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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Maquiagem na Educação do PT. Programa eleitoreiro de intercâmbio e estágios, Ciência sem Fronteiras desvia verba da pesquisa pura nas universidades.
Burrice sem fronteiras, herança maldita de Haddad
Convertido na mais vistosa bandeira do governo da presidente Dilma Rousseff, no campo da educação, o programa Ciência sem Fronteiras - concebido para financiar estágios e cursos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado no exterior de mais de 100 mil estudantes universitários, até 2014 - tornou-se uma das principais preocupações da comunidade acadêmica e científica.
Com vistas na campanha eleitoral do próximo ano, quando tentará se reeleger, Dilma destinou ao Ciência sem Fronteiras, no projeto de Lei Orçamentária de 2014, quase R$ 1 bilhão. O problema é que, para bancar esse investimento, o governo comprometerá parte significativa das verbas para o fomento da ciência e da tecnologia. Isso levou a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências a protestarem, alegando que a redução das verbas da área científica ameaçará importantes pesquisas em andamento.
Os recursos para financiar cursos e estágios de universitários brasileiros no exterior sairão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que é a principal fonte de financiamento das agências públicas de fomento à pesquisa. Os programas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que é a maior agência de fomento do País, dependem diretamente do FNDCT.
Essa será a primeira vez que os recursos do fundo - vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - serão utilizados para financiar o Ciência sem Fronteiras - um programa gerenciado pelo CNPq, em parceria com a Capes, mas basicamente dirigido pelo Ministério da Educação (MEC).
Como as verbas previstas para o Ciência sem Fronteiras, no Orçamento de 2014, representam um terço do montante do FNDCT, a redução dos recursos destinados à área científica pode inviabilizá-la, advertem os cientistas. "O impacto na pesquisa será trágico", disse Helena Bonciani Nader, professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente da SBPC, no Fórum Mundial de Ciência, no Rio de Janeiro.
"Precisamos de recursos para pesquisas. De alguma forma o valor destinado ao Ciência sem Fronteiras terá de ser compensado. Caso contrário, o impacto na área científica vai ser grande", afirmou, no mesmo evento, o matemático Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências.
O órgão mais atingido pela redução das verbas do FNDCT destinadas à área científica é o CNPq. Entre as unidades e programas por ele financiados que sofrerão cortes profundos, em suas linhas de pesquisa, estão os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, o Programa de Capacitação de Recursos Humanos para o Desenvolvimento Tecnológico e o Edital Universal, que financia cerca de 3,5 mil projetos de pesquisa por ano. Serão afetados, ainda, programas financiados pelo CNPq em parceria com agências de fomento dos Estados.
As entidades científicas do País também chamam a atenção para a falta de planejamento e de rigor técnico, por parte do governo, na gestão das áreas educacional e científica. Elas alegam que o programa Ciência sem Fronteiras foi concebido às pressas, sem consulta à comunidade acadêmica e científica. Afirmam que não faz sentido reduzir o orçamento do MCTI para favorecer um programa em que o principal beneficiado, do ponto de vista institucional, é o MEC. E lembram que, apesar de o Ministério da Ciência e da Tecnologia ter incorporado a palavra "inovação" ao nome, ele não recebeu reforço orçamentário.
As críticas não são novas. "O Ministério ganhou mais um penduricalho e está com menos dinheiro. É uma incoerência", já dizia a presidente da SBPC em 2012, alegando que a redução de verbas para a área científica poria em risco a competitividade da economia brasileira.
Desde então, as entidades científicas já enviaram várias cartas de protesto. Mas nenhuma delas produziu resultado concreto, pois os critérios que prevalecem no governo Dilma são eleitorais, e não técnicos. (Estadão)
Ninguém sabe o que veio fazer o ditador Castro no Brasil
Transcrito do Blog do Polibio Braga
Ninguém soube informar o que veio fazer no Brasil o ditador cubano Raul Castro, que passou o dia em Salvador na companhia do governador petista Jacques Wagner, seu admirador, como são seus admiradores todos os dirigentes do PT e os petistas do governo Dilma Roussef. Raul é irmão de Fidel Castro e fez com ele a revolução de 1959 que implantou o comunismo em Cuba. De lá para cá, há 51 anos, a família Castro impõe um regime tirânico, ditatorial, dinástico, transformando a ilha num ambiente de terror, temor e atraso econômico e político sem paralelo na América Latina. O mais provável é que ele tenha vindo da África do Sul e fez uma parada no Brasil para conferir de que modo trabalham seus escravos do Mais Médicos.
A reportagem é de Biaggio Talento, A Tarde, Salvador
O ditador cubano Raúl Castro almoçou nesta sexta-feira no Palácio de Ondina com o governador da Bahia, Jaques Wagner. Eles passaram a tarde conversando, mas o governo não deu qualquer informação sobre o encontro. Apenas fotos foram divulgadas.
Castro chegou ao Palácio de Ondina por volta das 13h30 e saiu às 17h30. O governo não informou o horário que o avião do presidente cubano iria decolar de Salvador, mas o certo é que ele não se encontraria novamente com Wagner.
O ditador cubano estava acompanhado de dois assessores. Antes do almoço, ele comeu acarajé e na saída pediu um “beijinho” da baiana que o serviu, conhecida como Marise
Tuma Júnior acusa: "Thomaz Bastos me impediu de prender Berezovsky"
Transcrito do Blog do Polibio Braga
As acusações do livro "Assassinato de Reputações - Um crime de Estado", lançado por Romeu Tuma Júnior, ex-secretário Nacional de Justiça, vêm sendo feitas a conta-gotas.Veja desta semana traz novas revelações.
. O alvo, agora, é o ex-ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, que ocupou o cargo no primeiro governo Lula. Tuminha acusa Thomaz Bastos de ter agido para proteger o bilionário russo Boris Berezovsky, que era procurado pela Interpol.
. Dizendo-se perseguido pelo regime de Vladimir Putin, Berezovsky mantinha boas relações com setores ligados ao PT e era apontado como investidor oculto do Corinthians, na época em que o clube recebeu aportes do iraniano Kia Joorabchian.
. Àquela época, Tuma diz que tentou prendê-lo. Só não teria conseguido em razão de um alerta recebido do então ministro Thomaz Bastos. "Você não pode mexer com essa pessoa", teria dito.
. Tuminha diz ter desconfiado da parceria entre Berezovsky, morto recentemente, e o Corinthians. "Havia muitas coisas por trás disso: a criação de um banco de apostas para manipular resultados esportivos, todo o envolvimento com parte do governo federal para atuar em projetos cuidadosamente indicados, e que gerariam recursos para financiar partidos e pessoas, como era o caso da compra da Varig", disse Tuminha, ao repórter Robson Bonin, de Veja.
Saiba por que o ministro do Exército quer ser esquecido
No congresso do PT, José Genoíno foi aclamado como "guerreiro do povo brasileiro". Outro guerreiro não foi lembrado: o comandante do Exército, general Enzo Peri. Deve ter ficado feliz com o esquecimento: tudo o que quer, agora, é passar despercebido. Peri é obrigado a retirar a Medalha do Pacificador do "guerreiro do povo brasileiro", conforme o artigo 10 do decreto 4.207/02, que manda cassá-la em caso de condenação judicial por crime ou atentado contra o Erário.
. Se continuar quieto, pode ser alvo de representação judicial de qualquer cidadão.
* O texto acima é do jornalista Carlos Brinckmann
NA IGREJA DO DIABO - Percival Puggina
"A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo?"
Puxei ao acaso da estante, anteontem, o livro de contos "Histórias sem data" de Machado de Assis. A narrativa que abre a coletânea chama-se "A igreja do Diabo". Ao folheá-lo, me deparei com o período transcrito acima, sublinhado pela mão de minha mãe, que o lera em 1939. Tenho certeza de que a diabólica construção mental que o Capeta, entre outras igualmente criativas, urdira para atrair fieis à sua igreja surpreendeu mais a jovem Eloah do que a mim. A ela, encantou a originalidade do raciocínio do Diabo. A mim, que me tocou viver no Brasil nestes anos de moral gelatinosa, aquelas palavras pareceram proféticas. O que era raciocínio satânico, obra de um finório Belzebu, apresentado aos leitores do século 19, chega-nos agora aos olhos como expressão de conduta corrente. Onde? Precisamente nos circuitos onde a opinião, o voto, a palavra e a fé tem valor. Valor que pode ser convertido em moeda corrente.
O Maligno não reúne freguesia tão numerosa e influente, num país vasto como o Brasil, sem antes haver percorrido laboriosos caminhos na deformação das consciências. E não executa sua obra de demolição à base de trombadas e atropelamentos, mas com sutileza que convém identificar. Tanto na literatura quanto na vida das pessoas, a religiosidade (e no Ocidente, de modo especial, o Cristianismo) exercia no tempo de Machado grande influência sobre a cultura e os valores morais. Assim, para atrair fieis à sua paróquia, o Diabo do conto machadiano não cuidou de arrancar a fé do coração dos indivíduos. Não, isso é muito difícil e custoso. As pessoas, a imensa maioria delas, se recusa a acreditar em nada ou no Absoluto Nada. O Diabo tem razões que a razão conhece.
E a razão dele é conhecida, mesmo. Muito mais fácil do que retirar do coração das pessoas a ideia de Deus e de uma ordem moral, é transmitir a elas um - digamos assim, por falta de algo melhor - "princípio regrador", facilmente aceito pelas mentes da pós-modernidade: o Estado deve ser laico e a religião tema de foro íntimo, para ser exercitado nos recessos dos lares e dos templos. A portas fechadas, cortinas corridas, com produção de um mínimo de decibéis.
Fácil como comprar maconha no Uruguai. Basta, depois, mostrar às pessoas que os valores e princípios que elas adotam decorrem de uma moral de base religiosa. E menos de meio sermão será suficiente para extrair dessa evidência uma conclusão de lógica satânica: também ela, a moral, com vistas ao bem da laicidade do Estado, deve ser expurgada para aqueles mesmos compartimentos estanques e privados onde jazem os cultos e as expressões de fé.
No conto de Machado, a igreja do Diabo acaba perdendo seu público. No Brasil, por enquanto, ela vai como o Diabo gosta.
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* Percival Puggina (68) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+.
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TSE diz que vai suar de dureza nos casos de campanhas eleitorais. Ele terá topete para ncarar a candidata Dilma Rousseff?
Transcrito do Blog do Polibio Braga
O novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Marco Antonio Mello, avisou que usará lei seca para impedir campanhas eleitorais antecipadas. Ele terá que fazer de imediato. O maior volume de abusos ocorre por conta da candidata declarada à novo mandato, Dilma Roussef, que passou a inaugurar até obras inacabadas, como a que fará neste final de semana em Porto Alegre no caso da chamada Rodovia do Parque. Dilma usa e abusa de horários de TV, helicópteros e aviões públicos, instalações do governo e fartas verbas publicitárias, tudo para fazer campanha eleitoral antecipada.
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MANDELA E ANISTIA, LÁ E CÁ - Percival Puggina
Em abril, Lula e Bono encontraram-se em Londres. Elogios recíprocos levaram o cantor a afirmar que Lula é o herdeiro de Mandela como interlocutor dos pobres. Essa matéria foi recuperada nos últimos dias em virtude do falecimento do sul-africano. Bono não sabe que Lula, há muito tempo, deixou de ser pai dos pobres, se um dia o foi, para se tornar prestativo parceiro dos mais ricos. Mas o que me interessa aqui são outros paralelismos.
Mandela ficou quase trinta anos preso e, ao sair, empenhou-se em construir a unidade nacional sul-africana. Lula ficou trinta dias na cadeia, como grevista e, quando pode, cobrou pensão vitalícia, dizendo-se perseguido da ditadura. Mandela recebeu formação de guerrilha e terrorismo em países comunistas. Sua militância afinava-se com a geopolítica soviética. Foi treinado no uso de bombas e minas terrestres. O MK, organização terrorista que comandou, era, ao mesmo tempo, a mão pesada do CNA (partido clandestino, opositor ao Apartheid) e do também proibido PC sul-africano. Depois que chegou à presidência, em 1994, seu partido nunca mais saiu do poder. Mandela usou a retórica, o exemplo e a força para construir a unidade nacional e superar o racismo num país que, em matéria de discriminação, só perdeu para a Alemanha nazista. Lula criou o PT, em 1980, como um partido socialista e tem sido permanente aliado do PCdoB. Sua legenda conquistou o poder em 2003 e se prendeu à cadeira com tarraxa, parafuso e contraporca. Tanto o CNA quanto o PT mancham suas imagens no longevo exercício do poder com estratégias de aparelhamento das instituições e casos de por corrupção ativa e passiva.
Mandela, glamourizado pelo cinema, recebeu sozinho méritos que também são de Federik De Klerk. Era dele o poder e foi dele a decisão de acabar com o Apartheid, legalizar o CNA e libertar Mandela. Lula, cuidou pessoalmente de transformar em bônus seu o produto das políticas de seus antecessores, cuja vida, anteriormente, infernizou tanto quanto pôde.
A presidente Dilma, ao falar no FNB Stadium, proclamou: "Mandela é um exemplo e referência para todos nós!". A transmissão não tinha o áudio ambiental, mas imagino que aquela inaudita revelação, apregoada assim, de súbito, tenha provocado comoção nacional e arrancado um prolongado "oooooh!" do público presente. Pus-me a pensar. Se Dilma, de fato, considera Mandela um exemplo, por que, raios, ela, Lula e seu partido não recolhem dele o que de positivo poderiam recolher? Por que não aprendem com Mandela a parar de falar em raça, em cotas, em cor da pele e dos olhos? E por que não aprendem dele que ajustes de contas e revanchismo não resolvem o passado e atrapalham o futuro?
Existem duas saídas quando se deseja pacificar um país após longos conflitos: a primeira é esquecer, a segunda é lembrar. O esquecer conduz à anistia. O lembrar induz ao julgar, mas não é incompatível com a anistia. Na África do Sul, ao fim do apartheid, ocorreu um processo bilateral, com confissões públicas e pedidos de perdão, seguidos de anistia e reparação. Funcionou? Mais ou menos. A longa tradição brasileira é outra. Pesquisando, encontrei, no período republicano, 15 anistias políticas implicando esquecimento, perdão e, muitas vezes, reparação. Mas já li que houve mais de 40! O que não conheço é outro país onde, tendo-se produzido anistia, perdão e reparação, transcorrido um quarto de século se insiste em pealar bruxas do passado! E de um único ninho de bruxas.
Zero Hora, 15 de dezembro de 2013
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