segunda-feira, 2 de setembro de 2013

LEMBRAM DO FRANCENILDO?


Posted: 01 Sep 2013 09:50 PM PDT

Dilma, Cardoso e cia estão irritadíssimos com a possibilidade de espionagem do governo americano. Até o embaixador foi "convocado a dar explicações". Nossa "soberania" está em risco, dizem. Primeira dica: não entrem no Google. Segunda dica: não falem ao telefone. Terceira dica: se olhem no espelho. Se são honestamente preocupados com a privacidade que tal ajudar o caseiro Francenildo Costa que teve sua soberania e dignidade violada quando quebraram o sigilo bancário dele? Lembram? Foi em 2006. Petistas de alta plumagem, mancomunados com Palocci, que acabou caindo do cargo de ministro da Fazenda por conta do episódio, divulgaram aos quatro ventos que ele tinha recebido dinheiro para confirmar o episódio da mansão da propina. Tudo mentira. O dinheiro dos extratos bancários de Francenildo era depositado por seu pai biológico. Logo julgaram que se tratava de um vendido (disso eles entendem). Francenildo já ganhou em primeira instância na Justiça R$ 500 mil que deverão ser pagos pela Caixa Federal. Mas a decisão está em recurso. Enquanto isso, o caseiro julga que o terremoto em sua vida já passou. Hoje ele está concluindo o ensino médio e trabalha fazendo serviços esporádicos. Se diz um cara feliz...

INDIGNAÇÃO DE DOIS MÉDICOS BRASILEIROS, por Old Man


Charge por Roque Sponholz
A cada dia que passa fica mais evidente que a vinda dos médicos cubanos é mais um estelionato cometido pelos  petralhas, com interesses inconfessáveis de se locupletar e enviar nosso dinheiro para Cuba, usando o sórdido argumento de dar assistencia médica aos brasileiros excluidos, em lugares onde não existe siquer ambulatórios e muito menos hospitais do SUS. Leiam a indignação de dois médicos brasileiros, narrando suas odisséias e mostrando a verdade nua e crua.
00rs0710aA primeira carta: Dilma e Lula se trataram de câncer avançado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e ficaram curados. Nesta hora, nada de correr riscos nas mãos de “los hermanos”, é óbvio. Já Hugo Chavez foi tratar seu câncer em Cuba, e deu no que deu. Mas é de lá que tia Dilma está trazendo 3.000 completos despreparados, cujo curso de medicina durou 4 anos (em meio-período e sem hospital-escola!!!), e cuja vaga na faculdade foi assegurada apenas mediante um julgamento ridículo de fidelidade aos “mandamentos” psicóticos daquilo que Fidel Castro, o imortal, entende por “socialismo comunista”. Jurou uma relação de asneiras vomitadas em voz alta, e você já está lá dentro para ser “doutor” dentro de 4 aninhos.
Tive a oportunidade de conhecer 5 médicos cubanos exilados, em congressos que atendi em distintas cidades nos Estados Unidos, entre 1995 e 2001. Eram bons sujeitos, mas como médicos davam pena. O mais diferenciado deles (tinha clinicado 12 anos em Havana, falava inglês muito bem e era visivelmente muito inteligente) conseguiu emprego por lá como entregador de pizza em San Francisco (falo sério). Nenhum dos outros 4 havia conseguido nada na área médica, estavam freqüentando o congresso na esperança de fazer contatos. Talvez não tivessem sequer qualquer emprego ainda, sendo ajudados pelas comunidades de cubanos (que existem em várias outras cidades além de Miami, onde eles já são quase um milhão, entre exilados que chegaram nas barcas e seus filhos nascidos nos EUA). E consta que todos “los hermanos” que vierem vestindo seus uniformes brancos vão receber seu CRM brasileiro já no aeroporto, sem avaliação alguma, e em igualdade de condições e direitos com todos os médicos brasileiros que passaram o diabo para entrar na faculdade e dez mil diabos para saírem dela. Tia Dilma está pressionando os líderes de todas as entidades médicas nacionais para cederem neste tópico. Tem muitos recursos com que pressionar, por certo. Aqui são de 45 a 80 candidatos por vaga no vestibular, 6 anos em período integral, os três últimos anos freqüentando um hospital-escola e um ambulatório-escola diariamente, e os dois anos finais dando plantões semanais não remunerados nas 4 especialidades básicas (clínica médica, clínica cirúrgica, ginecologia + obstetrícia e pediatria), além de pelo menos os 3 anos seguintes de internato + residência, onde o salário máximo, contando com jornadas de trabalho de 12 horas e dois plantões semanais de 24 horas, não ultrapassa os 2.000 reais (um neurocirurgião, por exemplo, além dos 6 anos básicos para obter o CRM fará outros 6 anos: 2 de cirurgia geral, 2 de cirurgia neurológica, e 2 de técnicas avançadas com distintos aparelhos, antes de ganhar seu primeiro soldo de “formado” operando como especialista da área). Legal, né? Peço-lhe agora que também repasse esta minha mensagem para seus contatos, pois ela é absolutamente verdadeira, e as pessoas que não militam na área da saúde tem que conhecer a extensão do absurdo que terão que engolir, em nome da “melhoria da saúde”. E entenderão porque as entidades de classe dos médicos brasileiros estão unidas para, furiosamente, impedirem mais esta sandice extremamente perigosa para a saúde da população. Em tempo, o CRM avaliou, com a mesma prova de avaliação que os recém-formados fazem hoje (quase a nossa “OAB”, onde a nota-média de corte para concessão do CRM é 7),  326 médicos bolivianos e peruanos, recentemente. Dois passaram na prova. DOIS. A quase totalidade dos demais tiveram notas que variaram de 1 a 3,5.  Não, nem todos nós somos ignorantes e alienados, senhores governantes.  Dr. Alfredo.
A segunda carta: Mensagem de uma médica:   Fernanda Melo, médica, moradora e trabalhadora de Cabo Frio, cidade da baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro.   Este ano completo 7 anos de formada pela Universidade Federal Fluminense e desde então, por opção de vida, trabalho no interior.   Inclusive hoje, não moro mais num grande centro. Já trabalhei em cada canto…   Você não sabe o que eu já vi e vivi, não só como médica, mas como cidadã brasileira. Já tive que comprar remédio com meu dinheiro, porque a mãe da criança só tinha R$ 2,00 para comprar o pão.   Por que comprei?    Porque não tinha vaga no hospital para internar e eu já tinha usado todos os espaços possíveis (inclusive do corredor!) para internar os mais graves.    Você sabe o que é puxadinho?    Agora, já viu dentro de enfermaria? Pois é, eu já vi. E muitos. Sabe o que é mãe e filho dormirem na mesma maca porque simplesmente não havia espaço para sequer uma cadeira?    Já viu macas tão grudadas, mas tão grudadas, que na hora da visita médica era necessário chamar um por um para o consultório porque era impossível transitar na enfermaria?   Já trabalhei num local em que tive que autorizar que o familiar trouxesse comida (não tinha, ora bolas!) e já trabalhei em outro que lotava na hora do lanche   (diga-se refresco ralo com biscoito de péssima qualidade) que era distribuído aos que aguardavam na recepção.    Já esperei 12 horas por um simples hemograma. Já perdi o paciente antes de conseguir uma mera ultrassonografia. Já vi luva descartável ser reciclada.   Já deixei de conseguir vaga em UTI pra doente grave porque eu não tinha um exame complementar que justificasse o pedido.    Já fui abusando um prematuro de 1Kg (que óbvio, a mãe não tinha feito pré natal!) por 40 Km para vê-lo morrer na porta do hospital sem poder fazer nada. A ambulância não tinha nada… Tem mais, calma! Já tive que escolher direta ou indiretamente quem deveria viver. E morrer…   Já ouvi muito desaforo de paciente, revoltando com tanto descaso e que na hora da raiva, desconta no médico, como eu, como meus colegas, na enfermeira, na recepcionista, no segurança, mas nunca em você.    Já ouviu alguém dizer na tua cara: meu filho vai morrer e a culpa é tua? Não, né? E a culpa nem era minha, mas era tua, talvez. Ou do teu antecessor. Ou do antecessor dele…    Já vi gente morrer! Óbvio, médico sempre vê gente morrendo, mas de apendicite, porque não tinha centro cirúrgico no lugar, nem ambulância pra transferir, nem vaga em outro hospital?    Agonizando, de insuficiência respiratória, porque não tinha laringoscópio, não tinha tubo, não tinha respirador?    De sepse, porque não tinha antibiótico, não tinha isolamento, não tinha UTI?    A gente é preparado pra ver gente morrer, mas não nessas condições.    Ah Dilma, você não sabe mesmo o que eu já vi! Mas deixa eu te falar uma coisa: trazer médico de Cuba, de Marte ou de qualquer outro lugar, não vai resolver nada!    E você sabe bem disso.    Só está tentado enrolar a gente com essa conversa fiada. É tanto descaso, tanta carência, tanto despreparo…    As pessoas adoecem pela fome, pela sede, pela falta de saneamento e educação e quando procuram os hospitais, despejam em nós todas as suas frustrações, medos, incertezas…    Mas às vezes eu não tenho luva e fio pra fazer uma sutura, o que dirá uma resposta para todo o seu sofrimento!    O problema do interior não é falta de médico. É falta de estrutura, de interesse, de vergonha na cara. Na tua cara e dessa corja que te acompanha!    Não é só salário que a gente reivindica. Eu não quero ganhar muito num lugar que tenha que fingir que faço medicina. E acho que a maioria dos médicos brasileiros também não.    Quer um conselho?   Pare de falar besteira em rede nacional e admita: já deu pra vocês!    Eu sei que na hora do desespero, a gente apela, mas vamos combinar, você abusou!    Se você não sabe ser “presidenta”, desculpe-me, mas eu sei ser médica, mas por conta da incompetência de vocês, não estou conseguindo exercer minha função com louvor!    Não sei se isso vai chegar até você, mas já valeu pelo desabafo! Dra. Fernanda Melo

ROGER PINTO MOLINA TEM GRAVAÇÕES DE AMEAÇAS DE MORTE, DIZ EX-SENADOR BOLIVIANO

domingo, 1 de setembro de 2013


Refugiado no Brasil desde 2011, o ex-senador boliviano de oposição Paulo Bravo afirmou em entrevista ao jornalista Claudio Humberto que o senador Roger Pinto Molina – de quem é amigo íntimo – tem gravações de ameaças de morte que sofreu na Bolívia e que o levaram a pedir asilo político na embaixada brasileira em maio do ano passado. “Ele tem ameaças de morte gravadas, de um assassino dizendo que tinha sido contratado para matá-lo. Está tudo gravado e foi entregue à embaixada brasileira”, declarou. Segundo Paulo Bravo, o senador oposicionista faz parte dos 756 perseguidos políticos da Bolívia que vivem hoje no Brasil, além daqueles que estão espalhados pelo Paraguai, Peru, Espanha, Estados Unidos, Uruguai. “Isso não pode ser normal”, conclui.O senador Roger Pinto Molina deixou a Bolívia, sem obter salvo-conduto, com a ajuda do embaixador Eduardo Sabóia e chegou ao Brasil no último sábado. A vinda do opositor, sem o conhecimento do Itamaraty, levou à queda do ex-ministro Antônio Patriota, substituído pelo chanceler Luiz Alberto Figueiredo. Leia, a seguir, a entrevista na íntegra:
- O senhor tem falado com o senador Roger Pinto Molina?
- Desde que chegou ao Brasil, falo com ele todos os dias. Acompanho o caso do começo, quando ele passou a sofrer processos na Justiça após denunciar esquema de narcotráfico envolvendo autoridades.
- Molina teme ser extraditado para a Bolívia?
- Pelo contrário, ele está muito tranquilo, até porque o Brasil respeita os direitos humanos e trata bem os refugiados que vem ao país. Acreditamos que não há hipótese de o Molina voltar para a Bolívia.
- O senhor se refugiou no Brasil pelos mesmos motivos de Molina?
- No meu caso, fui candidato ao governo e ganhei a eleição. Na época, o presidente me acusou de fraude e passei a receber ameaças. Foi quando Molina me chamou à casa dele, onde estavam um procurador, um juiz e o segundo comandante da polícia, que me alertaram que tinham uma ordem judicial para me prender. Dias depois, minha casa foi invadida. E isso que eu não tenho sequer um processo na Bolívia.
- Ou seja, a oposição é sufocada na Bolívia…
- Se abrir o bico, ou você é preso ou terá de sair do país. É isso que eles querem. Quem decide falar, logo se vê cheio de processos. O problema não é político, é judicial, porque não há direito de defesa, já vai direto para cadeia. Não existe Justiça na Bolívia.
- Foi o que aconteceu com Roger Pinto Molina?
- O problema é que ele recebeu documentos de pessoas do governo mostrando o envolvimento de ministros, policiais, promotores no narcotráfico. O presidente sequer quis receber as denúncias. No momento em que ele deu publicidade, sem citar nomes, começaram a surgir os processo por desacato, corrupção… Ele tem ameaças de morte gravadas, de um assassino dizendo que tinha sido contratado para matá-lo. Está tudo gravado e foi entregue à embaixada brasileira.
- Na sua opinião, o embaixador Eduardo Sabóia fez certo ao ajudar Molina a vir para o Brasil?
- A operação foi um risco, mas eu acho que ele fez certo. Ninguém sabe o que acontecia lá dentro. Eu acho que as doenças começaram por causa da depressão. Eu sempre falava com a filha do Molina, que me dizia estar preocupada com o pai. As visitas médicas aumentaram e ele começou a tomar água o tempo todo. Ele ficou muito deprimido.
- Quantos bolivianos vivem hoje no Brasil?
- Com o senador Roger Pinto Molina, são 756 perseguidos políticos que vivem no Brasil. Além disso, tem bolivianos espalhados pelo Paraguai, Peru, Espanha, Estados Unidos, Uruguai. Isso não pode ser normal.
- Como o senhor avalia o episódio, revelado pelo Diário do Poder, em que o presidente Evo Morales submeteu avião da FAB à revista de cães farejadores, tudo atrás de Molina?
- Eu soube ainda na época, por meio da embaixada brasileira e do Molina, mas a gente não quis fazer escândalo. O Evo Morales faz isso para se amostrar, ele vive disso. Quer provar que é o todo poderoso, respeitado, que tem poder para revistar avião do Brasil, retirar a Petrobras. Depois da morte de Hugo Chavez, ele sonha em ser o líder da América do Sul.

A HISTÓRIA SECRETA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL, por Old Man

Nesta semana da pátria não podemos esquecer da participação decisiva do patriarca da independencia José Bonifacio de Andrada e Silva, sem a qual não teriasido possivel Dom Pedro ter proclamado a independencia do Brasil.Nascido em Santos em 13 de junho de 1763, é considerado um dos maiores vultos da Maçonaria brasileira.
“Laços fora, soldados! Pelo meu sangue, pela minha honra, juro fazer a liberdade do Brasil. Independência ou morte” !
independencia
Esta proclamação – feita por Dom Pedro às margens do Ipiranga,  às 16h30 de 7 de setembro de 1822, em meio às espadas erguidas dos militares que o acompanhavam – parece lembrar claramente um juramento maçônico. Na verdade, o que comemoramos a cada 7 de setembro não é exatamente a independência do País, mas o compromisso solene do príncipe Pedro com nosso povo. A independência política –  destituída da idéia de completa separação de Portugal – havia sido anunciada oficialmente um mês antes, em agosto.
A independência brasileira foi resultado direto da ação do movimento maçônico. As organizações autônomas baseadas na tradição da maçonaria são fraternidades secretas ou semi-secretas que realizam reuniões ritualísticas. Elas buscam o aperfeiçoamento do ser humano através da vivência da fraternidade universal, da liberdade de consciência e da ruptura dos dogmas religiosos. Mas, como todo movimento baseado na liberdade de pensamento, as organizações maçônicas divergiam bastante umas das outras e deixavam à mostra as incoerências humanas, vaidades pessoais e lutas de poder dos seus integrantes, entre os quais estavam alguns do principais líderes das campanhas pela independência dos países latino-americanos e dos Estados Unidos, e dirigentes de revoluções liberais da Europa desde o século 18. Para que se compreenda o processo da independência política do Brasil, é preciso ter claro – como destaca o historiador Caio Prado Júnior – que as monarquias de Portugal e Espanha estavam decadentes desde o século 17. No século 18, a Espanha foi buscar apoio na França, enquanto Portugal se amparava na Inglaterra. A disputa entre Portugal e Espanha – grandes potências coloniais com economias pré-industriais e atrasadas – era, na verdade, um reflexo da briga entre Inglaterra e França, as grandes potências mundiais da época. A maçonaria, com sua diversidade natural, também expressava essas contradições políticas, econômicas e estratégicas. Na Inglaterra, os maçons defendiam a monarquia constitucional e serviam como uma ponta de lança da influência britânica sobre o mundo. Essa idéia de monarquia acabou dominando os primeiros tempos da independência brasileira. Mas na França, como nos Estados Unidos (que fizeram sua independência a partir de 1776), os maçons defendiam o regime republicano, e divulgaram essa idéia por todo o mundo desde a revolução começada em 1789 com a tomada da Bastilha. O ideário republicano dessas correntes maçônicas teve conseqüências decisivas para os países da América espanhola. Um  dos motivos pelos quais a  ação dos maçons da Inglaterra era mais moderada no começo do século 19  surgia do fato de que lá não havia sido necessária, no século 18, a violência da Revolução Francesa. Desde os tempos de Francis Bacon, a influência rosacruz e maçônica  era bem maior e mais forte na Inglaterra,  tornando a aceitação das idéias liberais algo natural. Já na França, as elites se haviam negado a aceitar qualquer modernização, apesar dos esforços de grandes maçons, e de sábios notáveis como Alessandro Cagliostro e o conde de Saint-Germain na segunda metade do século 18.  A influência dogmática do Vaticano, muito forte na França, era pequena na Inglaterra. A irresponsabilidade cega das elites levou ao banho de sangue da Revolução Francesa. Essa diferença entre as maçonarias francesa e inglesa explica, em grande parte, as lutas entre José Bonifácio, maçom moderado e monarquista constitucional, e a maior parte do movimento maçônico brasileiro, que era mais radical, principalmente no plano verbal,  e tinha forte tendência republicana. Até alguns anos atrás, Bonifácio era considerado traidor da causa da independência brasileira em meios maçônicos.  A partir dos anos 1980, historiadores como José Castellani passam a fazer justiça ao “Patriarca da Independência”. Por outro lado, a historia oficial tem ignorado o papel fundamental do líder maçônico Joaquim Gonçalves Ledo em nossa independência – porque Ledo, republicano e mais exaltado, era adversário de Bonifácio. Hoje, as informações disponíveis já permitem uma posição equilibrada, capaz de reconhecer tanto o valor de Gonçalves Ledo como o de José Bonifácio. Não há dúvida de que os maçons republicanos foram influentes desde o começo do Brasil. Na Inconfidência Mineira, de inspiração claramente maçônica, Tiradentes e seus companheiros sonhavam com a República. A bandeira do movimento era um triângulo, símbolo maçônico, com a inscrição “Liberdade Ainda que Tardia”. Os iniciadores do movimento haviam sido admitidos pela maçonaria francesa e estavam entusiasmados pela independência dos Estados Unidos. O movimento foi descoberto e seus integrantes passaram a ser  presos a partir de maio de 1789. Antes de morrer na forca e ter seu corpo esquartejado em 21 de abril de 1792, Tiradentes declarou: “Se eu tivesse dez vidas, eu daria todas elas para que os meus companheiros não sofressem nada.” Na verdade, a Inconfidência Mineira não estava ligada diretamente à maçonaria, embora tenha sido  inspirada pelo ideal maçônico. A primeira associação maçônica no Brasil –  que ainda não era uma loja regular – foi fundada em Pernambuco pelo botânico Manoel de Arruda Câmara, em 1796, e ficou conhecida como o “Aerópago de Itambé”.  Foi devido à influência do Aerópago que eclodiu em 1817 a Revolução Pernambucana, liderada por diversos maçons e cujo ideal era, também, republicano. O movimento depôs o governador  e proclamou a República em 6 de março de 1817, resistindo pouco menos de três meses até ser derrotado pelas tropas imperiais. Seus principais líderes foram enforcados, com a exceção de Frei Caneca, também maçom, que sobreviveu e iria mais  tarde  liderar com bravura a Confederação do Equador, em 1824. A revolução de 1817 inicia a contagem regressiva para a independência política.  Em 30 de março de 1818, o rei português Dom João VI – que viera para o Brasil em 1808, com sua corte de dez mil pessoas, fugindo das tropas de Napoleão – assinava documento proibindo o funcionamento de sociedades secretas: “Eu El-Rei faço saber (…) que se tendo verificado pelos acontecimentos que são bem notórios o excesso de abuso a que têm chegado as sociedades secretas (…) sou servido declarar por criminosas e proibidas todas e quaisquer sociedades secretas de qualquer denominação que sejam…”  Mas o avanço das idéias liberais, estimulado no mundo inteiro pelas maçonarias inglesa e francesa, já era inevitável. Os velhos regimes coloniais e as monarquias absolutistas estavam com os dias contados. Em Portugal, a revolução liberal de 1820 alterou radicalmente a situação e as Cortes (parlamento) portuguesas passaram a pressionar Dom João VI. Quando finalmente o rei deixou o Brasil e voltou para Lisboa, em abril de 1821, as Cortes pretendiam fazer a sociedade brasileira voltar à situação de simples colônia, depois de haver sido sede do Império, e isso acelerou a ruptura.  O príncipe regente Dom Pedro fora aconselhado por seu pai a chefiar a independência caso esta fosse inevitável. Em 9 de janeiro de 1822,  ele cedeu a um movimento organizado por José Joaquim da Rocha e outros maçons e desobedeceu os decretos 124 e 125 das Cortes portuguesas, que alteravam a estrutura administrativa do Brasil e mandavam que o príncipe regente voltasse imediatamente a Portugal. “Diga ao povo que fico”, anunciou Dom Pedro, firmando uma aliança com os maçons. Em 13 de maio, a loja maçônica “Comércio e Artes” deu a Dom Pedro o título de “Defensor Perpétuo do Brasil”.  Crescia a influência de Joaquim Gonçalves Ledo. Poucos dias depois, José Bonifácio assumiu o cargo de ministro do Interior e do Exterior.Nascido em Santos (SP) em 13 de junho de 1763, Bonifácio era um homem de cultura extraordinária. Viajara por toda Europa e pertencia a diversas entidades científicas, tendo descrito 12 novos minerais. Falava e escrevia francês, inglês, alemão, grego e latim. Tinha uma percepção profundamente ética da vida. Defendia a reforma agrária, a preservação do meio ambiente e a abolição gradual da escravatura, e isso lhe deu numerosos inimigos, inclusive entre os maçons republicanos.  Bonifácio tinha uma visão de estadista. Olhava a longo prazo. Através da monarquia, pretendia preservar a unidade cultural e política do Brasil, ao contrário do que acontecia na América espanhola, que era republicana, mas que se esfacelava em pequenos países. Joaquim Gonçalves Ledo, nascido no Rio de Janeiro em 1781, estudou medicina em Coimbra, mas voltou ao Brasil antes de terminar o curso, colocando-se em pouco tempo à frente da luta pela independência e fazendo da maçonaria o centro das novas idéias. Em setembro de 1821 fundou o jornal Revérbero Constitucional Fluminense, que teve grande influência no surgimento de uma consciência nacional brasileira. Em 1821, liderou uma revolta republicana fracassada; no ano seguinte, estabeleceu aliança com Dom Pedro e José Bonifácio em torno de uma independência com monarquia, embora houvesse um grande número de republicanos entre os maçons.  Em 2 de junho de 1822, meses depois do Dia do Fico, Bonifácio criou o Apostolado, organização semelhante à maçonaria, e nomeou Dom Pedro como seu chefe, com o título de “arconte-rei”.  Meses antes do dia sete de setembro, um dos lemas do “Apostolado da Nobre Ordem dos Cavaleiros da Santa Cruz” era, significativamente, “Independência ou Morte”.  Como parte do juramento prestado ao ingressar na ordem, cada novo membro do apostolado dizia: “Juro promover, com todas as minhas forças e a custo da minha vida e riqueza materiais, a integridade, a independência e a felicidade do Brasil, como império constitucional, opondo-me tanto ao despotismo que o altera como à anarquia que o dissolve. Assim Deus me ajude.” As palavras do grito do Ipiranga, em 7 de setembro, seriam, mais tarde, praticamente uma renovação desse compromisso por parte do futuro imperador. Gonçalves Ledo e os principais líderes do movimento emancipador eram membros do “Apostolado”. A data da iniciação de Dom Pedro na maçonaria não parece estar bem estabelecida. Alguns autores falam de maio de 1822. Outros indicam o dia 13 de julho. Segundo aquele que é talvez o principal pesquisador maçônico da independência, José Castellani, Dom Pedro foi iniciado na maçonaria apenas no dia 2 de agosto. De qualquer modo, em 17 de julho Ledo organizou as lojas maçônicas no Grande Oriente do Brasil e ofereceu o cargo de grão-mestre a José Bonifácio, ficando com a posição imediatamente inferior, de primeiro vigilante. Dois dias depois, uma carta de Dom Pedro a seu pai deixava claro que a ruptura entre Brasil e Lisboa já era total: “O Brasil, senhor, ama a vossa majestade, reconhecendo-o e sempre reconheceu como seu rei; (mas quanto às Cortes)… hoje não só as abomina e detesta, mas não lhes obedece, nem lhes obedecerá mais, nem eu consentiria em tal…” Em obediência à estratégia traçada por José Bonifácio, principal conselheiro do príncipe, em 1º de agosto, Dom Pedro assinou um “Manifesto aos Brasileiros”, redigido por Gonçalves Ledo, e um decreto tomando providências para a defesa militar e a vigilância dos portos brasileiros. Como proclamação da independência, o “Manifesto” é muito mais claro e poderoso que o Grito do Ipiranga, de 7 de setembro., e tem valor legal e oficial, que o evento do riacho não possui.  O nome do autor do Manifesto está claramente estabelecido. O Barão do Rio Branco escreveu: “Foi Ledo quem inspirou todas as grandes manifestações daqueles dois anos da nossa capital, quem instigou o governo a convocar uma constituinte e quem redigiu alguns dos principais documentos políticos, como o manifesto de 1º de agosto de 1822, dirigido por Dom Pedro aos brasileiros.” No “Manifesto de Sua Alteza Real aos Povos deste Reino”, o príncipe regente proclama:  “Está acabado o tempo de enganar os homens. Os governos que ainda querem fundar o seu poder sobre a pretendida ignorância dos povos, ou sobre antigos erros e abusos, têm de ver o colosso da sua grandeza tombar da frágil base sobre que se erguera outrora… eu agora já vejo reunido todo o Brasil em torno de mim, pedindo-me a defesa dos seus direitos e a manutenção da sua Liberdade e Independência.”  Dom Pedro acrescenta: “Acordemos, pois, generosos habitantes deste vasto e poderoso império. Está dado o grande passo da vossa independência e felicidade há tanto tempo preconizados pelos grandes políticos da Europa. Já sois um povo soberano; já entrastes na grande sociedade das nações independentes, a que tínheis todo o direito… a Europa, que reconheceu a independência dos Estados Unidos da América, e que ficou neutra na luta das Colônias Espanholas, não pode deixar de reconhecer a do Brasil (…). Que não se ouça entre vós outro grito que não seja União. Do Amazonas ao Prata que não retumbe outro eco que não seja Independência. Formem, todas as nossas províncias, o feixe misterioso que nenhuma força pode quebrar…” No mesmo  Manifesto de Primeiro de Agosto de 1822, o príncipe anuncia:  “Mandei convocar a Assembléia do Brasil, a fim de cimentar a Independência Política desse Reino, sem romper contudo os laços da Fraternidade Portuguesa; harmonizando-se com decoro e justiça todo o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, e conservando-se debaixo do mesmo Chefe  duas Famílias, separadas por imensos mares, que só podem viver reunidas pelos laços da igualdade de direitos, e recíprocos interesses.” Independência, aqui, não implicava ainda total separação, mas sim uma completa autonomia:   “Acordemos, pois, generosos habitantes desse vasto e poderoso Império, está dado o grande passo da Vossa Independência e Felicidade, há tanto tempo preconizadas pelos grandes políticos da Europa. Já sois um Povo Soberano; já entrastes na grande Sociedade das Nações Independentes, a que tínheis todo o direito.” [1]  Cinco dias depois dessa declaração formal de independência, dirigida “Aos Povos do Reino do Brasil”, um outro manifesto declara formalmente a independência, agora perante a comunidade internacional. No “Arquivo Diplomático da Independência” [2] temos o documento de seis de agosto de 1822, redigido por José Bonifácio e assinado pelo príncipe-regente Pedro.  Este segundo manifesto tem uma breve introdução anexada a ele, que é intitulada, de modo muito claro:  “Sucinta e Verdadeira Exposição dos Fatos que Levaram o Príncipe, Agora Imperador, e o Povo Brasileiro a Proclamar o Brasil Como uma Nação Livre e Independente”.   A introdução começa assim:  “O Brasil foi uma colônia de Portugal até 28 de janeiro de 1808, quando D. João VI, agora Rei de Portugal e Algarves e naquele momento Príncipe-Regente, em sua passagem a caminho do Rio de Janeiro e estando na Bahia, declarou por uma Lei que os portos brasileiros ficavam livres e abertos a todas as Nações.” A introdução do Manifesto de Seis de Agosto traça então um breve histórico e lembra que, em 16 de dezembro de 1815, o Brasil foi “categoricamente” promovido à categoria de Reino –  o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. O Manifesto de Seis de Agosto propriamente dito, dirigido “A Todos os Governos e às Nações Amigas”, abre com os principais argumentos pelos quais o povo brasileiro “proclama a todo o Mundo a sua Independência Política;  e, como um Reino e uma Nação independente está resolvido a manter esse direito…” Em seguida,  Dom Pedro proclama: “… Eu, com o conselho dos Representantes populares, e na presença e sob a proteção de Deus Todo-Poderoso, Declaro e proclamo que o Brazil é uma Nação Livre e Independente, e que o Governo Estabelecido é em todos os atos um Governo Independente e Soberano. E a todas as nações amigas Eu declaro que os portos do Brasil estão livres e abertos ao Comércio…” Todos esses dados, e inúmeros outros fatos que os reforçam, estão indiscutivelmente documentados e consensualmente estabelecidos.  O Grito do Ipiranga, em setembro, é uma ratificação da Declaração da Independência feita mais de um mês antes. Foi mais um anúncio (feito pelo príncipe perante a sua própria  guarda pessoal e comitiva em viagem) de que o caminho escolhido seria trilhado até o fim. No dia seguinte ao Manifesto de Primeiro de Agosto,  Dom Pedro parece ter sido iniciado na maçonaria, mas não há consenso, entre os historiadores maçônicos,  sobre a data exata.  Três dias depois do Manifesto, ele foi elevado ao grau de mestre maçom. Em 7 de setembro, ocorreu o Grito do Ipiranga. Em 9 de setembro, em reunião maçônica no Grande Oriente do Brasil, Dom Pedro foi proclamado imperador. Os acontecimentos se precipitaram. Em 18 de setembro ele escreveu a Dom João VI anunciando que o Brasil não obedeceria mais às Cortes portuguesas. Em 12 de outubro foi aclamado publicamente como imperador. O acordo entre José Bonifácio e os maçons, que era frágil de ambos os lados, se desfez. A maçonaria havia exigido de Dom Pedro três papéis assinados em branco e o juramento prévio da futura Constituição, fosse qual fosse o seu texto. Como resposta, em 25 de outubro, Dom Pedro fechou o Grande Oriente do Brasil, e, no dia 30, Bonifácio processou os principais líderes maçônicos. Dia 3 de novembro, Bonifácio ordenou a prisão de Gonçalves Ledo, mas ele escapou para a Argentina, onde foi recebido com honras pelos dirigentes da maçonaria local. Em 3 de maio de 1823, finalmente, foi instalada a Assembléia Constituinte. Em 7 de julho, foi desfeita a condenação contra os líderes maçônicos e eles puderam voltar. José Bonifácio se afastou do governo em 17 de julho. Em 16 de novembro, Dom Pedro fechou a Assembléia Constituinte, e Bonifácio foi preso e desterrado para a França, onde ficaria por vários anos. Em fevereiro de 1824, Dom Pedro outorgou a primeira Constituição brasileira. Em 2 de julho, o maçom Pais de Andrade, presidente da Junta de Governo de Pernambuco, lançou a chamada “Confederação do Equador”, proclamando a República,  e pediu apoio dos Estados vizinhos.  O movimento republicano foi vencido em novembro e seus líderes mortos.  Nenhum carrasco aceitou enforcar Frei Caneca, como queriam as autoridades, e ele teve de ser fuzilado.  Dom Pedro I abdicou do trono em 7 de abril de 1831, e depois disso o Grande Oriente do Brasil foi reorganizado. Durante um breve tempo, houve então um acordo de paz entre José Bonifácio e Gonçalves Ledo. As principais forças políticas da época tinham um comportamento mutável e incoerente. Não havia um projeto histórico claro, com a exceção do Brasil planejado por José Bonifácio. Esse foi o esboço de projeto histórico que acabou, em parte, prevalecendo: um país unido, que caminhasse em direção à abolição da escravatura e à reforma agrária.  Significativamente, o sonho político dos republicanos já é realidade, mas a reforma agrária ainda não ocorreu: é mais fácil mudar a forma do que a substância. O movimento maçônico participou de todas as lutas daquele período, e até do período posterior à proclamação da República em 1889, expressando, pela sua atuação freqüentemente desordenada e contraditória, os talentos e as fraquezas da alma brasileira.   Cumprida uma  etapa histórica, a maçonaria despolitizou-se,  o que é bom. Quando estudamos as décadas mais conturbadas do século 19,  em que não faltaram golpes e  contragolpes na vida política brasileira, é sempre oportuno lembrar dos versos do poeta inglês Alexander Pope (1688-1744): “Toda a natureza é apenas arte, desconhecida por ti; Todo acaso, apenas direção, que tu não podes ver; Toda discórdia, harmonia não compreendida; Todo mal parcial, bem universal; E apesar do orgulho, e da razão que falha, Uma verdade é clara: tudo o que é, é correto.” [3] A verdade é que nem sempre há muita coisa de novo sob o sol.  No início do século 21, os sonhos de Tiradentes e Frei Caneca, assim como os projeto mais abrangente de José Bonifácio, só são desatualizados e contraditórios na sua superfície externa e aparente. Na realidade, eles continuam essencialmente atuais, assim como os Manifestos que proclamaram a independência em Primeiro de Agosto e Seis de Agosto de 1822.    O Brasil, visto como um povo, continua acumulando forças e avançando passo a passo, naturalmente, na direção de uma maior independência nacional; sem pretender uma “separação” em relação ao resto do mundo, mas apontando para a justiça social, a reforma agrária,  a preservação do meio ambiente e – claro – a  ética na política e na administração pública.

Um fundo imobiliário pode desvalorizar ao estrear na bolsa?


Internauta pergunta por que o fundo em que ela investiu apresentou queda acentuada logo no seu primeiro dia na bolsa

Editado por Julia Wiltgen, de 
Miguel Medina/AFP
Bolsa de valores apresenta desvalorização
Gráfico da bolsa em queda: ler o prospecto inicial de um fundo é essencial antes de investir
Dúvida da internauta: Comprei no meu banco 2.500 cotas do fundo imobiliário TB Office, no valor de 100 reais a cota. Fiz a compra durante o período de reserva do fundo (antes de sua estreia na Bolsa), com a promessa do gerente de que seria um ótimo negócio. O montante, que totalizava 250 mil reais, saiu da minha conta em abril. Quando o fundo estreou na Bolsa em junho, o valor das cotas caiu de 100 para 85 reais. O fundo estava sobreavaliado quando o banco me vendeu as cotas? Ele não foi ofertado na Bolsa pelos 100 reais que paguei?

Resposta de Arthur Vieira de Moraes*:
Fundos imobiliários são produtos mais complexos do que a maioria dos fundos que costumam ser ofertados em agências bancárias, e por isso demandam mais envolvimento e cuidados por parte dos investidores.
A oferta inicial de um fundo imobiliário se dá no chamado mercado primário: as cotas ainda não são negociadas em bolsa, mas sim distribuídas nas corretoras de valores e nas agências bancárias. Os investidores não podem questionar o valor das cotas; ou aceitam e pagam o preço estipulado ou não aceitam e não investem no fundo.
No caso do fundo em questão, foram emitidas 10.050.000 a 100 reais cada, que totalizaram o valor de 1.005.000.000 de reais (um bilhão e cinco milhões de reais). O valor foi usado para adquirir um prédio de escritórios localizado em São Paulo, o Tower Bridge Office. Para chegar a esse preço é feito um estudo, por uma consultoria especializada, que atesta o valor do imóvel por meio de um laudo de avaliação. O documento consta no prospecto inicial do fundo imobiliário. Portanto é pouco provável que as cotas sejam sobreavaliadas.
Após o término da oferta pública, as cotas passam a ser negociadas na BM&FBovespa, o chamado mercado secundário. No primeiro dia de negociação a bolsa toma como base o preço de lançamento, que foi 100 reais no caso do TB Office, mas as cotas vão variar conforme as condições de mercado e são livremente precificadas pelos investidores. Podem subir ou cair independentemente de quanto vale o imóvel do fundo. Este é um (dentre vários) dos riscos a que o investidor se expõe. A relação de todos os riscos do investimento também consta no prospecto inicial do fundo.
Note o quanto é importante ler o prospecto inicial antes de decidir pelo investimento num fundo imobiliário. Independentemente do que o gerente do banco diga, compete a cada investidor conhecer o fundo em que pretende investir.
Abaixo a transcrição de parte do texto da primeira página do prospecto do seu fundo:
“Antes de investir nas Cotas, os potenciais Investidores deverão realizar sua própria análise e avaliação do Fundo, de sua política de investimento, de sua condição financeira e dos riscos decorrentes do investimento nas Cotas.”
“Os Investidores devem ler a seção 'Fatores de Risco' nas páginas 57 a 69 deste Prospecto, para avaliação dos riscos que devem ser considerados para o investimento nas Cotas.”
Da próxima vez que pretender investir em fundos imobiliários procure uma corretora de valores, onde encontrará profissionais especializados neste tipo de investimento. Mas não deixe de se informar sobre o fundo lendo o prospecto e os relatórios gerenciais do administrador, independentemente do que te digam ou prometam.
*Arthur Vieira de Moraes é advogado, agente autônomo de investimentos e membro orientador do Instituto Nacional de Investidores (INI). Tem 34 anos e atua profissionalmente no mercado de capitais desde 1999.

Elevador para carros é uma alternativa


Equipamento semelhante ao usado em oficina amplia espaço em condomínios onde faltam vagas na garagemJOÃO CARLOS MOREIRA
jcmoreira@diariosp.com.br
Num momento em que a questão das vagas de garagem em condomínios chega à discussão sobre o Plano Diretor da capital, uma solução para a falta de lugar para estacionar carros nos edifícios residenciais tenta ganhar espaço na administração desses imóveis. A instalação de elevadores semelhantes aos utilizados em oficinas mecânicas pode aumentar o número de locais para automóveis, embora o custo da medida ainda seja salgado para os moradores.
Chamados de duplicadores de vagas, os elevadores têm preços de R$ 9 mil a R$ 11,5 mil e são utilizados principalmente em estacionamentos e em prédios comerciais como hotéis e hospitais. Para Renato Tichauer, vice-presidente da Assosindicos (Associação dos Síndicos de Condomínios Residenciais e Comerciais do Estado), o equipamento pode ser a solução em alguns casos de falta de espaço.
“O uso do elevador é uma medida inteligente, mas sua aplicação tem de ser analisada caso a caso, avaliando o custo/benefício e sua viabilidade”, disse Tichauer. “O custo não é baixo. Nem sempre a instalação é possível. Nossos prédios em geral têm garagens pequenas, com pé-direito baixo”, afirmou.
Gilberto Oliveira Camargo, gerente de vendas da fábrica de duplicadores Krebs Parking Systems, disse que é possível instalar o equipamento em garagens com 2,90 metros de pé-direito, mas há indústrias que consideram 3,30 metros a altura ideal. A instalação dos elevadores é feita pelos fabricantes.
“Temos conversado com engenheiros e arquitetos sobre a possibilidade de os prédios terem garagens mais altas. Isso facilitaria a instalação e resolveria o problema da falta de espaço”, disse Rodrigo Lourenço Guilhem, gerente de vendas da fabricante de elevadores Primax.
Setor imobiliário tem dúvidas sobre eficiência da restriçãoPara o presidente do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação de Imóveis), Claudio Bernardes, o mercado de imóveis começa a buscar soluções para o problema da falta de vagas em garagens, mas a questão exige outras alternativas além da ampliação de espaços em prédios e condomínios. Segundo ele, a discussão sobre o Plano Diretor da cidade está correta ao propor o adensamento populacional em áreas próximas a corredores e terminais de ônibus e estações do Metrô, mas tem dúvidas quanto à restrição ao número de vagas para automóveis.
“Uma coisa é ter o carro parado na garagem, outra é usá-lo. Também é preciso avaliar se o transporte público consegue absorver 50% das pessoas que andam de carro hoje”, afirmou. “É importante discutir todas essas questões no Plano Diretor”, afirmou. Ele disse que, desde 2004, o mercado imobiliário criou 1 milhão de vagas na capital, mas foram licenciados 1,4 milhão de carros.
MAIS
Duplicadores suportam até três mil quilosOs duplicadores de vagas disponíveis no mercado suportam até 3 mil quilos e têm funcionamento hidráulico. Um carro médio pesa 750 quilos. A instalação dos equipamentos é feita pelos próprios fabricantes, assim como a manutenção que for necessária.
5.346 
estacionamentos funcionam na capital, diz o sindicato do setor
Procura por aparelho cresceu em cinco anosRodrigo Guilhem, da Primax, disse que a procura pelos duplicadores cresceu nos últimos cinco anos, com o aumento das vendas para prédios comerciais. Em 2012, ele vendeu em média 30 equipamentos ao mês, mas neste ano houve  queda. “A economia está fraca”, justificou ele.

Pôquer é tema de sala de aula na Unicamp de Limeira

Por  em 2 de setembro de 2013



Já imaginou o pôquer influenciando na vida de universitários, em uma sala de aula onde o esporte é ensinado e discutido, mas não praticado?
Pois é assim a vida para 130 alunos da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp em Limeira, interior de São Paulo.
A disciplina “Fundamentos do Pôquer” começou a ser dada esse mês na universidade e é tratada apenas como matéria opcional.
Mas, por conta da popularização do jogo, bateu recordes de inscrições. Segundo as estatísticas da Unicamp de Limeira, a média das atividades extracurriculares são de 60 alunos inscritos. A aula de pôquer superou os 200 candidatos, mas apenas 130 felizardos foram escolhidos por limitações da sala de aula.
Pôquer: sucesso em cassinos e nas salas de aula da Unicamp
Pôquer: sucesso em cassinos e nas salas de aula da Unicamp
Para se ter uma ideia da popularização da nova matéria, que está vinculada ao curso de Ciências do Esporte, a aula recebe estudantes dos mais variados cursos como administração, administração pública, engenharia de produção, tecnologia e até nutrição.
O curioso é que as cartas não são postas a mesa, literalmente. Na aula, as discussões e temas são apresentados de modo que possam ajudar os futuros jogadores na tomada de decisões em circunstancias reais.
Os alunos assistem vídeos de partidas, observam os movimentos dos competidores e, ao lado do professor, tentam entender qual seria a melhor saída para cada caso. A prática emsites com salas de pôquer grátis, como a do exemplo no site Full Tilt Poker, também é recomendada como “dever de casa”.
O que a estratégia do pôquer pode nos ensinar?
O que a estratégia do pôquer pode nos ensinar?
“Fundamentos do Pôquer” estreou neste semestre na Unicamp de Limeira e, pelofeedback da primeira turma, deve ser uma disciplina com frequente presença de alunos daqui pra frente. É o esporte colaborando com o ensino e com a carreira de muitos universitários.

Autor

Enrico Cardoso – escreveu  posts no Jornal do Empreendedor.
Enrico Cardoso trabalha com storytelling para construção de marcas. Acredita que toda empresa tem uma única oportunidade de se transformar em uma grande marca: contando histórias.

Mensagem de Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico


 
Ao pôr-do-sol do dia 4 de setembro teremos o início, pelo calendário judaico, do ano 5774. 

Rosh Hashaná celebra a criação do mundo e da humanidade. A festa não comemora algum acontecimento específico do povo judeu, mas a unidade da humanidade. A celebração mostra que, mesmo com todas as diferenças entre os povos, a paz é possível.

É também esta a mensagem deixada pelo papa à comunidade judaica brasileira, ao afirmar que o diálogo com os judeus é uma prioridade para ele.

Esperamos que 5774 seja um ano que traga mais paz, democracia e justiça social. Francisco nos disse em Aparecida que ser um bom cristão é ser também um bom judeu.  Levemos este espírito do diálogo adiante, para que possamos concretizar o sonho de viver em um mundo melhor. 

Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil
CONIB - Confederação Israelita do Brasil - Visite o nosso site - Fale Conosco: info@conib.org.br

Móveis inteligentes se transformam para economizar espaço na casa

Com dupla funcionalidade, mobília esconde sua verdadeira utilidade
Durante o dia ela fica escondida, dentro do bloco de madeira que serve como aparador. Durante a noite é que ela se transforma e sai do armário – literalmente. Ao abrir a porta, o móvel mostra que é mais do que um item de decoração, é uma cama.
Cama fica escondida atrás do armário (Fotos: Divulgação)
Móveis que se transformam estão na moda. As casas e apartamentos novos estão encolhendo e este fator mostra a necessidade de itens que tenham mais de uma utilidade para otimizar o espaço.
Como muitos imóveis são pequenos, a engenheira e designer de interiores Ana Andrade diz acreditar que é necessário pensar de uma forma arquitetada para ocupar cada espaço da melhor maneira possível.
Há diversas opções de móveis inteligentes para ajudar a aproveitar o ambiente. “Na cozinha, é possível colocar uma bancada retrátil. Como é possível recolhê-la, pode-se fazer uma refeição rápida e então guardá-la”, afirma a designer.
Cadeira pode se transformar em uma escada
No cômodo onde se prepara comida, um armário com rodinhas pode sair debaixo de uma bancada. “Levando este móvel para o centro da cozinha, ele pode virar uma mesa de apoio”, orienta a profissional.
Uma pia giratória também é peça que faz muita diferença em uma cozinha minúscula. De um lado fica a tábua de corte, enquanto na outra fica o escorredouro. Como ela é rotacional, o cozinheiro não precisa ficar circulando pela cozinha.
Com alguns truques, sofá vira beliche
Algumas mesas de quatro lugares podem revelar espaço extra ao serem ampliadas. No dia a dia, ela pode ficar fechada e somente quando a visita chegar, o objeto pode ser ampliado.
Aqueles que gostam de jogos de cartas mas não têm espaço para colocar uma mesa própria para a diversão, existe uma alternativa. “Há opções de tampos removíveis, onde um lado fica para o carteado e o outro uma superfície lisa para outras finalidades”, diz Ana.
Na sala, bancos e mesas laterais podem ser transformados em uma peça que tem funcionalidade tanto para sentar como para apoio. “A superfície do móvel tem que ser reta e plana, para que, se um copo for colocado sobre ele, não caia”, afirma a especialista.
Uma cristaleira pode ficar fechada enquanto a visita não chega e então expandida quando os convidados estiverem na casa. “O móvel deixa de ser uma peça de decoração para virar um bar”, diz a designer.
Jogo de mesa oferece espaço para colocar objetos
De acordo com a engenheira, quartos de hóspedes têm sido abolidos dos imóveis. “Hoje em dia os apartamentos são bem menores, portanto as pessoas querem fazer do dormitório um espaço funcional, como um escritório, brinquedoteca e eventualmente um ambiente para uma visita dormir”, explica Ana. Portanto, um sofá que vire cama é uma alternativa para oferecer uma noite de sono.
Pia giratória reduz circulação de pessoas na cozinha pequena
“Os sofás retráteis atuais têm estética muito melhor do que os de antigamente”, opina a designer. Caso a visita decida passar a noite na casa em que é recepcionada, é só puxar o assento. “Não parece que é cama e é bem confortável, sem ocupar área específica no imóvel”, diz Ana.
Cuidados - Investir em uma mobília inteligente ajuda muito a aproveitar bem o espaço que se tem, mas é preciso cautela para o que parece um móvel útil não atrapalhe a rotina dos donos da casa.
“É importante avaliar qual móvel vai fazer a brincadeira do multifuncional. Se der mais trabalho do que praticidade, gera um problema ao invés de auxiliar”, alerta Ana.
Cama escondida no armário é ideal quando ela é para as visitas. Já no dia a dia ela não é tão prática quanto parece
Uma cama que entra no armário, por exemplo, é uma ótima solução para economizar espaço. No entanto, é uma alternativa ideal se o móvel for utilizado ocasionalmente, como um móvel apenas para as visitas dormirem. “Abrir e fechar a cama todos os dias trará a preocupação de onde colocar a colcha, etc…”, diz Ana.
Para a designer, ao escolher o móvel inteligente é importante visualizar se ele vai ser prático ao ponto de colocar em uso com frequência as duas funções que ele pode desenvolver.
Além da funcionalidade e estética, a preocupação também deve caminhar na direção da durabilidade do material. “Este tipo de móvel acaba não sendo tão econômico, então é preciso uma estrutura bem resistente. As mesas retráteis, por exemplo, fazem o movimento de abrir e fechar frequentemente, portanto precisam ser feitas com material de qualidade ”, ressalta a profissional.
Fonte: Zap

Ministro do STF relata ações de banco no qual obteve empréstimo milionário


Responsável no Supremo por dois recursos de autoria do Banco Mercantil do Brasil, Dias Toffoli conseguiu R$ 1,4 milhão em créditos, além de descontos de juros, numa operação considerada 'pouco usual' até por superintendente da instituição

29 de agosto de 2013 | 2h 11


Fábio Fabrini e Andreza Matais - O Estado de S.Paulo
Brasília - Relator de processos do Banco Mercantil do Brasil, o ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli obteve empréstimos de R$ 1,4 milhão da instituição financeira, a serem quitados em até 17 anos. Com sede em Minas, o banco de médio porte concedeu desconto nos juros dos dois empréstimos feitos pelo magistrado, após decisões nos processos. A alteração assegurou uma economia de R$ 636 mil no total de prestações a serem pagas.

Toffoli durante sessão de julgamento do mensalão - Ed Ferreira/AE
Ed Ferreira/AE
Toffoli durante sessão de julgamento do mensalão
Segundo o Código do Processo Civil, o Código de Processo Penal e o Regimento Interno do Supremo, que tem força de lei, cabe arguir a suspeição do magistrado quando alguma das partes do processo for sua credora.
Toffoli relata ações do Mercantil desde que assumiu a cadeira no Supremo, em 2009. Ele contraiu os dois empréstimos em 2011. A redução dos juros, em abril deste ano, foi considerada "pouco usual" para os padrões da instituição até por funcionário do banco.
O primeiro empréstimo, de R$ 931 mil, foi concedido em setembro de 2011, em 180 parcelas fixas de R$ 13,8 mil, a serem pagas até 2026. Conforme escritura da operação, registrada em cartório, Toffoli deu como garantia de pagamento sua casa no Lago Norte, em Brasília.
Liberado três meses depois, o segundo crédito, de R$ 463,1 mil, teve pagamento definido em 204 prestações fixas de R$ 6,7 mil, com vencimento até 2028. Para assegurar o pagamento da dívida, o banco aceitou o mesmo imóvel de Toffoli, fazendo uma "hipoteca em segundo grau".
Em ambos os casos, os juros fixados num primeiro momento foram de 1,35% ao mês.
As parcelas inicialmente definidas nos contratos somavam R$ 20,4 mil, mais que a remuneração líquida de Toffoli no Supremo à época, que girava em torno de R$ 17,5 mil. Em abril deste ano, as duas partes repactuaram os empréstimos, por meio de aditivos às cédulas de crédito originais, registrados em cartório.
Conforme os registros, o banco baixou a taxa para 1% ao mês. Com a alteração, a soma das prestações caiu para R$ 16,7 mil mensais - representa um comprometimento de 92% dos ganhos atuais do ministro no Supremo.
Toffoli afirmou ter outras fontes de renda e negou relação entre os processos dos quais é relator e os empréstimos. O banco não quis se pronunciar sobre o caso (mais informações abaixo).
Mais que VIP. O Estado consultou dois gerentes da agência responsável pelo relacionamento com Toffoli, em Brasília. As taxas oferecidas para empréstimo de mesma natureza e com garantias semelhantes a "clientes VIP" variaram entre 3% e 4% ao mês, com parcelamento em, no máximo, quatro anos.
O superintendente do Mercantil em Brasília, José Alencar da Cunha Neto, representou o banco em uma das operações com Toffoli. Ele afirmou que não participou da negociação, mas admitiu que a redução de juros, nas condições descritas nas escrituras do negócio, é atípica: "Não saberia dizer o que aconteceu com a negociação. Confesso que não é muito usual", disse.
Segundo Cunha, a redução é mais comum quando o cliente oferece mais garantias do pagamento. Assim, como o risco de calote fica menor, é possível aliviar os juros. No caso do ministro, conforme os documentos, isso não ocorreu.
Vaivém. Em um dos casos que Toffoli relata, o Mercantil tenta ser compensado por contribuições que afirma ter feito em porcentual maior que o realmente devido ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em junho de 2011, três meses antes do primeiro empréstimo, Toffoli negou recurso do Mercantil nesse processo. Segundo ele, não cabia reapreciação do caso, com base na jurisprudência do tribunal, por se tratar de "coisa julgada".
Depois de concedidos os dois empréstimos, em janeiro de 2012, ao analisar um agravo regimental do banco, o ministro suspendeu o processo até o julgamento de outros dois recursos nos quais foi reconhecida repercussão geral de questão similar. Na prática, a decisão manteve o caso em discussão no Supremo.
A repercussão geral é um instrumento que permite ao STF selecionar um recurso, considerado relevante, para julgamento. A decisão nesse recurso servirá de parâmetro para as demais instâncias em casos idênticos.
Em outro processo sob relatoria de Toffoli, o Mercantil questiona lei que aumentou de 3% para 4% a alíquota da Cofins para bancos. O processo foi distribuído ao ministro em 16 de setembro de 2011, 14 dias após o primeiro empréstimo. Em 28 de novembro do mesmo ano, ele reconheceu repercussão geral. "Foi uma decisão favorável, porque demonstra que é um assunto que o STF vai discutir", disse a advogada Daniela Procópio, do escritório que representa o banco.