sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O preço da omissão, por Miriam Leitão



Miriam Leitão, O Globo
De novo, houve falha geral da liderança em relação aos royalties do petróleo. Líderes lavaram as mãos e não assumiram funções indelegáveis. Desde o começo, a Presidência da República não fez o papel de defender o pacto federativo. Na noite de quarta-feira, o senador José Sarney se omitiu, e uma deputada fraca e sem liderança achou que poderia mais do que pode.
O governo tomou a iniciativa de provocar o conflito em torno do dinheiro do petróleo, quando propôs a mudança do marco regulatório sem dizer exatamente como faria a redistribuição dos impostos.
Era necessário rediscutir a divisão do bolo, diante do fato de que a perspectiva de arrecadação havia subido muito com o pré-sal, mas o então presidente Lula tinha que saber que isso atiçaria a cobiça sobre todos os recursos do petróleo. E que Rio de Janeiro e Espírito Santo são minoria e seriam esmagados pela união dos outros.
Ao incentivar a cobiça e abdicar do papel de comandar o processo, o presidente Lula e, depois, a presidente Dilma, abriram mão de uma função que é unicamente da Presidência da República: a de salvaguardar o pacto entre os entes federados.
Dilma vetou, mas não comandou sequer o seu partido; uma dubiedade que só aumenta a confusão. Vetou o que era mais absurdo, como a mudança de contratos já em vigor, mas o PT liberou sua bancada, e o presidente da Câmara, Marco Maia, sempre trabalhou pela manutenção da lei como ela foi aprovada no Congresso.
Ao vetar, ela agradou a dois estados; ao se omitir e não liderar a base governista, ela agradou a todos os outros.
O senador José Sarney aproveitou a oportunidade perfeita e fugiu da área da confusão. Com a desculpa de que à noite ocuparia a Presidência da República, ele abandonou o tema e assim atendeu ao pedido da sua filha, Roseana Sarney, para ajudar a manter o projeto aprovado no Congresso.
Típico de Sarney: não se comprometer, não escolher, fingir estar com um lado estando, de fato, com o outro.
A deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) achou que era uma boa oportunidade para pavimentar sua ambição de presidir a Câmara. Fracassou. A balbúrdia que não conseguiu controlar mostra que ela não tem a liderança que imaginava ter.
É uma temeridade deixar que um assunto que fratura a federação seja conduzido com todos se omitindo e com as ambições falando mais alto do que o bom senso.
O Rio, o Espírito Santo e os municípios que hoje recebem as partes maiores dos royalties teriam mesmo que ceder em relação à arrecadação futura dos impostos que incidem sobre o petróleo, mas o que está para ser consagrado pelo Congresso é mais grave e tem repercussões para além do petróleo.
Fica estabelecido que na Federação brasileira vale a lei do mais forte, em qualquer tema, porque os líderes não liderarão e usarão a ambiguidade para fugir de suas responsabilidades quando houver bolas divididas.
Há assuntos que o Congresso deve comandar, mas sempre que estiver em questão o equilíbrio federativo a Presidência da República tem o dever de presidir todas as etapas do processo.
Não há uma boa solução agora. A saída de brigar na Justiça cria mais insegurança e mais tensão. A declaração da presidente Dilma, que já não há mais nada que possa fazer, só confirma que foi isso: ela se omitiu quando deveria liderar, vetou e não trabalhou pela aceitação do veto, e deixará que os estados briguem.
Estados que estão submetidos à União que ela preside. Conflitos federativos devem ser evitados antes de serem iniciados. Depois, é sempre mais difícil resolver.
No caso do petróleo nós estamos no pior dos mundos. A mudança do marco regulatório e a demora na decisão sobre a redivisão do bolo tributário paralisaram as novas rodadas de licitação. O Brasil tem produzido menos e está esgotando o que foi licitado em outras rodadas.
Nesse vazio, a perspectiva é de produção cada vez menor. O Brasil vive uma séria crise federativa em torno de recursos que estão ficando mais incertos. Não estamos garantindo a riqueza do petróleo, mas já estamos vivendo sua maldição. O Brasil está em conflito em torno de recursos que nem sabe se conseguirá.

Leite derramado, por Dora Kramer



14 de dezembro de 2012 | 2h 05
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
O que é uma crise? Depende da situação. Tanto pode refletir uma instabilidade momentânea quanto designar um momento de ruptura.
A questão da perda dos mandatos dos deputados condenados no processo do mensalão não se enquadra em nenhuma das duas hipóteses. Não há perturbações objetivas no presente nem risco de rompimentos futuros.
Falar em crise institucional entre os Poderes Legislativo e Judiciário é, portanto, mera figura de retórica. Serve a um teatro montando para atender a dois interesses.
De um lado, o intuito de desqualificar as decisões do Supremo Tribunal Federal. De outro, a tentativa oportunista do Congresso de fazer o papel de vítima para passar um verniz em sua arruinada imagem com o discurso de defesa do Estado de Direito.
Não haverá confronto entre STF e Parlamento pela simples razão de que para isso é preciso disposição das duas partes. Se a Câmara for de fato à guerra, caso o voto de minerva do ministro Celso de Mello determine a cassação dos mandatos, vai ficar falando sozinha. O Judiciário não entra na briga.
O Supremo não vai ao ringue, dá sua sentença e ponto. A Câmara fica com o esperneio e as consequências de postergar uma decisão que inexoravelmente terá de ser cumprida quando estiver tudo transitado em julgado.
Nesse meio tempo o Congresso ficará sangrando em praça pública como soldado do mau combate. Os parlamentares alegam que defendem a legalidade, o princípio do equilíbrio e da independência entre Poderes.
Para começar, os ministros votam baseados na Constituição. Presente a ambiguidade expressa em dois artigos, vencerá não a vontade, mas a interpretação jurídica da maioria.
Caso a decisão venha a ser a pretendida pela Câmara, ou mesmo se não for e houver revisão na fase dos embargos, os deputados ficam com a palavra final.
Muito bem, é de se perguntar o que fará com ela. Uma resposta que pode dar em breve em relação ao deputado Natan Donadon, cujos recursos ao STF acabam de ser recusados.
Se pretender preservar os mandatos, precisará explicar à sociedade porque não vê mal em ter presidiários entre seus pares. O Parlamento não tem moral para tanto. Bem como carece de autoridade para se apresentar como guardião constitucional.
Tal apreço à Constituição não se manifesta na prática. Constantemente o Congresso ignora seus mandamentos, entre os quais o cumprimento de suas funções de legislar conforme o interesse público e fiscalizar os atos de governo com independência.
No lugar disso, cada vez mais abre mão de suas prerrogativas para se curvar às ordens do Planalto. Desequilíbrio existe, mas decorre da subserviência do Legislativo em relação ao Executivo.
O Judiciário não tem nada com isso. Muito menos pode ser acusado de usurpar do Congresso autonomia há muito e por vontade própria perdida.
Longo prazo. O processo contra o deputado Natan Donadon, condenado por peculato e formação de quadrilha, chegou ao fim dois anos depois da sentença, mas estava pronto para votação desde novembro de 2011, quando a relatora Cármen Lúcia concluiu seu trabalho.
De lá para cá, entrou na pauta do plenário 13 vezes. Se ontem tivesse havido sessão do mensalão, teria sido o 14.º adiamento.
Trata-se de um caso de apenas um réu, cujo advogado apresentou uma petição de 104 páginas alegando a existência de omissões, contradições e obscuridade no acórdão do tribunal.
Na ação 470 são 25 réus. Todos têm direito a esse tipo de recurso, o embargo de declaração. Para os que receberam quatro votos pela absolvição, cabe também o embargo infringente para tentar alterar as sentenças.
De onde não pode ser vista como pessimista a previsão do procurador Roberto Gurgel de que os mensaleiros tenham suas penas executadas só em 2014.

EM PRIMEIRA MÃO: Tentaram melar o julgamento do mensalão


 Ricardo Noblat - 
14.12.2012
 | 20h33m
Em primeira mão


A Polícia Federal atirou no que viu e acertou no que não viu. Atirou no comércio de pareceres fraudulentos bancado pela quadrilha encabeçada pelos irmãos Vieira (Paulo e Breno) e Rosemary de Noronha, ex-chefe de gabinete da presidência da República, em São Paulo. Acertou numa manobra promovida pela quadrilha e seus comparsas para tentar melar o julgamento do processo do mensalão.
Esse é o tema de capa da revista ÉPOCA, que começará a circular amanhã.
ÉPOCA teve acesso à integra dos documentos que fazem partre da Operação Porto Seguro, encaminhados, esta semana, à Procuradoria Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal. Ali são citadas várias cabeças coroadas da República - Sarney, Kassab, Adams, Advogado Geral da Unioão, dois ministros do Supremo (Dias Toffoli e Lewandowski), dois ministros do Superior Tribunal de Justiça e pelo menos seis deputados federais de vários partidos.

COMENTÁRIO Uma sociedade doente


Ricardo Noblat - 
14.12.2012
 | 21h08m

Alguém que entra armado numa escola, metido em um casaco à prova de balas, de posse de quatro armas de fogo, dispara mais de 100 vezes, mata cerca de 30 pessoas, entre elas de 18 a 20 crianças, e depois se mata, só pode ser doente.
Com toda a certeza é doente. Um doente tão grave que antes de sair de casa matou o pai, e que na escola foi direto à sala onde a mãe dava aula e a matou. Em seguida atirou nos 18 alunos dela.
Gente doente assim existe por toda parte, infelizmente. Embora apenas nos Estados Unidos esse tipo de tragédia costume se repetir com uma regularidade espantosa.

Foto: Reuters

Desde a chacina de Columbine, em 1999, onde 12 crianças e um professor foram mortos, ocorreram 18 episódios semelhantes nos Estados Unidos, quatro a mais que em todo o resto do mundo, segundo o jornal espanhol El País.
O que explica tantas mortes absurdas é a combinação perversa de uma série de razões - algumas delas históricas. Os americanos são individualistas por excelência. Ocuparam espaços ermos quando colonizaram o atual território onde vivem.
Como não contavam com proteção, nem acreditavam que governos incipientes fossem capazes de protegê-los, se armaram. E nunca mais se desarmaram.
O direito a ter uma arma virou até artigo da Constituição. Alastrou-se a cultura da violência, presente em todas as formas de manifestação. Nenhum país do mundo foi mais à guerra nos últimos 200 anos do que os Estados Unidos.
Arma e voto ali são parentes próximos. A indústria das armas é uma das maiores doadoras de dinheiro para campanhas eleitorais. Financia igualmente os partidos Republicano e Democrata.
Candidatos a a cargos eletivos não ousam enfrentá-la. Ou se beneficiam dela ou se calam. Somente este ano, 16.800.000 armas form vendidas, segundo o organismo que controla tal tipo de comércio. Não há controle sobre cerca de 40% das armas comercializadas.
Entre 2006 e 2011, a venda de escopetas cresceu cerca de 30%. No ano passado, de 14 mil assassinatos cometidos nos Estados Unidos, 10.000 o foram por armas de fogo. Em 2009, armas de fogo mataram por acidente 600 pessoas. Delas se valeram naquele ano 19 mil suicidas. 

A ocorrência de tragédias como a de hoje em Connecticut não tem contribuído minimamente para endurecer as regras que orientam a venda de armas nos Estados Unidos. Pelo contrario. As regras têm amolecido. Há Estados onde ja é permitida a exibição de armas em locais públicos. E dentro de carros.
Um Obama com a voz embargada falou há pouco na tv solidário com os pais que perderam seus filhos. É só o que ele parece disposto a fazer.

Como quadrilha de Rose tentou melar o julgamento do mensalão



Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA deste fim de semana
Às 9h47 do dia 12 de novembro deste ano, a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, ou Rose, ligou para Paulo Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas, espécie de operador jurídico da quadrilha descoberta pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro.
No telefonema de 11 minutos, interceptado pela PF e a que ÉPOCA teve acesso, os dois não discutem como vender facilidades a empresários interessados em canetadas do governo – nem a distribuição do butim da quadrilha, conforme já se revelou. Ambos discutem o julgamento do mensalão.
Naquele dia, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como já se esperava, viriam a definir as penas dos principais integrantes do núcleo político do mensalão: os petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Na conversa, Paulo Vieira pede a Rose que consiga o apoio de Dirceu para as articulações secretas que ele, Paulo, fazia em Brasília. Elas tinham um objetivo claro: tumultuar o julgamento. Ou, ao menos, impedir que os mensaleiros cumprissem suas penas.
"Eu vou protocolar amanhã ou quarta aquela outra questão que eu queria que você mostrasse para o JD (José Dirceu). Você lembra qual é, né?”, diz Paulo Vieira no diálogo.
Embora ele não tenha especificado a que “questão” se referia, naquele momento integrantes da quadrilha dos pareceres – Paulo Vieira, o deputado Valdemar Costa Neto, condenado pelo mensalão, e o empresário e ex-senador Gilberto Miranda – movimentavam-se nos bastidores para pressionar os ministros do Supremo a mudar votos, aliviar nas penas ou acatar futuros recursos dos advogados dos réus.
Queriam até nomear um amigo para o STF, na vaga aberta pela aposentadoria do ministro Carlos Ayres Britto. Contavam com a proximidade de Rose com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com Dirceu, como demonstram as provas reunidas pela PF. Os delegados miravam na quadrilha dos pareceres. Acabaram acertando numa operação para melar o julgamento do mensalão.
Na conversa, Rose sabia do que Paulo falava. Mas Paulo estava preocupado com a disposição de Dirceu em articular ao lado da quadrilha: “Não sei se o JD está com cabeça para mexer com essas coisas”. Rose o tranquiliza: “Eu vou viajar com ele (Dirceu) no feriado. Nós vamos para a Bahia. Eu converso bastante com ele. (…) Ele não pode ficar preso dentro de casa, né. A vida corre. Eu falo com ele. Eu tive com ele no feriado, eu falo com ele”. Paulo pergunta, então, como está o ânimo de Dirceu. Rose diz: “Está bastante chateado. Estão preparando umas coisas. (…) É o Gilberto Miranda que está ajudando ele. Estão fazendo várias reuniões na casa dele”.
Paulo conhecia essas articulações – participava delas. “Isso eu tenho mais ou menos ideia do que eles estão falando”, diz ele. Ato contínuo, Rose conta como ficou sabendo das articulações: “Ele (Dirceu) me disse… A mulher dele (de Dirceu, Evanise Santos) disse que eles têm reunião lá na casa dele (Gilberto Miranda)”. Paulo diz: “O Gilberto Miranda é muito bem (sic) para articular, viu. (…) Eu não sabia que eles estavam apostando tantas fichas dessa questão, tá”. “Parece que tão”, diz Rose.
Paulo sonda Rose sobre a eventual participação de Lula nas operações de bastidores para melar o julgamento. De acordo com a PF, quando ambos falam de “Deus”, é a Lula que se referem. Segue-se o diálogo:
– Eu não sabia que o JD (Dirceu) tava dando esse peso todo para o Giba (Gilberto Miranda), não. Mas eu continuo apostando que o melhor peso que tem é o… Deus, viu – diz Paulo.
– É, mas ele não vai fazer absolutamente nada – responde Rose.
– Você está achando que Deus não está a fim de…
– Não! Eu acho que não está a fim, não.
– É! Às vezes ele tem medo de arrumar confusão, né, Rose?
Antes que Rose explicasse a que problemas se referia, Paulo a interrompe. Diz que eles não podem “falar essas coisas por telefone”. Paulo, porém, não seguia o próprio conselho. Muito menos os demais integrantes da turma conhecida como quadrilha dos pareceres – uma turma que, agora se descobre, era bem mais influente do que se imaginava.
ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, ao relatório que a PF preparou sobre todas as autoridades que conversavam com integrantes da quadrilha ou eram por eles citadas – aqueles que fazem jus a foro privilegiado na Justiça. No documento de 98 páginas, há um capítulo para cada uma das 18 autoridades.
Cada capítulo descreve em detalhes as circunstâncias em que elas aparecem nas investigações. Estar no relatório, é bom deixar claro, não significa integrar a quadrilha; nem é prova de algum crime – embora, em alguns casos, como de Valdemar Costa Neto, as evidências sejam fortes.
Como essas autoridades têm o privilégio de ser investigadas e, eventualmente, julgadas nos tribunais de Brasília, os delegados da PF enviaram o relatório, na quarta-feira da semana passada, ao presidente do STF, Joaquim Barbosa, e ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Caberá aos dois avaliar se há elementos suficientes para iniciar uma investigação.

RESSARCIMENTO



Magu
A tal ação em que o ministério público federal buscava condenação do molusco falante e do ex-ministro Amir Lando no caso das cartas enviadas aos aposentados, favorecendo o Banco BMG, foi extinta sem julgamento de mérito. Fiquei putíssimo. Fui buscar a sentença, que segue em link. É leitura inóspita para não advogados mas, sempre se pode apreender algo. Para não falar muita merda, enviei ao nosso colaborador Raphael Curvo, solicitando a ele comentários. Reproduzo o email: “Raphael. Boa Tarde. Dê uma lida na sentença e, se puder e tiver um tempo, comente, antes que eu fale muita merda em artigo.
Lula e Almir Lando: então ficamos acertados assim!
Lula e Almir Lando: então ficamos acertados assim!
Isso está me parecendo um golpe publicitário do MPF, de procuradores petralhas, para manter o molusco na mídia. E mostrar que ele é perseguido.  Ou então, incompetência absoluta. No mínimo, deveriam ser responsabilizados por não entrarem com o processo na época própria. Estou tão puto que não consigo pensar direito (é, com trocadilho mesmo)”.
Como o Raphael é um gentleman, enviou-me a resposta: “O artigo 37, § 1º da CF brasileira, diz que os citados EX não poderiam fazer uso do informe do INSS para promoção pessoal, como de fato ocorreu na carta enviada aos segurados do referido Instituto com o custo de milhões de reais. É bem taxativo e específico este artigo e parágrafo constitucional.
 Não bastasse, o mesmo artigo 37 em seu § 5º,   ordena: ” a lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por QUALQUER AGENTE, servidor OU NÃO, que cause prejuízos ao erário, RESSALVADAS AS RESPECTIVAS AÇÕES DE RESSARCIMENTO. A maior LEI, mãe de todas, não permite prescrição para ações de ressarcimento. Crimes contra o Erário são imprescritíveis. É visível então que o procedimento do MPF se faz míster em recorrer dessa decisão que teve sentença proferida em 19/11/2012 e e ainda dentro do prazo para tal que é de 15 dias após a publicação, isto porque até a publicação da referida sentença demanda, pelos ritos processuais, cerca de 10/20 dias.  Acredito que não prosseguirá por razões de erro na denúncia pelo MPF, contrária ao entendimento pelo STF sobre improbidade administrativa (servidores) e crime de responsabilidade administrativa (agente politico). Mesmo fora dos cargos, Lulla e Amir Lando poderão responder por crime de responsabilidade administrativa. A competência fica na esfera federal, ou seja, da Justiça Federal.
Em sua sentença, define o Juiz Paulo César que não cabe ação de improbidade administrativa para ressarcimento de danos por serem os denunciados agentes políticos e não exercendo mais o cargo, além da prescrição de cinco anos. A via eleita (improbidade) seria aceita caso os agentes fossem públicos (servidores) ou se o ato dos agentes politicos for tipificado de improbidade e não constituir em crime de responsabilidade. Pode evidentemente, o agente politico responder tanto por um como pelo outro. Creio que o que difere é que a ação de improbidade tem seus efeitos se os agentes estiverem no exercício do cargo. Neste caso pode responder pelos dois. Conclui-se então que o não provimento da ação teve por base a via inadequada da propositura que deveria se ater a crime de responsabilidade administrativa, caracterizado pelo pedido de ressarcimento do Erário, ou seja, crime. Finalizando, acredito na sua colocação de incompetência do MPF e talvez até, no golpe publicitário para mostrá-lo perseguido… é muito provável isso. Tal situação só poderá ser confirmada se o MPF não der prosseguimento em busca da reparação do Erário público….
A sentença pode ser lida aqui: classe : 7300 – ação de improbidade administrativa processo

QUALQUER COINCIDÊNCIA É MERA SEMELHANÇA – II



Magu
Nosso leitor Ronnie, com um intróito assim :”Quanta semelhança com os nossos dias atuais neste governinho de trambiqueiros e corruptos. E que nunca sabem de nada!” me enviou uma frase antiga, que aproveitei para este artiguinho. Ayn Rand (ilustração), uma filósofa russo-americana, judia fugitiva da revolução russa, chegou aos Estados Unidos da América na metade da década de 1920. Mostrando uma visão com profundo conhecimento de causa, disse:rand_full_600 “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.
Tenho certeza que nossos atilados leitores haverão de concordar que estão reproduzidos nestas plagas de Pindorama o mesmo quadro que se instalou nos países que foram dominados pelo comunismo. A nomenklatura petralha cuidou para que as coisas andem para tentar se perpetuar no poder. As coisas só mudarão quando acabar o dinheiro para pagar as bolsas e quejandos que o glorioso partido™ instaurou. Só que a merda durou 70 anos na extinta URSS. Talvez nossa sorte seja o cataclismo econômico que atinge o planeta, cuja marolinha chegou aqui e tem a pretensão de seu transformar num tsunami. Será um salve-se quem puder…

BOM ASSUNTO TRISTE LEMBRANÇA


Hélio Garcia
Meu avô paterno, como dizia ele mesmo, veio do outro lado do mundo e eu adorava ouvir-lhe as palavras com sotaque gallego, em várias situações, principalmente torcendo pelo seu querido Fluminense. Já o meu avô materno era brasileiro, e também como diz, não era letrado em “esses””e “erres””, mas era rico e ninguém reparava nisso.freira-alegre Tinha até  Patente Militar, conferida pelo Presidente  Washington Luis. Tive boa educação Escolar, Colégio de Freiras (no pré e primário) e Colégio, coordenado pelo Instituto Euvaldo Lodi (no Ginasial e Colegial), em cidade do interior de Minas Gerais, professores de primeira. Matérias há muito extintas faziam parte da grade. Como me foram úteis na vida. Há tempos escrevi uns versos sobre Educação, por ver tanta porcaria por ai, principalmente nas TV, Jornais e Internet, por Jornalistas, ou… ou… ou… O estopim foi ouvir de uma Jornalista a pergunta a um Bombeiro onde havia sido o epicentro do incêndio… epicentro de incêndio foi ótimo. Herança de pai prá filho é Educação, dizia meu pai, e isso pude dar aos meus dois filhos. Um deles no ramo das Letras. Orgulho do pai. Certificado em língua estrangeira por grande Universidade do outro lado do mundo. O outro, literato na língua de máquinas que movem o mundo hoje. Outro orgulho. Sempre gostei muito de ler, desde um baú que minha mãe tinha, com sua pequena biblioteca trazida do “Sacre Coeur du Marie”, terminados os estudos no Rio de Janeiro, tempos de internato, década de 50.
Minha pequena estante no escritório, em casa, tinha alguma coisa, principalmente de meus dois ídolos nordestinos João Ubaldo e João Cabral.  Nunca esqueci dos conselhos das ditosas Freiras e de Da. Zoé Antunes, quando reclamávamos das aulas sobre radicais, sufixos e prefixos, gregos e latinos, em grande parte formadores de nossas palavras: aprendam direito, pois com eles conhecerão qualquer palavra, mesmo que nunca a tenham ouvido. Dito e feito. Por eles podemos chegar ao significado de muitas. Por causa de um problema na edição de um pequeno artigo, fui repreendido em cima de uma palavra cujo significado  (com esses, erres, sufixos, prefixos e os cambau ), pobre de quem o fez, não sabe onde deu. Mesmo antes da Escola formal, aprendi o que significava Hidro, Homo e Fobia.  Aos cinco de idade, vi meu pai atirar três vezes em meu cachorro de raça européia, por estar com “raiva”. Naquele dia aprendi o que era, vi que meu cão tinha Hidrofobia e ao fim Homofobia. Esses dois, nunca mais esqueci… desde os cinco anos de idade.
O BLOG CONTINUA SENDO CULTURA. Vejam que interessante a lição sobre radicais, sufixos e prefixos contida na lista de radicais, sufixos e prefixos gregos e latinos

MATERIAL DA MESMA ESTERQUEIRA



Giulio Sanmartini
José Dirceu, quando ainda era o poderoso ministro chefe da Casa Civil, ao fazer um balanço dos 2 anos de governo (16/12/2004), citou as medidas adotadas para combater a fraude e a corrupção no setor público, e concluiu com uma frase que se tornou emblemática: “Este é um governo que não rouba e não deixa roubar”.dilma-roussef-le-12-decembre-a-paris
Menos de 6 meses depois, se pôde constatar que a firmação do ministro era falsa, pois  no dia 14 de maio de 2005, a revista Veja divulgou de uma gravação de vídeo na qual o ex Chefe do DECAM/ECT Maurício Marinho, solicitava e também recebia vantagem indevida para ilicitamente beneficiar um empresário. Também expôs, com riqueza de detalhes, o esquema de corrupção de agentes públicos existente naquela empresa pública, conforme se depreende da leitura da reportagem divulgada na revista Veja, com a capa “O vídeo da corrupção em Brasília”.
Este foi o ponto inicial do vazamento do mensalão, quando se constatou, que ao contrário do que havia afirmado, Dirceu chefiava o roubo e deixava seus asseclas roubarem às pamparras.
Seguindo-lhe as mesmas pegadas, pelo menos na semelhança da frase, nesse dia 11, a presidente Dilma Roussef, em entrevista dada à revista francesa Le Monde,  com habitual prepotência e com um sinistro sorriso mais falso que nora de 15 reais (foto), soltou a seguinte pérola: “Eu não tolero a corrupção e meu governo também não”.
Ora “dona presidenta”, tenha a santa paciência, não insulte nossa inteligência. Além da cumplicidade que está demonstrando com as desonestidades de Lula, ela tem uma mazela antiga. Durante  a campanha eleitoral, num debate televiso entre candidatos,  Plínio Sampaio (PSOL), perguntou curto e grosso: “No último debate, você ficou meio nervosa com meu comentário sobre o escândalo Erenice. a verdade é que a corrupção bateu na sala ao lado. Aí é uma coisa ou outra: ou você é conivente ou você é incompetente”, ao que   Dilma respondeu sem o mínimo pejo: “Caso eu seja eleita  e se o atual governo não ter concluído a apuração do caso da Casa Civil, eu te asseguro que eu irei investigá-lo até o fim.”
Mais uma vez ela mentiu, pois nada foi apurado, Erenice Guerra continua impune, e pior, continua cometendo suas falcatruas. (leia mais Bonnie & Clyde de Brasília – 12/11/2012)

Mais um escândalo no Rio: Garotinho comprova envolvimento do secretário de Segurança com empresário ligado a Cabral



Carlos Newton
Há quem ache o secretário José Mariano Beltrame o máximo, em função da política de instalar UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) nas favelas, mas Helio Fernandes já desmitificou o delegado, mostrando que a tal “pacificação” das favelas não passa de mais uma jogada de marketing político, concretizada através de um acordo com a cúpula do tráfico de drogas, que ficou liberado, desde que seja feito discretamente.
No Rio, não se vê mais falar em grandes apreensões de drogas, nada disso. O tráfico é feito por motoboys, que circulam livremente. Na favela do Pereirão, que fica ao lado do Palácio Laranjeiras, onde mora a famiglia Cabral, os motoboys do “Droga Delivery” fazem ponto na esquina da Rua das Laranjeiras. Detalhe: o famoso Bope (a tropa de elite da PM) fica aquartelada a apenas 500 metros da favela-tráfico, mas ninguém sabe de nada, ninguém vê nada, ninguém faz nada, porque na Era Cabral o nome do Rio de Janeiro passou a ser Amsterdã.
###
DESMASCARADO…
Agora, o deputado Anthony Garotinho desmascara o secretário, mostrando que ele mora no luxuoso apartamento de um empresário amigo do chefe, no mais caro bairro da cidade, Ipanema. E isso acontece apesar da publicação do “Código de Conduta”, baixado pelo governador Cabral depois que ele próprio foi flagrado em relações íntimas com empresários e fornecedores do governo, especialmente seu ex-concunhado Fernando Cavendish.
Beltrame ignora completamente o “Código de Conduta” e mora no apartamento do empresário Paulo Magalhães Pinto, que diversifica bastante seu campo de atuação, indo do mercado imobiliário à produção cultural, além de ser assessor do governador Cabral.
Em seu blog, Garotinho exibe documentos oficiais comprovando que Paulo Fernando Magalhães Pinto é uma máquina de conseguir incentivos fiscais para suas produções culturais, através de seu tráfico de influência no governo Cabral. E exibe também onde mora o secretário Beltrame.

Provas de corrupção da companheira Rose continuam se acumulando no desenrolar da Operação Porto Seguro.



Carlos Newton
As denúncias se multiplicam sobre a companheira Rosemary Noronha, ex-chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo e protegida do ex-presidente Lula, digamos assim. Agora é Folha de S. Paulo que traz mais uma embaraçosa notícia, revelando que Rose pagou com dinheiro vivo o apartamento onde mora na Bela Vista, em São Paulo.
Segundo a escritura da negociação, lavrada no 22º Tabelião de Notas de São Paulo, o valor declarado do imóvel foi de R$ 250 mil, dos quais R$ 211 mil pagos em espécie. A escritura foi lavrada em 11 de junho de 2010.
A cobertura é o terceiro imóvel comprado por Rose desde 2008, conforme certidões obtidas pela Folha. Os demais são um apartamento de R$ 90 mil em Santos (SP) e outro imóvel na Mooca, zona leste de São Paulo, no valor de R$ 155 mil. Diz a reportagem da Folha que, de acordo com o relato de uma pessoa que participou da transação, Rose carregou em sacos de supermercado o dinheiro para quitar o negócio.
Um dos desdobramentos da Operação Porto Seguro, que indiciou Rose por corrupção e formação de quadrilha, será a investigação de eventual lavagem de dinheiro obtido com supostos esquemas de corrupção. Porém, como os imóveis estão em nome dela, esse tipo de crime não ficaria configurado.
###
UMA PROVA FATAL
Ainda na Folha, reportagem de Mario Cesar Carvalho e José Ernesto Credencio mostra que Rosemary Noronha foi indiciada por formação de quadrilha por causa de um documento que a Polícia Federal encontrou na própria Presidência. Trata-se um fax de 2008 enviado à ouvidoria da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquáticos) para tratar dos interesses do ex-senador Gilberto Miranda na ilha das Cabras, em Ilhabela (SP).
Miranda precisava da ajuda de Rose porque havia perdido uma ação na Justiça e teria de deixar a ilha e recuperar o ambiente, o que representaria um prejuízo estimado em pelo menos R$ 10 milhões.
A Polícia Federal diz ter encontrado outros dois indícios de que a então assessora de Lula integrava a quadrilha desbaratada pela Operação Porto Seguro. Num e-mail de 19 de novembro deste ano, quatro dias antes da ação da PF, ela pediu a Paulo Vieira, diretor da Antaq, um empréstimo de “650″ “em dinheiro” para o pagamento de um apartamento. O valor seria de R$ 650 mil, segundo a PF.
Noutro e-mail, ela agradece a Vieira pela compra da “casa de SJC” –a sigla seria São José dos Campos, para instalar um de seus negócios – um curso de línguas.
###
EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA
Conforme já esclarecemos aqui no Blog, ninguém tem nada a ver com a vida amorosa do ex-presidente Lula – isso é assunto entre ele e a esposa, dona Marisa, que o acompanha na viagem à Europa e ainda não sabe de nada sobre os escândalos revelados pela Operação Porto Seguro.
O que se questiona e esta sendo cobrado ao ex-presidente é o uso da máquina pública para agradar à companheira Rose e dar emprego não somente a ela, mas também à filha, ao ex-marido e ao atual, além de contratar para importantes cargos do governo quem ela indicasse, como foi o caso dos irmãos Vieira, recentemente presos pela Polícia Federal e acabaram estão respondendo a inquérito em liberdade. É isso que se discute, é isso que importa.

O amor, na visão poética de Castro Alves



O baiano Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), considerado um dos mais brilhantes poetas românticos brasileiros, é chamado de “cantor dos escravos” pelo seu entusiasmo diante das grandes causas da liberdade e da justiça: a Independência na Bahia, a insurreição dos negros de Palmares, o papel da imprensa e acima de tudo isso a luta contra a escravidão.
No poema “O Gondoleiro do Amor” concentra toda a face lírica do poeta, tanto de cunho amoroso quanto social, mormente amoroso, porque descreve o trajeto de um amor de início inconstante, que vai se concretizando e superando os elementos predominantes ao possuir uma mulher de carne e osso, afeita às sugestões de um cenário perfeito para a plenitude amorosa.
O poema construído com antíteses, refrão, metáforas, hipérbole e vocativo é uma barcarola dedicada a Eugênia Câmara, atriz portuguesa e o grande amor de Castro Alves. Vale ressaltar a associação da cor dos olhos da “dama negra” com a ideia de profundidade.

###
O GONDOLEIRO DO AMOR
Castro Alves
Teus olhos são negros, negros,
Como as noites sem luar…
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;
Sobre o barco dos amores,
Da vida boiando à flor,
Douram teus olhos a fronte
do Gondoleiro do amor.
Tua voz é a cavatina
Dos palácios de Sorrento,
Quando a praia beija a vaga,
Quando a vaga beija o vento;
E como em noites de Itália,
Ama um canto o pescador,
Bebe a harmonia em teus cantos
O Gondoleiro do amor.
Teu sorriso é uma aurora,
Que o horizonte enrubesceu,
-Rosa aberta com o biquinho
Das aves rubras do céu.
Nas tempestades da vida
Das rajadas no furor,
Foi-se a noite, tem auroras
O Gondoleiro do amor.
Teu seio é vaga dourada
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua;
Como é doce, em pensamento,
Do teu colo no languor
Vogar, naufragar, perder-se
O Gondoleiro do amor!?…
Teu amor na treva é – um astro,
No silêncio uma canção,
É brisa – nas calmarias,
É abrigo – no tufão;
Por isso eu te amo querida,
Quer no prazer, quer na dor…
Rosa! Canto! Sombra! Estrela!
Do Gondoleiro do amor.
(Colaboração enviada pelo poeta Paulo Peres – site Poemas & Canções)

Irresponsável, Tarso Genro viajou a Paris para adular Lula e deixou o RS sob onda de apagões



Ucho Haddad
Governado pelo peremptório Tarso Genro, que está em Paris desde o último domingo (9), o Rio Grande do Sul enfrenta uma onda de apagões de energia. Há dias, o ucho.info noticiou que a Companhia de Energia Elétrica do Estado (CEEE) informou que a culpa pelos apagões que têm ocorrido na Grande Porto Alegre é dos consumidores, que adquirem novos eletrodomésticos sem comunicar a empresa. O que é um sonoro absurdo.
Na realidade, os sucessivos apagões que atingem o Rio Grande do Sul decorrem da falta de investimentos nas redes de transmissão, que entram em colapso diante de qualquer chuva mais forte.
Considerando a inércia do Secretário de Infraestrutura e do presidente da CEEE, que estão estarrecidos com os recentes acontecimentos, a bancada gaúcha decidiu ir nesta quinta-feira (13) ao Ministério de Minas e Energia, em Brasília na tentativa de encontrar uma solução com o secretário-executivo da pasta, Márcio Zimmermann.
Zimmermann, como se sabe, é homem de confiança da presidente Dilma Rousseff, a mesma que disse, tempos atrás, que o Brasil estava livre de apagões, os quais ela prefere chamar de blecaute, o que dá na mesma.
Muitas regiões gaúchas estão sem energia desde terça-feira (11), provocando prejuízos aos cidadãos comuns, agricultores e pequenos comerciantes. Isso mostra a irresponsabilidade e a incompetência de Tarso Genro, que enquanto esteve à frente do Ministério da Justiça usou a estrutura da pasta e do PT para minar a administração da ex-governadora Yeda Crusius, apenas para saciar seu desejo de chegar ao Palácio Piratini.
(do Blog do Ucho)
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Tarso Genro ficou de voltar ao Brasil na quinta-feira. Mas até a noite de ontem, em Porto Alegre, o governador estava igual à Conceição do samba gravado por Cauby Peixoto. Se chegou, ninguém sabe, ninguém viu… (C.N.)

Charge do Duke (O Tempo)

Inventores de escândalos, por Sandro Vaia



Ficamos sabendo pelo jornal francês “Le Monde” que a presidente Dilma, que está de viagem por aquelas paragens, não tolera a corrupção.
Bom que o “Le Monde” nos avisou, porque a presidente, que estava mais uma vez na Europa para ensinar aos tacanhos governos austeros como é que se cresce perto de 1% ao ano arrecadando 35% do PIB em impostos e estourando as contas fiscais, não toca muito nesse assunto quando está entre nós.
Diria alguma alma maligna que não se fala de corda em casa de enforcado, porque a grei política (para usar um termo que o Estadão usava em editoriais algumas décadas atrás) à qual a presidente pertence, tem andado às voltas com alguns problemas bastante próximos a essa areia movediça que genericamente chamamos de corrupção.
Nem bem terminou o julgamento do Mensalão, do qual ainda sobraram algumas pendências complicadas, tal como a cassação ou não do mandato de parlamentares envolvidos, eis que a malvada roda da conspiração midiático-elitista-reacionário-burguesa volta a movimentar-se.
Como se não bastasse os conspiradores defenderem abertamente a tese retrógrada de que os condenados devem cumprir as penas que receberam, a máquina conspiratória não para de inventar novas histórias, com a ajuda inestimável da máquina de criar fábulas da Polícia Federal, do Ministério Público e da Procuradoria-Geral da República.
Surgiu o caso Rosemary Névoa, a senhora muito influente que era chefe do gabinete da Presidência em São Paulo e que nomeava diretores de agências reguladoras especialistas em negociar pareceres técnicos em benefício de certas empresas.
Ela foi defenestrada rapidamente pela presidente da República enquanto seus protegidos eram presos pela Polícia Federal.
Fofocou-se à vontade sobre a vida privada de dona Rosemary, quando na verdade o que deveria importar à Nação era o que ela fazia da vida pública, que é o que realmente nos interessa.
Enquanto a máquina de desmentidos pró-governo era posta a funcionar a todo vapor e o caso Rosemary começava a esvair-se no infinito emaranhado de escandalinhos e escandalões que já embaça a memória dos brasileiros, eis que emerge das trevas a voz soturna de Marcos Valério para reinaugurar com ares de novo um escândalo velho: ele disse à Procuradoria Geral da República que parte do dinheiro do mensalão pagou contas do ex-presidente Lula.
Nunca antes na História deste País uma presidente da República que detesta a corrupção e que já tinha demitido sete de seu governo por conta de denúncias , foi tão contrariada.
Só há uma explicação para isso: tem gente no governo que não gosta dela e inventa escândalos só para deixá-la nervosa.

Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez. E.mail: svaia@uol.com.br

VAI VIGARISTA, BOA VIAGEM.



Giulio Sanamrtini
A imagem de Lula entrou em queda vertiginosa e está na rota do não retorno. Todavia ele se auto engana, achando que ainda pode limpar sua imunda barra. Nesse delírio é ajudado pelos séqüito de puxa-sacos que o acompanham, aqueles que dizem somente o que o ex-presidente que ouvir.
Ele passou os dois  últimos anos negando veementemente a existência do mensalão, mas a condenação de pessoas ligadas diretamente, comprovaram a veracidade do escândalo, esse fato abalou seu prestígio e para agravar tudo, sem que tenha tido tempo de respirar fundo, chegou ao conhecimento público as trapalhadas de sua amante  Rosemary Noronha, e as acusações frontais de Marcos Valério, feitas à  Procuradoria-Geral da República.ta faltando
Fontes palacianas, inclusive os mais próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, consideram nos bastidores que será inevitável uma investigação contra ele.
Por outro lado, a presidente Dilma Rousseff deu ordens para que todo seu ministério o ajude.
A partida foi dada por Gilberto Carvalho, que nessa quarta feira (12) disse que Lula está “profundamente indignado” com as declarações de Marcos Valério e que este não merece credibilidade alguma, pois mentiu tanto “nos detalhes quanto no conteúdo mais profundo”.
“Ele [Lula] está sem nenhum medo, apenas profundamente indignado com a atitude desse senhor e impressionado da credibilidade que, de repente, esse que era uma espécie de fábrica de males passa a ser agora tido agora como legitimo e digno acusador. Nós sabemos que não é, infelizmente não é”,
Para o ministro, Lula não deve se dar ao trabalho de responder às denúncias classificadas por ele como “falácia”.
A defesa feita por  Carvalho perde substância, quando se ouve João Bosco Rabello, diretor da sucursal de Brasília do Estadão. Ele afirma que o depoimento de Valério chama a atenção por sua substância (veja o vídeo – “Novo depoimento de Valério encaixa peças que faltaram à CPI do mensalão”).
Por seu lado Lula disse a amigos, que sua ação de defesa mais enfática começará em fevereiro ou março de 2013, quando voltará a fazer pelo país as caravanas que ficaram famosas em suas primeiras campanhas ao Palácio do Planalto. O ex-presidente considera que a melhor forma de responder às acusações é conversar diretamente com o povo e defender o seu legado.
Mas essa intenção de Lula, aparentemente ingênua, está cheia de subversão escondida, ele pretende intimidar a justiça, levantando o povão contra ela. Não estou fazendo juízo temerário, estou baseado no que disse lula em 2/12/2010, numa das inúmeras vezes que negou a existência do mensalão.
Em entrevista às rádios comunitárias, disse que a crise política de 2005 (conhecida como mensalão) foi uma tentativa de golpe. Ele afirmou que só não foi afastado do poder porque a oposição tinha medo do que poderia acontecer, pela sua relação com o povo: “Tentaram fazer comigo o que vocês viram em 2005 e só não foram mais adiante porque eles tinham medo da minha relação com a sociedade brasileira e eles não sabiam o que poderia acontecer neste País”.
Pois é, resta esperar o que ele vai fazer quando cair na  real.

HUMOR A Charge do Néo Correia



Falta de cintura, por Ilimar Franco



Ilimar Franco, O Globo
São crescentes no PT, sobretudo na tendência majoritária, as críticas à ação política da presidente Dilma. Eles reclamam da falta de diálogo com os partidos e dizem que a relação com os aliados “é a mínima possível”.
Estes petistas dizem que há muito estresse na base e que esta distância pode deteriorar a sustentação parlamentar em caso de turbulências na questão econômica.
- - - - -
A despeito da presidente Dilma ter dito que “não tenho mais o que fazer” na questão dos royalties, a bancada do Rio avalia que se ela se mantiver alheia a este embate estará inviabilizando a MP que destina a arrecadação da renda do petróleo para a Educação.
Se o Congresso derrubar o veto, prevalece o texto aprovado pelo Senado e que diz que estes recursos serão diluídos, por estados e municípios, com “educação, infraestrutura social e econômica, saúde, segurança, programas de erradicação da pobreza, cultura, esporte, pesquisa, ciência e tecnologia, defesa civil, meio ambiente, programas sobre mudanças climáticas e tratamento de dependentes químicos”.

OBRA-PRIMA DO DIA - PINTURA Johann Vermeer: um dos maiores mestres na arte de pintar



Agonia e Morte
Vermeer foi chefe da Guilda de São Lucas por duas vezes, um cargo de prestígio, fundamental para as Artes na Holanda. A segunda vez foi em 1671. Sua reputação como homem correto e grande artista estava consolidada em Delft.
O destino porém lhe foi ingrato. Em 1672 a França invadiu a Holanda e uma grave crise financeira seguiu-se a essa desgraça.
Um pouco depois da invasão ele pediu 1000 florins emprestados à sua sogra. Sua renda ficara próxima de zero e ele tinha onze filhos para sustentar. E tal como outros artistas de Delft, aliás de toda a Holanda, não vendia nem o que pintava, nem o estoque de outros artistas que guardava como comerciante de quadros.
Não é preciso muito para imaginar o que esse homem sensível sofreu. Três anos depois, aos 47 anos, faleceu e eis o que Catharina escreveu: “como resultado e com muitas dívidas devido à carga de uma família de onze crianças, não tendo meios para vencer a crise, esse homem, em profunda angústia, foi da saúde à morte em um dia ou dia e meio”.
E por aqui paro. Vamos é honrar esse artista genial falando de mais algumas obras dele.

Vista de Delft
Apesar de existir uma boa quantidade de paisagens holandesas pintadas no século XVII, nenhuma é capaz de transportar o espectador para o passado e para dentro do cenário, quase que sentindo a água, o ar, os tijolos e a argamassa como essa visão de Delft. Há mais ou menos 15 figuras nessa tela. As roupas das pessoas em primeiro plano falam de sua posição social. Dos burgueses elegantes em pé perto do barco às camponesas com suas roupas típicas.
A torre inclinada da Oude Kerk (primeira à esquerda) durante muito tempo alarmou os moradores de Delft. Desde o início do século XIX, reforçada, ela está firme, mas continua inclinada e a cidade a chama carinhosamente de Scheve Jan (Jan Inclinado).
Nessa igreja Johann Vermeer foi enterrado. O registro diz: “Em 15 de dezembro de 1675, Jan Vermeer, artista de Oude Langendijk, foi enterrado na Oude Kerk”. 
A casa da sogra de Vermeer ficava à direita da torre da Nieuwe Kerk (no centro da tela), mas não é vista de onde estamos. O pequeno relógio na torre avisa que são quase sete horas. 

Jovem Com Jarra d’Água
Nesse quadro as mãos da jovem e suas feições não estão nítidas, sugerem movimento, além de estarem plenamente banhadas pela intensa luz do meio do dia. 
Comparadas às outras jovens pintadas por Vermeer nos anos 1660, ela parece inexpressiva, o que por mais estranho que possa parecer, é o motivo pelo qual desde sempre ela teve apelo universal.
É a imagem da domesticidade, a figura intocável que era o sonho de todo homem.
Uma das características técnicas desse quadro é o azulado nas sombras da touca da moça. É um efeito que Vermeer já tinha experimentado: ele acrescentou azul ultramarino às cores escuras que eram sempre misturadas ao branco para criar as sombras.
O tecido branco adquiriu uma frescura e um brilho que só seriam vistos novamente mais de 200 anos depois, quando os impressionistas franceses começaram a experimentar com uma técnica similar para sombrear com cores claras em vez dos cinzas neutros.

A Arte da Pintura
Apesar dos especialistas em Vermeer não acreditarem que esse quadro tenha sido concebido como autorretrato, não há motivos para não acreditarmos que o artista quisesse ao menos deixar um testemunho de sua atividade como pintor.
Talvez os cabelos alourados e finos que escapam da boina sejam dele. Estão tão misturados com as cores do fundo da tela que quase não são vistos. Há outros quadros nos quais o artista aparece de costas para o espectador mas nenhum esconde completamente seu rosto. Aqui o espectador está livre para imaginar o que quiser.
Quase todos concordam que a jovem representa Clio, a musa da História. A coroa de louros denota glória eterna. Colocando Clio no centro de seu quadro Vermeer mostra a importância para as Artes que dava à História.
Vermeer no início de sua carreira usou mais temas históricos. Mas neste A Arte de Pintar ele mostra que além de ser um grande pintor, era um homem antenado com seu tempo, participativo dos debates com a elite intelectual. 
Clio segura uma trombeta na mão direita, o que simboliza a fama, e na outra um livro que pintores contemporâneos de Vermeer usavam muito, uma espécie de dicionário iconográfico. Apesar de não ter nada escrito, pois ele pintou somente a contracapa, era facilmente reconhecido por sua cor e tamanho: Iconologia ou Emblemas Morais de Cesare Ripa (1709). 

Vista de Delft (1660/1661), óleo sobre tela, 98.5 x 117.5 cm 
Mauritshuis, Haia
Jovem Com Jarra d’Água (1664/1665), óleo sobre tela, 45.7 x 40.6 cm 
Metropolitan Museum of Art, New York
A Arte de Pintar (1666/1668), óleo sobre tela, 120 x 100cm) 
Kunthistoriches Museum, Viena