quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O Futuro na Encruzilhada ou Um Passeio por D.C., por Daniela Diniz


Daniela Diniz
Uma pequena parada na frente da Casa Branca, e nada mais. Há tempos, turismo para mim se traduz em correr pelas ruas da cidade, com fone no ouvido e uma boa musica. Mas algo inevitavelmente melancólico acontece, diante dos museus fechados, o Abraham Lincoln gradeado, as placas de "this site is closed" (Esse local está fechado).
Se alguém me dissesse semana passada que eu estaria em Washington, por de traz de meu computador eu teria rido. Se me dissessem a 15 dias atrás que estaria aqui, e o governo estadunidense todo fechado, eu teria chamado todos de loucos... Afinal, em 1996 eu ainda estava (pre)ocupada demais com a prova bimestral de matemática.
Mais loucos ainda, se garantissem que o governo americano fecharia pela incapacidade de chegar um acordo politico sobre o orçamento federal. Tudo bem, que nós brasileiros estamos acostumados àquela farra no fim do ano no congresso, todas as cartas na mesa, nas mangas, saindo pelos acordos. Os deputados correndo para aprovar o orçamento, ganhando hora extra por não terem feito o que deveriam nas segundas e sextas do ano inteiro.
Mas parar tudo porque não se pode executar um orçamento por falta de aprovação legislativa é, no mínimo, declarar guerra... Mas contra quem, é que os americanos ainda não conseguem dizer. Aponta-se dedos para todos os lados e ninguém olha para o espelho.
É ainda mais difícil acreditar, quando o pano de fundo de tudo, é o sistema de saúde. Na terra da democracia, ainda não se sabe ao certo o que deve ou não ser direito dos cidadãos.


Entre o 8 do sistema inteiramente privado e caro e o 80 da obrigatoriedade de seguro contratado para todos com algum subsídio federal, não seria possível conversar?
Pelo visto, não querem conversa, nem voto. Alguma cigana poderá me dizer como farão, quando chegar o próximo dia 17 e a dívida nacional for a pauta?
Enquanto isso, os empregados federais olham o tempo passar pela janela. Os turistas, os memoriais pela grade. E o futuro, sem saber para onde ir, fica sentado na encruzilhada.

Disputa aberta , por Merval Pereira

 O Globo


O que a presidente Dilma classifica de “vingança”, a ex-senadora Marina Silva chama de “legítima defesa”. Seja lá o que for, esse sentimento deve ter se aprofundado ontem, quando o Senado, dominado pelas forças governistas, aprovou rapidamente a legislação que tira dos novos partidos o direito a tempo de televisão e fundo partidário, projeto esse que Marina atribui diretamente ao Palácio do Planalto.
Quem acredita que a intenção não foi dar o troco à manobra política de Marina e Eduardo Campos pode fazer tudo, menos política. Mais uma vez, a Rede Sustentabilidade, o partido que Marina tenta criar, está bloqueada por um projeto da maioria congressual, o que caracteriza uma ação política truculenta própria de regimes autoritários como o “chavismo”, identificado por Marina como a origem desse comportamento que faz “o diabo” para manter o controle político do país.
Mais uma vez será preciso recorrer ao Supremo Tribunal Federal para evitar esse prejuízo aos novos partidos, entre eles, a Rede, abrigada provisoriamente no PSB para um trabalho de guerrilha política de combate à polarização entre PT e PSDB.
Essa mágoa, que não é apenas de Marina, mas também de Eduardo Campos, que acusa o governo de bater abaixo da linha da cintura para tirá-lo da corrida presidencial, pode levar a uma ação mais direta contra a presidente Dilma na campanha eleitoral, o que reforçaria a área da oposição.
Teremos que ver como Campos e Marina resolverão a questão das coligações regionais. O PSDB havia feito vários acordos com o PSB pelo país todo, como mantê-los agora? Veremos até que ponto eles são oposição ao PT ou se quererão ficar em posição equidistante dos dois, para não ficarem marcados como meros antagonistas do PT. Eles têm muita preocupação com isso, pois vieram da base governista.
Desde 2010, Marina evita ser contra o PT, não usou na campanha nem mesmo as críticas que teria sobre a atuação da presidente Dilma na Casa Civil, que foi a razão de sua saída do governo depois de, durante quase todo ele, permanecer à frente do Ministério do Meio Ambiente.
O desabafo sobre o “chavismo” do PT, feito de madrugada na sexta-feira para um pequeno grupo de seguidores, não foi reafirmado na entrevista coletiva para que não ela fosse, como está sendo, acusada de radicalização à direita.
A diferença é que hoje os dois, especialmente Marina, estão magoados com o governo, a quem atribuem as manobras para tentar impedi-los de participar da corrida presidencial.
O nível de tensão desencadeado pela ação política de Marina e Campos pode reforçá-los, mas pode também trazer uma disputa interna que, mesmo não desejada por qualquer dos dois, pode ser incentivada por fatores externos que afetarão todos os demais competidores de modos variados.
Afinal, a disputa está aberta. O que parece ser hoje o grid de largada para a corrida presidencial de 2014 pode não ser o mesmo em julho, quando os partidos farão suas convenções.
Marina pode continuar aparecendo à frente de Eduardo Campos nas pesquisas que vierem a ser feitas, a tal ponto que crie uma situação de constrangimento para o governador de Pernambuco, que, nessa hipótese, não teria outra escolha a não ser abrir mão da disputa em favor de sua nova correligionária.
O ex-governador José Serra certamente ficou inquieto com a decisão de Marina, que abriu uma brecha na disputa presidencial que ele se considera capaz de preencher. Se tivesse tempo, teria mudado de partido para estar em condições de participar da disputa, mas não esperou o último dia para se definir.
Se o senador Aécio Neves não der mostras de que tem condições de reagir nas pesquisas, ocupando o lugar que o PSDB sempre teve entre as duas principais forças políticas do país, é possível que Serra tente reviver seu sonho de disputar a Presidência da República.
E, sobretudo, a presidente Dilma verá de volta Lula a seus calcanhares se a jogada de Eduardo Campos e Marina der certo. O movimento “Volta, Lula” ganhará corpo diante da nova configuração da campanha eleitoral, agora legitimado justamente pela mudança de cenário.

Vandalismo ultrapassou os limites (Editorial)


O Globo
O ronco das ruas que, em junho, começou a soar com a pauta específica dos protestos contra o aumento de tarifas de ônibus, e em seguida tornou-se tonitruante com a canalização do descontentamento generalizado da população, foi um momento de legítima reação da sociedade a crônicas mazelas do país. Mas, em refluxo, o movimento parece ter se reduzido a cenas de banditismo.
Episódios de lamentáveis provocações nas ruas têm transformado Rio e São Paulo em praças de guerra. Na berlinda, os chamados black blocs, grupos de arruaceiros especializados em se infiltrar em manifestações, descaracterizá-las de seu conteúdo reivindicatório e promover vandalismo. Destituídas de sentido político, são, tão somente, demonstrações de barbarismo juvenil que se traduzem em violência pela violência e criminalidade, ameaças ao estado de direito e à democracia que precisam ser contidas.
Mas refreá-las é a outra ponta do problema. Rio e São Paulo ainda não desenvolveram um protocolo de ações para enfrentar com eficiência os vândalos. É crucial que o façam, e não só para reprimir os baderneiros quando eles já estão nas ruas. É visível que as polícias não têm um trabalho de inteligência que identifique a origem de um movimento que — a julgar pelas táticas de provocação, pelo perfil dos arruaceiros e pelos alvos que escolhem nas depredações — seguramente se desenvolve numa cadeia de comando.
Ações preventivas contra essas falanges anarquistas são fundamentais: deixar os grupos de mascarados se reunir, o que fazem de forma acintosa, e só agir quando eles atacam é entrar em desvantagem no embate, permitir depredações e semear mais violência. Há necessidade de um trabalho de segurança compartilhado, entre as esferas municipais, estaduais e federal, como o executado com êxito, no Rio, no combate ao tráfico. O problema do vandalismo tem esta dimensão.
As cenas de violência que os black blocs voltaram a protagonizar anteontem nas duas maiores cidades do país são o testemunho de que a situação é grave. No Rio, epicentro do quebra-quebra, a dissonância entre a passeata dos professores e a ação dos vândalos foi inconteste: terminado o protesto do magistério, os arruaceiros de rosto coberto e paramentados para o confronto depredaram patrimônio público na Cinelândia e levaram o pânico às imediações. Em São Paulo, a horda virou um veículo da polícia.
Um casal paulista está sendo processado pela Lei de Segurança Nacional, ação prevista na Constituição, mas de aplicação pontual. Identificar a origem e o comando dessas demonstrações de incivilidades é tarefa imediata, terreno, como dito, da inteligência. De sua parte, sindicatos e entidades afins, cujas manifestações têm se tornado, mesmo que involuntariamente, hospedeiras de vândalos, também precisam refletir sobre o momento, em que grupos antidemocráticos aproveitam para agir. É preciso evitar as faíscas para não alimentar incêndios.

Criatividade e identidade cultural para controlar a diabetes


Conheça o programa que atenua os efeitos da diabetes, doença que irá afetar metade das crianças hispânicas nos EUA

Uma em cada duas crianças hispânicas nascidas a partir de 2000 nos Estados Unidos terá diabetes, conforme o endocrinologista Enrique Caballero, diretor da Iniciativa em Diabetes para Latinos do Joslin Diabetes Center, em Boston, nos Estados Unidos. O Joslin Center é um modelo internacional de excelência em pesquisa e tratamento da diabetes.
Encontrei Caballero durante o 11º Seminário Internacional de Jornalismo Científico, evento organizado pelo Instituto de Las Américas e a empresa MSD realizado de 22 a 26 de setembro em Boston (EUA). Ao chegar ao Joslin, no início da carreira, Caballero percebeu que era o único médico em toda a instituição que falava espanhol. Deu-se conta então de que o atendimento a essa comunidade estava prejudicado por problemas de linguagem. “Pense nas dificuldades de viver aqui, não falar inglês e depender de um intérprete para ir ao médico”, observa Caballero, que decidiu se debruçar sobre o problema e acabou criando um programa pioneiro voltado para a comunidade hispânica que vive nos Estados Unidos.
Um dos recursos mais interessantes e inovadores desse programa é o desenvolvimento de uma forma nova de avaliar o que os especialistas do Joslin chamam de alfabetização em saúde. “É algo diferente do nível educacional. Significa o quanto a pessoa entende as informações necessárias para controlar a diabetes e sua saúde de modo geral. Para obter esse dado, a equipe do Joslin avalia de que modo a pessoa com diabetes usa os números para controlar a doença (quantidade de carboidratos nos alimentos, os indicadores da taxa de açúcar no sangue, a quantidade de remédio a ser tomada).
Procura saber também se a pessoa conhece os recursos públicos ao seu alcance e como os utiliza. Além disso, se as pessoas se sentem capacitadas a defender seus direitos e os de seus familiares. “Até 55% da população têm um nível de compreensão muito baixo das informações sobre saúde. Face a essa realidade, criamos mecanismos diferentes para melhorar a compreensão e o controle da doença”, disse Caballero. Um deles é uma audionovela chamada A História de Rosa, narrada em espanhol por Caballero e acompanhada por um livreto.
Controlar a diabetes é fundamental para evitar suas consequências e custos. Nos Estados Unidos, gasta-se cerca de 15% do dinheiro da saúde com o tratamento das consequências da diabetes, como cegueira, insuficiência renal e infartos associados ao avanço da doença quando está fora de controle. Conto mais sobre o trabalho do Joslin Diabetes Center no próximo post.
Mônica Tarantino 
Repórter de medicina de ISTOÉ, escreveu sobre o tema para revistas como Carta Capital, Vogue e Saúde!. Cobriu educação e cultura e recebeu da crítica o prêmio de melhor biografia pela edição de PretoBrás, o Livro de Canções e Histórias de Itamar Assumpção

TCU quer fiscalizar créditos do BNDES e da Caixa Econômica ao Corinthians


Pedro do Coutto

Em acórdão publicado na página 147 do Diário Oficial de 4 de outubro, O Tribunal de Contas da União determina à Secretaria de Controle Externo da Fazenda que apresente relatório conclusivo a respeito da regularidade das operações de crédito e suficiência das condições de garantia pactuadas nos financiamentos, já concedidos e a conceder, ao Corinthians para construção da Arena Itaquera, estádio onde serão realizados os jogos marcados para São Paulo da Copa do Mundo de 2014.
Importante a iniciativa a qual não deve – como tantas outras – ficar só na intenção e no papel. Importante porque obras desse porte, como foi o caso da reforma do Maracanã, em diversos casos que se repetem, terminam duplicando os investimentos previstos quando se iniciam os trabalhos.
 No Estádio Mário Filho foi assim. O orçamento inicial, em torno de 600 milhões, chegou ao final atingindo a escala de 1 bilhão de reias. Mas aí o consórcio que reuniu as empreiteiras concluiu que restava ainda uma parcela imprevista nos cálculos: o governador Sérgio Cabral, então, autorizou o adicional de mais 200 milhões. Houve assim, ao longo de quatro anos, uma elevação de cem por cento para uma inflação de aproximadamente 35% no período.
Para que situações como essa não aconteçam em Itaquera, o TCU, com base no relatório do ministro Valmir Campelo, determinou providências preventivas. Agiu bem. Porque depois que os pagamentos são feitos, não há (de fato) condições de os exageros serem reembolsados aos cofres públicos. Por isso, exatamente por isso, é que no acórdão publicado o Tribunal de Contas deseja acompanhar as etapas das obras financiadas em parcelas, além do cronograma de desembolsos indiretos liberados pelas empreiteiras. Trata-se – definiu o ministro Valmir Campelo – de adotar as medidas necessárias ao resguardo do princípio constitucional para o controle dos recursos liberados pelas agências do governo.
FALTA GRAVE
O Tribunal de Contas acrescentou no acórdão: devemos informar ao BNDES e à Caixa Econômica Federal que a negativa de fornecer ao TCU os documentos e informações referentes aos financiamentos concedidos constitui falta grave, pois representa obstrução aos trabalhos de controle externo. Na hipótese de os documentos serem confidenciais, o Tribunal conferirá a eles o sigilo necessário. Isso de um lado. De outro, o TCU autorizou o BNDES a dar continuidade nas liberações parciais de recursos, dentro de um esquema para desembolsos de acordo com a execução comprovada das etapas anteriores. O mesmo critério de fiscalização aplica-se aos financiamentos por parte da Caixa Econômica Federal.
O Tribunal, em sua decisão, resolveu enviar cópias do acórdão aprovado também ao Banco do Brasil, ao CorInthians, ao governo do estado de São Paulo, à Prefeitura da cidade de São Paulo, ao ministro Aldo Rabelo dos Esportes, ao coordenador do Grupo de Trabalho da Copa do Mundo, ao Senado e à Câmara Federal, além de ao Ministério do Meio Ambiente.
O acompanhamento das obras executadas e das parcelas liberadas dos financiamentos tem, além de tudo, o objetivo de bloquear a aprovação dos famosos termos aditivos aos contratos, cujo preço sai sempre muito alto aos poderes públicos. E também – como se diz por aí – fazem a felicidade dos empreiteiros, que, assim, sentem-se mais à vontade para financiar campanhas políticas e eleitorais.

CHARGE DO SPONHOLZ


Repetição e Compromisso - Por Alexandre Schwartzman (Folha)


Houve tempo em que acreditei ser o único a me repetir nas colunas e bem que tentei me convencer de que não era tão ruim quanto imaginava. Afinal, são textos de opinião e há diversas formas de expressá-las, assim como pessoas que não leram as versões anteriores e mais um tanto de argumentos para me livrar da sensação de enganar os 18 leitores. Hoje percebo que não era assim, o que -a bem da verdade-, mais que uma justificativa, torna a repetição de certos temas praticamente uma obrigação.

Digo isso porque, ao abrir o jornal de segunda (no caso, o "Valor Econômico"), deparo-me com mais uma matéria reafirmando o interesse do governo em buscar novo canal com o setor privado, praticamente reprise da coluna publicada no mesmo jornal no dia 21.nov.2012, a começar pelo título.
A coluna original (se cabe aqui a expressão) já havia me motivado a escrever sobre a diferença crucial entre a posição favorável aos negócios e a favorável ao mercado.
Vejo, com tristeza, mas sem surpresa alguma, que o tema continua absolutamente atual.
Aparentemente o governo se mostra pasmado que sua estratégia de aproximação com o setor privado, expressa na redução da taxa de juros, desvalorização da moeda e concessão seletiva de incentivos fiscais, não tenha implicado aumento do investimento. Em particular as desonerações tributárias teriam resultado em mera elevação das margens de lucro, sem resposta da inversão.
Esse desencanto, acredito, não se aplica aos 18 fiéis.
Quem leu meus comentários a respeito desse assunto à época deve (espero) ainda se lembrar da diferença conceitual (e prática!) entre políticas pró-negócio e política pró-mercado.
As primeiras visam favorecer interesses específicos de setores empresariais e englobam favorecimentos diversos a segmentos que, de uma forma ou de outra, são eleitos para comandar a expansão da economia. Sem esgotar o assunto, incentivos fiscais, crédito em condições extremamente favoráveis, proteção contra competição externa (e mesmo interna) são alguns dos instrumentos mais conhecidos e não é difícil achar exemplos de sua aplicação mesmo antes do anúncio oficial da mudança da postura "a favor do setor privado".
Também não é difícil perceber os incentivos que decorrem dessa abordagem.
Do ponto de vista de qualquer empresa, passa a ser mais interessante convencer o governo acerca de seu papel "essencial" ao desenvolvimento do país do que se preocupar em melhorar seu produto, ou aumentar a produtividade, ou buscar novos mercados. Tudo aquilo que faz da competição capitalista o motor último de crescimento torna-se secundário se os lucros podem crescer (como admitido pelo próprio governo) a partir de decisões tomadas em gabinetes.
Não por acaso, portanto, esse tipo de política pode até gerar grandes empresas e lucros idem (favorecendo uns tantos amigos do rei), mas não configura uma estratégia de desenvolvimento sustentável.
Menos mal se alguma lição tivesse sido aprendida, mas a insistência na mesma matéria apenas sugere que, na falta de resultados positivos, a proposta governamental seja tão somente aumentar a dose do remédio, na vã esperança que o fracasso observado se origine da insuficiência da dose, e não na natureza das políticas.
Em contraste, as reformas pró-mercado que poderiam favorecer a competitividade (simplificação de tributos, liberalização do comércio exterior, maior flexibilidade trabalhista etc.) continuam onde estiveram nos últimos sete anos: expostas ao mais cruel abandono.
O prognóstico é simples e direto: nosso investimento continuará anêmico, com níveis muito aquém do necessário para acelerar de forma decisiva o ritmo de expansão sustentável do país.
E, muito provavelmente, aparecerão novas reportagens acerca das outras tentativas de engajar o setor privado com o mesmo sucesso das até agora experimentadas.
Denunciar esse enfoque não é desculpa para me repetir; é mesmo obrigação.
Alexandre Schwartsman
Alexandre Schwartsman, formado em administração pela FGV-SP e em economia pela USP, é doutor em economia pela Universidade da Califórnia (Berkeley). Ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central e sócio-diretor da Schwartsman & Associados Consultoria Econômica, é também professor do Insper. Escreve às quartas, semanalmente, no caderno 'Mercado'.

Editorial do Estadão: é preciso dar nome às coisas


Irretocável o editorial do Estadão hoje. O resgate das palavras é uma meta fundamental se quisermos viver em uma sociedade onde o que é dito ainda faz sentido. No mundo politicamente correto de hoje, a maioria perdeu a capacidade de chamar as coisas por seus nomes. Segue na íntegra, pois vale a pena:
Há muito que as manifestações – iniciadas em junho e que se vêm repetindo periodicamente em várias cidades do País – escaparam ao controle da maioria que sai às ruas para protestar pacificamente. Mas os atos de violência que marcaram os protestos realizados segunda-feira em São Paulo e no Rio de Janeiro mostram que a situação chegou a um ponto em que, se as forças policiais não reagirem com firmeza proporcional ao desafio que lhes está sendo lançado – o que até agora as autoridades hesitam em fazer -, é muito grande o risco de que a desordem tome conta das grandes cidades, com todas as consequências facilmente imagináveis.
Nas duas cidades, os acontecimentos seguiram mais ou menos o mesmo roteiro. À grande maioria dos que protestavam contra a proposta de plano de cargos e salários dos professores municipais do Rio – em São Paulo a manifestação foi em apoio a eles – juntaram-se grupos aguerridos que se aproveitam da situação para promover vandalismo. A partir de certo momento, como sempre acontece, estes últimos assumiram o comando das ações e as manifestações degeneraram em violência pura e simples.
Tudo isso já é conhecido. O que há de novo e ficou patente tanto em São Paulo como no Rio é que a ousadia desses grupos cresceu a ponto de não conhecer mais qualquer limite. Os atos de vandalismo deixaram de ser isolados, produto do calor da hora e de elementos mais exaltados, para se tornarem uma constante do mais organizado dos grupos que os praticam – o Black Bloc, que se autoproclama anarquista. Como de seus integrantes não se conhecem ideias políticas e militância condizentes com a história desse movimento, deve-se concluir que dele tomaram apenas a prática da violência e do terrorismo como fins em si mesmos.
São, portanto, bandidos. Podem não roubar e matar, embora seus atos ponham vidas em grave perigo, mas é isso que são. E mascarados, como convém a marginais que evidentemente não querem ser identificados. É preciso chamar as coisas pelo seu verdadeiro nome. Não admira que o Black Bloc atraia criminosos comuns – traficantes e outros – para quem também a destruição, seguida de saques eventuais, basta.
Em São Paulo, quando a maioria dos manifestantes se dispersou, os vândalos fizeram o de sempre, na Praça da República e na Avenida Paulista e em suas imediações – destruição de equipamentos públicos, como placas de trânsito e lixeiras, e depredação de agências bancárias e lojas. Mas agora foram mais longe – jogaram coquetéis molotov contra policiais militares (PMs) que formavam um cordão de proteção em frente ao prédio da Secretaria Estadual da Educação na Praça da República. Não por acaso, quatro dos sete feridos nas manifestações eram PMs.
No Rio, onde o número tanto de manifestantes propriamente ditos como de vândalos foi maior, a situação foi ainda mais grave. Diante de uma força policial que só interveio meia hora depois de eles terem começado a agir, os integrantes do Black Bloc se entregaram à destruição no centro da cidade, principalmente nas imediações da Câmara Municipal e na Avenida Rio Branco – depredaram prédios públicos, apedrejaram o Consulado dos Estados Unidos e o Clube Militar e, como de hábito, atacaram também agências bancárias.
O mais grave aconteceu na Câmara Municipal, contra a qual – a exemplo do que foi feito com o cordão de PMs em São Paulo – foram também lançados vários coquetéis molotov. Essas bombas incendiárias não são coisa de manifestante pacífico nem mesmo de vândalo amador e ocasional. São coisa de profissional, que está muito mais para terrorista puro e simples do que para baderneiro. Elas são uma arma letal, não um cartaz. Mais uma vez é preciso dar o nome certo às coisas.
É imperioso e urgente separar os manifestantes dos bandidos e terroristas que deles se aproveitam e precisam disso ser alertados. E é igualmente imperioso que os governantes abram os olhos para essa realidade gritante – que é o risco de se perder o controle da situação nas grandes cidades – e reprimam com a dureza necessária a ação desses grupos criminosos.

Microsoft paga US$ 100 mil a hacker que encontrou falha no Windows


Posted: 08 Oct 2013 03:22 PM PDT

A Microsoft vai pagar mais de US$ 100 mil dólares para um especialista que encontrou falhas de segurança em seu software, uma das maiores recompensas dadas até hoje por uma empresa de alta tecnologia.

James Forshaw, que lidera a pesquisa de vulnerabilidade na consultoria de segurança londrina Context Information Security, ganhou a primeira recompensa de US$ 100 mil da Microsoft por identificar uma nova "técnica de exploração" no Windows, que permitirá desenvolver defesas contra uma classe de ataques, informou a fabricante de softwares na terça-feira.
A Microsoft lançou o programa de recompensa há quatro meses para impulsionar esforços para impedir que hackers subvertam novas tecnologias de segurança em seu software, que roda na vasta maioria de computadores pessoais em todo o mundo.
(Fonte: Reuters)

CHARGE DO FRANK




Esta charge do Frank foi feita originalmente para o

Condenado pelo STF, Genoino vai ganhar medalha na Câmara


Posted: 08 Oct 2013 05:36 PM PDT


Cerimônia vai homenagear também presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão

Condenado a seis anos e 11 meses de prisão no julgamento do mensalão, o deputado federal licenciado José Genoino (PT-SP) vai receber uma medalha nesta quarta-feira da Câmara dos Deputados pelos serviços prestados durante a elaboração da Constituição de 1988. Genoino vai ser lembrado na mesma sessão em que serão homenageados a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do mensalão, Joaquim Barbosa.

A cerimônia lembra os 25 anos da Constituição promulgada em 1988, que representou a virada da ditadura militar para o período democrático. Receberão medalhas de ouro os presidentes dos Poderes da República: Dilma Rousseff (Executivo), Renan Calheiros (Senado), Henrique Eduardo Alves (Câmara) e Joaquim Barbosa (Judiciário). José Sarney, presidente na época da Constituinte, leva medalha de prata.

Segundo a presidência da Câmara, Genoino entrou na lista por ter sido deputado constituinte e ser, atualmente, deputado federal. Ele está licenciado da Casa por problemas de saúde e pediu aposentadoria por invalidez.

(Fonte: Terra)

Aluguel residencial é um dos itens mais caros que pressiona a inflação


No fechamento de setembro, quatro dos oito grupos pesquisados apresentaram acréscimos e a habitação registrou aumentos em ritmo maior do que na apuração passada feita pela FGV

noticias  : Aluguel residencial é um dos itens mais caros que pressiona a inflação
Entre os cinco itens de maior pressão inflacionária está o aluguel residencial, com avanço de 0,68% ante 0,66% registrado durante o mês anterior
Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas mostra que entre os cinco itens de maior pressão inflacionária está o aluguel residencial, com avanço de 0,68% ante 0,66%. Também integra a lista o item plano e seguro saúde, com estabilidade em 0,66%. Também ocorreram aumentos em ritmo maior do que na apuração passada no grupo da habitação que antes era de 0,51% e agora subiu para 0,54%.
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve alta de 0,38% na primeira prévia de outubro, variação que é 0,08 ponto percentual acima da registrada no fechamento de setembro (0,30%). Quatro dos oito grupos pesquisados apresentaram acréscimos, comdestaque para alimentação que subiu de 0,14% para 0,41%.
Também em setembro, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) encerrou com alta acumulada em 12 meses de 4,4%. De agosto para setembro, o índice atingiu 1,5% bem acima da variação apurada em agosto (0,15%). Entre janeiro e setembro, houve elevação de 3,69%. Essa taxa serve de base de cálculo para as renovações de contrato de aluguel entre outros.
Aliado a isso, a capital, Brasília, permanece como a cidade do DF que apresenta os maiores valores para locação e comercialização de imóveis residenciais, revelou o índice Secovi-DF (Sindicato da Habitação do Distrito Federal). O maior preço mediano para comercialização observado foi de apartamentos de quatro dormitórios na Asa Sul no valor de R$ 2 milhões e R$ 750 mil. Em relação à mediana do preço por metro quadrado de imóveis à venda, Sobradinho obteve os menores valores em três categorias: quitinete, apartamentos de um dormitório e casa de quatro dormitórios, variando em torno de R$ 1.900 à R$ 2.955.
Com informações da Agência Brasil
Fonte: Lugar Certo