terça-feira, 22 de janeiro de 2013

CRÔNICA Cartas de Londres: o frio espanta o preconceito com a comida



Se existe uma coisa da qual os britânicos têm vergonha de terem orgulho é a culinária local. No resto da Europa a comida do Reino Unido é motivo de piada por conta do excesso de gordura e da falta de gosto especial (bom, eles são sempre comparados com pizzas, jamón ibérico, bacalhoadas e outras maravilhas). Mas quando o frio aparece e as pessoas se internam dentro dos bares é possível notar que os quitutes dos súditos da rainha não são terríveis.
O mais popular deles me dava a sensação de “nunca vou comer isso”, mas depois de testar vi como julguei mal os meus anfitriões. O Scotch Egg é o que um boteco paulista chamaria de bolovo. Não é saudável, não é elegante, não é bonito de ver. Trata-se de um espécie de coxinha, recheada por uma espécie de cozido de salsicha e um gigantesco ovo cozido, ainda com a gema mole.
É a comida de bar preferida de um amigo inglês que tem a rara coragem de comparar a comida local com a das melhores cozinhas do mundo. “Não sei porque falam tão mal se adaptamos nossa cozinha ao que veio de fora”, diz ele. “Se você coloca o molho de pickles no Scotch Egg e diz que é francês ninguém notaria e achariam muito chique. Os ingredientes são bons, não tem como ser ruim.”
Verdade. Mas nessa hora, de sacanagem, costumo apontar o sausage roll – uma coisa feita com massa folhada e uma linguiça diferente das brasileiras, porque é cheia de trigo. Eles cortam em fatias e enchem de mostarda ou de molho marrom (não tente esse). Mas nos dias de frio abaixo de zero, quando a opção é ficar onde você está ou ir procurar algo na gélida rua, vira uma iguaria.
Ao contrário do que pensam os turistas, os britânicos não ligam para aquela que é apontada como a principal comida de bar do país. O peixe com fritas (fish and chips) é cada vez mais parecido com a realeza: só os mais velhos ligam. No frio é a última opção para quem está no pub. “Meu avô come isso com os amigos dele”, me disse uma colega.
As opções britânicas são populares, mas eles parecem preferir algo mais internacional. Tapas espanholas, bruschettas italianas e hamburgueres alemães têm uma clara preferência. Eles topam defender os salgadinhos locais, ainda mais no frio.
Mas parecem fazê-lo com gosto só depois de estarem devidamente alimentados com o prato principal dos seus botecos: muita, muita cerveja. 

Maurício Savarese é mestrando em Jornalismo Interativo pela City University London. Foi repórter da agência Reuters e do site UOL. Freelancer da revista britânica FourFourTwo e autor do blog A Brazilian Operating in This Area - Twitter: msavarese. Email: savarese.mauricio@gmail.com. Maurício estará conosco todas as segundas-feiras.

Conab emprega filho de Renan e ex-mulher de Henrique Alves



  • Os dois chegaram à empresa quando Agricultura era chefiada por Wagner Rossi




Henrique Eduardo Alves concorre à presidência da Câmara e Renan Calheiros disputa o comando do Senado


Henrique Eduardo Alves concorre à presidência da Câmara e Renan Calheiros disputa o comando do Senado
BRASÍLIA — Conhecido feudo do PMDB, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) abriga em seus quadros gente muito próxima dos favoritos para comandar o Congresso Nacional a partir de fevereiro. Rodrigo Rodrigues Calheiros, um dos filhos do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), candidato a presidir o Senado, recebe R$ 10,5 mil mensais como assessor de Contratos Especiais da presidência do órgão. Mônica Infante Azambuja, ex-mulher do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que pleiteia a presidência da Câmara, tem salário de R$ 10,1 mil como assessora de diretoria.

— Não sei se ele está de férias. Não está vindo nesses dias.
Rodrigo, de 28 anos, está na companhia desde abril de 2011, mas não é assíduo no trabalho, segundo servidores. Ontem à tarde, a secretária da Diretoria de Gestão de Pessoas, onde Rodrigo deveria despachar, informou que o servidor não estava:
Mas no site oficial da Conab, no relatório onde aparece a situação funcional dos servidores, Rodrigo aparece como “trabalhando”.
Mônica é designer gráfica e chegou à Conab em julho de 2011. Ambos ingressaram no órgão quando o ministro da Agricultura, pasta a qual a Conab é subordinada, era Wagner Rossi, um político do PMDB, com vínculos com o vice-presidente da República, Michel Temer. Denúncias de irregularidades afastaram Rossi da pasta.
Em 2002, quando Alves surgiu como vice de José Serra (PSDB) na coligação que disputaria a Presidência, Mônica acusou o ex-marido de ter dinheiro depositado em paraísos fiscais. O caso derrubou Alves da dobradinha com Serra. Foi substituído por Rita Camata (PMDB-ES). Mônica passou pela Infraero e entrou numa lista de demissionários da empresa. Alves brigou para mantê-la no cargo.
Rodrigo é lotado na presidência da Conab, mas sua mesa está instalada na diretoria de Gestão de Pessoas, cujo diretor é Rogério Abdalla, homem do PMDB, que está na companhia pelas mãos de Wagner Rossi. Abdalla é ligado à cúpula do PMDB. Foi ele quem se encarregou de levar Mônica e Rodrigo à Conab. Mônica trabalha na diretoria de Operações e Abastecimento, cujo diretor é Marcelo de Araújo Melo, candidato derrotado em Goiás como vice de Iris Rezende. Mônica chegou a ser assessora da presidência, na gestão de Evangevaldo dos Santos, ligado ao PTB, mas que obedecia aos pedidos do PMDB.
A Conab informou, por sua assessoria, que há cargos na assessoria da presidência e diretorias da Conab que são de livre nomeação, e que “tais indicações são políticas”. A companhia informou ainda que não só o PMDB indica pessoas, mas que, apesar do componente político, são competentes. “Os partidos da base aliada e outras legendas indicam pessoas qualificadas para o cargo, e o governo promove as nomeações. Tanto Rodrigo quanto Mônica foram contratados na época de Rossi (como ministro), e foram mantidos pela continuidade do cumprimento de suas funções”.
Alves informou, pela assessoria, que não comentaria o assunto. A assessoria de Renan não retornou os contatos.
O presidente da Associação dos Servidores da Conab, Sérgio Camelo, criticou indicações políticas:
— O critério de escolha sempre deveria ser técnico.


 

Sequestraram o Chávez?, por Ateneia Feijó



Estava a fazer uma arrumaçãozinha numa prateleira da estante e caiu-me nas mãos a Revista do Brasil, nº 1, de 1984. Não resisti e reli “Bolívar e a pátria americana”, um artigo de Darcy Ribeiro, naquela época secretário de Ciência e Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
E vice-governador de Leonel Brizola, fundador do Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Entre os temas abordados nos discursos de Bolívar, Darcy se referia ao da complexidade da identidade latino-americana e ao desafio de formular o projeto político que permitisse unificar os americanos do Sul numa federação nacional. Na qual, nenhum deveria ser fraco em relação a qualquer outro; nem mais forte.
Darcy enxergava o ideal bolivariano nas gerações de seu tempo (e nas que lhe sucederiam) em luta pelo nascimento da “Nação Latino-Americana”. Acreditava que isso seria possível.
Mais: que ela garantiria liberdade, justiça social, igualdade e “coragem de lutar pela beleza e pela felicidade humana”. Darcy enaltecia a utopia bolivariana.
No ano anterior à publicação da revista, se comemorara o segundo centenário do nascimento de Simon Bolívar, falecido em 1830. Mesmo derrotado em seu megaprojeto, o “herói libertador” continuou inspirando ideólogos contemporâneos. A começar por Brizola, que defendia o “socialismo moreno”.
Porém, Brizola não conseguiu ser eleito presidente do Brasil. Apoiou Lula no segundo turno das eleições de 1989 ao transferir para ele os votos de seu eleitorado. Mas o petista perdeu.
Em 1990, inconformado com a queda do Muro de Berlim, Fidel Castro procurou Lula para criar o Foro de São Paulo. A meta? Derrubar o “neoliberalismo”. Para isso, a jovem revolução da Venezuela passou a financiar com barris de petróleo a velha revolução de Cuba; pagando os serviços cubanos de assistência social, saúde e educação.
Com o óleo venezuelano, o comando político permanece em Cuba. Já o Mercosul transformou-se em um tratado de integração de força econômica e política. Mais política do que econômica. A luta atual é para mitificar ídolos de carne e osso.
Bolivarianos são otimistas em qualquer situação. Até o momento em que escrevo não observei qualquer sinal de luto nos olhos e na expressão facial das autoridades latino-americanas visitadoras de Chávez em Havana.
Esta resumidíssima história pode ser lida de diversas formas, com liberdade de opinião. E em nome dela, sabe o que me disseram? Que Chávez pode ter sido sequestrado pelos hermanos Castro. Quanto vai custar o resgate?

Ateneia Feijó é jornalista

A longa espera pelo atendimento médico público



Pedro do Coutto
Na edição de sexta-feira, a Folha de São Paulo publicou reportagem de Talita Bedinelli revelando que existem 661 mil pedidos de consultas, exames e cirurgias no sistema de atendimento médico da Secretaria de Saúde da cidade de São Paulo aguardando atendimento.
Média de espera: 35 meses. Incrível. O novo Secretário, José de Filipi Júnior, acentua a matéria, pensa em realizar um mutirão. Uma iniciativa de emergência, melhor do que nada, mas que não vai ao encontro das raízes do problema.
Mutirão para consulta, ainda é possível, embora a rapidez seja contraproducente. Mas mutirão de cirurgias e de exames? O risco da sobrecarga no setor cirúrgico é enorme. E a cirurgia não termina praticamente com sua realização. Há necessidade de os pacientes serem internados para recuperação. Surge aí o problema dos leitos. Os números existentes são inferiores à necessidade. Verifica-se assim um outro impasse. Sem falar no volume de medicamentos necessários, no aparelhamento da rede hospitalar, na presença e ação dos médicos e paramédicos.
Os dados sobre o déficit de atendimento cingem-se à capital paulista. Imagine-se a situação em todo o país. No setor de exames, as solicitações acumuladas elevam-se a mais de 72 mil. Ora, os exames são fundamentais, vêm na sequência das consultas e são básicos para a efetivação das cirurgias. Caso contrário, a consulta pode ocorrer, mas o que vem depois dela? Na maioria dos casos os exames de sangue e de urina. Além de todos esses aspectos, é indispensável qualidade e confiabilidade.
VIDA E MORTE
A complexidade é enorme, inclusive o que distingue o atendimento médico, geralmente de urgência, das demais atividades do setor público. O atraso de um mês num processo pode ser compensado. Numa ação de saúde, trinta dias podem ser o limite entre a vida e a morte. O momento do início do tratamento também. Um retardamento pode causar danos enormes à integridade humana.
O Brasil investe pouco na Saúde. No plano federal e nas esferas estaduais e municipais. Investimento não é só o aspecto financeiro, embora este seja o principal no caso. Investimento encontra-se também na organização administrativa, na boa vontade das pessoas para com os que buscam serviços públicos, já que é impossível que possam pagá-los à rede particular.
Existem os planos de saúde, por certo. Mas as reclamações são muitas. Recentemente a Agência Nacional de Saúde desacreditou um número enorme de empresas que anunciam coberturas, mas que não as efetivam, cobrando pelo que não podem fazer, ou então iludindo setores da sociedade. O tema saúde é um desafio a ser enfrentado urgentemente, sobretudo para que o déficit existente não se agrave.
É imperioso que o atendimento às filas existentes seja maior que o surgimento de novos pedidos. Só assim, a vergonhosa situação poderá ser reduzida por etapas, na cidade de São Paulo e nas demais cidades brasileiras. O combate à violência, à imprudência nas ruas e rodovias faz parte do esforço aguardado. Até porque os acidentes de trânsito podem ser evitados. As doenças não. Sempre aconteceram, em maior ou menor escala. Infelizmente.

BAITA SANDUBA



De algum tempo para cá alguns de nossos shopping centers estão equipados com lojas de sanduíches do tipo “submarino”.
Basicamente são sanduíches em que o cliente vai passando por uma série de bandejas de produtos como presuntos, queijos, salames, molhos diversos, sanduba 1tipos diferentes de fiambres e instruindo o atendente para colocá-los entre duas fatias de pão ou um pãozinho que pode variar de comprimento.  São também conhecidos por sanduíche a metro.
Para mim estes sanduíches todos devem sua origem ao cartunista Chic Young, que criou o personagem Dagwood Bumstead e sua esposa Blondie em 1933.  Dagwood, filho de aristocráticos industrialistas foi deserdado por ter casado com Blondie, uma ex-corista de teatro. Agora trabalha como administrador em uma empresa e o casal vive uma vida de classe média. Dagwood adora Blondie, seus filhos, seu cachorro, dormir no sofá e … comer.
Após dormir das 21 hs. às 22hs no sofá ele costuma ir à cozinha para ver o que há na geladeira. Reúne frios, queijos, restos de comida, tomates, azeitonas, cerejas, pepinos em conserva e constrói verdadeiros monumentos entre duas fatias de pão.
Em suma, Dagwood deveria ser um ídolo para todo o amante de sanduíches e para toda dona de casa cujo marido assim se encarrega de evitar que restos de comida estraguem na geladeira.
Assim é tratado pelos leitores de sua tira de cartuns que segue popular, oitenta anos após sua criação (hoje desenhada e produzida por Dean Young, filho de Chic Young).
Sentiu um buraco no estômago tarde da noite?  Nada de envelope de sopa. Faça um Dagwood.
Mas alerta!  Em Porto Alegre na década de sessenta/setenta costumávamos parar tarde da noite, saindo da aula, do cinema ou do teatro,  num trailer que fazia um cachorro quente de lingüiça que continha quase tudo que se possa imaginar. O nome do lugar (que ainda existe mas é uma sombra do original) era Zé do Passaporte. O sanduíche se chamava “Passaporte pro Inferno”.  Por que “Passaporte pro Inferno”?  Já imaginou o tipo de pesadelo depois de ingerir 1500 calorias de comida gordurosa uma hora antes de ir dormir? sanduba 2
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Redução da maioridade penal pode ser votada, este ano, pelo Senado



José Carlos Werneck
Com o aumento do número de crimes violentos cometidos por menores e o forte clamor popular para que seus autores recebam uma punição à altura, o aumento da maioridade penal será um dos temas mais polêmicos em discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania em 2013.
Três propostas de emenda sobre o tema aguardam, no Senado Federal, decisão da Mesa Diretora para análise em conjunto. E o senador Ivo Cassol do PP de Rondônia, propôs a realização de plebiscito sobre a redução da maioridade penal para 16 anos, a ser realizado já nas próximas eleições presidenciais, em 2014.
A Constituição Federal estabelece a não imputação aos menores de 18 anos, que por força deste dispositivo ficam sujeitos a punições específicas do Estatuto da Criança e do Adolescente, mas é grande a pressão da sociedade para que os menores infratores possam ser penalmente responsáveis por suas ações.
CRIMES HEDIONDOS
Os três textos têm diferentes entendimentos. A PEC 33/2012, de autoria do senador Aloysio Nunes Ferreira, de São Paulo, restringe a redução da maioridade penal para 16 anos, aos crimes arrolados como inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, tais como tortura, terrorismo, tráfico de drogas e hediondos previstos no artigo 5º, inciso XLIII da Lei Maior. Também inclui os casos em que o menor tiver múltipla reincidência na prática de lesão corporal grave ou roubo qualificado.
O senador Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo, relator na Comissão, posicionou-se pela aprovação, destacando que “a sociedade brasileira não pode mais ficar refém de menores que, sob a proteção da lei, praticam os mais repugnantes crimes”. Segundo ele, o direito não se presta a proteger esses infratores, “mas apenas os que, por não terem atingido a maturidade, também não conseguem discernir quanto à correção e às consequências de seus atos”.
AOS QUINZE ANOS
Acir Gurgacz, do PDT de Rondônia, foi além em sua proposta (PEC 74/2011): para ele, quem tem 15 anos também deve ser responsabilizado penalmente na prática de homicídio doloso e roubo seguido de morte, tentados ou consumados.
Ao justificar o projeto, Gurgacz cita, ainda, levantamento realizado pela Associação Brasileira de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e Juventude, segundo o qual os adolescentes seriam responsáveis por 10% do total de crimes ocorridos no Brasil.
A terceira proposta sobre maioridade é mais ampla que as duas anteriores. O texto, do senador Clésio Andrade, do PMDB de Minas, prevê o limite de 16 anos para qualquer tipo de crime cometido. O senador propõe a seguinte redação para o artigo 228: “A maioridade é atingida aos 16 anos, momento a partir do qual a pessoa é penalmente imputável e capaz de exercer todos os atos da vida civil”.
Na opinião de Clésio Andrade, quem tem 16 anos não só deve ser passível de processo criminal, como deveria ter direito de se casar, viajar sozinho para o exterior, celebrar contratos e dirigir, ou seja, deveria atingir também a plenitude dos direitos civis. Pela proposta, tornaria obrigatório o voto dos maiores de 16 e menores de 18, hoje facultativo.

REGULAMENTAÇÃO DA MEDICINA



Plínio Zabeu
Nosso país conta atualmente com 197 escolas médicas que formam 17 mil novos médicos por ano. Somos pelo menos 370 mil profissionais da saúde em atividade. Além disso,  em escolas precárias na Bolívia são mais   20 mil estudantes brasileiros  se “preparando” para a profissão no  Brasil.  A qualidade dessas escolas é  baixíssima e seus formandos esperam que políticos demagogos  no Brasil  acabem de vez com a prática chamada revalida, ou seja, para que eles possam desempenhar a função no país,  necessitam passar por exame de capacitação. plinioAté agora, apenas  2% deles foram aprovados.   Entre os que se formam aqui também  a qualidade precisa  ser muito melhorada. Por determinação do CRMESP (Conselho Regional de Medicina) todos os médicos formados no Estado de São Paulo em 2012  foram obrigados a passar por exame de suficiência para registro do diploma. Mesmo os que  foram reprovados (45%)  garantiram o direito de exercer a profissão.
Mas há tempos o CFM (Conselho Federal de Medicina) vem se preocupando com a qualidade da medicina que tem sofrido queda acentuada por falta de material, suporte financeiro, treinamento,  capacitação e sobretudo uma regulamentação definitiva da profissão. O projeto apresentado no  Senado em 2002  foi agora  aprovado  e resta a sanção presidencial.
A nova lei fará a regulamentação definitiva da profissão sem prejuízo de outros profissionais que também atuam no setor.  Há necessidade  urgente de  investimentos governamentais em todos os níveis,  para que a qualidade dos formandos seja   suficiente para uma medicina de qualidade sem os percalços que a imprensa mostra com freqüência assustadora.   O ministro da educação acha que são necessárias mais e mais escolas,  sem se preocupar com a qualidade. Para ele interessa apenas e tão somente a quantidade.

Charge do Duke (O Tempo)



SÓ PARA MAIORES - A FÁBRICA DO SR. FRANCISCO E DE DONA CACILDA



Anhangüera
Ora pois! A fábrica existe e foi objeto de reportagem lá na terrinha. Se eu apenas a referisse, os leitores não iriam acreditar. Pois a fábrica de cestos da gávea, como sempre registra nosso coeditor, o especialista em textos digamos, fora do padrão, está lá, e produzindo para cesto da gávea. Não preciso dizer mais, porque o vídeo da reportagem é completo. Pusatão, para que não digam que estou mentindo, mato a cobra e mostro o pau…caldas da rainha

PMDB usar recursos públicos para bancar campanha de Henrique Eduardo Alves à presidência da Câmara



A deputada federal Rose de Freitas (PMDB-ES) colocou em dúvida a legalidade do pagamento da campanha de seu colega Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) à presidência da Câmara feito com o fundo partidário da legenda.
No um documento encaminhado ao gabinete do presidente nacional da legenda, senador Valdir Raupp (RO), Rose questiona a legalidade do uso do fundo partidário. Além disso, ela pergunta quanto deverá ser desembolsado para a campanha de Alves e se uma segunda candidatura não deveria ser contemplada da mesma forma.
Favorito à disputa, Alves tem rodado o país a bordo de um jatinho cedido por Newton Cardoso, ex-governador de Minas Gerais e atual deputado federal, também do PMDB.
Segundo levantamento feito por empresa de táxi aéreo, o custo mínimo, relativo a um jato de porte pequeno, para todo o trajeto planejado por Alves seria de R$ 189 mil.
FUNDO PARTIDÁRIO…
De acordo com o PMDB, os gastos com combustível e tarifas aeroportuárias, além dos jantares e almoços promovidos pelo deputado, devem ser pago com dinheiro público, oriundos do fundo partidário da sigla.
Rose de Freitas diz que, a princípio, não deve recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral, mas cobra manifestação da cúpula do PMDB. “Se o partido for usar o fundo partidário, terá de pensar se está dentro da legalidade”, afirmou. “Não acho justo que seja usado o dinheiro do partido”, disse.
O senador Valdir Raupp disse, via assessoria, que deve responder às questões de Freitas ainda esta segunda.
O próximo evento da agenda do deputado será hoje em Belém (PA).
Além do transporte e dos jantares, fazem parte dos custos de campanha de Henrique Alves a produção de 2.000 exemplares de um livro com os discursos feitos pelo deputado – a um custo de R$ 25 mil, segundo a assessoria – e o envio de mensagens via celular com pedido de votos – que custou, por enquanto, cerca de R$ 400.

Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)



A adoração a Lula - Percival Puggina



Atravessou os últimos sete anos sem esclarecimento cabal a incompatibilidade entre a consagração que o povo brasileiro dedica ao ex-presidente Lula e o que esse mesmo povo diz quando chamado a opinar sobre a moralidade da conduta de terceiros. Alguns analistas consideram, com bastante razão, que o brasileiro médio não consegue conectar o que pensa com o que faz. Simetricamente, as ações e omissões de Lula na vida real não influenciam o juízo que esse mesmo cidadão faz do ex-presidente.
Já saiu de cartaz e vai para a amnésia seletiva a operação da Polícia Federal que revelou as relações promíscuas da personagem Rosemary com pessoas envolvidas em corrupção. Os fatos, que teriam tudo para abalar fortemente a imagem de Lula sequer lhe fizeram cócegas. No entanto, um breve resumo do que se tornou público mostra a gravidade das revelações. Vejamos:
a) Lula tinha um affaire com Rosemary (até aí nada que mereça interesse, a não ser de alguma vizinha fofoqueira);
b) para tornar mais fáceis essas relações, ele criou um cargo federal em São Paulo, designou Rosemary para esse posto e transferiu para nós, pagadores de impostos, o ônus de sua manutenção (aqui os problemas já entram para o campo político e penal, de onde não mais sairão, ainda que sobre eles se estejam empilhando as páginas do tempo);
c) com o mesmo intuito de favorecer os encontros entre ambos, Lula inseriu a amiga nas comitivas que o acompanharam em dezenas de roteiros internacionais, com livre acesso aos seus aposentos privados, transformando em motel a aeronave presidencial;
d) num arroubo tão sem propósito quanto o de Calígula ao incluir seu amado cavalo Incitatus na lista dos senadores de Roma, Lula fez com que fosse fornecido passaporte diplomático à sua teúda e nossa manteúda, dando-lhe status de servidora do país no cenário internacional;
e) obviamente, a condição de servidora “pública” em missão diplomática, credenciou Rosemary às diárias pagas aos funcionários em tais situações; f) para ocultar todos esses fatos ao conhecimento da matriz, Lula, contrariando rigorosos dispositivos que regem as viagens aéreas, exigia que o nome da filial fosse suprimido das listas de passageiros embarcados na aeronave presidencial.
SÃO FATOS
Os leitores destas linhas sabem que tudo isto é fato. Aliás, fato que tão logo divulgado constrangeu a presidente Dilma a extinguir o cargo que a nossa manteúda ocupava no tal escritório de representação do governo federal em São Paulo. E o ex-presidente, a despeito de sua situação de homem público e de suas responsabilidades em relação aos próprios atos, manteve-se quieto como, digamos assim, um guri cujas fraldas precisam ser trocadas.
Mesmo assim, o efeito dessas revelações sobre a imagem e o prestígio de Lula é igual a zero. Efeito nenhum. Ora, se forem verdadeiros os sempre altíssimos percentuais de apoio ao ex-presidente, é provável que muitos leitores destas linhas tenham o maior apreço pelo nosso Berlusconi matuto. Mas é inegável que o objeto desse apreço é um perfeito velhaco.
(do Blog do Puggina)

CHARGE DO ALPINO - BBB13: após contar que tirou os dentes de um cão com machado, Dhomini vai para o paredão



Um cidadão acima de qualquer suspeita



  • São abundantes os indícios que ligam Lula a um conjunto de escândalos. O que está faltando é o passo inicial que tem de ser dado pelo Ministério Público: a investigação das denúncias
Luís Inácio Lula da Silva se considera um cidadão acima de qualquer suspeita. Mais ainda: acha que paira sobre as leis e a Constituição. Presume que pode fazer qualquer ato, sem ter que responder por suas consequências. Simula ignorar as graves acusações que pesam sobre sua longa passagem pela Presidência da República. Não gosta de perguntas que considera incômodas. Conhecedor da política brasileira, sabe que os limites do poder são muito elásticos. E espera que logo tudo caia no esquecimento.
Como um moderno Pedro Malasartes vai se desviando dos escândalos. Finge ser vítima dos seus opositores e, como um sujeito safo, nas sábias palavras do ministro Marco Aurélio, ignora as gravíssimas acusações de corrupção que pesam sobre o seu governo e que teriam contado, algumas delas, com seu envolvimento direto. Exigindo impunidade para seus atos, o ex-presidente ainda ameaça aqueles que apontam seus desvios éticos e as improbidades administrativas. Não faltam acólitos para secundá-lo. Afinal, a burra governamental parece infinita e sem qualquer controle.
Indiferente às turbulências, como numa comédia pastelão, Lula continua representando o papel de guia genial dos povos. Recentemente, teve a desfaçatez de ditar publicamente ordens ao prefeito paulistano Fernando Haddad, que considerou a humilhação, por incrível que pareça, uma homenagem.
Contudo, um espectro passou a rondar os dias e noites de Luís Inácio Lula da Silva, o espectro da justiça. Quem confundiu impunidade com licença eterna para cometer atos ilícitos, está, agora, numa sinuca de bico. O vazamento do depoimento de Marcos Valério – sentenciado no processo do mensalão a 40 anos de prisão - e as denúncias que pesam sobre a ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, deixam Lula contra a parede. O figurino de presidente que nada sabe, o Forrest Gump tupiniquim, está desgastado.
No processo do mensalão Lula representou o papel do traído, que desconhecia tratativas realizadas inclusive no Palácio do Planalto – o relator Joaquim Barbosa chamou de "reuniões clandestinas" -; do mesmo modo, nada viu de estranho quando, em 2002, o então Partido Liberal foi comprado por 10 milhões, em uma reunião que contou com sua presença. Não percebeu a relação entre o favorecimento na concessão para efetuar operações de crédito consignado ao BMG, a posterior venda da carteira para a Caixa Econômica Federal e o lucro milionário obtido pelo banco. Também pressionou de todas as formas, para que, em abril de 2006, não constasse do relatório final da CPMI dos Correios, as nebulosas relações do seu filho, Fábio Luís da Silva, conhecido como Lulinha, e uma empresa de telefonia.
No ano passado, ameaçou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Fez chantagem. Foi repelido. Temia o resultado do julgamento do mensalão, pois sabia de tudo. Tinha sido, não custa lembrar, o grande favorecido pelo esquema de assalto ao poder, verdadeira tentativa de golpe de Estado. A resposta dos ministros do STF foi efetuar um julgamento limpo, transparente, e a condenação do núcleo político do esquema do mensalão, inclusive do chefe da quadrilha – denominação dada pelo procurador-geral da República Roberto Gurgel – sentenciado também por corrupção ativa, o ex-ministro (e todo poderoso) José Dirceu, a 10 anos e 10 meses de prisão. Para meio entendedor, meia palavra basta.
As últimas denúncias reforçam seu desprezo pelo respeito as leis. Uma delas demonstra como sempre agiu. Nomeou Rosemary Noronha para um cargo de responsabilidade. Como é sabido, não havia nenhum interesse público na designação. Segundo revelações divulgadas na imprensa, desde 1993 tinham um "relacionamento íntimo" (para os simples mortais a denominação é bem distinta). Levou-a a mais de duas dúzias de viagens internacionais – algumas vezes de forma clandestina - , sem que ela tenha tido qualquer atribuição administrativa. Nem vale a pena revelar os detalhes sórdidos descritos por aqueles que acompanharam estas viagens. Tudo foi pago pelo contribuinte. E a decoração stalinista do escritório da presidência em São Paulo? Também foi efetuada com recursos públicos. E, principalmente, as ações criminosas dos nomeados por Lula - para agradar Rosemary – que produziram prejuízos ao Erário, além de outros danos? Ele não é o principal responsável? Afinal, ao menos, não perguntou as razões para tais nomeações?
Se isto é motivo de júbilo, ele pode se orgulhar de ter sido o primeiro presidente que, sem nenhum pudor, misturou assuntos pessoais com os negócios de Estado em escala nunca vista no Brasil. E o mais grave é que ele está ofendido com as revelações (parte delas, registre-se: e os 120 telefonemas trocados entre ele e Rosemary?). Lula sequer veio a público para apresentar alguma justificativa. Como se nós, os cidadãos que pagamos com os impostos todas as mazelas realizadas pelo ex-presidente, fossemos uns intrusos e ingratos, por estarmos "invadindo a sua vida pessoal."
Hoje, são abundantes os indícios que ligam Lula a um conjunto de escândalos. O que está faltando é o passo inicial que tem de ser dado pelo Ministério Público Federal: a investigação das denúncias, cumprindo sua atribuição constitucional. Ex-presidente, é bom que se registre, não tem prerrogativa de estar acima da lei. Em um Estado Democrático de Direito ninguém tem este privilégio, obviamente. Portanto, a palavra agora está com o Ministério Público Federal.
Marco Antonio Villa é historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos

Conheça o Maluf do Pantanal, réu em mais de 100 ações penais e cíveis



Rodrigo Vargas (Folha)
Réu em mais de cem ações cíveis e penais em Mato Grosso, com quatro condenações em primeira instância, o deputado estadual José Riva (PSD) já teve bens bloqueados, perdeu funções administrativas na Assembleia Legislativa e, em 2010, o mandato.
Manobra assegura sexto mandato a deputado do MT que é réu em cem ações Riva: livre, leve e solto…
A cada eleição, porém, retorna mais forte, apoiado em somas recordes de votos. Às vésperas de assumir pela sexta vez a presidência do Legislativo em Mato Grosso, o capixaba de 53 anos se prepara para realizar um sonho antigo: tornar-se governador.
A possibilidade ganhou força em agosto, com a aprovação, em regime de urgência na Assembleia, de emenda constitucional que criou a reeleição à Mesa Diretora –seus cinco mandatos anteriores não foram consecutivos.
Em votação antecipada e com chapa única, Riva foi reeleito com 23 votos a favor e apenas um contrário.
Em 2014, com as esperadas saídas do governador Silval Barbosa (PMDB), para a disputa ao Senado, e de seu vice, Chico Daltro (PSD), cotado para o Tribunal de Contas do Estado, Riva será o próximo na linha sucessória.
Apontado como favorito a cada período pré-eleitoral, jamais concorreu ao governo. O motivo seria o risco de perder a eleição e o foro privilegiado.
Riva se equilibra em uma corda bamba judicial desde 2002, quando operação da Polícia Federal descobriu indícios de um milionário esquema de fraudes envolvendo fornecedores de bens e serviços da Assembleia.
CHEQUES FRAUDADOS
As investigações apontam que, entre 1999 e 2003, cerca de 1.800 cheques da Casa foram expedidos para pagar bens e serviços que, segundo a Promotoria, não passavam de peças de ficção.
De 1998 a 2002, seu patrimônio declarado registrou salto de 1300%: de R$ 122 mil a R$ 1,8 milhão. Em 2010, ele declarou R$ 1,59 milhão.
“As empresas eram de fachada”, diz o promotor Célio Fúrio, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público.
Entre os fornecedores, segundo a Promotoria, constava uma firma individual aberta um mês após a morte de seu suposto fundador.
Os valores supostamente desviados são estimados em mais de R$ 200 milhões.
PROCESSOS NÃO ANDAM
A lista de denúncias propostas pelo Ministério Público contra Riva inclui acusações de improbidade administrativa, peculato, fraude em licitações, nepotismo cruzado e desvio de verbas públicas.
Em dez anos, a tramitação dos casos no Judiciário mato-grossense avançou pouco.
Riva recorreu e conseguiu suspender no STJ (Superior Tribunal de Justiça) o trâmite dos processos, argumentando que só poderia ter sido investigado por determinação de tribunal superior. As ações penais, embora recebidas no Tribunal de Justiça, foram suspensas pela Assembleia.
Desde o final de novembro passado, a reportagem tenta contato com Riva. Nesta semana, sua assessoria disse que, em razão de uma viagem, ele não daria entrevista.
Em dezembro, ele fez um pronunciamento em plenário em que se disse vítima de “perseguição política”. “A Receita Federal já fez uma devassa na minha vida. Sou inocente”, afirmou ele.

Saiba por que o RS ficou fora da rota dos grandes e modernos investimentos

Políbio Braga

Apesar de todo o entusiasmo juvenil do secretário gaúcho de Desenvolvimento, Mauro Knijnik, não virá para o RS o investimento de R$ 1 bilhão que fará a Bionovis.

. A fábrica de produtos farmacêuticos do grupo irá para o Rio.

.  A Bionovis não virá, como não virão BMW e outras grandes indústrias modernas, porque o RS perdeu a competitividade, resultado de políticas públicas atrasadas, legislação jurássica de atração de indústrias e sucateada infraestrutura material (energia e estradas) - sem contar o ambiente social de hostilidade potencializado por atrasados Partidos do tipo PT, bastante fundamentalistas e influentes no RS.

. O atual governo tentou vender a idéia de que busca a inovação, visando a melhoria da sua competitividade, mas o mercado sabe que ele não se abriu de verdade para o aumento da capacidade de inteligência e da competitividade, o que implicaria em adquirir visão ampla, local e internacional, para atrair investimentos.

. Na prática, o governo Tarso Genro está muito mais para as burocracias do leste da Europa do que até mesmo para os desamarrados governos vizinhos do Chile, Peru e  Uruguai.

. O ambiente criado pelos governos do PT no RS (Olívio Dutra e Tarso Genro) são de insegurança jurídica, endividamentos crescentes, empreguismo desbragado, déficits continuados e ausência de investimentos públicos consistentes e volumosos.

- Na contramão do RS, esta semana o governo de SC, aqui ao lado, bate o martelo para a imediata construção da fábrica de automóveis da BMW em Araquari.

LULA É O CAMPEÃO



Charge de Roque Sponholz e Texto de Giulio Sanmartini
Na modalidade olímpica ginástica de algemas, o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, subiu no degrau mais alto do pódio. Não teve o hino pois a banda recusou-se a tocá-lo, nem foi hasteada a  bandeira pois o encarregado de fazê-lo alegou estar com caganeira.roque corrupto
O evento teve o patrocínio do “Movimento 31 de Julho contra a Corrupção”, nesse domingo dia 20 anuncio que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa pesquisa via Facebook,  “ganhou” as “algemas de ouro” troféu dado ao político mais corrupto de 2012. Ele  teve 9.557 votos.
Ele troféu lhe foi passado pelo vencedor de 2011, que foi o “terno e imorrível” senador José Ribamar, vulgo Sarney
segundo o grupo. O ex-senador Demóstenes Torres (sem partido), cassado pelo Senado em meio ao escândlo envolvendo Carlos Cachoeira, recebeu as “algemas de prata”, enquanto o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), ficou com a terceira colocação.
Uma pessoa que usava a máscara do senador José Sarney (PMDB) fez a entrega –ele foi o vencedor do ano passado.

E logo vêm as águas de março, fechando o verão...



O maestro, instrumentista, arranjador, cantor e compositor carioca Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927-1994) é considerado o maior expoente de todos os tempos da música brasileira e um dos criadores do movimento da bossa nova. A letra de “Águas de Março” é basicamente descritiva, repertoriando uma série de elementos que visam construir a atmosfera desencadeada pelas chuvas num ambiente mais rural.
“Águas de Março” é uma das canções mais representativas da trajetória de Tom Jobim como compositor, cuja primeira gravação saiu em um compacto encartado no semanário “O Pasquim”, em 1972. A música contaria depois com a célebre gravação em que Tom fez em dueto com Elis Regina, no disco “Elis & Tom”, gravado em Los Angeles e lançado em 1974.
ÁGUAS DE MARÇO
Tom Jobim
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o MatitaPereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando,
É uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato,na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã, É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, minho
Resto, toco, oco, inho
Aco, vidro, vida, ó, côtche, oste, ace, jó
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.
site Poemas & Canções

Dilma ilumina mais o cenário de 2014: vai para a reeleição



Pedro do Coutto
Na semana que passou, segundo reportagem de O Globo de sábado, 19, de autoria de Fernanda Kracevics, Silvia Barreto e Efrém Ribeiro, a presidente Dilma Rousseff afirmou ao governador Eduardo Campos que será candidata à reeleição e pediu o apoio do governador de Pernambuco.
Como a informação, que partiu de Campos, foi confirmada pelo jornal, com isso a atual presidente da República iluminou bastante o quadro sucessório, afastando a perspectiva, pelo menos aparentemente, do retorno de Lula. Uma frase atribuída a ela, publicada entre aspas, é enigmática. Disse a Eduardo Campos: o PSB é fundamental para nós. Se você é candidato ou não isso não altera.
Ficou no ar uma colocação relativa à maioria do Partido Socialista, já que Eduardo Campos depende da convenção nacional. Se vier a se tornar candidato a presidente, entretanto poderá ser pela oposição, já que a candidatura governista está definida. Nesta hipótese, o adversário de Eduardo Campos será Aécio Neves, nome praticamente já lançado pelo PSDB. Com isso, o eleitorado disponível se estreita e a luta passa a ser para definir quem irá a um possível segundo turno. Como aconteceu, por exemplo, em 89, quando Lula alcançando 16% superou Brizola pela margem de um ponto. Por estas diferença foi para o segundo turno contra Fernando Collor. Este é apenas um exemplo de uma competição apertada.
Mas para o governo o apoio do PSB é extremamente importante. Caso contrário, Dilma Rousseff não teria mantido o diálogo que manteve. Inclusive sob o comendo de Campos, o Partido Socialista Brasileiro cresceu muito nas últimas eleições. E ele próprio alcançou uma vitória por larga margem ao derrotar Jarbas Vasconcelos e se reeleger para o governo estadual.
Dilma Rousseff aliás, praticamente encontra-se em campanha política. É inclusive desvincular qualquer ato ou atitude de quem preside o país do quadro político. Mas no Piauí, ela vestiu um belo gibão de couro que lhe foi oferecido por um prefeito. A foto publicada pelo O Globo ficou muito boa.
ATÉ 2014…
O texto, falando na campanha pela reeleição, melhor ainda. Depois de visitar cidades do interior do Piauí, ao chegar a Teresina, a presidente afirmou que pretende erradicar a pobreza extrema do país até 2014. O ano das eleições. Na capital, lançou as primeiras unidades do programa Minha Casa, Minha Vida.
Bem, voltando a Eduardo Campos, de acordo com a reportagem, ele não disse a Dilma se vai ser candidato ou se apoiará sua nova candidatura. Nem poderia, sobretudo porque o PSB ocupa dois ministérios. Rousseff certamente já esperava esta resposta, porém aproveitou o encontro também para acentuar que será candidata e tomar o pulso de Eduardo Campos e movimentar o PSB, para ver se a disposição da legenda ter candidato próprio está mesmo firme, ou se significa um jogo de cena, tradicional na política, ppara obter maior cobertura administrativa do governo federal.
Seja como for, as declarações de Dilma tornaram-se o fato político mais significativo da semana quepassou e abriram o campo para uma série de reflexos e desdobramentos. O panorama sucessório ganhou mais nitidez, além de maior balizamento. O panorama sucessório ganhou mais nitidez, além de maior balizamento. O ex-presidente Lula, pelo que os sintomas indicam, deverá ser candidato a senador, por São Paulo, uma vitória segura, através da qual, na campanha, fortalecerá o projeto da permanência do PT no Planalto. Este, o quadro de hoje. Quanto ao amanhã o futuro dirá.