quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ray Charles - What'd I Say LIVE (+playlist)

Covardia, desrespeito ao dinheiro do clubes e outros interesses explicam a falta de apoio dos cartolas ao Bom Senso FC


De Vitor Birner
Os dirigentes de clubes não manifestaram, ao menos até agora, apoio ao Bom Senso FC.
Eis uma situação bizarra, lamentável e simbólica de como o gestores das grandes instituições do futebol cuidam do time que você ama.
Eles deveriam ser os maiores críticos do calendário da CBF.
Pagam fortunas de salários, investem dezenas de milhões de reais na contratação e formação de profissionais para as equipes que ‘cuidam’, sabem da queda de rendimento e aumento de lesões geradas pela falta de pré-temporada, têm noção da perda de qualidade do produto final de seu trabalho por causa disso e mesmo assim mantêm o sepulcral silêncio.
Eles adoram falar em profissionalismo, dizem que o futebol “hoje em dia é um negócio”, sempre citam a importância do marketing, mas apoiam quem danifica, pois reelegem os presidentes de federações estaduais e da CBF, o objeto milionário que montaram.
Seria mais ou menos como se você tivesse uma fábrica, gastasse milhões para fazer o melhor produto e concorrer em alto nível, alguém de fora fizesse algo que baixa a qualidade dele e a sua empresa ficasse ao lado de quem prejudicou aquilo que ela oferece ao público.
Resumindo, é uma grande, sem graça e irritante piada de mau gosto.
Realmente o valor do dinheiro no planeta futebol tupiniquim tem valor e tratamento diferente do que vemos no restante da sociedade.
Por que estes mesmos cartolas não tratam a grana de seu negócios pessoais como fazem com a dos times de futebol?
Quando o assunto é administração dos clubes e seriedade, continuamos na idade da pedra.

A burrice do “ano atípico” e outras asneiras dos cartolas e dos “jênios”


Juca Kfouri

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Não há estupidez maior do que dizer que o ano que vem é um ano atípico, porque ano de Copa do Mundo.
Não há ano mais típico no futebol do que os anos de Copa do Mundo.
Desde 1930, a cada quatro anos, com exceção dos anos 40 por causa da Segunda Guerra Mundial, sabe-se que a cada quatro anos haverá uma Copa do Mundo.
Como são risíveis os argumentos de cartolas obtusos e torcedores sem noção que comparam o trabalho dos jogadores de futebol com outras categorias profissionais, esquecidos de que não trabalham em palcos públicos, para 80 mil pessoas, fora os milhões da televisão.
Tem até aqueles jênios que dizem que jogam suas peladas ao meio-dia em pleno verão e não morrem por isso, além de serem capazes de jogar outra vez depois de uma boa cervejada. Jênios!
Ou os que comparam jogadores de tênis, basquete, vôlei aos de futebol, sem atentar para as diferenças de intensidade, esforço, duração de cada atividade esportiva, ou para as que são predominantemente aeróbias ou anaeróbias.
Um jogador de futebol corre cerca de 12 quilômetros por jogo, contra, por exemplo, oito do jogador de basquete, sem contar os piques, os arranques, enfim, tudo isso que a Ciência do Esporte, os fisiologistas estão cansados de demonstrar.
Cartolas e jênios deveriam, ao menos, pesquisar.
Quem sabe, assim, suas orelhas parem de crescer.
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Preço de imóveis em SP é o dobro que similares em Orlando


PORTALVGV 23/09/2013 0

Procura por unidades residenciais na Florida (EUA) cresceu 42% no primeiro semestre, aponta a Lello
A procura de brasileiros por imóveis residenciais em Miami e Orlando (EUA) cresceu 42% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2012. A informação é da Lello, empresa líder em administração imobiliária no Estado de São Paulo, que desde 2012 comercializa empreendimentos nas duas cidades da Flórida em parceria com a consultoria Faccin Investments.
Segundo a administradora, um imóvel de três dormitórios na cidade de Orlando custa entre R$ 414 mil e R$ 575 mil (câmbio de 11 de setembro de 2013), enquanto unidades similares em bairros nobres de São Paulo, como Morumbi, Jardins, Campo Belo e Vila Nova Conceição ultrapassam R$ 1 milhão. A diferença tem motivado a alta procura de brasileiros por empreendimentos residenciais na Flórida.
Do total de brasileiros que procuram imóveis em Miami e Orlando, 50% o fazem como investimento e 47%, para passar férias. A população brasileira de Miami é estimada em 300 mil pessoas, num universo de 2,5 milhões de habitantes.
Para atender à demanda dos brasileiros, a Lello tem promovido eventos para grupos de interessados previamente convidados, oportunidades em que apresenta novidades do mercado imobiliário norte-americano.
O próximo ocorre em 24 e 25 de setembro, na filial Vila Nova da empresa, quando será apresentado o lançamento do Lucaya Village Resort, com casas totalmente equipadas e projetadas sob o conceito de resort, de três dormitórios, a partir de US$ 193 mil.
“A procura de brasileiros por imóveis na Florida não para de crescer e por isso estamos ampliando cada vez mais o nosso leque de ofertas. Estamos preparados para atender qualquer demanda, desde apartamentos de luxo em Miami a casas de condomínios em Orlando”, diz Roseli Hernandes, diretora comercial da Lello Imóveis.

Lula diz estar de volta e anuncia a “desgraça de alguns”. Ele também ataca a imprensa e promete dizer algumas verdades sobre o mensalão… Deve saber o que fala… Afinal, foi seu principal beneficiário


Lula, o bravateiro, está de volta, naquele seu estilo “faço, aconteço, cuidado comigo!” Há quem goste? Há, sim. Muita gente! A imprensa que ele hoje detesta ajudou a criar o mito. A culpada não é essa geração que está aí, boa parte já, como direi?, nascida petista, sem poder “oPTtar”. Refiro-me à de eras priscas. Ele parecia trazer, assim, aquela suposta verdade natural do povo, caída da árvore da vida. E acabou, com o seu partido, por se tornar o maior beneficiário de todas as mazelas da política brasileira. A propósito: o trocadilho gráfico não é meu. É do PT dos anos 1980. Criou-se, então, uma camiseta que trazia a palavra “oPTtei”, assim, com a sigla em destaque. Era como aderir a uma religião. Era como se um alopata se tornasse homeopata. Era como se um carnívoro se tornasse macrobioto (não errei, não; é “macrobioto” mesmo!). Era como atravessar o umbral da iluminação. Daquele pântano, nasceu essa flor.
O ex-presidente concedeu uma entrevista a jornalistas vinculados a jornais sindicais. E fez um advertência: “Para felicidade de alguns; para desgraça de outros, é o seguinte: eu estou no jogo”. DESGRAÇA? Então um ex-presidente da República, que ocupou por oito anos o cargo mais importante do país; que segue sendo o chefe máximo de uma dos maiores partidos; que tem um poder descomunal em razão da influência que exerce nos sindicatos (e estes nos fundos de pensão); que transita com desenvoltura entre os grandes empresários do país de qualquer setor; que segue sendo o xodó de áreas importantes do setor financeiro; então, depois de tudo o que destino e circunstâncias lhe deram, este senhor tem o desplante de dizer que está voltando “para a desgraça de outros”? De quem? A vida de quais pessoas este senhor pretende “desgraçar”?
Tenho cá algumas hipóteses. É bom que se tenha claro, sem meios tons: essas palavras de Lula são sempre uma espécie de senha para o vale-tudo a que seu partido se dedica em campanhas eleitorais. Os que decidirem enfrentar o PT em 2014 têm de ter claro: vão ter de se confrontar com o anunciador de “desgraças”. A máquina de difamação, financiada com milhões saídos dos cofres públicos, a esta altura, já se prepara para o trabalho de difamação, para a feitura de dossiês, para a organização de correntes sujas na rede, para a mobilização do sindicalismo barra-pesada contra governantes de oposição. É o que quer dizer o anúncio da desgraça. E, não é menos evidente, também quer ser o bicho-papão. Está a dizer o seguinte: “Se o negócio não der certo com Dilma, então é comigo; estou no jogo”.
O chefão do PT voltou a atacar a imprensa: “Muita coisa evoluiu no Brasil, mas os meios de comunicação não quiseram evoluir. Saíram de um momento de pensamento único em defesa do governo anterior ao nosso e passaram a um pensamento único contrário. Até hoje continua assim”. São várias tolices combinadas. A Internet permite o acesso à imprensa daquele período. O acervo de VEJA, por exemplo, está à disposição. Se algo se pode dizer do jornalismo nos oito anos do governo FHC, o juízo é o oposto: foi duro até demais. Aliás, os petistas jamais reclamaram da imprensa quando na oposição porque sabiam que estavam entre seus principais pauteiros. Chegando ao poder, Lula queria os jornalistas como “companheiros”. Uma penca decidiu se ajoelhar, mediante pagamento. Outro tanto aderiu por convicção mesmo. E sobraram, felizmente, os que continuaram jornalistas, não fazendo nem uma coisa nem outra. É com esse grupo que ele não se conforma. Para combatê-lo, o governo petista recorre aos cofres públicos e das estatais e financia uma rede verdadeiramente criminosa na Internet. Práticas assim só existem hoje em países como Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua…
Mensalão
Mais uma vez, o bravateiro promete dizer algumas “verdades” sobre o mensalão. É mesmo? Até agora, ele só fez o contrário. Diz que está com a “garganta coçando”, mas, antes, quer esperar o fim do julgamento. Não é a primeira vez que ele promete por os pingos nos “is”. Falou a mesma coisa no fim do seu segundo mandato. Não tinha nada a dizer. Quem sabe agora, não? Segundo este judicioso cavalheiro, há ministros no STF que demonstram conhecer o processo; outros, entende-se, não sabem de nada. Deixem-me ver de adivinho: Lula deve colocar entre os bons ministros Dias Toffoli, seu ex-subordinado, e Ricardo Lewandowski, o filho da amiga de dona Marisa… Já, suspeito, Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa ou Marco Aurélio Mello, para citar alguns, devem estar entre os que não sabem de nada, né?
O PT já se apresentou como a esperança vencendo o medo. Agora Lula quer deixar todo mundo com medo para ver se derrota previamente a esperança de muitos milhões.
Por Reinaldo Azevedo

‘A lei é para todos, mas a impunidade, para poucos’, de José Nêumanne


Publicado no Estadão desta quarta-feira
JOSÉ NÊUMANNE
Na teoria, os seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que votaram pela aceitação dos embargos infringentes dos condenados do mensalão que tiveram quatro votos contra a sentença majoritária se inspiraram na mais nobre das intenções, a de garantir plena defesa a réus julgados não em última, mas em única instância. Os ex-dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) e no primeiro governo federal deste José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha, entre outros, foram beneficiados por um princípio jurídico cuja definição – “garantismo” – não consta do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Mas tem sido tão usado em discursos no mais alto tribunal que pode até ter entrado no pequeno universo vocabular da grande massa da população. No “juridiquês”, o termo pomposo significa direito à defesa total. No popular, empurrão com a barriga ou impunidade.
A reportagem de Valmir Hupsel Filho e Fausto Macedo na edição de domingo (22 de setembro) deste jornal não deixa dúvida quanto a isso. Pelas contas dos repórteres, “chance de novo julgamento no STF pode adiar sentença de mais 306 ações penais”. Ou seja, a oportunidade dada por seis em 11 ministros supremos aos petralhas-em-chefe, num processo que dura mais de sete anos para julgar delitos de que são acusados há mais de oito, esticará a delonga notória de que gozam réus em 306 ações penais e 533 inquéritos criminais, alguns dos quais se tornarão ações desde que as denúncias sejam aceitas pela Corte.
Entre estes há ex-inimigos do PT convertidos à grei dos comensais do poder socialista. De acordo com o levantamento dos dois repórteres, o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que de acusado de “filhote da ditadura” passou a aliado fiel na campanha vitoriosa de Fernando Haddad à prefeitura paulistana, responde a duas ações por crimes contra o sistema financeiro nacional. Numa delas, a 461, de 2007, também é acusado por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Caso similar é o de Fernando Collor de Mello, a quem a bancada petista negou até o direito de renunciar para lhe impor a humilhação do impeachment, interrompendo mandato que ganhou nas urnas contra o principal líder dela, Luiz Inácio Lula da Silva. De volta à política como senador de Alagoas pelo PTB, depois de absolvido por inépcia da denúncia que o defenestrou do cargo máximo do Poder Executivo, pertence à base de apoio, na qual tem prestado relevantes serviços ao governo do PT, PMDB e outros aliados. Ele é réu em duas ações desde 2007: numa é acusado por cinco crimes, entre os quais corrupção passiva e ativa, e em outra, por delitos contra a ordem tributária.
Outro beneficiário da decisão da maioria do plenário do STF é o maior partido da oposição ao governo a que Maluf e Collor dão apoio parlamentar – o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Desde 2009 o deputado federal Eduardo Azeredo (MG) responde à Ação Penal 536 pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores. O caso é conhecido como “mensalão mineiro” e inspira o mantra com que os petistas cobram tratamento igualitário da Justiça.
Pois é exatamente de tratamento desigual que se trata. Dirceu, Genoino, João Paulo, Maluf, Collor e Azeredo, entre tantos outros, gozam de dois privilégios negados aos lambões de caçarola das periferias metropolitanas e aos mutuários do Bolsa Família nos sertões. O primeiro é o acesso à última instância do Judiciário, reservada para quem possa pagar – ou quem tenha amigos dispostos a fazê-lo – os advogados mais caros. Outro, ainda mais incomum, é o da instância única. Mandatários do governo e da oposição são poupados dos contratempos dos julgamentos em baixas instâncias da Justiça pelo chamado “foro privilegiado” e respondem direto à Corte máxima do Judiciário.
Não foi, então, por coincidência que a sexta e decisiva adesão ao recebimento dos embargos – e é bom que se diga que há fundamento jurídico para qualquer decisão que ele tomasse – tenha sido feita pelo decano Celso de Mello, autor do mais candente voto contra a compra de apoio político no julgamento propriamente dito. O infecto sistema prisional brasileiro, de que reclama o ministro petista da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, o causídico casuísta, é um inferno onde só entram os velhos três pês de sempre: pobres, pretos e prostitutas. Clientes de clubes, alfaiates e restaurantes frequentados por maiorais do Poder republicano que julga são poupados de dissabores como o cumprimento de pena em insalubre prisão fechada.
Sem ser injusto com o decano – cinco pares votaram com ele –, mas apenas para aproveitar a oportunosa ensancha da citação com que abriu seu voto de desempate (e não de Minerva, pois a deusa romana, coitada, nada tem que ver com isso), o patrono dos majoritários na decisão foi trazido a lume por ele. Poderia ter sido o udenista (condição política execrada pelos réus beneficiários) Adaucto Lúcio Cardoso, que preferiu abdicar da toga a submeter-se à arbitrariedade da ditadura militar que chegou a apoiar. Mas foi José Linhares, o presidente do Supremo que passou à História por ter sido alçado à chefia do Executivo pelos militares nos 93 dias entre a queda do Estado Novo e a posse do primeiro presidente que governou sob a Constituição de 1946. E que ganhou a jocosa alcunha de Zé Milhares, dada pelo populacho que não tem acesso ao Supremo por causa da profícua nomeação de parentes, pela qual sua curta e medíocre gestão se tornou notória.
Parece lógico ter-se o voto decisivo pela aceitação dos embargos inspirado no juiz que simboliza o nepotismo nesta República em que nomear parentes para o serviço público é uma das piores pragas. Não tem esse vício DNA idêntico ao da impunidade de poucos no império da lei para todos?

Presidente do CADE, que investiga suspeita de cartel de trens e roubalheira em SP, omite ter sido chefe de gabinete do deputado do PT que denunciou o caso


Vinicius Carvalho, presidente do CADE, que investiga o caso dos trens e do metrô: escondendo que trabalhou para o deputado do PT que fez a denúncia (Foto: André Dusek / Agência Estado)
CHEFE DO CADE OMITE LIGAÇÃO COM DENUNCIANTE DE CARTEL DE TRENS
Presidente de órgão que investiga suspeitas envolvendo setor metroferroviário trabalhou para deputado que denunciou irregularidades – mas não incluiu informação em currículo
Por Andreza Matais e Fábio Fabrini, do jornal O Estado de S.Paulo
O presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Marques de Carvalho, omitiu em ao menos quatro currículos oficiais ter trabalhado para o deputado estadual Simão Pedro (PT), responsável por representações que apontavam suspeitas de formação de cartel, superfaturamento e pagamento de propina envolvendo contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Documento da Assembleia Legislativa paulista registra a passagem de Carvalho pela chefia de gabinete de Simão Pedro entre 19 de março de 2003 e 29 de janeiro de 2004.
O vínculo não consta de nenhum currículo oficial apresentado por ele desde 2008, quando passou a ocupar cargos no CADE. A omissão ocorreu, inclusive, quando ele viabilizou sua indicação à presidência do CADE pelo Senado em 2012. “Foi provavelmente um lapso”, disse aoEstado o presidente do CADE.
O CADE, órgão que regula a concorrência empresarial no país, fechou em maio deste ano um acordo de leniência com a Siemens, empresa alemã detentora de uma série de contratos com o governo paulista nas últimas décadas. Nesse acordo de leniência – em que a empresa assume irregularidades para amenizar sanções futuras -, a Siemens confessou a existência do cartel e disse que ele atuou nas gestões tucanas no Estado entre os anos de 1998 e 2008.
Assim que o conteúdo do acordo veio à tona, em julho deste ano, integrantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB) acusaram o órgão federal de vazar informações de forma seletiva motivado por questões políticas.
Simão Pedro, que hoje ocupa o cargo de secretário de Serviços da gestão Fernando Haddad (PT) na capital paulista, afirmou que se trata de uma “coincidência” o fato de o caso Siemens, denunciado inicialmente por seu gabinete, emergir no CADE após seu antigo assessor ter assumido a presidência do órgão.
Em um documento enviado ao Senado pela então ministra da Casa Civil Erenice Guerra, em 2010, por exemplo, Carvalho lista suas “atividades profissionais” de fevereiro de 2002 a janeiro de 2003 e, na sequência, as de fevereiro de 2005 a fevereiro de 2006.
Há um hiato justamente no período em que atuou para o deputado petista. Na ocasião, Carvalho já era conselheiro do CADE e estava sendo reconduzido ao cargo. O currículo é detalhado, com nove páginas, elenca oito “atividades profissionais”, mas silencia sobre a passagem pelo gabinete do deputado Simão Pedro.
Em 2012, a ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, também encaminhou o currículo de Carvalho ao Senado. Ela apresentava seu nome para a presidência do CADE por quatro anos. A relação de “atividades profissionais” não mencionou, igualmente, sua passagem pela Assembleia Legislativa [e seu trabalho para o deputado petista].
Os senadores aprovam as indicações para cargos públicos com base em sabatina e no currículo que recebem da Casa Civil. A única menção ao trabalho na Assembleia consta de documento enviado ao Senado em 2008, na primeira indicação de Carvalho para o Conselho. Na ocasião, ele informou que foi chefe de gabinete na Assembleia, mas sem citar o deputado estadual petista.
Os dois históricos profissionais do site do CADE também omitem que Carvalho trabalhou para Simão Pedro.
O deputado apresentou verbalmente suspeitas de irregularidades nos contratos de trens ao Ministério Público paulista em 2010. A representação pedindo investigação foi protocolada meses depois, em fevereiro de 2011. Nela, o deputado mencionava carta de um ex-executivo da multinacional enviada à ombudsman da companhia, detalhando as irregularidades.
Em junho e dezembro de 2012 Simão Pedro fez mais denúncias ao Ministério Público apontando suspeitas na reforma de 96 trens das linhas 1 e 3 do Metrô, nas quais a Siemens atuou. Naquele mesmo ano, Carvalho assumia a presidência do CADE. “Esse negócio da Siemens entrou no radar do Cade em 2012. Até chegar ao acordo de leniência, levou um tempo”, disse o presidente do órgão.
‘Alento’
A autodelação foi oficializada, enfim, em maio deste ano, o que detonou o escândalo. Nas palavras de Simão Pedro, foi “alento”, já que as investigações não andavam no Ministério Público paulista. “Para minha sorte, (o caso) foi ao Cade. O Ministério Público sempre me disse que as provas que eu apresentei não eram suficientes para apresentar uma denúncia”, disse o deputado.
Após o acordo de leniência vir à tona, o Ministério Público reativou 45 ações civis e abriu uma ação criminal para apurar as licitações dos governos tucanos e as suspeitas de pagamento de propina a agentes públicos.
O deputado estadual nega ter mantido contato com Carvalho durante seu período no CADE. Já Carvalho diz não aceitar “acusação de politização da investigação do cartel”.
“Se a empresa vem ao CADE, como o órgão pode ser acusado de estar politizando?”, disse em 17 de agosto, numa reação às acusações dos integrantes do governo tucano segundo as quais o órgão estaria vazando informações de forma seletiva para atingir o PSDB.

PSICANÁLISE DA VIDA COTIDIANA Naufrágios


CARLOS VIEIRA
Quantas crianças morrem sem atendimento, 
Quantas pessoas ficam sem o que comer, 
Quantos pacientes não suportam a dor de não serem atendidos e falecem nas portas dos hospitais. 
Quantas criaturinhas ainda não sabem ler, pois a verba não chegou, foi distribuída entre os donos do poder. 
Quantos milhões e bilhões foram desviados da causa pública. 
Quantos domingos sem poder ir ao parque, 
Quantos gemem e morrem de frio pela falta de agasalho. 
Quantos se afogam no crack, por revolta, ódio, Inveja e desespero. 
Quantos carros oficiais, verbas de paletós, passagens aéreas no lugar dos recursos para alimentação, educação e saúde. 
Quantos nos presídios não terão os benefícios dos futuros “presos oficiais”. 
Quantas lágrimas escorregam pelo rosto, de fome e miséria 
Quantos são mortos para que outros se beneficiem com as benesses do poder. 
Quantos, meu Deus, estão presos sem que se ouça os pedidos de recursos infringentes. 
Quantos jovens, nesse momento, perderam a Justiça como referencia. 
Quantos e quantas pessoas não conseguiram dormir na quarta-feira passada com o anúncio do “julgamento do julgamento”. 
Quantos esforços para resgatar a fé, o sentido de justiça, o direito à sobrevivência e o respeito à civilidade. 
O povo calou, os jovens desistiram de ir às ruas, os fascistas venceram, amedrontaram aos que querem gritar, pedir e exigir um lugar ao sol. 
Quantos serão candidatos, talvez eleitos e reeleitos; quantos serão indicados aos tribunais; 
Quantas caixas de pandora ainda serão abertas e julgadas(?) 
O “julgamento do século” anunciou o Apocalipse!
Carlos.A.Vieira, médico, psicanalista, Membro Efetivo da Sociedade de Psicanálise de Brasília e de Recife. Membro da FEBRAPSI e da I.P.A - London.

O que trava as concessões de infraestrutura? - ARMANDO CASTELAR


CORREIO BRAZILIENSE - 25/09
Meu pai gostava de um ditado que, segundo ele, dizia muito do Brasil: "Aos amigos, tudo; aos indiferentes, a lei; aos inimigos, a lei e seus regulamentos". Em um país com um emaranhado sem-fim de leis, nunca é bom brigar com a burocracia.
O risco de litígio com o governo é um dos entraves a se investir em infraestrutura. No Brasil, esse risco é alto. Nos últimos anos, ficou maior.

Quatro características tornam a infraestrutura mais sensível a esse risco. Primeiro, ela exige altos investimentos em ativos específicos, isto é, ativos cujo valor, quando usado em outra atividade, é relativamente baixo. Pense-se numa estrada: se ela não puder ser usada por veículos que desejam por ela trafegar, ela não vale nada.

Segundo, na infraestrutura investe-se primeiro para obter receitas depois, ao longo de décadas. Terceiro, nos setores de infraestrutura há pouca concorrência, de forma que é preciso um regulador público para evitar a exploração dos consumidores. Quarto, como muita gente consome serviços de infraestrutura, o setor é politicamente sensível.

Dadas essas características, há grande tentação para que o governo prometa mundos e fundos para o setor privado investir, mas também para que, feito o investimento, o governo renegue suas promessas. Sabedores disso, os investidores resistem às promessas e ficam longe desses setores.

A solução tradicional para o problema foi o setor público investir diretamente. Nos últimos anos, porém, viu-se que era melhor o setor privado cuidar dos investimentos e da operação, enquanto se limitava a capacidade do governo de renegar suas promessas.

Esse modelo foi implantado no governo FHC. O resultado foi bom, especialmente quando se considera que o modelo era novidade. Telecomunicações e ferrovias experimentaram um salto nos investimentos e na capacidade de atender a demanda. Em ferrovias e rodovias, melhoraram as vias e o número de acidentes caiu. Infelizmente, quando o investimento privado aumentou, o público caiu, em meio ao ajuste fiscal iniciado em 1998. Na média de 2001-2002, investimos apenas 2,6% do PIB em infraestrutura.

O governo Lula reverteu em parte esse modelo, reduzindo a independência das agências e interferindo nos setores. Inicialmente, tentou substituir o modelo anterior por parceiras público-privadas (PPPs), criadas pela Lei nº 11.079, de 2004. Mas não foi capaz de colocar esse modelo em prática: até hoje o governo federal não realizou nenhuma PPP.

Abandonadas as PPPs, voltou-se ao modelo antigo, de investir diretamente via setor público. O PAC é a expressão maior desse esforço. Alguns investimentos aconteceram, mas os resultados agregados foram insuficientes. Em ferrovias, o investimento público foi uma fração do privado. Em rodovias, as estradas sob gestão pública continuam bem piores que as privadas.

O fracasso em alavancar a infraestrutura via investimento público fez o governo voltar a tentar atrair o investidor privado. Ainda no governo Lula, várias estradas foram privatizadas. Mas com foco demais na modicidade tarifária: os pedágios foram baixos, mas os investimentos também. Em algumas dessas estradas, o número de acidentes aumentou e os pedágios depois subiram à frente da inflação.

Passados 10 anos, o atual governo ainda não encontrou um equilíbrio que permita deslanchar o investimento em infraestrutura. O fracasso com a privatização da BR-262 deixou isso claro. Em especial, o atual modelo de concessão e a prática regulatória carregam elevado risco político-regulatório.

É preciso mudar isso, ou ficaremos à base de sucessos pontuais, enquanto o investimento em infraestrutura continua baixo. É preciso adotar uma estratégia em três frentes. Em projetos com interesse comercial, deve-se seguir com a privatização, como planeja o governo. Quando não for possível viabilizar o projeto apenas com as tarifas, devem-se usar as PPPs. Um modelo interessante é fazer um leilão e dar a concessão para quem pedir menos subsídio público. Isso é mais transparente e eficiente, e embute menos risco, do que subsidiar via juros baixos do BNDES ou compras da Valec. E, para projetos sem cobrança de tarifas, recorrer ao investimento público.

Mas também se precisa de melhorias de gestão e fortalecimento do aparato regulatório. É irrealista achar que teremos grandes investimentos em infraestrutura sem a devida proteção à rentabilidade dos projetos, mesmo quando as concessionárias não gozarem da amizade da burocracia do momento.

Corporativismo e novelas - HÉLIO SCHWARTSMAN


FOLHA DE SP - 25/09

SÃO PAULO - Deu na "Ilustrada" que psiquiatras, enfermeiros, advogados e laboratórios já reclamaram da novela "Amor à Vida". Eles se queixam desde procedimentos que julgam mal indicados até a conduta ética de personagens, passando por frases tidas por preconceituosas contra uma categoria profissional.

Tenho horror ao excesso de poder de que gozam as corporações no Brasil, mas me parece óbvio que elas têm o direito de reclamar. A liberdade de expressão, afinal, vale para todos. Daí não decorre que o responsável pelo folhetim precise atendê-las. A qualidade de autor lhe dá o direito de fazer o que bem entender.

A pergunta que se impõe é se os lamentos têm base. Embora não haja muita dúvida de que uma informação errada, mesmo numa peça literária, possa causar estragos, não me parece que as pessoas confundam ficção com realidade muito amiúde. Há, por certo, casos quase patológicos, como os dos que pregam a inerrância de textos religiosos, mas a maioria dos humanos diferencia sem dificuldades narrativas inventadas de relatos supostamente factuais.

Se há algo surpreendente aqui é que nos interessemos por histórias que sabemos ser totalmente fantasiosas. Por que perdemos tempo com invencionices? E não falamos aqui só de aficionados por romances. Narrativas literárias na vertente oral ou escrita são um universal humano.

Os psicólogos evolutivos John Tooby e Leda Cosmides acreditam que a ficção é útil e adaptativa porque coloca o cérebro em modo de treinamento, preparando-o para lidar com situações complexas que possam aparecer em algum momento da vida. Ler um livro de mistério nos habilita a lidar melhor com mistérios da vida real. E é mais seguro também. Não corremos o risco de levar um tiro do assassino. A analogia é com brincadeiras de crianças, que são um universal não apenas humano mas mamífero. Pense nisso da próxima vez que decidir combater ficções.

Coragem para ter medo - MARTHA MEDEIROS


ZERO HORA - 25/09


Saí tão comovida do espetáculo TôTatiando, que a cantora Zélia Duncan apresentou durante o Porto Alegre em Cena, que não posso deixar de falar dele, até porque me parece necessário fazer um barulho em torno. O Brasil inteiro merece assistir a um produto cultural dessa qualidade. Há muito tempo, eu não via algo tão genial.

É show? É teatro? É o quê?

Uma combinação de ambos. Um encontro empolgante do cênico com o musical, do simples com o sofisticado. Todas as canções são de autoria do inspirado Luiz Tatit, fundador do vanguardista Grupo Rumo, que surgiu em São Paulo nos anos 80. Zélia se apropria de cada letra, de cada sílaba, de cada palavra, e as canta, as conta, as encena e as faz levitarem até uma altura tão elevada, que a plateia atinge uma espécie de entorpecimento. Ficamos completamente chapados por 60 minutos, extasiados com tanta beleza, tanto lirismo, tanta graça. Quem precisa de drogas quando se tem arte pura ao alcance?

O espetáculo é incomum, mas o que ele transmite é comum. Não é fácil, e ao mesmo tempo é fácil, sim. Não é óbvio, porém não há estranheza alguma que impeça a comunicação. Luiz Tatit sempre escreveu sobre a singularidade mais prosaica do ser humano, e aí chega Zélia e transforma tudo em encantamento. Circo. Poesia. “Sempre quis o meu destino/ foi o meu destino que nunca me quis (...)/ Acho que ele foi atrás de outro alguém/ Pois destino tem destino também”.

Ao final da apresentação (ovacionada!), Zélia agradeceu à equipe e em especial à sua diretora, a talentosa Regina Braga, admitindo: “Se encarei esse desafio, foi porque a Regina me deu coragem para ter medo”.

A que medo Zélia se refere? Provavelmente, o medo de sair da sua zona de conforto e expandir seu talento (revelou-se uma excelente atriz, além da intérprete afinadíssima que já sabíamos que era). O medo de oferecer ao público um produto que se diferencia dos sucessos comerciais facilmente palatáveis. O medo de revelar a obra de um autor (o já citado Luiz Tatit) de quem a maioria dos brasileiros nunca ouviu falar. O medo de misturar gêneros (teatro, música, recital) e criar algo novo a partir disso. Algo novo. Novo! O que pode ser mais assustador do que o novo?

Costumamos nos agarrar ao que é conhecido, a emoções reprisadas, à manutenção do já visto, já feito – raramente arriscamos perder o chão sob nossos pés. Até que alguém dá um salto mortal bem na nossa frente, e não se estatela, ao contrário, sobressai. É quando dá vontade de ter coragem também. Coragem de sentir medo. E então descobrir que o destino não nos abandonou como parecia. Só estava esperando que a gente se tornasse mais merecedor de seu sorriso.

Bolsonaro não pode ser ‘levado a sério’. Tudo que faz é para garantir o voto (dos militares) para ele e os filhos, deputado estadual e vereador. Ives Gandra Martins mudou de convicção. O procurador-geral pode pedir a prisão de alguns condenados.


Helio Fernandes
O próximo personagem a entrar em cena no Supremo deve ser o Procurador-Geral. Tomou posse quarta-feira, uma semana, só assistindo. Embora o Supremo só possa julgar, seja o que for, depois da denúncia do procurador-geral, ele não participa das conversas de bastidores dos ministros. Não é hierarquia, é a forma ou norma escrita ou falada.
Existem duas maneiras dele agir, as duas sobre prisões. Mas o Supremo está muito dividido em relação às duas.
1 – Pedir a prisão dos 13 condenados, que não foram beneficiados pelos infringentes. Oposição a esse pedido: vários ministros consideram que o “processo é um todo, termina junto para os 25, apesar desses 13 continuarem com as mesmas penas”.
2 – Pedir a prisão dos 12 que se beneficiarão da aprovação dos infringentes. Cumpririam as penas que não se modificarão com o novo julgamento, as das condenações que não sofrerão alteração. Aí, Ricardo Janot entrará num incêndio que poderá ser visto à distância. Talvez até Joaquim Barbosa votará contra ele.
COMO ENQUADRARÁ OS ACUSADOS?
Pedirá a prisão em regime fechado, semi-aberto ou aberto? E se esses presos (o plenário terá que aprovar o pedido do procurador) tiverem a condenação modificada pelo exame dos infringentes? Então a decisão do procurador será considerada açodada ou apressada?
SE NÃO HOUVER PEDIDO DE PRISÃO,
PROCURADOR PODERÁ ENTRAR EM
FÉRIAS ATÉ MARÇO-ABRIL
Tenho evitado tentar “adivinhar”, sugerir resultados, admitir vitórias ou derrotas. Analiso, estabeleço perspectivas, estimativas, alternativas. Por que arriscar tolamente sobre um plenário que desde o ficha limpa não sai do 5 a 5.
Mas o título desta nota é fotografia da realidade que domina o Supremo. Basta alinhar os números da publicação dos infringentes, da fala da Procuradoria, dos advogados. Natal, Ano Novo, recesso do Judiciário, Carnaval e já estaremos em março. Na melhor das hipóteses.
MUITOS VÃO ALÉM
DE NOVEMBRO DE 2014
Pode até ser mesmo, prefiro ficar como analista. E nem é sigiloso, o comentário que procura discutir quem será o presidente do Supremo em novembro de 14, quando acaba seu mandato. Lógico, se acontecer, será Lewandowski com Cármen Lúcia de vice. Joaquim Barbosa já não mais relator. Muda alguma coisa? Muda tudo.
E A HIPÓTESE DO 5 DE ABRIL?
Se o julgamento terminar em 5 a 5, sem ninguém mais para votar, o presidente desempata. Se como relator foi o primeiro a votar, desempata como presidente. E não está condicionado ao que decidiu como relator. Confirmar ou mudar, pode se julgar “mais bem informado”, com o voto de algum ministro.
O julgamento pode chegar ao 11º ministro, em vez de 5 a 5, em 5 a 4 para qualquer decisão. Por quê? A vida é cheia de contradições, admitamos que um ministro, sem gravidade, mas por cautela, vá para um hospital e não possa votar. (Sarney estava no Senado, tranquilo, não se sentiu bem, ficou 32 dias no hospital, está em casa, recuperado).
Nessa hipótese, a única dúvida é Celso de Mello ter que votar em 5 a 4. Qualquer outro resultado, essa votação estará terminada. Mas no 5 a 4 ele pode ser decisivo, levando os números para 5 a 5. E dando oportunidade de novo voto para o presidente. Se Celso de Mello votar 6 a 4, nada mais a fazer nesse quesito, no caso de existirem apenas 10 ministros.
Como apenas estabelecemos hipóteses, essa que se confirma ou não seis meses antes da sucessão presidencial não tem nada de despropositada, irreal ou sem credibilidade. Tem até muita coerência como que vem sendo escrito e falado. Admitamos, pois, que a história da vida de Joaquim Barbosa marque uma reviravolta nesse 5 de abril. Surpreendente? De jeito algum.
A HISTÓRIA NÃO ESCRITA,
MAS ANTECIPADA
Se isso acontecer, Lewandowski assume imediatamente, o roteiro sobre o final do julgamento terá que se ser escrito novamente. E qualquer que seja o roteirista, sem nada previsível.
O lírico, romântico, trágico, iconoclasta, surrealista e exaustivamente dramático que era Nelson Rodrigues gostava de dizer: “Todo filme deveria ter um final feliz, com um beijo entre os personagens.
Acreditando no autor do “Vestido de Noiva”, o que seria “final feliz” para o processo do mensalão?
O GOVERNADOR E O VICE CONTRA
Carlos Lacerda adorava viajar, Alverga. Em 1962, como você disse, Eloy Dutra foi eleito vice, o governador ficou imobilizado, qualquer viagem tinha de passar o cargo a ele. Em 1964, Eloy Dutra foi cassado, assumiu Rafael de Almeida Magalhães, “nomeado” pela Alerj. No dia seguinte, Lacerda viajava para Milão.
Em 1965, quase a mesma coisa. Com Negrão eleito pelas articulações de Golbery, Lacerda não quis passar o cargo a ele, assumiu Rafael, que também não quis. A vez era do presidente da Alerj, Edson Guimarães, aí no caso dele ficaria inelegível para a reeleição. Assumiu então o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Vicente Faria Coelho.
Seria o mesmo se Dona Dilma ficasse impedida ou incapacitada, Temer não quisesse assumir, Henrique Eduardo e Renan também não, o presidente seria Joaquim Barbosa. Hipótese, apenas hipótese, mas rigorosamente constitucional.
IVES GANDRA MARTINS:
JURISTAS TAMBÉM MUDAM
Em entrevista a Monica Bergamo, na Folha, disse textualmente, sem poder ser refutado: “Dirceu foi julgado sem provas, o Supremo jamais usou o “domínio do fato” para substituir as provas.
Desculpe, mas há mais de seis meses critiquei e comentei o fato aqui. E fiz comparações. Por exemplo: o Supremo ABSOLVEU o já ex-presidente Fernando Collor, alegando “falta de provas”.
Não conheciam ainda esse “domínio do fato”, que substitui as provas? Ou conheciam, mas esqueceram de lembrar. Vários ministros conhecem ou participaram desse julgamento.
E por que Ives Gandra não apareceu com a mesma argumentação (só que em sentido contrário) quando esse mesmo Supremo ABSOLVEU Collor por falta de provas? Nessa época valia utilizar a proclamada, apregoada e empolgada falta de provas? E desprezar o DOMÍNIO DO FATO?
TODOS FAZEM O
“JOGO” DO BOLSONARO
Ele não tem convicções, não se interessa pelo respeito ou solidariedade dos outros, a não ser dos seus eleitores, logicamente militares, que o elegem deputado desde a ditadura. Era capitão, não via muito futuro na caserna, transferiu sua atividade para fora dela, está aí e sendo “levado a sério” como deputado federal.
Com o mesmo eleitorado “cativo”, tem um filho deputado estadual e outro vereador. Defende sua sobrevivência política e sua subsistência familiar, o soldo militar é baixo, como em todo o serviço público.
Precisam se conscientizar. Bolsonaro não é estovado, irritado, provocador. Muito ao contrário. Só que agora partiu para a agressão, para a agressividade física na prestação de serviços. O PSOL entrará com ação, enquadrando-o na falta de ética. Não conseguirá nada, o Congresso tem maioria de bolsonaros civis.
OAB EXAUSTA E OMISSA
Essa Comissão da Verdade não pode ser presidida por um homem como Wadih Damous. Acusadíssimo por irregularidades, continua como conselheiro da OAB Nacional e presidente dessa Comissão.
Já escrevi tanto sobre esse Wadih, pedindo a intervenção da OAB. Não fazem nada, apenas: “O processo contra Wadih Damous corre em SEGREDO DE JUSTIÇA”.
Esse Wadih Damous é o Bolsonaro sem farda e talvez sem votos. Bolsonaro se elege há mais de 20 anos, gostando ou não gostando, representa uma parte do eleitorado. Wadih é candidato a deputado federal pela primeira vez, não deve se eleger, apesar das irregularidades e da utilização do dinheiro público.
E como é que deputados e senadores permitem que esse Wadih presida a Comissão da Verdade?

Senado não toma jeito e tem mais apadrinhados do que funcionários concursados



Bárbara Nascimento(Correio Braziliense)
A farra dos apadrinhados políticos corre solta pelos corredores do Senado Federal. Os 3.228 comissionados são maioria, ante os 3.037 funcionários de carreira. Segundo o Portal da Transparência, neste ano, a Casa admitiu 588 pessoas para ocuparem esse tipo de posto de confiança, o que corresponde exatamente ao dobro do número de nomeados desde o último concurso público, feito em março de 2012: 294 servidores — em 2013, apenas dois tomaram posse.
As admissões políticas acontecem a despeito do anúncio de redução de gastos, feito pelo presidente Renan Calheiros (PMDB/RN), por meio do congelamento de nomeações e, inclusive, do corte das contratações de confiança. “É, no mínimo, questionável que o Senado esteja aplicando a política de austeridade para seleções públicas e, ao mesmo tempo, nomeando quem lhe interessa para ocupar cargos comissionados”, diz o subprocurador-geral da República Francisco dos Santos Sobrinho, membro da 1ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, que trata de denúncias de concursos.
Além disso, esses funcionários terceirizados não custam barato. Apesar de a média salarial de um comissionado ser menor que a de um servidor efetivo — R$ 6,5 mil ante R$ 24,9 mil, respectivamente —, um apadrinhado pode chegar a receber R$ 17,1 mil, segundo a tabela divulgada pelo Senado no Portal da Transparência. Assim, a despesa mensal com esse tipo de trabalhador ultrapassa os R$ 20 milhões.

Juiz americano corrupto não é aposentado e vai em cana, mesmo


http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/files/2012/01/juiz-corrupto.jpg
Celso Serra
Nos Estados Unidos, magistrado corrupto não é “punido” com aposentadoria precoce, como aqui em Pindorama. Leia a seguir o que foi publicado no site jurídico Conjur e veja a razão pela qual podemos ser considerados uma republiqueta de merda:
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VENDA DE SENTENÇA
O juiz estadual Abel Corral Limas, de Brownsville, no Texas, tinha preços bem flexíveis para suas “sentenças favoráveis”. Dependiam do caso e da capacidade financeira do comprador. Podiam variar de US$ 300 ou US$ 500 a oito “bolas de golfe” (US$ 8 mil).
Em um caso que terminou em acordo de US$ 14 milhões, a sentença lhe rendeu quase 200 “bolas de golfe” (US$ 200 mil). Coube a seu colega, o juiz federal Andrew Hanen, sentenciá-lo, nesta quinta-feira (19/9), a seis anos em uma prisão federal e, depois de completado esse tempo, mais três anos de liberdade condicional.
E ainda vai pagar a restituição de mais de US$ 6,7 milhões, de acordo com comunicado publicado no site do FBI (Federal Bureau of Investigation), com o título “Sala de Tribunal à Venda“.
Limas, de 57 anos, exerceu diversos papéis em sua vida profissional: policial, advogado, juiz, criminoso e, agora, prisioneiro. Do fim dos anos 1980 e no decorrer dos anos 1990, ele exerceu normalmente o cargo de juiz. No início de 2000, quando assumiu a direção de um tribunal, passou a acumular as funções de juiz com a de um criminoso encantado com a corrupção, que lhe rendiam, por exemplo, noites memoráveis em Las Vegas.
“Nessa época, ele transformou seu tribunal em um mercado de negociações de sentenças”, afirma o FBI. Caiu da forma como, muitas vezes, caem os corruptos: por autodelação. Isto é, começou a ostentar um padrão de vida “incondizente com sua remuneração”, como dizem os investigadores. O FBI não teve dificuldades em conseguir autorização judicial para grampear o telefone do agora ex-juiz. Em 14 meses de investigações, os agentes do FBI desvendaram todo o processo de corrupção da corte e o modus operandi do juiz e de seus fregueses. E descobriram um novo significado para as palavras “bolas de golfe” o número de zeros depois do ponto.

Qual o clamor popular, ministro?


Percival Puggina
Enquanto lia seu voto desempatador sobre a admissibilidade dos embargos infringentes, o ministro Celso de Mello ajeitou a toga, empinou o nariz, soprou o pó da gramática e nos impôs uma arenga sobre a inutilidade do que chamou clamor popular. “Viram garotos? Entenderam o que estou dizendo? Agora sejam bonzinhos e vão brincar no quintal! Aqui na Corte se aplica as leis e se faz justiça”.
Aos poucos, muito devagarzinho, pensei eu. Para os sem sorte nem padrinho… Aos 68 anos, minha audição não é mais a mesma, mas juro que não ouvi coisa alguma do tal clamor que o ministro diz ter escutado. Sei que você, leitor, também não ouviu. A tevê mostrou meia dúzia de gatos pingados à porta do STF. Estavam tão desajeitados! Quase solenes em seu silêncio. A solidão cívica roubou-lhes a voz. A lente da câmera os captou e seguiu adiante, bocejando.
No entanto, o ministro se referiu a clamor popular durante a leitura que fez, usando para isso várias páginas do seu voto. O que teria ele ouvido, que ninguém mais escutou? Ou visto, que ninguém mais percebeu? Sim, eu sei. Já me deparei antes com tais silêncios. Eles acontecem quando não são as cordas vocais que falam mas é a própria alma que geme, num misto de desalento e tristeza. Com dimensão multitudinária. Imagine, leitor um estádio de futebol em dia de jogo importante. A equipe dona da casa encaminha o jogo para uma gratificante vitória. Por um gol de diferença. Mas no último minuto, no último lance, o derradeiro chute adversário encontra o caminho das redes. O silêncio que se impõe a multidão tem um pouco, só um pouco disso que estou falando.
O que aconteceu no Brasil, no Brasil que ainda tinha esperança, foi algo muito mais poderoso e profundo. As pessoas gritavam interiormente a morte dessa esperança, num silêncio de cemitério. O mais triste, ministro, é que não houve clamor algum. Nem antes nem depois. Houve algo para si irrelevante, bem sei: a silenciosa frustração das melhores expectativas nacionais. Houve a lenta e penosa compreensão de que tudo quanto fora decidido meses antes não passara de imensa perda de tempo. E que os quatro votos então dados foram a conta certa ofertada às pessoas certas, para produzir o efeito certo no tempo certo. Errados, mesmo, apenas nós. Apenas nós que ainda teimávamos em crer que este país tivesse jeito.

A Polícia Federal faz o seu trabalho. E o resto, o que faz?


Profa. Guilhermina Coimbra
A Operação Miqueias, deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Federal, desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 300 milhões num período de um ano e meio e causou prejuízos de R$ 50 milhões a fundos de pensão municipais. Relatório da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF, ao qual O Estado teve acesso, relaciona entre os contatos do grupo criminoso deputados federais, estaduais e, pelo menos, um senador. Há menção, ainda, nos diálogos, a um ministro, mas a Polícia Federal não informa quem seria. A operação criminosa está dentro do Planalto. A Polícia Federal acusa um assessor da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT-SC), de envolvimento com a quadrilha suspeita de pagar propina a prefeitos para direcionar investimentos de fundos de pensão municipais. Relatório de inteligência da Operação Miqueia, ao qual o Estado teve acesso, diz que Idaílson José Vilas Boas Macedo atuava como lobista do esquema, tendo feito negociações dentro do Palácio do Planalto”….. (O Estado de S.Paulo – Andreza Matais, Fábio Fabrini,e Fausto Macedo).
Pois é:  As “operações” são demoradas. Parece nem haver “operações”. Mas elas estão sendo realizadas direitinho, sigilosamente, estão chegando perto e com certeza, breve, chegarão ao ponto.
É INACEITÁVEL
Não há como aceitar que, remunerados por brasileiros, os corruptos da administração pública se locupletem, trabalhando contra os interesses de desenvolvimento do país, de forma determinística, discriminatória, preconceituosa e completamente alheia ao entendimento e querer dos brasileiros.
São do conhecimento da administração pública brasileira os mapas das minas(hidrocarbonetos/petróleo/gás;nucleares/urãnio, nióbio, lítio etc.) e os bons negócios no Brasil.
Os detentores de cargos políticos de confiança junto com os lobistas e/ou os diretamente interessados, por conhecerem os mapas das minas. Com o conhecimento  de potenciais  bens públicos brasileiros geradores de lucros inimagináveis, têm feito negócios públicos-privados,  realizando, desse modo, a tarefa que lhes foi confiada, pelos interessados alienígenas, no “dever de casa” - à revelia dos governados.
OBJETIVOS CLAROS
Elaborando  editais cheios de dubiedades, para inspirar  desconfiança nas empresas interessadas, seu objetivo é inviabilizar qualquer tipo de leilão ou concorrência na qual empresas brasileiras tenham potencial de se saírem vencedoras.
A área da Saúde, por exemplo, tem demonstrado expressamente que o objetivo é facilitar a entrada e entregar de vez o mercado para as empresas estrangeiras de seguro saúde e de medicina de grupo.
Daí porque, não devem se queixar nem das futuras Operações da PF, tipo Miqueias, nem das espionagens das quais foram e/ou continuam sendo alvos: os interessados têm o direito de verificar se estão sendo cumpridos os famosos “deveres de casa” com os quais se comprometeram os espionados.
Fácil, não? Difícil é tentar escapar do alvo de trabalho da PF.

charge do Genildo


Esta charge do Genildo foi feita originalmente para o

Supremo, na Espanha

Blog do Erico Valduga

Estão lembrados do ex-juiz espanhol Baltazar Garzón, aquele a quem o governador Tarso Genro tornou comendador da Ordem do Ponche Verde, no ano passado, apesar de condenado por prevaricação? O Tribunal Constitucional da Espanha acaba de rejeitar o segundo recurso dele contra a condenação. Motivo: a corte não admite recursos contra as suas decisões, menos ainda no caso de petição de nulidade de julgamento. 

Copa do Mundo movimenta mercado imobiliário


 

A escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo está aquecendo a economia do País. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o eventotem potencial para injetar R$ 142 bilhões na economia brasileira. O setor imobiliário promete ser um dos mais favorecidos com o evento.

A valorização imobiliária afetou as 12 capitais que sediarão o evento, pois os investimentos para o desenvolvimento da infraestrutura e da mobilidade urbana dessas regiões contribuem para o aumento no preço dos imóveis. Em Belo Horizonte, por exemplo, os investimentos em infraestrutura acabaram valorizando áreas que antes não tinham atrativos para os compradores. Segundo o franqueado da RE/MAX Class, Bráulio Quintino, as incorporadoras passaram a investir em bairros com infraestrutura. “O município de Confins, aqui em BH, passou a ser o polo da região. Essa é uma das áreas que mais se valorizou, por estar localizada próximo ao aeroporto e também por conta da construção da Cidade Administrativa”.

Para Renato Borges, diretor da RE/MAX Atitude, localizada em Fortaleza, a Copa trará resultados promissores para o setor imobiliário. “A expectativa dos frutos decorrentes da Copa, no setor imobiliário, é real e promissora, pois teremos uma injeção pecuniária de mais de R$ 33 bilhões no País, incluindo o investimento em portos, aeroportos, segurança e saúde. A valorização dos imóveis acompanha, portanto, o crescimento da cidade.”

Os investimentos também estimulam a geração de empregos e de renda. Estima-se que até 2014 sejam gerados 3,6 milhões de novos empregos. Para Mario Barreira, da RE/MAX Estilo, de Cuiabá, esse cenário favorece omercado imobiliário. “O aumento da renda e a liberação de créditocontribuem para o aquecimento do mercado, pois com a renda extra as pessoas investem em imóveis.”

Outro fator que contribui para a alta do mercado é a estabilidade econômica do País, o que atrai investimentos estrangeiros que estimulam o mercado. Para José Neto, diretor geral da RE/MAX Predial de São Paulo, a valorização imobiliária é reflexo do investimento de grandes empresas. “Os empresários acabam elegendo o Brasil por conta desses megaeventos e investem na construção civil. A valorização dos lançamentos acaba se refletindo no nosso mercado.”

Para Rogerio Morgado, sócio da RE/MAX Foco, localizada no Rio de Janeiro, a valorização dos imóveis deve continuar avançando na região não só por conta da Copa, mas também em função dos Jogos Olímpicos. “Com os investimentos que a região está recebendo em infraestrutura, acreditamos que a cidade vai ganhar ainda mais reconhecimento como polo turístico e temos ótimas perspectivas para o mercado imobiliário da região mesmo depois da Copa.”

Apesar das expectativas positivas, algumas regiões ainda não sentiram mudanças significativas no mercado em função da Copa do Mundo. Para Cibele Teixeira, diretora geral da RE/MAX CBL de Brasília, o evento não influenciará o setor. “Os preços na cidade já são altos. Não consigo enxergar um crescimento com a vinda da Copa, pois é um período muito curto. Não acredito que as pessoas vão comprar imóveis em função disso.”

Outras capitais, como Salvador, sentiram que o evento valorizou apenas áreas especificas. Marcelo Tourinho, franqueado da RE/MAX ACE, disse que a construção da Arena Fonte Nova contribuiu apenas para o aumento do preço nos bairros próximos ao estádio.