terça-feira, 15 de maio de 2012

O farsante escorraçado da Presidência acha que o bandido vai prender o xerife


Augusto Nunes

Vinte anos depois de escorraçado do cargo que desonrou, o primeiro presidente brasileiro que escapou do impeachment pelo porão da renúncia reafirmou, nesta segunda-feira, a disposição de engrossar o prontuário com outra façanha sem precedentes. Primeiro chefe de governo a confiscar a poupança dos brasileiros, o agora senador Fernando Collor, destaque do PTB na bancada do cangaço, quer confiscar a lógica, expropriar os fatos, transformar a CPMI do Cachoeira em órgão de repressão à imprensa independente e, no fim do filme, tornar-se também o primeiro bandido a  prender o xerife.

Forçado a abandonar a Casa Branca em 1974, tangido pelas patifarias reveladas pelo Caso Watergate, o presidente Richard Nixon passou os anos seguintes murmurando, em vão, que não era um escroque. Perto do que faria a versão alagoana, o que fizera o original americano não garantiria a Nixon mais que a patente de trombadinha. Como isto é o Brasil, Collor não só se negou a pedir desculpas como deu de exigir que o país lhe peça perdão por ter expulso do Planalto um chefe de bando. Foi o que fez no discurso de estreia que colocou de joelhos os demais pensionistas da Casa do Espanto (leia o post reproduzido na seçãoVale Reprise).
Neste outono, excitado com a instauração da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito destinada a apurar bandalheiras praticadas por Carlos Cachoeira e seus asseclas, o farsante sem remédio decidiu enxergar na CPMI as iniciais de um Comitê de Pilantras Magoados com a Imprensa. Caso aparecesse no Capitólio em busca de vingança contra o jornal The Washington Post ou a revista Time, Nixon seria, na mais branda das hipóteses, transferido sem escalas para uma clínica psiquiátrica. Nestes trêfegos trópicos, um serial killer da verdade articula manobras liberticidas com a pose de pai da pátria em perigo ─ e com o apoio militante de inimigos do século passado.
José Dirceu, por exemplo, embarcou imediatamente no navio corsário condenado ao naufrágio ─ ansioso por incluir entre os alvos da ofensiva a Procuradoria Geral da República. E Lula, claro, estendeu a mão solidária para reiterar que os dois ex-presidentes nasceram um para o outro. Em 1993, como se ouve no áudio reprisado pela seção História em Imagens, a metamorfose ambulante endossou, sempre em português de botequim, a opinião nacional sobre a farsa desmontada pouco antes: “Lamentavelmente a ganância, a vontade de roubar, a vontade de praticar corrupção, fez com que o Collor jogasse o sonho de milhões e milhões por terra”, disse Lula, caprichando na pose de doutor em ética. “Deve haver qualquer sintoma de debilidade no funcionamento do cérebro do Collor”.
O parecer foi revogado por Lula, mas segue em vigor no país que presta. Entre os brasileiros decentes, a cotação do ex-presidente é mesma estabelecida em 1992: zero. Há quase 20 anos, Collor não vale nada.

O preocupado relatório da Fifa sobre a Copa no Brasil


A “Folha de S.Paulo” e este blog tiveram acesso ao relatório de 83 páginas que foi apresentado à Fifa na última reunião do COL e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em Zurique, com data de 1o. de maio.
Nele as obras nos 12 estádios para a Copa do Mundo são apresentadas numa escala colorida sobre os riscos de cada um.
Alguns em situação muito preocupante, como o de Natal que, segundo Charles Botta, consultor da Fifa para estádios, em relatório para a alta cúpula da entidade, classifica como de “grande risco”, significa dizer, ameaçado de não estar pronto em 2014.
Para a Copa das Confederações, no ano que vem, a situação é simplesmente crítica e se trabalha com a hipótese de realizá-la em apenas quatro sedes e não mais em seis, como oficialmente previsto.
Abaixo, um dos gráficos apresentados, que é auto-explicativo, lembrando que “FCC” diz respeito à Copa das Confederações e “FWC” à Copa do Mundo:
A reportagem completa está nas paginas da “Folha” de hoje.
Comentário para o Jornal da CBN desta terça-feira, 15 de maio de 2012.

Jarbas cobra de Sarney votação de emenda que acaba com o voto secreto para cassar mandatos



Há oito anos, desde 2004, tramita no Senado uma proposta de emenda constitucional que acaba com o voto secreto para a cassação de mandatos de congressistas pilhados em faltas éticas. Há dois anos, em 2010, o projeto foi aprovado na comissão de Justiça. Deveria ter sido incluído na pauta de votações do plenário. Porém, foi à gaveta.
Na tarde desta terça (15), o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) protocolou um requerimento na Mesa diretora do Senado. Na peça, cobra do tetrapresidente José Sarney (PMDB-AP) que leve a emenda a voto. Numa sessão presidida pelo alvo de sua cobrança, Jarbas anunciou a iniciativa em discurso. Sarney ouviu o orador sem dizer palavra.
Evocando as crises que sacudiram o Senado sob as presidências de Renan Calheiros (PMDB-A) e do próprio Sarney, Jarbas iniciou o discurso assim: “Muitos nesta Casa tentam convencer a si mesmos e à sociedade que a grave crise do Senado, iniciada em 2007 com a renúncia de um presidente [Renan] e graves denúncias administrativas na gestão de seu sucessor [Sarney], já foi superada.”
Fustigou: “É um engano, senhores. A crise está em curso. É uma crise de credibilidade que só vai ser superada quando a sociedade reconhecer nesta Casa um firme propósito de reconstruir seu patrimônio ético.” Disse que a votação da emenda de 2004 oferece uma “oportunidade de iniciar o processo de aproximação do Senado com os reais anseios da população.”
Para que isso ocorra, disse Jarbas, basta que Sarney inclua a proposta de fim do voto secreto na ordem do dia. “É de fundamental importância para a afirmação do Senado que essa matéria seja levada a votação antes que seja submetido a este plenário o processo de cassação do senador Demóstenes Torres”, disse.
Observado por Sarney, Jarbas enfatizou: “É incompreensível que uma matéria votada e aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça em junho de 2010 dependa exclusivamente da boa vontade da presidência para ser levada a votação.”
Realçou que “o poder supremo” atribuído a Sarney, que monopoliza as decisões sobre “o que é passível de deliberação, não tem paralelo.” Na Câmara, disse Jarbas, dá-se coisa diferente. Ali, “o colégio de líderes partidários participa ativamente da elaboração da pauta de votações.” Para ele, a “prerrogativa excessiva” exercida por Sarney “tem que ser revista.”
Do contrário, “mesmo em um caso exemplar de quebra do decoro parlamentar como o que iremos votar” no caso Demóstenes, “fica sempre a dúvida de quantos dos nossos pares irão se esconder sob o manto do sigilo para absolver uma conduta claramente reprovável.”
Para potencializar os riscos, Jarbas lembrou que, no ano passado, “a Câmara absolveu a senhora Jaqueline Roriz, filmada recebendo dinheiro em espécie de um conhecido corrupto.” Quer dizer: “sob a proteção do voto secreto, todos se igualam, ninguém precisa prestar contas de seus atos.”
Por uma dessas coincidências que só a história, caprichosa senhora, sabe providenciar, a emenda do voto aberto foi aprovado na Comissão de Justiça quando presidia o colegiado o agora encrencado Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). Relatou-a Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), hoje presidente do Conselho de Ética, o órgão que processa o ex-Demóstenes.
Outra curiosidade: chama-se Sérgio Cabral o autor da emenda que Jarbas deseja levar a voto no plenário. Cabral era senador em 2004, quando apresentou a proposta. Hoje, governa o Rio. E vê o prestígio pessoal decair por conta de uma amizade tóxica com Fernando ‘Delta’ Cavendish.

Cadeia nacional para a mãe do PAC, por Guilherme Fiúza



Guilherme Fiúza, ÉPOCA 
Enquanto Dilma Rousseff se especializa em falar sozinha na TV, o presidente do PT avisa que o governo popular vai “peitar” a mídia. É compreensível.
A mídia é praticamente o único problema do Brasil atualmente. Se não fosse ela, não existiria corrupção no governo popular (o que os olhos não vêem, o coração não sente).
Infelizmente, a rede parasitária montada pelos companheiros em pelo menos sete ministérios foi parar nas manchetes. Não fosse essa invasão de privacidade, esquemas como o do Dnit com a Delta continuariam firmes na aceleração do crescimento.
Se não fosse a mídia para atrapalhar, o governo da presidenta falaria diretamente com o povo – sem esses assuntos azedos que só interessam à imprensa.
E já que jornalista só gosta de coisa ruim, o PT resolveu falar sozinho, em cadeia obrigatória de rádio e TV.
Dia da Mulher, Dia do Trabalhador, Dia das Mães e todas as datas simpáticas do calendário passaram a ser, também, Dia da Dilma. São os momentos em que a presidenta olha nos olhos do Brasil e diz a ele só coisas lindas, de arrepiar.
O comício contra os bancos no Primeiro de Maio foi inesquecível. Como governar é muito chato e trabalhoso, o PT resolveu voltar a ser estilingue (sem sair do palácio).
É o primeiro governo de oposição da história.
É muito melhor fazer comício contra juros altos (“peitar os bancos!”) do que organizar as finanças públicas, acabar com a farra tributária, abrir mão do fisiologismo, parar de gastar o dinheiro que não tem e controlar toda essa bagunça institucional que empurra para o alto a inflação – e os juros.
O povo está adorando esse governo de oposição, liderado por uma mulher corajosa que faz faxina em sua própria lambança e vira heroína.
No pronunciamento emocionante do Dia das Mães, que lançou o programa Brasil Carinhoso, só faltou uma palavra de carinho para a construtora Delta, que cresceu e engordou sob a guarda da Mãe do PAC.
Foi dentro do projeto de peitar a mídia que Lula insuflou a CPI do Cachoeira. A idéia era mostrar que a imprensa burguesa também estava no bolso do bicheiro e que o mensalão não existiu.
Quem sabe essas pérolas do romantismo petista não viram verdade no Dia dos Namorados, em mais um pronunciamento oficial da presidenta?

O IMORAL EMPALAMENTO DOS DESAFORTUNADOS


Valmir Fonseca Azevedo Pereira

A Comissão da Verdade está prestes a iniciar os seus trabalhos.
 
Será o julgamento dos ausentes, a condenação dos infamados, ou melhor, o seu imoral empalamento publico.
 
Um mau - cheiro exala no ar.
 
A Comissão se compromete a arrolar os crimes dos Governos Militares e de seus Agentes. E, acreditem: levantará, acusará, e vilipendiará a todos, sem exceção e, por torpe cumplicidade, ao Exército Brasileiro e às demais Forças Singulares.
 
Não precisava, pois os erros dos governos militares são do domínio publico.
 
O principal foi empenhar - se na luta para evitar que a subversão tomasse pelas armas o poder, pois os heróicos terroristas agitaram, roubaram, seqüestraram, assassinaram, mentiram e cooptaram jovens inocentes (como fizeram na “Guerrilha do Araguaia”), iludindo - os com a lenda dourada do comunismo.
 
Utilizando a mesma arma, a Propaganda, conseguiram atribuir a si mesmos, o retorno do País ao pluralismo político, e se autoproclamar angelicais defensores da democracia.
 
O outro monumental equivoco foi a postura imobilista em relação ao solerte inimigo.
 
E a luta foi dureza, pois o inimigo não tinha rosto, não usava uniforme, e os governos militares, sem experiência naquele tipo de luta, penaram para estabelecer mecanismos mínimos de eficiência para resistir aos ataques frenéticos de terroristas, muitos adestrados no exterior em atos e ações das mais desumanas.
 
O erro dos agentes que os combateram... foi combatê – los.
 
Mas isto não vem ao caso.
 
Interessa que as Forças Armadas combateram e venceram o comunismo em todas as ocasiões em que, de diferentes maneiras, seus adeptos tentaram tomar o poder. Neste caso, lamentavelmente, a História vem sendo contada de forma unilateral pelos derrotados, com suas versões distorcidas dos fatos.
 
 Alguém já disse que uma derrota é a maior das frustrações. Eles sofreram três, todas capitaneadas pelas Forças Armadas. E, por isso, não perdoam as nossas Forças Armadas.
 
É típico do governo tirânico que se adonou do País tripudiar sobre o único instrumento democrático que pode fazer lhe frente.
 
Aqui, os terroristas são homenageados com nomes de ruas e de praças, e os verdadeiros traidores da democracia são indenizados pelo Estado.
 
Alguns, mesmo os mais ingênuos, não podem fechar os olhos diante da constatação de que vivemos sob um regime “cripto – comunista”, grosseiramente disfarçado, e que a Comissão da Verdade é um instrumento para desmoralizar e anular os Agentes da Repressão e, por vias diretas, os Governos, aos quais eles serviram.
 
Ao se proporem em desmoralizar os Governos Militares, íntegros e capitaneados por homens de conduta ilibada, sem ambições políticas, e que traziam o desejo de governar com dedicação a sua Pátria, os antigos terroristas e subversivos, atacam, ostensivamente, as Forças Armadas, de acordo com eles, a base de onde saíram os seus algozes e ferramentas utilizadas pelos Presidentes Militares, para promover atrocidades.
 
Sim, comprovamos que as Forças Armadas construíram uma identidade, e para o Exército Brasileiro, desde a Batalha dos Guararapes formaria uma identidade, uma personalidade, fruto de centenas de atos e de atitudes que construíram um monumento de integridade.
 
Tememos o que sobrará de dignidade, após o tremendo massacre que assistiremos na tragicomédia, após vigência da Comissão, que terá dois anos para esmagar, não apenas os dedicados Agentes da Repressão, mas os seus Governantes, e por vias diretas, ao Exército Brasileiro, berço e formador daqueles lídimos Presidentes.
 
É com pesar que presenciamos ao terrível revanchismo, e mais compungidos por testemunharmos o vergonhoso silêncio dos cidadãos probos, que por omissão tornaram – se cúmplices dessa inconcebível pantomima.
 
O que poderá esperar no futuro uma Nação, cujos militares, passivamente, observam a farsa que se aproxima?
 
Sim, não sabemos o que restará, nem a coragem, nem a determinação, e será difícil manter alto o brado de “BRASIL ACIMA DE TUDO”, diante desta ultrajante vilania.
 


Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira 

MINHAS CORRUPÇÕES PREDILETAS - Janer Cristaldo


Postado no Blog do Horaciocb

Leitores querem saber por que não escrevo sobre as grandes corrupções nacionais. Ora, isto está na primeira página de todos os jornais. A crônica é tão vasta que já existem extensas compilações on line, para orientar o leitor no organograma da corrupção. Prefiro falar sobre o que os jornais não trazem. Por exemplo, o Chico Buarque sendo traduzido na Coréia às custas do contribuinte. Não sei se o leitor notou, mas a dita grande imprensa não disse um pio sobre isto. O que sabemos vem da blogosfera.
 
Prefiro falar de corrupções mais sutis, quase imperceptíveis, mas corrupções. A imprensa denuncia com entusiasmo a corrupção no congresso, na política, nos tribunais. Não diz uma palavrinha sobre a corrupção no santo dos santos, a universidade. Corrupção esta mais difícil de ser detectada, já que em geral foi legalizada. Mordomias para encontros literários internacionais inúteis, concursos com cartas marcadas, endogamia universitária, tudo isto se tornou rotina no mundo acadêmico e não é visto como corrupção.
 
Tampouco se fala sobre a corrupção no mundo literário, que há muito se prostituiu. Jorge Amado, que passou boa parte de sua vida escrevendo a soldo de Moscou, está sendo homenageado nestes dias no país todo. Devo ter sido o único jornalista que o denuncia – e isto há décadas – como a prostituta-mor das letras tupiniquins.
 
Corrupção só existe quando em uma ponta está o Estado. Se o dono de meu boteco me cobra 50 reais por uma cerveja e eu pago com meu dinheiro, pode ter ocorrido um abuso, mas jamais corrupção. O dinheiro é meu e a ele dou a destinação que quiser, por estúpida que seja. Mas se um fornecedor de cervejas as vende por 50 reais ao governo, está caracterizada a corrupção. Porque governo não tem dinheiro. Governo paga com os meus, os teus, os nossos impostos. E obviamente alguém do governo vai levar algo nessa negociata.
 
Escritores, esses curiosos profissionais que querem transformar suas inefáveis dores-de-cotovelo em fonte de renda, adoram subsídios do Estado. Não falta quem pretenda a regulamentação da profissão. O que não seria de espantar, neste país onde até a profissão de benzedeira acaba de ser reconhecida no Paraná. (Voltarei ao assunto).
 
Em 2002, Mário Prata, medíocre cronista do Estadão, pedia a Fernando Henrique Cardoso o reconhecimento da profissão de escritor: "O que eu quero, meu presidente, é que antes de o senhor deixar o governo, me reconheça como escritor". Claro que não era apenas a oficialização de uma profissão que estava em jogo. Mas o financiamento público da guilda. Cabe observar como o cronista, subserviente, se habilita ao privilégio: “meu presidente”.
 
Esquecendo que existe um Congresso neste país, o cronista pedia ao presidente a elaboração de uma lei. Mais ainda. Citava a Inglaterra como exemplo de país onde o escritor é reconhecido. Lá, segundo o cronista, toda editora que publicar um livro, tinha que mandar um exemplar para cada biblioteca pública do país. "Claro que os 40 mil exemplares são comprados pelo governo. Quem ganha? Em primeiro lugar o público. Ganha a editora, ganha o escritor. Ganha o País. Ganha a profissão".
 
E quem perde? - seria de perguntar-se. A resposta é simples: como o governo não paga de seu bolso coisa alguma, perde o contribuinte, que com os impostos tem de sustentar autores até mesmo sem público. É o que chamo de indústria textil. Textil assim mesmo, sem acento: a indústria do texto. É uma indústria divina: você pode não ter nem um mísero leitor e vender 40 mil exemplares. O personagem mais venal que conheço é o escritor profissional. Ele segue os baixos instintos de sua clientela. O público quer medo? Ele oferece medo. O público quer lágrimas? Ele vende lágrimas. O público quer auto-ajuda? Ele a fornece. É preciso salvar o famoso leite das criancinhas.
 
No fundo, saudades da finada União Soviética, onde os escritores eram pagos pelo Estado comunista para louvar o Estado comunista. Seguidamente comento – e creio ser o único a comentar – o livro A Sombra do Kremlin, relato de viagem do jornalista gaúcho Orlando Loureiro, que viajou a Moscou em 1952, mais ou menos na mesma época que outro jornalista gaúcho, Josué Guimarães. Enquanto Josué, comunista de carteirinha, vê o paraíso na União Soviética em As Muralhas de Jericó, Loureiro vê uma rígida ditadura, que assume o controle de todo pensamento. Comentando a literatura na então gloriosa e triunfante URSS, escreve Loureiro:
 
- A União dos Escritores funciona como um Vaticano para a moderna literatura soviética. O julgamento das obras a serem lançadas obedece a um critério estreito e sectário de crítica literária. Esta função é exercida por um conselho reunido em assembléia, que discute os novos livros e sobre eles firma a opinião oficial da sociedade. A exegese não se restringe aos aspectos literários ou artísticos da obra julgada, senão que abrange com particular severidade seu conteúdo filosófico, que deve estar em harmonia absoluta com os conceitos de “realidade socialista” e guardar absoluta fidelidade aos princípios ideológicos da doutrina marxista. Se o livro apresentar méritos dentro do ponto de vista dessa moral convencionada, se resistir a esse teste de eliminatória, então passará por um rigoroso trabalho de equipe dentro dos órgãos técnicos da União, podendo vir a tornar-se num legítimo best-seller, com tiragens astronômicas de 2 a 3 milhões de exemplares. E o seu modesto e obscuro autor poderá ser um nouveau riche da literatura e será festejado e exaltado e terminará ganhando o cobiçado prêmio Stalin...
 
Foi o que aconteceu com a prostituta-mor das letras brasileiras. Em 1950, o ex-nazista e militante comunista Jorge Amado passou a residir no Castelo da União dos Escritores, em Dobris, na ex-Tchecoslováquia, onde escreveu O Mundo da Paz, uma ode a Lênin, Stalin e ao ditador albanês Envers Hodja. No ano seguinte, quando o livro foi publicado, recebeu em Moscou o Prêmio Stalin Internacional da Paz, atribuído ao conjunto de sua obra, condecoração geralmente omitida em suas biografias.
 
Não que hoje se peça profissão de fé marxista ou louvores a Stalin. No Brasil, para ter sucesso, o escritor hoje tem de aderir ao esquerdismo governamental. Não precisa louvar abertamente o PT. Mas se tiver dito uma única palavrinha contra, não é convidado nem para tertúlia nos salões literários de Não-me-toques. Você jamais ouvirá um Luís Fernando Verissimo, Mário Prata, Inácio de Loyola Brandão ou Cristóvão Tezza fazendo o mínimo reproche às corrupções do PT. Perderiam as recomendações oficiais como leituras escolares e acadêmicas... e uma considerável fatia de seus direitos de autor. O livro de Loureiro não mais existe, só pode ser encontrado em sebos. Os de Josué continuam nas livrarias. Et pour cause...
 
Escritor financiado pelo Estado é escritor que vendeu sua alma ao poder. É o que acontece quando literatura vira profissão. Alguns se rendem aos baixos instintos do grande público e fazem fortuna considerável. Uma minoria consegue exercer honestamente a literatura e manter a cabeça acima da linha d'água.
 
Uma imensa maioria, que não consegue ganhar a vida nem honesta nem desonestamente, apela à cornucópia mais ao alcance de suas mãos, o bolso do contribuinte. É o caso de Chico Buarque, o talentoso escritor cujo talento maior parece ser descolar financiamento para sua “obra” junto ao contribuinte. Mas Chico está longe de ser o único. Está cometendo algum crime? Nenhum, seus subsídios são perfeitamente legais. Mas por que cargas eu ou você temos de pagar pelas traduções e viagens a congressos internacionais de um escritor que se dá ao luxo de ter uma maison secondaire às margens do Sena?
 
Ainda há pouco, eu comentava o absurdo de o contribuinte financiar a tradução de Chico na Coréia. Leio agora que o programa de bolsas de tradução da Biblioteca Nacional vai apoiar mais autores best-sellers no Brasil. O Diário de um Mago, de Paulo Coelho, será lançado na China pela editora Thinkingdom Media Group. Já As Esganadas, de Jô Soares, estará nas livrarias francesas. Ora, Coelho tornou-se milionário graças a suas obras de auto-ajuda, já traduzidas em quase 60 idiomas. Jô, que deve ganhar salário milionário na televisão, tem seus livros entre os mais vendidos, graças ao fator Rede Globo. Será que estes senhores precisam enfiar a mão em nosso bolso para pagarem seus tradutores na China e na França?
 
É destas corrupções, perfeitamente legais, que prefiro falar. Porque delas ninguém fala. Em verdade, nem mesmo os leitores. Não há quem não chie contra a carga tributária imposta ao contribuinte no Brasil. Mas todos pagam sem chiar as mordomias destas prostitutas das Letras.

A importância dos sistemas de CRM em pequenas empresas



Você já deve ter se perguntado se compensa implantar um sistema de CRM em sua empresa. Leia e tire suas próprias conclusões!

CRM como diferencial em pequenas empresas
Relacionamento é o grande diferencial que as pequenas empresas têm em relação às grandes. É a “carta na manga”. Bom atendimento e personalização são fatores determinantes na hora em que o cliente vai fechar um negócio. Bom, isso você já confirmou, mas e quanto à aplicação tecnológica? Vamos falar um pouquinho sobre ela.
Já pensou no número de vezes em que você lembrou de certa empresa quando pretendia comprar algo, pois foi bem atendido? E é nesse fator que as pequenas se destacam.
Os consultores especialistas enfatizam a importância de conhecer bem os hábitos de seus clientes, tratando-os de forma personalizada e apresentando produtos / serviços que são de interesse deles. A tecnologia busca aproximar o atendimento pessoal diferenciado, ao dia-a-dia dinâmico da vida de um empreendedor atualmente.
Antes de tudo, é bom ter em mente que CRM é uma estratégia, ao invés de simplesmente software. A analogia ao dono da mercearia é muito utilizada pelos consultores em CRM, para exemplificar a ideia:

CRM aplicado desde antigamente

CRM (Customer Relationship Management) é o nome da estratégia que coloca o cliente como foco dos processos de negócio.
A Gestão do Relacionamento com Clientes (tradução do termo CRM para o português) é aplicada faz muito tempo, na época em que o dono da mercearia de vários anos atrás, conhecia bem todos seus clientes.
Ele tinha anotadas em um caderninho, todas as informações importantes sobre seus clientes, como por exemplo, onde eles moravam, as datas de aniversário, os produtos que mais gostavam, a frequência em que visitavam a loja, os melhores clientes, etc… Essa prática tornava-os fiéis à loja.

As vantagens de um sistema de CRM

A grande vantagem de utilizar uma ferramenta para auxiliar na estratégia de relacionamento com clientes, é a possibilidade de registrar todo contato entre empresa e cliente, mantendo as informações importantes registradas no sistema. Assim, o pessoal de sua empresa sabe o que está sendo tratado, podendo dar continuidade nas negociações ou atendimento.
Vantagens para pequenas empresas
Os dados ficam centralizados em um único lugar, evitando a perda dos contatos que podem ocorrer com a utilização de planilhas.
Conheci uma empresa que separava as planilhas de contatos para cada vendedor, mas mantinha uma central com todas as informações para os sócios.
O problema era que, todo final de mês, eles precisavam organizar tudo novamente.
As possibilidades vão além disso: as informações armazenadas podem oferecer uma visão ampla sobre os contatos, apontando quais são os mais interessantes, qual é a melhor oportunidade de negócio em relação ao esforço de venda, aqueles que estão sempre dando ideias sobre como melhorar seus produtos / serviços e aqueles que sua empresa deve entrar em contato para fortalecer o relacionamento.
Há alguns tipos de sistemas de CRM, desde os mais complexos que são projetados especialmente para grandes empresas, devido a necessidade de integrar os vários departamentos, até os mais simples oferecidos em plataforma web “sob demanda”:

Sistemas de CRM em plataforma web

Esses sistemas ganham destaque entre as pequenas empresas, pois são oferecidos através de assinaturas mensais de baixo valor e não exigem que a empresa tenha os equipamentos de infra-estrutura, nem equipe com conhecimentos técnicos para mantê-los no ar:
  • Agendor
  • Brascomm
  • CoffeBean
  • CRM Venda+
  • EngeVendas
  • HighRise
  • Symbio
  • Sales Cloud (da Salesforce.com)