quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

CHARGE - Walmir Guglielmi

SUSTENTO 2

AVISO IMPORTANTE



Magu
Vocês já devem estar carecas de saber que os governos brasileiros tem uma ânsia de enfiar subrepticiamente as mãos nos bolsos dos contribuintes. Eis aqui dois aspectos que não foram devidamente divulgados:
1 – O extintor de incêndio obrigatório do veículo tem que estar livre do plástico que acompanha a embalagem do novo. cnhSe numa blitz rodoviária um policial parar seu veículo e verificar que o extintor está protegido pelo saco plástico, ele vai fazer uma autuação de R$ 127,50 e o condutor vai ganhar 5 pontos na CNH – Carteira Nacional de Habilitação.
2 – Por falar em CNH, de acordo com lei que entrou em vigor no dia 1º de Abril de 2011 (muito sugestivo, não?), a CNH só pode ser renovada durante o prazo máximo de 30 dias após o vencimento da anterior. Após esses 30 dias, ela é cancelada automaticamente, obrigando o condutor a prestar todos os exames novamente: Psicotécnico, legislação e de rua, tal como uma pessoa que vai tirar a carteira pela primeira vez. A carga horária do teórico foi aumentada de 30 para 45 horas e a do prático de 15 para 20 horas, com novos conteúdos. Lei pouco divulgada e muitos já caíram nesse conto do vigário, criada apenas para dar mais dinheiro aos donos de auto-escola, provavelmente muitos deles petralhas. Com a multa automática, os custos disso tudo levam a mais de R$ 2.000.00. Eu já mifu. A minha venceu em outubro de 2012 e só percebi agora…

SE GRITAR PEGA LADRÃO…



Giulio Sanmartini
O delinqüente senador Renan Calheiros (PMDB-AL) antes mesmo de ser formalmente eleito presidente daquela vetusta Casa, em que titulares passados, distinguiam-se pela dignidade, já deu partida à divisão do butim e, seguindo o ditado romano “asinus asinum fricat” (o burro coça o burro),escolheu como asseclas senadores de sua laia.
Acercou-se logo do eterno ex-líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR) que será reabilitado com um cargo na Mesa; do senador Fernando Collor (PTB-AL), seu conterrâneo, que comandará a poderosa comissão de Infraestrutura; do senador Blairo Maggi (PR-MT), ganhador em 2005 do troféu “motosserra de ouro”, do Greenpeace, vai para a Comissão do Meio Ambiente.
Ao ver a foto desse grupo, me vem a vontade incontida de cantar  Reunião De Bacana – Exporta Samba  
Senadores Fernando Collor, Romero Jucá e Renan Calheiros, de costas Blairo Maggi
Senadores Fernando Collor, Romero Jucá e Renan Calheiros, de costas Blairo Maggi
(clique para ouvir). Autoria de Ary do Cavaco & Bebeto di São João, cujo refrão inicial diz: “Se gritar pega ladrão/ Não fica um meu irmão/ Se gritar pega ladrão/ Não, não fica um/ Se gritar pega ladrão/ Não fica um meu irmão/ Se gritar pega ladrão/ Não, não fica um…”
(1) Texto de apoio: Fernanda Krakovics e Cristiane Jungblut,

Tribunal Regional Federal da 4ª Região suspende tramitação do processo da Operação Rodin, devido à debandada geral, de juíza e procuradores federais




Decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF 4), que suspende a tramitação do processo crime da Operação Rodin (2007.71.02.007872-8/RS), comandado pela juíza Simone Barbisan Fortes (que já pediu e obteve remoção para Florianópolis), foi dada pela juíza federal Salise Monteiro Sanchotene, chamada pelo Tribunal para atuar em substituição a desembargador federal que se aposentou. A decisão revela o tamanho da crise que se instalou em torno do processo, uma vez que ocorre uma debandada geral, tanto da juíza original, Simone Barbisan Fortes, assim como dos três procuradores originais, que comandaram investigações e denúncia, além de terem atuado todo tempo no processo, até agora. A debandada dos procuradores, que pediram e obtiveram da Procuradoria Geral da República a remoção que solicitaram, quando a Procuradoria da República já estava intimada pela juíza para apresentar suas alegações finais, gerou uma crise dentro do ministério público federal. Os outros procuradores locais recusam-se a assumir a tarefa de produzir as alegações finais, com a justificada razão de que não atuaram até hoje e não conhecem o processo, que tem mais de 140 mil páginas. Este processo é decorrente de operação policial realizada pela polícia política do PT, diretamente sob ordens e comando do peremptório petista Tarso Genro. Esses procuradores que pediram "remoção" são aqueles mesmos que deram entrevista coletiva na apresentação da denúncia e disseram que "não ia ter moleza". Agora escafederam-se do processo na hora da apresentação das alegações finais, cada qual para um lado, deixando na obrigação colegas que não conhecem um processo que tem mais de 140 mil páginas. Como é que autores originais da denúncia podem se escafeder do processo? A juíza do processo crime da Operação Rodin, 2007.71.02.007872-8/RS, Simone Barbisa Fortes, em um dos seus útlimos atos no processo, na decisão que rejeitou pedidos de diligências apresentados pelos réus, indispensáveis para a defesa, disse que o advogado Andrei Schmidt, que defende o réu Carlos Dahlem da Rosa, perdeu prazo, o que significa uma das faltas mais graves que podem ser cometidas por advogados. Veja o que diz a juíza Simone Barbisan Fortes: "3. Manifestação da defesa de Carlos Dahlem da Rosa - A defesa alega, em síntese, que, quando protocolada a petição sub examine, ainda estava em curso o prazo para requerer diligências finais, em razão de embargos de declaração anteriormente opostos, e rejeitados em decisão publicada na data de 13/12/2012. Dessa forma, conclui que o prazo estipulado na decisão embargada, de 10 dias, teria sido interrompido, recomeçando a contar a partir da publicação da decisão que admitiu e rejeitou referidos aclaratórios. Por entender tempestivo, apresenta requerimento de diligências finais, na forma do art. 402 do CPP. Reportando-me à fundamentação expendida ao final do item "2" supra, registro que o prazo para a defesa peticionante requerer diligências finais (art. 402 do CPP) não foi suspenso com a oposição dos embargos declaratórios, de modo que as providências finais agora postuladas foram apresentadas intempestivamente, prejudicando seu exame. Importa destacar, outrossim, que os julgados colacionados na manifestação defensiva em apreço referem-se à interrupção do prazo para a interposição de outros recursos, e não à suspensão da eficácia da decisão embargada, de modo que, no caso concreto, a oposição de embargos de declaração por Carlos Dahlem da Rosa, em 29/11/2012, não retirou das partes, inclusive do corréu embargante, a obrigatoriamente de cumprimento imediato das determinações judiciais constantes da decisão atacada. Por fim, quanto à incompletude da versão digital do processo, localizada ao final do volume n. 153, resta prejudicado o pedido, porquanto já disponibilizada mídia às partes, com correção da falha, conforme decisão publicada em 09/01/2012 (GED 9094770)".

- Charge do Duke,


Volta às aulas! 

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COMENTÁRIO Está tudo dominado! , por Ricardo Noblat


 Ricardo Noblat - 
24.1.2013
 | 7h35m


‘Nossos irmãos e irmãs gays’, por Luis Fernando Veríssimo



Luis Fernando Veríssimo, O Globo
O discurso de reposse do Barack Obama foi uma litania previsível de boas intenções, como todos os discursos de posse, mas teve algumas novidades. Nunca antes na história a palavra “gay” — ainda mais as palavras “nossos irmãos e irmãs gays” — tinha aparecido num discurso inaugural.
Barack, que minutos antes fizera seu juramento com a mão esquerda em cima de duas bíblias (outra novidade), uma que pertencera ao Lincoln e a outra ao reverendo Martin Luther King, para não haver dúvida sobre o contexto maior da solenidade, incluiu o movimento “gay” entre as minorias (negros, latinos, imigrantes) e uma maioria (mulheres) ainda discriminadas.
E pela primeira vez na história a questão ambiental, ignorada por presidentes anteriores e pelo próprio Baraca até agora, mereceu mais do que duas ou três frases no discurso.
Mas a maior novidade de todas, e a mais politicamente relevante, foi a evidente mudança no tom do presidente em relação ao seu discurso de posse anterior e ao seu comportamento, moderado e conciliador, no primeiro mandato. 
O seu centrismo assumido decepcionou muita gente, apesar de ser uma óbvia manobra para governar com uma oposição republicana majoritária no Congresso e em muitos casos vitriólica.
Mesmo com sua retórica convencional, o novo Obama, com as outras novidades do seu discurso e com seu novo tom, deu o recado: agora vai ser diferente. Agora vocês verão o Obama que todos esperavam há quatro anos. “Agora sim” poderia ser o título do discurso.
Os republicanos continuam com maioria na câmara dos deputados e muitos dos novos eleitos são da linha do Tea Party, ultrarreacionários dispostos a serem ainda mais chatos.
O presidente pode não cumprir a promessa do novo tom e decepcionar outra vez, mas agora não precisa se preocupar com a reeleição e conta com a reação dentro do próprio Partido Republicano à sua ala maluca, depois do fracasso do seu candidato no pleito presidencial.

ARMÁRIOS VAZIOS
Entre as bandas que participaram do desfile em frente à Casa Branca estava a Lesbian and Gay Band Association, que escolheu um repertório de compositores homossexuais, entre eles Leonard Bernstein e Aaron Copland. Os armários estão todos sendo esvaziados, mesmo retroativamente. O que é formidável.

CRÔNICA Cartas de Paris: O dia em que nevou em Paris



Eu já estava atrasada para um jantar na casa de uma amiga e ainda tinha que comprar um presente. Tinha decidido que aproveitaria a ocasião para comemorar seu aniversário que tinha sido há algumas semanas.
Decisão que acabou complicando bastante minha vida. Na saída da biblioteca, as pessoas se amontoavam nas portas enquanto olhavam para o céu e conversavam entusiasmadamente pelos telefones.
Sem ter muito tempo para satisfazer minha curiosidade, me lancei na noite fria e escura. Um pequeno floco branco pousou delicadamente sobre meu nariz. Imediatamente uma mistura de apreensão e euforia tomou conta de mim. Estava nevando.
De repente todo o ruído do mundo parou para deixar o manto branco se estender na noite parisiense. Os passos se fizeram mais lentos ao mesmo tempo que os sorrisos, contornados de lábios arroxeados, se iluminaram um a um.
A neve em Paris é como o primeiro raio de sol da primavera, tem o poder de deixar tudo mais leve e opera uma transformação na alma do parisiense, maltratada pelo inverno. Um instante mágico e fugaz. A contemplação se faz obrigatória.
Todos achávamos que quando acordássemos no dia seguinte ela já teria nos abandonado como costuma fazer. Mas quando acordamos, qual não foi nossa surpresa, ela tinha decidido passar o fim de semana em Paris.
“A última vez que vi algo assim foi em 1992”, dizia uma senhora no metrô. Durante todo o fim de semana nevou e nós ficamos divididos entre a vontade de sair para ver a neve e o desconforto do frio.
Parecia que um caprichoso gigante confeiteiro tinha jogado açúcar no austero Petit Palais e nos anjos da ponte Alexandre III. Na Butte Montmartre esquiadores se divertiam descendo o declive em uma paisagem alpina.
Uma bruma se elevava do Sena, cercado por margens brancas e bonecos de neve que saudavam felizes os passageiros do bonde no Boulevard Brune.
Toda a cidade foi banhada por uma luz única, mesmo assim, nenhuma máquina fotográfica foi capaz de registrar de maneira fiel a beleza de Paris coberta pela neve.
Quando acordamos na segunda-feira, ainda sob o efeito do espetáculo do fim de semana, percebemos que ela tinha partido.
E nós, com os olhos mais do que nunca repletos com a beleza única desta cidade, observávamos os últimos flocos de neve se desfazerem lentamente na calçada nos perguntando quando ela voltaria a nos visitar.

Ana Carolina Peliz é jornalista, mora em Paris há cinco anos onde faz um doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação na Universidade Sorbonne Paris IV. Ela estará aqui conosco todas as quintas-feiras. 

Serventia das Casas, por Dora Kramer


24 de janeiro de 2013 | 2h 09


Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
Daqui a dez dias o Parlamento brasileiro terá novos presidentes, sem que essa troca de comando tenha o menor significado para os brasileiros ali representados.

O Congresso se denomina o Poder "mais aberto da República" e, em tese, é mesmo. A prática, porém, suscita uma inevitável dúvida: aberto para quem o para o quê?

A julgar pelo conjunto da obra e observando particularmente o que se diz e o que se faz nesses dias de, digamos, "campanha eleitoral", os espíritos por ali só andam abertos aos interesses internos.

Apenas candidatos em princípio sem chance de vitória e as fracas e dispersas vozes que não se aliam à apatia geral falam sobre a necessidade de o Parlamento buscar o caminho da recuperação da dignidade e das prerrogativas institucionais que conferiu a si ao elaborar a Constituição de 1988.

O buraco é tão profundo que nem esses encontram fôlego e espaço para debater temas específicos da agenda congressual. Ficam no protesto, aparente e compreensivelmente cansados de uma guerra até agora perdida.

O restante - aí incluídos os citados como favoritos para as presidências da Câmara (Henrique Alves) e do Senado (Renan Calheiros) e a maioria das bancadas partidárias - só trata das paróquias e dos arranjos corporativos. Servem-se das Casas quando o esperado seria que servissem ao Parlamento, síntese da democracia representativa.

Para Calheiros e Alves o que interessa mesmo é fazer dos cargos instrumentos de preservação de poder nos respectivos Estados de Alagoas e Rio Grande do Norte. 

Duas notícias nesta semana - uma publicada na Folha de S.Paulo, outra no Estado - mostram bem isso. O alagoano se vale da influência na Caixa Econômica Federal para carrear recursos para habitações populares em municípios sob seu comando político e, de quebra, alimenta o faturamento de empreiteira cujo dono é sócio do filho do senador.

O potiguar reúne prefeitos de seu Estado para convocá-los à posse já dada como certa na presidência da Câmara. Falando dos entraves burocráticos e da má vontade do governo federal em atender prefeitos, garante que, "de braço dado" com ele, terão os caminhos desimpedidos.

No mais, tratam de negociar com os partidos os assentos nas Mesas Diretoras e postos em comissões. A discussão do momento é de alta relevância: a disputa entre PSDB e PSD pela 1ª-secretaria, responsável pela gerência do Orçamento da Câmara. Uma bolada de R$ 4,9 bilhões, na previsão para 2013. 

De retornos. Guardadas as peculiaridades das situações, a eleição de Renan Calheiros para a presidência do Senado equipara-se a uma eventual vitória de Fernando Collor para a Presidência da República.

Têm o direito de pleitear, mas aos eleitores cabe pesar e medir sobre a conveniência de suas escolhas. 

De fachada. A neutralidade do governador Eduardo Campos na eleição para a presidência da Câmara na qual se inclui um candidato do PSB assemelha-se à imparcialidade da presidente Dilma Rousseff em relação ao mesmo tema.

No oficial, ambos mantêm distância, mas atuam no paralelo. O Planalto para assegurar o controle da "base" a fim de manter o Legislativo sob a jurisdição do Executivo; Campos para firmar autonomia de seu partido sem ferir a aliança com o governo.

Se quisessem ficar mesmo distantes e o processo obedecesse apenas à dinâmica das bancadas partidárias, não tomariam conhecimento do assunto, Michel Temer não estaria preocupado em obter para o PMDB a bênção de Dilma nem Eduardo Campos não teria deixado o time entrar em campo.

HUMOR A Charge de Néo Correia




Senador que plebiscito para decidir redução da maioridade penal



José Carlos Werneck
Vários projetos tramitam na Câmara e no Senado para reduzir a maioridade penal, que hoje é de 18 anos. E o senador Ivo Cassol, do PP de Rondônia, apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDS 539/2012) que sugere a realização de plebiscito sobre a redução da maioridade penal para 16 anos, a ser realizado já nas próximas eleições presidenciais, em 2014.
Pesquisa do Instituto DataSenado publicada em outubro apontou que 89% dos cidadãos entrevistados querem imputar crimes aos adolescentes que os cometerem. De acordo com a enquete, 35% fixaram 16 anos como idade mínima para que uma pessoa possa ter a mesma condenação de um adulto; 18% apontaram 14 anos e 16% responderam 12 anos. Houve ainda 20% que disseram “qualquer idade”, defendendo que qualquer pessoa, independente da sua idade, deve ser julgada e, se for o caso, condenada como um adulto.
No entender de Cassol, “manter em 18 anos o limite para a condição de imputabilidade é ignorar o desenvolvimento mental dos nossos jovens. A redução da maioridade, por si só, não resolveria os nossos graves problemas de segurança pública. Entretanto, seria uma boa contribuição, pois os jovens, em função da impunidade, sentem-se incentivados à prática do crime”
A proposta, ainda sem relator na Comissão de Constituição e Justiça, cita exemplos do Mapa Mundi da Maioridade Penal, elaborado, em 2005, pela UNICEF. Segundo o documento, nos Estados Unidos, a maioridade varia de 6 a 18 anos, conforme a legislação estadual. No México, é de 11 ou 12 anos, na maioria dos estados. A América do Sul é a região em que a maioridade é mais tardia: na Argentina e Chile, aos 16 anos. No Brasil, Colômbia e Peru, aos 18 anos.

Temer será o vice de Dilma em 2014



José Carlos Werneck
Michel Temer será novamente o companheiro de chapa da presidente Dilma Rousseff, nas eleições do próximo ano. A notícia foi confirmada nesta terça- feira, em Brasília, por fontes ligadas ao Palácio do Planalto.
A divulgação da notícia colocou-se uma pá de cal no receio de alguns setores do PMDB com as conversas que estavam sendo mantidas entre o PT e o PSB, partido de Eduardo Campos.
Alguns políticos do Partido dos Trabalhadores queriam que o governador de Pernambuco fosse o candidato a vice na chapa de Dilma, como forma de assegurar que ele não se candidatasse à Presidência no próximo ano. A presidente Dilma, no entanto, decidiu que continuará com Michel Temer em 2014.

O risco permanece



Carlos Chagas
Enquanto fica calado a respeito de sua candidatura a presidente da República em 2014, o Lula continua dando lições sobre como governar e que rumos o país deve adotar em política externa e em muitos setores da política interna. Além de confirmar o início de viagens por todo território nacional, certamente que não para caçar borboletas. Em vez dele, seus ex-ministros Paulo Okamotto, PauloVanuchi e Luiz Dulci acabam de declarar, ainda que sem muita ênfase, que o ex-presidente apóia a reeleição de Dilma Rousseff.
Pode ser, mas não deixa de se registrar no palácio do Planalto um certo receio de o antecessor atropelar a sucessora. É de mestre-escola o comportamento do Lula diante de Dilma, na medida em que permanece avançando palpites variados sobre funções que não exerce mais.
No fundo situam-se algumas variáveis. Primeiro, de que setores consideráveis do PT estimulam a volta do ex-presidente nas próximas eleições, frustrados que estão por Dilma não ter dividido o poder com eles, em condomínio. Depois, porque em dois anos a popularidade da presidente pode cair, caso a economia não se recupere. As forças que dão respaldo ao governo também poderão surpreender, exigindo mais espaços. Sempre em aberto estarão os inusitados.
Por tudo isso, o Lula mantém aberta a janela de sua candidatura, mobilizando seu “ministério das sombras” para dizer o que ele não diz. Está previsto para sexta-feira, em São Paulo, mais um encontro entre o criador e a criatura.
UM TERRORISMO SINGULAR
Há quem suponha mais do que a ação de bandidos comuns nos assaltos aos caixas eletrônicos de bancos, em todo o território nacional, bem como pode ser imaginada alguma motivação específica por trás da fúria popular que tem levado à queima de ônibus nas grandes cidades.
Não haverá que voltar ao passado dos diversos grupos dedicados à luta armada contra a ditadura. Saiu pelo ralo o sonho da implantação de repúblicas proletárias e socialistas.
No entanto, os métodos praticados pelos assaltantes de caixas eletrônicos, mais de 600 em todo o país, ano passado, assemelham-se às anteriores ações promovidas pelos subversivos. O uso do dinamite não parece característica do ladrão isolado. O dinheiro conseguido vai para o bolso dos meliantes, é claro, mas pode estar indo também para organizações empenhadas em adquirir armas, traficar tóxicos e aumentar sua influência nas comunidades pobres. Tenta-se criar um poder paralelo às instituições vigentes, com que objetivo?
É o terrorismo em nova fase, menos ideológica mas igualmente transcendendo o imediatismo da bandidagem rotineira.
Junte-se as frequentes queimas de ônibus, na maior parte promovidas por agentes das quadrilhas organizadas e se terá algo mais do que um simples episódio da eterna luta entre polícia e ladrão. Até mesmo quando exploram a indignação popular diante da inoperância dos serviços públicos ou da sucessão de vítimas do descaso da autoridade constituída, pode-se identificar um fator específico. Por que há uma técnica para queimar ônibus, pouco acessível ao cidadão normal.
Trata-se de outra faceta do terrorismo, que conduz a uma indagação inconclusa: se não são religiosas nem ideológicas as causas dessa expansão do terror em nova fase, serão quê?

Dona Dilma, acuada e intimidada, não sabe se o relacionamento com Lula é de coalizão ou de colisão. Lula, de passaporte médico já autenticado, nunca esteve tão feliz. O PSDB tem vários nomes e nenhum candidato. Eduardo Campos, de protagonista a mero personagem divulgador de confidências.



Helio Fernandes
Nos últimos 60 dias, mudança completa no roteiro da sucessão de Dona Dilma, os personagens se hostilizam e se contradizem abertamente. Há dois meses, Dilma dizia e insistia em jornais e televisões. “2013 não é ano de eleição e sim de administração”. Não passou muito tempo, a própria presidente, sem o menor constrangimento, se desdiz e se desmente.
No Nordeste, vestida de vaqueira, (que horror, fica mais deselegante do que o habitual) retumba sem a menor restrição: “Serei candidata à reeleição, já decidi”. Além da mudança radical de posição, esqueceu que precisa do aval e do referendo de Lula e do PT.
Ela não pertence ao PT, sua carreira foi feita no PDT, e mais elementar, no PT estadual. Só veio para o plano nacional e virou predileta do Lula, quando este percebeu que não conseguiria modificar os mandatos do Executivo, Legislativo e Judiciário. Seria o terceiro mandato.
Ministros do STF passariam à compulsória com 75 anos, governadores seriam prorrogados. Era muito, mesmo para Lula, teve que entregar o cargo a ela, depois de elegê-la.
Lula considerava Dilma inofensiva. Tinha certeza absoluta de que voltaria em 2014, altivo e altaneiro. Só que os planos e o planejamento de longo prazo têm obstáculos e inconvenientes. O de Lula foi o mais cruel, impiedoso e invencível: o câncer do esôfago, da laringe, da garganta.
LULA QUASE SOME ELEITORALMENTE,
SE RECUPERA, VOLTA ÀS MANCHETES
Para um homem que ascendeu politicamente e eleitoralmente pela palavra, mesmo intuitivo, perder a voz, não podendo mais discursar, significa o fim. Lula foi salvo pela obsessão da ambição, ficou bom. Como informamos há tempos, recebeu passe livre dos médicos do Sírio Libanês, “pode fazer o que quiser”.
Logo fez a declaração voltado diretamente para o Planalto: “Vou disputar qualquer coisa em 2014”. Analisei aqui que poderia ser o governo de São Paulo, se ganhasse (ou se ganhar, o projeto não está fechado), dominaria inteiramente o estado, governador e prefeito.
A propósito, por falar em prefeito: a invasão da privacidade do prefeito Haddad não foi por acaso, imprevisto ou coincidência, “eu estava perto”. Foi tudo planejado, levou fotógrafos, sentou no centro da mesa, quase sem olhar para o prefeito, se dirigindo (e ordenando) diretamente para os secretários.
Lógico, não tinha nada a ver com a prefeitura, o cargo está ocupado, nada com seus objetivos, era um recado (ou intimidação) para mais alto, mais longe e mais distante. Ou seja: o Poder para ele, o controle de tudo.
A INTIMAÇÃO OU INTIMIDAÇÃO
FOI ENTENDIDA E ACEITA
Dona Dilma, que já vem percebendo as coisas e não é de hoje, não queria a luta de frente, viu que não havia outra forma, reagiu duas vezes. A primeira, com roupa de vaqueira, garantindo que seria reeleita em 2014. E logo a seguir da forma política, usando o dócil e servil governador de Pernambuco: “Só para você, como prova de confiança. Haja o que houver serei candidata à reeleição em 2014”.
Viajaram, cada um para o seu lado. Eduardo Campos pensou (?) que fazia uma grande jogada, cumpria o objetivos de Dona Dilma. Chamou jornalistas, informou: “A presidente Dilma me confidenciou que disputará a reeleição em 2014”.
Dilma respondeu a Lula, enfraqueceu o governador de Pernambuco, que passou de personagem a fofoqueiro, e ainda mais, perdendo a confiança dos possíveis interlocutores. E Dona Dilma ficou aparentemente parecida com um estrategista, pelo menos fez o que ninguém esperava.
O ex-presidente não se considera atingido ou alijado, ficou um pouco surpreendido, logo deu uma gargalhada de satisfação, comentou com Okamotto: “A Dilma está sendo aconselhada e assessorada por quem? Eu ainda nem havia decidido o que disputaria em 2014, ela aplainou meu caminho”.
O PSDB TEM VÁRIOS CANDIDATOS,
NENHUM GANHA DE DILMA OU LULA
Depois de 2002, quando Lula assumiu, o PSDB não encontrou mais o caminho de casa. Perdeu a presidência três vezes, duas com Serra, uma com Alckmin. E agora os dois nomes voltam ao noticiário, lógico, em companhia de Aécio Neves, sempre cogitado como o “candidato jovem”. Pelo jeito, chegará aos 80 anos, não mais como cogitado, e sim o candidato indigitado, que palavra.
Serra perdeu duas vezes, na segunda teve mais de 40 milhões de votos, foi para o segundo turno. O desastre para sua candidatura e biografia foi a pressa de não completar mandatos. Se não tivesse perdido tão feio para prefeito, estaria ameaçando seriamente o ex-governador de Minas.
Alckmin já perdeu uma vez para presidente, afirma: “Tenho o direito de tentar outra vez, como Serra”. Mas tem um pacto de permanência com São Paulo, está no Poder lá desde 1994. Só saiu em 2006 para ver o Planalto mais distante. Foi vice de Covas doente em 1994. Em 1998, perderam para Lutfatta Maluf no primeiro turno, ganharam no segundo.
Covas nem governou, Alckmin exerceu, Covas morreu, Alckmin emplacou a terceira eleição seguida, na época me fartei de dizer que era ilegal e inconstitucional. Perdeu no plano nacional, voltou em 2010, SP não aguenta mais, quase certo que espere 2018. Lula e Dilma terão cumprido seus destinos. Aparecerão outros. Como Serra, Alckmin não será presidente.
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PS – Avulsos, ninguém. Tenho a maior simpatia por Dona Marina, mas ela não tem legenda, não tem votos, não tem caminhos presidenciais.
PS2 – Ao contrário do que todos diziam, 2014 está, agora, bom para a Dilma “gerentona”, se livra do 2013, administrativo.
PS3 – Alckmin tentará outro mandato em SP. Mas está em pânico com a possibilidade de ter Lula como adversário. Sabe que não ganha dele. Prefere Lula presidenciável, se ganhar termina o mandato com 72 anos. Para Alckmin, Lula não é um adversário, e sim um espantalho assustador.
PS4 – Como o futebol é a pátria de chuteiras (Nelson Rodrigues), não podemos desprezar a convocação da seleção. Ainda mais porque Maluf está em alta. Seu “vice-governador” na ditadura, José Maria Marin, anunciou os jogadores para a Copa de 2014. Feita por Scolari, que por suas vezes publicamente manifestou seu admiração pelo ditador-perseguidor-torturador Pinochet.
PS5 – O treinador que rebaixou o Palmeiras e foi promovido a treinador da seleção, manteve quase todas as indicações de Mano Menezes. Fez 4 “invenções”, chamou Ronaldinho Gáucho. (Não o melhor do mundo de 2002, e sim o de hoje, 11 anos depois).
PS6 – Reconvocou Julio Cesar, que era da Inter de Milan. “Saído” dela, está na Segunda Divisão da Inglaterra. Justificativa do goleiro: “Eu queria aprender inglês”. Não era melhor continuar na Primeira Divisão da Itália e contratar um professor de inglês?

Charge do Sponholz



Morosidade da Justiça é entrave ao desenvolvimento



Roberto Monteiro Pinho
Todos os indicadores de desenvolvimento apontam o sistema judiciário brasileiro como um dos seus maiores entraves, estando ao lado das altas taxas de impostos como o vilão, que evita a melhoria do ambiente de negócios no Brasil. E mais, ressalte-se, a alta litigiosidade não significa acesso amplo à Justiça, mas do fato de poucas pessoas ou instituições utilizarem demais o Poder Judiciário. Isso ocorre porque a maior parte da população está afastada dos mecanismos formais de resolução de conflito.
De acordo com pesquisa do Banco Mundial divulgada em julho de 2003 (Report 26261-BR), 70% dos processos trabalhiostas em tramitação no País, simplesmente desaparecem, uma parte devido a acordos extrajudiciais ou ao pagamento. A maior parcela porque o credor não encontra bens e desiste; 48% dos processos não vão além do pedido inicial, porque o credor não dá continuidade (acordo extrajudicial ou desistência por falta de possibilidade de o devedor efetuar o pagamento) ou porque a justiça não encontra o devedor para a citação; 41% dos processos com continuidade não conseguem penhorar os bens, em geral por dificuldade em encontrá-los; 57% dos processos com penhora efetivada foram embargados. Em suma o problema dos processos de execução não é só a morosidade, mas também a sua não conclusão.
Quando se desrespeita o advogado, é o desrespeito ao jurisdicionado, que aquele representa conforme a própria etimologia da palavra, “do latim advocatu, de ad, para junto, e vocatus, chamado, invocado, ou seja, aquele que é chamado para ajudar”. E quando o Judiciário desrespeita o jurisdicionado, desrespeita a sua própria razão de ser; a justiça é para a sociedade e não vice-versa. Não podemos esquecer que a Justiça existe (em tese) para garantir o equilíbrio social. Se não funciona, ou funciona defeituosamente, deixa de cumprir sua finalidade.
A advocacia, como se depreende do cotejo entre os artigos 133 da Constituição e 2°, §1° da lei 8.906/ 94 (Estatuto da Advocacia) é uma função essencial à justiça em cujo ministério privado se presta serviço público e se exerce função social. A definição já basta para mostrar a relevância da atividade que, além disso, se encontra em paridade em relação às carreiras do Ministério Público e da Magistratura (art. 6º, lei 8.906). Quaisquer violações às prerrogativas de advogado são, portanto, não apenas ilegais como ferem frontalmente a Carta Magna.

Dia Nacional do Aposentado Brasileiro. Dia 24 de janeiro de 2013. Nada a Comemorar.



José Paulo de Resende
Infelizmente, a cada ano que passa os aposentados brasileiros que ganham acima do salário mínimo são mais espezinhados e humilhados pelo governo federal. Aliás, nos últimos 20 anos, nós, aposentados brasileiros que ganhamos acima do salário mínimo, fomos colocados a margém por quem governa ou governou o País.
Já não bastava o maldito fator previdenciário que foi imposto goela abaixo pelo governo FHC junto com o Congresso Nacional e que até hoje continua válido, ainda temos ainda que aguentar os parcos reajustes que nos são dados pelo atual governo federal do PT.
Lula e a senhora Dilma Rousseff viraram as costas para todos nós e não estão nem aí para os graves problemas por que passa esta enorme classe de trabalhadores que se dedicaram anos a fio para o engradecimento da Nação Brasileira. Nos dão, nestes 10 anos de mandato do PT no Poder, parcos reajustes,  acham que está tudo bem e ainda falam em Justiça Social.
Já é sabido por todos. Quando há aumento de reajuste para os aposentados que ganham até 1 salário mínimo, os demais aposentados  perdem cada vez mais. Tanto que muitos já estão ganhando apenas 1 salário mínimo, por causa do achatamento em seus reajustes. Os reajustes dado a nós não seguem o mesmo valor do reajuste dado para o salário mínimo. Este aumento recente foi de 9% por cento para quem ganha até 1 salário mínimo e para nós apenas nos foi dado 6% por cento.
ANTIGAMENTE, OS PETISTAS…
E dizer que os petistas que se encontram hoje no poder há mais de 10 anos criticavam os parcos reajustes que nos era dado pelo governos anteriores. Criticavam e depois que chegaram ao poder fazem a mesma coisa ou pior.
A incoerência no discurso é tamanha. Antes criticavam e como criticavam e até o próprio ex.presidente Lula dizia em 29 de outubro de 1989 no programa Sylvio Santos que queria que aposentado brasileiro tivesse o mesmo padrão de vida dos aposentados europeus. O que se vê hoje em dia é totalmente o contrário.
Os discursos bonitos de antigamente e as críticas que os petistas faziam antigamente hoje são consideradas falácias e mais falácias. O que eles queriam é chegarem ao poder para usufruirem tudo de bom que o poder poderia dar para eles e nada mais.
Hoje somos relegados a segundo plano. Há projetos  para serem votados e que podem beneficiar os aposentados brasileiros, mas o presidente da Câmara, deputado Marco Maia, do PT, não os colocou em votação. O atual vice-presidente da República, Michel Temer, que já foi presidente da Câmara, fez o mesmo em sua época.
Eles não estão interessados em beneficiar a quem tanto trabalhou para a grandeza deste País. A cada dia que passa e a cada ano que passa nos dão somente migalhas e nada mais.
Nos humilham e nos espezinham e não nos respeitam de forma alguma. Por isto neste  dia 24 de janeiro de 2013 não temos nada a comemorar. No Dia do Aposentado Brasileiro não há nada para comemorar.

Charge do Sponholz