quarta-feira, 10 de abril de 2013

CHARGE DO M. JACOBSEN

Quem manda matar


LUIZ GARCIA


Existe justiça pela metade? Obviamente, não deveria existir. Melhor dizendo, cinquenta por cento de justiça é algo muito próximo de justiça nenhuma. Principalmente quando um tribunal condena quem comete o crime e ignora o papel de quem o encomendou. A razão é óbvia: a absolvição do mandante quase inevitavelmente dá-lhe a certeza, ou quase isso, de que não há grande risco, ou risco algum, em novas encomendas de homicídios.
Pois foi o que acaba de acontecer em Marabá, no Pará. Há dois anos, foi assassinado lá um casal de ambientalistas — essas pessoas incômodas e desagradáveis que se dedicam a defender a natureza contra aqueles que enriquecem, e são, por isso mesmo, poderosos, enquanto agridem o meio ambiente. Ou seja, enquanto agridem o futuro.
Não levaram isso em conta os jurados que absolveram o rico fazendeiro José Rodrigues Moreira, acusado, com fartura de provas, de ser o mandante do assassinato de um casal de defensores do meio ambiente. Guardemos os seus nomes: José Cláudio e Maria do Espírito Santo. Não lutavam pela posse de terras e sim pela preservação da natureza. Tinham como inimigos os grandes fazendeiros da região.
José Cláudio e Maria eram dedicados defensores do meio ambiente. Foram executados por dois assassinos de aluguel, Lindonjonson (triste desperdício de um nome que faz parte da história americana) Silva Rocha e Alberto Lopes. A dupla foi condenada a mais de 40 anos de prisão cada um — porque as provas do duplo homicídio eram irrefutáveis.
Assim entendeu, corretamente, o Tribunal do Júri. Foi tão incompreensível como lamentável que os jurados tenham ignorado as razões do duplo crime. Ou tenham sido levados a ignorá-las. O casal foi assassinado quando combatia a ocupação irregular de uma área recentemente comprada pelo fazendeiro Moreira. Era absolutamente inegável a relação entre a campanha dos ambientalistas e os interesses do latifundiário.
Pode-se ter a esperança que outros defensores do meio ambiente empunhem a bandeira do casal assassinado. Pelo menos, a condenação dos assassinos deve elevar o preço dos assassinatos por encomenda — se é que isso serve como algum consolo. Mas é otimismo ingênuo acreditar em redução da violência: latifundiários (não todos, é claro; talvez apenas alguns deles, se é razoável alimentar esse otimismo) pelo visto têm muito a ganhar com a exploração das riquezas naturais deste país imenso. E, como parece, com pouco risco.
É preciso insistir neste ponto: o mandante dos assassinatos no Pará não é um criminoso solitário. A sua absolvição tende a produzir mais violência na região. O fato de que os assassinos foram condenados a penas pesadas talvez sirva apenas para elevar o preço de outras mortes. E a escandalosa absolvição do mandante dos assassinatos em Marabá é óbvio estímulo a novos crimes. Até que os tribunais comecem a condenar quem encomenda assassinatos com a mesma severidade com que tratam quem aperta o gatilho.
Ou melhor ainda, com maior rigor.
A absolvição do mandante quase inevitavelmente dá-lhe a certeza, ou quase isso, de que não há grande risco, ou risco algum, em novas encomendas de homicídios.
Publicado no Globo de hoje.

PSICANÁLISE DA VIDA COTIDIANA O Poeta e Apreensão da Realidade Psíquica



CARLOS VIEIRA

“O amante, o lunático e o poeta/ São de imaginação somente feitos./ Um vê mais diabos do que cabe o inferno,/ Assim é o louco e também o amante./ Vê a bela Helena num semblante egípcio./ O olho do poeta, delirante vaga,/ Passa da terra ao céu, do céu à terra./ E enquanto dá contorno à fantasia/ A coisa até então desconhecida/ A pena do poeta lhe dá vida/ E ao que era vácuo um nome dá/ e um lugar fixa” (William Shakespeare, A Midsummer’s Night Dream, v.I. Tradução de Geraldo Holanda Cavalcanti). 

Há anos que estou convencido de que a Literatura é uma ferramenta indispensável às pesquisas psicanalíticas e a aprendizagem do ofício para se ser Analista. Impossível se pensar num psicanalista que não tenha como recurso interno, capacidade estético-artística. A observação do mundo psíquico de uma pessoa requer alguém que tenha, treine e discipline o olhar para aquilo que se esconde além da consciência. Foi assim que Freud denominou sua psicologia como – Metapsicologia – um olhar que transcende a impressão sensorial e vai apreender o “sem nome”, o “não dito”, enfim tudo aquilo que repousa no Inconsciente e no Consciente não pensado, urgindo ser traduzido em palavras. 
Ainda citando o belo livro de Geraldo Holanda Cavalcanti – A Herança de Apolo – Poesia Poeta Poema – Ed. Civilização Brasileira, 2012 – “O poeta português José Gomes Ferreira também vê no escuro o que os outros homens não veem. Poeta o que é?/Um homem que leva/ o facho da treva/ no fundo da mina/ - mas apenas vê/ o que não ilumina”... Escreve Geraldo Holanda: “Seria o poeta, assim, detentor de antenas especiais, dádiva ou não divina, mas, de qualquer forma, dom que o separa dos demais mortais e sobre eles o eleva, ao permitir atravessar a pele dos objetos ou dos eventos e vislumbrar-lhes as entranhas ou, ainda, o que, por trás de tais objetos ou fatos, está acontecendo ou por acontecer.” 
A formação de uma psicanalista vai exigir que o mesmo tenha e aprenda os recursos da poética. Wilfred Bion, analista indiano com formação na Inglaterra, desenvolveu um método de observação da realidade psíquica que abrange três vértices: o científico-filosófico; o estético-artístico e o místico-religioso. Freud afirmava que via nas narrativas dos romances aquilo que escutava em sua sala de análise. 
Outro dia, lendo e relendo um poema de Affonso Romano de Sant’Anna, poeta, ensaísta, cronista, jornalista, e mais um dos grandes mineiros da Literatura Brasileira que migraram para a Cidade Maravilhosa, como Drummond, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e tantos outros de não menos importância – Ulisses, O Retorno – contido em seu livro “Vestígios” (2005), me dei conta do intróito que faço nesse escrito de hoje sobre a importância da apreensão da realidade psíquica pelos poetas passeando de mãos dadas com os analistas. 
A experiência de uma análise é uma ousadia mútua, de duas pessoas corajosas, no sentido de adentrar no interior da mente e experimentar medo, angústia, temores, alegrias e satisfações, na vivência em adquirir conhecimento psíquico e, quem sabe, empreender mudanças em suas vidas. – é o que plágio de Glauber Rocha – “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Freud deixou esse legado: a mente traz dentro de si “impulsos de vida e impulsos de morte”. Podemos pensar num modelo simpático: Caim e Abel não eram duas pessoas, e sim pares de opostos num só Ser. Todos nós temos dentro aspectos de Caim e de Abel. Naquilo que o poema de Affonso me tocou, diz respeito à angústia da vivência do Tempo, e do prazer e dor que se sofre quando se vive uma mudança psíquica. Quando se experimenta uma mudança, quebra-se um modo de ser anterior; instala-se um tempo de desorganização necessária, e vai aparecendo uma nova forma de ser e funcionar psiquicamente – essa é a função primordial de uma análise. 
Não há mais possibilidade de se voltar ao antigo. Já não se pode mais andar com “as três pernas porque a terceira não ‘mais essencial’” que Clarice Lispector escreveu na “Paixão Segundo G.H.” Só com duas pernas teremos que fazer nossa viagem até a morte ainda que tenhamos a ilusão de existir uma terceira. 
Melhor deixar, caro leitor, o Poeta falar o tema que inspirou essa Coluna de hoje:
Ulisses, O Retorno
“Como voltar/ depois de Itaca/ das sereias/ dos cíclopes/ de tanto assombro/ de tanto sangue na espada? 
Como voltar/ se aquele que partiu/ partiu-se/ e voltará os fragmentos do excesso? 
Não há retorno/ Há outra viagem/ diariamente urdida/ dentro da viagem/ antiga. 
Embora o caminho/ da volta/ seja percorrido/ ninguém retorna/ apenas volta a viajar/ no espaço anterior/ estranhamente familiar. 
Como se o regresso/ fosse acréscimo/ e o viajante descobrisse/ que é atrás/ que está a fonte/ e na alvorada/ o horizonte/ não há retorno./ Há o contorno/ do próprio eixo/ o tempestuoso/ périplo do ego/ um diálogo de ecos/ como quem/ tenta encaixar/ diferentes rostos/ no mesmo espelho. 
Por isto, o retorno/ inelutável/ é perigoso/ exige mais perícia/ que na partida/ mais destreza/ que nos conflitos/ pois o risco/ é naufragar/ exatamente/ quando chegar ao porto.”
Carlos.A.Vieira, médico, psicanalista, Membro Efetivo da Sociedade de Psicanálise de Brasilia e de Recife. Membro da FEBRAPSI e da I.P.A - London.

TSE muda cálculo de número de deputados federais por estado



  • Rio perde um deputado pela nova fórmula de cálculo, que considera população do estado


Ministros do Tribunal Superior Eleitoral definem novo número de deputados por estados na Câmara Federal
Foto: Divulgação 4-4-2013
Ministros do Tribunal Superior Eleitoral definem novo número de deputados por estados na Câmara Federal Divulgação 4-4-2013
BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fixou nesta terça-feira nova regra para calcular o tamanho das bancadas dos estados na Câmara dos Deputados. A decisão foi tomada com base nas mudanças nos números populacionais dos estados nos últimos anos, para que as cadeiras da Câmara representem melhor as unidades da federação. A fórmula diminuiu a representação de oito estados: Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Outros cinco aumentarão o número de cadeiras na Câmara: Amazonas, Ceará, Minas Gerais, Pará e Santa Catarina. A nova configuração será aplicada nas eleições de 2014.
Os estados que mais perderão cadeiras são Paraíba e Piauí, com duas a menos cada. O Rio perderá apenas um deputado. O Pará é o estado que mais ganhará cadeiras: terá quadro deputados a mais que a bancada atual. Os cálculos foram feitos com base no último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010. A última vez que o TSE mudou a representatividade na Câmara foi em 2006, com cálculos feitos com base no censo de 1998.
A decisão foi tomada no julgamento de um pedido feito pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas. A nova regra servirá também redefinir o número de cadeiras nas Assembleias Legislativas. Segundo a constituição, o cálculo das assembleias é feito com base na representatividade da Câmara.
O placar do julgamento terminou em cinco a dois. A relatora, ministra Nancy Andrighi, propôs uma fórmula para calcular as bancadas levando em consideração a população brasileira e a população de cada unidade da federação. As 13 unidades da federação que mudarão suas bancadas foram onde se observou maior mudança demográfica. As 14 unidades onde não houve alteração na bancada mantiveram suas populações em crescimento proporcional ao da população nacional.
- O fundamento básico do sistema visa obter maior proporcionalidade na Câmara dos Deputados, para haver maior representatividade política. A proposta assegura maior proporcionalidade entre a população das unidades da federação e o respectivo número de cadeiras - disse a relatora.
Concordaram com ela os ministros Laurita Vaz, Henrique Neves, Luciana Lóssio e Dias Toffoli.
- É preciso estabelecer nova regulamentação apta a refletir o número de representantes na Câmara dos Deputados de forma mais equânime - afirmou Laurita
Os ministros Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia, presidente do TSE, votaram contra a mudança. Eles argumentaram que a Constituição Federal não dá essa atribuição ao TSE, mas ao Congresso Nacional.
- Certamente aqui não está o Congresso Nacional, muito menos votando no campo administrativo. A República está assentada em três poderes harmônicos e independentes. A Carta da República delimita o campo de atuação de cada poder e o faz em bom vernáculo, em bom português, não se podendo cogitar, a partir do ato de vontade de interpretar, de um entrelaçamento de uma mesma atuação. Estamos a adentrar numa seara em relação à qual não temos a autorização constitucional - argumentou Marco Aurélio.
A nova regra será transformada em resolução normativa para orientar as eleições de 2014. Os estados prejudicados com a decisão poderão recorrer ao STF. Cármen Lúcia e Marco Aurélio, que votaram contra a mudança, também integram o STF. Bem como Dias Toffoli – que, embora tenha votado pela nova regra, afirmou que poderá mudar seu voto em eventual exame na suprema Corte.
O julgamento começou em março de 2012, mas houve pedido de vista. Diante da complexidade do tema, foi convocada uma audiência pública para discutir a questão, com a presença de todos os interessados, inclusive representantes de partidos políticos. A audiência pública foi realizada em maio do ano passado, no TSE.


Judiciário politizado e fragilizado, blinda os juízes em seu habitat



Roberto Monteiro Pinho
A politização do judiciário brasileiro vem ganhando lastro nos últimos anos, colocando o Supremo Tribunal Federal em um estágio de sua magistratura talvez não conhecido pelos clássicos do direito constitucional pátrio. É que a Corte Máxima enfrenta uma sucessão de casos que demandam, como nunca antes, um “atravessar de fronteiras” do papel judicial rumo às questões “essencialmente” não jurídicas, ou pelo menos, condizentes com a moral, o poder e mesmo com a justiça.
No desajuste dos tribunais, encontramos não apenas os sinais sombrios de práticas danosas aos bons costumes da sociedade e sim uma deturpação da ordem jurídica, com forte efeito no social. Não seria ultrajante dizer que este formato político se assemelha ao do repudiado modelo nazista. Sublinhamos que autores clássicos do Direito Constitucional brasileiro, como Rui Barbosa, entendiam ser “estranho” ao poder judiciária a análise de questões políticas, tema bastante debatido nos EUA, modelo de inspiração de nossas instituições político-jurídico após o advento da república de 1891.
Lenientes e obcecados por direitos corporativos, os magistrados optaram por trocar os conhecimentos jurídicos pela praticidade de seus benefícios pessoais, a saber, remuneração, vantagens, status e por final o superpoder, de tal forma que jamais poderiam ser contestados (essa é a prática) de fora ou dentro do seu habitat.
BLINDAGEM
A prova cadente dessa situação subtraímos das jornadas realizadas pelos juízes do trabalho, onde aprovam dezenas de enunciados genéricos. O fato é que a insegurança jurídica está em marcha, não como causa institucional do Direito – o que poderia ocorrer num ambiente de politização da justiça –, mas por ocasião do abuso institucional por que estamos a presenciar, a saber, um ativismo que corrói as bases da certeza judicial e que é movido, no âmago volitivo de nossas elites jurisdicionais, por uma pretensa ideologização judicial.
A blindagem dos magistrados é visível, a própria sociedade já não digere tamanha injunção. Cmo prova, estão ai os baixos índices de credibilidade do judiciário. Com a judicialização da existência, verifica-se uma ideologização da vida social, segundo a mentalidade dos agentes da magistratura constitucional, que por suas decisões “obrigam a consciência” de nossas classes jurídicas.
Tal fenômeno, que abarca o foro da consciência individual e a transforma em foro coletivo segundo o entendimento dos “agentes constitucionais”, está ocasionando a perda da imparcialidade jurisdicional e jogando no abismo o mais sublime dos direitos, o da igualdade social.

Muitas empresas ignoram o lado humano do funcionário


Gestão | 01m53s


10/04/2013 10:00
São Paulo – “Muitas empresas têm deixado de cuidar dos seres humanos”. A afirmação é do empresário e especialista em recuperação de companhias, Claudio Galeazzi.
Nesta edição de Guru em 60 segundos, Galeazzi destaca a importância de se priorizar o lado humano no ambiente de trabalho. De acordo com ele, o aspecto financeiro não deve ser o único motivador numa corporação.
“Busquem se cuidar mais, busquem o equilíbrio entre dinheiro, família e saúde. No passado, eu estava tão envolvido com o trabalho que não me lembro dos meus filhos em determinadas ocasiões; há momentos que não voltam mais”, completa Galeazzi

O desempenho da inflação, mês a mês, até março



IPCA subiu 0,47% no terceiro mês do ano; veja os dados por período


Design: Juliana Pimenta
Apuração: Beatriz Olivon
Fonte: IBGE

As armadilhas do home office e da jornada flexível



Confira o que pode comprometer seus resultados quando não há horário fixo para chegar ao escritório ou quando o trabalho é em esquema de home office

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Home office
Desorganização é uma das armadilhas do home office
São Paulo – Se a adoção de jornadas flexíveis e do uso do home office é um caminho sem volta para as empresas, como disse David Ulrich, professor de gestão na Ross School of Business durante o fórum HSM – Gestão e Liderança, é preciso também que haja uma mudança de mentalidade por parte dos profissionais.
É o que defende o coach e consultor empresarial Maurício Seriacopi. “Sou contra relógio de ponto e a favor do uso do home office e da flexibilização da jornada, sinto que as empresas até querem fazer isso, mas, muitas vezes, não encontram a conscientização em seus colaboradores”, diz. 
Esta consciência a que Seriacopi se refere pode ter faltado a alguns funcionários do Yahoo! e motivado a presidente da empresa, Marissa Mayer, a banir o uso do home office. A partir de junho, todos os funcionários deverão trabalhar nos escritórios da empresa.
Muito embora há quem afirme trata-se de uma estratégia para reduzir custos e estimular demissões voluntárias, em comunicado aos funcionários Jackie Rese, vice-presidente executiva de pessoas e desenvolvimento, afirmou que “velocidade e qualidade são muitas vezes sacrificadas quando se trabalha de casa”.
A pergunta que fica é: se a produtividade tivesse crescido no Yahoo!, Mayer teria tomado esta decisão de abolir estes benefícios aos seus funcionários? Por isso é importante que quem tenha a opção de trabalhar em casa ou fazer o seu horário no escritório, fique atento a algumas armadilhas que podem comprometer os resultados desestimulando assim a adoção destes benefícios pelas empresas. Confira quais são elas, segundo dois especialistas consultados:
1 Indisciplina
É a principal armadilha para quem pode chegar a hora que bem entender no escritório ou para aqueles que podem trabalhar de casa. “Com a liberdade, muitas vezes a pessoa vai adiando e quando vê já está chegando perto da hora do almoço no escritório”, diz Seriacopi.
 O risco é estar disponível no escritório durante poucas horas do horário comercial, quando a maior parte dos funcionários está presente, diminuindo o tempo para reuniões com clientes ou outros departamentos, por exemplo.
Não ter que sair de casa também pode dificultar que o profissional entre no ritmo do expediente, diz Seriacopi. “Se trabalhar de pijama, a pessoa não entra no clima”, diz ele.“Não é porque a pessoa está a 5 metros do quarto que vai trabalhar deitado na cama”, diz o coach Homero Reis. 
Dica: mantenha uma rotina de horários, e se arrume como se tivesse que ir ao escritório. “A disciplina tem que ser a mesma de que se tivesse que estar no escritório”, recomenda Seriacopi.
Não determinar um local específico para trabalhar, usando espaços como a sala de estar ou o quarto pode comprometer a organização.
“Esses espaços acabam sendo fuga de energia”, diz Seriacopi. Material de trabalho e objetos pessoais misturados podem resultar em perda de tempo para encontrar documentos e papéis importantes.
Dica: “É preciso transformar o ambiente em um local voltado para os negócios, com espaço para guardar livros e documentos”, indica Seriacopi.
3 Interrupções
Já que você está em casa, parentes resolvem aparecer, tarefas domésticas precisam ser feitas, telefone e campainha não param de tocar. Neste cenário manter a concentração é quase impossível.
Dica: “Avise as pessoas que frequentam a casa que você está ali para trabalhar, faça com que todos percebam e respeitem a sua atividade”, recomenda Seriacopi.
4 Falta de planejamento de metas
Para Reis, a indefinição objetiva das entregas a serem feitas é um risco. “A pessoa pode ficar sem a definição operacional da tarefa objetiva e concreta”, diz.
Sem o chefe trabalhando ao lado o tempo todo, a cobrança pode diminuir no dia a dia comprometendo as metas mensais, semestrais ou anuais. Se os horários de expediente não batem, as conversas de feedback podem não ser mais tão constantes. 
Dica: “Planejamento é muito importante no home office”, lembra Reis. Estabeleça metas diárias, ainda que o seu chefe não as determine. Tente manter conversas constantes com seu chefe, combinando previamente horários para pequenas reuniões, se a sua jornada for flexível. 

CHARGE DO GENILDO


EDUCAÇÃO EM CONFLITO



Rapphael Curvo (1)
O atraso da Educação no Brasil tem o perfil de uma barreira intransponível. É difícil entender o desleixo que é tratada a mais vital área para o desenvolvimento da Nação. Qual a razão dessa negação por parte de governos quando o mundo todo já consolidou que não há possibilidade de desenvolvimento sem o sistema educacional consistente e eficiente?
Aula no bnaheiro
Aula no bnaheiro
Só há uma avaliação que justifica atitudes negativas para esse entendimento: a incompetência, a incapacidade de entender a necessidade de maciço investimento nesse importante setor para economia do País. Entendo que por ser a política no Brasil algo voltado exclusivamente a manutenção de Poder por grupos açambarcadores da economia nacional, é evidente que tal preocupação passa ao largo das questões prioritárias de governo.
O Brasil está perdido na sua política educacional. Move-se de acordo com as pressões do momento e com isso alterna a condução administrativa e normativa da educação de acordo com o seu interesse político partidário, melhor dizendo de grupos e com isso germina a indefinição e insegurança na área educacional. As normas para gerir e aplicar a educação formal, no geral, são incompatíveis com a realidade nacional já que este imenso País agrega vários brasis, cultural, econômica e até financeiramente.
A educação aplicada em cada região se torna um conflito no aprendizado, sobressaindo uma ou outra escola no contexto geral. Como imprimir o ensino que atenda a região sul do Brasil no agreste pernambucano, enfim, do norte e nordeste? Vai ocorrer conflito entre as realidades de cada uma delas e também a realidade do aluno na sua relação social política e a escola. Ensino padronizado é estupidez, se o desejo for dar educação e oportunidades para todos. O que necessita é de suporte aos que vivem nos confins desta terra e são abandonados à própria sorte.
O que está acontece na verdade é que o governo está querendo pular etapas importantes do crescimento educacional das crianças e jovens. Está, na educação, querendo colocar turbinas de jato em aviões teco-tecos, para os mais novos entenderem, monomotores. A estrutura não agüenta, não está preparada. Não vai dar certo e o tempo será perdido como já está até agora. Milhares de jovens estão sendo jogados na lata de lixo. O mundo econômico e empresarial, além do cultural, está girando a uma velocidade que faz a distância crescer, com o chamado primeiro mundo, de forma assustadora. O Brasil já não encontra fôlego para acompanhar essa evolução porque está mal alimentado no aprendizado dos seus jovens. A massa, dessa força jovem que impulsiona o País, aos poucos perde a credibilidade na escola que está mais para “ringue” do que incentivadora do conhecimento e da relação social.
O ensino para ser atual tem que ter olhar para o mercado e a evolução que este está promovendo no mundo. Não há como se desconectar disso, mas também não é possível dar pulos em importantes etapas. O que é preciso é velocidade na educação, imprimir compromissos dos que ensinam com a qualidade. Os professores tem que ter a responsabilidade de se auto educar, de reciclar, de buscar por mais conhecimento e técnicas em uma atitude própria e não ficar a espera do Estado ou do patrão para se desenvolver. Tecnologias não faltam mais para esse crescimento profissional, basta querer, eis a questão. Caso contrário vamos viver a situação em que o Estado/patrão finge que paga, e o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende. É a derrocada total para a permanência no segundo mundismo. E haja Lullas para suportar.
É visível que o mundo está a procura, e constante, de pessoas com alta especialização. É neste nicho que vão estar os altos salários. Esta é a razão de o diploma universitário perder a força no campo salarial. A enxurrada de faculdades e universidades em que os alunos entram e saem ao som das ferraduras está provocando discriminação profissional. Os diplomados de meia boca estão aos poucos perdendo o Dr. como referência. Tornam-se meros burocratas manuzeadores de papéis sem nada inovar ou propor. Isso retira a possibilidade de crescimento na escala do plano de carreira já que concorre com os práticos. Isto ainda não está acentuado no mercado porque os chefes, no geral, estão dentro do mesmo padrão, mas as exigências na estrutura empresarial estão começando a fazer presença. Conhecimento básico, atitude, curiosidade, inovação e responsabilidade em realizar são os primeiros passos aos alunos e largos passos aos professores.
(1) Jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós graduado pela Cândido Mendes-RJ

O QUE TIRA O SONO DO PRESIDENTE DA EMPRESA?



Por Luís Marins
Neste final de abril de 2003, estive em Boston como convidado do Bentley College para dar a conferência final do MBA – Class 2003.  O tema que o Bentley College deu para minha conferência foi “What Goes On In The Mind of a CEO?” (O Que Passa na Mente de um Presidente?). O Bentley College (1917) é considerada a mais importantes escola de contabilidade dos EUA e está entre as 10 melhores escolas de economia e administração, segundo revistas especializadas.
Nestes tempos de mercados globais e de extrema competição eu disse que as 10 perguntas que tiram o sono de um presidente de empresa hoje são, dentre outras, basicamente as seguintes:
1. Como posso diferenciar minha empresa?
2. Como consigo recrutar e manter (reter) comigo as melhores pessoas?
3. Como conseguir maior (ou total) comprometimento de meu pessoal com nossos clientes, nossas marcas, com nossos produtos, com nossa empresa, enfim?
4. Como fazer para que o meu pessoal faça as coisas com atenção aos detalhes?
5. Como conseguir que o meu pessoal acompanhe as coisas até o fim, fazendo um total follow-up dos programas e projetos que implementamos, das solicitações dos clientes, de tudo, enfim?
6. Como posso fazer com que meu pessoal seja orientado para o “Caixa” e compreenda que para uma empresa “Sucesso é um cash-flow positivo”?
7. Como posso fazer com que o processo de comunicação de minha empresa realmente funcione? Interna e externamente?
8. Como posso incutir um genuíno “senso de urgência” em meu pessoal e uma maior velocidade nas decisões e ações?
9. O que eu não estou enxergando e que vai acontecer e pode ser fatal para o nosso negócio – tanto em termos de tecnologia, mercado,  novos competidores, etc.?
10. Enfim, o que eu faço para Motivar as pessoas a darem o melhor de si para nosso sucesso e de nossos clientes e para que me ajudem a conseguir os nove itens acima de maneira contínua?
A discussão com os mais de 200 participantes – alunos, staff e professores do Bentley College e convidados de outras universidades da região de Boston – MIT, Harvard, Babson – foi animada e estendeu-se para o coquetel após a conferência.
Os desafios hoje são tantos e tão grandes que, disseram os participantes, o tema deveria ser “O Que Tira o Sono de um Presidente?” pois que os CEO’s não têm conseguido sequer dormir em paz neste mundo louco em que vivemos.
Como diferenciar a empresa? Como ter uma equipe com mentalidade de “caixa”? Como ter uma equipe com “senso de urgência”? Como fazer para que as informações relevantes fluam na empresa e que a comunicação com o mercado seja eficaz? Como manter uma equipe realmente “motivada” – isto é – que compreenda os motivos para um maior comprometimento e faça as coisas acontecerem…. São os temas que tiram o sono dos presidentes das empresas.
Adicione a tudo isso a grande angústia de todos eles: “O que poderei não estar enxergando?”.
Além disso, todo presidente consciente sabe que a sua posição de CEO é solitária e com um alto risco de juntar em torno de si os bajuladores de plantão que só fazem elogiar, poupá-los das más notícias e culpar o mercado, o governo, a concorrência, os fornecedores, os funcionários, etc. pelo que não está dando certo. O risco é alto. Não se tem muito com quem trocar idéias e até com quem desabafar as angústias próprias da função.
E como se isso tudo não bastasse, um Presidente que se preze, não pode pedir licença do cargo por alguns meses para fazer um curso numa universidade de prestígio onde ele possa aprender, trocar idéias, discutir profundamente novas teorias e experiências, etc.  Nem dos bons cursos e treinamentos internos que a sua própria empresa realiza ele pode, de fato, participar. A sua presença inibe aos demais. Se ele faz uma pergunta ou comentário infelizes o espanto será geral. É melhor não participar. A presunção do cargo é que se ele é “O Presidente” é porque já sabe tudo…
E também não fica bem a um Presidente ficar visitando empresas concorrentes ou mesmo empresas de setores diferentes. Ademais ele sabe que quando, por insistência, fizer essas visitas, elas serão formais, acrílicas, exteriores e ninguém vai lhe mostrar o “pulo do gato” ou o que realmente interessa e faz a diferença. Será um excelente almoço, no máximo, com discursos e agradecimentos pela visita…
Daí, a insônia…
O que tira o sono do presidente é que ele sabe que se a sua empresa não for ágil, leve, pronta e disposta a mudar com a realidade, com o desenvolvimento científico e tecnológico, ser diferente, ter os melhores em tudo – produtos, processos, gente – com certeza não sobreviverá. Ele sabe que tem que ter junto de si os melhores profissionais, as melhores pessoas. Melhores em tudo. Não basta ter “mais-ou-menos”. E ele sabe que os melhores exigem muito. Muita autonomia, muita licença para iniciativas próprias, investimentos, recompensas, incentivos, motivação. E que esses melhores gerarão ciúmes e inveja nos “mais-ou-menos” que começarão a boicotá-los sempre que puderem. O “clima” interno fica tenso demais. Fofocas, “rádio-peão”, revoltas surdas…. É muito complicado!
Lá nos EUA como aqui e em qualquer lugar do mundo de hoje, o que tira o sono dos presidentes é que a única certeza estável é a certeza de que tudo vai mudar. É mudar ou morrer! E a certeza de que não dá para mudar sozinho. É preciso um “time” disponível e disposto. É preciso um time competente e motivado para reinventar a empresa e o mercado todos os dias, 365 dias por ano. É uma corrida sem linha de chegada!
Com isso tudo na cabeça, dá pra dormir??

LINDA MÚSICA - Jason Mraz - 93 Million Miles (Live)


Vem conosco, Sarney



Alvo do apelo
Camilo Capiberibe, governador do Amapá, despencou-se rumo a Brasília hoje para acompanhar a votação das novas regras de partilha do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
Mas a missão de Capiberibe vai além de marcar presença e é mais árdua do que a anunciada: lembrar José Sarney de que ele foi eleito senador pelo Amapá, não pelo Maranhão, estado governado por Roseana Sarney.
Durante a discussão do FPE na semana passada, Sarney defendeu veementemente que o projeto fosse colocado em votação o quanto antes, embora seus colegas de bancada brigassem para adiar a apreciação.
Lógico, nos moldes propostos, o Amapá perderá receita e o Maranhão ganhará.
Por Lauro Jardim

História de Amor e Fúria, do diretor Luiz Bolognesi



Cristovam Buarque
Quem não gosta de desenho animado deve assistir o filme para ver a maioridade do desenho animado no Brasil e passar a gostar. E quem se sente atraído pelo conhecimento da história do Brasil deve ir para ver um novo enfoque.
A história do Brasil é descrita por criativos desenhos animados descrevendo a vida de um brasileiro ao longo de seus 600 anos de vida. Como indígena lutando contra os portugueses, como escravo, como escravo e colono, como guerrilheiro e preso político, como militante social depois da redemocratização e, surpreendentemente, como personagem tentando sobreviver no ano 2096 em um mundo supertecnificado, onde a água é o mais escasso de todos os bens.
E como achamos que desenho animado é para atender ao gosto infantil, este filme mostra como é possível deslumbrar adultos pela beleza do desenho e a dinâmica de sua animação. Um filme da maior qualidade estética, histórica e lúdica, porque você se emociona durante quase toda a sua duração.



Cristovam Buarque, senador pelo PDT do Distrito Federal e ex-reitor da Universidade de Brasília, resenhará aqui um livro publicado no exterior ou um filme.

CHARGE DO FRANCK



Esta charge do Frank foi feita originalmente para o