quinta-feira, 11 de julho de 2013

Deputados e ministros suíços andam de ônibus ou de trem


Autoridades do país só podem usar helicóptero com permissão especial

Pergunte ao advogado Olivier Wasmer, ex-político da Suíça -- um dos países mais ricos do mundo – o que ele ganhou de privilégio durante os seus quatro anos de mandato como deputado do partido Union Démocratique du Centre (UDC) no cantão de Genebra, entre 2005 e 2009.

_ Ganhei entrada grátis TPG (sigla para Transporte Público de Genebra) e direito a colocar meu carro de graça no estacionamento Saint Antoine, mas só nos dias de sessão (do parlamento local). É chocante para um político suíço ver o tipo de vida e as enormes despesas de representação dos políticos brasileiros ou franceses - comenta. ...

Na Suíça, é comum ver um ministro ou deputado num ônibus ou no trem. E a regra vale todos – de ministro à deputado local: helicóptero, só quando não tiver outro jeito. Nos grandes deslocamentos, entre o trem e um helicóptero do governo, a praxe é sempre o trem. Segundo Wasmer, autoridades suíças precisam de autorização de órgãos competentes para utilizar helicópteros. Em 2001, uma polêmica estourou no país quando descobriu-se que a conselheira federal Ruth Meztler (então, uma das sete ministras que governam o país) usou regularmente um helicóptero das Forças Armadas para se deslocar de Berna (capital suíça) para Appenzell, seu cantão, nos fins-de-semana.

Mais recentemente, o magistrado Pierre Maudet, conselheiro de estado em Genebra, foi obrigado a explicar porque usou um helicóptero das Forças Armadas para ir à Davos saudar o trabalho dos policiais responsáveis pela segurança do Fórum Mundial de Davos, em janeiro. Foi uma viagem à trabalho, mas que custou 10,600 francos suíços (cerca de R$ 25,2 mil ) no lugar de 425 francos suíços (cerca de R$ 1 mil ) – o custo de um lugar na primeira classe do trem. Quando o uso é privado, a polêmica é maior ainda :

_ Um autoridade política na Suíça não pode usar como quiser de benefícios do cantão ou da confederação (Confederação Suíça, o governo federal) para fins pessoais. Isso é uma evidência. Se uma autoridade usa carro oficial ou helicóptero sem autorização, e alguém contesta, isso pode acabar numa denúncia judiciária – explica Wasmer, que foi membro do conselho de gestão no parmamento de Genebra.

Na Suíça, a virtude dos que gastam e abusam menos dos privilégios do poder é destacada nos jornais, como exemplo. O jornal Neue Zurcher Zeitung, na sua edição do dia 10, contou que Yves Rossier, secretário de estado para assuntos estrangeiros (o equivalente à ministro das Relações Exteriores) dispensou carro oficial para viajar de trem da capital para um encontro com a imprensa em Genebra. E e ainda pegou ônibus.

A vizinha França, bem menos criteriosa nos gastos, se viu às voltas com várias polêmicas sobre gastos dos ministros. Em 2010, o então presidente Nicolas Sarkozy, anunciou uma série de normas : ministros seriam obrigados a pagar por seus gastos privados, sob pena de sanções, teriam que privilegiar o uso de trem para seus deslocamentos na França, se hospedar nas embaixadas da França no exterior para não gastar com hotéis, teriam que reduzir o número de assistentes à 20 pessoas, no máximo, além da supressão de vários carros oficiais. Mas eram medidas que o próprio Sarkozy já havia anunciado em 2007, e que não eram respeitadas. Alguns ministros economizaram, sim, mas à custa dos outros: o último escândalo de seu governo foi protagonizado pela então ministra das Relações Exteriores, Michèle Alliot-Marie. Para passar férias na Tunísia, ela usou o jato de um amigo do então ditador Ben-Ali, em pleno início da revolta no país que derrubou o governo.

Por Deborah Berlinck
Fonte: O Globo - 11/07/2013

Fracasso do Dia Nacional de Lutas


Errando o alvo


Encerrado o “Dia Nacional de Lutas”, o balanço dos protestos que ocorreram em várias cidades brasileiras nesta quinta-feira (11) pode ser considerado pífio, apesar de em alguns locais os manifestantes terem bloqueado trechos de rodovias, prontamente liberada por policiais. O objetivo do movimento era promover uma paralisação geral em todo o País, uma utopia se considerado o fato de que o contratante foi o próprio governo de Dilma Rousseff.

Pode-se concluir após esse dia de protestos encomendados que o mundo sindical, suposto esteio da manifestação, já não conta com a obediência burra de seus filiados. Ou seja, há uma grave crise de representatividade na seara dos sindicatos, que nas últimas décadas produziram escárnios que são verdadeiras afrontas ao trabalhador.

Diante do fracasso do “Dia Nacional de Lutas”, integrantes do governo do PT comemoraram o resultado, pois os pelegos que foram às ruas para protestar cumpriram o combinado e deixaram de lado os gritos de “Fora Dilma!”. Apenas o sindicalista e dublê de deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, saiu às ruas da cidade de São Paulo exigindo a imediata saída de Dilma e do ministro Guido Mantega (Fazenda). Leia mais

Fonte: Ucho.info - 11/07/201

Evo Morales, prisioneiro por algumas horas

 Ricardo Noblat - 
11.7.2013
 | 8h00m
COMENTÁRIO


O sinal vermelho foi acionado ainda durante a noite do último dia dois pelos presidentes da Argentina, Equador e Venezuela.
Por meio do twitter, eles fizeram circular a informação de que o jato número 1 da Bolívia, conduzindo o presidente Evo Morales, acabara de fazer um pouso de emergência em Viena, capital da Áustria, depois de ter sido proibido de sobrevoar pelos respectivos governos os territórios da Itália, França, Espanha e Portugal rumo a La Paz.
A presidente Dilma Rousseff solidarizou-se com Morales somente cinco horas depois. Ou dormia, ou não fora informada a respeito mais cedo ou tinha mais o que fazer.

O avião do presidente Evo Morales

O comportamento infame dos governos europeus que pôs em risco a vida de Morales foi o dado recente mais revelador de sua escandalosa submissão aos interesses dos Estados Unidos. Morales voltava a La Paz depois de uma visita de poucos dias a Rússia.
Soubera que em um dos aeroportos de Moscou estava retido Edward Snowden, 27 anos, o ex-funcionário terceirizado de uma agência de segurança norte-americana que denunciara a espionagem massiva praticada pelo governo do seu país.
Agências de notícias davam conta do desejo de Snowden de se asilar na América do Sul, bem como da ameaça feita pelo governo dos Estados Unidos à comunidade internacional: o país que acolhesse Snowden sofreria retaliações.
Mas Morales não recebera nenhum pedido de asilo. Nem sequer estivera com Snowden em Moscou. Antes que seu avião decolasse, soube que o governo de Portugal proibira o sobrevoo do seu território. Encaixou-se às pressas uma escala na Espanha para abastecimento.
A poucos minutos do avião entrar no espaço aéreo francês, o coronel-aviador Celiar Arispede, Comandante do Grupo Aéreo Presidencial, acercou-se de Morales e comentou preocupado: “Cancelaram a permissão e não podemos mais ingressar no espaço aéreo da França”.
O regresso a Moscou foi descartado. O avião não tinha combustível suficiente para tanto. A Itália também proibira o sobrevoo do seu território. Restou a Áustria. Que atendeu prontamente ao pedido de pouso de emergência em Viena.
Ali, Morales e sua pequena comitiva foram recepcionados pelo presidente da Áustria e o primeiro ministro. Ganharam um escritório para despachar. E, em seguida, a inesperada visita do embaixador da Espanha, Alberto Carnero, portador de outra má notícia: o avião de Morales poderia abastecer em Las Palmas, na Espanha. Antes, porém, teria que ser inspecionado.
- Por que?- perguntou Morales. Carnero falou de Snowden. Morales negou que o conhecesse. “Não tenho por que leva-lo para a Bolívia”, argumentou.
O embaixador saiu para consultar por telefone o Secretário de Estado da Espanha. Ao voltar, disse a Morales que havia um acordo de chanceleres para que o avião fosse inspecionado.
“Se o senhor não acredita no que lhe digo, que não levo ninguém para a Bolívia, então pensa que o presidente Evo é mentiroso”, respondeu Morales. Outra vez o embaixador saiu para conversar com o seu superior. E na volta propôs: “O senhor poderia me convidar para tomar um cafezinho no avião”.
Morales endureceu: "O senhor me trata como um deliquente? Pois não sou. E o senhor não inspecionará o avião do presidente da Bolívia. Se quiser fazê-lo à força não terei como resistir”.
O embaixador saiu assustado para fazer novas consultas. De volta, pediu a Morales que falasse com o Secretário de Estado da Espanha. “Se querem falar comigo que me ligue seu presidente”, devolveu Morales.
“Não podemos autorizar seu voo. Às nove horas da manhã lhe informaremos se o voo será possível ou não. Vamos falar com nossos amigos”, concluiu o embaixador.
O boliviano quis saber que amigos eram esses. O espanhol foi embora sem identificá-los. Pouco antes das nove horas da manhã, o embaixador reuniu-se novamente com Morales. A escala em Las Palmas fora autorizada.
Enquanto Morales permaneceu em Viena, a embaixada dos Estados Unidos em La Paz apresentou ao governo boliviano um pedido de extradição de Snowden. O pedido foi imediatamente negado.
José Manoel Garcia-Margallo, ministro espanhol de Negócios Estrangeiros, confirmou anteontem o que o governo norte-americano negara na semana passada: foi, sim, uma intervenção dos Estados Unidos que levou a Espanha a retardar a continuação do voo de Morales para La Paz.
(Com informações da imprensa boliviana, do jornal espanhol El País e do francês Le Figaró)


Deslocamentos: a Flip e o mix pós-tudo, por Mara Bergamaschi


Estive, como outras 20 mil pessoas, na última Flip. Não fui como jornalista (cobri sozinha uma vez e fiquei traumatizada), muito menos como autora (de pequena e séria editora). Ainda sob impacto cívico das jornadas de junho, quando o controle remoto só se satisfazia com imagens das ruas (viciei até no Marcelo Rezende), cheguei a Paraty para acompanhar alguns debates.
Só que, para meu espanto, hesitava em trocar a política - minha primeira e amortecida paixão profissional -, pela literatura – a atual. Enquanto tentava me reorientar, ouvi de amigos inteligentes (e reencontrei tantos, saídos do Facebook!) a primeira frase-síntese: “Estamos todos deslocados.”
Percebi que, como eu, boa parte dos que estavam lá ainda perambulava pelas passeatas que nunca se dispersam - continuam a se mover, indisciplinadas e libertas, pelo território interior, derrubando muros e marcos.
Depois, ouviria a segunda frase, que cairia como uma luva para mim, não só nos dias de hoje, mas, confesso, há uma boa década: “estou sem identidade”. E repeti a confidência, feita por alguém que ele conhecia muito bem, na hora de responder ao convite de Ricardo Noblat para colaborar neste prestigioso blog. ”Você sabe, também estou assim sem identidade”. Evadia-me, mas sinceramente.

Paraty

A lista de nuances existenciais iria além de meio esquerda e meio direita: meio repórter, meio escritora, meio frila, meio internauta, meio fato e análise, meio crônica e ficção (e mezzo rúcula/calabresa, pois em Paraty pizza era a única comida mais ou menos fácil). “Você precisa é escrever mais”, sentenciou Noblat, acrescentando que estabelecera (ai!) um primeiro contato extrassensorial com as páginas do meu romance.
Ao longo da semana, veria, aliviada, o mix política-literatura que me afligia prevalecer sem confusões na 11ª Flip. Além de perpassar vários debates, o tema ganharia três excelentes mesas-extras sobre as manifestações e sua cobertura jornalística. Na última plenária, experimentaria enfim a plenitude da identificação! Quis fazer a plaquinha de cartolina: Marcos Nobre (o filósofo) me representa!
Antes disso, ouvi dos ninjas da internet: “a mídia acabou, caducou”. O impacto do veredicto diminuiu quando me lembrei dos muitos obituários da opinião pública - hoje vivíssima.
Não vejo nas ruas ou nas redes, que reeditam sagaz e velozmente o noticiário, a decretação cabal da inutilidade da imprensa. Mas acho que exigem sim do jornalista profissional, jovem ou maduro, o exercício mais contundente de sua função social. Uma boa polêmica pós-tudo para nós, escrevinhadores e leitores.

Mara Bergamaschi é jornalista e escritora. Foi repórter de política do Estadão e da Folha em Brasília. Hoje trabalha no Rio, onde publicou pela 7Letras “Acabamento” (contos,2009) e “O Primeiro Dia da Segunda Morte” (romance,2012). É co-autora de “Brasília aos 50 anos, que cidade é essa?” (ensaios,Tema Editorial,2010). 

charge de Néo Correia



Cartas de Paris: Paris e sua periferia, por Ana Carolina Peliz


Em volta de Paris existem várias cidadezinhas. As mais próximas formam a chamada petite couronne (pequena coroa) e as mais distantes, a grande couronne (grande coroa), que “coroam” a capital e formam a grande Paris, que tem mais de 11 milhões de habitantes.
Muitas pessoas que moram nos departamentos limítrofes, trabalham ou estudam em Paris e vice-versa. As cidades que formam este conglomerado, recebem o nome de banlieueem francês, que muitos traduzem como periferia. Se em português, o termo é usado para indicar bairros mais populares, na França, a palavra adquire outros sentidos.
A periferia de Paris é bastante heterogenia, algumas cidades são ricas, com casas grandes e áreas verdes, onde moram famílias de classe média alta. Outras reúnem vários blocos de apartamentos sociais, alguns insalubres, onde se apinham imigrantes e todos os tipos de renegados da sociedade francesa. Outras, ainda, são zonas rurais onde os moradores vivem em pequenas chácaras ou cidades tranquilas.

Foto: Arnau Bach

Existe uma diferença flagrante entre Paris e sua vizinhança. Começando pelo transporte público. O metrô, que funciona como um traço unificador, ultrapassa um pouco os limites da cidade e chega em algumas afortunadas vizinhas. Mas normalmente, para alcançá-las é necessário enfrentar trens que vivem em greve e não são sempre seguros.
Os que têm carro, enfrentam diariamente horas de engarrafamento no Boulevard périphérique para chegar ao trabalho. O périph, como é conhecido o grande anel viário de Paris, delimita impiedosamente quem está dentro e quem está fora.
Viver na periferia não é fácil, não só pelas condições de transporte, mas porque as comparações com Paris se fazem sempre presentes. Muitos banlieusards são ex-parisienses, que tiveram que se mudar procurando superfícies maiores, por preços menores, após o nascimento dos filhos.
Normalmente as conversas com estas pessoas são carregadas de nostalgia e de explicações, “é muito bom ter mais espaço”, “a cidade é cheia de áreas verdes”, “é melhor para as crianças”.
Pobre banlieue parisiense que não tem culpa de sua triste sorte: a de viver eternamente à sombra de Paris.

Ana Carolina Peliz é jornalista, mora em Paris há cinco anos onde faz um doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação na Universidade Sorbonne Paris IV. Ela escreve aqui todas as quintas-feiras.

CHARGE DO PAIXÃO


Esta charge do Paixão foi feita originalmente para o

Ainda a respeito do tal vandalismo nos protestos


Manifestante mostra placa depredada em protesto no Rio de Janeiro (Foto: Christophe Simon)
Ézio Flávio Bazzo
Nunca as elites, os porta-vozes da pátria e os papagaios da mídia estiveram tão de acordo sobre uma questão e sobre um determinado assunto como estão agora a respeito dos “vândalos” e do “vandalismo”.
Quando falam das manifestações que, aliás, prometem incendiar o país nos próximos dias, só se ouve desses nada confiáveis senhores a mesma e enfadonha repetição, a mesma pobre e medíocre lengalenga de que “manifestação é um direito democrático mas….. sem vandalismo…”. Esse papo idiota equivale mais ou menos a receitar sexo sem orgasmo!.. Será que estão meio atordoados pela memória de que foram os vândalos que no ano 455 saquearam e derrubaram os facínoras de Roma?…
E depois.., como se vandalismo fosse apenas queimar um ônibus, depredar um banco, pichar uma parede, derrubar uma cerca, subtrair alguns produtos de uma loja que os compra por 50 dólares e que, com a complacência do estado e do mercado, os vende por 600,.. sem perceberem que as manifestações, ironicamente, são exatamente contra o vandalismo político, bancário, judicial, comercial e etc., instalado de norte a sul do país e que vêm destruindo e sufocando o patrimônio moral, cognitivo e ético dos avós, pais e dos próprios manifestantes, há décadas.
E é curioso ver a turma dos politicamente entendidos, dos DAS 6, dos donos de programas na TV (que ganham dois três milhões por mês só tagarelando merdas e bobagens moralistas e beatas) fingindo não entender o que está acontecendo. Ou são muito burros e cegos ou são demasiadamente cínicos, uma vez que eles próprios, são exemplos de vandalismo moral, social e econômico pois, em troca de suas suspeitas concessões, sempre apoiaram irrestritamente, a todo e qualquer vândalo de turno…
REVOLTA DO DESESPERO
Mesmo que nestas manifestações ainda não haja nenhuma reivindicação explícita, que tudo pareça difuso, apenas uma réplica das amotinações das sociedades pré-industriais, apenas uma revolta do desespero… está na cara o que se deseja. Que ninguém se faça de besta! Manifestação pacífica? Um povo que não manifesta seus sentimentos, sua raiva e seu nojo, por vergonha, preguiça ou medo é um povo condenado à ruína. Manifestação não se submete a conselhos e nem a ordenamentos burocráticos, muito menos quando eles são dados por uma corja que sabe muito bem onde estão verdadeiramente enterradas as raízes dessa indignação popular.
Como dizia uma das manifestantes de vinte anos: o que é uma lixeira incendiada, diante de um estádio inútil que custou mais de um bilhão de reais? O que é uma pichação nas paredes do Teatro Municipal, diante dos contratos e das conivências entre estado e empresas de transporte urbano? O que significam os rabiscos na cara do busto de um bandeirante, comparados ao MAB fechado há mais de dez anos, com centenas de obras de arte apodrecendo?
O que representa a queima do carro de uma TV diante do que faturam as tevês, só com a inútil e superfaturada propaganda estatal? O que significam cinco ou seis feridos nas passeatas, diante dos 400 assassinatos que já aconteceram aqui no DF só nos primeiros cinco meses do ano? O que representa uma agência bancária pisoteada e apedrejada diante do assalto legalizado que os bancos praticam com seus ingênuos clientes? Nada. Absolutamente Nada.

CHARGE DO JORGE BRAGA


Esta charge do Jorge Braga foi feita originalmente para o

Dia Nacional da Luta só esqueceu de ‘reivindicar’ a cura do câncer e da AIDS


Carlos Newton
Como registramos aqui no Blog, a pauta de reivindicações do Dia Nacional de Lutas, Mobilização e Greves abrange praticamente tudo o que a sociedade almeja. Então, vamos conferir o que os dirigentes das Centrais Sindicais classificam de “itens principais”: redução da jornada para 40 horas semanais; derrubada do Projeto de Lei 4.330/04, que amplia as terceirizações e precariza os empregos; fim do Fator Previdenciário; fim das demissões imotivadas; valorização das aposentadorias; 10% do PIB para a Educação; 10% do Orçamento da União para a Saúde;  transporte público e de qualidade; reforma agrária; reforma política e realização de plebiscito popular; reforma urbana; democratização dos meios de comunicação.
Então, fica confirmado que eles só esqueceram de pedir a cura do câncer e da AIDS. E praticamente tudo o que foi reivindicado é responsabilidade da União (leia-se Dilma Rousseff) e do Congresso Nacional.
Detalhe importante: o combate à corrupção, que era uma das principais reivindicações, de repente foi retirado da pauta final. Faz até um certo sentido, não é mesmo?

O caso exemplar do jatinho que foi negado à então ministra Dilma, toda-poderosa chefe da Casa Civil


Carlos Newton
Já contei aqui esse caso, acontecido no aeroporto de Brasília há alguns anos, mas vale a pena relembrar, em função da celeuma sobre o uso abusivo de jatinhos da FAB por autoridades dos três Podres Poderes (royalties para Caetano Veloso).
Na época, Dilma Rousseff era chefe da Casa Civil do governo Lula e julgava ter mais poderes do que tinha na realidade. Dirigiu-se à área militar do aeroporto da capital e pediu que fosse liberado um jatinho da FAB para conduzi-la. Como não havia autorização prévia, o oficial da Aeronáutica responsável pela base aérea foi chamado e explicou-lhe que não poderia liberar o avião, porque o voo dela não constava da programação do dia.
Dilma Rousseff não aceitou a negativa e insistiu com o oficial:
- “O senhor não está entendendo. Eu sou Chefe da Casa Civil da Presidência e tenho direito de usar o avião”.
- “Eu sei que a senhora é chefe da Casa Civil, mas só posso liberar o aparelho para voo se houver autorização prévia do comando, e isso não aconteceu”.
Furiosa, Dilma Rousseff então ameaçou o oficial: – “O senhor verá o que vai lhe acontecer”. Virou as costas e foi embora.
O oficial registrou o incidente em seu relatório e no dia seguinte foi convocado pelo comandante da base militar de Brasília. Apresentou-se ao seu superior, que lhe disse simplesmente o seguinte:
- “A Aeronáutica tem orgulho de contar com oficiais como o senhor”.
Conclusão: se alguém pensa que a presidente da República pretende limitar uso de jatinhos pelas autoridades, com toda a certeza vai se decepcionar.

O Maracanã virou Jockey Club


Sandra Starling
Uma correspondente internacional narrou que o que mais a impressionou numa das manifestações do Rio foi a reação de um menino de 15 anos, morador do morro de São Carlos. “Ele gritava muito forte” – conta –, “dizia saber que nunca teria condição de ir ao Maracanã”.
Semanas antes, assistindo ao documentário “Chico Buarque e o Futebol”, eu, que frequentei muito (outrora) o Mineirão, pude relembrar que, na geral, o povão ficava de radinho em punho porque, na verdade, nada via, a não ser através de pequenas frestas no alambrado. Apesar disso, a posição ali era privilegiada porque permitia xingar o juiz e o bandeirinha, estimular o time do coração e amedrontar o adversário. Foi quando entendi por que na geral todo mundo corria ora para um lado, ora para o outro, permanecendo sempre em movimento, ao contrário da posição de quem via o campo todo de cima, como eu.
Dias antes da final da Copa das Confederações, fiquei sabendo que o governo democrático-popular do Brasil ajoelhara-se aos desmandos da Fifa e admitira o fim da geral. Portanto, excluíra o povão de uma de suas maiores festas: o futebol.
Assisti, como todo brasileiro, extasiada, à final dessa Copa, quando nossa seleção voltou a jogar aquele futebol que nos deixa dilacerados de paixão. E, com os que lotavam o Maracanã, também gritei em frente à televisão: “O campeão voltou, o campeão voltou”. Até que percebi uma coisa nunca antes percebida por mim: dessa vez, os jogadores confraternizavam-se com a torcida após cada gol e saltavam uma pequena cerca para abraçar e serem abraçados pelos torcedores enlouquecidos.
Ué, onde fora parar o fosso que antes separava o campo da geral?
NÃO HÁ NEGROS
Aí, fiquei espiando o passeio das câmeras da TV pelo estádio e não vi um negro sequer. Já havia achado meio esquisita a transmissão de Itália e Uruguai em Salvador: lá também não notei a presença de nenhum negro. Mas como? Na Bahia, futebol sem negros?
Foi aí que minha ficha foi caindo devagarinho, devagarinho: tiraram o povão do campo! Então, agora cheio de classe média educada, de mauricinhos e patricinhas, ou “coxinhas”, fosso e geral para quê? Onde ter gente negra e gente pobre com ingresso mínimo de R$ 300? Como pôde um governo que possui até uma Secretaria (com status de ministério) da Igualdade Racial, e que adotou cotas nas universidades, excluir pobres e negros dos estádios de futebol?
Quando eu era menina, lia boquiaberta a revista “O Cruzeiro”, que sempre cobriu as corridas de cavalo no Jockey Club do Rio: na plateia, madames vestidas na melhor moda e até de chapéu. Ficava sonhando, eu, menina do interior, com o dia em que também pudesse frequentar o Jockey Club em dia de disputa do Grande Prêmio Brasil.
Graças a Deus nunca fiz essa besteira. Mas soube que no Maracanã, no domingo, havia madame de sapato alto e de bolsa Chanel. Agora entendo ainda mais a bronca da rapaziada. Transformaram o Maracanã em Jockey Clube. O garoto de São Carlos tem toda a razão.

7 dicas para aumentar as vendas dos vendedores que não batem metas.




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65% dos vendedores que estão por ai não bateram suas metas de vendas nos últimos 12 meses. Esse é o resultado de diferentes pesquisas realizadas por empresas como McKinsey, CSO Insights e IBM.
Toda empresa tem vendedores que não batem metas. Se esse é o seu caso, preste atenção em algumas dicas que podem te ajudar a virar a mesa para cima dos pangarés.
É exatamente aí que mora a oportunidade de melhorar os seus resultados: aumentar a produtividade da galera que não bate as metas.
Mas como fazer isso?
Para começar, identificar a causa do problema é super frustrante para um gerente de vendas uma vez que todos os vendedores que não batem meta tem sempre o mesmo tipo de desculpa, “a economia está ruim”, “caiu uma barreira na estrada e o cliente não foi trabalhar”, “o dólar subiu, blá blá blá”; a comédia é que os melhores vendedores dessas mesmas empresas estão batendo suas metas e se divertindo com o crescimento.
7 dicas:
1. Levante todos os dados que puder sobre as atividades de vendas e processos de cada um desses vendedores. Essa informação é chave para entender o que funciona e o que não funciona.
2. Concentre-se em entender como os seus melhores vendedores investem o seu tempo e qual conteúdo eles usam para fechar as vendas. Essa informação será super útil na hora do coaching com os vendedores que não batem metas.
3. Forneça templates de e-mail e scripts de telefone para o vendedor fazer follow-up nos clientes. A falta desse tipo de ajuda pode levar o vendedor a uma paralisia total no trabalho.
4. Padronize todo tipo de material de vendas para todas as mídias e facilite o acesso dos vendedores a todos esses materiais. Centralize todos os documentos em um único lugar para facilitar a atualização desses materiais.
5. Implemente aplicativos mobile que permitam aos vendedores terem acesso rápido aos materiais criados pela empresa. Esse tipo de iniciativa vai ajudar os vendedores a fazer suas apresentações junto aos clientes e fazer follow-up com os clientes potenciais a qualquer momento, de qualquer lugar, usando o conteúdo fornecido pela empresa.
O fechamento das vendas aumenta de 15% a 25% a partir do momento que você facilita o acesso do vendedor aos materiais de apoio a vendas.
E tem mais…
6. Premie as pequenas coisas. Dê valor as pequenas iniciativas que talvez levem a venda. Se o gerente de vendas esperar até que a venda aconteça para celebrar o vendedor, o bicho vai ficar cada vez mais desmotivado. Premie todos os esforços positivos da galera rumo as vendas, e não apenas o fechamento. Exemplos: elogie o vendedor que mostrar boas habilidades em marcar reuniões por telefone, ou preencher o sistema de CRM com as informações dos contatos que faz, ou melhor ainda, premie o vendedor que fizer o melhor usa dos dados que a empresa coleta dos clientes.
7. Seja específico nos elogios. Um simples “Bom trabalho” é legal… mas o gerente de vendas precisa ser mais específico para ajudar o vendedor. Exemplo: “Eu realmente adorei a maneira que você começou a reunião hoje pela manhã – você fez perguntas específicas, e incentivou o cliente a revelar suas preocupações – Parabéns pelo trabalho!”.
E tem mais… é muito importante que o gerente de vendas se toque do fato dos vendedores serem um reflexo das atitudes do gerente de vendas. Portanto, se alguém não está batendo a meta é porque o gerente de vendas não é um cara presente, as metas de vendas não são claras e o processo de vendas não existe.
“Inspiração”… essa é a principal coisa que os vendedores esperam de um gerente de vendas. “Inspiração”. Apenas 11% dos vendedores dizem que recebem algum tipo de inspiração dos seus gerente de vendas.
Se você é gerente de vendas, vigie-se!
Qual foi a última vez que você fez alguma coisa inspiradora pelos seus vendedores???

Maria Gabriela e a entrevista com Frota

Magu
Marilia Gabriela, apresentadora: Na minha época, não havia essa fiscalização da genitália alheia.
De uma pergunta que Época fez, a respeito de declaração de Alexandre Frota que vai narrar na biografia dele uma noite amorosa entre os dois. maria gabrielaEla respondeu: Não me incomodou. Gosto do Frota e somos amigos. Sou de uma geração em que todo mundo ficava com todo o mundo. Nos libertamos sexualmente e, naquela época, não havia essa fiscalização da genitália alheia que existe hoje. Parece que houve um retrocesso. Tudo tem que ter nome e sobrenome.
Pois é, comento: Nada como um dia após o outro. Sou da mesma época que ela, e esse negócio de todo mundo ficar com todo mundo é o cacete. Só existia no meio artístico que ela freqüentava, como continua. Entre as pessoas fora desse meio, não mudou quase nada.
Em segundo, com a biografia desse “artista” deve acontecer o mesmo que “Marimbondos de Fogo, do Sir Ney.
Daqui há alguns anos, ele vai encontrar alguém que dirá que comprou o livro. E ele: – Ah, foste tu!
Em terceiro lugar, essa mudança mais atual de retrocesso, a que ela se refere, foi causada pelo glorioso partido™ no poder, ao qual parece que ela aprecia. Tá reclamando de que?

Corretores de imóveis vencem disputa sobre comissão no STJ


A jurisprudência mais antiga do STJ sempre se posicionou no sentido de negar comissão ao corretor na hipótese de seu trabalho não resultar na efetiva celebração do negócio, com a transmissão do imóvel.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) alterou sua jurisprudência e tem garantido a corretores de imóveis, independentemente da conclusão dos negócios, o direito ao recebimento de comissão. Há pelo menos duas decisões das turmas de direito privado (3ª e 4ª) favoráveis ao pagamento da taxa mesmo em caso de inadimplência do comprador, desde que o contrato de compra e venda seja assinado e o pagamento do sinal efetuado.

A jusrisprudência mais antiga do STJ sempre se posicionou no sentido de negar comissão ao corretor na hipótese de seu trabalho não resultar na efetiva celebração do negócio, com a transmissão do imóvel. A maioria das decisões desfavoráveis estava baseada no Código Civil de 1916, que não tratava expressamente dos contratos de corretagem.

Com a promulgação do Código Civil, de 2002, porém, o assunto foi disciplinado. O artigo 725 da norma estabelece que “a remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude do arrependimento das partes”.

Com base nesse dispositivo, os ministros do STJ passaram a refletir sobre o que pode ser considerado um “resultado útil”. Em 2011, a ministra Nancy Andrighi, da 3ª Turma, negou um pedido de comissão em um caso de desistência do comprador. Recentemente, porém, ela deu razão a um profissional do Rio de Janeiro que intermediou a venda de um terreno no valor de R$ 7,07 milhões.

No caso, após o pagamento do sinal no valor de R$ 400 mil, o comprador enviou termo de distrato de compra e venda ao vendedor. O corretor decidiu então cobrar sua comissão – no valor de R$ 100 mil – na Justiça. Dessa vez, a ministra Nancy Andrighi entendeu que “a inadimplência das partes, após a conclusão do negócio, mesmo que se desenvolva em rescisão, não repercutirá na pessoa do corretor”.

Para a relatora, foi possível aferir que a atuação do profissional “foi capaz de produzir um resultado útil para a percepção da remuneração de que trata o artigo 725 do Código Civil de 2002″. Segundo ela, “a mediação deve corresponder somente aos limites conclusivos do negócio, mediante acordo de vontade entre as partes, independentemente da execução do próprio negócio”.

No seu voto, Nancy cita decisão da 4ª Turma no mesmo sentido. No caso, as partes haviam sido aproximadas pelo corretor, de forma eficaz, e tinham assinado um compromisso de compra e venda, mediante o pagamento de um sinal. O restante seria financiado pela rede bancária. Após a assinatura do compromisso, no entanto, o comprador, informando-se dos encargos bancários, arrependeu-se do negócio, pagando pequena indenização ao vendedor e sustando o cheque que havia emitido para pagamento da corretagem.

A ministra destaca, porém, que a realização de um negócio de compra e venda de um imóvel é um “ato complexo”, que se desmembra em várias fases, e que é preciso analisar caso a caso para se verificar se a atuação do corretor foi capaz de produzir um resultado útil. “Esse é um ponto importante da decisão. É preciso sempre analisar as particularidades de cada caso”, diz o advogado André Camerlingo Alves, do escritório L. O. Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira, Agel. “O trabalho do corretor tem que atingir um resultado útil, aproximando as partes até o ponto de obter um efetivo consenso sobre os elementos essenciais do negócio.”

Para o advogado Marcelo Tapai, do escritório Tapai Advogados, o corretor não pode ser penalizado por um negócio que acabou sendo desfeito. Mas pode responder por eventuais prejuízos se omitir algo que sabia ou que deveria saber.

Em 2011, a 4ª Turma do STJ negou recurso de uma corretora que intermediou a celebração de contrato de promessa de compra e venda de imóvel de uma empresa que teve a falência decretada. O bem estava penhorado e já pertencia à massa falida. Para o relator do caso, ministro Luis Felipe Salomão, “é inequívoco que o corretor de imóveis deve atuar com diligência, prestando às partes do negócio que intermedeia as informações relevantes”.

Fonte: Valor 

Placa de vende-se na fachada de imóveis: bom ou mal negócio?


 

Especialista aponta os principais cuidados ao adotar essa estratégia de divulgação


Com o intuito de potencializar a divulgação da venda do imóvel, é comum o uso de faixas, banners ou placas na fachada da casa.

Mas segundo o corretor de imóveis, Rodrigo Barreto, a tática pode acarretar desvantagens na utilização, por dois motivos.

Vulnerabilidade dos moradores. A placa de vende-se na frente do imóvel pode facilitar a ação de criminosos e colocar em risco clientes e familiares. “Se há placas indicativas de venda é importante o corretor de imóveis aconselhar ao proprietário do imóvel que não atenda clientes e nem abra a portada casa, principalmente a pessoas estranhas, sem a companhia do corretor, mesmo que o dito cliente esteja bem vestido e aparente ser uma boa pessoa”.

Venda sem a intermediação do corretor. Outra situação apontada por Barreto é a do proprietário pode apresentar o imóvel ao cliente sem comunicar o profissional de intermediação imobiliária, assinar junto com o comprador uma promessa de compra e venda. “Somente coloque faixas ou placas indicativa de venda quando o imóvel estiver desocupado. Com isso, você ajuda a preservar a integridade da família e evita passar por situações delicadas e constrangedoras.”


Fonte: Redimob