quinta-feira, 25 de abril de 2013

CHARGE DO CALANGO PRETO


Comunismo e cara-de-pau, por Alexandre Garcia

Alexandre Garcia - 26 de março de 2013


Passou praticamente despercebido do noticiário da semana passada a decisão da direção da Câmara Federal de revogar uma resolução dela própria, de 1948, em que cassou o mandato de 14 deputados do Partido Comunista. A cassação fora baseada em sentença do Tribunal Superior Eleitoral, confirmada pela Supremo, porque baseada na Constituição. Conhecida como constituição liberal, ela vedava, no entanto o Partido Comunista, porque ele não aceitava a pluralidade de partidos, nem a liberdade, nem a democracia nos países em que estava no poder.

Recuperaram os mandatos, entre outros, o escritor Jorge Amado, o mentor da guerrilha do Araguaia, João Amazonas e o autor do Manual da Guerrilha Urbana, Carlos Marighella – todos agora mortos. O Senado, por sua vez, devolveu o mandato a Luís Carlos Prestes que, patrocinado por Moscou, tentou tomar o governo em 1945, num levante que matou 32 militares, a maioria enquanto dormia no quartel da Praia Vermelha.

A líder do Partido Comunista do Brasil, a gaúcha Manuela d`Ávila, num discurso patético, disse que demorou o reconhecimento da injustiça feita contra quem lutou pela democracia e pelos direitos humanos. Ela deve julgar que todos sofrem de alienação mental. Quem mais oprimiu a democracia e os direitos humanos no planeta, no século XX foi o Partido Comunista. Onde tomou o poder, a partir de 1917, suprimiu todos os direitos e impôs ditaduras cruéis, torturadoras, sangüinárias, de que hoje ainda temos resquícios, em Cuba e na Coréia do Norte. Foi o Partido Comunista que baixou uma cortina de ferro sobre parte da Alemanha, sobrea Polônia, a Hungria e tantas outras infelizes nações da Europa e Ásia.

Foi a maior praga do século XX, afetando a vida de milhões de habitantes de países que ficaram sob seu jugo, e de outros milhões em que os comunistas tentaram tomar o poder pela força das armas, como no Brasil, por duas vezes. O terror comunista matou mais que o nazismo de Hitler – com quem aliás, Stálin fez acordo para massacrar a Polônia. Calcula-se que os assassinatos genocidas praticados por ditadores comunistas na Europa e Ásia chegam a 100 milhões. O holocausto de Hitler matou 6 milhões de judeus.

Escapamos da ditadura comunista graças à incompetência monumental de Prestes e seus companheiros, na tentativa de golpe em 1935. Moscou, que pagava tudo e mantinha observadores em torno de Prestes, como Olga Benário, ficava atônita com os erros dos comunistas brasileiros, como pesquisou em arquivos soviéticos William Waack para o livro “Camaradas”. Mesmo assim, quando Prestes foi a Moscou no início de 1964, obteve de novo a promessa de auxílio político e militar. Em troca, garantia que “uma vez a cavaleiro do aparelho de estado, converter rapidamente, a exemplo da Cuba de Fidel, a revolução nacional-democrática em socialista.” Isso é História, que relembro agora porque muita gente, com a maior cara-de-pau vem nos falar de democracia e de direitos humanos dos comunistas.

CHARGE DO J. CESAR


As alegrias de um aposentado



Posted: 24 Apr 2013 06:05 AM PDT
Por João Baptista Herkenhoff

Algumas pessoas celebram a aposentadoria. Outras a recebem com um certo sofrimento. De minha parte tive um sentimento de vazio quando me aposentei.
Juiz aposentado, professor aposentado? Isto não é profissão. A condição de aposentado não desmerece ninguém.  Contudo não define uma profissão.

Certo dia veio a inspiração e eu me autodefini: sou um Professor itinerante. E é isso que tenho feito. Ministro seminários e profiro palestras Brasil afora.
Se o aposentado sentir-se feliz, sorvendo simplesmente a aposentadoria, essa atitude não merece qualquer reparo. Ele fez jus ao que se chama ócio com dignidade (otium cum dignitate).

O pedagogo tcheco Comenius ensina:

“No ócio, paramos para pensar. Paramos externamente para correr no labirinto do autoconhecimento. Não se trata de perder o tempo, mas de penetrar no tempo para mergulhar no essencial.”
Se quem se aposentou deve desfrutar da aposentadoria serenamente, numa situação inversa a aposentadoria não tem de marcar, obrigatoriamente, um encerramento de atividades.

O aposentado tem experiência e pode transmitir experiência, o que resulta num benefício para a sociedade.

Triste é constatar que, em algumas situações, a aposentadoria é insuficiente para os gastos da pessoa e de sua família obrigando o aposentado a trabalhar para complementar o parco benefício que lhe é pago. Nestas hipóteses, estamos diante de um grande desrespeito à dignidade da pessoa humana.

Se alguma diferença devesse ser estabelecida entre ativos e inativos seria para aquinhoar com favorecimento os inativos, uma vez que a idade provecta cria gastos com saúde que normalmente não alcançam os servidores mais jovens.
No meu caso não continuei trabalhando para suplementar renda, mas sim para atender um apelo existencial.

Gosto de viajar, alegra-me conhecer lugares e pessoas, minha mulher também gosta e aí vamos nós desbravando o Brasil.

João Baptista Herkenhoff, 76 anos, é Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo. Acaba de publicar Encontro do Direito com a Poesia – crônicas e escritos leves (Editora GZ, Rio de Janeiro). Homepage: www.jbherkenhoff.com.br - E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br

LIVRE ARBÍTRIO



Magu
Já comentei com nossos leitores que adquiro as revistas semanais de forma alternada, para não ficar preso a apenas uma posição editorial. Antonio Carlos Prado é editor executivo da Isto É e produziu um artigo de última página denominado Um Remédio Contra a Violência
Antonio Carlos Prado
Antonio Carlos Prado
, abordando posições de neurocientistas conhecidos que abraçaram um novo enfoque, meio que afirmando que o lívre arbítrio pode não existir, da forma como os juízes o consideram, no julgamento de atos infracionais. O novo enfoque sugere que os psiquiatras, biopsicólogos e neurologistas mudem a forma de encarar o transtorno da personalidade antissocial. O assunto é candente, pois cada leitor, no geral, tem sua própria posição.

Não sendo minha seara, não vou dissertar a respeito, quando alguém escreveu muito melhor do que eu, então recomendo que os leitores tomem conhecimento do assunto lendo o artigo do Prado uqe segue abaixo

UM REMÉDIO CONTRA A VIOLÊNCIA
Em obras polêmicas, neurocientistas afirmam que não existe o livre-arbítrio e, por isso, os criminosos têm de ser tratados como pacientes e não apenas como quem praticou o mal intencionalmente.
Ou a medicina cuida do bandido ou o bandido vai acabar matando o médico. Explica-se: a questão penitenciária e também a criminalidade fora dos muros das instituições, uma a alimentar a outra e ambas a apavorar a sociedade, são acima de tudo questões da área da saúde mental – estabelecendo-se, aqui, que se está falando do transtorno da personalidade antissocial e não de enfermidades que classicamente já são vistas como tais e não têm a ver com a delinquência. O quadro estarrecedor da violência nos dias de hoje, portanto, não é um problema a ser resolvido exclusivamente no campo da segurança pública, modelo exaustivamente praticado e que vem se mostrando ineficaz. Quem acaba de sugerir que psiquiatras, biopsicólogos e neurologistas se voltem para tratar criminosos como única solução possível, numa das mais polêmicas teses dos últimos tempos, são conceituados neurocientistas de todo o mundo. (Leia mais ISTOÉ Independente – Antonio Carlos Prado)

DEPUTADOS FEDERAIS BRINCAM COM O FOGO



Giulio Sanmartini
Nem o retorno de João VI à Portugal, esvaziando literalmente todos os cofres da colônia, nem duas ditaduras (getulista e militar), conseguiram ser tão danosas ao País, quanto a “constituição” gerada das pequenas ambições pessoais de um dos piores políticos da história do Brasil: Ulysses Silveira Guimarães.(1916/92)clamor
Trata-se de uma “constituição” confusa e inconclusa, que permite tirar a independência dos Poderes,
Para O Partido dos Trabalhadores, forjado na vontade de um regime totalitarista, cabe como uma luva.
Agora está para parir um monstro que permitirá a Legislativo interferir no Judiciário, a fim de beneficiar os mensaleiros petista condenados à prisão.
Segundo a jornalista Mariana Haubert, a “Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou no dia 24/4,  proposta de mudança na Constituição que alimenta a disputa de poder entre o Legislativo e o Judiciário.  Em menos de dez minutos, os deputados aprovaram PEC que dá ao Congresso Nacional o poder de contestar as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) em ações de constitucionalidade (ADC), de inconstitucionalidade (ADI) e súmulas vinculantes.
Caso o Congresso vote contra a decisão do STF, haverá uma consulta popular para dar a palavra final sobre o assunto. No momento da votação, havia somente 21 deputados presentes na CCJ, a maior comissão da Câmara.
A proposta também dificulta a tomada de decisões pelo STF. A PEC aumenta o número mínimo de votos necessários para declarar a constitucionalidade de uma lei ou para criar uma súmula vinculante – julgamento de um caso específico que, obrigatoriamente, deverá ser repetido em tribunais inferiores para casos semelhantes. Hoje, são necessários apenas 6 votos para definir posição em qualquer julgamento. Com a PEC, será preciso o voto de 9 dos 11 ministros para se decidir em uma ADI, ADC ou súmula. Além disso, a proposta proíbe o Supremo de suspender emendas constitucionais promulgadas pelo Congresso por meio de medidas cautelares”.
Os deputados, sediados na Ilha da Fantasia (Brasília) e defendidos do clamor público o ignoram.
Erro primário, pois os protestos que uma decisão desse tipo poderá gerar, traz a ameaça de  levar o povo a um movimento de conseqüências imprevisíveis, mas nada boas.
(*) Na fotomontagem, Ulysses Gumarães e charge de Roque Sponholz

NUNCA NINGUÉM VIU UM PRESIDENTE TÃO PALHAÇO



Giulio Sanmartini
A 15 dias do fim de seus oito anos de mandato (15/12/2010), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou em cartório as realizações de seu governo. Não ficou só nisso. Diante do presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil, Rogério Bacellar, o presidente e 37 ministros assinaram os seis volumes com o balanço dos dois mandatos contendo até mesmo obras que sequer começaram, como a usina de Belo Monte e o trem-bala.
A plataforma P-50
A plataforma P-50
Em cerimônia organizada com pompa para marcar a despedida de Lula, realizada no Palácio do Planalto com a presença de cerca de 700 pessoas, incluindo a presidente eleita, Dilma Rousseff, todos os ministros e quase todos os ex-ministros, como José Dirceu, além de governadores, prefeitos e congressistas, o atual governo registrou também grandes obras de infra-estrutura não terminadas, como as Ferrovias Norte-Sul e Trans-nordestina e as hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio. (Reinaldo Azevedo Leia mais: (A patuscada delirante: Lula registra em cartório suas obras).
Passaram-se mais de 2 anos e ninguém se deu ao trabalho de contestar de forma ampla dessa bravata histriônica.
O leitor tem todo o direito de perguntar: – E por que não o fazes tu?. É resposta é simples:  moro na Itália, numa pequena cidade de 30 habitantes e o contacto diário e intenso que tenho com o Brasil, é feitio através da leitura dos principais  jornais e revistas e pelas intermináveis conversas que tenho via skype com o co-editor Magu  e colaboradores que moram aí.
Quero falar especialmente  de um mentiroso exagero e ufanista de Lula, quando presidente. Aconteceu em 21 de abril de 2006, e serviu como peça de sua campanha eleitoral para a reeleição. Ele foi até Campos (RJ) para inaugurar a plataforma P-50 da Petrobras e aproveitando que era o dia de Tiradentes, anunciou a auto suficiência da produção de petróleo: “Hoje estamos comemorando outra independência…”
Finalmente, imitando o que fizera Getulio Vargas alguma décadas antes, sujou as mão de petróleo as exibiu e deixou a marca nos macacões de alguns funcionários.
Mas hoje se vê que o que aconteceu em 2006 nada mais foi do que uma vil propaganda enganosa. A falta de manutenção adequada dos poços fez a produção cair mais depressa. A necessidade de reparos de maior porte, porque a manutenção não foi feita adequadamente, tem implicado a paralisação das operações por períodos mais longos, o que também contribui para fazer cair a produção global da empresa.
O país para poder se movimentar se vê obrigado a importar combustível para suprir a demanda interna. Por causa da gestão que o governo do PT impôs à Petrobrás, a autossuficiência durou pouco e sua reconquista demorará. Como admite a empresa, ela só será novamente alcançada em 2020, em termos plenos (incluindo derivados).
Gostaria muito de saber o que disse Lula sobre essa autossuficiênia de araque no seu livro de feitos.