sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Brasil, casse a concessão da pilhagem

RSS


Caros inocentes úteis, o roubo não é a velha esperteza de oportunistas. É um projeto de poder

GUILHERME FIUZA
22/12/2014 09h00


Um deputado do PT propôs transformar as manifestações golpistas em crime hediondo. Pulemos o registro da demagogia e da desonestidade intelectual, porque isso já é intrínseco ao modus operandi do partido. O que vale registrar é a tática definida daqui para a frente contra o cerco do petrolão: construir uma narrativa de injustiça contra os defensores do oprimido. O governo popular acabou. Iniciará uma Presidência-fantasma em 1º de janeiro, com sua credibilidade apodrecida e um único objetivo: não ser enxotado pelo impeachment. Não será fácil.
A bravata do tal deputado fica no terreno do folclore. Cultivar o fantasma do golpe é um dos truques preferidos dos companheiros. É bem verdade que eles têm o plano – e aí não é folclore – de controlar a imprensa, com o mesmo argumento de que a burguesia quer derrubar o governo popular a golpes de manchete. Se Chávez, Kirchner e sua turma conseguiram, por que não tentar no Brasil? Enquanto isso, aproveitam para dizer que os protestos contra o governo podre são atos pela volta da ditadura.
Não percamos mais tempo com isso. O grande herdeiro da ditadura militar no Brasil é o PT. Tanto Dilma quanto os mensaleiros vivem eternamente da mitologia da resistência aos milicos, um heroísmo canastrão do qual extrairão até a última gota de propaganda maniqueísta. As redes sociais do Planalto não param de espalhar releases e notinhas sobre os anos de chumbo e os valentes mocinhos da época – viraram os bandidos de hoje, mas essa parte não aparece no release. O PT ama a ditadura militar. Vive dela.
Essa é a parte mais tosca da estratégia de resistência – não mais aos militares, mas aos democratas que querem seu dinheiro roubado de volta. A parte não tão tosca do plano é a que ultrapassa a militância para contar com os inocentes úteis, uma classe em franca expansão no Brasil, para alegria dos companheiros. Entre as vozes a favor, que defendem Dilma para se sentir progressistas (não é piada, elas existem aos montes), surge o postulado central para tentar salvar o pescoço do governo: relativizar a corrupção da Petrobras.
Novamente é preciso ressalvar: não é piada. Um crescente número de pessoas que se acham sérias e não estão (ainda) a soldo do petismo deu para dizer por aí que o petrolão é normal. Quer dizer: uma coisa bem brasileira, arraigada no Estado patrimonialista e toda aquela sociologia de beira de praia. É o mesmo recurso estilístico sacado por Lula no mensalão: caixa dois todo mundo faz. Um empresário chegou a escrever que hoje se rouba até menos na Petrobras que em outros tempos. Vamos explicar aos ignorantes ou mal-intencionados (a esta altura, dá no mesmo): o PT não ficou igual aos outros; o PT não é corrupto como os outros, nem um pouco menos, nem um pouco mais; o PT é o único, sem antecessor na história do Brasil, que montou um sistema de corrupção no Estado brasileiro, de dentro do Palácio do Planalto, para enriquecer o partido e se eternizar no poder.
O ex-ministro-chefe da Casa Civil e homem forte do presidente foi preso por montar um duto entre as estatais e o caixa do partido governante. Privatizou na fonte o dinheiro do contribuinte. Não há precedente no país. Ao raiar do governo petista, foi montada uma diretoria na Petrobras para um saque bilionário em benefício do grupo político governante, como está demonstrado pela Polícia Federal a partir das investigações sobre o doleiro Alberto Youssef.
Deu para entender, queridos inocentes úteis? O roubo não é a velha esperteza de uns oportunistas com cargos na máquina. O roubo é um projeto político de poder. Que aliás, graças a seres compreensivos como vocês, dá certo há 12 anos.
E agora? O Brasil se sujeitará ao esquema por mais quatro anos? Só os inocentes inúteis podem crer que essa forma de dominação sofrerá uma metamorfose redentora em 1o de janeiro. Eles não sabem fazer de outro jeito. Dilma já tenta legalizar o rombo fiscal, diante de um Brasil abobado. Nem o mensalão, nem a queda de sete ministros no primeiro ano de governo – nada modificou em um milímetro o esquema parasitário.
Vocês estão esperando o quê? Que um companheiro bata na sua porta informando-lhe com ternura que veio buscar suas calças?

NOVOS REQUISITOS PARA ESCRITURAS PÚBLICAS

SEXTA-FEIRA, 26 DE DEZEMBRO DE 2014



Novos requisitos para as escrituras públicas em que o estado civil for inerente à legitimação das partes para o ato, regulamentado pelo Provimento 260/CGJ/2013, foram acrescentados pelo Provimento 285/CGJ/2014.

Com o novo provimento, a escritura pública deverá conter a indicação da data do casamento e respectivo livro, folha e termo, regime de bens adotado, menção expressa à serventia, livro, folha, e ao nome do cônjuge com qualificação completa onde foi lavrado o pacto antenupcial, se houver, ou da data da separação ou do divórcio.

Para a segurança jurídica da escritura pública, além dos documentos que já eram exigidos, será necessário apresentar:

· certidão de casamento do outorgante ou outorgado que se declarar casado - que deverá ter sido expedida há no máximo 90 (noventa) dias, devendo as partes declarar, sob as penas da lei, que seu conteúdo permanece inalterado;
· certidão de casamento com averbação de separação ou divórcio do que se declarar separado ou divorciado - que deverá ter sido expedida há no máximo 90 (noventa) dias, devendo as partes declarar, sob as penas da lei, que seu conteúdo permanece inalterado;
· certidão de óbito do cônjuge, sem prazo de validade, para aquele que se declarar viúvo, dispensada sua apresentação quando o óbito já estiver anotado no nascimento ou no casamento.

Para lavratura da procuração também será necessário a apresentação de certidão de casamento do outorgante ou outorgado que se declarar casado ou certidão de casamento com averbação de separação ou divórcio do que se declarar separado ou divorciado, ou ainda certidão de óbito do cônjuge, sem prazo de validade, para aquele que se declarar viúvo, dispensada sua apresentação quando o óbito já estiver anotado no nascimento ou no casamento. Entretanto, neste caso não terão prazo de validade, uma vez que deverão ser apresentadas atualizadas quando da lavratura da escritura pública.

Fonte: TJMG

Cartas de Washington: Não me toque!

Blog do Noblat

Umas das coisas mais esquisitas que ouvi foi a expressão “my personal space”, que pode ser traduzido livremente como “meu espaço”
Os latinos, e os brasileiros especialmente, sempre foram conhecidos por serem calorosos no trato com as pessoas. É comum encontrar estrangeiros que vão para o Brasil e se apaixonam pelo jeito amigável e próximo do povo brasileiro. Essas características ficam ainda mais evidentes quando se tem um contato mais frequente com os americanos, bastante conhecidos pela frieza no trato com o outro.
Quando cheguei aqui em Washington, já sabia que teria que me acostumar com essa diferença no convívio entre as pessoas. Mas no dia a dia esse traço gelado do americano parece ainda mais estranho para um estrangeiro que, como eu, veio de um país tropical onde o tratamento com as pessoas é tão quente quanto a temperatura dos dias.
Umas das coisas mais esquisitas que ouvi foi a expressão “my personal space”, que pode  ser traduzido livremente como “meu espaço”. Os americanos usam muito essa expressão para falar do espaço físico ao redor do seu corpo, que não deve ser invadido, algo impensável para um brasileiro que adora um beijo e um abraço.
Eu descobri essa expressão e esse conceito a duras penas. Certa vez, comecei a fazer um curso de inglês e, toda manhã, ao chegar, dava dois beijinhos no rosto do professor e ainda completava com um forte abraço, nunca correspondido. No momento que eu o abraçava, ele se mantinha absolutamente imóvel, como se fosse uma estátua de mármore.
Durante um tempo, achei que o meu professor fosse apenas uma pessoa tímida. Mas um certo dia, ele se encheu de coragem e, no momento que fui cumprimentá-lo, me disse: Daniele, acho você uma pessoa ótima, mas não gosto que você me beije e me abrace. E, fazendo o tradicional gesto ao redor do seu corpo, fechou a frase dizendo: este é “my personal space”.
Confesso que, num primeiro momento, fiquei chocada e até um pouco ofendida. Mas depois percebi que aquela reação não era nada pessoal comigo ou contra os meus dois beijinhos e o abraço. Simplesmente ele não estava acostumado com tanto contato físico e, portanto, isso não o agradava. Temos apenas uma diferença cultural e que precisa ser respeitada, principalmente por mim, que estou no país dele, com as regras ditadas por ele.
Uma outra vez, eu estava no metrô, totalmente perdida, sem saber para onde ir. Então me aproximei de um senhor e pedi uma informação. Ao perceber que ele não tinha me ouvido, coloquei a mão no braço dele, na intenção de que me visse. O senhor não teve dúvida, deu um pulo para trás e gritou: “não me toque!”
Conversando com alguns americanos sobre essa ojeriza ao contato físico, eles me disseram que, além do traço cultural, as pessoas se tornaram mais desconfiadas e ainda mais ariscas depois do atentado às torres gêmeas, em 2001. Cultural ou não, temos que respeitar. Mas tenho certeza que eles seriam bem mais felizes com alguns beijos e abraços adicionais à sua rotina.
Abraço (Foto: Arquivo Google)

CHARGE DO NICOLIELO

Nicolielo, hoje no Jornal de Bauru