Charge de Roque Sponholz e Texto de Giulio Sanmartini
O ex presidente Lula, no dia 26/3, com mais 150 empresários participou de um seminário em São Paulo, promovido pelo jornal “Valor Econômico”.
Ele aproveitando a platéia, resolveu defender a adoção no Brasil de financiamento público em campanhas eleitorais, aí abriu a bocarra e defecou: “A gente deveria não só aprovar o financiamento público de campanha, como tornar crime inafiançável o financiamento privado”.
A destruição de seus neurônios pelo efeito do álcool, deve ter tido uma piora com a tratamento do câncer a que está submetido.
Ele esqueceu, ou fingiu esquecer, que em sua campanha para reeleição (2006), recebeu contribuições de R$ 24 milhões, as empreiteiras e os bancos foram os principais doadores da campanha à reeleição do presidente Lula. O valor corresponde a 27,5% das contribuições declaradas pelo comitê de campanha ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Lideradas pelo Grupo Camargo Correa (R$ 3,5 milhões), as empreiteiras injetaram R$ 12,5 milhões nos cofres petistas, enquanto o setor financeiro contribuiu com R$ 11,9 milhões – pouco mais do que o doado ao tucano Geraldo Alckmin, cerca de R$ 10,5 milhões, mostra o repórter Sérgio Gobetti. Nos dois casos, o principal doador do ramo foi o Itaú, com R$ 3,5 milhões. Já das empreiteiras, Alckmin declarou ter recebido bem menos do que Lula – R$ 4,8 milhões.
Individualmente, o Grupo Gerdau foi o maior doador do segmento, com R$ 3,1 milhões – quarta maior quantia entre os doadores do PT.
A campanha de Lula também recolheu R$ 4,5 milhões de mineradoras – R$ 4 milhões de subsidiárias do Grupo Vale do Rio Doce.
Lula recebeu pelo menos três repasses milionários de pessoas físicas. Os empresários Pedro e Alexandre Grendene (do ramo calçadista) doaram R$ 2 milhões (R$ 1 milhão cada um); Eike Batista, que atua na área de energia, transferiu R$ 1 milhão.
No e-mail em que mandou sua participação o chargista Roque Sponholz fez uma observação muito interessante: “Só falta ele declarar que infidelidade conjugal também deveria ser crime inafiançável”.