Em 1964, para “defender as liberdades”, os comandantes militares, aliados a parlamentares, destituíram o presidente eleito. Cinquenta anos depois, um governo eleito, aliado a parlamentares, propõe regras para inibir manifestações de rua sob o argumento de “defender o direito de manifestação”.
Para isso, propõe via Projeto de Lei nº 499 regras que criminalizarão atos cometidos nas manifestações. O senador Pedro Taques apresentou emendas, mas dificilmente mudará o espírito da proposta.
Uma violência durante manifestação poderá ter penalidade maior do que o mesmo crime cometido fora de manifestação. Um assassino frio que mata uma das 50 mil vítimas por ano nas esquinas de nossas cidades será julgado como assassino, mas se a morte decorrer de ações de tumulto durante uma manifestação o autor poderá ser julgado como terrorista.
Um jovem que mobiliza seus amigos para um “rolezinho” poderá ser considerado terrorista se, durante a manifestação, ocorrer provocação que termine em balbúrdia com depredação de patrimônio.
Manifestação de Junho/2013. Foto: Congresso em Foco
Se der um grito e liberar a raiva da multidão, um passageiro irritado com o péssimo serviço de um ônibus pode ser considerado terrorista, caso ocorra a queima de ônibus em consequência desse grito. Tudo vai depender da interpretação do sistema policial e judiciário.
Os defensores destas propostas dizem que já esperaram demais por uma lei antiterrorista, mas não explicam porque fazê-la neste momento, nem porque de maneira tão ambígua. Tudo indica que a pressa decorre do clima de mobilização social que o país atravessa.
Parques, teatros, cafés, universidades, ruas arborizadas, a charmosa Buenos Aires se ergue com seus edifícios “art nouveau”, arquitetura francesa, o velho charme das vias de trem, os paralelepípedos das ruas de San Telmo e Palermo, as torres de Puerto Madero, o tango soprado como o vento pelas ruas da capital, uma cidade deitada sobre as margens do rio da Prata.
Talvez a cidade seja marcante pelos jacarandás que florescem em lilás na primavera ou pela pausa silenciosa portenha para o café, pela melancolia europeia do antigo império, por conta das cúpulas do Teatro Colón, dos coretos de Belgrano ou de seus 48 bairros, cada um especial do seu modo.
Tanta beleza somada a transporte, água, luz e gás subsidiados fazem da capital argentina, apesar das queixas e recessão econômica, uma das cidades com melhor qualidade de vida da América Latina e Caribe. Isso é o que concluiu um estudo da consultoria privada Mercer, divulgado esta semana, que colocou Buenos Aires entre as quatro melhores cidades da região, perdendo apenas para destinos paradisíacos no Caribe e Montevidéu.
Segundo a consultoria Mercer, que apresenta o resultado do estudo para subsidiar decisões de empresas multinacionais, Buenos Aires ocupa o 81º lugar no rankingmundial (o Brasil só entra na lista com Manaus no posto 125º).
Talvez a cidade seja marcante pelos jacarandás que florescem em lilás na primavera...
Quase 15 milhões de habitantes em uma das maiores áreas urbanas do mundo, Buenos Aires é um leque metropolitano que se abre pela planície argentina.
Uma porta aberta aos migrantes da América Latina, a cidade vai, aos poucos, se transformando na babel que os imigrantes europeus sonhavam quando, no século XVIII, desembarcavam no porto do bairro Boca.
Paulatinamente, os bairros de Abasto, Flores e Liniers se rendem aos aromas e cores bolivianos e peruanos. Enquanto isso, os chilenos e colombianos buscam seu lugar na capital atraídos pela qualidade do ensino superior argentino.
Por outro lado, a Villa 31, a maior favela de Buenos Aires, cresce paralela a uma das mais elegantes avenidas da cidade (Avenida del Libertador), inflada pela imigração que a capital não consegue absorver: retirantes do pobre norte da Argentina e de países limítrofes, como o Paraguai. E a xenofobia não é um fator menor. Muitos argentinos ainda acreditam que boa parte da criminalidade é resultado desse movimento imigratório.
Apesar da crise econômica e inflação, Buenos Aires ainda é, de acordo com os 39 aspectos avaliados pela consultora Mercer, uma das melhores cidades do continente.
Buenos Aires também se destaca como uma das cidades com mais teatros e oferta cultural do mundo. Um bom lugar para se viver, com bons ares.
Gabriela G. Antunesé jornalista e nômade. Cresceu no Brasil, mas morou nos Estados Unidos e Espanha antes de se apaixonar por Buenos Aires. Na cidade, trabalhou no jornal Buenos Aires Herald e hoje é uma das editoras da versão em português do jornal Clarín. Escreve aqui todos os sábados.
(Publicado em 08/01/2014, Renata Sguissardi Rosa, especial para a Gazeta do Povo)
Movimento mundial Tiny Houses ainda é tímido no Brasil: viver em pequenas habitações, com soluções inovadoras de construção e armazenamento, é opção de poucos
Elas são bem pequenas, caprichadas e chamam atenção. Com menos de 40 m² , quase passam por casa de bonecas – mas as mini-habitações não têm nada de brincadeira. No mundo inteiro, o movimento chamado de Tiny Houses só cresce. Muita gente está aderindo à filosofia de viver em casas bem pequenas, somente com o mínimo necessário, dentro da cultura que mescla desapego, sustentabilidade, menor geração de resíduos e um freio no consumismo exacerbado. As mini-habitações são, também, opção para o segundo imóvel, como casas de campo e praia.
Uma pesquisa rápida pela web revela dezenas de sites e blogs sobre Tiny Houses. Além dos usuários, há fabricantes, arquitetos e designers criando produtos e materiais adequados para as habitações supercompactas. No planeta das minicasas, as pessoas compartilham ideias e soluções de moradia, armazenamento, geração de energia e até de transporte das pequenas residências, que têm essa vantagem sobre a construção convencional: em geral, uma Tiny House pode ser colocada sobre quatro rodas e se mudar junto com o dono.
O movimento Tiny Houses revela projetos inovadores, cheios de charme e com muita praticidade. “A casa pequena, além de simplificar sua vida, valoriza aquilo que a pessoa tem. Costumo dizer que o mundo vira o seu quintal”, conta o editor de mídias sociais Alessandro Martins, que criou o blog Casas Pequenas em agosto do ano passado e já recebe mais de quatro mil visitas por mês.
Conforto sem luxo
A Tiny House leva ao exercício do desapego. “É um estilo de vida mais simples, sem a necessidade de tantas coisas. A pessoa permanece com aquilo que realmente tem significado para ela”, pondera Martins. É o caso da instrutora de pilates Domicela Stanczyk. Ela passa metade do ano em uma casa-contêiner em Balsa Nova, na região metropolitana de Curitiba, e concorda: o conceito é viver sem luxo, mas com muito conforto e praticidade.
“Meu espaço é extremamente funcional. Tenho tudo o que eu preciso”, conta Domicela. A casa-contêiner tem um quarto com cama de casal e de solteiro, banheiro, sala e cozinha.
Para fazer sua Tiny House, ela contratou uma empresa de Curitiba, a Delta, especializada em restauração de contêineres para fins residenciais ou comerciais. A casa de Domicela foi feita em um único módulo. Com 30 m², ele chegou para a proprietária pronto e mobiliado, sem causar impacto ambiental nem sujeira com construção.
Instalado em um terreno arborizado, o módulo é complementado por uma construção simples em alvenaria, onde Domicela fez uma churrasqueira. “O contêiner é seguro contra ladrões e intempéries da natureza”, elogia a instrutora.
Barreira cultural ainda dificulta popularização do movimento no Brasil
Mesmo com tantas vantagens, as Tiny Houses estão longe de se tornar uma tendência no Brasil. Para a arquiteta Sharise Gulin, o motivo é cultural. Há grande oferta de espaço – o país tem muita disponibilidade de terra – e de mão de obra para limpeza e manutenção de casas e apartamentos. Além disso, para os brasileiros, é questão de status ter imóveis de grande metragem.
“As pessoas esquecem que um bom design, aplicado adequadamente em espaços pequenos, pode ser um luxo”, afirma Sharise, que morou durante um ano na Inglaterra em um pequeno apartamento e gostou da praticidade que ele proporcionava.
Inovação
Para que o lado prático se torne realidade no dia a dia do morador da casa pequena – e que a baixa metragem não seja motivo de estresse e desconforto para os habitantes –, a orientação profissional no projeto do imóvel é fundamental para que a minicasa caia nas graças do morador. Deve-se levar em conta itens como escolha de materiais, composição de ambientes, circulação de ar, conforto térmico, mobiliário e utensílios – para espaços pequenos, as soluções são diferentes, incluindo técnicas construtivas inovadoras.
Preço
Confira o valor de contêineres prontos:
• A Delta Containers fornece contêineres para uso residencial. A empresa informa que os materiais utilizados para pintura, revestimento, pisos e mobiliário são de alta qualidade. Contêiner sem móveis, pronto para uso, com porcelanato, revestimento e piso laminado custa a partir de R$ 39 mil. Já contêiner com móveis sob medida custa a partir de R$ 59 mil.
A opção de construir um imóvel deve ser cercada de muita atenção por envolver várias etapas até a conclusão da obra e em todas elas é de suma importância a documentação
Cuidados na documentação da Construção
O terreno deve estar legalmente registrado na respectiva matrícula do imóvel em nome do proprietário da futura construção, conforme certidão que pode ser emitida no Registro de Imóveis.
O segundo passo é contratar um engenheiro civil ou arquiteto com boas referências e credenciado no CREA, para visita ao terreno e discussão em conjunto da viabilidade do projeto e da execução da obra. Este investimento que deverá ter um custo de 5% da obra total, vale a pena para evitar muitos problemas, tanto no momento de construir como futuramente no próprio imóvel. Nem cogitar realizar construções como dizem “boca a boca” com um pedreiro conhecido ou indicado por algum amigo.
A contratação de um engenheiro civil ou arquiteto é obrigatória. É exigida pelos órgãos competentes a existência do responsável técnico do projeto/plantas e da ART, para então se conseguir a licença de construção na Prefeitura e atender à fiscalização do CREA.
O proprietário deve ter em mente como deseja o imóvel: sala, número de quartos, banheiros, cozinha, lavanderia e garagem, como também, as respectivas áreas de cada cômodo para assim finalizar a área total a ser construída em m2. De posse destes dados o responsável técnico iniciará o projeto.
A seguir citamos a documentação essencial para a execução da obra.
1) Projeto: consiste em várias plantas quais sejam:
· Arquitetônica/baixa;
· Fachadas e telhado;
· Estrutural;
· Elétrica;
· Telefônica
· Hidrosanitária.
2) Memorial Descritivo – Este documento em forma de relatório relaciona o tipo, marca, referência, modelo de todo material de construção utilizado, a exemplo, ferragens usadas para a estruturas/vigas, tipo de tijolos, revestimento dos pisos internos e externos, marca e cor dos materiais sanitários, modelo de torneiras, especificação de tamanho, cor e material de portas e janelas, telhas ou outro material usado para o telhado, etc. O memorial descritivo serve também para avaliar o custo envolvido na obra, bem como para se necessário um dia refazer a substituição de algum material ou uma futura reforma ou reconstrução.
3) Cronograma de execução de obra – Com ele é possível acompanhar ordenadamente a execução cronológica de cada fase de construção de acordo com sua importância e planejar a compra dos materiais destinados às respectivas fases, também a contratação dos diversos profissionais para as específicas atividades como eletricista, pintor, encanador dentre outros.
4) ART - Anotação de Responsabilidade Técnica, documento emitido pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), pelo qual o responsável técnico (engenheiro civil ou arquiteto) assume junto ao CREA a responsabilidade pela execução da construção e de todos os respectivos projetos.
5) Alvará/Licença de Construção – Para conseguir a liberação e emissão do alvará de construção pela Secretaria Municipal de Urbanismo, deve ser previamente aprovado pela mesma, o projeto arquitetônico e recolhidas as taxas por ela cobradas. Assim que for emitido o alvará, estes devem estar arquivados em uma pasta junto com a ART e todos os demais projetos, e disponíveis no local da obra, pois serão apresentados aos fiscais tanto do CREA como da Prefeitura Municipal.
OBS: Quando a construção for financiada por Banco estes documentos acima serão exigidos para iniciar a contratação do financiamento.
6) HABITE-SE/CVCO – Documento emitido pela Secretaria Municipal de Urbanismo que se chama Habite-se ou Certificado de Vistoria e Conclusão de Obra. Assim que cumprido o cronograma de execução da obra e finalizada a construção o proprietário deve solicitar a vistoria de término de obra junto à Secretaria Municipal de Urbanismo, onde foi emitido o alvará, para que seja confirmado e verificado que foi cumprida a construção de acordo com o projeto aprovado pela mesma.
7) CND do INSS – Certidão Negativa de Débitos do INSS – Este documento é emitido pela Receita Federal e é imprescindível para averbação da conclusão da obra no Cartório de Registro de Imóveis. Todavia, o engenheiro ou arquiteto contratado irá orientar que no início da obra deve ser feita uma matrícula da mesma junto ao INSS visando recolher mensalmente os impostos relativos à execução de obra. Terminada a obra deve-se fazer a juntada dos comprovantes de recolhimento do INSS, do Habite-se, da ART e do projeto arquitetônico aprovado, com estes ir à Receita Federal, a qual vai checar se o valor recolhido está correto, caso contrário, cobrará a diferença, depois disso é emitida a CND do INSS da obra.
Quando o imóvel possuir área total até 70m2 e for executada sem contratação de mão de obra assalariada é isento o recolhimento do INSS, conforme Art. 278 do Decreto n º 3048/99.
Fiscalizações – Podem ocorrer em qualquer momento da execução da obra pelo CREA, ou pela Secretaria Municipal de Urbanismo. Quando a construção for financiada o Banco enviará um engenheiro para vistoriar mensalmente o cumprimento das fases do cronograma de execução a fim de liberar o valor das parcelas.
A fiscalização do CREA visa confirmar se as obras em execução estão sendo acompanhadas pelo profissional qualificado mediante verificação da ART e dos projetos, após identificará a obra com um adesivo na Placa da construção, se existir irregularidade, o CREA comunicará o proprietário.
A Secretaria Municipal de Urbanismo realiza a vistoria final para emissão do Habite-se, mas também pode fazer alguma vistoria durante a obra em geral quando há alguma reclamação/denúncia sobre transtornos/irregularidades da obra.
Por último, temos a averbação da conclusão da obra na matrícula do imóvel que é realizada mediante apresentação do Habite-se e CND do INSS, no Registro de Imóveis, que consiste em detalhar na matrícula que foi construída uma unidade residencial de alvenaria, a área total construída, o número da unidade na rua/avenida que geralmente está no Habite-se, ou seja, a existência do imóvel fica legalizada.
Em obras financiadas a apresentação da averbação de conclusão da obra ao Banco é condição para liberação da última parcela do financiamento, uma vez que até a liquidação do empréstimo o imóvel fica alienado à Instituição Financeira.
Para os financiamentos serão disponibilizados R$ 172,8 bi de poupança e do FGTS
Quase oito milhões de pessoas devem realizar o sonho da casa própria nos próximos dois anos, o que representa um universo de oito famílias para cada grupo de dez. O levantamento é baseado em pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular, que aponta um cenário positivo para o setor imobiliário em 2014.
Construtoras e incorporadoras pretendem desovar seus estoques e ampliar a média de lançamentos ainda no primeiro semestre desse ano. Para os financiamentos de imóveis serão disponibilizados R$ 172,8 bilhões em recursos provenientes da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“O crédito imobiliário no Brasil ainda é muito farto, o volume de capital é enorme em decorrência da injeção dos recursos da poupança e do FGTS no financiamento do setor. Além do capital privado, que sempre busca asegurança imobiliária como investimento”, ressalta o especialista em Direito Notarial e Registral, Marcus Felipe dos Santos. “O controle inflacionário proporciona o campo perfeito para a continuidade deste desenvolvimento”, destaca.
Segundo Marcus, o mercado imobiliário e de construção civil está em pleno processo de crescimento. “Em determinadas regiões do país e para determinados tipo de empreendimento, pode-se observar certos nichos de saturação de mercado. Como, por exemplo, para empreendimentos de alto padrão com quatro quartos, em cidades como São Paulo e Belo Horizonte. Porém, de modo geral, o déficit habitacional no Brasil ainda é muito grande”, observa.
Ele aponta, ainda, que regiões como o Nordeste, Centro-Oeste e Norte estão vivendo hoje uma explosão em termos de crescimento econômico, o que reflete diretamente no mercado imobiliário. “O crescimento da renda das famílias brasileiras proporciona um maior poder de compra e, neste contexto, o principal desejo de consumo ainda é a casa própria”, afirma.
No entanto, ele tem uma ressalva. “Creio que, pelos indicadores econômicos, a tendência do mercado imobiliário é se manter em crescimento, porém, a medida que a demanda for sendo suprida, a tendência é, não uma retração no mercado, mas um crescimento menos voraz”, avalia.
Na hora de fazer a transmissão de patrimônio, o inventário é uma das etapas que mais causa dor de cabeça para os herdeiros. Na prática, o processo significa relacionar bens e dívidas deixados por quem faleceu. Parece simples, mas é muito comum que inventários se arrastem por meses ou até anos. Além da burocracia, a demora em finalizar o processo pode trazer prejuízos financeiros, como a depreciação de bens. "Já vi casos em que o patrimônio foi se deteriorando aos poucos", explica Flavio Lemos Belliboni, sócio responsável pela área de direito de família do escritório Pinheiro Neto Advogados. O inventário pode demorar também por falta de documentação. Por isso, a melhor solução é sentar para conversar do que ficar brigando, diz.
Existem duas formas de fazer o inventário: judicial ou extrajudicialmente. Mais tradicional, o processo feito em tribunal é obrigatório quando há testamento, divergências na família, menores de idade e pessoas consideradas "incapazes", ou seja, com faculdades mentais ou físicas comprometidas. É preciso abrir o inventário em até 60 dias a partir da data de falecimento. "Os filhos ou a viúva/viúvo podem fazer a abertura. Caso eles não existam, o processo pode ser feito por sobrinhos ou outros parentes, chegando até o 4º grau da família", afirma Luiz Kignel, especialista em planejamento sucessório e sócio do escritório PLKC Advogados. Belliboni destaca que o testamento é registrado perante o juiz. "É preciso manter o testamento sempre atualizado, de preferência feito com um tabelião", diz.
No caso do inventário extrajudicial, o procedimento é mais rápido e realizado em cartório por meio de escritura pública. De acordo com os especialistas, o prazo costuma ser de 15 até 30 dias, variando conforme a complexidade do patrimônio a ser transferido. Eventuais conflitos entre herdeiros também podem atrasar o fim do processo. "Para fazer o inventário extrajudicial, é preciso que todos os herdeiros estejam de acordo com a partilha dos bens", afirma Belliboni. Além disso, os sucessores devem ser maiores de idade e considerados capazes.
Em ambos os casos, uma das principais regras é preparar toda a documentação com antecedência. "Os herdeiros precisam levar, por exemplo, extratos de conta bancária, certidões de imóveis, certidões de casamento", explica Rogério Portugal Bacellar, presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg-BR). Documentos pessoais, como RG, CPF, certidão de nascimento, também fazem parte da lista.
Quando o processo é feito em cartório, o tabelião geralmente fica responsável por checar as certidões negativas, ou seja, comprovantes, para mostrar que não há dívidas herdadas. Tais documentos também podem ser obtidos pelos herdeiros nos órgãos federais, estaduais ou municipais. Por exemplo, possíveis pendências fiscais devem ser verificadas com a Receita Federal. "No caso do inventário extrajudicial, o tabelião cobra a despesa com a escritura", diz Bacellar. São as chamadas custas, cujos valores variam de acordo com cada estado. A tabela pode ser encontrada em qualquer cartório, informa.
Vale lembrar que, em ambos os tipos de inventário, é cobrado o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), cuja alíquota também muda conforme a região. No Estado de São Paulo, por exemplo, o valor é de 4%, sendo que o percentual pode chegar a 8% em outros estados. "Assim, é lavrada a escritura", diz Belliboni. O prazo para pagar o imposto é de 180 dias, de acordo com Kignel, do PLKC Advogados. "No inventário judicial, o juiz pode prorrogar o prazo caso haja necessidade", ressalta. Além do tributo, outro gasto fundamental é com um advogado. E quanto mais demorado o processo, mais caros serão os honorários, dizem os especialistas.
Traçar um planejamento sucessório também ajuda no momento de preparar o inventário. "As pessoas precisam se preparar para a sucessão. É fundamental ter um testamento exequível", recomenda Kignel. A orientação específica e preventiva garante tranquilidade no futuro. "Essa cultura de pensar só na morte quando ela está próxima está mudando no Brasil. A sucessão começa em vida", ressalta.
O Alto Comando do Exército fez ontem, uma reunião extraordinária, em Brasília, dentre outros assuntos explosivos, para avaliar o impacto do artigo “Árvore Boa”, escrito pelo General de Exército na reserva Rômulo Bini Pereira. Publicado no Estadão de terça-feira (19), o texto exalta o direito de os militares celebrarem a “Revolução Democrática de 31 de março de 1964”. Outro tema em discussão pelos Generais de quatro estrelas da ativa foi a explosiva crise na Venezuela e os reflexos que pode ter no Brasil.
No texto que teria sido um dos motivadores da reunião extra no Forte Apache, o General Bini faz filosofia sobre o permanente papel das Forças Armadas, comparando-a a uma planta forte, verde oliva: "Quando cortam uma árvore boa e não arrancam suas raízes, brotos teimosos vão nascer sempre no que sobrou do tronco a dizerem que ela pode ressurgir e ficar mais alta, porque a sua seiva não se extinguiu e nem se extinguirá!"
Um trecho do artigo do General deixou em polvorosa a turma do Palhaço do Planalto: “Na área militar nota-se ainda repulsa aos atos das citadas comissões. Ela é flagrante, crescente e de silenciosa revolta. Pensam que os integrantes das Forças Armadas - quietos, calados e parecendo subservientes - assistem passivamente aos acontecimentos atuais com sua consciência adormecida. Não é bem isso que está acontecendo!”
O General Bini já tinha balançado o ganho da petralhada em outros dois artigos: “O Outro lado”, publicado em 7 de junho de 2012, na Folha de São Paulo, e “Lei do Silêncio”, veiculado pelo Estadão em 12 de maio de 2012. O Alerta Total republica, abaixo, os três artigos, fundidos em um, para ampla reflexão.
Até porque a Comandanta em Chefe das Forças Armadas, Dilma Rousseff, vai impedir, por ordem direta aos comandantes de força, que o Exército celebre, em qualquer evento oficial, os 50 anos do movimento civil-militar de 1964. Provavelmente, nos quartéis, o assunto só entrará na ordem do dia daquela forma discreta, dos últimos anos, desde que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência da República (e lá continua, segundo a recente gafe da ministra Miriam Belchior...).
Releia, abaixo, o artigo do General Bini: Árvore Boa
Confusão Mental
Legitimidade é...
O advogado Antônio Ribas Paiva, presidente da Associação dos Usuários de Serviços Públicos, chama a atenção para a importância que precisamos dar à legitimidade no Brasil:
“Legítimo é o que favorece o interesse público e, ao mesmo tempo, respeita os direitos individuais”.
Portanto, na visão de Ribas, “leis elaboradas pelo Congresso não têm legitimidade se não atender ao interesse público e aos direitos individuais previstos no artigo 5º da Constituição Federal”.
Direitos dos manos
Cinco votos de senadores do PT, dois do PMDB, um do PSOL, um do PSDB, PCdoB e do PSB derrotaram a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visava diminuir a maioridade penal de 18 para 16 anos em casos específicos.
Pela proposição do senador Aloysio Nunes Ferreira – que foi comunista no passado e hoje é do PSDB -, responderiam criminalmente como adultos adolescentes acusados de praticar delitos inafiançáveis, tais como crimes hediondos, tráfico de drogas, tortura e terrorismo.
Os reincidentes em lesões corporais ou roubo qualificado também seriam criminalizados caso houvesse parecer favorável de um promotor da Vara da Infância e autorização da justiça.
Desculpinha
A maioria da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) considerou inconstitucional a PEC.
Os defensores dos “direitos dos manos” seguiram o voto do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP):
“Essa pretensa solução aqui apresentada, ao contrário de resolver o problema, só irá trazer outros problemas, encher as penitenciárias do falido sistema penitenciário brasileiro de mais filhos DA pobreza deste país e agravar ainda mais um problema deste país”.
Agendinha do apocalipse
Ainda existe algo mais apocalíptico do que o risco de a seleção brasileira perder a “copa das copas”.
Ou a grande chance de a Dilma Rousseff sair derrotada da eleição presidencial de outubro/novembro.
Fato concreto é que, em novembro, Ricardo Lewandowski assume a presidência do Supremo Tribunal Federal, no lugar do Super Joaquim Barbosa...
Comemorando
Os 30 anos do Comício Inaugural da Campanha das Eleições Diretas para Presidente da República, em 1984, será comemorado pelo Senado.
A sessão festiva será segunda que vem, às 11 horas, no plenário.
O evento é uma iniciativa proposta pelo senador tucano Álvaro Dias.
Aparelhamento da baderna
Alguém ainda duvida que a petralhada faz o que quer nos ditos movimentos sociais, manipulando manifestações (aparentemente até contra o governo), para gerar o clima pré-revolucionário de medo e caos?
Nazimaduro
Adolf Hitler deve estar PT da vida, lá no inferno, com a foto montada pela oposição venezuelana contra Nicolas Maduro...
Quem também deve estar PT da vida com Maduro é Simon Bolivar, o libertador da América, que em 1830 cunhou a definição que nada tem a ver com a caótica a autoritária República Bolivariana da Venezuela, de hoje:
"O sistema de governo mais perfeito é aquele que produz a maior quantidade de felicidade possível, maior quantidade de segurança social e maior quantidade de estabilidade política."
Promessa do Lobão
Mais confusão mental
Atestado final
Sonhos
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
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