sábado, 20 de julho de 2013

Eric Clapton Ramblin' on My Mind Unplugged Live TV Recording - The song was recorded on November 23, 1936 in San Antonio, Texas by legendary Robert Johnson. What a great blues classic !

Muito boa música - ALBERT KING & STEVIE RAY VAUGHN- "DON'T YOU LIE TO ME"

CHARGE DO CAZO


Esta charge do Cazo foi feita originalmente para o

Você quer mesmo um Brasil melhor? - RUTH DE AQUINO


REVISTA ÉPOCA

Então faça por onde: em vez de só cobrar, que tal exercer seriamente o civismo e a cidadania?


Então faça por onde – em vez de sair mascarado, quebrando e saqueando. A violência é pouco eficaz. O crime é contraproducente se o objetivo for aperfeiçoar uma democracia. Vivemos um momento histórico, inspirado por revoltas populares na Tunísia, Espanha ou nos Estados Unidos. É hora de aproveitar para o bem a energia de jovens brasileiros idealistas, que rejeitam os vícios da política tradicional e corrupta. Sejam sujeitos e não objetos. Em vez de só cobrar – e virar massa de manobra –, que tal exercer seriamente o civismo e a cidadania?

É uma vergonha o Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil. Ocupamos o 85o lugar no ranking mundial, atrás de Bósnia e Azerbaijão. Faltam médicos e professores em todo o país, não apenas nos confins do Brasil. É um absurdo querer aumentar, por lei, o número de anos de estudo de medicina. Ou exilar residentes em lugares sem condições de trabalho. A atitude desesperada do governo Dilma só expõe a metástase da Saúde. Não há ambulâncias, equipamentos ou médicos suficientes em lugar nenhum no Brasil, e isso inclui Rio de Janeiro e São Paulo.

Relanço então uma ideia que defendi há três anos em ÉPOCA: instituir o serviço civil obrigatório, que substituiria o alistamento no Exército para quem completa 18 anos. O serviço militar, com mais de um século, é um anacronismo num país sem guerra. É sexista, por contemplar apenas homens. Em vez dele, rapazes e moças dedicariam um ano de sua vida para servir à comunidade. Em meio expediente, para não atrapalhar os estudos. Funcionaria como um estágio e poderia ser pago pelo Estado com um salário mínimo. Os filhos da classe média e da elite aprenderiam mais sobre o Brasil real se fossem convocados a ensinar a crianças e adolescentes carentes português, matemática, inglês, história, informática. Design ou balé. Capoeira ou música. Gastronomia ou fotografia.

O serviço civil obrigatório seria uma oportunidade de integração, educação, disciplina. Não existe, em nosso país partido, nenhuma estratégia de entendimento real entre as classes. Não se treinam o ouvido nem a compaixão. Jovens deveriam consagrar um tempo ao bem público. Para criar bases e valores. Desperdiçamos um exército de jovens inteligentes e criativos. Há os que sonham em sair do Brasil sem chegar a entender o país em que nasceram. Nem aprendem a dar bom-dia ou a agradecer por um serviço prestado.

Na Suíça ou na Alemanha, é possível escolher o serviço civil em vez do militar. No Brasil, a Constituição de 1988 também contempla a objeção de consciência, que isenta o cidadão do serviço militar se contrariar suas crenças filosóficas, religiosas ou políticas. Mas não existe um serviço alternativo formalizado. Várias escolas estimulam a consciência social, mas iniciativas isoladas não bastam. Deveríamos preparar jovens para servir a pátria como cidadãos.

Para quem tem filosofia pacifista como eu, o serviço militar é uma agressão. A alternativa não passa pela violência. Ser empreendedor, ser voluntário, ir para a política são, todas elas, formas mais eficazes de mudança. Um estudante de Direito poderia, no primeiro ano da faculdade, dedicar seis horas diárias a atender pequenas causas em favela. Um estudante de contabilidade montaria pequenos negócios para famílias pobres e empreendedoras. Um estudante de letras incentivaria adolescentes a ler e escrever contos ou poesias. Outro ensinaria a ser inventivo no computador, a tocar piano ou a falar inglês. São tantos dons aprendidos na universidade, financiados pelos pais ou com nossos impostos. Por que não retribuir?

Isso nada tem a ver com filantropia ou caridade. “O serviço civil alternativo seria um rito de passagem do jovem para a idade adulta”, diz o empreendedor social Rodrigo Baggio, fundador do Comitê para Democratização da Informática. Baggio encara o serviço civil como “um aprendizado cívico, uma experiência que ajuda o jovem a escolher sua própria profissão e seu futuro”. “Valoriza o currículo”, diz ele. “O jovem que já foi voluntário é hoje mais solicitado no mercado.” O serviço civil ainda gera um pacto social mais eficaz. Deveria, segundo Baggio, haver uma parceria entre governo, sociedade civil, ONGs e empresas, com o apoio do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Uma comissão destinaria o jovem a certo trabalho, a partir de uma capacitação básica em direitos humanos, cidadania e empreendedorismo.

O serviço militar prepara para a guerra. E se preparássemos os jovens para a paz? Há no Brasil 31 milhões de jovens de 18 a 26 anos, segundo o IBGE. Pouquíssimos se alistam nas Forças Armadas. Dá para entender também o desinteresse pelo voto e pela política partidária. Torço por uma mudança de fundo, sem confete e sem violência. Uma Jornada Nacional da Juventude. Que se engaje de verdade, sem ódio e sem sangue nos olhos, num futuro melhor para este Brasil desigual, ineficiente e entregue a políticos sem o menor apreço pelo interesse público.

Denúncia - O esquema que saiu dos trilhos


08:59:14

Um propinoduto criado para desviar milhões das obras do Metrô e dos trens metropolitanos foi montado durante os governos do PSDB em São Paulo. Lobistas e autoridades ligadas aos tucanos operavam por meio de empresas de fachada

PROTEÇÃO GARANTIDA
Os governos tucanos de Mario Covas (abaixo), Geraldo Alckmin e José Serra (acima) nada fizeram para conter o esquema de corrupção

Ao assinar um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a multinacional alemã Siemens lançou luz sobre um milionário propinoduto mantido há quase 20 anos por sucessivos governos do PSDB em São Paulo para desviar dinheiro das obras do Metrô e dos trens metropolitanos. Em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos, a empresa revelou como ela e outras companhias se articularam na formação de cartéis para avançar sobre licitações públicas na área de transporte sobre trilhos. Para vencerem concorrências, com preços superfaturados, para manutenção, aquisição de trens, construção de linhas férreas e metrôs durante os governos tucanos em São Paulo – confessaram os executivos da multinacional alemã –, os empresários manipularam licitações e corromperam políticos e autoridades ligadas ao PSDB e servidores públicos de alto escalão. O problema é que a prática criminosa, que trafegou sem restrições pelas administrações de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, já era alvo de investigações, no Brasil e no Exterior, desde 2008 e nenhuma providência foi tomada por nenhum governo tucano para que ela parasse. Pelo contrário. Desde que foram feitas as primeras investigações, tanto na Europa quanto no Brasil, as empresas envolvidas continuaram a vencer licitações e a assinar contratos com o governo do PSDB em São Paulo. O Ministério Público da Suíça identificou pagamentos a personagens relacionados ao PSDB realizados pela francesa Alstom – que compete com a Siemens na área de maquinários de transporte e energia – em contrapartida a contratos obtidos. Somente o MP de São Paulo abriu 15 inquéritos sobre o tema. Agora, diante deste novo fato, é possível detalhar como age esta rede criminosa com conexões em paraísos fiscais e que teria drenado, pelo menos, US$ 50 milhões do erário paulista para abastecer o propinoduto tucano, segundo as investigações concluídas na Europa. ...
 
SUSPEITOS
Segundo o ex-funcionário da Siemens, Ronaldo Moriyama (foto menor), diretor da MGE, e Décio Tambelli, ex-diretor do Metrô, integravam o esquema

As provas oferecidas pela Siemens e por seus executivos ao Cade são contundentes. Entre elas, consta um depoimento bombástico prestado no Brasil em junho de 2008 por um funcionário da Siemens da Alemanha. ISTOÉ teve acesso às sete páginas da denúncia. Nelas, o ex-funcionário, que prestou depoimento voluntário ao Ministério Público, revela como funciona o esquema de desvio de dinheiro dos cofres públicos e fornece os nomes de autoridades e empresários que participavam da tramoia. Segundo o ex-funcionário cujo nome é mantido em sigilo, após ganhar uma licitação, a Siemens subcontratava uma empresa para simular os serviços e, por meio dela, realizar o pagamento de propina. Foi o que aconteceu em junho de 2002, durante o governo de Geraldo Alckmin, quando a empresa alemã venceu o certame para manutenção preventiva de trens da série 3000 da CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos). À época, a Siemens subcontratou a MGE Transportes. De acordo com uma planilha de pagamentos da Siemens obtida por ISTOÉ, a empresa alemã pagou à MGE R$ 2,8 milhões até junho de 2006. Desse total, pelo menos R$ 2,1 milhões foram sacados na boca do caixa por representantes da MGE para serem distribuídos a políticos e diretores da CPTM, segundo a denúncia. Para não deixar rastro da transação, os saques na boca do caixa eram sempre inferiores a R$ 10 mil. Com isso, o Banco Central não era notificado. “Durante muitos anos, a Siemens vem subornando políticos, na sua maioria do PSDB, e diretores da CPTM.

A MGE é frequentemente utilizada pela Siemens para pagamento de propina. Nesse caso, como de costume, a MGE ficou encarregada de pagar a propina de 5% à diretoria da CPTM”, denunciou o depoente ao Ministério Público paulista e ao ombudsman da empresa na Alemanha. Ainda de acordo com o depoimento, estariam envolvidos no esquema o diretor da MGE, Ronaldo Moriyama, segundo o delator “conhecido no mercado ferroviário por sua agressividade quando se fala em subornar o pessoal do Metrô de SP e da CPTM”, Carlos Freyze David e Décio Tambelli, respectivamente ex-presidente e ex-diretor do Metrô de São Paulo, Luiz Lavorente, ex-diretor de Operações da CPTM, e Nelson Scaglioni, ex-gerente de manutenção do metrô paulista. Scaglioni, diz o depoente, “está na folha de pagamento da MGE há dez anos”. “Ele controla diversas licitações como os lucrativos contratos de reforma dos motores de tração do Metrô, onde a MGE deita e rola”. O encarregado de receber o dinheiro da propina em mãos e repassar às autoridades era Lavorente. “O mesmo dizia que (os valores) eram repassados integralmente a políticos do PSDB” de São Paulo e a partidos aliados. O modelo de operação feito pela Siemens por meio da MGE Transportes se repetiu com outra empresa, a japonesa Mitsui, segundo relato do funcionário da Siemens. Procurados por ISTOÉ, Moriyama, Freyze, Tambelli, Lavorente e Scaglioni não foram encontrados. A MGE, por sua vez, se nega a comentar as denúncias e disse que está colaborando com as investigações.



 
Além de subcontratar empresas para simular serviços e servir de ponte para o desvio de dinheiro público, o esquema que distribuiu propina durante os governos do PSDB em São Paulo fluía a partir de operações internacionais. Nessa outra vertente do esquema, para chegar às mãos dos políticos e servidores públicos, a propina circulava em contas de pessoas físicas e jurídicas em paraísos fiscais. Uma dessas transações contou, de acordo com o depoimento do ex-funcionário da Siemens, com a participação dos lobistas Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira, através de suas respectivas empresas Procint E Constech e de suas offshores no Uruguai, Leraway Consulting S/A e Gantown Consulting S/A. Neste caso específico, segundo o denunciante, a propina foi paga porque a Siemens, em parceria com a Alstom, uma das integrantes do cartel denunciado ao Cade, ganhou a licitação para implementação da linha G da CPTM. O acordo incluía uma comissão de 5% para os lobistas, segundo contrato ao qual ISTOÉ teve acesso com exclusividade, e de 7,5% a políticos do PSDB e a diretores da área de transportes sobre trilho. “A Siemens AG (Alemanha) e a Siemens Limitada (Brasil) assinaram um contrato com (as offshores) a Leraway e com a Gantown para o pagamento da comissão”, afirma o delator. As reuniões, acrescentou ele, para discutir a distribuição da propina eram feitas em badaladas casas noturnas da capital paulista. Teriam participado da formação do cartel as empresas Alstom, Bombardier, CAF, Siemens, TTrans e Mitsui. Coube ao diretor da Mitsui, Masao Suzuki, guardar o documento que estabelecia o escopo de fornecimento e os preços a serem praticados por empresa na licitação.
 
Além de subcontratar empresas que serviram de ponte para o desvio de dinheiro público, o esquema valeu-se de operações em paraísos fiscais

Os depoimentos obtidos por ISTOÉ vão além das investigações sobre o caso iniciadas há cinco anos no Exterior. Em 2008, promotores da Alemanha, França e Suíça, após prender e bloquear contas de executivos do grupo Siemens e da francesa Alstom por suspeita de corrupção, descobriram que as empresas mantinham uma prática de pagar propinas a servidores públicos em cerca de 30 países. Entre eles, o Brasil. Um dos nomes próximos aos tucanos que apareceram na investigação dos promotores foi o de Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) nomeado pelo então governador tucano Mário Covas. No período em que as propinas teriam sido negociadas, Marinho trabalhava diretamente com Covas. Proprietário de uma ilha paradisíaca na região de Paraty, no Rio de Janeiro, Marinho foi prefeito de São José dos Campos, ocupou a coordenação da campanha eleitoral de Covas em 1994 e foi chefe da Casa Civil do governo do Estado de 1995 a abril de 1997. Numa colaboração entre promotores de São Paulo e da Suíça, eles identificaram uma conta bancária pertencente a Marinho que teria sido abastecida pela francesa Alstom. O MP bloqueou cerca de US$ 1 milhão depositado. Marinho é até hoje alvo do MP de São Paulo. Procurado, ele não respondeu ao contato de ISTOÉ. Mas, desde que estourou o escândalo, ele, que era conhecido como “o homem da cozinha” – por sua proximidade com Covas –, tem negado a sua participação em negociatas que beneficiaram a Alstom.
 


Entre as revelações feitas pela Siemens ao Cade em troca de imunidade está a de que ela e outras gigantes do setor, como a francesa Alstom, a canadense Bombardier, a espanhola CAF e a japonesa Mitsui, reuniram-se durante anos para manipular por meios escusos o resultado de contratos na área de transporte sobre trilhos. Entre as licitações envolvidas sob a gestão do PSDB estão a fase 1 da Linha 5 do Metrô de São Paulo, as concorrências para a manutenção dos trens das Séries 2.000, 3.000 e 2.100 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a extensão da Linha 2 do metrô de São Paulo. Também ocorreram irregularidades no Projeto Boa Viagem da CPTM para reforma, modernização e serviço de manutenção de trens, além de concorrências para aquisição de carros de trens pela CPTM, com previsão de desenvolvimento de sistemas, treinamento de pessoal, apoio técnico e serviços complementares.

Com a formação do cartel, as empresas combinavam preços e condicionavam a derrota de um grupo delas à vitória em outra licitação superfaturada


Com a formação do cartel, as empresas combinavam preços e condicionavam a derrota de um grupo delas à vitória em outra licitação também superfaturada. Outra estratégia comum era o compromisso de que aquela que ganhasse o certame previamente acertado subcontratasse outra derrotada. Tamanha era a desfaçatez dos negócios que os acordos por diversas vezes foram celebrados em reuniões nos escritórios das empresas e referendados por correspondência eletrônica. No início do mês, a Superintendência-Geral do Cade realizou busca e apreensão nas sedes das companhias delatadas. A Operação Linha Cruzada da Polícia Federal executou mandados judiciais em diversas cidades em São Paulo e Brasília. Apenas em um local visitado, agentes da PF ficaram mais de 18 horas coletando documentos. Ao abrir o esquema, a Siemens assinou um acordo de leniência, que pode garantir à companhia e a seus executivos isenção caso o cartel seja confirmado e condenado. A imunidade administrativa e criminal integral é assegurada quando um participante do esquema denuncia o cartel, suspende a prática e coopera com as investigações. Em caso de condenação, o cartel está sujeito à multa que pode chegar a até 20% do faturamento bruto. O acordo entre a Siemens e o Cade vem sendo negociado desde maio de 2012. Desde então, o órgão exige que a multinacional alemã coopere fornecendo detalhes sobre a manipulação de preços em licitações.



Só em contratos com os governos comandados pelo PSDB em São Paulo, duas importantes integrantes do cartel apurado pelo Cade, Siemens e Alstom, faturaram juntas até 2008 R$ 12,6 bilhões. “Os tucanos têm a sensação de impunidade permanente. Estamos denunciando esse caso há décadas. Entrarei com um processo de improbidade por omissão contra o governador Geraldo Alckmin”, diz o deputado estadual do PT João Paulo Rillo. Raras vezes um esquema de corrupção atravessou incólume por tantos governos seguidos de um mesmo partido numa das principais capitais do País, mesmo com réus confessos – no caso, funcionários de uma das empresas participantes da tramoia, a Siemens –, e com a existência de depoimentos contundentes no Brasil e no Exterior que resultaram em pelo menos 15 processos no Ministério Público. Agora, espera-se uma apuração profunda sobre a teia de corrupção montada pelos governos do PSDB em São Paulo. No Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin disse que espera rigor nas investigações e cobrará o dinheiro que tenha sido desviado dos cofres públicos.

Montagem sobre foto de: Carol Guedes/Folhapress (abre); FOTOS: RICARDO STUCKERT; Folhapress; EVELSON DE FREITAS/AE

Por Alan Rodrigues, Pedro Marcondes de Moura e Sérgio Pardellas
Fonte: Revista ISTOÉ - N° Edição: 2279 - 20/07/2013

Emenda Parlamentar -As sementes de Perrella


Numa típica operação de triangulação, senador do PDT destina R$ 6 milhões em emendas para que estatal mineira compre insumos da empresa dos próprios filhos

EM CAUSA PRÓPRIA
Pelo menos R$ 2,4 milhões entraram nos cofres da
Limeira Agropecuária, empresa dos filhos de Zezé Perrella
Herdeiro da cadeira de senador do ex-presidente Itamar Franco, falecido em 2011, o suplente Zezé Perrella (PDT-MG) é considerado um novato no Senado. Mesmo assim, descobriu rápido um dos atalhos utilizados pelas velhas raposas políticas para obter vantagens financeiras com o mandato: a operação de triangulação usando as emendas parlamentares. Em 2011 e 2012, Perrella destinou R$ 6 milhões em emendas para a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) comprar sementes. Até aí, nada de anormal. Ocorre que boa parte desse dinheiro – pelo menos R$ 2,4 milhões – acabou parando nas contas da Limeira Agropecuária, cujos sócios majoritários são filhos do senador suplente. A empresa de Gustavo e Carolina Perrela é a principal fornecedora de sementes para a Epamig. ...



A Limeira era tocada por Zezé Perrella até 2007. Assim que entrou para a política, o senador decidiu sair do quadro societário da empresa, avaliada em R$ 60 milhões, com lucros de R$ 20 milhões por ano. Hoje, seus dois filhos possuem 95% do capital da empresa, mas, para não deixar rastro dos laços familiares, quem assina por ela é o sócio minoritário André Almeida Costa. Tendo como signatário Almeida Costa, em abril de 2011, a Limeira fechou contrato de R$ 2,4 milhões com a Epamig para o fornecimento de mais de 66 toneladas de sementes de milho e feijão. A escolha da Limeira ocorreu sem licitação, o que leva a crer que a triangulação foi previamente combinada com o autor da emenda, o senador Zezé Perrella. À época, o Ministério Público de Minas Gerais abriu procedimento para investigar o caso, mas a apuração, estranhamente, não avançou. O contrato ainda foi aditivado em R$ 383 mil em novembro daquele ano. Parte da verba dessa emenda já foi executada. De acordo com dados do orçamento da União, R$ 1,2 milhão foi empenhado em favor do órgão de pesquisa estadual.

A parceria da empresa da família de Perrella com a autarquia mineira se repetiu em janeiro de 2012, quando Epamig e Limeira firmaram contrato para fornecimento de 5,4 toneladas de sementes de milho. Para garantir os recursos necessários para o fechamento do contrato, no ano passado Perrella destinou novamente mais R$ 3 milhões em emendas para a Epamig. Como o orçamento da União de 2012 só foi votado em março deste ano, o dinheiro ainda não chegou ao destino, mas está comprometido.

ESTATAL MINEIRA
A Epamig serviu de intermediária entre  Zezé Perrella e a Limeira Agropecuária

A Epamig foi procurada para esclarecer os critérios de escolha da Limeira Agropecuária no contrato, mas não se pronunciou. Procurado por ISTOÉ, Perrella entrou em contradição. De pronto, afirmou que a empresa de seus filhos só teve prejuízo ao participar do programa de abastecimento e que as sementes da Limeira eram vendidas para a Epamig com desconto de 30%. Depois, ele tentou negar que as emendas tivessem sido direcionadas para pagar as sementes adquiridas de sua firma. “A Limeira é cooperada da Epamig há dez anos. A Limeira não era exclusiva, era uma cooperativa, não tinha nenhum tipo de privilégio. Isso era um programa que ajudava milhares de agricultores do Estado”, afirmou. Ao fim, Perrella admitiu que a Limeira de fato concentra o fornecimento de sementes à Epamig. E tentou justificar: “Isso acontece porque a empresa é a única interessada em fornecer insumos para o programa de agricultura familiar.” Sem a atuação da firma de seus familiares, alegou o senador, a ação governamental seria extinta. “Eu fiz essa emenda para que o programa não morresse. Não vejo nenhuma irregularidade. A empresa opera normalmente, tem direito de operar de acordo com as regras de mercado.” Como se vê, até nas explicações o neófito Perrella se mostrou escolado com a política.
fotos: Ailton de Freitas / Ag. O globo; Eduardo knapp/Folhapress

Por Josie Jeronimo
Fonte: Revista ISTOÉ - N° Edição: 2279 - 20/07/2013

Mal-entendido fatal, por Merval Pereira, O Globo


O presidente da seção do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, nega que tenha feito um pacto com o comandante da Polícia Militar para que não fosse usado gás lacrimogêneo ou bombas de dispersão nas manifestações, mas admitiu que fez “algumas ponderações”.
O comandante Erir Ribeiro da Costa Filho atribuiu a esse pretenso acordo com a OAB e movimentos de direitos humanos, como a Anistia Internacional, a perda de controle da situação na noite de quarta-feira no Rio, quando várias lojas foram saqueadas, equipamentos urbanos, depredados, e barricadas de fogo, colocadas ao longo da Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, durante várias horas por ação de baderneiros, sem que a polícia interviesse.
Segundo Santa Cruz, as ponderações que fez, por conta especialmente do episódio da clínica médica em Laranjeiras invadida no domingo, com doentes terminais passando mal, foi sobre o uso cuidadoso principalmente do gás lacrimogêneo, e “claro que preferíamos a utilização das armas não letais”. E também sobre “o momento da utilização”.
Santa Cruz diz que ponderou com as autoridades que os Black Blocs (bandos de anarquistas que têm a depredação de prédios públicos e bancos como ação política) “saem da manifestação, batem na polícia, recuam, e a polícia, ao jogar gás lacrimogêneo, apenas espalha o movimento”.
Para ele, a OAB “sempre teve uma posição muito firme de que qualquer manifestação que desbordasse em violência, fora da legalidade, deveria ser reprimida pela PM”. Santa Cruz disse que teve o cuidado de ser muito claro na relação com a PM “para evitar que a OAB fique naquela posição clássica, como se ela estivesse dando cobertura a qualquer tipo de ilegalidade. Paguei um preço alto em críticas pelo que aconteceu no Leblon”.
Na terça-feira, diz Santa Cruz, o comandante da Polícia Militar pediu que os advogados ficassem entre os manifestantes e a polícia, “e eu não concordei. Acho um absurdo colocar advogados como escudo”. Houve a determinação, então, para que os advogados acompanhassem de trás as manifestações, relata Santa Cruz.
O presidente da OAB do Rio fez críticas à ação da Polícia Militar: “Depois dessas badernas, nós estamos estranhando que não chega às delegacias no final da noite nenhum desses Black Blocs, ou chegam pouquíssimos”.
Segundo ele, o que tem acontecido é que a PM, “após se omitir, deixar que esses grupos atuem, passa no final da noite recolhendo pessoas, e já recolheu cadeirante, recolheu mendigos. Quando chegam à delegacia, a Polícia Civil, que tem desempenhado um bom papel, não tem condições de fazer a ocorrência dentro da lei”.
Há informações de que a OAB está mandando advogados para as delegacias para soltar os presos, mas Felipe Santa Cruz diz que o que existe é um movimento que nasceu também espontaneamente no Facebook, chamado Habeas Corpus, formado por advogados.
Ele explica que parte do trabalho da Ordem dos Advogados do Brasil tem sido acompanhar tecnicamente nas delegacias os casos de prisão, “e há uma determinação nossa de que toda e qualquer ação ilegal deve ser combatida”.
Santa Cruz diz que a OAB faz o acompanhamento das manifestações desde o seu início, e a preocupação era “garantir a liberdade de manifestação, nunca a defesa desses baderneiros”. Ele ressalta que fazem esse acompanhamento a convite da própria PM, para verificar se as leis estão sendo cumpridas e os direitos humanos, respeitados nos procedimentos policiais nas delegacias.
“Mas basicamente atendendo à população que vem sendo presa sem razão nenhuma. Nós proibimos os advogados de trabalharem em nome da Ordem na defesa dos que são acusados formalmente de baderna. Claro que todos têm direito a advogados, mas devem procurar por conta própria”.
De duas, uma: ou o comandante da PM, Erir da Costa Filho, levou a sério demais as “ponderações” do presidente da OAB do Rio, ou Felipe Santa Cruz transformou em meras “ponderações” o pacto com a Polícia Militar depois do resultado desastroso de sua mediação.

A charge de Amarildo



Cartas de Buenos Aires: Cristina 3.0: uma Presidenta conectada


Gabriela Antunes
Cheguei da Casa Rosada na Residência de Olivos, por volta das 21h46, e me avisam que o Correa (Presidente do Equador) estava ao telefone:
- Rafael? Pode passar.
- Oi Rafa, como você está?
Ele me responde entre irritado e angustiado:
- Você não sabe o que aconteceu?
- Não, o quê?
- Cristina, o Evo e seu avião estão detidos na Europa.
Foi assim, por meio do facebook da Presidenta Cristina Fernández de Kirchner, que muitos argentinos ficaram sabendo de um dos episódios mais insólitos da diplomacia moderna: a detenção do avião presidencial de Evo Morales na Áustria.
Meses antes, pela mesma rede social, os hermanos participaram da querela pública entra ela e um dos mais reconhecidos atores locais, Ricardo Darín.
Foi também por meio do facebook que receberam o relato do nascimento de seu primeiro neto, Ivan Néstor: “Nasceu no dia 14 de julho. Que coisa, não? Dia da Revolução Francesa e do aniversário de uma de suas tias, Romina, filha mais nova de Alicia Kirchner”.

A Presidenta Cristina e a cachorrinha que despertou a ternura da mandatária.

São relatos pessoais, em uma rede social onde, em paralelo, abundam páginas de oposição à Presidenta, como a intitulada “Me dá vergonha que Cristina seja minha Presidenta”, com 104 mil “curtidas”.
As redes sociais oficiais da mandatária trazem um misto de informações institucionais e comentários de alto teor pessoal. Youtube, pinterest, twitter, Google plus, tumblr, facebook e Twitter, a Presidenta está conectada em algo que descreve como Cristina 3.0.
Em maio, por exemplo, e por twitter, a Presidenta apresentou seus cachorros: “Esta é Lolita, olhem que carinha!”, escreveu.
A relação com o mundo canino continuaria comovendo Cristina. No dia 11 de julho, compartilha uma foto com uma simpática cachorrinha que “colou” nela durante um ato, no estado de Tucumán: “Não é divina? Depois de tudo, não podemos fazer pátria sem ternura”, escreveu.
A “candura” de Cristina não é à toa. Nos principais centros urbanos da Argentina, segundo a agência de noticia oficial Télam, quase 100% da população já têm acesso à internet, sendo que 88% participam das redes sociais. Significa que Cristina escolheu o meio certo para chegar ao seu eleitorado.
Os argentinos andam tão fascinados pelas redes sociais que, em protesto ao caso Snowden, um grupo de publicitários lançou uma plataforma popular similar ao facebook. O Facepopular foi lançado no dia 9 de julho e alcançou rapidamente mais de 24 mil usuários, quando foram encerradas novas inscrições, para não colapsar o servidor. A ideia é nacional e popular como os posts de Cristina. Curtiu?

Gabriela Antunes é jornalista e nômade. Cresceu no Brasil, mas morou nos Estados Unidos e Espanha antes de se apaixonar por Buenos Aires. Na cidade, trabalhou no jornal Buenos Aires Herald e mantém o blog Conexão Buenos Aires. Escreve aqui todos os sábados.

Pantagruel e Gargantua


Carlos Chagas
Em 1532 Rabelais fez a França gargalhar com a criação do gigante Pantagruel, que comia duzentos bois de uma só vez e secou o rio Sena, bebendo toda a sua água. Era filho de Gargantua, outro exagerado, ainda que tivesse nascido primeiro que o pai, nos livros. A alegoria que Paris inteira lia e comentava exprimiu profunda crítica à monarquia e à religião, mas o autor não foi punido, pelo ridículo que a punição encerraria.
Guardadas as proporções, e com todo o respeito, estamos diante da repetição do romance referido, cheio de episódios mirabolantes e fantásticos. O Pantagruel brasileiro é o Congresso. O governo fica sendo o Gargantua. Fazem o diabo, pai e filho, em matéria de excessos. Ainda agora os presidentes da Câmara e do Senado continuam voando em aviões da Força Aérea como se tratassem de suas propriedades particulares, voando para compromissos pessoais, diversões e sucedâneos.   Oferecem suntuosos jantares em seus palácios, tudo pago com dinheiro público.  Do outro lado, ministros também se refestelam  em ágapes variados e continuam cruzando os ares em jatinhos oficiais. Dispõem, com poucas exceções, de cartões corporativos que cobrem despesas de toda ordem, entre as necessárias e as supérfluas.
Quando a população vai para as ruas em manifestações que seriam pacíficas não fosse a presença de vândalos e  de bandidos, está protestando também contra a orgia dos detentores do poder.
CISÃO INEXPLICÁVEL
Nada menos do que 27 deputados do PT assinaram nota de protesto contra a designação do colega  Candido Vaccarezza para chefiar a Comissão da Reforma Política. Defenderam Henrique Fontana, que há tempos trata da questão. Preferências são comuns e até necessárias, dentro dos partidos, mas uma declaração de guerra como essa dá bem medida da crise entre os companheiros. Sobrou para o presidente da Câmara,  que designou Vaccarezza. Não sabiam, os deputados insurgentes, que Henrique  Eduardo Alves atendeu o pedido do ex-presidente Lula. Ou sabiam?

Charge do Duke


Charge Tempo 20/07

Odebrecht quer Lula em 2014


Dora Kramer (Estadão)
Se o governo pensa que seus problemas de erosão de apoio se restringem ao Congresso e a movimentos liderados pelo PMDB, deveria ouvir o que dizia Emílio Odebrecht em recepção na Bahia no último fim de semana. Na roda, um ex-ministro e um ex-governador. O empresário defendia de maneira contundente a candidatura de Lula em 2014. Com o governador Eduardo Campos de vice.
Sobre Dilma Rousseff, a quem o empresariado conferia atributos de grande gestora antes da queda nas pesquisas, a avaliação seguia o mesmo diapasão do “senso de oportunidade” dos ditos aliados: sem chance de reeleição.

Apavorada com impopularidade e perdida na economia, Dilma ameaça cortar ministérios e afagar o PT


Posted: 19 Jul 2013 06:17 AM PDT

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net 
Por Jorge Serrão – 
serrao@alertatotal.net

O aumento de tensões e radicalizações durante a visita do Papa Francisco ao Brasil parece café pequeno perto da bomba econômica que ainda não estourou no Brasil. O Governo já não sabe o que fazer com a bilionária queda de arrecadação dos escorchantes tributos. O quadro confuso e caótico deve piorar porque os juros subiram, a indústria e o comércio operam em letargia, sem fechar novos negócios, e, não demora, vai afetar o cada vez mais endividado povão – que se parece com o governo na hora em que não consegue honrar o pagamento de suas contas.

O previsível aumento do custo de vida, daqui a um ou dois meses, por conta dos contratos comerciais fechados com o dólar alto (acima de R$ 2,25). A também quase certa necessidade de reajustar o preço dos combustíveis, no máximo até outubro, com impactos inflacionários diretos. E o alto custo da farinha, devido à escassez do insumo importado da Argentina, que encarece a produção de comida, sobrando para o bolso do cada vez mais descontente cidadão-consumidor-eleitor-contribuinte.

Essa é apenas a listinha mais evidente de preocupações da desgastada Presidenta Dilma Rousseff da Silva. Visivelmente atropelada pela radicalização das massas e pela conjuntura econômica internacional desfavorável, que já dá sinais de uma evidente recessão e adiamento da maioria dos novos negócios, Dilma só consegue emitir um discurso esquizofrênico (que não confere com a realidade dos fatos). Constatando que sua reeleição corre o mais alto risco nunca antes visto na história deste Brasil, a Presidenta, tardiamente, acena para aquilo que nunca soube fazer: negociar politicamente com a base amestrada e com o próprio PT (onde a maioria dos cardeais nunca a engoliu como ex-brizolista).

A turma da Dilma deixa agora vazar, discretamente, a informação de que “a Presidenta fará uma reforma ministerial, cortando uns seis a sete ministérios”, dos excessivos 40 atuais. A tarefa até deve ser fácil, já que Dilma sequer teve um dia de despacho particular com a maioria de seus ministros – o que é um dos mais relevantes motivos de queixas e um questionamento direto da fama de “grande gerentona” que a marketagem sempre atribuiu a ela. Tudo que Dilma fizer agora vai denotar sua fraqueza política, já que parecerá ter sido o resultado da pressão dos protestos populares. Desde que assumiu, sem liberdade para agir e nomear a maioria dos assessores diretos, Dilma é uma refém da parceria entre a petralhagem e a peemedebice – safadezas com as quais os 10 anos de desgoverno sempre foram coniventes.

Situação tão ou mais dramática que a da Dilma é a do seu criador Luiz Inácio Lula da Silva. A exemplo de sua criatura, Lula não pode mais andar na rua ou participar de qualquer manifestação pública aberta, sem o alto risco de tomar muitas vaias. As pesquisas mais diversas comprovam uma queda acentuada no seu mítico índice de popularidade e apontam, mais grave ainda, um aumento consolidado da impopularidade e rejeição que seu (antes santificado) nome provoca. Com problemas de saúde que tenta esconder, Lula não pode mais ajudar Dilma, e nem tem condições mais de ajudar a si mesmo.

O ocaso de Lula coincide com o mais alto desgaste da imagem da classe política tupiniquim. Vide o que acontece com o Sérgio Cabral Filho. O Governador do Rio de Janeiro, aliadíssimo da dupla Lula-Dilma, que esteve até cotado para ser vice da Presidenta na reeleição de 2014, agora não tem mais condições de aparecer em público, sem ser alvo de alguma manifestação violenta. Nas redes sociais, a imagem de Cabral é desgastada com a constatação da incompetência de seu governo junto com muitas denúncias de corrupção. Quem já não recebeu um e-mail com o bombástico arquivo “O Mundo Mágico de Mangaratiba” – um dossiê que transformaria Cabral e seus parceiros, facilmente, em réus de várias ações judiciais?

O fenômeno do “desgaste político” é altamente perigoso, porque acaba afetando a atividade política – fator essencial para a construção de uma democracia (segurança do direito e exercício da razão pública) que nunca tivemos na História mal contada do Brasil. Novas manifestações de rua devem ocorrer até o final dos atuais mandatos da Presidenta, Governadores, deputados e senadores (que agora se unem para impor, goela abaixo do povo, uma reforma política de araque, a ser respaldada por um referendo manipulável pelas urnas eletronicamente inconfiáveis).

O mundo passa por uma grande transformação, reestruturação ou nova maquiagem dos personagens no jogo de poder político-econômico. O Brasil acompanha tal fenômeno se comportando como uma menina pobre e indefesa da periferia diante do violento estuprador globalitário. Nesta nova fase da crise, todas as fragilidades do País ficam expostas como consequência direta da histórica falta de investimento em infraestrutura, educação, ciência & tecnologia – por falta de real espírito empreendedor desenvolvimentista.

Por tudo isso, o que está ruim corre o risco de ficar ainda pior.

Reaparição?



Por que Lula está precisando se esconder tanto como nunca antes na história desse País?

Recesso Espirituoso



Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. 
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 19 de Julho de 2013.

QUEM LEMBRA DESTA PROPAGANDA? - HISTÓRIA DA PROPAGANDA BRASILEIRA - ESSO - O CANTOR DE ÓPERA

Átila, o Huno contra a bancada religiosa


Posted: 19 Jul 2013 03:30 AM PDT
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Acho que todas as pessoas têm um Átila, o Huno recalcado no subconsciente. É aquela parte da mente que não tem saco para os babacas e, em vez de conversa, prefere quebrar a louça toda. Ou, para usar uma linguagem freudiana, o Átila subconsciente representa o ódio primordial que desperta nos homens a propensão para a destruição e a crueldade.

Eu confesso. Tenho tido uma trabalheira danada para controlar o meu Átila subconsciente nos últimos tempos, em especial por causa de certos religiosos que não param de se meter na vida dos outros. E nesta semana o coitado foi à loucura ao ler uma notícia que só pode coisa de gente que fuma cocô.

O pessoal da tal bancada religiosa - e o infausto Marco Feliciano, claro - anda por aí a pressionar a presidente Dilma Rousseff para ela vetar o projeto que legisla sobre o atendimento de emergência, nos hospitais, a mulheres vítimas de violação. O que pretendem os religiosos? Atrapalhar, claro.

O objetivo é impedir que o projeto ganhe forma de lei porque lá no texto tem a expressão “profilaxia da gravidez”. E eles acham que isso poderia abrir uma brecha legal para permitir a interrupção voluntária da gravidez (expressão politicamente correta para aborto). De tão focados no aborto, os caras sequer cogitam olhar para as mulheres.

O projeto prevê que as mulheres vítimas de estupro tenham direito a atendimento emergencial e preferencial. Porque há um protocolo específico a seguir: o procedimento deve ser feito em 72 horas, período para tomar o coquetel de remédios contra o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, além da pílula do dia seguinte.


O projeto é bom, os religiosos são medievais. Traduzida, a pretensão dos caras tem outra leitura: danem-se as vítimas de estupro, porque o importante é impedir qualquer coisa que cheire a aborto. Fico aqui a pensar: nem dá para ter uma discussão com argumentos racionais, porque é tudo muito irracional.

E o meu Átila subconsciente fica a imaginar um tratamento profilático para esses caras: uma surra de chicote, daquelas de criar bicho. Mas isso é o Átila a falar, não eu.

O que Nelson Mandela nos ensinou sobre liderança

As lições que um dos maiores líderes de todos os tempos pode nos deixar para continuarmos lutando por um mundo melhor

Nelson Mandela ficou em estado crítico na segunda passada devido uma infecção pulmonar recorrente. Em 2008, a revista TIME publicou uma matéria de capa sobre os segredos da liderança de Nelson Mandela, em comemoração aos seus 90 anos.
Por ocasião dos 90 anos de Mandela, a revista compartilhou 8 lições de liderança sobre a vida do líder anti-apartheid que foram tiradas de entrevistas com o ex-presidente sul-africano.
Embora a revista esteja disponível na internet apenas para os assinantes, as 8 lições de TIME incluem frases como: “parar também é liderar” e “conheça seu inimigo – e aprenda seu esporte favorito”.
Mas algumas das melhores iscas de sabedoria são as citações de Mandela sobre as suas ideias de liderança familiar.
Quando Mandela estava com medo (fosse na prisão, ou fosse em um avião fazendo um pouso de emergência), ele admitiu que os líderes não devem deixar que as pessoas saibam dessas coisas.
Você deve ser colocar à frente dessas coisas, foi o que Mandela aprendeu com o rei tribal que o criou quando criança que, “os líderes não devem entrar no debate muito cedo”.
Nelson Mandela, exemplo de liderança e democracia.
Nelson Mandela, exemplo de liderança e democracia.
Além disso, Mandela costumava dizer que o sábio é aquele que convence as pessoas a fazer as coisas e pensar que elas são suas ideias.
Mandela, é claro, tinha muitas coisas a dizer sobre liderança ao longo de sua vida, embora por muitos anos os sul-africanos tenham sido proibidos de citá-lo.
Aqui separamos algumas das suas melhores frases de liderança, extraídas do Nelson Mandela By Himself: The Authorised Book of Quotations.
Discursos longos, tremor de punhos, batidas de mesa e resoluções com palavras fortes que não tenham ligação com as condições objetivas, e que não estejam ligados a ações, podem trazer um grande dano para a luta e para a organização que servimos.
Essa citação é parte do discurso conhecido como “não há caminho fácil até a liberdade”, de setembro de 1953.
Eu não tinha nenhuma crença específica, exceto que a nossa causa era justa, era muito forte e foi ganhando cada vez mais apoio.
Discurso feito na Cidade do Cabo, em fevereiro de 1994.
Os verdadeiros líderes devem estar prontos para sacrificar tudo pela liberdade de seu povo.
Discurso feito em 25 de abril de 1998 na África do Sul.
O que vale na vida não é o simples fato de termos vivido. É a diferença que fazemos na vida de outras pessoas que irá determinar o significado da vida que levamos.
Festa de aniversário de Walter Sisulu, em Joanesburgo em 18 de maio de 2002.
Nunca foi meu costume usar palavras de ordem. Se tem alguma coisa que 27 anos de prisão nos ensina é a usar o silêncio da solidão para nos ajudar a entender como as palavras são preciosas e como o impacto real dos discursos está sobre a forma como as pessoas vivem e morrem.
Discurso de encerramento da 13ª Conferência Internacional da Aids, em Durban, em 14 de julho de 2000.
Certamente, as citações e frases de Mandela são apenas um reflexo de seu exemplo, que é a maior arma que qualquer líder pode ter a seu favor.
Nelson Mandela viveu a sua vida como um exemplo de liderança.
Nelson Mandela viveu a sua vida como um exemplo de liderança.
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Este artigo foi adaptado do original, “What Nelson Mandela had to say about leadership”, do Washington Post.

Autor

Enrico Cardoso – escreveu  posts no Jornal do Empreendedor.
Enrico Cardoso trabalha com storytelling para construção de marcas. Acredita que toda empresa tem uma única oportunidade de se transformar em uma grande marca: contando histórias.