quarta-feira, 29 de maio de 2013

Dilma, a mãe dos cleptocratas


Elio Gaspari, O Globo
Com a prodigalidade de uma imperatriz, a doutora Dilma anunciou em Adis Abeba que perdoou as dívidas de doze países africanos com o Brasil. Coisa de US$ 900 milhões. O Congo-Brazzaville ficará livre de um espeto de US$ 352 milhões.
Quem lê a palavra “perdão” associada a um país africano pode pensar num gesto altruísta, em proveito de crianças como Denis, que nasceu na pobre província de Oyo, num país assolado por conflitos durante os quais quatro presidentes foram depostos e um assassinado, cuja taxa de matrículas de crianças declinou de 79% em 1991 para 44% em 2005. No Congo Brazzaville 70% da população vivem com menos de US$ 1 por dia.
Lenda. Denis Sassou Nguesso nasceu na pobre província de Oyo, mas se deu bem na vida. Foi militar, socialista e estatizante. Esteve no poder de 1979 a 1992, voltou em 1997 e lá permanece, como um autocrata bilionário privatista. Tem 16 imóveis em Paris, filhos riquíssimos e seu país está entre os mais corruptos do mundo.
Em tese, o perdão da doutora destina-se a alavancar interesses empresariais brasileiros. Todas as dívidas caloteadas envolveram créditos de bancos oficiais concedidos exatamente com esse argumento. As relações promíscuas do Planalto com a banca pública, exportadores e empreiteiras têm uma história de fracassos.
O namoro com Saddam Hussein custou as pernas à Mendes Junior e o campo de Majnoon à Petrobras. Em 2010 o soba da Guiné Equatorial, visitado por Lula durante seu mandarinato, negociava a compra de um tríplex de dois mil metros quadrados na Avenida Vieira Souto. Coisa de US$ 10 milhões.
Do tamanho de Alagoas, essa Guiné tem a maior renda per capita da África e um dos piores índices de desenvolvimento do mundo.
O repórter José Casado chamou a atenção para uma coincidência: em 2007, quando a doutora Dilma era chefe da Casa Civil, o governo anunciou o perdão de uma dívida de US$ 932 milhões.
Se o anúncio de Adis Abeba foi verdadeiro, em seis anos a Viúva morreu em US$ 1,8 bilhão. Se foi marquetagem, bobo é quem acredita nele.
O Brasil tornou-se um grande fornecedor de bens e serviços para países africanos e a Petrobras tem bons negócios na região.
As empreiteiras nacionais têm obras em Angola e na Líbia. Lá, tiveram uma dor de cabeça quando uma revolta derrubou e matou Muamar Kadafi, um “amigo, irmão e líder”, segundo Lula. Acolitado por empresários, seu filho expôs em São Paulo uma dezena de quadros medonhos.
Em Luanda os negócios vão bem, obrigado, e a filha do presidente José Eduardo Santos é hoje a mulher mais rica da África, com um cofrinho de US$ 2 bilhões. Ela tem 39 anos e ele está no poder há 33.
Se o Brasil não fizer negócios com os sobas, os chineses farão, assim como os americanos e europeus os fizeram.
A caixinha de Kadafi para universidades inglesas e americanas, assim como para a campanha do presidente francês Nicolas Sarkozy, está aí para provar isso. Contudo, aos poucos a comunidade internacional (noves fora a China) procura estabelecer um padrão de moralidade nos negócios com regimes ditatoriais corruptos.
A doutora diz que “o engajamento com a África tem um sentido estratégico”. Antes tivesse. O que há é oportunismo, do mesmo tipo que ligava o Brasil ao colonialismo português ou aos delírios de Saddam Hussein e do “irmão” líbio.

Elio Gaspari é jornalista.

A charge de Chico Caruso


Mambo Cambió de Swing, por Israel Lopez 'Cachao'



JUTAHY: "DILMA FEZ DOAÇÃO A UM DITADOR MILIONÁRIO"

Ford pode ter que pagar mais de R$ 1 bilhão ao RS


A sentença da juíza Lilian Cristiane Siman, da 5ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central de Porto Alegre, que condenou a empresa Ford a ressarcir o Rio Grande do Sul em mais de R$ 160 milhões, por desistir de instalar uma fábrica em Guaíba após ter recebido recursos públicos, determina que esses valores “devem ser corrigidos pelo IGP-M e acrescidos de juros de 6% ao ano, a contar da citação até a vigência do novo Código Civil (10/01/2013), após os juros devem ser calculados em 12% ano”. O deputado federal Elvino Bohn Gass (PT), que na época do Caso Ford era deputado estadual da base de sustentação do governo Olívio, fez os cálculos e concluiu que os valores corrigidos podem chegar a R$ 1,4 bilhão.
Bohn Gass comemorou a decisão da Justiça e assinalou que a dívida da Ford não é só de ordem material. O deputado lembrou que, na época, o governo Olívio Dutra sofreu duríssimas críticas que foram utilizadas politicamente pelos adversários. “O desgaste que o episódio causou e os estragos na imagem do partido e do governo da época, não se pagam com dinheiro. Fizeram até a CPI da Ford que não chegou a lugar nenhum. E nem poderia, porque o fato determinado era falso como está demonstrado pela decisão judicial. Não da pra esquecer. A mentira de que o PT havia mandado a Ford embora foi tão insistentemente repetida, inclusive por uma parte muito significativa da mídia, que muita gente acabou acreditando. Fico feliz ao constatar que, mesmo tardiamente, a Justiça está revelando ao povo gaúcho a verdade do que aconteceu naquele período”, destacou o deputado.

O roteiro do tempo de Lya Luft


A professora aposentada, escritora, tradutora e poeta gaúcha Lya Fett Luft, no poema “Não Sou Areia” confessa que, junto com o seu destino, escreve o roteiro para o palco do seu tempo.
NÃO SOU AREIALya Luft
Não sou areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
não sou apenas a pedra que rola
na marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada na concha
da vida, sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou mistério.
A quatro mãos escrevemos o roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.

Valor de aluguel de lojas dobra em 5 anos


E o custo para adquirir um ponto em shoppings consolidados e nos principais corredores comerciais triplicou no mesmo período

26 de maio de 2013 | 2h 06


MÁRCIA DE CHIARA - O Estado de S.Paulo
No rastro do bom desempenho de vendas do varejo, os preços dos aluguéis de lojas em shopping centers consolidados e nos principais corredores comerciais do País quase dobraram nos últimos cinco anos e o valor do ponto, que é a luva, triplicou.
"Nunca foi tão caro e difícil para as redes varejistas conseguir cumprir seus planos de expansão", afirma Marcos Hirai, diretor da Real Estate BG&H, consultoria do Grupo Gouvêa de Souza especializada em prospectar pontos comerciais para empresas do varejo. Isso ocorre tanto entre shoppings e corredores comerciais de lojas de luxo como no comércio popular, voltado para a nova classe média brasileira.
Segundo executivo, a consultoria, com 28 redes varejistas como clientes, tem a incumbência de encontrar 350 lojas nos próximos 12 meses para essas empresas. "Não vamos necessariamente conseguir abrir essas lojas pela dificuldade de encontrar pontos de venda", calcula.
Hirai conta que há fila para locação das lojas de rua em corredores comerciais importantes e nos shoppings consolidados. "Cinco anos atrás demorava um mês para encontrar um ponto. Hoje varia entre oito e catorze meses." Também, segundo ele, o índice de vacância despencou, de 7% para menos de 1%, em igual período.
Paradoxo. Na avaliação de Hirai, atualmente o mercado de locação de lojas vive um paradoxo: há fila de espera nos shoppings consolidados e faltam lojistas para shoppings novos. É que os lojistas querem expandir a rede e aproveitar o bom momento do consumo, mas não estão dispostos a esperar o tempo de maturação dos shoppings novos. "Eles preferem ficar na fila de espera nos shoppings consolidados porque não têm capital de giro para entrar num empreendimento novo e aguardar que ele se consolide", observa o consultor.
Para Francisco de Paula Carvalho Pereira, diretor de Novos Negócios da CCP (Cyrela Commercial Properties), que administra quatro shoppings, fila é um exagero. Mas ele confirma que " a procura por lojas é bastante boa". Tanto é que a taxa de lojas vagas caiu pela metade nos últimos três anos, de 6% para 3%, "Esse índice é bastante baixo e saudável."
Diante do aumento do consumo, o executivo explica que atualmente o cenário está tão favorável para os shoppings que muitas vezes quem provoca vacância da loja é o próprio administrador do shopping que não está satisfeito com o desempenho do lojista. Isso só é possível porque há outro lojista interessado no ponto.
Já o diretor de Relações Institucionais da Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop), Luís Augusto Ildefonso da Silva, diz que o número de lojas vagas nos shoppings consolidados é praticamente nulo. Ele também ressalta que há um paradoxo no setor, isto é, há um número recorde de inaugurações de novos shoppings previstos para este ano e, ao mesmo tempo, uma disputa acirrada pela locação de lojas nos empreendimentos mais visados.
Dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) mostram que há no País 463 shoppings em funcionamento. A previsão é de que sejam inaugurados neste ano 40 shoppings, número recorde. Isso equivale a cerca de 8 mil lojas.
Para a superintendente da Abrasce, Adriana Colloca, a vacância média dos shoppings no Brasil é de 2,5%. Ela diz que no caso dos shoppings consolidados esse índice é próximo de zero. De toda forma, Adriana explica que não é correto esperar que o índice de lojas vagas aumente com o volume crescente de shoppings entrando em funcionamento. "Quando um empreendedor constrói um shopping, antes ele realiza um estudo de viabilidade econômica, onde é avaliado o potencial de consumo do mercado."
Novos mercados. Apesar de ter fila para locar lojas nos shoppings consolidados, Tony Bonna, diretor da AD Shopping, empresa que administra 29 shoppings espalhados pelo País, observa que está havendo gradativamente uma migração dos novos empreendimentos para cidades menores.
Antes, diz Bonna, as cidades que eram alvo para construir novos shoppings tinham cerca de 300 mil habitantes. Atualmente são municípios com 100 mil habitantes, diz o executivo.

Custo da construção sobe 1,24% em maio, aponta FGV

Em Porto Alegre, índice recuou de 0,33% para 0,29%


Custo da construção sobe 1,24% em maio, aponta FGV Roni Rigon/Agencia RBS
Indicador referente à mão de obra, por sua vez, subiu 1,88% no quinto mês anoFoto: Roni Rigon / Agencia RBS
O Índice Nacional de Custos da Construção - Mercado (INCC-M) subiu 1,24% em maio, mostrando aceleração ante a alta de 0,84% de abril, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta segunda-feira. No ano, o índice acumula avanço de 3,59%. Em 12 meses até maio, a alta acumulada é de 7,19%.
Quatro das sete capitais onde o levantamento da FGV foi realizado, registraram desaceleração no índice: Salvador (de 3,89% para 0,27%), Rio de Janeiro (de 2,88% para 2,44%) e Porto Alegre (de 0,33% para 0,29%) e Belo horizonte, que manteve estabilidade, repetindo a marca de 0,13%. As três capitais que o INCC-M registrou aceleração foram Brasília (de 0,13% para 0,22%), Recife (de 0,11% para 0,17%) e São Paulo (de 0,30% para 2,09%).
O grupo materiais, equipamentos e serviços registrou variação de 0,56% em maio, de 0,50% apurado na leitura do mês anterior. O índice relativo a materiais e equipamentos subiu 0,65% neste mês, ante 0,46% em abril, enquanto o referente a serviços avançou 0,19% em maio, ante aos 0,67% em abril. O índice referente à mão de obra, por sua vez, subiu 1,88% no quinto mês ano. No mês passado, a taxa havia sido de 1,15%.
O INCC-M foi calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 de abril e 20 de maio.

Prédio residencial que será o mais alto de NY fecha US$ 1 bi em vendas


 
Edifício deverá ter 425 metros de altura e 96 andares.
Apartamentos custam entre US$ 7 milhões e US$ 95 milhões.
Jornal do ImóvelImagem mostra como deve ficar o edifício após a conclusão 
(Foto: Dbox for CIM Group & Macklowe Properties)

A crise do mercado imobiliário dos Estados Unidos não anda tão ruim – pelo menos no mercado de alto luxo. Desde o lançamento, em março, o edífício 432 Park Avenue, em Nova York, já completou US$ 1 bilhão em vendas, segundo a assessoria do empreendimento no Brasil.



Perspectiva da vista panorâmica do banheiro da penthouse
(Foto: Dbox for CIM Group & Macklowe Properties)


O prédio deverá ser o maior edifício residencial de Nova York, com 425 metros de altura e 96 andares – o One World Trade Center, maior edifício da cidade (porém comercial), tem 541 metros, contando os 124 metros da antena colocada no topo da construção.


O apartamento mais "barato" do 432 Park Avenue custa US$ 7 milhões, segundo as incorporadoras. O mais caro, a penthouse no topo do prédio, é listada por US$ 95 milhões – o projeto prevê que a unidade terá biblioteca, seis suítes e sete banheiros. Somado, o valor de venda de todas as unidades deve alcançar US$ 3 bilhões.


A projeção é que a construção, em concreto, aço e vidro, seja concluída em 2015. Os compradores, segundo a assessoria do empreendimento, são em grande parte norte-americanos, e outros vêm da América do Sul, Oriente Médio, Reino Unido, China e Rússia.


Fonte: G1