quarta-feira, 17 de abril de 2013

Atos antissemitas no mundo aumentaram 30% em 2012

Destaque
 

O estudo comparativo com 2011 foi realizado pelo Centro Kantor para o Estudo do Judaísmo Europeu Contemporâneo da Universidade de Tel Aviv em colaboração com o Congresso Judaico Europeu. Após dois anos de queda, os incidentes de vandalismo e ameaças à vida dos judeus aumentaram no ano passado, chegando até os 696 (em 2011 foram 526), com um grande salto na França (60%), que registrou 200 atos antissemitas, seguido dos EUA (99), Reino Unido (84) e Canadá (74). Cerca de 40% deles foram ataques contra judeus, enquanto o resto teve como alvo sinagogas, cemitérios, centros ou escolas judias e propriedades desta comunidade. "Como líder judeu, sinto o perigo para as comunidades, para o povo andar pela rua, para as sinagogas, as escolas judias", advertiu o presidente do Conselho Judeu Europeu, Moshé Kantor.
O documento cita o "efeito cópia" como um dos fatores que impulsionaram o número de atos violentos contra judeus em diferentes países europeus por conta do ataque em uma escola judia em Toulouse (França), no qual morreu um rabino-professor e três crianças. "Os ataques de Toulouse, ao invés de gerar comoção, tiveram o efeito contrário e talvez encorajaram os grupos terroristas na Europa. Isto demonstra simplesmente que o antissemitismo chama o antissemitismo, pura e ingenuamente", enfatizou. Segundo ele, outro fator seria o crescimento eleitoral de partidos de extrema direita, com ideais antissemitas, na Hungria, Grécia e Ucrânia. "2012 será recordado como o ano em que o nazismo político retornou com força aos Parlamentos europeus", lamentou Kantor, antes de assinalar a Hungria como o caso europeu mais grave de "tendência racista e antissemita", com "ataques a minorias ou comentários degradantes de políticos ultradireitistas ou neonazistas quase cada semana".
Kantor ressaltou que "o ódio aos judeus está ancorado na visão de alguns extremistas, independentemente do que aconteça no Oriente Médio". O estudo recopila uma análise da situação geral do antissemitismo conforme a tendência anual, assim como enquetes, país por país, segundo diferentes regiões do planeta, além de dados estatísticos. A categorização das atividades antissemitas se divide em: ataques com o emprego de meios violentos, ações violentas sem o uso de armas, e toda expressão ou forma de propaganda, especialmente, a negação do Holocausto. O estudo recolhe unicamente os casos denunciados e a seção estatística contém aqueles atos violentos com o objetivo de causar a perda de vidas ou o prejuízo a propriedades judias.