segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CHARGE DO BENETT




Esta charge do Benett foi feita originalmente para o

Presídio Central de Porto Alegre é recauchutado um ano antes da prometida desativação


Zero Hora revisita o local depois da primeira incursão à cadeia, realizada em 2008


Presídio Central de Porto Alegre é recauchutado um ano antes da prometida desativação Lauro Alves/Agencia RBS
Na semana passada, havia 4.367 detentos para 2.069 vagas na prisãoFoto: Lauro Alves / Agencia RBS
Sob pressão internacional, o Estado tem reformado pedaços do Presídio Central de Porto Alegre que até então nunca tinham passado por obras. Zero Hora conferiu na última semana as intervenções e comparou com a situação encontrada cinco anos atrás, na primeira incursão à pior cadeia do Brasil. Conheça como está hoje o complexo de 26 mil metros quadrados que se transformou em vergonha nacional.
Clique para comparar as imagens de 2008 e 2013:
 

Corredor do inferno não existe mais
O maior símbolo da degradação do Presídio Central de Porto Alegre não existe mais. As celas sem portas que lembravam masmorras medievais estão sendo reformadas na terceira galeria do pavilhão C, desativada em 2009. As paredes foram cimentadas, os buracos, tapados.
Vazio, o espaço não exala a podridão e o abandono de antes, registrados em imagens que correram o mundo e motivaram uma denúncia contra o Brasil à Organização dos Estados Americanos (OEA) por desrespeito aos direitos humanos, em janeiro deste ano. A situação foi mostrada por Zero Hora em uma incursão pelo presídio em novembro de 2008, em que foi confirmado o estado calamitoso da prisão.
A reforma da galeria, iniciada em maio deste ano, é a principal modificação identificada por Zero Hora em nova visita ao Central, realizada no final da tarde da última terça-feira. A melhoria, feita com mão de obra prisional ao custo de R$ 50 mil, faz parte de um rol de mudanças prometidas em resposta à OEA, para mostrar que algo está sendo feito e evitar uma condenação internacional. Ao mesmo tempo, vigora a mais recente promessa de desativação do presídio, para até o final de 2014.
Veja o vídeo da visita ao Central:
 
Os últimos ocupantes da terceira galeria foram integrantes de uma gangue cujo nome até hoje está pichado na parede dos fundos: os Bala na Cara. Durante sua permanência, eles arrasaram o setor. A gangue acabou transferida para a terceira galeria do pavilhão F. Como contraste, na galeria do andar de baixo do pavilhão, a segunda do C, os presos sempre cuidaram das instalações — "nem papel de bala eles atiram pela janela", diz um policial. As portas, de madeira, são de 1959 (ano da fundação do presídio) e estão inteiras.
Há cinco anos ou mais, a mescla de maconha, urina e suor era a base olfativa das galerias do Presídio Central de Porto Alegre, sobretudo na terceira galeria do pavilhão C. Na terça-feira, os primeiros corredores rumo aos pavilhões C e D exalavam um cheiro fraco da droga.
— É mais fácil ver eles fumando no pátio — afirma um PM.
Foi com essa atmosfera que a visita se iniciou.
Passarela torna a liberdade perturbadora
Quem atravessa a passarela que se estende em frente aos pavilhões C e D sente-se como parte do desfile dos livres ante dezenas de encarcerados atrás de janelas gradeadas e cheias de trapos pendurados. É um momento em que a liberdade se torna perturbadora. Se a caminhada é na companhia do juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre, Sidinei Brzuska, o incômodo fica mais evidente por causa da onda de reivindicações.
— Ei, doutor Brazuska! — grita um detento atrás das grades no início do passeio em frente ao pavilhão D, tropeçando no sobrenome do juiz.
— Faz anos que eu tô aqui e não me chamam para nada! Doutor, me tira desse lugar! — berra o apenado Marcelo Rosa da Silva.
O "não me chamam para nada" era uma referência à progressão de regime. Silva considerava que tinha direito a ir do fechado para o semiaberto. Brzuska pediu à reportagem para anotar o nome do rapaz, que cumpre sua pena na segunda galeria do pavilhão D. Os gritos continuavam. A passarela tem uns 170 metros. Ida e volta parecem uma viagem interminável.
— Ei! Doutor!
— Ei! Justiça!
— Quero ir embora!
O juiz tenta acenar com algum alento, mas não pode atender a todos. Responde alto, ainda que sem gritar.
— Agora não tenho como ver isso — avisa aos presos apoiados nas grades.
No chão do pátio abaixo das janelas dos presos foi construída uma espécie de calçada em que ninguém caminha. Apenados não têm acesso ao local, e os guardas também passam longe dali. Serviria mais aos deslocamentos das ratazanas king size que antes se refestelavam no lixo amontoado sob as janelas. A população de roedores, antigos habitués do Central, reduziu em cerca de 80% com as recentes desratizações, calcula o assessor de logística do presídio, capitão Hermes Volker.
— Durante o dia, em cinco minutos se enxergava uns 10 ratos. Nunca chegou a ter centenas de uma vez só, mas tinha bastante — compara o capitão.
Já o lixo jogado pelas janelas continua amontoado no pátio, assim como o fedor onipresente de esgoto extravasado — o sistema não comporta os dejetos de 4,3 mil presos em um lugar onde deveria haver 2 mil.
Entre os pavilhões C e D, um som vindo do interior dos prédios fica perfeitamente audível. Uma música brega de amor em volume altíssimo embala o tédio dentro do D. É sempre assim, como se fosse uma festa? O diretor operacional do presídio, major Guatemi Echart, responde laconicamente:
— Não.
De volta ao interior da cadeia, as tentativas de entregar papeizinhos com pedidos não cessam nas celas. O juiz recolhe um. Depois, pede para anotar outro nome, o de Geverson Eduardo Gonçalves Silvino. Questionado se as reivindicações são factíveis, Brzuska é sucinto:
— Às vezes, sim. Às vezes, não.
O juiz analisou os casos de Silva e de Silvino. O primeiro terá de aguardar talvez mais do que imaginava, pois só ganhará direito ao semiaberto em 2016. Já Silvino estava com a razão ao chamar a atenção de Brzuska. Ele tem um exame criminológico pendente. É esse exame que pode permitir a passagem para um regime mais brando.
Na galeria esvaziada, um gato preto
O "pior presídio do Brasil" ou a "masmorra do século 21" — definições dadas pela CPI do Sistema Carcerário, em 2009 —, ganha um banho quando é véspera de visita. No pavilhão B, a massa carcerária fazia uma faxina para receber familiares no dia seguinte com a casa arrumada. Como efeito da limpeza, uma nuvem de moscas de espalhou, perdida, pelos corredores mais próximos. Quando a reportagem passou pelos presidiários, separados por uma tela, eles viravam as costas. O major explicou que o comportamento faz parte de um acordo tácito: vocês não mexem com as nossas visitas e nós não mexemos com as de vocês.
No pavilhão A, uma galeria foi esvaziada para que pudesse ser visitada. Porém, parecia que os presos ainda estavam presentes. O ar, com jeito de ter sido muitas vezes respirado até poucos instantes antes de a equipe de ZH entrar na galeria, se mantinha quente e pesado, e o cheiro de suor se misturava com o de massa cozida, a provável boia que os detentos preparavam em fogareiros improvisados quando tiveram de sair do local.
As más condições e a superlotação são responsáveis pela disseminação de doenças — broncopneumonia, pneumonia e tuberculose são as principais. Na comparação com 2008, percebe-se que algumas paredes foram rebocadas. A estrutura dos banheiros está um pouco melhor. No entanto, passados cinco anos, o aspecto geral é de deterioração ainda maior, observou Brzuska.
Uma geladeira estava isolada, no meio do corredor. O som de dezenas de TVs e rádios deixados ligados, talvez por causa da rapidez com que os presos foram obrigados a abandonar as celas sem portas, chamava a atenção.
As vidas de 330 encarcerados estavam ali, expostas e remediadas em pedaços de pano colorido que compunham uma espécie de papel de parede em alguns cubículos, em colchões ralos e sujos ainda amassados pelo peso dos corpos, em cobertores desarrumados bruscamente, chinelos largados em cantos e tênis enfiados em buracos nas paredes de 42 celas que deveriam conter 84 homens. No cárcere mais próximo da entrada da galeria, a surpresa: um gato preto. Deitado sobre uma pilha de cobertores, o filhote aguardava pacientemente o retorno do seu dono.
Evangélicos na cozinha remodelada
A cozinha nunca foi o pior lugar do Central. Ainda assim, era uma sauna para a tropa de cozinheiros-detentos porque alcançava os 40ºC. No final de julho de 2012, a área foi reinaugurada em um novo local, ao custo de R$ 1,2 milhão, incluindo a colocação de 145 metros de piso de basalto, bancadas, cinco panelões com capacidade para acondicionar 500 quilos de comida, instalações de coifas e reformas na rede de esgoto. O ambiente é um pouco mais arejado do que o anterior, mas a maior alteração foi a aposentadoria das antigas caldeiras, que funcionavam desde a inauguração do presídio, em 1959. O sistema atual é a gás, e em breve uma cozinha experimental do Senac deve começar a operar ali.
Na última terça-feira, o trabalho dos cozinheiros era orquestrado por uma música evangélica. Religião e comida estão juntas no Central porque os 60 presos que trabalham na cozinha foram inseridos em um projeto evangélico de recuperação de detentos. O clima mudou, o odor de gordura ainda não impregnou totalmente no novo espaço, mas as exigências continuam as mesmas — é preciso contar com o carregamento de pães já às 3h e aprontar o café da manhã de toda a população carcerária do Central até as 5h. Não é recomendável falhar no fornecimento do rango aos presos.
Investimentos antes da implosão
O titular da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Gelson Treiesleben, prefere não ligar os investimentos de cerca de R$ 1,25 milhão no pavilhão C (o mais destruído) e na cozinha à denúncia feita à OEA, e sim à urgência ante as péssimas condições de habitabilidade do presídio. Sobre as reformas em um estabelecimento com prazo para ser desativado, ele lançou uma metáfora:
— Vou usar um jargão da medicina. Nós sabemos que o paciente está doente, porém, não vamos deixar de medicá-lo, mesmo que futuramente ele possa morrer.
A Susepe pretende reduzir gradualmente a superlotação do Central, limitando a cadeia à capacidade máxima de 2.069 detentos — na última quarta-feira, havia 4.367 presos. Aos poucos, os presidiários devem ser transferidos para outras penitenciárias em construção, à medida que ficarem prontas. A meta é contar com oito novos estabelecimentos prisionais para onde serão encaminhados os detentos do Central até o final de 2014 — data em que se estipula uma possível desativação do pior presídio do Brasil.
As cadeias em construção
- Canoas 1 (393 vagas): previsão de entrega em abril ou maio de 2014
- Canoas 2, 3 e 4 (2.415 vagas): até metade de 2014
- Guaíba (672 vagas): final de 2014
- Modulada de Montenegro (500 vagas em um novo módulo): dezembro de 2013 ou janeiro de 2014
- Modulada de Charqueadas (250 em um novo módulo): falta construir guarita e passarela
- Venâncio Aires (529 vagas): final de 2013
Total de vagas: 4.759
ZERO HORA

    Forças Armadas passam o pires no Congresso


    Josias de Souza

    Shutterstock
    Submetidas a severos cortes orçamentários, as Forças Armadas frequentam a cena política brasiliense de pires na mão. Nas últimas três semanas, os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica promoveram encontros com deputados e senadores para expor seus números e pedir socorro. Tentam restituir parte dos cortes que a área econômica do governo promoveu no Orçamento da União para o ano de 2014, a ser aprovado no Congresso até o final do ano. Os militares preocupam-se sobretudo com a rubrica de “investimentos”.
    O Exército projetara para 2014 investimentos de R$ 21 bilhões. Informado de que sua ambição não ornava com a disponibilidade do Tesouro, pediu R$ 13 bilhões. Na versão final da proposta de Orçamento enviada ao Congresso, ficou com R$ 5,8 bilhões. A Marinha planejara investir R$ 12 bilhões. Levou R$ 2 bilhões. A Aeronáutica requisitara R$ 8,8 bilhões. Obteve R$ 4,8 bilhões.
    Ainda que sejam preservadas pelos congressistas, essas cifras estarão sujeitas ao chamado contingenciamento, eufemismo para o bloqueio de gastos que o Tesouro costuma impor, manu militari. Para tentar fugir da tesoura, as Forças Armadas pedem que seus projetos de investimento sejam acomodados sob o guarda-chuva do PAC, único programa que está a salvo dos cortes.

    No campo gerencial, Dilma tornou-se ex-Dilma - Josias de Souza




    Fábio Pozzebom/ABr
    Quando Dilma Rousseff resolveu reunir 15 dos seus 39 ministros em pleno Dia de Finados para cobrar deles o cumprimento dos cronogramas de obras e projetos, os brasileiros ganharam o direito de suspeitar que algo morreu no encontro deste sábado (2). Foi à cova nas sete horas de conversa do Alvorada a fama de gerentona da inquilina do palácio. Governa o país uma espécie de ex-Dilma.
    O falecimento prematuro da Dilma original, portento administrativo, ocorreu porque Lula e o marketing do PT imaginaram que seria possível produzir progresso a partir da fantasia da propaganda eleitoral de 2010. Fabricou-se apenas uma gestora de videoclipe. No mundo real, os empreendimentos mais atrasados são as joias do PAC, que a própria Dilma “coordena” desde os tempos em que era ministra de Lula.
    Prometidas para 2010, a Ferrovia Norte-Sul e a Ferrovia Transnordestina estão praticamente paradas. A Ferrovia Oeste-Leste, que deveria ser inaugurada em 2014, mal saiu do papel. Candidato à reeleição em 2006, Lula prometera entregar a transposição do Rio São Francisco em três anos. No penúltimo adiamento, o corte da fita foi transferido para 2015, primeiro ano do próximo governo.
    Sob Lula, a transposição fora orçada em R$ 4,5 bilhões. Hoje, com menos da metade da obra supostamente pronta, a conta já subiu para R$ 8,4 bilhões. Na pele de ‘Mãe do PAC’, Dilma autorizou a implantação dos canteiros de obras a partir de “projetos básicos”, eufemismo para uma falta de planejamento que estourou no colo da ex-Dilma .
    Na Ferrovia Norte-Sul, esse tipo de improvisação produziu sob Lula 17 aditivos apenas no trecho Palmas (TO) – Anápolis (GO). Nesse pedaço de chão, enterraram-se R$ 4,2 bilhões sob trilhos que jamais sentiram o peso de uma composição ferroviária. Em 2011, primeiro ano da presidência da ex-Dilma, a Procuradoria da República farejou na obra desvios de R$ 71 milhões. Presidente da estatal responsável pela ferrovia durante a gestão Lula, José Francisco das Neves, o Juquinha, chegou a passar cinco dias na cadeia. Bloquearam-lhe os bens.
    Há dez dias, o PT levou ao ar uma propaganda partidária em que o locutor dizia a certa altura: “O Brasil é um dos cinco países com o maior volume de obras em andamento.” Foi nesse país das obras que não acabam que a ex-gerentona reuniu parte do seu gabinete no Dia dos Mortos. Distribuiu cobranças como se ainda acreditasse na possibilidade de criar um Brasil inteiramente novo. O otimismo é, por assim dizer, justificável. O tempo é curto. Mas caos não falta.

    NO PAÍS DA (PETRO) DEMAGOGIA - Percival Puggina




                Em 2007, foi anunciada pela Petrobrás a descoberta de um megacampo, batizado com o nome de Tupi. Passados três anos, depois de muito Tupi para cá, Tupi para lá, o alto comando da Petrobrás resolveu trocar o nome do campo para... para que outro nome, mesmo? Adivinhe! Pois é, depois de guri grande, o campo de Tupi virou Campo de Lula. Há, em nosso país, uma histórica e bem sucedida petrodemagogia. Quem entra no Portal Brasil, por exemplo, e lê a nota do governo sobre o Campo de Libra e o Pré-sal vai pedir para ser congelado hoje e levado ao microondas daqui a alguns anos. No entanto, é importante para a política do poder que essas riquezas minerais, sepultadas sob quilômetros de coluna d'água e ainda mais espessas camadas geológicas, rendam votos no curtíssimo prazo.

                Esse é o raciocínio que explica os abusos políticos e de informação envolvendo a Petrobrás. Em 2006, o ex-presidente Luiz Inácio pousou na plataforma P-50 e, minutos após, exibiu para os fotógrafos as mãos lambuzadas de óleo extraído da Bacia de Campos. O fato foi comunicado à nação como início da autossuficiência. O Brasil se tornaria exportador. A vaga na OPEP estava logo ali, provavelmente ao lado da cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Mas o dito logo ficou pelo não dito. Os anunciados saldos positivos que viriam para a balança comercial do país a partir de 2010 viraram saldos negativos e assim se mantêm. Até o passado mês de agosto o Brasil já gastara, só neste ano, US$ 28 bilhões em importação de petróleo e derivados e essa conta joga no vermelho a balança comercial de 2013.

                Pensando sobre isso, e já sabendo que quatro empresas haviam desistido de participar, acomodei-me diante da tevê para assistir ao leilão do Campo de Libra. A Globo News, sei lá por quê, demonstrava imenso interesse em duas pacíficas e ociosas barreiras que se entreolhavam no meio da avenida. Numa estavam alinhadas tropas militares. Noutra, pequeno grupo de manifestantes. A tranquila cena atraía tanto a atenção da emissora que ela repartia igualitariamente: meia tela para cada evento.

                Assistir o leilão do campo de Libra me fez lembrar aqueles filmes nos quais nada acontece e a gente resiste teimosamente só para saber onde aquilo vai dar. E dá em nada mesmo. Perdi meu tempo testemunhando um conflito que felizmente não houve e um leilão que infelizmente não aconteceu. O único consórcio que apresentou proposta tinha a Petrobrás como líder e foi declarado vencedor pelo lance mínimo admitido. Isso é leilão que se apresente num negócio de tamanho porte? Por que tanto desinteresse mundial em riquezas que o governo anuncia tão promissoras e pródigas? Mesmo assim, horas após, a presidente veio a público festejar o resultado do evento e partilhar hipotéticos trilhões de reais que sanearão todas as carências do país. É a arte de gastar, retoricamente, recursos talvez alcançáveis em futuro remoto, convertendo-os em votos na urna de logo mais.

                No dia seguinte, ainda ponderando as patéticas cenas da véspera, abro minha caixa de e-mails e o primeiro que me cai sob os olhos dizia assim: "O Brasil comprou do Brasil uma reserva de petróleo para ficar com 40% para o Brasil". Disse tudo. 

    Zero Hora, 03 de novembro de 2013

    A MENTIRA TEM PERNA CURTA – Por Old Man


     Senador Mario Couto discursando no Senado, chama, Dilma, Lula e Mercadante de mentirosos contumazes e  prova tudo que está falando, inclusive deixando o presidente Renam constrangido. Vale a pena ver! O discurso está transcrito.
    safe_imageNo dia em que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula fizeram festa para comemorar os dez anos do programa Bolsa Família, o tucano Mário Couto (PA) subiu à tribuna do plenário para acusar a dupla de mentir e enganar os pobres do Brasil. Couto disse que o grande problema de Dilma é mentir para a população brasileira. Ele disse que ela mente especialmente sobre as metas de construção de cisternas e creches.- Dilma. Não minta, Dilma! Este é o seu grande problema: mentir para a população. Chegou ao palanque e disse ao povo que iria fazer 6 mil creches para a população brasileira, para as crianças pobres do Brasil. Depois falaram em 8 mil. Aí ela disse assim: “Quem foi o ignorante, o estúpido que falou que eu ia fazer 8 mil? Eu não vou fazer 8 mil, mas 6 mil eu faço; 6 mil creches eu faço.” Mentiu de novo! Aí o Mercadante disse: Não! Fui eu que falei. Nós não vamos fazer só 8 mil, não, Presidenta. Nós vamos fazer 9 mil. Ô Mercadante, como tu mentes também. Entraste no time da mentira, Mercadante! – bradou Mário Couto.No discurso inflamado sem nenhum petista para contestar, Mário Couto disse que o governo do PT perde a credibilidade com a mentira e a presidente inaugurou a Ferrovia Norte-Sul duas vezes:- Lá no meu Marajó, já falei, lá no meu Pará, a gente chama para isso de cara-de-pau! Sabe quantas vezes a ferrovia está pronta? Nenhuma! Não está pronta a metade da ferrovia! Minha Casa, Minha Vida, as casas, na sua maioria, não têm água nem esgoto. Ó, Dilma, como a população vai usar as casas que tu entregaste sem água e sem esgoto? Vão fazer no mato, é Dilma? É no mato que tem que fazer, Dilma?! Não brinca com o povo brasileiro Dilma ! – criticou Mário Couto.
    Os ataques sobraram também para Lula, que desde ontem tem agenda política em Brasília, e sua relação com a ex-secretária Rosemary Noronha.
    - Hoje, está nos jornais que a Rose, aquela Rose do Lula – dizem uns que era companheira, dizem outros que era secretária – vai pegar 25 anos de prisão. Ei, psiu, ei, você aí, que está me ouvindo e me olhando pela TV Senado, sabe quantas vezes a Rose vai ser presa? Nenhuma! Sabe por quê? É apadrinhada do Lula. E o Lula manda na Presidenta. E a verdade é esta: sabe quantas vezes a Rosesinha vai para a cadeia do Lula? Nenhuma! Porque o Lula ama a Rose, e a Rose ama o Lula. Sabe quantas vezes o Zé Dirceu vai preso? Nenhuma! – disparou Mário Couto.
    Para completar, Couto lembrou que no passado Lula que disse que no Congresso só tinha picaretas, mas ontem veio ás duas Casas abraçar os dois picaretas.
    - Devia ele ter vergonha na cara, porque o Lula esqueceu o que disse a cada um daqueles que estavam aqui. A mim não, porque eu não estava. Se eu estivesse iria perguntar ao Lula porque ele chamou os Senadores de picaretas e agora vem abraçar os Senadores, beijar os Senadores. Aqueles mesmos Senadores que, há algum tempo atrás, dizia que eram picaretas – encerrou Mário Couto, apelando a Nossa Senhora de Nazaré para que Dilma pare de mentir.

    Empresa de pesquisa de mercado diz que brasileiros são responsáveis por 10% das compras de imóveis em algumas imobiliárias americanas


    O mercado imobiliário dos Estados Unidos continua atrativo para compradores estrangeiros, e os brasileiros já representam dez por cento dos clientes em algumas imobiliárias em Nova York.
    A cada dez negócios fechados na cidade norte americana, um é realizado por brasileiros segundo a empresa Hibou, especializada em pesquisa de mercado e monitoramento.
    De acordo com Lígia Mello, responsável da Hibou pelo acompanhamento do mercado imobiliário no exterior, essa tendência foi verificada no início do ano, após um aumento de 21% em relação a 2012.
    noticias  : Minha casa, minha vida em Nova York
    Imóveis em Nova York atraem compradores brasileiros – Lincoln Square
    Preços. 
    Segundo relatório da imobiliária norte americana Corcoran, o valor dos imóveis em Nova York aumentou 12% no terceiro trimestre de 2013, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Atualmente, o preço médio na cidade é de US$ 13.000 pelo metro quadrado.
    De acordo com Frederico Gouveia, corretor da Corcoran, são três perfis predominantes de compradores: Família com filhos chegando em idade adolescente e com planos de fazer faculdade em Nova York, casais aposentados que visitam a cidade com frequência e empresários que viajam muito a negócios. Uma outra categoria é a de investidores que apostam na valorização dos imóveis a médio e longo prazos.
    De acordo com Ligia Mello, o perfil do brasileiro que compra imóveis em Nova York amadureceu nos últimos meses. É quase sempre homem (70% dos compradores), solteiro ou divorciado, entre 30 e 45 anos. Em geral são sócios de empresas do mercado digital, investidores ou executivos.
    Vantagens. 
    Para Alessandro Francisco, professor de pós graduação em negócios imobiliários da FAAP, se o imóvel for para uso pessoal, este é um bom momento para comprar, pois a economia está reaquecendo, os preços estão baixos e o dólar estável. Já em caso de investimento, ele avalia que “é possível ter resultado a longo prazo”.
    Francisco lembra a necessidade de contabilizar gastos como o custo da transação, impostos, manutenção e depreciação. Ele acrescenta que é importante estar atento para a facilidade de alugar ou revender o imóvel, além da influência que este pode sofrer com a oscilação do preço de mercado.
    “Nova Iorque, apesar da crise de 2008, não teve variações tão bruscas de preço. Isso porque ao lado de Londres, Cingapura e Hong Kong, é considerada uma metrópole global, um porto seguro para investidores internacionais”, diz Ligia
    Opções. 
    Em Nova York, cerca de 70% dos apartamentos não são propriamente comprados pelo interessado, especialmente no caso de imóveis construídos no período anterior às grandes guerras. Os empreendimentos são chamados de cooperativas, pelos qual a pessoa adquire ações da empresa que é dona do prédio, sendo que o número de ações é proporcional ao tamanho do apartamento. Nesses casos, é preciso passar por uma seleção feita pelos futuros vizinhos, o que inclui análises de crédito, liquidez e antecedentes.
    Assim, os principais alvos de negociação para estrangeiros são os condomínios, disputados entre moradores do próprio país e do Canadá, Brasil, Europa, além de chineses, russos, japoneses e outros cidadãos latino-americanos.
    A terceira opção é a das unidades em hotéis, que costumam atrair os investidores de mais alto padrão. “Eles buscam atrelar sua compra a marcas fortes de hotelaria, que possuem um bom retorno”, explica Ligia. Alguns exemplos são o Trump International Hotel and Tower no Central Prak, Trump Soho, Essex House e o Lombardy Hotel.
    Fonte: Estadão - Pedro Sibahi, especial para o Estadão