domingo, 2 de agosto de 2015

Filho de oficial nazista rompe com família e se converte ao judaísmo

domingo, 2 de agosto de 2015


O médico Bernd Wollschlaeger, de 57 anos, rompeu com a família após descobrir o papel que seu pai Arthur Wollschlaeger, um comandante de tanque condecorado pelo ditador nazista Adolf Hitler, teve na Segunda Guerra (1939-1945). Após converter-se ao judaísmo, Wollschlaeger mudou-se em 1987 para Israel, onde adquiriu a cidadania israelense e serviu por dois anos no Exército como oficial médico. Um dos protagonistas do documentário "Fantasmas do Terceiro Reich", da brasileira Claudia Sobral, Wollschlaeger vive desde 1991 na Flórida, nos Estados Unidos. Veja seu depoimento: "Nasci em 1958 em Bamberg, no sul da Alemanha, onde aprendi muito cedo a importância da história por estar cercado por ela. Perguntava aos meus pais sobre seu passado, sobre meus avós, mas só se limitavam a dizer que houve uma guerra. Mas gradualmente comecei a colher duas versões diferentes. Da minha mãe, uma tcheca de etnia alemã, ouvia sobre o horror de ter sido desalojada de casa, de ter perdido tudo que lhe era caro. Do meu pai, ouvi as histórias de glória. Comandante de tanque, ele participou dos ataques à Polônia em 1939, à França em 1940 e à União Soviética em 1941. Um dia me mostrou a condecoração que recebeu de Hitler: a Cruz de Ferro. Assim, quando tinha 6, 7, 8 anos, meu pai era um herói de guerra e eu devia ter orgulho dele. As dúvidas surgiram entre meus 8 e 9 anos, porque havia algo curioso na nossa residência em Bamberg. Vivíamos de aluguel no primeiro andar de uma construção antiga. A proprietária, uma condessa com quem minha mãe me proibia de falar, morava no andar de cima. Na parede ao lado da escada que levava ao seu apartamento ficava o retrato de um militar também usando o quepe, a Cruz de Ferro. Meu pai referia-se a ele como "o traidor", e eu não entendia por que alguém que parecia com ele poderia ser ruim. Até que descobri que o retratado era Kant Claus von Stauffenberg, o coronel alemão que liderou a tentativa de assassinato contra Hitler em 20 de julho de 1944. E foi com sua viúva, Nina Stauffenberg, que aprendi mais tarde que houve uma Alemanha de ditadura e que houve pessoas que lutaram contra o sistema. Quando tinha 14 anos, nos ensinaram na escola que as Olimpíadas de Munique, em 1972, demonstrariam ao mundo uma nova Alemanha, e não a de 1936, quando Hitler usou os Jogos como propaganda nazista. Meus pais convidaram amigos para assistir à abertura. E, quando a equipe que trazia a estrela de Davi na bandeira entrou no estádio, toda o clima mudou. Meus pais pararam de falar, como se tivesse aparecido um fantasma. Dez dias depois, essa equipe foi feita refém por terroristas palestinos. E então o curso da minha vida mudou no dia seguinte ao fracasso do resgate, quando li nos jornais a manchete "Judeus mortos novamente na Alemanha". Na escola, tiveram de nos explicar sobre Auschwitz, a solução final, a morte de judeus como política de Estado. 
 

Apesar de meu pai ser um cara muito durão, com quem era difícil falar por controlar a situação, confrontei-o: "Pai, o que sabe sobre o Holocausto?" Ele respondeu que isso era uma mentira, que tudo era propaganda comunista. No curso de vários anos, o abordei para tentar extrair a verdade. E, aos poucos, me disse. Aos poucos, ela apareceu. Em janeiro deste ano, um especialista militar me entregou uma mala do mecânico do tanque de meu pai. Ela estava cheia de rolos rasgados da Torá. Os parentes dele relataram que, na invasão da Polônia e da Rússia, os membros do regimento do meu pai destruíram vilas judaicas, mataram todos e saquearam. E usaram os rolos da Torá para envolver os motores dos veículos e evitar que perdessem calor no inverno. Então, meu pai não apenas soube do Holocausto: ele participou dele. Quando eu tinha 17, 18 anos, ele defendeu o Holocausto dizendo: "Foi necessário, porque alguém tinha de se livrar da sujeira". Durante todo esse processo, quanto menos meu pai estava interessado em falar sobre o assunto, mas me interessei em aprender sobre o judaísmo. E, quanto mais me aproximei dessa família de escolha, mais me distanciei da minha de origem. Entre os 19 até os 26, 27 anos, passei por uma mudança espiritual. Converti-me e me tornei judeu ainda na Alemanha, e isso foi um total rompimento com minha família. Tive de partir e imigrei para Israel em 1987. Deixei minha nacionalidade alemã para trás, me tornei israelense, deixei minha fé cristã para me tornar judeu, servi no Exército israelense. Me desconectei totalmente do meu antigo eu para manter a sanidade. Minha jornada foi resolver meu próprio conflito, me reconciliar comigo mesmo, entender como posso ser alemão, ser filho de um pai que fez isso? E como ser eu mesmo, normal? Foi uma redenção pessoal. Comecei essa jornada me sentindo culpado. No fim, me tornei um judeu por convicção. Não posso limpar o passado de meu pai ou desfazer o que aconteceu. Hoje não me sinto mais culpado, mas sinto que, como filho dele, sou responsável. Que tenho de carregar essa vergonha. Mas na minha vida fiz e faço tudo o que posso para contribuir para essa redenção. Meu pai nunca foi capaz de sentir remorso. Antes de morrer, incluiu no seu último testamento que eu nunca deveria visitar sua sepultura, não deveria comparecer a seu funeral, me deserdou. Obviamente, não fui ao seu enterro. Estava em Israel quando morreu. Mas visitei seu túmulo 20 anos depois, com meu filho. A parte irônica é que o túmulo conjunto dos meus pais fica exatamente do lado do muro que separa o cemitério cristão, de Bamberg, do cemitério judaico. Quando você olha a partir do túmulo dos meus pais em direção a esse muro, vê do outro lado as lápides judaicas. Olhando para aquilo, disse ao meu filho: "Essa é lição que posso te ensinar: a história sempre projetará sua sombra, mesmo na morte. Por isso é melhor lidar com ela estando vivo, saindo da sombra e aprendendo suas lições". Meu pai nunca fez isso. Literalmente, ele repousa sob a sombra da história por toda a eternidade.

Pró-cotista: O que é? Como funciona?


 
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Foi criado com objetivo de destinar recursos financeiros para concessão de financiamentos para aquisição de imóveis residenciais para trabalhadores titulares de conta vinculada do FGTS

Pró-cotista: O que é?  Como funciona?
O Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – PRÓ-COTISTA destina-se à concessão de operações de crédito, exclusivamente a trabalhadores titulares de conta vinculada do FGTS,  observadas as condições do Sistema Financeiro da Habitação – SFH e de utilização dos recursos do FGTS para aquisição de moradia própria.
As operações de crédito serão contratadas sob a forma individual, exclusivamente.
A Instrução Normativa nº 58 de 04/12/2007 do Ministério das Cidades regulamentou o Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do FGTS, mas passou a vigorar a partir de 01/01/2008.
Foi revogada pela Instrução Normativa nº 5 de 31/01/11, a qual publicou um novo regulamento do Programa PRÓ-COTISTA.

Modalidades

O PRÓ-COTISTA é operado por intermédio das seguintes modalidades:
Aquisição de unidade habitacional: modalidade que objetiva a aquisição de unidade habitacional, nova ou usada.
Construção de unidade habitacional: modalidade que objetiva a execução de obras e serviços que resultem em unidade habitacional.
Serão destinados, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) dos recursos alocados a favor do programa para a produção ou aquisição de unidades habitacionais novas.

Definições Básicas

Para o Pró-Cotista não há limitação de renda do tomador, no entanto, a linha opera com regras específicas.
O Programa PRÓ-COTISTA tem as seguintes definições básicas:
  • Empréstimo: operação de crédito entre o Agente Operador e o Agente Financeiro;
  • Financiamento: operação de crédito entre o Agente Financeiro e o Mutuário, com recursos originários da operação de empréstimo;
  • Valor de Avaliação: equivalente ao valor de mercado do bem objeto do financiamento definido com base em processo de avaliação efetuado pelo Agente Financeiro;
  • Agentes Financeiros: serão considerados os agentes financeiros do Sistema Financeiro da Habitação – SFH na forma definida pelo Conselho Monetário Nacional; e
  • Mutuários: pessoas físicas representadas pelos trabalhadores titulares de conta vinculada do FGTS.
O PRÓ-COTISTA utilizará recursos provenientes das disponibilidades financeiras do FGTS, previstos na norma orçamentária em vigor.
O Agente Operador alocará os recursos do PRÓ-COTISTA a favor dos Agentes Financeiros, por intermédio de contratos de empréstimo, observando a distribuição entre as regiões do território nacional.

Pré-requisitos do Trabalhador

  • Pelo menos um dos participantes da operação tem que comprovar as condições abaixo:
    • Possuir, no mínimo, três anos de trabalho sob o regime do FGTS, consecutivos ou não, na mesma empresa ou empresas diferentes;
    • Apresentar contrato ativo ou saldo em conta vinculada do FGTS na data da concessão do financiamento, correspondente a, no mínimo, 10% do valor da avaliação do imóvel.
  • Não ser proprietário, futuro comprador ou cessionário de imóvel residencial, pronto ou em construção:
    • No município de domicílio, incluindo os limítrofes e integrantes da mesma região metropolitana;
    • No município de exercício de ocupação principal, incluindo os limítrofes e integrantes da mesma região metropolitana;
    • No município onde pretende trabalhar e/ou residir ;
    • Não ser titular de direito de aquisição de imóvel residencial urbano, concluído ou em construção, no atual local de domicilio nem onde pretenda fixá-lo, inclusive no PAR.
  • Não ser titular de outro financiamento ativo concedido no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), em qualquer parte do território nacional.
    • O proponente detentor de financiamento ativo no SFH não pode participar de outro financiamento independente do percentual de fração ideal.
É permitida a concessão de financiamento a proponentes proprietários de fração ideal igual ou inferior a 40% de imóvel residencial, financiado ou não, considerando-se a participação num único imóvel, isoladamente, inclusive no caso de casal.
É permitida a aquisição de fração ideal remanescente ao proponente que figurar como proprietário na mesma escritura aquisitiva de imóvel quitado.
A propriedade de fração ideal no caso de imóvel financiado pode ser distinta do percentual de responsabilidade representada pela pactuação de renda, de acordo com o consignado no contrato ou na declaração do IR e, se não constar definição, é considerado o percentual de propriedade proporcional ao número de coproprietários.

Condições Operacionais do Financiamento do Agente Financeiro (Banco) ao mutuário no Pró-Cotista

Processo de Enquadramento de Propostas de Operação de Crédito

O processo de enquadramento de propostas de operação de crédito, apresentadas no âmbito do PRÓ-COTISTA, observará os critérios a seguir especificados:
  • Atendimento ao objetivo do programa e observância das condições operacionais definidas;
  • Verificação da existência de compatibilidade entre o valor do financiamento solicitado e a capacidade de pagamento do proponente ao crédito;
  • Idoneidade cadastral do(s) responsável(is) pela execução das obras, quando for o caso;
  • Existência de projetos técnicos aprovados, no mínimo, pelas áreas competentes do Agente Financeiro, nos casos de construção, e
  • O imóvel, objeto do financiamento, esteja situado em local próprio para uso residencial.
Os processos de hierarquização e seleção de propostas de operação de crédito consistem em ordenar, a partir do atendimento aos critérios definidos neste item, e eleger, até o limite de recursos orçamentários alocados ao programa, por regiões do território nacional, as propostas consideradas prioritárias.
Serão consideradas prioritárias as propostas que preencham a maioria dos seguintes critérios:
  • Destinadas a famílias de menor renda;
  • Destinadas à produção ou aquisição de unidades habitacionais novas, ou
  • Apresentem maior participação de recursos próprios do proponente ao crédito, em relação ao valor de venda/avaliação da unidade habitacional.

Taxas de Juros

As operações de empréstimo relativas ao PRÓ-COTISTA serão contratadas à taxa de juros nominal de 6,5% (seis inteiros e cinco décimos por cento) ao ano, acrescidas da taxa de risco de crédito a favor do Agente Operador, limitada a 0,8% (oito décimos por cento) ao ano.
As operações de financiamento relativas ao PRÓ-COTISTA serão contratadas à taxa de juros nominal de 6,5% (seis inteiros e cinco décimos por cento) ao ano, acrescida da remuneração do Agente Financeiro de 2,16% (dois inteiros e dezesseis décimos por cento) ao ano, perfazendo o total de 8,66% (oito inteiros e sessenta e seis décimos por cento) ao ano.

Tarifas

É facultada aos Agentes Financeiros a cobrança mensal, por contrato de financiamento firmado no âmbito do PRÓ-COTISTA, de taxa de administração, cujo valor fica limitado a R$ 25,00 (vinte e cinco reais).
O valor de tarifa eventualmente cobrada do proponente ao financiamento ou de mutuário no âmbito do PRÓ-COTISTA, com o objetivo de ressarcir custos relativos à análise de proposta de apólice de seguro habitacional individual, fica limitado a R$ 100,00 (cem reais).
Veja também:

Tarifas cobradas no crédito imobiliário

Sistema de amortização e Prazo máximo

As operações de crédito contratadas no âmbito do PRÓ- COTISTA adotarão sistema de amortização livremente pactuado entre o Agente Operador e Financeiro e entre estes últimos e seus respectivos mutuários, sendo obrigatório o oferecimento, ao mutuário, de no mínimo, dois sistemas de amortização, sendo um deles o Sistema de Amortização Constante – SAC.
Além do SAC, deverá ser oferecido ao mutuário outro sistema de amortização, entre eles o Sistema de Amortização Crescente – SACRE e o Sistema Francês de Amortização (Tabela Price).
As operações de crédito contratadas no âmbito do PRÓ-COTISTA observarão o prazo máximo de amortização de 30 (trinta) anos.

Sistema de Amortização: veja qual o ideal

Atualização do saldo devedor

As operações de crédito contratadas no âmbito do PRÓ- COTISTA deverão prever atualização mensal pelo mesmo índice utilizado para correção dos saldos das contas vinculadas do FGTS.

Garantias

A critério do Agente Operador, as operações de crédito contratadas no âmbito do PRÓ-COTISTA admitem as garantias previstas no inciso I, do art. 9º, da Lei nº 8.036:
  • Hipotecária;
  • Caução de Créditos hipotecários próprios, relativos a financiamentos concedidos com recursos do agente financeiro;
  • Caução dos créditos hipotecários vinculados aos imóveis objeto de financiamento;
  • Hipoteca sobre outros imóveis de propriedade do agente financeiro, desde que livres e desembaraçados de quaisquer ônus;
  • Cessão de créditos do agente financeiro, derivados de financiamentos concedidos com recursos próprios, garantidos por penhor ou hipoteca;
  • Hipoteca sobre imóvel de propriedade de terceiros;
  • Seguro de crédito;
  • Garantia real ou vinculação de receitas, inclusive tarifárias, nas aplicações contratadas com pessoa jurídica de direito público ou de direito privado a ela vinculada;
  • Aval em nota promissória;
  • Fiança pessoal;
  • Alienação fiduciária de bens móveis em garantia;
  • Fiança bancária;
  • Outras, a critério do Conselho Curador do FGTS;

Seguro Habitacional

Os financiamentos contratados no âmbito do PRÓ-COTISTA contarão com cobertura securitária que contemple, no mínimo, os riscos de morte e invalidez permanente do mutuário e de danos físicos ao imóvel.
Os Agentes Financeiros devem respeitar a livre escolha do mutuário.

Limite de Avaliação e Financiamento

O valor de financiamento será estabelecido em função de análise de capacidade de pagamento do proponente ao crédito efetuado pelo Agente Financeiro.
Os custos cartorários incorridos pelo mutuário em decorrência da concessão de financiamento para aquisição de imóvel residencial novo ou usado, incluindo aqueles relativos ao pagamento do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis “Inter Vivos” – ITBI podem ser acrescidos ao valor do financiamento, admitido, nesses casos, valor de financiamento superior ao limite do financiamento, até o montante acrescido com este tipo de despesa.
FONTE - http://www.clickhabitacao.com.br/fgts/pro-cotista-o-que-e-como-funciona/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+clickhabitacao+%28Click+Habita%C3%A7%C3%A3o%29

Alguém Irá Ajudar os Curdos?

  • O que o exército turco, esse exuberante membro da OTAN, quer da pequena aldeia curda de Roboski?
  • O Ocidente deveria pressionar a Turquia para que ela aja de forma mais humana moralmente e de maneira mais responsável em relação aos curdos e demais minorias. Todos nós sabemos que a Administração Obama jamais fará isso. Porém há milhares de ativistas, profissionais de nível superior e universidades que fazem vista grossa como se os maus-tratos fossem coisa perfeitamente normal.
  • Há muitos "ativistas" como esses. Suas universidades estão repletas de eventos que abusam verbalmente de Israel. Mas se você perguntar, eles nem sabem o que se faz com os curdos a mando dos próprios dirigentes turcos. Esses ativistas ou são ignorantes ou são hipócritas. O ativismo deles nada tem a ver com a dedicação aos seres humanos, trata-se apenas de odiar os judeus. Quando a Turquia condena Israel por cometer massacres", os israelenses deveriam lembrar à Turquia das dezenas de milhares de curdos mortos e sobre como a Turquia ainda os trata.
Nas eleições turcas de 7 de junho, o Partido da Democracia Popular (HDP), pró curdo, conquistou uma grande vitória ao obter 13% dos votos, permitindo que seus candidatos ocupem 80 das cadeiras no parlamento da Turquia que conta com um total de 550 cadeiras, nem todos são curdos, alguns são turcos ou de outros grupos étnicos. Em qualquer país normal, esse resultado seria bem-vindo pelas autoridades estatais como um potencial para resolver um enorme problema nacional de maneira não violenta em benefício de ambos os povos, tanto curdo quanto turco.
Infelizmente a Turquia parece não pensar assim. Os recentes incidentes em que Ferhat Encu, um deputado curdo do HDP foi ameaçado, insultado e espancado por soldados turcos na aldeia curda de Roboski (Uludere) na província de maioria curda de Sirnak mostram mais uma manifestação do problema. (Vídeo do incidente: aqui e aqui, e aqui.)
Por quatro meses, o exército turco bloqueou os planaltos em Roboski e proibiu os aldeões de irem àqueles lugares, segundo Ferhat Encu do Gatestone Institute
Pesados reforços militares também foram enviados à aldeia, que faz fronteira com o Governo Regional do Curdistão no Iraque e isso criou tensão na aldeia, segundo Encu.
Em 2011, a força aérea da Turquia matou 34 civis inocentes, incluindo 17 crianças, em um ataque aéreo em Roboski. Ferhat Encu perdeu 11 parentes no massacre, incluindo seu irmão Serhat Encu.
Entre o massacre de 2011 e sua eleição para o parlamento em junho de 2015, Ferhat Encu foidetido pela polícia seis vezes sob vários pretextos e depois liberado.
Em 7 de junho Encu viajou para Roboski, sua terra natal, para verificar o que estava acontecendo e tentar diminuir as tensões.
"Roboski é como uma prisão aberta", disse ele mais tarde. Em 6 julho, a população local iniciou um protesto de 2 dias para acabar com a proibição de viajar para os planaltos e parar de enviar reforços militares para a região. Mas os soldados dispararam seus fuzis contra os aldeões.
"Em 7 de julho cerca de 20 soldados nos interceptaram e atiraram bombas de gás lacrimogêneo contra o nosso carro. Então, Mahmut Oral, repórter do jornalCumhuriyet, saiu de seu carro, se apresentou e pediu para que eles não atirassem bombas de gás lacrimogêneo, foi quando o ameaçaram.
"Em seguida saí do carro e lhes disse que eu era um deputado do parlamento. Havia aproximadamente 5 metros entre os soldados e eu. Naquele momento alguns soldados começaram a atirar a esmo".
Pode ser que eles atiraram para o alto. Eles podem ter feito isso só para assustar a ele e aos jornalistas, não para matá-los. Ainda que o tivessem matado, eles jamais teriam sido responsabilizados por isso. Há muitos tiroteios no vídeo.
Encu contou que ele disse aos soldados que não estava havendo resistência e pediu para que parassem de atirar.
"Mas eles responderam o seguinte: você não é nosso deputado. Você é o deputado de terroristas, traidores e saqueadores. Nós representamos a honra do estado.
"Aí o comandante me disse para cair fora e veio para cima de mim, eu tentei impedir que ele me espancasse. Então os soldados começaram de novo a atirar enquanto outros me espancavam".
Mahmut Oral, repórter do jornal Cumhuriyet, que estava presente no confronto, expôs o seguinte:
"quando saímos do carro, dizendo que éramos jornalistas, fomos tratados com truculência pelos soldados e ameaçados com armas de fogo. Quando a situação se agravou, Encu saiu do carro e os soldados o agarraram pelo colarinho e o cercaram. Os soldados disseram a Encu: nós somos o estado aqui. Que deputado? Você é um terrorista e sequestrador... Eles continuaram insultando os jornalistas que tentaram intervir para acalmar os ânimos de Encu e dos soldados... Eles ameaçaram quebrar nossas câmeras e atirar em nós caso não voltássemos para o carro".

O Massacre de Roboski ocorrido em 2011

Em 28 de dezembro de 2011 jatos F-16 da Turquia lançaram um ataque aéreo durante cinco horas sobre Roboski matando 34 civis, incluindo 17 crianças, algumas com apenas 12 anos de idade.
As vítimas estavam transportando cigarros baratos, óleo diesel e outros itens semelhantes para a Turquia quando começou o bombardeio. Os corpos de algumas das vítimas ficaram irreconhecíveis por causa das queimaduras.
O Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) não apresentou nenhum pedido de desculpas pelo massacre, escrito ou verbal. Muito pelo contrário, em 30 de dezembro de 2011 Erdogan, então primeiro-ministro, agradeceu o estado-maior pela "suscetibilidade em relação ao tema, apesar da imprensa".
Algumas das vítimas morreram de frio de acordo com um relatório de ativistas de direitos humanos, médicos e advogados, logo após o massacre, não foi providenciado nenhum tipo de ajuda por horas a fio e não foi permitida a entrada de ambulâncias naquela área.

Cortejo fúnebre das vítimas do massacre de Roboski de 2011 na Turquia.

Em maio de 2012, o Primeiro Ministro Erdogan afirmou que aquele que estiver tentando manter o massacre de Roboski na ordem do dia é "uma organização terrorista e suas derivações".
Em junho de 2012, quando famílias das vítimas e representantes de ONGs saíram parahomenagear os mortos, a polícia os dispersou com canhões de água.
Primeiro os procuradores de Diyarbakir ficaram encarregados de investigar as mortes em Roboski. Mas depois, em junho de 2013, foi anunciado que os procuradores não iriam mais cuidar do caso devido à " falta de jurisdição" e o caso foi enviado para os procuradores das forças armadas.
Em janeiro de 2014, o gabinete militar turco rejeitou a investigação sobre o ataque aéreo em Roboski. O despacho de 16 páginas comunicava que "o staff das forças armadas turcas agiu de acordo com as decisões do parlamento turco e do conselho de ministros, com a aprovação do estado-maior". O despacho também assinalava que Necdet Ozel, chefe do estado-maior deu a ordem do ataque aéreo de sua casa.
Veli Encu, irmão de Ferhat Encu, disse que receber a decisão dos promotores das forças armadas foi como matar novamente as 34 vítimas:
"nós lutamos durante dois anos para que os criminosos fossem a julgamento, mas as autoridades estatais nem sequer enviaram a decisão aos nossos advogados. Ficamos sabendo da decisão pela TV", disse ele. "Nenhum dos responsáveis pelo massacre foi exonerado. Os perpetradores do massacre foram recompensados em vez de punidos".
Ele acrescentou que o governo está tentando proibir que os aldeões entrem na região do massacre.
"Eu e mais quatro amigos levamos uma escritora até a fronteira quando ela se preparava para escrever um livro sobre o massacre. Ao voltarmos fomos parados pelos militares. Eles vieram acompanhados de 30 cães. Eles nos detiveram ainda que não tivéssemos atravessado a fronteira. Multaram-nos em 2.000 liras turcas por violação de fronteira".
Parentes, inclusive crianças de 12 e 13 anos de idade, que tentaram depositar flores para marcar os 500 dias após o ataque, foram barradas, multadas ou instruídas a comparecerem à delegacia de polícia por "violarem a lei de passaporte".
Zeki Tosun, que perdeu o filho no massacre, disse: "fomos homenagear os mortos com 34 coroas de flores. Multaram-nos em 3.000 liras turcas por cada coroa de flores"... Isso aqui parece uma cela A cada passo somos seguidos (pelo exército turco).. Já estamos sob custódia".
Os parentes das vítimas foram então a julgamento em um tribunal, sendo posteriormente absolvidos em agosto de 2014.
Enquanto isso nenhum dos assassinos foi a julgamento ainda que uma investigação criminal tivesse sido realizada contra os sobreviventes do massacre, Davut Encu, Servet Encu e Haci Encu. Eles foram interrogados em janeiro de 2012.
* * *
Ataques contra essa pequena aldeia continuam.
Em junho de 2015, Ferhat Encu contou à Bianet News Agency que soldados tinham atacado pessoas em Roboski durante dois dias e que a população estava com medo de sair de casa.
"Soldados arrombaram as casas e espancaram mulheres, detiveram quatro pessoas e insultaram as demais. Um cidadão ficou ferido e o veículo que o transportava sofreu um acidente. Quando os soldados partiram tudo voltou ao normal.
"Nesta manhã às cinco horas, sem aviso prévio, soldados abriram fogo matando cinco mulas. Se houvesse pessoas fora de casa naquele momento, elas teriam sido mortas".
"Eu não consigo entender essa selvageria. O que eles querem de Roboski"
A questão é a seguinte: o que o exército turco, esse exuberante membro da OTAN, quer dessa pequena aldeia curda?
A resposta é que a desumanização dos curdos na Turquia é tão forte e amplamente difundida que as autoridades estatais não suportam nada que esteja relacionado com a existência curda. Nem mesmo uma vitória na eleição curda, ainda se essa eleição fosse para o parlamento da Turquia, mas o simples fato dos curdos exigirem a punição dos perpetradores de um massacre é intolerável para eles
Os curdos não deveriam ser membros do parlamento, isso sem falar de parlamentares que lutam pelos direitos nacionais. Eles devem se assimilar como "turcos" ou serem invisíveis, se possível mortos. Conforme dizem os famigerados racistas turcos, "o melhor curdo é o curdo morto".
A experiência nos ensinou que no século XXI há duas maneiras de se lidar com um problema nacional.
Primeiro, há a maneira certa, a maneira moral, civilizada e democrática, na qual as pessoas são tratadas segundo as normas, com o devido respeito. Quando um povo nativo diz que está sofrendo ou que tem queixas ou demandas, é bom prestar atenção atentamente, tentar compreender e procurar uma acomodação porque você os considera seus iguais e sabe que esse povo nativo mora na terra de seus ancestrais há séculos. Na realidade, para começar, não se deve tratá-los como se não fossem seres humanos. E não se faz com que eles tenham que passar por enormes sofrimentos.
Mas mesmo assim, pode acontecer que haja diferenças. Se elas vierem à tona, também é possível esclarecer as expectativas e esperar que aquele grupo reconheça seu direito de viver e de usufruir de liberdade, assim como ele. Como grupos civilizados, vocês poderiam decidir que cada um siga seu próprio caminho e se tornem bons vizinhos. Mas se o desejo é manter essas pessoas dentro de suas fronteiras, pelo menos reconheça a existência nacional desse povo. Quaisquer que sejam os direitos políticos e culturais que você tenha, conceda-os também a ele. É assim que líderes políticos com consideração moral se comportam.
Entretanto há uma forma tradicional turco-islâmica ou do Oriente Médio de conduzir essas coisas: nesse tipo de cultura política, quando povos nativos ou grupos minoritários têm queixas ou reclamações, eles são esmagados pelo exército. Você os assassina em massa, nega sua existência, os tortura ao seu bel prazer, os insulta diariamente e os chama de "terroristas" e "saqueadores". E você comete todas essas atrocidades baseado em uma coisa apenas: seu poder militar. Visto que você dispõe de um só "valor".
O ingresso dos curdos no parlamento turco por terem obtido tantos votos foi uma vitória gigantesca e deveria ser tratada com carinho como uma oportunidade de alcançar uma paz democrática na região.
E os curdos deixaram claro, diversas vezes, que eles querem viver em paz. Antes das eleições, Selahattin Demirtas, co-presidente do Partido da Democracia Popular (HDP), pró curdo disse que "quer que o HDP ingresse no parlamento ou não, nós defenderemos a paz".
Mas se nem se tornar parlamentar e exigir um meio legal de resolver a questão curda, por meio de diálogo e negociações pode proporcionar aos curdos reconhecimento político e direitos humanos, que mais eles podem fazer?
Será que já não chegou a hora da comunidade internacional ouvir o sofrimento dos curdos e apoiá-los? Os EUA ajudaram a libertar o Kosovo. O Ocidente deveria agora pressionar a Turquia para que ela aja de forma mais humana moralmente e de maneira mais responsável em relação aos curdos e demais minorias.
Todos nós sabemos que a Administração Obama jamais fará isso. Mas há indivíduos e organizações fora da Turquia. Há milhares de ativistas, profissionais de nível superior e universidades que fazem vista grossa frente o sofrimento dos curdos, como se os maus-tratos fossem coisa perfeitamente normal.
Se eles são ignorantes e não sabem dos curdos e de outras minorias na região, então precisamos educá-los e esperar que após ficarem cientes da verdade, "ajam". Se não se importarem, são hipócritas. Há muitos "ativistas" como esses. Suas universidades estão repletas de eventos que abusam verbalmente de Israel. Mas se você perguntar, eles nem saberão o que está acontecendo no Curdistão e o que se faz com os curdos a mando dos próprios dirigentes turcos. Esses ativistas ou são ignorantes ou são hipócritas. O ativismo deles nada tem a ver com a dedicação aos seres humanos, trata-se apenas de odiar os judeus. Quando a Turquia condena Israel por este "cometer massacres", os israelenses deveriam lembrar à Turquia das dezenas de milhares de curdos mortos e sobre como a Turquia ainda os trata.
Uzay Bulut, nascida e criada como muçulmana, é uma jornalista turca estabelecida em Ancara.


http://pt.gatestoneinstitute.org/6245/ajudar-curdos

DIFERENÇA ENTRE GLEBA, LOTE, DESMEMBRAMENTO E LOTEAMENTO



É bastante comum no mercado imobiliário se encontrar corretores que trabalham exclusivamente com loteamento, e isso se deve ao fato de que este é um ramo bastante especifico da profissão e demanda conhecimentos especiais, além de dados técnicos e até leis que só se aplicam a este estilo de imóvel.

Tendo dito isso, é de grande importância que os corretores e demais profissionais da área estudem muito para conhecerem bem as peculiaridades destes produtos.

Um dos pontos básicos dessa matéria seria a diferença entre Gleba, Lote, Desmembramento e Loteamento.

Com bem ensina Scavone Junior:

“Gleba é a porção de terra que não tenha sido submetida a parcelamento sob a égide da Lei nº 6.766/79, o que equivale dizer que estaremos diante de uma gleba se a porção de terra jamais foi loteada ou desmembrada sob a vigência da nova Lei.”

Logo, Gleba é a terra crua, sem qualquer regulamentação e adequação às leis brasileiras e regionais.

Quando a Gleba é servida de infraestrutura básica, adaptando as leis brasileiras e regionais, atendendo a todos os requisitos e conformidades exigidas pelo plano diretor do município em questão, este passa a ser chamado de Lote.

No mesmo sentido, leciona João Baptista Galhardo:

“Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situa (art. 2º, § 4º, da Lei 6.766/79).”

Desta forma, fica clara a diferença entre Gleba e Lote, sendo este último, nada mais que o primeiro devidamente regulamentado e adequado às leis do Plano Diretor da região onde ele se encontra.

Loteamento, por sua vez, é muito bem conceituado pela Lei nº 6.766, a qual, em seu artigo , § 1º anota:

“Art. 2º, § 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.”

A mesma lei cuida de definir, também, o conceito de desmembramento, dessa vez no parágrafo 2º do mesmo artigo, que assim dispõe:

“Art. 2º, § 1º - Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes.”

Assim, Loteamento e desmembramento são espécies de parcelamento de um lote. A diferença principal deles é que enquanto o Loteamento tem a incumbência de criar um sistema viário para região, o Desmembramento aproveita o sistema viário já existente.

Vale lembrar que sistema viário são ruas, avenidas e rodovias da região.

Pois bem, estas são as principais diferenças entre estes 4 subtipos de imóveis. São diferenças simples, porém, que acarretam uma gama de consequências.

Referência

GALHARDO, João Baptista. O Registro do Parcelamento DO Solo Para Fins Urbanos. Porto Alegre: IRIB, 2004, página 32 e 33.

SCAVONE JÚNIOR, Luiz Antonio. Loteamento fechado e loteamento irregular. Disponível em:. Acesso em 03 junho 2015.

MENEZES, Thales de. Diferença entre Gleba, Lote, Desmembramento e Loteamento. Acesso: 20 de julho de 2015. Disponível em:http://www.advocaciaimobiliariagoias.com/

Thales de Menezes - Advogado atuante na comarca de Goiânia e em todo Estado de Goiás, nas áreas Cíveis, abrangendo, inclusive, Consumidor e Família.
Fonte: Artigos JusBrasil

Muitos são investigados; pouquíssimos, denunciados



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Precisamos contratar, urgentemente, uma Ronda Rosey para arrasar, na base da pancada forte e certeira, com a estrutura cartorial, cartelizada e corrupta do modelo estatal de Bruzundanga. A lourona norte-americana só precisou de apenas 34 segundos para aplicar um nocaute na brasileira Bethe Correia, na tão esperada e promovida luta do UFC 190, na Arena da Barra, no Rio de Janeiro. Foi a 12a vitória da Ronda no delicado MMA. Por isso, deveríamos convocá-la para nos ajudar na 13a batalha...

Em linguagem figurada, o soco da Ronda pareceu um golpe mortal da velha guerrilheira Dilma contra a gestão pública brasileira... Por outro lado, coitada, a Dilma parece bem pior que a brava Bethe na lona. Dilma apanha muito, todo dia, mas, como a marketagem do João Santana proclamou, ela é "Coração Valente". Dilma já era - novamente em situação mais crítica que a Bethe. O problema é que, no caso, o nocauteado é o povo brasileiro. O desgoverno do crime nos mata, com juros, multas, roubalheira e muita mentira.

Ao final da luta, já tinha gente na petelândia tirando onda que a Ronda Rousey seria a única com poderes naturais e sobrenaturais para derrubar o guerreiro do povo brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Pode ser que a mesma regra valha para outros políticos tupiniquins tão (ou até mais) poderosos que o $talinácio - que sempre foi craque em derrubar, para dentro, o conteúdo de uns copos bem cheios... Afinal, cada povo tem o gladiador que merece - e que as cervejarias transnacionais podem patrocinar... Claro, sem ajuda financeira dos empreiteiros - muito derrubados no octógono da Lava Jato e da 13a Vara Federal em Curitiba, onde o sorriso de Sérgio Moro, o Homem de Gelo, lembra, não sei por que, o da Ronda, depois da vitória...


Saindo dos entretantos, vamos aos fatos objetivos que dizem respeito à grande luta imaginária do povo brasileiro contra a corrupção. Novamente, é preciso deixar claro que o problema é estrutural. Um Estado corrupto, historicamente construído para roubar recursos do cidadão, só pode ter produzido uma sociedade com alta leniência com a roubalheira. Romper o ciclo cultural da sacanegem não é tarefa para um mero soco no estilo da Ronda.

Neste sistema estatal feito para (você) roubar, empreiteiros, banqueiros e políticos corruptos fazem a festa. No caso dos eleitos por nós, não recebem vantagens irregulares diretamente. Usam laranjas ou assessores com intermediários. Em geral, a grana vai para doações de campanhas, caridosamente feitas por empreiteiros e banqueiros. Tudo feito de forma "legalizada", já que as centenas de milhares de leis em vigor no Brasil conseguem emprestar ares de "legalidade" formal a toda e qualquer safadeza profissional.

Assim funciona o (des) governo do crime institucionalizado. A corrupção, defeito estrutural e cultural, opera nos três poderes. Atinge o máximo da sem-vergonhice quando se manifesta no judiciário - que deveria ser imune para aplicar a tão sonhada Justiça no Direito. A falha da estrutura é tão gritante que, mesmo quando se pensa em fazer Justiça, as leis, normas e regras, junto com nossa subcultura autoritária, dão margens a que se cometam grandes e imperdoáveis abusos. Tragicômico é que o mesmo sistema que alterna leniência e impunidade quando lida com os "poderosos" age de forma implacável contra "ladrões de galinha".

No Brasil, o cidadão comum que é alvo da máquina de julgar corre alto risco de desmoralização imediata, sem chances de recuperação da imagem. Já quem tem aliança com o poder político-oligárquico-hegemônico sempre encontra um jeitinho de se safar. Basta contratar advogados a peso de ouro que, no final, consegue ser condenado a uma "prisão domiciliar" (com ou sem tornozeleira, tecnologia eletrônica nem sempre disponível).

Em tese, não se pode condenar ninguém por suposição. Ainda em tese, são necessárias provas e documentos objetivos. O problema é que, em Bruzundanga, o negócio não funciona bem assim. Por isso, vale a pena uns segundos de reflexão com a polêmica lançada ontem no Facebook pelo cidadão Emílio Bocha Perez, um argentino ariano e corinthiano que gosta de causar:

"Amigos, o sr Luis Inácio Lula da silva é a pessoa mais honesta deste País, junto com Sra Dilma. Até hoje não tem nada que possa incriminá-los. Por isso, digo vcs: a manifestação do dia 16 de agosto vai ser uma homenagens às figuras mais honestas deste País. Dos políticos investigados nada foi provado. Eles estão sendo difamados, execrados. Eles negam tudo veementemente. Agora, os empreiteiros, esses sim, estão pagando pela corrupção criada por eles (os políticos)? Repito: nada se fala na MÍDIA sobre Lula ou Dilma. Quero expressar aki meu apoio as pessoa mais honestas deste Pais. Sem provas, sendo citadas e difamadas... Não temos nada! Só posts mentirosos".

Aparentemente, o argentino que torce pelo mesmo time do Lula não deixa de ter lá sua razão irônica. No Brasil, muitos costumam ser investigados. Porém, poucos são denunciados. E, muitos menos acabam condenados pelos crimes que efetivamente cometeram. Aqui, a impunidade é ampla e geral. Só não é tão irrestrita porque, historicamente, sempre são escolhidos bodes expiatórios para servir de bois de piranha. Na hora do pega-pra-capar como agora, inexistem justos ou pecadores.

Vide a mais recente manobra contra-ofensiva do presidente da Câmara.  Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou ontem, via Twitter, que determinará à Procuradoria Parlamentar da Casa que acione a advogada Beatriz Catta Preta na Justiça: “A sua acusação atinge a CPI como um todo e a Câmara como um todo, devendo ela esclarecer ou ser responsabilizada por isso. Determinarei a Procuradoria Parlamentar da Câmara que ingresse com a interpelação judicial semana que vem, independente da CPI”. 

Catta Preta anunciou que abandonou a advocacia, em entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo, após ter recebido “ameaças veladas” da CPI. Ela tomou a decisão depois de ser convocada pela comissão e um de seus clientes, o lobista Júlio Camargo, ter alterado seu depoimento em delação premiada passando a acusar Cunha de receber propina de US$ 5 milhões. O presidente da Câmara nega e afirma que Camargo foi pressionado pelo Ministério Público Federal a mudar o depoimento e acusá-lo.

Em resumo, no Brasil das injustiças, provas objetivas de crimes nem sempre se transformam em denúncias, julgamentos e condenações. Os assassinatos de reputação acontecem com a ajuda nem sempre responsável da mídia e dos discursos da politicagem. Evidentemente, o Ministério Público (a quem cabe defender a cidadania) e o judiciário acabam como vilões mais visíveis da história de impunidades e injustiças. Mas a causa estrutural do problema resulta do conluio, leniência e permissividade entre o Estado e a Sociedade.

Para mudar tal cultura, será preciso muito mais que um socão da poderosa Ronda Rosey em nossa consciência.

Recado às Legiões

Mensagem para profunda reflexão da área militar postada pelo jurista Antônio José Ribas Paiva, defensor da intervenção constitucional e do poder instituinte, em vários grupos do Whatsapp,:

"Os comandantes militares, durante mais de uma década,ignoraram o Foro de São Paulo, que nas sombras,se fortaleceu e tomou o poder no Brasil e no restante da América Latina. Os frutos dessa omissão indesculpável são os mensalões, petrolões , eletrolões e o enfraquecimento das democracias. O " convênio" , firmado pelo Tribunal de Justiça  de São Paulo com o Ministério das Cidades, para dificultar reintegrações de posse, é ação do Foro de São Paulo, para proteger a guerrilha urbana e conflagrar a sociedade. Os comandantes precisam garantir a nação contra a guerrilha do Foro de São Paulo, ou serão cobrados pela história".

Só mente aos domingos


A petelândia devia fazer a cabeça por lá... Pelo menos o cara só mente aos domingos... Já os petistas...

Por falar em golpismo oficial, releia nossa postagem de sábado:Dilma comete inconstitucionalidade ao sancionar que trafegar pelo corredor de ônibus é infração gravíssima


Pavor da deduragem





© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 2 de Agosto de 2015.

DO ASFALTO AO PLANALTO - Carlos Brickmann

Carlos Brickmann
Carlos Brickmann

A Coluna de Carlos Brickmann


Já estamos em agosto – o mês mais famoso das crises brasileiras, o mês em que Getúlio Vargas se matou, Jânio renunciou e Juscelino Kubitschek morreu.
Já neste início de semana se ouve o batucar dos tambores de guerra. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anunciou que pretende em poucos dias recuperar um grande atraso: votar as contas da Presidência da República, de Collor a Lula. Fica assim aberto o caminho para a análise das contas de Dilma. É bem possível que o Tribunal de Contas recomende sua rejeição. E, caso a Câmara aceite a recomendação, o passo seguinte é o pedido de impeachment de Dilma.
Aliás, já há doze pedidos de impeachment aguardando votação, e Cunha promete colocá-los em pauta. O impeachment precisa ter embasamento jurídico, mas aplicá-lo é sempre uma decisão política. Os pedidos de impeachment, mais a decisão do TCU a respeito das contas, serão por isso examinados depois do dia 16 – data prevista para as manifestações Fora, Dilma. Também será levado em conta um ruído mais próximo: o bater de panelas nesta quinta, 6, dia em que Dilma, Lula e o comando do PT estarão na TV, em cadeia nacional. Cadeia? Vá lá, em rede nacional. E com muitos em risco de cair na rede da Justiça.

Há ainda CPIs espinhosas, como a do BNDES e a dos Fundos de Pensão, prontinhas para começar. Há novas delações premiadas, na área de energia. Há a possibilidade de que Eduardo Cunha seja acusado pelo Ministério Público, e reaja criando mais dificuldades para o Governo. E agosto é mês longo, de 31 dias.

A história oficial
A advogada Beatriz Catta Preta conduziu nove delações premiadas, criando dificuldades para empresários e políticos que, claro, se irritaram. A advogada, experiente, por certo não se surpreendeu com essa hostilidade. Foi convocada pela CPI da Petrobras; mas a queda da convocação no Supremo, por ilegal, era quase certa (e caiu mesmo). Os advogados têm o direito de não falar sobre suas conversas com clientes. E dizer-se ameaçada, não diretamente, mas veladamente, e por isso abandonar a advocacia? Demitir o pessoal, esvaziar o escritório e chamar a Globo, dizendo que teme por sua família, mas não pretende deixar o Brasil – quando o jornalista Cláudio Humberto já informou que, há menos de um ano, montou uma empresa, a Catta Preta Consulting LLC, em Miami?
Então, tá.

A história analisada
Do sociólogo Rubens Figueiredo, sobre Beatriz Catta Preta: “Ela disse que é ‘ameaçada de forma velada através da imprensa’. Ora, ou é velada ou é através da imprensa. As duas coisas juntas são impossíveis. Também disse que desistiu dos processos da Lava Jato ‘para não causar exposição indevida dos seus clientes’. Ora, ora: o que será mais indevido do que estar preso por corrupção, com fotos e imagens em todos os meios de comunicação?”

A história de sempre 1
Diante da erosão de sua base política, Dilma reagiu como de costume: anunciou a liberação de R$ 1 bilhão para honrar emendas parlamentares já aprovadas e acalmar deputados e senadores, irritados com promessas sempre reiteradas e jamais cumpridas.
O resultado foi o de sempre: os parlamentares continuam dispostos a só confiar na presidente quando a verba for liberada de verdade.

A história de sempre 2
E, buscando o apoio dos Estados, o Governo agiu como de costume: inventando. Após a reunião de Dilma com governadores, o blog da Presidência divulgou, às 23h23 do dia 30, uma falsidade. “Os governadores (…) fizeram uma defesa clara (…) da manutenção do mandato legítimo da presidenta Dilma e dos eleitos em 2014. (…) os representantes dos 27 Estados deixaram clara sua posição de unidade em favor da estabilidade política do país”.
Só que o tema nem foi discutido. O que houve foi uma opinião do maranhense Flávio Dino, do PCdoB, em entrevista (“defendemos a manutenção do mandato legítimo da presidenta Dilma Rousseff”). Geraldo Alckmin, PSDB, desmentiu Dino na hora: negou qualquer manifestação dos governadores sobre o tema e disse que é preciso cumprir a Constituição. Alckmin foi ignorado no blog da Presidência. Adiantou?
Depende: se o caro leitor acha que o blog da Presidência tem muitos leitores, todos crédulos, e que influencia a opinião pública, então adiantou. Senão, não.

História puxa história
O senador Romário, PSB do Rio, presidente da CPI do Futebol, disse que não permitirá a convocação de José Maria Marin para depor no Brasil. Teme que, aqui, Marin se livre da extradição para os EUA. Quer ouvi-lo, mas na Suíça.
Romário já foi mais amável com Marin. Em 22 de agosto de 2012, quando quis trocar o técnico da Seleção (foi atendido), postou nas redes sociais: “Presidente José Maria Marin, depois dessa bela ação de ter trocado o comando da comissão de arbitragem, que já era uma vergonha, continue com boas ações, faça seu papel, mande este sujeito para onde ele já deveria ter ido depois da Copa América. (…) Não faça da sua gestão uma gestão perdedora por causa de um treinador que não vai te dar nada, os interesses dele são maiores que os da Seleção. Ouça seu vice Marco Polo del Nero, que é um grande conhecedor do futebol.”