segunda-feira, 17 de junho de 2013

RESPEITEM A HISTÓRIA! - Percival Puggina



           
            Durante a maior parte do século 20 as organizações comunistas sequer cogitavam tomar o poder por outro modo que não a luta armada. A dúvida era sobre onde começá-la. No campo ou na cidade? Marx, com aquela segurança de quem julga conhecer tanto o futuro que o descreve como déjà vu, previra o protagonismo do operariado. Os fatos, também nisso, o desmentiram. Era no campo que as coisas aconteciam numa época em que aqueles movimentos não apostavam no carteado do jogo democrático. Aliás, abominavam-no. A ditadura do proletariado exigia virar a mesa e sair no braço. Por isso, desde os anos 20, planejavam e ensaiavam levantes armados. A sirene de alarme disparou mais intensamente, no Brasil, nos anos 60, quando Fidel passou a exportar revolução. Desde então, a Guerra Fria ferveu em todos os países da região. Respirava-se revolução. Março de 1964 teve tudo a ver com isso.

            Na Europa e nos Estados Unidos, a Guerra Fria se travava entre dois lados. EUA versus URSS. Pacto de Varsóvia versus OTAN. Na América Latina era pior. Era ebulição interna, fervente, no âmbito de cada país. Dê uma pesquisada na rede, leitor, e encontrará o que vários historiadores comunistas escreveram sobre aquele ânimo revolucionário. Afirmar que a esquerda foi às armas como reação à repressão inverte as relações de causa e efeito.

            Os crimes cometidos pelas partes - violência, tortura, "justiçamentos", terrorismo, seqüestros, abusos de poder e o empenho em preservá-lo por duas décadas, constrangem e revoltam. É história triste. Passado que não se pode mudar. Cabe aos pesquisadores, historiadores, jornalistas, com irrestrito acesso aos documentos, escrever essa história conforme cada um a sentir, compreender e interpretar. Mas é certo: tivessem os comunistas vencido, as 356 mortes de militantes e as 120 por eles causadas seriam multiplicadas por milhares.

            A ideia de instituir uma Comissão da Verdade para "efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional" é disparate. Primeiro: porque a verdade não é coisa que se prometa entregar pronta e encadernada. É algo que se busca. A garantia de encontrar, portanto, é charlatanice. Segundo: porque conceder a uma só pessoa, a presidente Dilma, o poder de escolher, a ponta de dedo e caneta, seus sete auditores da História, empregando-os a soldo na Casa Civil, é - isto sim! - medo da verdade. Terceiro: porque aceitar tão unilateral encargo, assumindo-se como caminho, verdade e vida para os anais da História vale por confissão de falta de princípios. É emprestar o nome para uma farsa, em troca de dois vinténs de fama e contracheque. Quarto: por fim, o que menos interessa à Comissão é reconciliação.  Reconciliação quem fez foi a festejada Anistia. Ampla, geral e irrestrita.

            Nossos governantes não incluem a verdade na lista de seus amores. A evidência dispensa prova. Preferem encomendar versões. Nada sabem sequer do que fazem. Ignoram a verdade sobre o tempo presente e tratam de transfigurá-la no próprio passado. Com História não se brinca! Menos ainda se põe sob o braço e se sai andando com ela por aí, como se fosse coisa da gente. Não é. É História. Ponto. A nenhum partido político, a nenhum comissariado ou comissão é dado oficializá-la ao gosto ou usá-la como serventia. Ela não se presta, saibam, para transformar bandidos em heróis nem doutrinas totalitárias em faróis da democracia e do humanismo.

Zero Hora, 16 de junho de 2013

Os especialistas em TI ficaram caros. Mas terão concorrentes


Os especialistas em TI ficaram caros. A solução tem sido recrutar profissionais no interior ou até fora do país

Gabriel Ferreira, da 

Omar Paixão / VOCÊ S/A
Sérgio Zolezzi,  da Softtek
Sérgio Zolezzi, da Softtek: o mexicano ocupa a vaga de um brasileiro
São Paulo - O setor de tecnologia da informação (TI) vive um momento especial no Brasil. De acordo com a Brasscom, entidade que representa as empresas do setor, em 2012 as companhias de TI movimentaram 123 bilhões de dólares no país, 20% mais do que no ano anterior.
Mas há um problema: os salários da área têm crescido num nível que já não é considerado sustentável pelas companhias. Segundo a consultoria Towers Watson, de 2008 até hoje o rendimento dos profissionais de TI cresceu quase 30% — ou 6% ao ano. No mesmo período, a inflação acumulada foi de 22,4%.
“Quando se consideram os benefícios concedidos às pessoas da área, o impacto é ainda maior do que o registrado nos salários”, afirma Christian Mattos, da Towers Watson. E não há sinais de que o quadro seja reversível. 
De acordo com a Brasscom, só em São Paulo em 2013 devem se formar 20.000 profissionais a menos do que o segmento vai demandar. Para contornar o problema, o Grupo Meta, de consultoria e serviços em TI, resolveu parar de disputar funcionários com a concorrência e inaugurou em abril, em São João do Polêsine, no interior do Rio Grande do Sul, um novo centro de TI.
Ao longo dos próximos três anos, o núcleo vai contratar 200 pessoas. O objetivo da mudança é fugir do leilão de salários e reduzir a rotatividade. “Pego o jovem no início de carreira e ofereço emprego onde ele vive. Com isso, tendo a ter uma retenção maior”, diz Claudio Carrara, vice-presidente do Grupo Meta.
Já o Grupo i9 foi buscar no exterior o profissional de que precisava. A empresa contratou o holandês Edwin Zuidema, que desde julho de 2012 está no cargo de arquiteto de soluções.
“Precisávamos de alguém que dominasse uma tecnologia nova, que ainda não existia no Brasil. Seria praticamente impossível encontrá-lo aqui”, diz Fabio Sá, sócio-diretor da companhia. A Softtek, por sua vez, trouxe ao Brasil o mexicano Sérgio Zolezzi para ocupar o cargo de diretor de qualidade, porque não conseguiu preencher localmente. 
Vista por alguns com desconfiança, a contratação de estrangeiros é uma saída emergencial para evitar que o país fique atrasado na criação e na oferta de serviços tecnológicos.
“O Brasil tem uma demanda por profissionais de TI duas vezes maior do que outros países, como a Rússia”, diz Thiago Medeiros, da Manpower, consultoria de recursos humanos. Só quando essa demanda for atendida é que o setor de TI no Brasil poderá desfrutar, de fato, do momento especial que tem vivido. 

Redes sociais: 5 dicas poderosas para o corretor de imóveis




Das discussões acaloradas sobre o time do coração à busca por um contato mais permanente com os clientes, as redes sociais online estão cada vez mais presentes em nosso dia a dia. No âmbito profissional, elas ajudam a construir network, trocar informações, divulgar portfólio, enfim, colaboram para que empresas ou profissionais se mantenham diariamente presentes na dinâmica de seus públicos de interesse.

Dessa forma, equilibrar a vida pessoal com os aspectos profissionais se torna um desafio constante. Saber como se portar no ambiente digital e ter uma boa estratégia de comunicação são fundamentais para o sucesso do corretor, por isso, hoje, separei 5 dicas poderosas que poderão potencializar o comportamento no mundo online e assim contribuir de forma efetiva para bons resultados no offline.
1. Atente-se ao seu cartão de visitas

No universo online podemos nos relacionar com diversas pessoas, sejam elas conhecidas ou que ainda iremos conhecer. Esta característica é exatamente o que mais nos fascina e atrai a nossa atenção para as redes sociais online. Portanto, atente-se ao escolher a imagem que irá te representar. Ela, na maioria das vezes, é o seu cartão de visitas e dirá muito sobre você.

No entanto, compreenda, não quero dizer que a melhor imagem para representar um corretor de imóveis deva ser séria ou sisuda a fim de passar mais credibilidade. Sua foto deve, na realidade, transmitir aquilo que você é, mas sem exageros. Bom senso é a chave do sucesso.

2. Cuidado com o que publica

As redes sociais podem ser consideradas como a nossa casa, portanto imagine como gostaria que as pessoas se comportassem e quem gostaria de receber, mas lembre-se: você é o “espelho” para os seus “convidados”. Não adianta ter um comportamento agressivo e esperar um retorno acolhedor e fraterno.

Por mais que tentemos dissociar a vida online da offline, a linha entre real e  virtual é muito tênue, portanto suas ações no ambiente digital terão impactos no mundo fora da tela do computador ou smartphone e vice-versa.

Por isso, não faça do seu perfil nas redes sociais um grande “muro de lamentações” ou uma “eterna festa”. Utilize o seu perfil para alavancar a sua imagem e extrair o que cada rede tem de melhor para oferecer.

Outra dica que dou é limitar certos “amigos” que podem marcá-lo indevidamente em comentários ou fotos inapropriadas para os objetivos que almeja conquistar com as suas redes e, assim, acabar expondo coisas desnecessárias e que podem te prejudicar.

3. Atente-se ao escrever

Cuidado! O uso excessivo de palavras abreviadas e os erros de português ao escrever podem ser letais e acabar com a sua imagem nas redes sociais online.

Cuidado! O uso excessivo de palavras abreviadas e os erros de português ao escrever podem ser letais e acabar com a sua imagem nas redes sociais online.

Escrever bem, organizando corretamente as ideias e utilizando adequadamente as regras gramaticais deve ser um objetivo a ser almejado por todo bom profissional. Uma forma fácil e prazerosa para melhorar a escrita se dá por meio do hábito da leitura.

Lendo mais temos a oportunidade de aprender novas formas de escrita e também ficamos mais familiarizados com as regras gramaticais. Além disso, a leitura amplia os nossos horizontes de interação, possibilitando um maior diálogo com os diferentes públicos com os quais nos relacionamos diariamente, pois por intermédio dos livros, revistas e sites melhoramos o nosso repertório cultural e nosso vocabulário.

Ler é um ato valioso para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Clique aqui e confira algumas das leituras que foram fundamentais para o meu aperfeiçoamento e que certamente também poderão contribuir para sua evolução.

4. Defina o que deseja


Definir o que deseja ao ter um perfil nas redes sociais online é a melhor estratégia para escolher a maneira assertiva de se comunicar e com quem irá se comunicar. Com isso, é importante fazer uma pesquisa e uma verdadeira imersão em cada rede social na qual pretende criar um perfil para entender as potencialidades e a função de cada uma.

Pinterest, Facebook, Instagram, Facebook, Twitter, Linkedin e tantas outras. Cada uma destas redes tem uma particularidade. Entendê-las e saber adequar-se a elas lhe dará a oportunidade de extrair melhor a riqueza que elas têm a oferecer.

5. Promova discussões


Interaja, posicione-se, relaciona-se.  As pessoas querem saber sua opinião. Eu, por exemplo, utilizo bastante o Linkedin para compartilhar as minhas reflexões sobre determinados assuntos. Isso gera relevância para o corretor.

Inclusive, criamos um grupo exclusivo para profissionais do setor imobiliário, o Inteligência Imobiliária. Nele, compartilhamos dicas e análises sobre o mercado e temos a oportunidade de aumentar a nossa rede de contato no Linkedin e no Facebook, por exemplo.

Esse relacionamento aumenta a chance das pessoas se interessarem pelo seu trabalho e, por consequência, a troca de informações e experiências ajuda a construir o seu diferencial no mercado.

Por fim, é importante saber que a rede social online é uma vitrine, e isso independe do canal onde você tenha um perfil. Portanto, utilize-a com consciência. Apresente-se e conte um pouco da sua história e crenças. Lembre-se, tanto os seus defeitos  quanto as qualidades aparecem de forma mais nítida nas redes sociais.

Em algumas ocasiões você pode até tentar minimizar os seus defeitos, mas tenha a certeza de que, com o relacionamento diário, elas vão aparecer. O grande segredo para o sucesso neste ambiente é compreender que a rede social online deve mostrar aquilo que você é no mundo offline, logo, não mascare a realidade ou crie personagens.

Na web, sua imagem é construída a partir do que você compartilha, desse modo, cuidado, atenção e educação devem ser elementos vitais para sua vida digital.




Por: Guilherme Machado

Guilherme Machado: Consultor, Coach e Palestrante. Expertise no desenvolvimento de equipes comerciais com foco em resultado

Eric Clapton - I Shot The Sheriff (Live from Crossroads 2010)

Charge do Sponholz


A página esquecida da cultura brasileira, por Elio Gaspari


Morreu Jacob Gorender, tendo deixado seu magnífico “Combate nas trevas”, em que conta as ilusões armadas da esquerda brasileira nos anos 70. Com ele, foi-se um pedaço da memória da usina de livros e fascículos da editora Abril, produto da visão empresarial de Victor Civita.
“Seu” Victor achava que a história segundo a qual brasileiro não lê era uma lenda e decidiu lançar uma coleção intitulada “Gênios da literatura universal”. A cada semana, punha nas bancas de jornais um grande romance, acompanhado por um fascículo com a vida do autor.


Começou com “Os Irmãos Karamázov”, anunciando que a série teria 50 volumes. Deram-no por doido, pois, se o primeiro livro vendesse menos de 50 mil exemplares, a coleção iria a pique. Ele informou: “Vocês são contra, mas eu tenho 51% das ações, e isso será feito.”
Dostoiévski vendeu 270 mil exemplares. Seguiram-se os “Gênios da literatura brasileira”, “Os economistas” e os “Os pensadores”. Platão vendeu 250 mil exemplares. As coleções da Abril levaram para as bancas de jornais cerca de 12 milhões de livros, e ela tornou-se a maior editora de livros de filosofia do mundo.
Nesse empreendimento, estiveram o diretor da operação, Pedro Paulo Poppovic, e a rede de intelectuais por ele mobilizada. Nela, havia 300 professores que a ditadura deixara sem trabalho. Jacob Gorender traduzia filósofos alemães numa cela do presídio Tiradentes, e Pedro Paulo publicava seu trabalho com o nome da mulher, Idealina.
Libertado, tornou-se funcionário da Abril Cultural, trabalhando ao lado de uma jovem que gostava de teatro chamada Maria Adelaide Amaral. A coleção “Os pensadores” foi dirigida pelos filósofos José Américo Motta Pessanha (posto para fora da UFRJ), com o apoio de José Arthur Giannotti (cassado pela USP). A redação dos fascículos era dirigida por Ari Coelho, professor de Química expulso da Universidade de Brasília.
Poppovic calcula que a polícia visitou a Abril Cultural em pelo menos 15 ocasiões. Em alguns casos, os redatores valiam-se de uma rota de fuga. Ele lembra que, em nenhum momento, Civita perguntou-lhe quem trabalhava lá, nem o que a polícia queria.
Um dia, alguém resgatará a história do maior empreendimento cultural ocorrido durante a ditadura, com o mais absoluto sucesso.

CHARGE DO GENILDO


Esta charge do Genildo foi feita originalmente para o