quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

5 mitos sobre CRM


25 de janeiro de 2012 às 17:07, escrito por Gu Paulillo

Um artigo para esclarecer de uma vez por todas os principais mitos que cercam o termo CRM – Customer Relationship Management. Prepara-se para revelações!
Hoje em dia, o termo CRM já está bem espalhado e vemos várias empresas utilizando o conceito. Desde pequenas à grandes corporações, utilizam de alguma forma um sistema que apoia o relacionamento com seus clientes.
Caçadores de mitos
Mas será que esse sistema é o tal CRM? E quem precisa de um desses são somente empresas que trabalham com SAC ou Call Center? Algumas confusões acabaram surgindo e se tornaram mitos. Aqui estão os 5 principais:

1. CRM é aquele programa que usamos para cadastrar os clientes de nossa empresa.

Primeiro de tudo, CRM é a estratégia de relacionamento com clientes (não só o software, a tecnologia), que envolve Marketing, Vendas e Serviços de atendimento, para que objetivos bem definidos sejam atingidos. Esses objetivos precisam ser claros e mensuráveis, não adianta algo do tipo “melhorar as vendas” ou “aumentar os níveis de satisfação de nossos clientes”. Seria mais eficiente algo como “aumentar em 50% as vendas do próximo semestre”, ou “diminuir pela metade as reclamações de nossos clientes, até o fim do ano”.
Segundo motivo: mesmo falando sobre a tecnologia, um sistema de CRM deve envolver mais funcionalidades que somente o cadastro de clientes: mesmo o mais básico deve incluir meios para que o relacionamento com os clientes seja registrado para uma análise futura. Que seja para lembrar de um assunto tratado por email, telefone, ou mesmo uma reunião, o importante é ter de alguma forma o histórico do relacionamento, não precisando estar necessariamente em formato de texto. Como por exemplo: minha empresa pode ter etapas de venda para serem completadas. A cada avanço nas vendas, vou marcando no sistema a etapa atual.

2. CRM serve somente para SAC ou Call Center.

Esse mito é verdadeiro em partes: CRM pode ser usado em SAC e Call Center, porém ele vai muito além! A estratégia de CRM, como vimos no mito 1, envolve todos os processos organizacionais das áreas de Marketing, Vendas e Serviços de atendimento. Sem uma integração dessas áreas da empresa, os objetivos da empresa não serão atingidos.
Imagine uma Pirâmide (pode ser a pirâmide organizacional). Se a base não estiver firme, ou seja, integrada, o topo não estará bem sustentado. Nesse caso, no topo estão as decisões estratégicas.

3. A implantação do CRM é de responsabilidade do Marketing.

Na verdade, a implantação do CRM é de responsabilidade de todas as áreas da empresa! Como a estratégia de CRM envolve a cultura organizacional, toda a empresa deve estar comprometida para que a mudança ocorra com sucesso. O foco dos processos deixará de estar nos próprios produtos ou serviços da empresa. Ele estará voltado para as vontades e necessidades dos clientes.
Caçadores de mitos

4. Basta que o dono da empresa esteja comprometido a implantar o sistema de CRM, que tudo dará certo!

Esse é um mito muito comum. Por maior que seja a boa vontade do dono em implantar um ótimo sistema de CRM na empresa, os resultados serão insatisfatórios se toda a equipe não estiver comprometida.

5. CRM é caro para implantar. Isso é coisa de grandes empresas.

Para esclarecer de uma vez esse mito, vou apresentar uma analogia ao termo CRM, muito bem elaborada no artigo A História de Toshiro:
“Em uma época em que os computadores não eram tão populares, Toshiro, o dono de uma mercearia, começou a controlar as contas dos fregueses em uma caderneta de anotações, que deu o nome de CRM – Caderneta de Registro Mensal. Como muitos de seus clientes pegavam fiado, precisava de um controle para saber de quem e o que cobrar no fim do mês.
A caderneta ficou popular na mercearia de bairro e logo, todos os clientes já mandavam adicionar na CRM seus pedidos. Com o tempo, Toshiro percebeu que poderia utilizar a caderneta para outras finalidades, não somente o controle das contas. Nos registros da CRM, ele sabia qual era a data em que os fregueses estavam mais dispostos a comprar (o dia escolhido para o pagamento do fiado, pois estavam com dinheiro na mão), quais eram os itens mais consumidos por eles e podia até mesmo ligar, quando o cliente ficava um tempo sem visitar a mercearia, apresentando ofertas e promoções de acordo com o gosto dos fregueses.
Se uma família gostava de preparar uma macarronada todo domingo e sempre levava o macarrão, oferecia também o molho especial. Com isso, Toshiro ganhou a confiança de seus fregueses e conseguia vender ainda mais, pois os conhecia bem.”
Incluí aqui um breve resumo da história, que vale a pena ser conferida na íntegra. Como conclusão, podemos ver que CRM pode ser implantado em empresas de qualquer porte. A cultura de CRM é o que define o sucesso da empresa. Além do fato de que existem vários tipos de sistemas para apoio ao CRM, desde os simples e gratuitos, até os robustos e de alto investimento. Para saber mais sobre os valores desses sistemas, tento detalhar nesse artigo, os Custos para implantar sistemas de CRM.
Créditos pela foto: Flickr.com – JavaProgrammer_ e johnny56/ John Walker

Em Salvador, Conib fará também homenagem a negros vítimas do Holocausto



A Confederação Israelita do Brasil (Conib), em parceria com a Sociedade Israelita da Bahia (Sib), promoverá neste domingo, dia 29 de janeiro, em Salvador a cerimônia do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, solenidade instituída pela ONU. 

O evento terá a presença da Presidenta da República, Dilma Rousseff, e do governador da Bahia, Jaques Wagner.

A Conib realiza uma alternância entre cidades brasileiras para receber a cerimônia, que em anos anteriores ocorreu em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. Em Salvador, cidade com a maior população de afrodescendentes fora da África, a Conib lembrará também os negros que foram vítimas do Holocausto. 

Havia cerca de 20 mil negros na Alemanha quando os nazistas tomaram o poder, em 1933. 

De acordo com o Museu do Holocausto, em Washington. D.C., seu destino variou desde o isolamento até perseguições, prisão, experiências médicas e morte. Segundo a pesquisadora Terese Pencak Schwartz, 400 crianças negras foram esterilizadas. 

O Dia do Holocausto, criado há sete anos pela Assembleia Geral das Nações Unidas, marca a data (27 de janeiro) em que tropas soviéticas libertaram o campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, em 1945. A ONU, em resolução apoiada pelo Brasil, pede aos países-membros que elaborem programas de educação sobre o Holocausto e "condena sem reservas todas as manifestações de intolerância religiosa, de incentivo ao ódio, de perseguição ou de violência contra pessoas ou comunidades por causas étnicas ou religiosas e rejeita qualquer negação do Holocausto como fato histórico".
Veja vídeo produzido pelo Projeto Israel na Web, que homenageia negros vítimas do Holocausto. 

FONTE: BOLETIM DA CONIB (Confederação Israelita do Brasil)

Relatório elaborado por conselheiro mostra que braço direito de Peluso alterou edital de uma concorrência de R$ 86 mi



Documento elaborado sobre a licitação milionária e suspeita promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que será apresentando hoje, na primeira sessão do ano, mostra que o órgão havia reservado e direcionado dinheiro para pagar uma empresa que nem sequer havia vencido oficialmente a licitação.

O documento, ao qual o Estado teve acesso, revela ainda que o secretário-geral da presidência, Fernando Marcondes, alterou o edital da licitação de R$ 86 milhões sem submeter as mudanças aos órgãos de controle interno.

Com 13 páginas, o documento foi elaborado pelo conselheiro Gilberto Martins e entregue ao presidente do CNJ, Cezar Peluso, e ao demais integrantes do conselho. As suspeitas de vícios e ilegalidades, consideradas pelo conselheiro como "insanáveis", são apontadas no relatório e levaram integrantes do CNJ a pedir o cancelamento da licitação. ...

A análise do processo de licitação, feito a toque de caixa no final do ano passado, como divulgou o Estado, revela que o CNJ começou a direcionar para a empresa valores antes mesmo de concluído o processo de escolha da fornecedora do sistema de banco de dados. O resultado da licitação foi homologado em 22 de dezembro. Dois dias antes, porém, o conselho já havia reservado o dinheiro do contrato para a empresa que acabaria por vencer a disputa.

O atropelo no cronograma e o "carimbo" antecipado do dinheiro em favor da empresa chamou a atenção de conselheiros. Um deles, em mensagem enviada aos colegas pela rede interna de comunicação, sentenciou: "Administração do CNJ se empenha em pagar o que não recebeu".

As suspeitas obrigarão a cúpula do CNJ, a começar por Peluso, a explicarem detalhadamente o contrato de R$ 86 milhões.

No relatório, Martins questiona: "Seria possível solicitar a emissão do empenho antes de encerrada a licitação? Seria possível ser solicitado o empenho em nome de determinada empresa antes da adjudicação e da homologação do procedimento licita- tório, que foram realizados nos dias 21 e 22, respectivamente?"

Ele aponta indícios de que a licitação foi direcionada para compras de produtos da Oracle. "Observa-se que muitos itens apresentam a indicação de marcas e fazem exigências 'fechadas' que poderiam implicar o direcionamento para determinada solução tecnológica, sem comprovação dessa escolha pelo administrador."

A investigação interna mostrou ainda que o secretário-geral, Fernando Marcondes, braço direito de Peluso, alterou o edital depois de ser analisado pela Consultoria Jurídica e pela Secretaria de Controle Interno do CNJ. Ele fez uma série de modificações consideradas substanciais. Apesar disso, não submeteu aos órgãos de controle interno as mudanças que fez. O documento indica que o secretário- geral pode ser apontado como responsável pelos problemas que envolvem a licitação.
Felipe Recondo

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

Excelente artigo sobre a diminuição da vida útil dos produtos industriais


Programado para morrer

Por Tatiana de Mello Dias
A obsolescência programada reduz a durabilidade de produtos para estimular o consumo, mas um documentário vem mostrar o lado sombrio desta prática raramente admitida pela indústria
Cenas do fim. O filme foi lançado em 2010. Cosima está nos EUA apresentando-o em festivais. Não há previsão de estreia no Brasil. FOTOS: Reprodução
SÃO PAULO – A cineasta Cosima Dannoritzer usa o mesmo celular há 13 anos. “Ele nem tira fotos, mas eu tenho uma câmera para isso”, diz. Depois de ouvir lendas urbanas sobre obsolescência programada – a prática da indústria de determinar uma vida útil curta em seus produtos para vender mais –, ela decidiu investigar o tema. E a realidade se tornou ainda mais estranha para ela.
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Em seu documentário, The Light Bulb Conspiracy (A conspiração da lâmpada, em inglês), Cosima mostra que a indústria tem práticas escusas para determinar a validade dos seus produtos. E isso ocorre especialmente na indústria da tecnologia.
O caso da primeira geração do iPod é emblemático. Casey Neistat, um artista de Nova York, pagou US$ 500 por um iPod cuja bateria parou de funcionar 8 meses depois. Ele reclamou. A resposta da Apple foi “vale mais a pena comprar um iPod novo”. O caso virou uma ação de rua nos cartazes publicitários da Apple, retratada no vídeo iPod’s Dirty Secret. O filme foi visto por Elizabeth Pritzker, uma advogada de São Francisco. Ela entrou com uma ação coletiva em nome dos consumidores – naquela altura, a Apple já havia vendido três milhões de iPods pelos EUA.
No caso do primeiro iPod, a empresa fez um acordo com os consumidores. Elaborou um programa de substituição das baterias e estendeu a garantia dos iPods por US$ 59. A Apple disse ao Link que “a vida útil dos produtos varia muito com o seu uso”.
“Eu acredito que o desenvolvimento do iPod foi intencionalmente uma obsolescência programada”, diz a advogada no documentário.
De diretora, Cosima abraçou a causa e virou ativista contra o consumismo. “Na indústria da tecnologia, muitos consumidores estão sempre procurando pela última versão, para ter novas funções, mas também para seguir a moda”, afirma. “Muitas formas de obsolescência programada estão juntas. Na forma tecnológica pura, mas também na forma psicológica em que um consumidor voluntariamente substitui algo que ainda funciona só porque quer ter o último modelo.”
Uma dessas travas eletrônicas é a que está em impressoras a jato de tinta. No filme, um rapaz vai à assistência para consertar sua impressora. Os técnicos dizem que não há conserto. O rapaz então procura pela web maneiras de resolver o problema. Ele descobre um chip, chamado Eeprom, que determina a duração do produto. Quando um determinado número de páginas impressas é atingido, a impressora trava.
A Epson nega. A assessoria de imprensa afirma que não há nenhum prazo para seus produtos. “Rejeitamos totalmente a afirmação de que eles são fabricados para apresentar defeitos depois de algum tempo”, disse. “A almofada de tinta e o Eeprom mencionados no programa são instalados para manter a alta qualidade da impressora e não para controlar a vida útil do produto.”
Crescimento. A prática, porém, não é de agora. A história da obsolescência programada confunde-se com a história da indústria no século 20. E tudo começou com lâmpadas.
Na década de 1920, um cartel que reunia fabricantes de todo o mundo decidiu que as lâmpadas teriam uma validade: 1.000 horas (embora a tecnologia da época já pudesse produzir lâmpadas mais duráveis, e uma lâmpada de 100 anos que ainda permanece acesa é citada logo no início do documentário). Assim, as empresas conseguiriam garantir que sempre haveria consumidores para seus produtos.
Com a crise de 1929 o consumo caiu. E a obsolescência programada se consolidou como uma estratégia da indústria para retomar o crescimento.

Clique para ampliar
O economista Bernard London foi o primeiro a teorizar sobre a prática. Em 1932, publicou o livro The New Prosperity. O primeiro capítulo deixa claro: “Acabando com a depressão através da obsolescência programada”. Ele sugere que, se as pessoas continuassem comprando, a indústria continuaria crescendo e todos teriam emprego.
Em teoria, diz Cosima, não há nada de errado na obsolescência programada. “Nós não queremos um computador com 20 anos de idade”, exemplifica. “Mas a vida útil dos produtos está se tornando mais curta e não dá para atualizar nada sem jogar o objeto inteiro no lixo”, diz a cineasta.
E é aí que vem a conta. Cosima visitou lixões em Gana, na África, para chegar o final da cadeia produtiva dos eletrônicos de consumo rápido. Viu pessoas serem exploradas em busca dos metais valiosos dos produtos.
“Se eu uso meu celular por dois anos em vez de um, não é um grande sacrifício, mas se todos fizerem isso, significaria que apenas metade dos celulares em desuso seriam enviados para lixões ilegais.”
Para a diretora, a crise mundial mais uma vez pode refletir no comportamento da indústria. Só que, desta vez, ao contrário. Na Consumer Eletronics Show, a CES, maior feira de tecnologia dos EUA, que ocorreu no início do ano, a pirotecnia de lançamentos de aparelhos dividiu espaço com outra tendência: a durabilidade dos produtos. Passou quase despercebido, mas algumas empresas já estão partindo para a “desobsolescência programada”, como escreveu Lance Ulanoff, editor-chefe do site de tecnologia Mashable.
Programado. Chip EEPROM, encontrado dentro das impressoras
Ele cita as smart TVs “à prova de futuro” da Samsung, que têm um kit para se manterem atualizadas. “Claramente a Samsung descobriu que os consumidores não estão tão interessados em TVs de alta definição que ficam desatualizadas ou saem de moda em poucos anos de uso”, escreveu. Ele também falou do Motorola Droid Razr Max, smartphone Android, cuja bateria roda até 15 horas de vídeo com uma carga.
“Há empresas que estão vendendo produtos mais duráveis convencendo seus consumidores de que isso é um bom investimento”, diz Cosima. Ela cita no documentário as lâmpadas ultra-duráveis da Philips que ficam acesas por até 25 mil horas. Segundo a assessoria da Philips, os produtos verdes representaram 31% do total das vendas da companhia. Foram mais de 800 lançamentos nessa área nos últimos dois anos.
“A obsolescência programada sempre faz sentido enquanto você pensa em como manter o crescimento da indústria e a criação de empregos a curto prazo”, diz Cosima. “O problema é a longo prazo. Estamos usando nossos recursos naturais e criando montanhas de lixo. A obsolescência programada funcionou bem no passado, mas estamos começando a ver as consequências. É um sistema que não pode ser usado para sempre.”

Construtoras repensam condomínios e imóveis para atrair mais público idoso


admin | jan 25, 2012 | Comentários 0

Vida Imobiliária
O envelhecimento da população brasileira também está movendo o mercado imobiliário. Se já tinham opções de lazer para crianças e adolescentes, os novos condomínios agora trazem facilidades para idosos. Foi a partir de uma experiência na Pompeia (zona oeste em São Paulo), em 2008, que a Tecnisa desenvolveu o projeto focado nos mais velhos.
A intenção era fazer um condomínio para recém-casados, mas as vendas revelaram que 15% dos compradores tinham mais de 55 anos.
Para desenhar os novos empreendimentos, a empresa reuniu geriatras e especialistas em design universal, que pensa imóveis para garantir acesso a quem tem movimentos limitados.
As alterações para esses novos projetos acontecem dentro dos apartamentos e nas áreas comuns. A instalação de interruptores mais baixos e tomadas mais altas para diminuir o esforço para se movimentar e o uso de maçanetas em forma reta amenizando a abertura das portas são algumas das mudanças.
Nos espaços do condomínio, escadas das piscinas foram construídas em alvenaria e com corrimão e até o porcelanato, usado em diversos lançamentos, foi substituído.
“Trocamos por madeira porque, com o porcelanato, a luz refletia no chão e podia provocar acidentes”, diz a gerente de projetos da Tecnisa, Patrícia Valadares.
Com o conceito, foram lançados dez prédios no bairro do Marapé, em Santos (72 km de São Paulo), cidade litorânea com maior porcentagem de idosos no Brasil.
Uma das compradoras é a secretária executiva Elizabeth Henriques, 59, que se mudará para o litoral com o marido quando se aposentar. “Esperamos ter vizinhos da nossa faixa etária. Gostamos de prosa, mais ainda com pessoas da mesma idade.” (Folha de São Paulo)

Profissionais usam a febre da corrida de rua para trocar cartões, captar clientes e até cavar emprego



Maurício Oliveira (redacao.vocesa@abril.com.br)  
Crédito: Joel Rocha
Henrique Netzke (à esq.), da GHN Soluções, na pista com um cliente, em Curitiba: saúde e networking - Crédito: Joel Rocha
Henrique Netzke (à esq.), da GHN Soluções, na pista com um cliente, em Curitiba: saúde e networking
Para diversas empresas, a corrida é um tremendo negócio. O esporte tem atualmente cerca de 4 milhões de praticantes no Brasil. Considerando as maratonas, meia maratonas e provas de rua de baixa quilometragem (5 quilômetros, por exemplo), há mais de 600 eventos por ano, 200 deles só na cidade de São Paulo. Esse correcorre movimenta anualmente 4 bilhões de reais por ano, gerando receita para companhias de vestuário, tênis, suplementos vitamínicos e equipamentos para corrida, como relógio. 

A atividade ajuda a amenizar ou controlar fatores como obesidade, estresse, diabetes e colesterol. Correr, enfim, torna o sujeito mais saudável. Há também quem aproveite os treinos e as provas de rua para trocar cartões, captar clientes e até mudar de emprego.

Adepto do esporte, que pratica intensamente há sete anos, o empresário Henrique Netzke, de 26 anos, sócio da desenvolvedora de softwares GHN Soluções, de Curitiba, no Paraná, perdeu a conta de quantas vezes fez contatos profissionais, contratou ou viu alguém ser contratado por meio do esporte. 

Com base nessas experiências, a empresa dele desenvolveu o Linhadechegada.com, rede social voltada a praticantes de corrida de todo o Brasil. Por meio do site, gratuito, pode-se planejar o calendário de provas, produzir estatísticas sobre o próprio desempenho nos treinos e provas e compartilhar informações com outros praticantes. 

Lançado há um ano, já conta com 4 000 associados. Henrique ressalta apenas que, mesmo com a possibilidade clara de turbinar a rede de contatos com as corridas, ninguém deve começar a praticar o esporte de olho nesse tipo de vantagem — a exemplo do que, em certo momento, chegou a acontecer com o golfe. "O grande barato das corridas é justamente o anonimato", afirma Henrique. "Quando as pessoas estão ali, não importa se são presidentes de multinacionais ou operários, pois são apenas colegas de corrida. 

É a partir desse dado em comum que talvez nasça algum tipo de afinidade." Hericka Rebello é a gerente de recursos humanos da Alterdata, uma desenvolvedora de sistemas de tecnologia da informação sediada em Teresópolis, no Rio de Janeiro. 

Há dois anos, ela começou a correr, quando a organização contratou uma personal trainer para orientar quem estivesse interessado em praticar o esporte. Depois do entusiasmo inicial, restaram exatos 11 funcionários, além de Hericka, que levaram o desafio a sério e passaram a treinar de três a quatro vezes por semana.

Esse grupo, composto de sete mulheres e cinco homens, participa de pelo menos uma prova por mês, a maioria no Rio de Janeiro. A equipe conta sempre com o patrocínio da companhia, que paga as inscrições e assegura transporte e alimentação. Além dos benefícios à saúde, Hericka começou a perceber que as corridas podem ser proveitosas para contatos profissionais.

"Em cada prova, conhecemos gente e divulgamos o nome da empresa", diz. O primeiro resultado prático está em vias de se concretizar: a contratação de um funcionário de um concorrente que Hericka conheceu numa prova. "Ele me viu com o uniforme da empresa e veio conversar", conta Hericka. 

No fim de julho, a equipe feminina da Alterdata comemorou o terceiro lugar de uma prova de 5 quilômetros da Corporate Run, organizada anualmente no Rio e em São Paulo com o objetivo de promover a confraternização entre equipes patrocinadas por empresas. Participaram funcionários de organizações como Vale, Peixe Urbano, Oi, GlaxoSmithKline, Ipiranga, Bradesco, L'Oréal e Fundação Getulio Vargas, entre quase 6 000 pessoas. Em setembro, a etapa paulistana atraiu 9 000 corredores. As corridas podem ser o caminho para uma pessoa se sentir mais valorizada e integrada à companhia em que trabalha. 

Foi o que aconteceu com Maria Iolanda Maciel Lima, técnica em terceirização do Laboratório Sabin, de Brasília. No início do ano, a empresa lançou um desafio aos colaboradores: montar uma equipe para participar da Meia Maratona do Rio de Janeiro, em agosto. Aos 29 anos, Maria não praticava nenhum esporte e tinha um cotidiano sedentário, que resultou em sobrepeso — quase 100 quilos para 1,78 metro de altura. Ela decidiu se inscrever no grupo de corrida e se dedicou intensamente aos treinos. 

No primeiro dia não conseguiu ir além de meio minuto, mas foi superando etapa por etapa até chegar, no fim de julho, à impressionante condição de correr 21 quilômetros sem parar, exatamente a distância da prova carioca. 

O caminho de evolução exigiu um programa de reeducação alimentar e treinos diários (três vezes por semana correndo e três vezes na academia, com folga apenas aos sábados). Ela perdeu nove quilos e ficou muito mais disposta. "Tudo isso aumentou a minha autoestima e me tornou mais conhecida na empresa. As pessoas admiram a minha força de vontade e virei exemplo para muita gente", diz.

A empresa patrocina 
Algumas companhias estimulam seus funcionários a trocar o sapato pelo tênis e botar o pé no asfalto

A Omint, companhia de planos de saúde, patrocina desde 2002 a participação dos colaboradores em provas de rua. mais de 300 funcionários aderiram. "os profissionais que correm são mais dispostos", diz cícero Barreto, diretor de comunicação e marketing da omint. na construtora tecnisa, a prática de corrida chegou em 2009. 

Atualmente, 65 colaboradores integram o grupo de corredores. A empresa paga 75% do valor cobrado pela assessoria esportiva e subsidia as inscrições. "É notória a melhora física do profissional que integra a equipe" diz Denise Bueno, gerente de rH da companhia. 

A área de rh da três corações, fabricante de café, também é responsável pelo incentivo do esporte. Lá, dos 4 165 colaboradores, 200 participam de corridas de rua e maratonas, além de praticarem o esporte semanalmente em parques espalhados em Fortaleza, Belo Horizonte e são paulo. os funcionários têm suas inscrições pagas pela companhia e recebem camisetas e apoio no dia da maratona. o Grupo pão de Açúcar é um velho adepto do movimento do corre-corre. "estruturamos um programa em que subsidiamos a inscrição, fazemos acompanhamento médico e nutricional", diz renata Gomide, gerente de marketing esportivo do Grupo pão de Açúcar. Atualmente, há 4 500 inscritos no programa da empresa.