sexta-feira, 19 de abril de 2013

A Casa do Espanto acabou de inventar o garçom-senador. Ou senador-garçom


Augusto Nunes

Com José Sarney na presidência, o Senado inventou o ato secreto, a nomeação do namorado da neta, o Conselho de Ética sem compostura, a bancada do cangaço e outras pilantragens que tornaram a antiga Câmara Alta mais conhecida pelo codinome Casa do Espanto. No Brasil, o que está péssimo sempre pode piorar, confirmou a substituição do maranhense Sarney, vulgo Madre Superiora, pelo alagoano Renan Calheiros, também do PMDB.
Exausta com a jornada de trabalho, a turma pediu ao novo comandante que fosse autorizada a só dar as caras no Congresso na terça-feira, na quarta e na manhã de quinta. A poda de um período vespertino resolveu o problema: a semana de três dias virou semana de dois dias e meio. E criou mais duas maravilhas da fauna tropical, informou o Globo nesta sexta-feira. Como revela a reportagem de Maria Dias reproduzida naseção O País quer Saber, agora existe a sessão fantasma e o senador-garçom. Ou garçom-senador.
Parece mentira. É o Brasil de verdade.

PSICANÁLISE DE VIDA COTIDIANA O que a Música contribui para minha prática analítica


CARLOS VIEIRA
Nos anos 80 do século passado, um impulso irresistível me fez comprar um saxofone e criar um problema saudável e doloroso – procurar um professor que tivesse disponibilidade para ensinar e tolerar alguém com quarenta anos ter a ousadia de aprender música. Comecei a estudar leitura musical e soprar as notas de um instrumento que, de saída, me exigiu treinar respiração abdominal e desenvolver a tolerância de fazer as notas, sentir, limpar as impurezas da sonoridade e procurar a minha própria. Concomitantemente estava em processo de análise didática (análise para a formação em psicanálise) com a Profª. Virgínia Leone Bicudo. Aos poucos fui experimentando uma coisa inédita: a disciplina da formação musical não é tão diferente da formação de um analista. Esta iniciação se deu durante quatro anos, duas horas diárias, experiência que me faz grato ao Prof. Manoel de Carvalho, segundo Clarinetista da Orquestra Sinfônica de Brasília, inclusive porque ouvindo-o tocar seu clarinete, me fez se apaixonar pelo som sombrio, aveludado, elegante e operístico, abandonando o saxofone. Escalas, arpegios, fraseados e exercícios melódicos me colocaram questões subjetivas e emocionais: tocar, desenvolver treino técnico, uma questão de persistência, repetição, repetição, erros, acertos e tolerância a esperar que dominar a parte técnica, instrumentistica pudesse dar condições e introjetar e abrir um novo desafio – desenvolver a capacidade artística. 
Alguns músicos são técnicos, instrumentistas e não artistas; alguns analistas são repetidores de clichês teóricos e técnicos, e não psicanalistas. “Penetra surdamente no reino das palavras/ Lá estão os poemas que esperam ser escritos./ Estão paralisados, mas não há desespero,/ há calma e frescura na superfície intata./ Ei-los só mudos, em estado de dicionário./ Convive com teus poemas, antes de escrevê-los./ Tem paciência se obscuros. Calma se te provocam./ Espera que cada um se realize e consume/ com seu poder de palavra/ e seu poder de silêncio.” Fragmentos de Drummond seu poema – A Procura da Poesia – que se aplica a qualquer arte, como metáfora. Pratiquei após algum tempo a prática de conjunto, sendo clarinetista da Banda Filarmônica da Escola de Música de Brasília, além de participar de alguns duos e trios com colegas em aprendizagem supervisionada. 
Quatro anos depois conheci uma pessoa que realmente expandiu minha vida artística e tive com ele, Prof. Luiz Gonzaga Carneiro, primeiro clarinetista da Orquestra Sinfônica de Brasília, a possibilidade de estudar no Departamento de Música da UnB. Gonzaga era um sábio, e além disso, uma pessoa dotada de uma generosidade ímpar no ensino da Música. Clarinetista, Saxofonista, Arranjador, Professor de Harmonia, Música de Câmera. Um homem que intuía e contribuía não só para o ensino da virtuosidade mas para a expansão das nossas mentes, e para a capacidade de desenvolver tolerância, sensibilidade estética , identificação de estados emocionais e capacidade criativa. Uma tarde, no horário da minha aula comecei a tocar, e minutos após percebi que minha sonoridade e minha tentativa de apreensão estética da partitura estavam bloqueadas. 
Após algum tempo a gente ouve a nossa própria sonoridade e quando ela não sai do nosso interior temos imediatamente a evidência de que naquele momento o som não nos agrada nem se identifica com o da própria pessoa. É interessante, pois nessas situações é comum os aprendizes e os músicos colocarem a “culpa projetiva” no instrumento, na palheta, na umidade do ar, na boquilha do clarinete, na marca do instrumento. “Doce ilusão”, dizia Gonzaga, “vamos fazer outra atividade nessa hora, guarde o instrumento pois hoje sinto que você não está bem, parece angustiado e quando se estar assim o instrumento reflete o estado de mente. O clarinete é um tubo que reflete seu som interno, sua subjetividade, e se aí dentro de você predomina uma turbulência e ansiedade, o som sai precário, sem pureza, sem alma, sem tonalidade afetiva. Tenha paciência, mas hoje vamos treinar solfejo e não tocar.” 
Foram mais de dez anos de convívio com essa pessoa que já nos deixou mas que mora no meu coração e na minha alma, tal qual um amigo e analista: alguém que proporcionou mudanças psíquicas e contribuiu para desenvolver minha apreensão estética e interpretação dos estados de alma veiculados pela arte musical. Além de contribuir para a disciplina do tocar, do criar e interpretar, essa experiência se somava àquela que vivia na minha análise e formação para ser analista 
Aprender uma arte, e aqui coloco a prática psicanalítica com uma atividade artística, a música me ensinou e ainda ensina também a tolerar a renúncia narcísica da minha arrogância, da minha pretensão de perfeccionismo e minha ilusão de desenvolver rapidamente questões que apontam para paciência, para saber esperar e principalmente acreditar que uma arte impõe uma disciplina rigorosa. No meio musical se diz diariamente aos alunos e principiantes: na música não se pode mentir, caso o faça alguém escuta; no trabalho analítico também notamos quando fazemos uma “pseudo analise” e o analisando também percebe, não adianta mentir. A conversa é sentida pela dupla como vazia, estéril e de tipo “psicanalês”. 
Hoje, mais do que nunca, estou convencido de que a capacidade estético-artística, na música, na literatura, na poesia e em todas as formas de expressão artística é imprescindível para alguém que dedica sua vida a intuir estados de alma, experiências afetivas, conscientes e inconscientes. 
Lembro Carlos Drummond em seu belo poema – Procura da Poesia: “...Penetra surdamente no reino das palavras/Lá estão os poemas que esperam ser escritos./ Estão paralisados, mas não há desespero,/ há calma e frescura na superfície intata... Tem paciência, se obscuros.Calma, se te provocam./ Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra/ e seu poder de silêncio... Chega mais perto e contempla as palavras./ Cada uma/ tem mil faces secretas sob a face neutra/ e te pergunta, sem interesse pela resposta,/ pobre ou terrível, que lhe deres:/ Trouxestes a chave?” 
Usando a poética de Drummond como metáfora e analogia, acredito que é esse estado de “gravidez estética” que nós psicanalistas precisamos ter e desenvolver, caso queira apreender, observar, interagir e poder contribuir para que seu parceiro, o analisando, possa de beneficiar do conhecimento de sua própria mente assim como o analista. Em análise crescemos juntos, caso contrário foi um faz de conta.
Carlos.A.Vieira, médico, psicanalista, Membro Efetivo da Sociedade de Psicanálise de Brasilia e de Recife. Membro da FEBRAPSI e da I.P.A - London.

Até a próxima oportunidade, por Sandro Vaia



Esquisitices brasileiras: não se pode nem se deve discutir a questão da maioridade penal sob o impacto da comoção.
Um garoto de 17 anos, a 3 dias de completar 18, matou um outro de 19 anos para roubar-lhe o celular, sem que a vítima tivesse esboçado reação.
As pessoas normais ficaram comovidas, e portanto convém não discutir o tema da garantia de que daqui a 3 anos, o autor do “ato infracional” estará em liberdade, porque é isso é que lhe garantem a Constituição e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Alega-se que o clamor público é mau conselheiro.
O assassinato, dizem os protomarxistas de arrabalde, que não leram nem as orelhas do 18 Brumário, provocou comoção na opinião pública porque a vítima “era da classe média”.
Tramitam pelo Legislativo seis propostas de emenda constitucional para baixar a maioridade penal para 16 ou até para 15 anos.
O governador Geraldo Alckmin prometeu apresentar um projeto que não precisa de emenda constitucional porque não mexe com a maioridade penal aos 18 anos, mas torna mais rigorosas as penas dos menores que cometerem crimes violentos.


Como em cada esquina ou em cada botequim deste país você encontra um jean-jacques-rousseau pronto para livrar os indivíduos do peso da responsabilidade e transferi-la integralmente para a malvada “sociedade”, as propostas, tanto as de emenda constitucional como a do governador de São Paulo, são consideradas “oportunistas”.
Num país onde se cometem 50 mil assassinatos por ano e onde um matador assessorado por um advogado medianamente competente volta pra rua depois de cumprir um sexto da pena, vai ser difícil achar um momento que não seja “oportunista” para debater a eficácia das leis.
Oportunidade é o que não falta.
O sociologuês de apostila reza que em primeiro lugar a sociedade deve criar condições plenas para que o adolescente seja feliz para só depois puni-lo por dar um tiro na cabeça de uma pessoa indefesa.
Como o segredo para se chegar à sociedade plenamente justa, harmônica e feliz está guardado nos arcanos ideológicos que inspiram esse sociologuês, enquanto isso não se resolve, deixemos que os crimes impunes floresçam.
Nos países periféricos como EUA, Reino Unido e outras aldeias primitivas da Europa, a punição de um crime de sangue não se dá pela idade do autor, mas de acordo com a gravidade e crueldade do crime que ele cometeu.
Como diz aquele cronista do bem, que despreza punir assassinato cometido à queima roupa por um menor a 3 dias de se tornar maior, está relançado o debate oportunista.
Até a próxima oportunidade.

Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez. E.mail: svaia@uol.com.br

Cartas de Seattle: Nova Iorque quer briga, por Melissa de Andrade



Sabe como é ser uma cidade de porte médio no canto do país. Você está à margem dos holofotes, fazem piada com o seu jeitão desleixado e natureba, e a população adota um orgulho de ser excêntrico para fingir que nem liga pra isso tudo. Mesmo com indústria de tecnologia consolidada e índice de qualidade de vida razoável, Seattle parece não merecer muita atenção de ninguém.
Aí vem o principal jornal da cidade mais falada do país investindo espaço pra bater na gente? É a glória! Esses dias o New York Times fez uma comparação tosca com Seattle para ver quem ganha a disputa pelo segundo maior pólo hi-tech do país, depois do Vale do Silício. A tecnologia seria o novo item na histórica rivalidade em música, comida e moda entre Costa Leste e Costa Oeste.
Alguém avisa ao New York Times que o Vale do Silício fica na Costa Oeste, então essa disputa eles já perderam (pausa para vaias). E que é feio brigar para ser o segundo lugar de alguma coisa! (Fala baixo, que Seattle adora esse tipo de estatística).

Foto: @CC

Para ser justa, a matéria está muito boa, cobrindo os esforços de cada cidade em investir em educação para dar apoio ao mercado em crescimento. O infográfico é que peca quando usa números absolutos, e não relativos. É claro que Nova Iorque é maior do que Seattle em muita coisa, até porque tem mais área e mais gente. Eu nem precisei refutar ponto a ponto: a publicação local Seattle PI fez isso por mim:
- Pistas de bicicleta: Haveria 570 milhas de pistas de bicicleta em Nova Iorque e só 180 em Seattle. Mas isso significaria 14.342 residentes por milha em Nova Iorque, contra 3.381 em Seattle.
- Starbucks: Nova Iorque teria 271 Starbucks e Seattle, somente 139. Mas isso significaria que Seattle teria uma Starbucks para cada 4.379 moradores, enquanto em Nova Iorque seria uma para cada 30.167.
- Área verde: Nova Iorque teria 29 mil acres, e Seattle, só 6,2 mil. Mas isso daria 282 pessoas por acre em Nova Iorque; e 98 pessoas por acre em Seattle.
- Trabalhadores da indústria de informação: Nova Iorque teria 168.400; Seattle e região, somente 85.500. Mas isso significaria que 0,9% dos nova-iorquinos trabalham na indústria, e o percentual sobe para 2,5% quando se trata de Seattle.
- Investimento em novas empresas de tecnologia em 2012: US$ 1,6 bilhão para 271 negócios em Nova Iorque; US$ 671 milhões para 82 negócios em Seattle. Mesmo assim, significaria US$ 85,12 per capita em Nova Iorque, contra US$ 197,10 em Seattle. E mais: um negócio para cada 69.358 moradores de lá, comparado com um para cada 41.518 moradores daqui.
Seattle tem muito a aprender com Nova Iorque quando se trata de expansão e investimento de mercado, mas pelo visto o crescimento nesse cantinho do país está doendo no calo deles. O pessoal aqui adorou.

Melissa de Andrade é jornalista com mestrado em Negócios Digitais no Reino Unido. Ama teatro, gérberas cor de laranja e seus três gatinhos. Atua como estrategista de Conteúdo e de Mídias Sociais em Seattle, de onde mantém o blog Preview 

Vergonha federal, por Maria Helena RR de Sousa



Na capital do estado de Goiás, que nunca é demais esquecer é o estado onde está encravada a capital do Brasil, 29 moradores de rua foram assassinados nos últimos oito meses e dezenas desapareceram.
As mortes foram com muita violência: a tiros, a facadas, espancados até morrer. Durante oito meses. 240 dias. Num silêncio total sobre o assunto. Ninguém preso, nenhuma passeata, nem um deputado ocupando o plenário da Câmara para pedir socorro para aquela cidade dominada pela maldade.
E as autoridades constituídas deste país? Manifestaram-se?
Talvez porque a Comissão dos Direitos Humanos estivesse muito preocupada com os direitos de seu estrambótico presidente, não tivesse tempo para ver a agressão aos direitos à vida daqueles miseráveis ali perto, a 205 km da civilizadíssima Brasília.
Pelo menos até ontem quando a ministra dos Direitos Humanos, é de justiça que se diga, pediu à Procuradoria-Geral da República que a Polícia Federal assumisse a investigação desses crimes covardes.
“Diante da gravidade do quadro apresentado, comuniquei a decisão de que serão ajuizados os incidentes de deslocamento de competência como única maneira de que o estado, como um todo, não fique inerte diante de uma situação de imensa gravidade”, disse o procurador.
Mas o dr. Rangel explicou que para “deslocar a competência”, leva algum tempo. Os trâmites são demorados, ele precisa escrever os pedidos. Foram muitos crimes. Serão muitos pedidos.
“Não sei quanto tempo, mas é um assunto muito urgente e que demandará atuação urgente de todos os órgãos envolvidos”, completou o Procurador-Geral.


Uma pergunta: por que tantos moradores de rua na capital do estado de Goiás? O governador é tucano, o prefeito da cidade é petista. Não creio que interesse descobrir quem é o maior culpado. Em minha opinião, o que interessa mesmo é saber o seguinte: quais as providências que serão tomadas para que não haja mais moradores de rua em nossas cidades?
A presidente da República repete a ladainha do Lula: não há mais miseráveis no Brasil. Está tudo muito bem no quartel de Abrantes. Nada mais está como dantes...
E a Imprensa? A minha querida imprensa? Fez logo uma grita sobre o crime hediondo em Boston, reagiu contra a brutalidade em Caracas, mas sobre esses desgraçados em Goiânia, nada.
Será que o brasileiro não notou o que está acontecendo em sua terra? A crueldade entrou por todas as frestas que encontrou e quase que diariamente ouvimos falar de crimes bestiais.
Jovens morrendo, jovens matando. Homens e mulheres agindo como bestas-feras. Alunos socando professores. Colegas se espancando em sala de aula. A droga substituindo a família.
Não me cabe fazer análises dos motivos, do que levou a isso, só o que me ocorre dizer é que precisamos dar um basta nessa situação.
Chega de pensar em arrumar a casa para as visitas: precisamos arrumar a casa para nossos filhos e netos. Para nós.

O apoio de Dilma a Maduro - EDITORIAL O ESTADÃO


O Estado de S.Paulo - 19/04

Quando estiver hoje na Venezuela para prestigiar a posse do presidente eleito Nicolás Maduro, a presidente Dilma Rousseff estará dando apoio formal, pretensamente em nome de todos os brasileiros, a um governo cuja legitimidade é, no mínimo, controversa.

O modelo de democracia que subsiste na Venezuela à custa de sucessivas vitórias eleitorais perdeu o viço com o "empate" do último pleito, expondo, sem mentiras e meias palavras, o caráter autoritário da "revolução bolivariana". Não há mais uma figura carismática como a de Hugo Chávez, nem mesmo na forma de um passarinho, capaz de fazer os venezuelanos acreditarem que o país em que vivem, com toda a sua violência, corrupção e carestia, é o paraíso socialista na Terra. Restaram apenas os medíocres lugar-tenentes do falecido caudilho, que só se garantem no poder graças ao aparelhamento governista de todas as instituições da república, uma máquina ubíqua montada para intimidar qualquer forma de oposição.

É por isso que, a despeito das justificadas desconfianças oposicionistas sobre a lisura da eleição de Maduro, o herdeiro de Chávez assume o poder sem que se lhe oponha qualquer resistência jurídica. Quando a presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Luisa Morales, acusa o candidato derrotado Henrique Capriles de "enganar" os venezuelanos, por exercer seu direito de pedir a recontagem dos votos, é porque não há mais uma verdadeira democracia - se é que, sob o chavismo, algum dia houve.

No Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a farsa foi completa. Em tempo recorde, proclamou-se Maduro vencedor, mesmo com a reticência do único de seus integrantes que não é chavista, Vicente Díaz, que defendera a recontagem. É esse mesmo CNE que não apurou nenhuma das denúncias sobre o uso ilegal, à luz do dia, da estrutura do Estado para favorecer o candidato oficialista; que não se incomodou com a exposição permanente desse mesmo candidato em todas as emissoras de TV, fazendo campanha explícita inclusive no período em que isso era expressamente ilegal, num favorecimento flagrante; e que não investigou as centenas de denúncias de intimidação de eleitores, de urnas fraudadas e de propaganda governista ilegal.

Como Dilma deveria saber, democracia não se torna autêntica apenas pelo ato de depositar um voto numa urna. Os chavistas, cada vez que se expõe o autoritarismo de seu governo, enfileiram como argumentos para provar seu caráter democrático as tantas eleições que Chávez venceu, cuja lisura foi atestada por observadores internacionais. Como toda malandragem retórica, esta ignora o fato de que eleições são apenas um dos instrumentos da democracia, que só funciona se houver instituições sólidas e independentes e estiverem garantidas a liberdade de expressão e a alternância no poder. Nada disso há na Venezuela, como acaba de provar o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, que mandou destituir os oposicionistas das comissões parlamentares. "Deputado opositor que não reconhecer Nicolás Maduro presidente não será reconhecido pela Assembleia Nacional", anunciou Cabello, mui democraticamente.

Diante dos mortos em confrontos de rua e das incertezas sobre os resultados da eleição, diversos países adiaram o reconhecimento da vitória de Maduro. Para os EUA e a União Europeia, a recontagem pedida por Capriles seria importante para conferir ao eleito a legitimidade que está sob suspeição. Mas o governo de Dilma, alinhado a bolivarianos de carteirinha como Argentina, Bolívia e Equador, tratou rapidamente de endossar Maduro e, por tabela, criar um clima de confronto com os EUA - que Maduro tratará de explorar ao máximo, para ganhar legitimidade no grito.

Ao manifestar apoio integral a Maduro, o ex-presidente Lula, chefe de Dilma, escancarou essa estratégia: "De vez em quando, os americanos se dedicam a pôr em dúvida a eleição alheia. Deveriam se preocupar consigo mesmos e deixar que nós elejamos o nosso destino". O problema é que, na Venezuela, esse "nós" não inclui a oposição.

Tarso não fala com Tarso



Percival Puggina
O governador Tarso Genro, em recente reportagem publicada no jornal Zero Hora, manifestou-se alarmado com o déficit da Companhia Estadual de Energia Elétrica. Classificou as ações trabalhistas promovidas por servidores da companhia como “paiol de dinamite de reclamatórios” causadoras de um “passivo brutal”. Esse passivo chega a R$ 407 milhões e há 9,4 mil ações pendentes. Enquanto isso, a rede de distribuição de energia está aos cacos e o fornecimento é interrompido faça vento, frio ou calor. Haja raio ou chuva. E, às vezes, sem qualquer motivo observável.
Pus-me a pensar. Nosso governador, eleito em primeiro turno pelos gaúchos, depois de 27 meses de governo, anda impressionado com os números do passivo trabalhista da principal companhia energética do Estado? Só agora? Só agora, quando sua gestão está mais para o fim do que para o começo? Por outro lado, o titular do Piratini é advogado e foi por muito tempo advogado de sindicatos. É perfeitamente conhecedor dos caminhos que conduzem as reclamações trabalhistas até o Erário, pela via não tão expressa, mas bem trafegável, da sempre generosa Justiça do Trabalho.
Poderíamos pensar que diante da amarga realidade da maior estatal gaúcha, o governador tenha aprendido a ser prudente em relação ao dispêndio público. Não. Nada disso. Durante a campanha eleitoral de 2010, Tarso Genro surfou na onda generosa de uma de suas iniciativas como ministro da Educação – o piso nacional do magistério público. Orgulhava-se de haver proposto o referido piso e de ter sido o segundo signatário da lei que o instituiu, já então como ministro da Justiça, em ato que teve a participação de Lula, da candidata Dilma e de seus companheiros de partido e governo. Evento de muita festa, regozijo e dividendo político.
PAGOU O PISO???
Surfando, chegou ao Piratini. Pergunto: pagou o piso que tanto alardeara como coisa extraída do lado direito do próprio peito, em reverência aos mestres brasileiros? Não. Nem bem sentou na ambicionada cadeira fez aprovar robusta majoração no percentual de desconto previdenciário de todos os servidores. Era tão descabido o valor que o Tribunal de Justiça do Estado o declarou inconstitucional por equivaler a sequestro de vencimento. Quanto ao piso do magistério – o cantado e sonhado piso – esse foi agendado para as calendas do final do governo. Parece mentira, mas é verdade. O governador gaúcho entrou em confronto jurídico consigo mesmo. Alinhado com colegas de outros Estados, buscou junto ao STF alterar a cláusula de reajuste constante do projeto que ele mesmo criou.
Ao fim e ao cabo, o Supremo determinou que o piso concebido pelo ministro vale, também, para o governador. E vale a partir de 27 de abril de 2011. Portanto, se Tarso Genro quer responsabilizar alguém pelos seus sustos, deve procurar dentro dos próprios sapatos. Ali, calçado e amarrado, está o autor do mais robusto paiol de dinamite de reclamatórias que apavora a comunidade gaúcha. Ações certamente já começam a tramitar, envolvendo direito líquido e certo, reconhecido pelo STF. E gerarão uma dívida cujo montante se estima em algo como R$ 10 bilhões até o final do governo de Sua Excelência. Consta que Tarso Genro governador já se recusa a cumprimentar Tarso Genro ministro.
(do Blog do Puggina)

Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)



LULA E ANGOLA



Old Man  
É simplesmente inacreditável as façanhas do  lularápio “et caterva”, faz parecer até que estejamos tendo um pesadelo e quando acordarmos, daremos graças a Deus, porque tudo não passou de um sonho! Acho que depois das “peraltices” do dito cujo, Machiavel deverá ser canonizado! Jorge Serrão, jornalista independente, nos conta:
Por que só eu?
Por que só eu?
“A Inteligência militar revela que Rose era a “mulher invisível” que negociava diamantes africanos na Europa. O Rosegate revela mais duas bombas. Não existem registros nos anais da FAB de viagens internacionais feitas por Rosemary Novoa Noronha nos aviões da Presidência da República, embora a ex-chefe do gabinete paulista de Dilma tenha viajado 24 vezes ao exterior com o amigo e chefe Lula. Por tal informação, passada reservadamente pela inteligência das Forças Armadas ao Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, a “Doutora Rose” seria a “mulher invisível” que trabalhava para Lula.
Outra bomba. Rosemary utilizava um passaporte exclusivo de membros do primeiro escalão governamental para viagens de negócio ao exterior que fazia sem a presença do amigo Lula. Serviços de inteligência das Forças Armadas receberam informes de que Rose participaria de negócios com diamantes em pelo menos cinco países: Bélgica, Holanda, França, Inglaterra e Alemanha. As pedras preciosas seriam originárias de negócios ocultos feitos pela cúpula petralha na África, principalmente Angola. Tal informação também foi passada à PGR pelos militares.
Foram detectadas dezenas de viagens não-oficiais de Rosemary ao exterior, para “passeios de negócios”. O passaporte especial a denunciou. Foram 23 para a França. Para Suíça, ocorreram 18, por via terrestre, partindo de Paris, e mais quatro por via aérea. Rose também fez 12 deslocamentos de avião para a Inglaterra. Outras sete viagens para o Caribe e os Estados Unidos, aconteceram de navio – de acordo com a inteligência militar brasileira (…).
Se tudo vier à tona, o processo do “mensalão” vai parecer roubo de galinha no quintal do vizinho mais próximo”.

A decadência do futebol brasileiro.



POR GABRIELA SCHIEWE

O que está acontecendo com o futebol brasileiro? 

Estamos vendo, e já não é de agora, que o futebol brasileiro, no todo está em decadência.

Seleção Brasileira não joga bem e também não obtém os resultados, despencou no ranking da FIFA, não consegue ganhar de nenhuma Seleção do primeiro escalão, os resultados positivos ocorrem apenas sobre seleções mais fracas.

Hoje fica evidente que a Seleção está sentada na sua história, mas isso não é suficiente, o que vem se provando no dia a dia.

No entanto, o problema não está apenas na Seleção, pois vemos que os clubes também se encontram em plena decadência.

Hoje, tirando o Corinthians que se destaca sobre os demais (não sei se por que os demais estão ruins demais ou se é realmente bom, acredito na segunda hipótese) e o Atlético-MG (da gosto de ver seus jogos, no entanto até hoje não se mostrou um time de chegada, espero que dessa vez seja diferente), os "grandes" times do Brasil mostram um futebol pífio, veja São Paulo, Santos, Flamengo, Inter...e por aí vai.

Regionalizando o assunto, o que falar do Campeonato Catarinense, é ridículo, qualidade péssima, nivelado muito por baixo, JEC correndo riscos muito reais de sequer participar do quadrangular final.

E por que as coisas estão assim? Gente jogador é o que não falta, temos muitos jogadores e dos bons espalhados pelo Brasil e fora do país também. No entanto esse problema não surgiu agora. E, no meu ver, está diretamente de encontro a má gestão na administração de clubes e CBF.

Dirigentes que só pensavam em abarrotar seus próprios bolsos, fazendo negociações e parcerias inexplicáveis e muito, mas muito estranhas. Inevitavelmente que uma hora a bomba iria explodir e é exatamente o que estamos vivendo agora.

Enquanto o amadorismo imperar e a ladroagem fizer parte da gestão do futebol no Brasil não veremos luz no fim do túnel. Os "caciques" do futebol estão o tornando decadente, assim como ocorre na nossa política. São sempre os mesmos no poder e cada vez as coisas pioram mais e mais.

O povo precisa entender isso e por mais que sejam apaixonados pelos seus times, chegou o momento do luto, de virar as costas, pois eles precisam do torcedor, seja no estádio, seja assistindo pela TV e, se esse público deixar de existir, vai começar a doer no bolso e só assim entenderão que precisam gerir de maneira séria e profissional, do contrário o barco continuará afundando.

E aí molhados, vocês concordam que o futebol está em decadência no Brasil? Estou louca, exagerando? E aí!?

Q.I.



Magu
Vejam bem, não é quem indica. É a redução que denota “quociente de inteligência”. Neste nosso país prenhe de escolares muito bem preparados, apostolograças a competentes ministros de educação que ocuparam a pasta desde a assunção do batráquio apedeuta ao posto máximo, fruto de votos que lhe foram atribuidos por esses bem preparados, ocorrem coisas que até o Arquiteto Máximo duvida. Num dos exames de Enem passados, foi colocada uma pergunta específica. Após o período de correção das provas, que os professores fazem de bom gosto, porque consideram que é um período onde o humor deles fica em alta, em alguns casos eles anotam as respostas, ou tiram uma foto com seus celulares, para postarem na rede mundial de computadores.
Neste caso, a pergunta era Qual a função do apóstrofo? De maneira simples, como gosta nosso colaborador Anhangüera, para quem não se lembra, apóstrofo é aquele “risquinho” que serve pra suprimir vogais entre duas palavras…. Ex: caixa d’água).
Encerrado o período de correção, eles comparam as preciosidades que leram e a que está em foco nesta matéria, foi escolhida como a melhor resposta a ilustração que vão encontrar após o Leia Mais.
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A VELHA DEMAGOGIA QUE NUNCA ACABA



Adauto Medeiros (1)
Vi ou ouvi recentemente um deputado do PSOL dizer o seguinte: “enquanto não fizermos a reforma tributária teremos que fazer uma nova legislação para taxar as grandes fortunas”. Essa frase mostra com tintas garrafais a visão econômica do politico brasileiro. Coloco sim do “politico brasileiro” como um todo. É a nossa herança contra a riqueza, como se riqueza representasse e fosse sinônimo de mal.psol
O incrível é que a ex-União Soviética ruiu literalmente e totalmente (como tem gente que ainda acredita em esquerdismo, pelo amor de deus?) por falta de riqueza e de quem soubesse fazer dinheiro e fortuna.
Agora esse retrógrado do PSOL esquece que quem gera riqueza e emprego em um país é a iniciativa privada e ainda não se descobriu outra fórmula de como gerar emprego sem dinheiro. Claro, que na mentalidade dele e dos políticos, só se acabar com o dinheiro, mas dos outros, e não os deles.
O que me consta é que esse deputado deve saber que gerar ou para gerar muitos empregos a começar pelo dele, com a dezena de assessores que ele deve possuir, muito bem remunerados, com certamente apartamentos financiados, e com o deputado com direito a passagens de avião semanal, viagens internacionais frequentando bons restaurantes, esse dinheiro sai do bolso de quem produz e do trabalhador que ganha o salario mínimo.
Mas esse deputado talvez deva conhecer algum sistema que possa gerar emprego sem capital e se ele souber que nos diga, que nos ensine, que não esconda. Quem sabe ele saiba a tão sonhada medida, ou fórmula e se assim descobrir, claro que o deputado subirá ao panteão dos deuses, e quando estiver lá, eu serei o primeiro da fila para adorá-lo.
Agora espero que o deputado do PSOL diga como se elege um deputado no Brasil e de onde vem o dinheiro. Ou será que não tem dinheiro? Talvez no caso dele como milagreiro venha de algum santo, e, portanto deve ser dinheiro “sem pecado”. Será que o dinheiro que o faz eleger-se vem do trabalhador? Trabalhador que o sustenta em tantas mordomias? Não seria mais justo melhorar o salário mínimo do que taxar ainda mais as grandes fortunas?
Agora cabe outra pergunta: como definir o que vem a ser uma grande fortuna? Acho, na minha humildade, que este deputado como de resto todos os outros, devem ser taxados como também por serem uns cidadãos que tem direito a grandes fortunas, inclusive a grandes mordomias.
Entendo que rico não é só quem tem dinheiro privado, mas aquele que como V. Excelência vive como dono de uma grande fortuna que é um mandado parlamentar. Deputado, trabalhe mais, lute mais para diminuir os gastos com a Câmara Federal, dinheiro que, como todos sabem, vem da conta do contribuinte que ganha um salário mínimo. Vossa Excelência para viver bem não precisa tomar o dinheiro dos ricos, apenas precisa tomar menos dos pobres.
(1) Engenheiro civil e empresário.adautomedeiros@bol.com.br

Como pagar menos IR na venda de um imóvel



Os últimos anos foram um oásis para quem já tinha seu imóvel próprio. Os preços subiram nas alturas... Aí o indivíduo decide vender seu imóvel para embolsar este lucro e percebe que terá que pagar um imposto enorme sobre todo este ganho. O que fazer? 

Via de regra, ao vender seu imóvel, o cidadão pagará um imposto de 15% sobre o ganho de capital nesta negociação, ou seja, na diferença positiva entre o valor de compra - que deve estar informado na declaração do imposto de renda - e o valor de venda. Muitos acham que este imposto só deverá ser pago em abril do ano seguinte quando for efetuada a declaração de renda, porém, o contribuinte deverá quitar o tributo até o último dia útil do mês seguinte ao da venda.

Para isto, será necessário preencher o Programa de Apuração de Ganho de Capital – que pode ser baixado do site da Receita -, que irá ajudar o vendedor a calcular o imposto, emitir o DARF para pagamento do imposto e depois até exportar estas informações para a Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda do ano seguinte. 

Porém, existem algumas formas previstas na legislação brasileira de se evitar ou pelo menos minimizar o imposto na venda deste imovel. E aí é que entra o Planejamento Tributário visando obter uma economia destes impostos.

Veja abaixo algumas maneiras de minimizar ou até evitar o imposto sobre o ganho de capital na venda de um imóvel: 

1. Comprar outro imóvel residencial em até 180 dias 

É possível ficar isento da tributação de ganho de capital se o valor da venda for utilizado para comprar um novo imóvel e o contrato de compra e venda for assinado em até 180 dias da venda. Porém, iste benefício só é válido para pessoas físicas e para imóveis residenciais. Vale ressaltar que se a venda for efetuada depois da compra, este benefício não poderá ser utilizado. Porém, o contribuinte somente poderá usufruir desta isenção uma vez a cada cinco anos.

Se não for empregado o valor total da venda em uma nova compra, por exemplo, o novo imóvel custar a metade do valor recebido pela venda, o imposto só incidirá proporcionalmente sobre os 50% que não foram gastos.

2. Vender imóveis por até R$ 440 mil. 

Se o imóvel for vendido por até R$ 440 mil, também haverá isenção de imposto e nem será preciso comprar outro imóvel com este valor, basta que seja o único

imóvel no nome do contribuinte e que ele não tenha alienado nenhum imóvel nos últimos 5 anos, independente de ter utilizado esta isenção ou não.

3. Vender imóveis de pequeno valor 

Para os bens de pequeno valor, incluindo os imóveis de qualquer natureza, com valor de venda de até R$ 35 mil não há tributação sobre o ganho de capital, sem nenhuma restrição.

4. Atualizar o valor histórico do imóvel incluindo os custos de aquisição/venda e benfeitorias 

Também é permitido incluir as benfeitorias no valor histórico do imóvel que consta na declaração. Desta forma, o ganho de capital na venda será menor e o valor a pagar de imposto sobre este ganho também. Mas para isto é preciso guardar todas as notas e recibos por até 5 anos após a venda do bem para comprovar o aumento do valor histórico para a Receita Federal. Podem ser declaradas as obras de reforma, ampliação, pintura e pequenos reparos.

Também é possível incluir no valor declarado do apartamento os montantes gastos com o imposto de transmissão (ITBI) e até com os juros pagos do financiamento.

No momento da venda, é permitido abater também o que foi pago de corretagem, desde que seja declarado na aba de pagamento efetuados. 

5. Utilizar o fator redutor de ganho de capital 


Para quem tem mais idade, ainda tem um benefício a mais, a isenção do tributo para os imóveis comprados antes de 1969.

Se o imóvel tiver sido adquirido entre 1970 e 1988 também haverá uma redução do imposto pelo fator redutor, conforme tabela a seguir:

E mais recentemente, a MP do Bem de 2005 introduziu novamente o fator redutor do ganho de capital para imóveis mais novos, onde o imposto vai diminuindo conforme o tempo em que o bem ficou sob a propriedade do contribuinte. 

Uma questão interessante é no caso de bens adquiridos por meio de herança. Neste caso, é importante verificar a possibilidade de transferir o imóvel para o herdeiro pelo valor de mercado e não pelo valor histórico, como seria o mais indicado aparentemente para não precisar pagar o imposto de renda de ganho de capital nesta transação. 

Algumas vezes, se o imóvel tiver sido adquirido pelo falecido há muito tempo, o espólio poderá usufruir dos benefícios do fator redutor citados acima e ficar isento da tributação ou ter uma boa redução do imposto a pagar. O único senão é que neste segundo caso, o imposto deverá ser antecipado, porém quando o herdeiro for vender o imóvel recebido de herança, pagará o imposto somente sobre o ganho de capital acima deste valor atualizado a mercado no momento do inventário. Dependendo da situação, mesmo se for necessário adiantar o imposto, ainda poderá ser bem vantajoso.

A regra geral é que o contribuinte que obtiver ganho de capital na venda de seu imóvel estará sujeito ao pagamento de imposto de 15%. Entretanto, há várias situações previstas na lei que permitem a redução ou até isenção total deste imposto. Estas regras não devem ser desprezadas, principalmente pelo contribuinte que já possui o bem há bastante tempo.

Lembre-se de ficar a tento à legislação, pois isso pode significar uma boa economia no imposto a pagar no caso de ganho de capital na venda do seu imóvel.

Por: Letícia Camargo - Colunista financeira do Corretor da Vez

Dedução de Aluguel e prestação de Imóvel no IR.


aluguel ir



Caso entre em vigor, teto para dedução dessas despesas está previsto para R$ 20 mil. 





A CCJ (Comissão de Justiça e Cidadania) do Senado aprovou o Projeto de Lei 316/2007, da senadora Lúcia Vânia (PSDB – GO), que possibilita a dedução de despesas com aluguel residencial do Imposto de Renda:

Segundo informações da Agência Senado, a medida ainda deve ser analisada pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais).

Pelo texto aprovado, caso entre em vigor, a dedução será válida, além do aluguel, para prestação da casa própria, sendo que o gasto dedutível deve se restringir a um único imóvel residencial, ocupado pelo próprio contribuinte. O teto para dedução dessas despesas está previsto para R$ 20 mil.

Carência Habitacional:

Na opinião da autora da proposta, a medida irá ajudar a reduzir a carência habitacional do país e teria como efeito o combate ao “altíssimo índice de sonegação” no setor imobiliário.

Já conforme analise do relator do projeto, senador Benedito de Lira (PP-AL), é necessário ficar atento para não beneficiar contribuintes mais ricos! 

“É imperioso cuidar para que a dedução não venha a beneficiar, principalmente, os declarantes de mais alta renda, não apenas porque eles é que normalmente se utilizam do modelo completo de declaração, mas porque estão sujeitos a maiores alíquotas”, argumentou ele.

Por: Gladys Ferraz Magalhães. Fonte: InfoMoney.paraty