzem o eleitor a se posicionar entre os dois primeiros colocados, desprezando os demais. Essa é a realidade. Ninguém gosta de desperdiçar o voto, de jogá-lo no lixo. Por isso existem essa tendência à polarização.
Se não houvesse pesquisas, é claro que um candidato da qualidade de Gustavo Fruet (PDT) teria se saído melhor na disputa em Curitiba. O mesmo ocorreria em Florianópolis, onde era dada como certa a ida para segundo turno da candidata Angela Albino (PCdoB) para disputar com o candidato Cesar Souza (PSD), mas não foi isso que aconteceu. Cesar Souza vai enfrentar o Gean Loureiro (PMDB), que na pesquisa sempre esteve em terceiro lugar.
Essa tendência para a polarização é a grande desvantagem das pesquisas eleitorais. Se alguém souber alguma vantagem proporcionada por elas, por favor responda a essa pergunta que não quer calar.
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HÁ QUEM PAGUE
Nelio Jacob
Pesquisas são pagas, quem pagou tem que ser beneficiado. Todo sistema eleitoral brasileiro é falho propositalmente, é do interesse dos políticos. O horário eleitoral é antidemocrático devido a diferença de tempo entre os candidatos, as urnas eletrônicas deveriam dar um comprovante, que se necessário uma posterior conferência por questão de segurança.
Por que a distribuição de santinhos e panfletos nas ruas? Será que pelo fato de recebê-los os político acham que o eleitor vai votar nele? Acham sim, porque sabem que a maioria é alienada e imbecil, por isso continuam essa distribuição de panfletos.
Votar não devia ser obrigatório, Veja, na Venezuela não é obrigatório e compareceram às urnas 80% do eleitorado. Aqui no Brasil talvez comparecesse 50%, mesmo assim, o voto teria maior representatividade.

O violento esporte bretão à brasileira - Tostão (O Tempo)



Minhas críticas ao futebol que se joga hoje no Brasil, com muitas faltas, chutões, jogadas aéreas, brigas, reclamações, discussões, paralisações, excesso de cartões amarelos e vermelhos, se estendem também aos outros países sul-americanos. Os jogos no Brasil são violentos também na arquibancada e em volta dos estádios. É a violência da sociedade, que se reflete no futebol.
Os jogadores, pressionados por todos os lados, para mostrar que têm raça, são cada vez mais agressivos. Os treinadores, da mesma forma, passam o jogo todo gritando na lateral do campo. Em vez de criticar e punir seus jogadores violentos, sempre culpam os árbitros. Esses, além de fracos tecnicamente, tumultuam mais o ambiente bélico, criado pelos atletas.

As leis mensaleiras



Marcelo Nogueira
O Mensalão influenciou importantes votações no Congresso Nacional, dentre as quais a reforma tributária, a reforma da Previdência e a Lei de Falências, que coincidem exatamente com os momentos em que ocorreram os maiores repasses de dinheiro, segundo o ministro Joaquim Barbosa.
John Hart Ely, autor de “Democracia e Desconfiança” (1980), defendia a possibilidade de se declarar a inconstitucionalidade de uma lei, caso sua motivação fosse contrária à Constituição. Esse entendimento é usualmente aplicado pelo Supremo, podendo mencionar, como exemplos, a utilização da exposição de motivos dos projetos de lei como fundamento de decisões e a análise de mérito da urgência, no julgamento de medidas provisórias.
Assim, parte da doutrina entende que o Mensalão acarretou inconstitucionalidade por vício de decoro parlamentar, já que, nos termos do art. 55, § 1.º, CF/88, “é incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas”.
Estariam maculados os direitos políticos fundamentais do cidadão, a representatividade democrática e a soberania popular, pois a exigência constitucional do decoro parlamentar representa justamente a ligação que subsiste entre o eleitor e o eleito, durante o mandato parlamentar.
Todavia, a Constituição não manifesta expressamente a inconstitucionalidade da lei como consequência da falta de decoro parlamentar, referindo-se apenas à perda do mandato do congressista indecoroso. Mas, a ausência dessa previsão não impede o reconhecimento da inconstitucionalidade, por força da teoria dos Poderes Implícitos, segundo a qual a Constituição, ao prescrever os fins, necessariamente concede os meios.
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PODERES IMPLÍCITOS
A doutrina dos “inherent powers” tem sido constantemente utilizada pelo STF, destacando-se o emblemático julgamento do Habeas Ccrpus 91.661-PE, em que se afirmou que o princípio dos Poderes Implícitos é fundamental na interpretação da Constituição.
De outro lado, parte da doutrina entende que seria necessário que a maioria absoluta do Congresso tivesse sido corrompida e que haveria resultado diferente, na votação da lei, em decorrência da corrupção.
Respeitando as nobres vozes divergentes, esses argumentos não se sustentam, pois, por vezes, a corrupção de apenas alguns congressistas já é suficiente para alterar o resultado das votações, tornando desnecessária a exigência de que fosse corrompida a maioria absoluta do Congresso. Quanto à comprovação da influência no resultado, trata-se de prova impossível, mas, sendo pragmático, é razoável afirmar que um esquema tão bem organizado não investiria tanto em meras possibilidades.
A declaração de inconstitucionalidade da reforma tributária traz necessariamente consequências para os contribuintes e para o Erário, tendo em vista a prorrogação da cobrança da CPMF e a instituição do adicional de ICMS, para financiamento dos Fundos Estaduais e Distrital. O mesmo raciocínio se aplica à reforma previdenciária e à Lei de Falências, colocando sob suspeita diversas leis aprovadas sob a égide do Mensalão.
Marcelo Nogueira, advogado no Rio de Janeiro
e membro do Instituto Brasileiro de Direito Tributário.

A Univesidade, antes e depois da reforma de 1968


A Univesidade, antes e depois da reforma de 1968

Vitor Cast
A Universidade brasileira pode ser dividida em duas fases: antes e depois da reforma de 1968. Se antes da reforma havia um movimento estudantil que produzia, bem ou mal, discussão política, era formado predominantemente por estudantes da classe média.
A partir da reforma, na Universidade passou a ser mínima ou inexistente a discussão politica no meio do movimento estudantil. Se após a redemocratização muitos professores passaram a militar pelo PT, no meio estudantil a discussão passou a ser cada vez mais reduzida.
Hoje, na maioria das escolas não federais, não existe discussão politica entre o corpo discente.
Na data de hoje, estamos formando alienados politicos em massa. Quando não analfabetos funcionais.
Foi implantada nas Universidades a cultura dos coitadinhos, dos cotistas, dos etccc. Está na hora do Brasil implantar uma politica de formação de gente competente. Desde o nível primário. E aos que não conseguirem acompanhar o ritmo da educação, que não é democrático, que se lhes deem oportunidade para ter alguma formação básica profissionalizante.
O planejamento educacional de uma nação não é pra ser discutido nas bases populares. Nem somente entre reitores, professores e pedagogos. Isso é demagogia barata! Um povo ignorante, como o nosso, é como barco sem leme. Qualquer vento atrapalha. Querer que o povo humilde dê o rumo da nação é não conhecer o povo. Ele sabe quando o caminho é bom, mas não sabe qual é!

Toffoli joga no lixo sua futura biografia, ao inocentar José Dirceu, atribuindo o mensalão exclusivamente a Delúbio, Valério, Genoino & Cia.



Carlos Newton
Não foi surpresa ver o ministro Dias Toffoli acompanhar o escalafobético voto do revisor Ricardo Lewandowski, que na semana inocentara José Dirceu, por falta de provas. Mas Toffoli resolveu dar uma no cravo e outra na ferradura, como se dizia antigamente. Assim, para demonstrar uma neutralidade que jamais teve, condenou José Genoino, que Lewandowski também absolvera, para depois de uma sinuosa argumentação, absolver exclusivamente Dirceu.
 “E aí você vota assim…”
Ao começa a votar, o ministro Dias Toffoli leu diversos depoimentos de testemunhas e dos réus já condenados por corrupção passiva pelo Supremo. Disse que Delúbio Soares era “o elo de ligação entre o alegado núcleo político e núcleo operacional” e votou pela condenação do então tesoureiro do PT pelo crime de corrupção ativa.
Sobre a conduta do publicitário Marcos Valério, principal operador do esquema do mensalão, Toffoli afirmou que o próprio acusado admitiu ter feitou os repasses, e apontou outros pagamentos que ele teria feito. E também votou pela condenação de Marcos Valério pelo crime de corrupção ativa.
Em seguida, o ministro condenou os publicitários Cristiana Paz e Ramon Hollerbach, que eram sócios de Marcos Aurélio na agência SMP&B, que conduzia a compra de votos dos parlamentares. E também votou pela condenação, por corrupção ativa, de Simone Vasconcelos, que era diretora financeira da SMP&B na época do mensalão.
Toffoli então passou a analisar as acusações contra o ex-deputado José Genoino, que era presidente do PT e avalizou pessoalmente os empréstimos feitos pelo partido nos bancos Rural e BMG para financiar o esquema do mensalão. E também condenou Genoino pelo crime de corrupção ativa.
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DIRCEU IMACULADO
“A culpa não se presume”, disse Toffoli, citando textos de juristas, ao analisar as acusações contra Dirceu. Acrescentou ver “dúvida razoável” quanto ao conhecimento de Dirceu sobre o esquema do mensalão. E começou a embromação jurídica, ao assinalar que, quando há dúvida, ela deve favorecer o réu.
Toffoli disse então que o próprio procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reconheceu, em sua sustentação oral, não haver provas contra Dirceu, já que os crimes do acusado teriam acontecido “entre quatro paredes”,
Seguindo na embromação, Toffoli saiu do caso mensalão propriamente dito e argumentou que, se Dirceu estivesse mesmo atuando a favor do Banco Rural para evitar a venda do Banco Mercantil de Pernambuco, ele deveria ter sido investigado por corrupção passiva ou tráfico de influência.
“Para mim, todos esses fatos não têm peso quanto à imputação do crime de corrupção ativa”, disse Toffoli, abrindo caminho para absolver o velho amigo.
Em seguida, num impressionante esforço de contorcionismo jurídico, alegou que as únicas acusações contra Dirceu vieram de Roberto Jefferson, seu inimigo político, e de ninguém mais. “Esse não é daqueles casos que os réus e co-réus ficaram quietos, todo mundo falou e falou muito”, assinalou.
E enfim Toffoli absolveu José Dirceu do crime de corrupção ativa, mostrando que o Supremo terá de suportar por mais 26 anos a presença de um ministro que, além de não possuir notável saber jurídico, também não tem a dignidade indispensável para usar aquela toga sobre os ombros.

Marco Aurélio Melo também condena. Fim de papo para Dirceu.



De início, Marco Aurélio vota pela condenação de Valério, seus ex-sócios, Simone, Geiza e Delúbio. O ministro absolve Adauto. Marco Aurélio diz que se Delúbio tivesse poder e autonomia para levantar milhões ilegalmente e definir a distribuição desse dinheiro, teria alcançado um cargo muito maior do que de tesoureiro.
 Marco Aurélio ironiza Dirceu
“Delúbio tinha autonomia suficiente para levantar milhões e distribuir esses milhões, ele próprio, definindo os destinatários sem conhecimento da cúpula do PT?”, pergunta o ministro. “A conclusão subestima a inteligência mediana”.
Marco Aurélio diz que os acordos partidários do PT ultrapassaram a esfera política, se referindo as elevadas somas repassadas pelo partido. “Não podemos, ante a acirrada disputa partidária, imaginar partidos altruístas”. “José Genoino não possuía autonomia para bater o martelo, pelo menos nos acordos partidários”, diz Marco Aurélio.
Afirma que “Roberto Jefferson [ao denunciar o esquema] acabou prestando um serviço ao país e ao PT”. Marco Aurélio diz que o depoimento de Jefferson que incrimina Dirceu vai ao encontro de diversas provas no processo.
“Que coincidência incrível”, diz Marco Aurélio sobre a compra do apartamento da ex-mulher de Dirceu por Rogério Tolentino. O ministro ressalta que a transação foi feita em dinheiro. “Tudo era feito em dinheiro vivo”.
Marco Aurélio condena Delúbio, Genoino e Dirceu. Fim de papo.

O roteiro do rancor de Lula, por Ricardo Noblat




HUMOR A Charge do Chico Caruso




Economia e política, por Miriam Leitão



Miriam Leitão, O Globo
O Brasil está no segundo ano de baixo crescimento, o PIB está murchando, mas isso não influenciou o resultado das eleições municipais porque o voto foi decidido por questões locais.
Na Venezuela, os problemas econômicos se acumulam, e isso deu força à oposição, apesar de Hugo Chávez ter aumentado em 25% o gasto público em programas sociais para manter suas bases.
A economia sempre terá influência numa eleição, mas em algumas a participação não é determinante. No milagre econômico, o governo foi derrotado nas eleições limitadas de 1974. Em 1986, o Plano Cruzado favoreceu o governo, e o PMDB foi vitorioso país afora. Até hoje é o partido com mais capilaridade.
Os sistemas políticos atuais do Brasil e da Venezuela são bem diferentes, felizmente para nós. Aqui, instituições sólidas e democracia cada vez mas forte. Lá, esta foi a eleição em que houve o maior equilíbrio desde 1998, mesmo assim, as milícias institucionalizadas por Hugo Chávez intimidaram eleitores, a imprensa foi ameaçada, o governo usou o Estado e a maior empresa do país para se manter no poder.
O Brasil está este ano com a segunda pior taxa de crescimento dos países da região, depois do Paraguai, que está em recessão. Mesmo assim não se pensou em voto de protesto. Isso porque há um crescimento fraco, mas com desemprego baixo e crédito farto.
A inflação está ascendente, na área que mais pega, a de alimentos, mas não está sendo vista como descontrolada. Tudo isso neutralizou o efeito que o crescimento declinante poderia fazer.
O eleitor deu vários recados aos partidos em geral. Quer um sistema partidário pulverizado, apesar de isso incomodar quem preferiria um país com menos partidos.
Sete legendas tiveram vitórias no primeiro turno, das nove capitais onde a eleição já acabou. Isso informa que não há um ganhador das eleições, mas vários.
O presidente Lula mostrou seu poder ao levar ao segundo turno da maior cidade um estreante em eleições, mas não comprovou todo o poder que ele imaginava ter.
No Recife, onde o PT governa há 12 anos e Lula sempre teve boa votação, o partido sofreu uma acachapante derrotada. O PSB de Eduardo Campos é mais dono da vitória do Recife do que de Belo Horizonte.
As sutilezas da política brasileira mostram que realmente este não é um país para amadores. Márcio Lacerda é do PSB, mas sua vitória é creditada a Aécio e foi a maior derrota da presidente Dilma. Ela esteve na cidade, e num estilo nada mineiro defendeu seu candidato, mas não o levou ao segundo turno.
É a política que governa a política. A economia influencia às vezes. A economia tem seus poderes políticos mas não é forte nas escolhas locais.
O Rio de Janeiro reelegeu um prefeito que é bem avaliado, mas também porque está de olho na permanência administrativa necessária para o sucesso das Olimpíadas. Será um erro grosseiro se Eduardo Paes abandonar o barco dois anos antes das competições por outras ambições. O eleitor mandou um eloquente recado ao prefeito que quer o sucesso dos projetos que levarão a 2016.
Mesmo as eleições municipais sendo governadas por questões locais, o segundo turno vai exibir clivagens nacionais. A mais óbvia delas ocorrerá em São Paulo. A eleição paulistana não será uma prévia da presidencial, mas é um tabuleiro no qual os jogadores vão querer mover suas pedras.
O ex-presidente Lula está não apenas querendo mostrar seu poder sobre o eleitorado, mas quer renovar as lideranças de um partido que teve vários dos seus quadros dirigentes abatidos por escândalos políticos. O PSDB em São Paulo terá que ser capaz de superar divisões nas quais tem se enfraquecido.

Esta música é das antigas - Chubby Checker: Let's Twist Again




O perverso legado de Paes, por Carlos Tautz



A certeza que deriva da reeleição de Eduardo Paes à Prefeitura do Rio é que continuarão as enormes intervenções urbanas pelas quais a cidade passa desde que ele assumiu.
Apresentadas pela imprensa como positivas em si, elas resultam na expulsão branca de pobres e negros de áreas agora valorizadas.
Mas esse fenômeno, ao lado da baixa qualidade da saúde e da educação, é pouco destacado na primeira página, porque no miolo do jornal a publicidade oficial é farta.
A construção de grandes obras a toque de caixa, que sempre abre espaço para uma série de irregularidades, mais uma vez é a praxe.
Com uma suposta necessidade de aprontar o Rio para a Copa em 2014 e as Olimpíadas dois anos depois, qualquer coisa ganha legitimidade, mesmo que só se sustentando com uma campanha publicitária pesada, frequente e permanente – ou seja, caríssima.
Fazem-se obras tremendamente impactantes do meio ambiente e das rotinas das pessoas com licenciamento simplificado – caso da Transcarioca –,sem que alternativas fossem cotejadas.
Colocou-se nesta rodovia R$ 1,6 bilhões em dinheiro do Município, financiados pelo BNDES, para desapropriar na marra milhares de casas por preços vis, desrespeitando o direito dos moradores e desconsiderando o trem e o metrô.
A euforia fabricada pela proximidade dos megaeventos venceu o bom senso e a prudência que precisam orientar a administração pública e seus recursos.
Paes alimentou o canteiro de obras a bilhões do Erário e, com a disparada nos preços dos imóveis, provocou uma verdadeira limpeza social em áreas anteriormente degradadas e habitadas pelos despossuídos.
É ótimo no papel de gestor de um Rio que serve menos para seus moradores e mais para os especuladores.
Botou abaixo a institucionalidade de cinco milhões de metros quadrados do Centro, ali na Gamboa, Santo Cristo e Praça Mauá, agora administrados pelo Consórcio Porto Novo – leia-se Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia.
Os serviços públicos de coleta de lixo, iluminação pública, limpeza, trânsito e pavimentação (não se espantem se no futuro a segurança pública engordar essa lista) foram presenteados às empreiteiras, sem que fossemos consultados sobre a privatização desta porção histórica do território carioca.
Horror maior ainda acontece no Morro da Providência, onde na penumbra da noite a Secretaria Municipal de Habitação marca as casas que serão demolidas para dar lugar a tenebrosas transações, em artimanha digna dos nazistas contra os judeus.
Desde já, é fácil antever o legado de Paes: uma cidade perversamente privatizada, cara e que não respeita a ampla parcela de sua sociedade que comete o “crime” de não ser integrada, como os negócios que ele proporciona, à especulação internacional.

Carlos Tautz é jornalista e coordenador do Instituto Mais Democracia – Transparência e Controle Cidadão de Governos e Empresas

Taxa de reeleição dos prefeitos é a menor da história



A taxa de reeleição dos prefeitos caiu para o nível mais baixo desde 2000, quando a disputa por um segundo mandato passou a valer pela primeira vez. Em 2012, 55% dos prefeitos que tentaram se reeleger conseguiram se manter no cargo, abaixo da taxa de 2008, de 65%. Em 2004 e 2000, as taxas foram de 58%. No total, são 1510 reeleitos e 14 prefeitos classificados para o segundo turno em 2012.
O percentual de renovação no comando das cidades também foi mais alto que nas últimas eleições municipais. Em 73% dos municípios, os eleitos não ocupam o cargo atualmente. Em 2008, a renovação foi de 60%. O levantamento foi feito pelo Estadão Dados comparando o resultado do primeiro turno com informações da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) sobre os candidatos à reeleição.
O PSB, partido que registrou o maior crescimento tanto em número de prefeitos como em eleitorado a governar a partir de 2013, teve o melhor resultado na corrida pela reeleição. Entraram na disputa 163 prefeitos da sigla e reelegeram-se 71%.
Quatro entre dez prefeitos reeleitos do PSB estão no Nordeste, mas foi em Belo Horizonte que o partido teve a sua maior conquista, ao reeleger Márcio Lacerda contra o candidato petista Patrus Ananias. A disputa mineira gerou atritos entre os dois partidos, aliados no plano nacional, e provocou rusgas públicas entre a presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves (PSDB), apoiador de Lacerda.
Prefeitos. Metade dos atuais prefeitos concorreram à reeleição em 2012, de acordo com a CNM. O PMDB foi o partido que mais lançou candidatos a um segundo mandato consecutivo (527) e também o que mais reelegeu prefeitos em número absoluto (296). Mas os peemedebistas ficaram próximos à taxa nacional de reeleição, com 56%.
O DEM registrou a segunda melhor taxa de reeleição, atrás apenas do PSB. Sete entre dez prefeitos candidatos da sigla se reelegeram. Mas o bom desempenho dos democratas fica apagado pela redução no número de candidatos à reeleição, já que pelo menos 100 prefeitos dos 500 eleitos pela sigla em 2008 debandaram para outros partidos até agora.
A maioria migrou para o novato PSD, criado em 2011 pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Por isso, o PSD também teve candidatos à reeleição nesta que é sua primeira eleição. Em Ribeirão Preto, por exemplo, a atual prefeita pelo PSD, Dárcy Vera, foi classificada para o 2º turno. O partido não soube informar o número de prefeitos que tem atualmente e por isso não foi possível checar a sua taxa de reeleição.
Ciclos. Devido à introdução recente da possibilidade de concorrer a um segundo mandato, os pleitos municipais têm intercalado ciclos altos e baixos de reeleição. Isso ocorre porque nas eleições de 2000 todos os prefeitos poderiam se candidatar novamente, marcando um ciclo alto. Assim, na eleição seguinte, o percentual dos que podiam concorrer foi menor.
As eleições de 2012 são de um ciclo baixo, após o ciclo alto de 2008. Seis entre dez prefeitos poderiam se candidatar à reeleição, mas cinco concorreram de fato. O resultado final, de 27% do total de prefeitos reeleitos, é maior que do último ciclo baixo, que ficou em 23%. Nos ciclos altos de 2000 e 2008, a taxa foi de 36% e 40%, respectivamente.
Amanda Rossi, Daniel Bramatti, José Roberto de Toledo e Diego Rabatone

OBRA-PRIMA DO DIA - ESCULTURA Semana Henry Moore: A Madona e a Criança



Sétimo filho do chefe de uma equipe de mineiros, Henry Moore teve uma infância feliz graças à personalidade forte e incentivadora de seus pais. Ainda em Castleford, Yorkshire, onde nasceu, Moore já lecionava na escola onde aprendeu a ler e escrever. Aos 17 anos alistou-se e foi o caçula de seu regimento, o Prince of Wales Civil Service Rifles.
A lembrança que ele conservou da guerra não foi traumática como para tantos outros soldados. Ele dizia que tudo se passou como numa névoa, onde nada era muito real, dominado pelo romantismo de se tornar um herói. Em Cambrai, na França, ele foi envenenado com gás, mas recuperou-se muito bem e terminou a guerra como instrutor de recrutas.
Ao fim da guerra voltou para sua escola em Castleford, mas por pouco tempo. Recebeu do governo uma bolsa para a Escola de Arte de Leeds onde logo foi reconhecido como um aluno acima da média. E em 1921 recebeu a bolsa que mudou sua vida, para o Royal College of Art de Londres.
São suas palavras: “Estava como num sonho, excitadíssimo. Na primeira viagem num daqueles ônibus abertos eu olhava em torno e parecia que estava viajando pelo céu. A sensação era que o ônibus flutuava no ar...”
Moore aproveitou tudo que pode das oportunidades que Londres lhe oferecia. Frequentava os museus assiduamente. Nesse seu primeiro ano em Londres foi a Paris com um colega e lá também se extasiou com o que viu no Louvre e nas ruas.
Ganhou uma bolsa de viagem e escolheu ir para a Itália onde se apaixonou tanto pelas obras clássicas greco-romanas que na volta custou a se libertar do que vira, teve uma espécie de bloqueio. Ainda bem que de curta duração.
Em 1926, quando de sua primeira exposição individual, ele foi muito feliz pois alguns dos compradores de suas peças foram nada menos que Jacob Epstein e Augustus John, artistas de muito renome e peso. Nessa ocasião, Epstein recomendou Moore como artista para uma escultura destinada ao novo Centro Administrativo do metrô londrino.
Era o início de uma longa carreira como um dos maiores escultores do século 20.


A Madona e o Menino: escultura feita por encomenda para a Igreja de São Mateus, Northampton, Northamptonshire, Inglaterra, entre 1943/44.
Em pedra de Hornton, mede 149.9cm, retrata Maria como mulher determinada, protetora de sua Criança. A Madona olha para a porta de entrada da Igreja, como a encarar quem vem lá. Já o Menino, é preciso ficar diante da estátua para olhar seu rosto.